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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CENTRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
CURSO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

JULI EMILLE PEREIRA DE MELO

LEVANTAMENTO DOS IMPACTOS INERENTES À INADEQUAÇÃO DO


SANEAMENTO BÁSICO

MOSSORÓ
2020
JULI EMILLE PEREIRA DE MELO

LEVANTAMENTO DOS IMPACTOS INERENTES À INADEQUAÇÃO DO


SANEAMENTO BÁSICO

Monografia apresentada a Universidade


Federal Rural do Semi-Árido como requisito
para obtenção do título de Engenheira Agrícola
e Ambiental.

Orientador (a): Prof. Dr. Rafael Oliveira Batista

MOSSORÓ
2020
© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteira
responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leis
que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n°
9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectiva
ata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a)
sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.

M528l Melo, Juli Emille Pereira de.


Levantamento dos impactos inerentes à
inadequação do saneamento básico / Juli Emille
Pereira de Melo. - 2020.
53 f. : il.

Orientador: Rafael Oliveira Batista.


Monografia (graduação) - Universidade Federal
Rural do Semi-árido, Curso de Engenharia
Agrícola e Ambiental, 2020.

1. meio ambiente. 2. impactos. 3. esgotamento


sanitário. 4. resíduos sólidos. 5. saúde. I.
Batista, Rafael Oliveira, orient. II. Título.

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Instituto
de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas
da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação
e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de
Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.
JULI EMILLE PEREIRA DE MELO

LEVANTAMENTO DOS IMPACTOS INERENTES À INADEQUAÇÃO DO


SANEAMENTO BÁSICO

Monografia apresentada a Universidade


Federal Rural do Semi-Árido como
requisito para obtenção do título de
Engenheira Agrícola e Ambiental.

Defendida em: 07/02/2020.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________
Prof. Dr. Rafael Oliveira Batista – UFERSA
Presidente

_________________________________________
Drª. Danniely Oliveira Costa – UFERSA
Membro Examinador

___________________________________________
Dr. Hudson Salatiel Marques Vale – UFERSA
Membro Examinador
AGRADECIMENTOS

Agradeço àquele que me deu a vida uma vez e me permitiu chegar até aqui. Aquele que
nunca desistiu de mim e que cumpre todas as suas promessas. Agradeço a Deus, o dono da
minha vida, que me permitiu sobreviver, mesmo com um coração doente.
Agradeço ao meu orientador o professor Doutor Rafael Oliveira Batista, por todos os
conhecimentos repassados e pela inspiração que me deu ao longo dos anos na faculdade. Seu
muito conhecimento atrelado à sua sabedoria, sensibilidade e humildade são dignos de
admiração e ficarão marcados em minha vida.
Agradeço à minha mãe Edna por ter lutado todos esses anos em prol da minha vida. Que
me deu forças quando eu não mais achava que tinha, que me orientou sempre nas maiores
decisões da minha vida, que me inspira todos os dias com sua força e amor. Á ela, minha eterna
gratidão. Agradeço ao meu pai Aldeirton que sempre me apoiou e se preocupou com minha
saúde física e emocional.
Agradeço aos meus queridos professores Wilton Miranda e Rafael Rios, que me
ofereceram a oportunidade de crescer academicamente no ensino através da monitoria e
também na pesquisa. Obrigada por nunca terem desistido de mim, e por ter me feito ter uma
visão ampla sobre os conhecimentos interdisciplinares que pude adquirir na universidade. Sou
eternamente grata por tudo o que fizeram, suas atitudes, exemplos e amizade estão certamente
marcados em meu coração.
Agradeço a todos os meus amigos, que estiveram comigo todos esses anos me dando
força e inspiração para nunca desistir de lutar pelos meus sonhos.
Agradeço a todos os meus professores de engenharia agrícola por terem compartilhado
os seus conhecimentos e amizade. Sou grata eternamente pela vida de vocês, pois foram
essenciais para me fazer enxergar a beleza naquilo que ensinam.

A todos, o meu mais sincero agradecimento!


Já estou crucificado com Cristo; e vivo não mais
eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora
vivo na carne, vivo-a pela fé do filho de Deus, o
qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.
Gálatas 2:20
RESUMO

O saneamento básico é um dos serviços que mais inspiram preocupação a nível mundial,
nacional e local, devido aos inúmeros impactos que sua inadequação pode causar para a saúde
da população, economia e meio ambiente. O presente trabalho tem por objetivo estudar a
relação da inadequação do saneamento básico com os impactos nas diversas áreas que sofrem
interferência desse sistema. Para isso, realizou-se uma pesquisa bibliográfica acerca de temas
específicos como: a importância das funções e dos serviços oferecidos pelo saneamento básico;
a situação do saneamento no cenário brasileiro; os impactos sociais, ambientais e econômicos
gerados pela inadequação dos serviços de saneamento; e, as medidas mitigadoras relacionadas
aos impactos. Os dados mostram que o saneamento tem sua importância na prevenção de
doenças, além de que a sua ausência ou inadequação pode gerar impactos na saúde (como
gastroenterites, resistência bacteriana e cardiopatias); impactos na educação, segurança da
mulher, no trabalho e na renda de famílias; e também impactos à economia de uma nação, como
nos prejuízos sobre o turismo e investimento à saúde. Foram observadas as medidas necessárias
a serem aplicadas a fim de buscar mitigar os problemas envolvendo a inadequação do
saneamento.
Palavras-chave: meio ambiente. impactos. esgotamento sanitário. resíduos sólidos. saúde.
ABSTRACT

Basic sanitation is one of the services that provokes the most concern at a global, national and
local level, due to the countless impacts that its inadequacy can cause to the health of the
population, economy and the environment. This work aims to study the relationship between
the inadequacy of basic sanitation and the impacts in the various areas that are affected by this
system. For this, a bibliographic research was carried out on specific topics such as: the
importance of the functions and services offered by basic sanitation; the situation of sanitation
in Brazil; the social, environmental and economic impacts generated by the inadequacy of
sanitation services; and, mitigation measures related to impacts. The data shows that sanitation
has its importance in preventing disease, additionally its absence or inadequacy can generate
health impacts (such as gastroenteritis, bacterial resistance and heart disease); impacts on
education, women's safety, work and family income; and also impacts on a nation's economy,
such as losses on tourism and investment in health. The necessary measures to be applied that
mitigate the problems involving inadequate sanitation were observed.

Keywords: environment. impacts. sanitary sewage. solid waste. health.


LISTA DE FIGURAS

Gráfico 01 - Percentual da população brasileira contemplada com serviços de saneamento


básico p.24.
Figura 02 - Percentual de municípios conforme o tipo de disposição final de resíduos p.25.
LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Funções do saneamento básico de acordo com a PNSB p.18.


Tabela 02 - Número de sedes municipais do Semiárido brasileiro atendidas com sistema de
coleta de esgoto sanitário p.29.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

a.C – Antes de Cristo


ANA – Agência Nacional de Águas
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
DRSAI - Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado
INSA – Instituto Nacional do Semi-Árido
OMS – Organização Mundial de Saúde
PLANASA – Plano Nacional de Saneamento Básico
PLANSAB – Plano Nacional de Saneamento Básico
PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos
PNSB – Política Nacional de Saneamento Básico
SNIS - Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento
UNESCO - United Nations Educational, Scientific And Cultural Organization
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................10
1.2 Objetivos......................................................................................................................12
1.2.1 Objetivo geral..............................................................................................................12
1.2.2 Objetivos específicos....................................................................................................12
1.3 Metodologia.................................................................................................................13
2. REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................14
2.1 O que é saneamento....................................................................................................14
2.1.1 Breve histórico sobre o saneamento no Brasil e no mundo..........................................14
2.2 Funções do saneamento..............................................................................................17
2.3 Situação atual do saneamento básico........................................................................21
2.3.1 O cenário brasileiro.......................................................................................................22
2.3.2 Saneamento no cenário nordestino................................................................................26
2.3.3 Situação do saneamento no semiárido brasileiro............................................................27
2.4 A importância do saneamento básico........................................................................30
2.5 Impactos gerados pela inadequação do saneamento básico....................................31
2.5.1 Impactos ambientais......................................................................................................31
2.5.2 Impactos sociais e à saúde humana................................................................................35
2.5.3 Impactos econômicos....................................................................................................38
2.6 Medidas mitigadoras para as inadequações do saneamento básico.......................39
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................42
4. REFERÊNCIAS………………...………………………………………...…………44
10

1. INTRODUÇÃO

A base de organização de uma sociedade é formada por vários elementos que juntos
devem promover o devido equilíbrio e estruturação das esferas da saúde, segurança, educação
e meio ambiente. Um dos elementos em destaque neste sistema é a infraestrutura sanitária, que
interfere diretamente na situação de saúde e qualidade de vida da população. O setor de
saneamento passa por constantes modificações ao longo dos anos, buscando incrementar novas
estratégias e mecanismos que visam a melhoria e o desenvolvimento de um país. O principal
objetivo do saneamento é a promoção da saúde do homem, e tem como serviços essenciais o
oferecimento de água potável, coleta e tratamento de esgotos, drenagem e coleta e manejo de
resíduos sólidos.
Apesar disso é notável que as políticas de vários países ao redor do mundo não oferecem
a devida atenção às questões de infraestrutura sanitária, ignorando ou mascarando a interrelação
desse setor com os demais setores que compõem a sociedade. Esse fato impossibilita a aquisição
de informações por parte da população, que por falta de conhecimento sofre diretamente ou
indiretamente com os efeitos de um problema cujas causas foram geradas pelo descaso
governamental na implementação de sistemas de saneamento. Esse descaso gera inúmeras
consequências para o desenvolvimento de uma nação, impedindo o seu crescimento e podendo
provocar a regressão dos índices que representam a qualidade de vida de uma população. Em
pleno século 21, em um mundo em constante desenvolvimento tecnológico e humano, índices
apontam que a higiene, saneamento e abastecimento de água continuam a ter implicações na
saúde.
A inadequação do saneamento básico gera inúmeros problemas, sobretudo em países
em desenvolvimento como o Brasil, China, Índia, Argentina e México, por exemplo. Os
impactos mais notáveis causados pela deficiência desse sistema estão ligados à incidência de
doenças no meio da população. Uma grande quantidade de doenças está associada às
deficiências de higiene, saneamento e qualidade da água, sendo amplamente evitável com
recursos econômicos e intervenções (BARTRAM e CAIRNCROSS, 2010). Essas doenças são
comumente denominadas de Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado
(DRSAI), que têm relação direta com o ambiente degradado (FONSECA e VASCONCELOS,
2011).
Além disso, um saneamento básico inadequado provoca a poluição dos recursos
hídricos, poluição urbana e improdutividade, ocasionando impactos negativos à economia das
regiões e severas consequências ao meio ambiente e bem-estar da população. A inadequação
11

do saneamento básico é um dos fatores responsáveis pela reação em cadeia que gera vários
problemas não só às áreas já citadas, mas também à inúmeras outras, cujas causas dificilmente
são associadas aos problemas de saneamento, como por exemplo na área da educação e
segurança. Esses problemas são reflexo da falta da vontade política e integração das esferas
governamentais. Implementação de saneamento não deve ser apenas um plano governamental
específico, mas uma meta nacional e prioritária para garantir o melhor desenvolvimento do país.
Não ter saneamento adequado é sinônimo de subdesenvolvimento. A implementação de
boas condições sanitárias é a base para o desenvolvimento de uma nação. Apesar de se tratarem
de obras aparentemente invisíveis aos olhos do povo, sua importância não deve ser
negligenciada. A implementação de condições sanitárias adequadas gera grandes impactos na
vida das pessoas (VAN MINH e HUNG, 2011). Os avanços nas áreas de abastecimento de água
e de esgotamento sanitário, principalmente em países em desenvolvimento são refletidos na
redução das taxas de mortalidade (SOARES et al., 2002). Além disso o acesso ao saneamento
básico melhora a saúde, evita doenças, promove valorização econômica de regiões e amplia
oportunidades à população, aumentando a produtividade.
12

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

O presente trabalho tem como objetivo estudar a relação da inadequação do saneamento


básico com os impactos nas diversas áreas que sofrem interferência desse sistema, através do o
levantamento de dados e informações encontradas na literatura.

