Exercício de Finanças Públicas

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Exercício de Finanças Públicas

Nara da Cunha
N.º 67177

Imagine que a proposta de OE relativo ao ano n previa o seguinte:

1. A criação de uma nova taxa ambiental afeta à construção de painéis solares em todo o
país e ainda a criação de um imposto sobre tratores, a incidir sobre proprietários deste
tipo de veículos com o argumento da sua mobilidade lenta e prejudicial ao tráfego;
2. O agravamento das propinas pagas pelos estudantes do ensino superior, mas agora com
uma isenção total para aqueles cujo rendimento anual fosse inferior a 8.000€
3. A contribuição para o audiovisual, atualmente destinada a cobrir o serviço público de
radiodifusão e televisão e que é paga junto com a tarifa de eletricidade passará a cobrir
também o custo de serviço de transmissão de jogos de futebol, a cargo de canais por
cabo, dado o grande interesse que esta atividade desportiva suscita junto do público

Respostas:

1. A criação de uma nova taxa ambiental não é necessariamente um imposto isto porque
para sua instalação é necessário um licenciamento e a sua atividade de autoconsumo
individual e/o coletivo esta sujeito ao procedimento de controlo prévio. Isto porque um
imposto assenta na capacidade contributiva revelada nos termos da lei, através do
rendimento ou da sua utilização e do património. Ou seja, é uma prestação pecuniária
requerida dos particulares por via autoritária, a título definitivo e sem contrapartida com
vista à cobertura de encargos públicos. Também não pode ser considerada uma taxa
porque esta é um tributo que pressupõe uma contraprestação específica resultante de
uma relação concreta entre o contribuinte e um bem ou serviço público.

Mas podemos por analogia considerar que seja um imposto especial que tem como
objetivo obrigar os poluidores a pagar uma taxa que reflita o custo das externalidades
ambientais. Sendo considerada uma contribuição especial por força do art. 4.º, n.º 3
LGT uma vez que tem a finalidade de promover comportamentos mais sustentáveis e
responsáveis reduzindo a poluição.

Já na criação de impostos sobre tratores que incide sobre os proprietários há que


depender do fim que os mesmos tenham, existem alguns como os agrícolas,
ambulâncias, bombeiros não pagam imposto. Isto atendendo a finalidade que tenham.
Parte-se do princípio do benefício fiscal - atribuindo uma vantagem para o contribuinte
em termos de redução do montante de imposto a pagar. Entre os seus fundamentos
podemos considerar este, de natureza económica ou técnica - primeiro porque o valor
cobrado não justifica a atividade de cobrança e segundo para que se estimule o exercício
da mesma. Em Portugal este benefício de isenção encontra-se consagrado no art. 2.º, n.º
2 do EBF decreto lei - 215/89 de 1 de Julho. Estes benefícios são um conjunto de
despesas fiscais que o Estado renuncia em nome de objetivos extra fiscais devidamente
justificados.

Nos termos da Constituição, a matéria da criação de imposto é da competência


exclusiva da Assembleia por força do art. 165.º, n.º 1, al. i) e portanto, se o Governo
quiser legislar tem de criar uma lei de autorização.
2. A isenção dos alunos com rendimento inferior a 8000€ é um benefício fiscal que
representa um desagravamento fiscal do princípio da igualdade tributária.
Por desagravamento entende-se qualquer afastamento da igualdade tributária que se
traduza numa vantagem para o contribuinte em termos de redução de montante imposto
a pagar.

Com isto sequer dizer que pretende-se atribuir uma vantagem para o contribuinte em
termos de redução do montante de imposto a pagar. Este é de natureza social para a
proteção de determinadas situações económicas muito baixas, neste caso de pessoas que
não têm o rendimento anual equivalente 8.000€. Entende-se que não há uma finalidade
fiscal, mas sim extra fiscal com o objetivo de combater as desigualdades por parte de
quem não tenha condições suficientes para pagar uma propina ao valor habitual que os
estudantes do ensino superior costumam pagar. Classificamos também como um
imposto - art. 4, n.º 1 LGT (decreto lei 389/98 de 17/12). O imposto é uma prestação
pecuniária requerida dos particulares por via autoritária, a título definitivo e sem
contrapartida com vista à cobertura de encargos públicos.

O benefício fiscal corresponde a uma exigência de justiça ou de interesse geral. É uma


integração de determinadas situações que são previstas por lei de forma abstrata e em
resultado de ponderações económicas ou sociais conduz-se a não exigência de impostos
que em princípio seriam devidos.

3. O princípio da capacidade contributiva não se aplica aqui uma vez que este não incide
sobre os consumos. Este assenta numa ideia de solidariedade defende que a
contribuição não é feita apenas em função dos bens isoladamente, mas das diferenças de
condições económicas dos contribuintes: cada contribuinte deve pagar na medida das
suas capacidades.

Aqui, devemos olhar para os impostos indiretos que são aplicados a cada consumo de
determinado produto/serviço na generalidade através da cobrança do IVA aplicando-se
uma taxa, regra geral é de 23% em função da áreas de atividade. O art. 4.º, n.º 2 LGT
classifica como um tributo que pressupõe uma contra prestação específica resultante de
uma relação do contribuinte e um bem ou serviço público. Aqui, o tributo legitima-se
pelo princípio da equivalência - busca garantir que os tributos sejam justos e
proporcionais considerando que cada contribuinte recebe em troca.

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