1.1.2 Objetivos específicos

- Compreender de maneira geral os conceitos levantados pela literatura a respeito dos


serviços e funções do saneamento básico, bem como refletir sobre o processo histórico da
incorporação do saneamento ao cotidiano da população;
- Analisar a situação do quadro brasileiro de saneamento, bem como observar a situação
da região Nordeste e semiárida no cenário de saneamento básico nacional;
- Analisar a importância dos serviços oferecidos pelo saneamento para a vida da
população de maneira geral;
- Levantar impactos sociais, ambientais e econômicos gerados pela inadequação dos
serviços de saneamento;
- Apontar medidas mitigadoras que visam minimizar os impactos gerados devido à
inadequação do saneamento básico.
13

1.2 Metodologia

Realizou-se uma pesquisa bibliográfica acerca dos impactos gerados pela inadequação
do saneamento básico. De acordo com Severino (2007), a pesquisa bibliográfica é aquela que
se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos
impressos e digitais como livros, artigos científicos e teses. Utiliza-se de dados ou de categorias
teóricas já trabalhados por outros pesquisadores e devidamente registrados.
Foi realizada uma pesquisa sobre os conceitos básicos que envolvem o saneamento
básico, apontando fatos importantes da evolução dos serviços no contexto histórico do Brasil e
do mundo, bem como relacioná-los às situações existentes ao longo do planeta que sofrem pelos
impactos causados pela inadequação do saneamento. Informações sobre a importância, a
situação do cenário nacional brasileiro, bem como as implicações das irregularidades presentes
nos serviços sanitários foram discutidas, a fim de se apresentar propostas mitigadoras para os
impactos ambientais, sociais e econômicos sobre a inadequação do saneamento básico.
Todos os dados coletados através da pesquisa foram expostos de forma a esclarecer o
assunto aos leitores bem como proporcionar o devido entendimento sobre o assunto abordado
ao longo da revisão.
14

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 O que é saneamento básico

Sanear é uma palavra derivada do latim que significa tornar saudável, higienizar e
limpar. O conceito de saneamento pode ser entendido como sendo o conjunto de mecanismos
que trabalham para promover o abastecimento de água potável, limpeza urbana, esgotamento
sanitário, manejo de resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais (BRASIL, 2007). Em
outras palavras saneamento é o conjunto de medidas que tem como finalidade garantir a
preservação do meio ambiente a fim de se prevenir patologias e promover a saúde, qualidade
de vida e produtividade da população (TRATA BRASIL, 2019a).
Do entendimento legal retira-se que saneamento básico é a prestação de serviços,
infraestruturas e instalações operacionais (BRASIL, 2007).

2.1.1 Breve histórico sobre o saneamento no Brasil e no mundo

A definição de saneamento é algo de origem recente quando comparado com a


existência de práticas sanitárias de vários séculos atrás. Antes de se haver a disseminação de
ideias pautadas na preocupação com meio ambiente e com o bem-estar do ser humano, já se
ouvia falar de atividades, ainda que rudimentares que buscavam implementar de alguma forma
o saneamento. Escritos no antigo testamento da Bíblia mostraram várias práticas vinculadas às
atividades sanitárias desenvolvidas pelo povo judeu, como por exemplo o uso da água para
limpeza de roupas. Já durante o período de 950 a.C foram construídas as represas de Salomão,
entre as cidades de Belém e Hebron, para acumular águas da chuva e abastecer o templo e a
cidade de Jerusalém (BARROS, 2014). Além disso, também se tem conhecimento da existência
do primeiro sistema de abastecimento de água, que foi criado na Assíria, em 691 a.C., o
aqueduto de Jerwan (AZEVEDO NETTO e FERNÁNDEZ, 2018). Muitas outras práticas se
difundiram ao longo dos séculos, surgindo em lugares distintos ao redor do planeta.
Na Grécia antiga, já havia o hábito de enterrar as fezes ou as afastarem para
um local distante de suas residências. Em Roma, ruas com encanamentos
serviam de fontes públicas, e para evitar doenças, separavam as águas servidas
do abastecimento de água para a população. (...). Iniciou-se a construção de
galerias de esgoto em Nippur, na Babilônia, a primeira galeria de esgotos da
história. No Vale do Indo, foram criadas ruas com canais de esgoto cobertos
por tijolos, banheiras e privadas com lançamento de dejetos para os canais.
Acondicionamento de água em vasos de cobre, exposição ao sol, filtragem com
utilização de carvão ou cascalho e imersão de barra de ferro aquecida. Em
Nimrud iniciou-se a construção de um sistema de esgoto (BARROS, 2014).
15

Apesar de se ter indícios históricos antigos de estruturas como estas, é necessário


enfatizar que o seu potencial tecnológico não era tão avançado. Não havia a preocupação com
certos fatores inerentes à qualidade dos serviços prestados e nem análises dos impactos
causados por estes serviços. Um exemplo clássico disso foi o que ocorreu na Idade Média, onde
famílias escavavam poços dentro de suas casas para fins de abastecimento de água, próximos a
fossas e esterco de animais (BARROS, 2014). Devido à falta de conhecimento da população
acerca da importância de se ter condições sanitárias adequadas, práticas como essas foram
responsáveis por disseminar doenças por toda a Europa no século XIV. Entre os anos de 1347
e 1350 a grande peste negra, disseminada através de pulgas e ratos, foi responsável por dizimar
cerca de um quarto da população da Europa (PEREIRA et al., 2018).
A interdisciplinaridade do saneamento básico ou saneamento ambiental, como alguns
autores preferem dizer, é um conceito novo que emergiu apenas com o surgimento da
preocupação com as questões ambientais e de saúde humana.
Com o passar dos anos outras tecnologias passaram a ser implementadas a fim de
potencializar o desempenho da infraestrutura sanitária e melhorar a sua eficiência. Pompeu
(1972) afirma que na idade contemporânea, em 1829, surgiam na França leis que procuravam
combater à poluição das águas, aplicando punições àqueles que lançassem produtos ou resíduos
perigosos nos corpos hídricos. Nesta época também se iniciou a implantação do saneamento. O
mesmo ocorreu na Inglaterra, porém devido ao desenvolvimento industrial nesta região, muitas
pessoas das zonas rurais iniciaram um processo imigratório para as zonas urbanas. Devido às
condições sanitárias insalubres em que estavam inseridos, os trabalhadores sofriam com os
surtos de doença na região, o que aumentou o índice de mortalidade na Europa nesse século,
principalmente entre crianças. (HUCK, 1995).
A cólera foi uma das doenças responsáveis por devastar a vida de milhares de pessoas
em toda a Europa do século XIX, sendo estudada pelo médico inglês John Snow, que associou
a origem dessa doença à água contaminada, comprovando a sua relação através de estudos em
Londres (STANWELL-SMITH, 2003). Ainda no século XIX inicia-se a implantação e
administração do saneamento, bem como começa-se a difusão de leis ligadas às questões
sanitárias. Um dos acontecimentos mais importantes que favoreceu o desenvolvimento do
saneamento neste século foi o estudo desenvolvido por Edwin Chadwick, em 1842, que
proporcionou ao surgimento de bases necessárias para associar às condições sanitárias às
questões de saúde (RINGEN, 1979).
16

Já no Brasil, a implementação do saneamento foi tardia e sua história reflete causas de


impactos que dificultaram e ainda dificultam a manutenção da qualidade de vida da população
e a preservação do meio ambiente.
Freire (2003) afirma que na época da escravatura as cidades possuíam chafarizes onde
os escravos carregavam água para as casas dos colonos e o descarte dos resíduos sólidos e
efluentes eram feitos por meio de recipientes de madeira carregados pelos escravos.
Somente com o surgimento das linhas férreas foi que alguns mecanismos de saneamento
começaram a surgir, como por exemplo a água encanada para as casas, encanação de esgotos e
aparelhos sanitários (FREIRE, 2003).
Por muito tempo e ainda hoje as ações de saneamento no Brasil têm sido dificultadas
devido a vários fatores, em destaque para a falta de planejamento, falta de investimento, gestão
inadequada das companhias de saneamento, baixa qualidade dos projetos e burocracias na
obtenção de licenças para as obras. Devido à existência desses obstáculos não há crescimento
tão expressivo desse serviço ao longo do território brasileiro, se comparado com o
desenvolvimento deste nos países desenvolvidos.
Ao final do século XIX várias epidemias surgiram no país, que impulsionou às elites
brasileiras a se conscientizarem sobre a “interdependência sanitária” onde as doenças estavam
ligadas às péssimas condições sanitárias (DE SWAAN, 1990).
Nos séculos XIX e XX, no que se refere ao saneamento, o País
caracterizava-se por comportamentos particulares, em cada região, no
enfrentamento e na prevenção das doenças, justificados pela ausência de
unidade de ações, resultando no abandono e na marginalização das populações
carentes, o que se verifica ainda hoje (RUBINGER, 2008).

A fim de se minimizar a ocorrência desses problemas foram criadas diretrizes e leis ao


longo da história do país, para favorecer a implementação adequada dos serviços sanitários. Um
grande marco da história do saneamento no Brasil ocorreu em 1971, onde instituiu-se o Plano
Nacional de Saneamento (PLANASA) (SAIANI e TONETO JÚNIOR, 2010). Rubinger (2008)
declara que as ações realizadas através desse plano priorizaram e beneficiaram as áreas que
apresentavam retorno econômico dos investimentos, o que contribuiu para agravar o quadro de
desigualdades sociais no País. Na mesma linha de pensamento Rezende e Heller (2002)
ressaltam como deficiência deste modelo a falta de integração da política de saneamento com
outras políticas públicas, o que favoreceu a presença de assimetrias e a contribuiu para a
existência de um quadro de exclusão social no país.
O investimento dos serviços de saneamento foi por muito tempo centralizado nas
regiões mais desenvolvidas do território brasileiro, como Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A falta
17

de atenção para as demais regiões prejudicou em demasiado a vida da população residente no


Norte e Nordeste, que ao longo da história vem sofrendo com inúmeros impactos vinculados às
péssimas condições sanitárias, que se refletem no abastecimento com água de má qualidade,
falta de controle de patógenos, falta de tratamento de efluentes domésticos e industriais, bem
como má gestão de resíduos sólidos.
Muitos obstáculos surgiram no decorrer dos anos, como por exemplo a disputa pelo
gerenciamento desses serviços, que ocorreu entre governos federal, estadual e municipal. Com
o surgimento da Lei Federal nº 11.445 ou Lei Nacional do Saneamento Básico – LNSB em 05
de janeiro de 2007 os municípios passaram a ter autonomia para gerenciar essas diretrizes
(BRASIL, 2007).
Atualmente quem conduz as políticas, estratégias e metas para os serviços de
saneamento no Brasil é o PLANSAB (Plano Nacional de Saneamento Básico), que atua também
em conjunto com outros que monitoram as diretrizes, como a ANA (Agência Nacional de
Águas) e o SNIS (Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento).

2.2 Funções do saneamento

Dentre as principais funções do saneamento básico estão a coleta e o tratamento de


resíduos líquidos e sólidos (lixo e esgoto), prevenção da poluição de corpos hídricos e
manutenção da qualidade e do abastecimento da água (RIBEIRO e ROOKE, 2010). Outra
importante função desse serviço é a prevenção da disseminação de doenças e o controle de
vetores, que são veiculados por meio do resíduos sólidos e líquidos urbanos (CAVINATTO,
1992). Nesse sistema ainda incluem-se a drenagem das águas pluviais, prevenção de enchentes
e cuidados com as águas subterrâneas. Todas essas funções desempenham um importante papel
que é o de promover a integração mundial para o desenvolvimento sustentável, o que garante a
preservação do meio ambiente e sua biodiversidade animal e vegetal.
A política nacional de Saneamento básico define os conceitos para os principais pilares
do saneamento e estão sumarizados na Tabela 1.
18

Tabela 01 - Funções do saneamento básico de acordo com a PNSB.


Tipo de mecanismo Função

abastecimento de água constituído pelas atividades, infra-estruturas e instalações


potável necessárias ao abastecimento público de água potável,
desde a captação até as ligações prediais e respectivos
instrumentos de medição

esgotamento sanitário constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações


operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição
final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações
prediais até o seu lançamento final no meio ambiente

limpeza urbana e manejo de conjunto de atividades, infra-estruturas e instalações


resíduos sólidos operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e
destino final do lixo doméstico e do lixo originário da
varrição e limpeza de logradouros e vias públicas

drenagem e manejo das águas conjunto de atividades, infraestruturas e instalações


pluviais, limpeza e operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de
fiscalização preventiva das transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de
respectivas redes urbanas vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas
pluviais drenadas nas áreas urbanas

Fonte: Brasil (2007).

Em conformidade do exposto na tabela 1, quando mal gerenciadas, as áreas


representativas do saneamento podem apresentar sérias deficiências que comprometem o
funcionamento e eficiência das demais funções. Entre os problemas gerados pelo
gerenciamento inadequado estão a intensa poluição dos recursos hídricos, como mananciais de
abastecimento de água das cidades, deficiências no sistema de drenagem, contribuindo para
ocorrência de enchentes, condições inadequadas para a destinação do lixo, diminuição de áreas
verdes e aumentando a poluição do ar. É devido a isso que todos os sistemas de saneamento
devem prezar pela efetividade de suas funções.
O acesso a água limpa e de boa qualidade, bem como o acesso à um saneamento
adequado é um direito de todos os seres humanos (UNESCO, 2018). O fornecimento de água
potável é um serviço extremamente importante na prevenção de doenças, produção e
industrialização de alimentos e outros produtos (NERI, 2005). Como meio preventivo é capaz
de reduzir ou eliminar as chances de disseminação de patógenos, o que reduz a procura por
unidades de saúde, oferecendo à população a chance de ter uma vida mais saudável
(GUIMARÃES et al., 2007).
19

Os serviços de água tratada, coleta e tratamento dos esgotos levam à melhoria


da qualidade de vidas das pessoas, sobretudo na saúde Infantil com redução da
mortalidade infantil, melhorias na educação, na expansão do turismo, na
valorização dos imóveis, na renda do trabalhador, na despoluição dos rios e
preservação dos recursos hídricos, etc. (TRATA BRASIL, 2019a).

Nocko et al. (2017) também afirma que a melhoria do acesso à água potável e à
instalações de saneamento seguras, implica em impactos positivos à saúde. A OECD (2011)
aponta que o acesso ao saneamento e à água é capaz de contribuir para a diminuição das taxas
de mortalidade e morbidade. Isso pode ser explicado pelo fato de que a água é um dos principais
vetores de doenças infecciosas, devido às partículas em suspensão, sais dissolvidos e
microrganismos patogênicos, o que representa um alto risco sanitário à população caso seja
distribuída sem tratamento.
O mal gerenciamento do saneamento pode gerar graves problemas, que se refletem em
dados alarmantes sobre a situação de vida de milhares de pessoas ao redor do planeta. O
relatório da OMS – Organização Mundial de Saúde, revela que cerca de 2,2 bilhões de pessoas
no mundo não têm serviços de água potável gerenciados de forma segura, 785 milhões não
possuem nenhum tipo de acesso e 144 milhões ingerem água sem tratamento (WHO e UNICEF
2017a).
A garantia da disponibilidade a longo prazo de água de boa qualidade, só pode ser
evidenciada se houver, juntamente com outras ações, a coleta e o tratamento de esgotos e águas
pluviais (NOCKO et al., 2017).
Antunes e Barbosa (2013) afirmam que todos os critérios e projetos referentes à coleta
e tratamento de efluentes deverão ter como base cuidados que garantam a manutenção e
melhoria dos usos e qualidades dos corpos hídricos receptores já que esses sistemas de
tratamento têm como finalidade remover substâncias indesejáveis ou de transformá-las em
outras menos nocivas ao meio ambiente e à saúde humana.
A inadequação do esgotamento sanitário ou a ausência do mesmo pode provocar
alterações do meio em que o efluente é despejado, tais como rios e córregos, o que gera graves
consequências ambientais. Esses efluentes são classificados como efluentes sanitários e
industriais, cuja determinação da carga orgânica é fundamental para a definição do tratamento
e destinação adequada (ANTUNES e BARBOSA, 2013).
O aumento da poluição e o aparecimento de legislações voltadas às questões ambientais
intensificou a preocupação com o tratamento e a destinação final de efluentes. No Brasil, a
legislação que estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes é a Resolução
CONAMA Nº 357/2005, que também normatiza penalidades que podem ser aplicadas em caso
20

de descumprimento da legislação (BRASIL, 2005). Além disso a Resolução Nº 430/2011


também estabelece padrões e condições para o lançamento de efluentes no meio ambiente
(BRASIL, 2011).
Já em relação à coleta e gerenciamento de resíduos sólidos, a lei que rege essa gestão
no Brasil é a Lei Nº 12.305/2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
Ela define a gestão de resíduos sólidos como sendo o “conjunto de ações voltadas para a busca
de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica,
ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento
sustentável” (BRASIL, 2010b). Essa lei estabelece princípios que baseiam-se na não-geração,
redução, reutilização e o tratamento de resíduos sólidos, visando o tratamento e destinação final
ambientalmente adequadas (MONTEIRO et al., 2017), sendo de extrema importância na
elaboração de projetos de saneamento que visem o desenvolvimento sustentável de uma nação.
Art. 53. Os serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos urbanos, compostos pelas atividades mencionadas no art. 3º, inciso I,
alínea "c", e no art. 7º da Lei nº 11.445, de 2007, deverão ser prestados em
conformidade com os planos de saneamento básico previstos na referida lei e
no Decreto nº 7.217, de 2010 (BRASIL, 2010a).

Cunha (2001) relata que as operações de coleta visam recolher de forma organizada,
segura e econômica todos os resíduos sólidos gerados pela comunidade, bem como transportá-
los e levá-los para serem tratados ou dispostos em locais adequados. O tipo de coleta e posterior
tratamento dos resíduos sólidos depende da sua classificação, devendo ser tratados e destinados
conforme a sua especificidade determinada por lei.
O aumento da produção de bens de consumo e o acelerado crescimento populacional,
têm provocado um aumento na geração de resíduos a nível mundial, o que leva a refletir sobre
a necessidade de serem aplicados métodos de tratamento que visem a diminuição do volume do
lixo gerado. Além disso, a falta de estrutura e os danos gerados apontam para necessidade de
mudanças nas formas de tratamento, que tem sido negligenciada devido à falta de consciência
ambiental dos governantes e da população (REIS et al., 2017). Essa negligência contribui para
a persistência de métodos inadequados e destinação final do lixo, como lixões a céu aberto e
aterros controlados, por exemplo. Reis et al. (2017) apontam que pelo menos duas dezenas de
doenças humanas apresentam ligação direta ou indireta com os lixões, que favorecem a
proliferação de vetores e a contaminação do solo e águas.
Quando não há uma preocupação governamental em prestar o serviço de
saneamento básico os efeitos são imediatos e de consequências duradouras.
Compromete-se a saúde pública, causando uma série de doenças, inclusive, de
difícil tratamento à exemplo de ...eventuais lesões cutâneas causadas por cortes
por material perfuro cortantes como: vidros, latas, garrafas e palitos de
21

churrasco, geralmente jogados em ambientes costeiros, principalmente nas


praias (OLIVEIRA, 2018).

Atrelado aos problemas ocasionados pelo mal gerenciamento governamental, tem-se os


serviços de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas como os que apresentam maior
carência de políticas (BRASIL, 2013).
Na execução dos serviços de drenagem e manejo de águas pluviais são levados em
consideração aspectos sociais, legais, tecnológicos e ambientais. O controle das áreas mais
impermeabilizadas, verificação da aplicabilidade da legislação, tecnologias a serem utilizadas
e encaminhamento devido das águas são os aspectos que devem ser observados na
implementação desses serviços (EOS, 2018).
O Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) revela cenários sobre a realidade
brasileira no âmbito dos serviços de drenagem e manejo de águas:
A urbanização acelerada e caótica, com a falta de disciplinamento do uso e
ocupação do solo, inclusive das áreas de inundação natural dos rios urbanos, e,
ainda, a falta de investimentos em drenagem das águas pluviais, resultou no
aumento das inundações nos centros urbanos de maneira dramática. Também
o uso do sistema de drenagem para esgotamento sanitário doméstico e
industrial, a não existência de medidas preventivas nas áreas sujeitas à
inundação e a predominância de uma concepção obsoleta nos projetos de
drenagem têm contribuído para a ampliação dessa problemática. O
financiamento das ações é dificultado pela ausência de taxas ou de formas de
arrecadação de recursos específicas para o setor. No conjunto do País, dados
da PNSB 2008 indicam que 70,5% dos municípios possuíam serviços de
drenagem urbana, sendo que esse índice era maior nas Regiões Sul e Sudeste.
A existência de um sistema de drenagem é fortemente associada ao porte da
cidade (BRASIL, 2013).

No Brasil, o serviço público de drenagem pluvial urbana é realizado e custeado pelos


municípios (SCHMITT et al., 2018). Sousa e Freitas (2016) expõem que é essencial que um
planejamento seja efetivado, almejando a manutenção do ciclo da água, prevenindo assim danos
às edificações, e controlando problemas sanitários.

2.3 Situação atual do saneamento básico

A inadequação do saneamento básico a nível mundial é uma situação que faz parte da
realidade de bilhões de pessoas por todo o planeta, o que afeta diretamente a qualidade de vida.
Mais de 2 bilhões de pessoas ao redor do mundo não tem acesso a água de qualidade para o
consumo e mais de 4 bilhões não possuem acesso a saneamento seguro, representando ¼ e ½
da população mundial, respectivamente (WHO e UNICEF, 2017b). Não bastasse serem dados
alarmantes, ainda observa-se o fato de que a população mundial está crescendo rapidamente, o
que tem aumentado a demanda por água e acelerado o consumo de recursos naturais, sendo
estes os fatores responsáveis pela degradação acelerada do meio ambiente (WWAP, 2018).
22

Bartram et al. (2005) afirma que há uma crise silenciosa a rodear a vida de milhares de
pessoas, sendo ela responsável por matar cerca de 3900 crianças por dia e dificultar o alcance
do Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Suas causas estão diretamente relacionadas com
a inadequação ou falta de condições sanitárias eficientes.

2.3.1 O cenário brasileiro

As condições históricas de exploração do Brasil foram responsáveis por muitos


problemas persistentes no país, que se acentuaram com a crescente corrupção, perdurando
consequências drásticas ao longo dos anos. A pobreza, condições precárias de saúde e educação,
são o reflexo do desinteresse dos governantes para com a manutenção da qualidade de vida no
país. Com uma população de cerca de 210 milhões de habitantes, o Brasil ainda apresenta um
grande déficit quando o assunto é esgotamento sanitário.
Segundo Damatta (1986) no Brasil há uma resistência por parte da população e dos
governantes de cumprir com as obrigações legais. O “jeitinho brasileiro” está presente até nas
áreas em que se necessita uma maior seriedade e comprometimento técnico, como por exemplo,
na execução de projetos governamentais. O problema que há no jeitinho brasileiro é a péssima
cultura de por a economia acima da qualidade dos produtos e serviços, o que leva à população
e seus respectivos governantes a sempre buscarem soluções mais “baratas” para os problemas.
Esse tipo de economia está muitas vezes presente na compra de materiais e na contratação de
profissionais mais baratos, que em algumas situações não são os mais adequados ou
capacitados.
O professor Franci (2016) aponta um outro aspecto negativo gerado pela implementação
de tecnologias inadequadas para os problemas de saneamento que pode ser observado com o
favorecimento de fornecedores incompetentes.
Tome-se como exemplo o Espírito Santo, onde desde a década de 1990 vários
programas de saneamento de âmbito estadual se sucederam com a promessa
de universalizar os sistemas de água e esgoto. Por volta do ano 2000 houve um
importante edital que deu origem à implantação das principais estações de
tratamento de esgoto sanitário hoje existentes no estado. Várias denúncias
foram realizadas na ocasião ao Ministério Público Estadual e ao Banco
Mundial sobre o resultado da licitação, que teve como vencedora a
empresa...com o sexto melhor preço (FRANCI, 2016).

Como reflexo disso, Franci (2016) observa que atualmente as cinco grandes Estações
de Tratamento de Esgoto implantadas possuem uma alta conta de energia de cerca de 12
milhões por ano, onde o dinheiro desperdiçado limita os investimentos da empresa na melhoria
dos sistemas de saneamento.
23

Isso é fácil de ser observado na execução de projetos de saneamento, principalmente na


parte de esgotamento sanitário. Em várias partes do Brasil, principalmente nas regiões menos
desenvolvidas, as instalações sanitárias não são devidamente dimensionadas e inseridas no
sistema, seja por imperícia técnica ou por questão de economia nos materiais, o que pode vir a
gerar sérios problemas como entupimento das canalizações em residências e em vias públicas
pelo acúmulo de um volume de resíduo incompatível com a capacidade do sistema. Um
exemplo contrário disso é o que ocorre nos Estados Unidos, onde toda a canalização do
esgotamento sanitário, além de cumprir sua função de receber os resíduos de origem humana,
também é preparada para receber resíduos sólidos como papel ou similares diretamente nos
vasos sanitários.
Além disso, a cultura corrupta existente no Brasil impede com que certos governantes
busquem investir em serviços sanitários, por não serem obras visíveis à população (MILARÉ,
2018).
O interesse manifestado pelos governantes é a reeleição após o encerramento do
mandato e para que isso ocorra eles buscam investir em obras consideradas visíveis. Outro
grave problema que também impede com que a população tenha acesso a condições sanitárias
dignas é o desvio de capital, uma vez que não direcionado corretamente ou não aplicado às
áreas de necessidade da população gera problemas (EOS, 2017a).
O presidente do instituto Trata Brasil, Édison Carlos aponta que nos investimentos no
setor de saneamento básico do Brasil ainda são muito baixos, o que leva ao país a apresentar
indicadores de saneamento típicos de século 19, o que não deveria ocorrer. O Instituto Trata
Brasil indica que os números do Brasil referentes ao saneamento básico estão estagnados a
anos, onde apontam que cerca de 35 milhões de brasileiros não possuem acesso à rede de água
potável, 100 milhões não são contemplados com coleta de esgotos e apenas 46% dos esgotos
gerados são tratados (TRATA BRASIL, 2019b).
Dados brasileiros mostram que a universalização da coleta de esgoto seria capaz de
reduzir cerca de 74,6 mil internações ao ano (TRATA BRASIL, 2019b). Em nível nacional o
desenvolvimento adequado do saneamento é limitado, devido á ausência de estratégias de
planejamento na área da saúde (HELLER, 1997). No Brasil, o quadro epidemiológico tem
piorado principalmente nas áreas mais carentes, devido às persistentes doenças ocasionadas
pela falta ou inadequação do saneamento (EOS, 2017b). Em 2017 foram apontadas mais de 258
mil internações por doenças de veiculações hídricas no país segundo o Ministério da Saúde
(DATASUS, 2017).
24

O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento aponta em seu relatório que 93%
de toda a população urbana do Brasil é abastecida com água onde as regiões do Sul (98,4%),
Centro-Oeste (98,1%) e Sudeste (95,9%) apresentam os melhores índices (BRASIL, 2019a). Já
as regiões Nordeste (88,8%) e Norte (70,0%) apresentam as menores percentagens de
abastecimento de água do país, o que revela a necessidade de se ter um maior investimento e
alcance e atenção das políticas públicas de saneamento (BRASIL, 2019a). Segundo o mesmo
sistema, o índice de perdas no sistema de distribuição de água no ano de 2017 foi de 38,3%,
onde a região que mais apresentou perdas foi a região Norte, com 55,1%.
Em relação ao esgotamento sanitário cerca de 60% da população urbana do país conta
com rede coletora de esgoto, tendo como pior índice a região Norte (13%) e melhor índice a
região Sudeste (83,2%) (BRASIL, 2019a). Desses 60% apenas 46% é tratado, porém quando
comparado aos dados do ano anterior, percebe-se que houve um aumento de 252,5 mil (4,6%)
e de 122,9 mil metros cúbicos (3,0%), nos volumes de esgotos coletado e tratado,
respectivamente o que indica um melhoramento nos serviços prestados e redução de impactos
ambientais.
Observando o total populacional atendido pelos serviços de abastecimento de água,
coleta e tratamento de esgoto, e não só a população urbana, é possível perceber que há uma
certa queda nos índices citados. As informações sobre os dados estatísticos da população
brasileira contemplada pelos serviços de saneamento encontram-se sumarizada no gráfico 01.

Gráfico 01 - Percentual da população brasileira total contemplada com serviços de saneamento


básico por regiões.

Fonte: Brasil (2019a).


25

O Brasil é o quarto país no mundo que mais produz lixo (WWF, 2019). No ano de 2017
a cobertura de coleta do lixo domiciliar atendeu 91,7% da população brasileira representando
uma massa de 60,6 milhões de toneladas de resíduos, onde registrou que cerca de 0,95 kg por
habitante dia foram coletados (BRASIL, 2019b). Relatórios feitos apontam que para cada 10
kg de resíduos, apenas 400 gramas são coletadas de forma seletiva. Apenas 1,65% do total de
resíduo sólido urbano coletado no país é efetivamente recuperado (BRASIL, 2019b).
A Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) estabelece que todos os lixões do país
deveriam ser fechados e substituídos por aterros sanitários até o ano de 2014, porém isso não
foi possível (BRASIL, 2010b). Muitos estados do brasil ainda têm os lixões como o destino
principal do lixo. Uma outra situação preocupante é a falta de informações sobre a destinação
de uma grande quantidade de resíduo gerado.
A figura 2 ilustra as formas de disposição final dos resíduos adotada pelos municípios,
nas Regiões Geográficas e no Brasil:

Figura 02 - Percentual de municípios conforme o tipo de disposição final de resíduos.

Fonte: Brasil (2019b).

Na figura pode-se perceber que a porcentagem de aterros sanitários ainda é muito


pequena se comparado às outras formas de destinação dos resíduos sólido, o que leva a
conclusão de que o Brasil ainda encontra-se muito atrasado em relação ao desenvolvimento dos
serviços de saneamento, sobretudo em relação ao gerenciamento de resíduos.
26

2.3.2 Saneamento no cenário nordestino

Devido às suas condições históricas, a região nordeste constantemente apresenta índices


de saneamento muito piores do que outras regiões do Brasil. O SNIS aponta que apenas 46,3%
da população do Nordeste é abastecida com água potável, 34,8% do esgoto é coletado
(BRASIL, 2019a).
É perceptível em algumas regiões brasileiras, especialmente o Nordeste, uma enorme
incidência de parasitoses intestinais e doenças, principalmente nas zonas rurais (FONSECA et
al., 2010). Além disso a área sofre com a falta de abastecimento de água tratada, onde cerca de
30 % da população não tem acesso (BRASIL, 2016). Esses dados ainda mostram que há grandes
perdas na distribuição de água na região (46,94%), com destaque para os estados do Rio Grande
do Norte (53,80%), Maranhão (57,85%) e Sergipe (60,21%). Em relação à porcentagem da
coleta de esgoto, o Nordeste apresenta uma das piores, com apenas 23,81% dos esgotos coletado
e 31,44% tratados (BRASIL, 2016). Apesar disso o investimento na última década trouxe
melhorias notáveis, porém a falta de recursos e de capacidade técnica efetiva retardam o
processo (ENANPUR, 2017).
Outro ponto importante é apresentado por Lins (2019) sendo mostrado o quadro de
doenças de veiculação hídrica no Nordeste, como infecções intestinais, dengue, diarreia e
gastroenterites. A autora descreve uma queda no número de casos de infecções intestinais,
diarreia e gastroenterites de entre os anos de 2014 e 2016, porém revela um sensível aumento
no número de casos de dengue, devido a uma epidemia no ano de 2016. A autora também
apresenta dados sobre a mortalidade infantil no Nordeste, que supera a taxa de mortalidade
infantil por morbidade do Brasil no ano de 2016, sendo 3,23 para o Brasil e 3,95 para o
Nordeste. Ela ainda observa que o período de aumento da taxa de mortalidade coincide com o
período em que houve maiores internações devido a doenças relacionadas ao saneamento
básico.
Sousa e Leite Filho (2008) estudaram o impacto do saneamento sobre a mortalidade
infantil de crianças menores de 1 ano no Nordeste brasileiro, e observaram uma redução 31,8%
entre os anos de 1991 e 2000 para as cidades que apresentaram evolução no acesso à água
tratada.
Os dados coletados por Duarte (2018) revelam o distanciamento entre o ideal e a
concretude da realidade, sendo perceptível o descaso no cuidado dessas questões relativas ao
saneamento básico no Nordeste. Pode-se afirmar, portanto, que esse sistema praticamente é
inexistente, dada a contingência que o mesmo deveria cobrir.
27

No indicador que mede acesso à água e esgoto inadequados, os resultados


mostram que apenas quatro municípios apresentaram resultado igual a zero,
sendo eles Várzea Grande (PI) (que pertence à Nova Delimitação), Aroeiras
do Itaim (PI), Carrapateira (PB) e Timbaúba dos Batistas (RN). Esses
municípios, de acordo com o Indicador, estão mais próximos de possuir acesso
adequado à água e esgoto Apenas 30 municípios apresentaram resultado maior
que 50% (DUARTE, 2018 p. 47).

Saiani e Tonedo Junior (2010) afirmam a distribuição do saneamento ao longo do país


é desigual devido à critérios econômicos, onde quanto maior a contribuição monetária de uma
determinada região, maior é o investimento em saneamento. Segundo eles esse é o motivo pelo
qual as regiões mais pobres do Brasil, como o Nordeste, não têm tanto acesso ao saneamento
básico de qualidade.
Um fato notável existente na região Nordeste foi apontado por Silva (2015) que diz
respeito à atuação do programa Cisternas, que foi responsável por instalar um milhão de
cisternas com mecanismos de captura da água da chuva. Segundo o autor essa iniciativa
contribuiu no melhoramento da qualidade de vida da população do semiárido nordestino, o que
também evitou a migração para regiões com maior disponibilidade de água.
Cirilo (2008) esclarece sobre o desenvolvimento de processos de reutilização da água
em indústrias do Nordeste, porém mostra que essa realidade ainda não alcançou a reutilização
de efluentes sanitários tratados ou não para outros tipos de atividades.
Portanto, a permanência de um sistema de saneamento básico no Nordeste brasileiro é
uma realidade a ser construída em detrimento dos diversos aspectos até então questionados, e
que certamente trazem preocupação, mas também esperança, pois através do conhecimento da
realidade exposta se torna mais fácil toda e qualquer iniciativa, no sentido de viabilizar o acesso
ao direito de saneamento básico para essa região tão carente do mesmo.

2.3.3 Situação do saneamento no semiárido brasileiro

O Semiárido é uma microrregião que quase sempre é associado à região Nordeste, isso
porque na diversidade da composição dos estados nordestinos observa-se a permanência do
clima semiárido. Conforme Duarte (2018) o semiárido e o nordeste brasileiro são, de fato, a
extensão um do outro.
Dos nove estados que compõem a região Nordeste, todos possuem mais de
20% da sua população que habita municípios caracterizados como semiárido.
Destaque para os estados do Piauí, Ceará e Paraíba, que possuem mais de 60%
da sua população, sendo o Piauí o que mais possui pessoas nessa classificação
(87%) (DUARTE, 2018 p. 34).
28

Cirilo (2008) esclarece que as regiões semiáridas apresentam uma baixa precipitação
anual entre 250 e 500 mm e com uma vegetação de arbustos que perdem as folhas nos meses
mais secos.
Considerando o aspecto da climatologia da região, percebe-se que a escassez de água é
um desafio para a mesma. No semiárido brasileiro uma grande parte de famílias humildes ainda
utiliza tecnologias de eficiência limitada de saneamento (fossa seca, fossa negra e tanque
sépticos) cuja operação desencadeia a contaminação do solo e água, o que prejudica a saúde da
população. Ainda segundo Cirilo (2008) há um grande problema envolvendo a destinação dos
esgotos, que são direcionados à corpos hídricos, o que gera consequências desastrosas para o
ambiente, como poluição, doenças e redução de água potável.
A disposição de resíduos ricos em nutrientes, especialmente nitrogênio e
fósforo, nos rios e outros corpos d’água, tem levado à eutrofização de
mananciais e contribuído para floração de algas tóxicas chamadas cianofíceas,
que se constituem em uma verdadeira praga para os reservatórios de
abastecimento de água. Essas algas liberam toxinas (neurotoxinas e
hepatotoxinas) que podem causar sérios danos à saúde humana, até mesmo a
morte. O tratamento da água, além de difícil, é extremamente dispendioso
(CIRILO, 2008 p.74).

Segundo Ferreira et al. (2015) a qualidade da água em regiões como a do semiárido,


especialmente no estado do Rio Grande do Norte, é comprometida devido à enorme quantidade
de sais na água subterrânea.
No Semiárido brasileiro existem somente 243 sedes municipais que possuem sistema de
coleta de esgoto sanitário e apenas 43,7% da população pertencente a essas sedes são atendidas
com tais serviços (MEDEIROS et al., 2014). A tabela 02 apresenta o número de sedes
municipais do semiárido brasileiro atendidas com sistema de coleta de esgoto sanitário.
29

Tabela 02 - Número de sedes municipais do Semiárido brasileiro atendidas com sistema de


coleta de esgoto sanitário.
Índice de
atendimento
urbano de
esgoto
Número de sedes
Semiárido População (hab) referido aos
municipais
municípios
atendidos
com esgoto
(%)
Urbana Urbana
das Urbana atendida
Atendidas sedes efetivamente com
com Urbana com atendida com sistema de
Total sistema de dos sistema sistema de coleta e
coleta de municípios de coleta coleta de tratamento
esgoto de esgoto de esgoto
esgoto sanitário sanitário
sanitário
Alagoano 38 2 506610 48465 35949 35949 72,2
Baiano 266 51 3997766 2113805 977660 846950 46,3
Cearense 150 68 3046650 2170829 743468 666598 34,3
Mineiro 85 35 727435 482316 291717 242493 60,5
Paraibano 170 22 1425603 710608 377766 343846 53,2
Pernambucano 122 16 2399752 1018846 440589 325162 43,2
Piauiense 128 5 524348 92433 29567 23667 32,0
Potiguar 147 40 1221023 685667 298570 284542 43,5
Sergipano 29 4 252006 53508 26559 2734 49,6
total 1135 243 14101193 7376477 3221845 2771941 43,7
Fonte: SNIS adaptado por Medeiros et al. (2014).

De acordo com um relatório elaborado pelo INSA, o tipo de rede coletora de esgoto
predominante no semiárido é a rede separadora convencional, responsável por captar, coletar e
transportar esgoto e água pluvial, representando 48,2% das sedes (MEDEIROS et al., 2014). O
autor evidencia que em relação aos sistemas de tratamento de esgoto as lagoas facultativas, de
maturação, anaeróbia, aeróbia, mista e aerada, podem ser encontradas na região semiárida.
O relatório do INSA ainda afirma que nos 8.235 km de rede de coleta de esgoto existente
na região foram registrados 56.993 extravasamentos, onde tem-se os semiáridos piauiense,
sergipano, potiguar, cearense, paraibano e mineiro apresentando condições de operação mais
eficientes (MEDEIROS et al., 2014).
Percebe-se que a coleta dos registros relativos às questões de saneamento no semiárido
não ocorre de forma igualitária, há descasos em algumas regiões, fator que dificulta o
mapeamento preciso das necessidades, gerando prejuízos que se sucedem ao longo dos anos
(DUARTE, 2018). Na pesquisa de Duarte, é possível identificar o descompromisso em relação
à coleta de dados para os órgãos de vigilância sanitária em estado como o Rio Grande do Norte,
30

onde pode-se afirmar, que por ocasião da pesquisa, praticamente não há informações neste
sentido, pois a área informada é ínfima em relação à contingência do estado.

2.4 A importância do saneamento básico

As questões da promoção de um sistema de saneamento básico eficaz dizem respeito à


promoção da qualidade de vida, da qual todo o ser humano necessita, a negação desse aspecto
é a extensão da negação do direito à vida. Assim:
A deficiência dos serviços de saneamento básico tem profunda correlação com
questões de saúde pública e de degradação do meio ambiente. A falta de
saneamento básico e a precariedade dos serviços contribuem para a incidência
de infecções gastrointestinais de origem infecciosa presumível. Ademais, a
falta de saneamento é a principal causa de degradação ambiental das bacias
hidrográficas brasileiras, principalmente daquelas onde estão situadas grandes
metrópoles. Essa situação de carência permite a disseminação de doenças de
veiculação hídrica, com impactos negativos em campos como educação,
trabalho, economia, biodiversidade, disponibilidade hídrica e outros
(FERREIRA e GARCIA 2017, p.2).

É possível, portanto, a percepção dos prejuízos que a ausência de uma vigilância


sanitária eficiente pode causar. Problema que atinge à população, nos mais variados grupos
sociais, sendo responsável por doenças que têm veiculação direta com os recursos hídricos
disponíveis. A precariedade dos serviços oferecidos é, por demais ultrajante, que se perpetua
ao longo dos anos na totalidade dos estados, bem como os seus municípios, com raríssimas
exceções. Esse problema tem uma proporção gigante, desde o aspecto familiar ao social é
impossível não perceber os danos causados pela falta de saneamento básico. No aspecto
industrial não ocorre diferente. Simensato e Bueno (2019) afirmam que a água potável é
extremamente importante para as indústrias alimentícias, e sua indisponibilidade prejudica a
qualidade sanitária do produto. Isso se torna ainda mais importante quando entende-se que a
água é incorporada em vários produtos da indústria de alimentos, o que alerta ainda mais para
a necessidade de garantir sua potabilidade (CUNHA, 2016).
A água, portanto, como recurso essencial para a existência da vida, em sua forma mais
ampla e diversificada, necessita ser cuidada para cumprir de forma eficiente o seu propósito.
Marin-Morales et al. (2016) esclarece que por ser um solvente universal, a água é capaz de se
misturar com várias substâncias, incluindo aquelas que podem contaminá-la.
A implementação de condições sanitárias adequadas é de extrema importância para a
população mundial. Países que ainda não atingiram a universalização dos serviços de
saneamento básico carregam péssimos índices de desenvolvimento humano, índice de
qualidade ambiental e salubridade (NERI, 2005).
31

Compreende-se, nesta perspectiva, a urgência de um programa de saneamento básico


onde o acesso a água seja controlado de forma eficaz, pelos órgãos competentes, onde os
municípios ofereçam condições de mapeamento dos recursos hídricos disponíveis.

2.5 Impactos gerados pela inadequação do saneamento básico

O conceito de impacto ambiental é apresentado pelo Conselho Nacional do Meio


Ambiente (CONAMA), em sua resolução Nº 001/86 como sendo "qualquer alteração das
propriedades físicas, químicas, biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de
matéria ou energia resultante das atividades humanas que afetem diretamente ou indiretamente:
a saúde, a segurança, e o bem estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota;
as condições estéticas e sanitárias ambientais; a qualidade dos recursos ambientais" (BRASIL,
1986).
Os impactos ambientais, sociais e econômicos gerados pela inadequação do saneamento
básico são originados devido à ocorrência de deficiências ou falhas no desempenho das funções
do saneamento, podendo ser relacionadas com a ineficácia na coleta e tratamento de esgotos, a
não disponibilidade de água potável para a população, falhas no sistema de drenagem e coleta
de águas pluviais e mal gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos.

2.5.1 Impactos ambientais

O meio natural e social é bastante complexo devido a interação de seus componentes


entre si e com outros meios. Sabe-se que devido a isso o meio ambiente está exposto a diversas
modificações constantemente, sendo estas consequências de fenômenos naturais ou ações
antrópicas. Como o meio ambiente interage com a população de várias localidades, é de se
esperar que certas ações sejam provocadas sobre ele, causando assim impactos ambientais, que
podem ser benéficos ou não.
A falta ou inadequação dos serviços básicos de saneamento além de acarretar altos riscos
para a saúde, contribuem para a degradação do meio ambiente, causando danos. Estes
problemas ambientais são decorrentes da inadequação dos tratamentos de esgotos, destinação
inadequada dos resíduos sólidos urbanos (depósitos ao a céu aberto) e da falta de drenagem das
águas pluviais, o que pode gerar enchentes (LAHOZ e DUARTE, 2015). Esse cenário somado
à ocupação desordenada, são responsáveis por gerar vítimas fatais e prejuízos econômicos ao
patrimônio (BARBOSA e IBRAHIN, 2014). Estes problemas atingem principalmente a
população com menor poder aquisitivo, que habita em áreas inapropriadas como fundos de
vales, áreas de encosta e várzeas (SOUSA e TRAVASSOS, 2008). No cenário que envolve a
32

falta, mal gerenciamento ou inadequação do saneamento básico é de se esperar que haja uma
implicação sobre o meio ambiente de forma negativa.
Cirino (2018) relaciona a falta de esgotamento sanitário adequado com o aumento
populacional e crescimento das cidades, que traz como consequência o desequilíbrio do meio
ambiente. Segundo a autora, isso ocorre devido ao lançamento a céu aberto das águas que saem
das residências sem tratamento, que pode ser percebido em alguns locais no lançamento de
esgotos diretamente sobre o solo ou em corpos hídricos. Isso trás sérios problemas para o meio
ambiente, além da disseminação de doenças para a população.
O esgoto é um efluente líquido composto por 99% de água e 1% de matéria orgânica, no
qual estão presentes excrementos humanos e água do serviço doméstico, onde seu tratamento
tem como finalidade desfazer essa mistura (GOMES et al., 2005). Quando o esgoto não é
coletado de forma adequada ou simplesmente não existe rede coletora, a população utiliza fossa
séptica ou lança seus efluentes contaminados diretamente em valas, córregos, rios e praias
(LINS e LINS, 2019). Philippi Jr (2004) relata que as praias são um alvo constante dessa
realidade, pois as construções próximas a ela favorecem o despejo do esgoto no mar. Tais
atividades contribuem sobremaneira para a poluição e contaminação de corpos hídricos e do
meio ambiente em geral:
Esse tipo de atitude provoca a morte principalmente da vida marinha, muitos
dos organismos não sobrevivem por longo tempo em ambientes marinhos,
especialmente devido à ação das radiações solares, temperatura, salinidade,
predação e competição e antibióticos produzidos por organismos marinhos,
enquanto muitos patógenos podem sobreviver por mais tempo sob tais
condições e representar risco potencial à saúde pública (LINS e LINS, 2019).

Além dos impactos à saúde, a deterioração causada pelo despejo de esgoto sem
tratamento em corpos hídricos compromete os padrões de qualidade ambiental. Esses padrões
levam em conta alteração da quantidade de oxigênio disponível no meio, matéria orgânica, pH,
nutrientes e temperatura do curso d'água (SOARES et al., 2002). Dependendo da magnitude
essas alterações podem trazer consequências desastrosas para o ecossistema. Uma das mais
graves seria o processo de eutrofização do corpo hídrico apontado por Von Sperling (2005). O
autor afirma que cargas altíssimas de nitrogênio e fósforo, no esgoto bruto, podem provocar o
crescimento exagerado de algas na superfície do corpo hídrico, criando uma camada que impede
a penetração dos raios solares na água. A ausência de luz provoca a morte das algas nos níveis
mais inferiores do corpo hídrico, o que aumenta ainda mais a quantidade de matéria orgânica
na água. Segundo Von Sperling (2005) isso provoca um aumento na concentração de bactérias
que se alimentam da matéria orgânica, consumindo o oxigênio dissolvido no meio Esse
fenômeno é responsável por provocar a diminuição da quantidade de oxigênio disponível para
33

os seres aquáticos, causando a morte de peixes e outros seres aquáticos, alteração da cor, odor
e sabor da água, modificando a qualidade da água e tornando-a imprópria para o consumo sem
o devido tratamento.
Seja pela ineficiência do tratamento ou pela sua ausência, os impactos gerados pelo
descarte indevido de esgotos não se restringem somente às altas concentrações de matéria
orgânica presente no efluente, mas também de várias outras substâncias que podem apresentar
toxicidade. Um grave impacto não muito citado no cotidiano é àquele ocasionado pela presença
de medicamentos descartados inadequadamente, ou excretados, que contaminam os efluentes.
Ao serem dispersos no ambiente, essas substâncias podem contaminar o homem através da água
e do solo, causando impactos sobre o meio ambiente e sobre a saúde pública (FALQUETO et
al., 2010). Borrely et al. (2012) afirma que devido aos medicamentos apresentarem substâncias
pouco voláteis, sua distribuição ocorre no ambiente aquático e também são dispersos na cadeia
alimentar.
Em seus estudos Falqueto et al. (2010) citam que uma quantidade de 50% a 90% dos
medicamentos ingeridos é excretada e chega aos esgotos. Kümmerer (2001) em seus estudos
afirma que dentro dos grupos de fármacos que são mais preocupantes, os antibióticos e
estrogênios merecem uma atenção especial. Devido ao seu uso muitas vezes indiscriminado, os
antibióticos apresentam o potencial de desenvolver bactérias resistentes no ambiente, o que
representa um problema gravíssimo para a saúde pública, fato estudado por alguns
pesquisadores como Bower (1999), Miranda e Castillo (1998).
Estudos apontam que os estrogênios também representam um grande perigo para o meio
ambiente devido ao seu potencial de afetar negativamente o sistema reprodutivo de seres
aquáticos (SUMPTER, 1998). Os estudos de Sumpter (1998) mostram a ocorrência da
feminização de peixes machos em rios contaminados com descarte de efluentes contendo
estrogênios. Harrison et al. (1997) afirmam que substâncias como essas podem estar ligadas a
ocorrência de câncer de mama em mulheres e câncer testicular em homens, bem como e redução
da fertilidade masculina, além de provocar distúrbios de fertilidade em espécies marinhas.
Os estudos de Borrely et al. (2012) avaliaram a contaminação das águas por resíduos do
fármaco cloridrato de fluoxetina. Brooks et al. (2005) detectou fluoxetina em tecidos de peixes.
Outro grave problema causado pelo mal gerenciamento do lixo ou esgotamento sanitário
é o causado pelos microplásticos. Esses materiais correspondem à minúsculas partículas de
plástico que adentram no meio aquático geralmente através de esgotos, rios, vento, escoamento
superficial e deposição humana direta, chegando a corpos hídricos (ANDRADY, 2011). Devido
34

à sua persistência no ambiente e sua alta durabilidade esse composto é responsável por causar
graves desequilíbrios em ecossistemas aquáticos.
Gouveia (2018) disserta que os microplásticos são capazes de entrar em organismos
humanos e animais através da ingestão de água ou outros de seres vivos, podendo se acumular
dando continuidade ao fenômeno de bioacumulação ao longo da cadeia trófica. Anbumani e
Kakkar (2018) afirmam que o acúmulo de microplásticos no organismo pode causar disfunções
alimentares, causando danos no sistema digestivo e outras complicações metabólicas, bem
como pode causar alterações nas funções hepáticas.
Segundo Portela et al. (2011) a produção de resíduos sólidos tem aumentado e se
intensificado com o tempo, onde atrelado a isso tem-se observado a incorporação de uma grande
variedade elementos prejudiciais à saúde descartados junto a esses resíduos. A autora explica
que a destinação inadequada e o mal gerenciamento desses resíduos pode contaminar o solo e
corpos hídricos e assim contribuir para o aparecimento de vetores causadores de doenças.
Tartari (2005) e Lauermann (2007) acrescentam que a deposição inadequada,
consequência do mal gerenciamento de resíduos sólidos, é capaz de contaminar o solo com
metais pesados e substâncias tóxicas. Os autores ainda afirmam que essa prática permite a
redução da biota do solo, diminuindo a sua biodiversidade, bem como a diversidade da fauna,
além de causar impactos como poluição de áreas próximas, contaminação dos catadores e
poluição visual. O grande problema que envolve os catadores é o de que eles se submetem a ter
o contato direto com materiais que podem gerar danos á saúde, sofrendo riscos de contaminação
por químicos, lixo hospitalar, materiais cortantes etc (CAVALCANTE e FRANCO, 2007).
Sasaki (2017) aponta que o problema gerado pelos lixões está relacionado à sua
deposição inadequada a céu aberto, sem nenhum controle sanitário ou ambiental, o que faz com
que os materiais fiquem em contato direto com o solo descoberto. O autor ainda esclarece que
os impactos ambientais mais notáveis da deposição de resíduos a céu aberto seriam a produção
de chorume e gases como o metano, um dos agravadores do efeito estufa. Possamai et al. (2007)
descreve esses ambientes como sendo propagadores de vetores de doenças, sejam eles macro
ou microvetores, como cachorros, gatos, ratos, urubus, pombos ou moscas, mosquitos, bactérias
e fungos.
Outro grave problema que causa impactos ambientais é a falta de drenagem,
principalmente nos centros urbanos, onde em épocas de grande precipitação ocorrem enchentes,
expondo à população a riscos (OLIVEIRA, 2008).
35

Segundo Santos (2018) planejamentos inadequados de drenagem urbana aliado às


alterações sofridas pelo solo favorecem a disseminação de problemas que são revertidos em
gastos estruturais onerosas.
Montes e Leite (2008) esclarece a problemática do mal gerenciamento da drenagem
urbana.
Todo este processo, quando não implantado e gerenciado de forma planejada
e sustentável, acaba gerando vários problemas, tais como: enchentes,
inundações, enxurradas e conseqüente contaminação dos rios, resultando em
diversos impactos sócio-ambientais como, por exemplo, a alteração da
qualidade das águas dos córregos provenientes da carga de poluentes, assim
como de resíduos sólidos lançados juntamente com as águas pluviais;
surgimento de erosões; escorregamento de encostas; além de problemas
relacionados à saúde pública (com veiculação de doenças) e interdição de vias
com prejuízo ao trânsito de veículos (MONTES e LEITE 2008 p.2).

Tucci (2008) afirma que tais problemas ainda assumem características mais desastrosas
quando o meio urbano não possui serviços de tratamento de esgoto adequado, o que provoca o
carreamento dos efluentes para as redes de esgotamento pluvial. Segundo o autor, esse fator
provoca a contaminação de corpos hídricos, tendo como consequência a disseminação de
doenças de veiculação hídrica.

2.5.2 Impactos sociais e à saúde humana

Desde 1990 têm se observado uma diminuição da qualidade da água nos mananciais
superficiais de regiões como a África, Ásia e América Latina; estima-se que cerca de 3,6 bilhões
de pessoas sobrevivem em regiões com escassez hídrica (WWAP, 2018). Isso deve-se ao
crescimento populacional exponencial, desenvolvimento econômico e intensificação do
consumo, visto nos últimos anos, que ocasionou um aumento no consumo mundial de água.
A literatura reconhece que o acesso aos serviços de água de boa qualidade e tratamento
de esgoto são essenciais para se minimizar vários impactos à saúde da população, além de
contribuir para a diminuição da mortalidade infantil (WATSON, 2006; GERUSO e SPEARS,
2015).
As precárias condições de saneamento básico propiciam a transmissão de
bactérias, vírus e parasitas, que estão presentes nas fezes, urina ou vômito do
doente ou portador, causadores de diversas doenças infectocontagiosas. A
diarreia é a mais conhecida dentre elas, pelos seus efeitos devastadores sobre
a taxa de mortalidade infantil em diversos países do mundo. No entanto,
existem diversas outras doenças que também merecem preocupação quanto aos
danos causados à população, em especial às crianças, tais como a
esquistossomose, febre amarela e malária (SCRIPTORE e AZZONI, 2018).

A contaminação por parasitas ainda pode provocar patologias como má absorção dos
alimentos e anemia, que é ocasionada pela deficiência de ferro no organismo (KUNZ et al.,
36

2008). Esses problemas são responsáveis por afetar o comportamento de crianças, dificultando
sua capacidade de atenção e concentração e assim contribuindo negativamente para o seu
aprendizado rendimento escolar (ARAÚJO e SANTOS, 2009; KUNZ et al., 2008).
Um grave problema social está ligado à área da educação, onde pesquisas mostram que
a falta de saneamento básico em escolas gera uma menor frequência por parte dos alunos,
provocando uma redução de 18% no aproveitamento escolar (SANTOS et al., 2018).
Cabral-Miranda et al. (2010) e Santos-Junior et al. (2006) relacionaram a presença do
protozoário G. duodenalis em indivíduos residentes na região semiárida brasileira, com as
péssimas condições de higiene e qualidade da água, onde foi constatado que 30,2 % e 48,3%
dos indivíduos da comunidade, respectivamente, eram hospedeiros.
Analisando uma comunidade carente, Cabral-Miranda et al. (2010) ainda apontam que
as precárias condições de vida pedem a consolidação de programas de tratamento, saneamento
e educação, para assim garantir melhorias da qualidade de vida das crianças e adolescentes.
Além das doenças mais comumente associadas à inadequações do saneamento básico,
a precariedade dos serviços sanitários pode ser influenciar na ocorrência de doenças cardíacas
graves. Estudos mostram que um saneamento básico precário expõe a população a bactérias
causadoras de doenças graves, como as do tipo Streptoccocus pyogenes, muito comum em
países em desenvolvimento como o Brasil (ARAUJO FILHO et al., 2006).
Esse tipo de bactéria é responsável por causar infecções estreptocócicas que podem ter
como sequela grave, a febre reumática (SILVA et al., 1979).
A febre reumática, por sua vez, quando não combatida adequadamente, pode causar
cardiopatias graves como comprometer o miocárdio e as válvulas cardíacas do coração
(SOUZA et al., 2007).
Esse tipo de cardiopatia ocasiona arritmias cardíacas e cansaços excessivos, sendo
necessário haver intervenção cirúrgica em vários casos, para substituir as válvulas do coração.
Esse problema compromete totalmente a qualidade de vida do indivíduo exposto, pois além de
reduzir sua expectativa de vida, exige acompanhamento médico frequente, o que também é
refletido em gastos com a saúde pública.
Além da falta de tratamento do esgoto, grande parte da população mundial ainda sofre
com a ausência de instalações sanitárias adequadas em suas residências, o que têm como
consequência a persistência de práticas, como defecação a céu aberto. Geruso e Spears (2015)
expõem a realidade do impacto gerado por essa prática na Índia sobre a mortalidade infantil,
onde segundo eles, uma redução de 10% de práticas como essa, reduziria a taxa de mortalidade
infantil média em 4%.
37

A UNICEF (2015) aponta que em 2006, 2,5 bilhões de pessoas não estavam expostas à
condições adequadas de saneamento. Segundo o órgão, nesse período aproximadamente uma
em quatro pessoas defecou ao ar livre.
Mara (2017) mostra que a ocorrência da defecação a céu aberto traz vários problemas,
onde entre eles estão as doenças como anemia, giardíase, helmintíase e enteropatia ambiental,
problemas voltados às mulheres em período gestacional e ainda e violência e risco de vida
contra mulheres jovens ou não.
Pesquisas atreladas à qualidade do saneamento mostram que a inadequação do
saneamento básico afeta de expressivamente a vida de mulheres brasileiras. Segundo dados do
IBGE 2017, 1 em cada 7 mulheres brasileiras não tem acesso à água e 1 a cada 4 não tem acesso
ao sistema de escoamento sanitário adequado (TRATA BRASIL e BRK AMBIENTAL, 2019).
O estudo mostra que as mulheres que mais sofrem com entrega irregular de água e com déficits
de esgotamento sanitário são as negras, pardas e indígenas; a ausência de banheiro na moradia
atinge cerca de 1,6 milhões de mulheres brasileiras.
Jovens mulheres contempladas por coleta de esgoto e recebimento de água pela rede
geral têm atrasos escolares menores do que aquelas que não recebem (TRATA BRASIL e BRK
AMBIENTAL, 2019). O relatório feito pelo Instituto Trata Brasil e BRK Ambiental mostra que
a falta de condições sanitárias adequadas interfere sobre as chances de mulheres ingressarem
no ensino superior, o que contribui negativamente para a sua produtividade e remuneração do
trabalho.
Segundo a OMS a diarreia é a segunda maior causa de morte de crianças menores que
5 anos, sendo responsável pela morte de 525.000 crianças todos os anos. Um grande número
desses casos pode ser prevenido com o fornecimento de condições sanitárias adequadas e
disponibilidade de água potável (WHO, 2017).
Moraes e Castro (2014) afirmam que a diarreia tem como causa a exposição a bactérias,
vírus e parasitas. Esses organismos patogênicos são comumente encontrados em corpos
hídricos que recebem cargas de esgoto sem tratamento, águas de arraste das chuvas ou dejetos
humanos diretos, o que aumenta o risco de transmissão de doenças (WIGGINS, 1996). Como
grande parte da população mundial ainda não tem acesso ao abastecimento de água potável,
muitas vezes ficam sujeitas ao consumo de águas contaminadas por esses organismos, sofrendo
com as consequências posteriores.
A OMS afirma que 88% das mortes por diarréia estão
ligadas a péssimos índices de saneamento (FARIAS e PAZ, 2017). 84% das mortes por
saneamento básico inadequado são de crianças de até 5 anos (TRATA BRASIL, 2010b).
38

Estudos desenvolvidos pelo Instituto Trata Brasil mostram que moradores que residem
em localidades sem acesso a saneamento básico recebem salários 85% menores do que àqueles
que têm acesso a água, coleta e tratamento de esgoto (MURARO, 2019).
A desigualdade social é um problema que sofre interferência direta das condições de
saneamento básico. As áreas que mais sofrem com a falta de planejamento, devido à dificuldade
técnica, são àquelas ocupadas pela população de baixa renda, pois são áreas geralmente
irregulares e com riscos de deslizamentos e enchentes (EOS, 2017a).

2.5.3 Impactos econômicos

Os impactos econômicos inerentes à inadequação do saneamento básico estão ligados


aos danos ambientais e sociais causados e são capazes de gerar graves danos à economia de um
país.
Van Minh e Hung (2011) explicam que péssimas condições sanitárias causam perdas na
economia que estão associadas à redução ou perda da produtividade e aos gastos com os
tratamentos de doenças relacionadas à inadequação do saneamento básico.
Os impactos inerentes a essa situação refletem sobretudo nos gastos com a saúde
pública. Pesquisas mostram que a cada uma unidade monetária investida em saneamento há
uma estimativa de retorno de quase seis vezes mais, considerando os menores custos de saúde
(WHO, 2018).
Muraro (2019) através de um estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil aponta que
doenças como gastroenterites, hepatite A, leptospirose e esquistossomose são responsáveis por
gastar em média R$ 140 milhões por ano no Brasil.
No Brasil, a taxa média de internações por diarreias em regiões com péssimos índices
de esgotamento sanitário é 4 vezes maior do que naquelas áreas com os melhores índices, o que
se reverte em custos à saúde pública, principalmente em regiões periféricas (TRATA BRASIL,
2010a).
Outros efeitos dessa realidade sobre a economia são refletidos com a desvalorização do
turismo, que é uma atividade que depende de boas condições ambientais. Tomando como
exemplo o Brasil como sendo um país em desenvolvimento, é notável que o acesso à água
tratada e os serviços de esgotamento sanitário estão muito atrasados em relação aos de outros
países semelhantes (FREITAS e MAGNABOSCO, 2018). Os autores Freitas e Magnabosco
(2018) apontam que as economias latino-americanas que possuem alta eficiência em
saneamento têm fluxos internacionais de turistas maiores. Melhorar as condições ambientais de
39

um país como o Brasil é extremamente essencial para favorecer o crescimento do turismo no


país.
Brasil(...)é o país cujo patrimônio natural é composto por água. São praias
tropicais, rios de imensa diversidade de fauna e flora e cachoeiras exuberantes.
O descuido com a poluição das águas brasileiras implica, de forma direta, a
deterioração do patrimônio natural que sustenta o turismo de lazer no país
(FREITAS e MAGNABOSCO, 2018 p.10).

Os autores ainda afirmam que expandir os serviços sanitários através da realização de


obras da construção civil como redes de coleta de esgoto, estações de captação e tratamento de
água têm como resultado o melhoramento da economia de um país como o Brasil. Isso deve-se
a uma reação em cadeia iniciada pela necessidade de se contratas trabalhadores para as obras e
serviços, o que gera renda (FREITAS e MAGNABOSCO, 2018).
O dispêndio deles induz as atividades econômicas em vários setores da
economia, que vão da produção de alimentos à compra da casa própria. É um
efeito disperso, mas bastante relevante, porque os salários respondem por uma
parcela relativamente grande do valor das obras de saneamento (FREITAS e
MAGNABOSCO, 2018 p.24).

O estudo ainda aponta que no Brasil a cada 1 real investido nas obras de saneamento, é
gerada uma renda de 1,22 reais na economia, podendo trazer ganhos econômicos e sociais de
até 1,1 trilhão em 20 anos.
Os custos econômicos também estão ligados ao trabalho e aos impactos às famílias.
Segundo Hutton (2004) o maior custo em relação à saúde é relacionado aos custos de tratamento
de diarreia, que também gera perdas e custos para a instituição empregadora do indivíduo e
impactos negativos sobre a família do indivíduo afetado.
Estima-se que em um ano empresas brasileiras gastaram cerca de R$ 547 milhões em
remunerações para funcionários que tiveram que interromper suas atividades temporariamente
devido às doenças gastrointestinais (TRATA BRASIL, 2010a).
Do ponto de vista ambiental, deve-se ter em mente que o saneamento qualifica
o solo urbano, com efeito sobre as atividades nele desenvolvidas. Isso porque
o saneamento valoriza as construções existentes e possibilita edificações de
maior valor agregado, o que implica aumento do capital imobiliário das
cidades. Além de elevar o valor dos ativos e empreendimentos imobiliários, o
saneamento possibilita o aumento e a valorização das atividades econômicas
que dependem de condições ambientais adequadas para seu exercício, como é
o caso do turismo (FREITAS e MAGNABOSCO, 2018).

2.6 Medidas mitigadoras para as inadequações do saneamento básico

As consequências geradas pela inadequação do saneamento básico são notáveis e estão


presentes em várias esferas da sociedade. A quantidade de problemas e a frequência com que
ocorrem torna a situação preocupante e promove o anseio por soluções cabíveis e eficientes.
40

As políticas de investimento em saneamento devem ser bem previstas e elaboradas a


partir do conhecimento dos problemas e seus respectivos impactos, ajustando-se às
necessidades das áreas urbanas e rurais (ENANPUR, 2017). Essas políticas devem ser
planejadas em conjunto com outras, afim de favorecer o desenvolvimento sustentável, o
melhoramento da saúde e qualidade de vida, bem como conservação dos recursos hídricos e do
meio ambiente (BRASIL, 2009). A implantação de soluções técnicas adequadas com o uso de
tecnologias de tratamento de resíduos é capaz de auxiliar na redução dos impactos à saúde
pública e ao meio ambiente (SANTIAGO, 2018). Além disso, o planejamento para a
implantação de sistemas de saneamento deve estabelecer prioridades observando as
particularidades de cada população (SOARES et al., 2002).
Segundo Schilling (2019) a população tem o direito de esperar mais do poder público e
não apenas se conformar com o fornecimento de serviços pagos. De acordo com o autor, seria
interessante que fosse requerido deveres dos cidadãos acerca das políticas de saneamento, como
por exemplo usar corretamente a rede sanitária e pagar as taxas pelos serviços recebidos.
Schilling (2019) ainda aponta sobre a importância da participação cidadã em projetos
como o plano nacional de saneamento básico para que ela possa interagir democraticamente e
assim seja possível incluir suas necessidades nas pautas.
Para solucionar ou mitigar os impactos causados pela inadequação dos serviços de
drenagem e controle pluvial, Paraná (2002) propõe a implementação de pavimentos porosos,
trincheiras de infiltração, faixa gramada, canalização e microrreservatórios em áreas urbanas.
Tais medidas podem ser tomadas para que se estabeleça um equilíbrio entre o meio ambiente e
social de modo que se diminua os riscos gerados pelo mal gerenciamento dos serviços de
saneamento.
Santos (2017) propõe a implantação de um sistema compensatório de drenagem que seja
planejado de acordo com um plano diretor de drenagem urbana, que seria realizado por meio
de planos conjuntos de saneamento básico e desenvolvimento urbano.
O manual de saneamento básico aponta cuidados básicos para se adotar afim de mitigar
os efeitos causados pela inadequação dos serviços de esgotamento sanitário, que são evitar a
poluição do solo e corpos hídricos; evitar contato com fezes; promover novos hábitos de higiene
à população, bem como atender o bem-estar estético das regiões (BRASIL, 2006).
A universalização dos serviços de esgotamento sanitário é de extrema importância para
haver uma maior contribuição com a preservação dos recursos hídricos. Rosa et al. (2012)
argumentam que o investimento nesses serviços contribui para a economia das localidades
alcançadas, devido à valorização dos imóveis, de forma a facilitar a instalação de negócios. O
41

autor esclarece que a implementação de serviços como esse propicia um crescimento da


indústria de construção civil devido ao aumento na procura de residências e comércios nessas
localidades, o que gera novos empregos e aumenta a renda da população.
A fim de se reduzir a incidência de doenças como diarreia, Fewtrell e Kaufmann (2005)
relata que a implementação de serviços de saneamento, como abastecimento de água potável e
coleta de esgoto são eficientes. Atrelado a essa informação Esrey et al. (1991) demostra que
ofertar serviços de esgotamento sanitário contribui de forma mais expressiva sobre a mitigação
de doenças relacionadas ao saneamento básico se comparado ao oferecimento de água.
Uma das atribuições do saneamento que mais carece de atenção governamental é a
correspondente ao gerenciamento de resíduos sólidos, sendo esse um fator responsável por
comprometer a saúde da população e impactar severamente os recursos naturais (MONTEIRO
et al, 2001). Devido a isso faz se necessário a implementação de uma gestão integrada de
resíduos sólidos considerando as esferas econômicas, ambientais, sociais, políticas e culturais
(BRASIL, 2010b).
A gestão integrada de resíduos sólidos corresponde às ações direcionadas à busca de
soluções para os resíduos, considerando as dimensões políticas, econômicas, ambientais,
cultura e social sobre tudo com o desenvolvimento sustentável (BRASIL, 2010b).
Segundo a Lei Nº 8.080/1990 as políticas públicas de saneamento e saúde devem estar
interligadas de modo que haja participação do sistema de saúde na execução de atividades
concernentes ao saneamento básico (BRASIL, 1990). A Lei Nº 11.445/2007 revela que deve
haver devida interação entre as ações voltadas ao saneamento e às políticas regionais de
proteção ambiental, combate à pobreza e promoção da saúde (BRASIL, 2007).
Santos (2018) argumenta sobre a necessidade de se implementar soluções efetivas no
combate de enfermidades cujas causas tem relação direta com os péssimos serviços de
saneamento:
Em vista de que grande parte dos problemas de saúde da humanidade esteve
intrinsecamente relacionada às medidas de saneamento ambiental, torna-se
importante garantir que as enfermidades sejam evitadas através de ações
preventivas que envolvam não só a oferta de serviços de abastecimento de
água, esgotamento sanitário, gerenciamento de resíduos sólidos e drenagem e
manejo das águas pluviais. Mas também por meio da promoção de uma
educação sanitária, na qual deve-se orientar a população a adotar hábitos
higiênicos de ordem pessoal, alimentares e doméstico (SANTOS, 2018 p.248).

Para se ter condições sanitárias funcionais e eficientes, projetos arquitetônicos e


orçamentários devem ser feitos e esquematizados de tal forma que se priorize pela qualidade
dos serviços prestados, oferecendo a população um serviço eficiente e de alta qualidade, não
42

visando, no primeiro momento, manutenções corretivas futuras para se consertar aquilo que não
foi realizado de forma adequada.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O saneamento básico vem sendo incorporado à sociedade ao longo dos anos. É notável
que o seu desenvolvimento tem se apresentado tardio em algumas partes do mundo, como por
exemplo nos países em desenvolvimento como o Brasil. Apesar disso é possível perceber que
mesmo com uma realidade historicamente atrasada em relação à alguns países, os serviços
sanitários têm apresentado uma constante evolução em sua eficiência, devido à criação de
órgãos, planos, leis, agências e outras entidades governamentais que surgem para regulamentar
e agir em prol do seu melhoramento.
É, portanto, necessário se entender que a implementação de sistemas de saneamento
básico não é apenas inserir serviços de esgotamento sanitário e oferecer água potável. As
funções atribuídas ao saneamento vão muito além disso, logo observa-se o quão importante são
os serviços de drenagem urbana e manejo de águas, bem como o gerenciamento de resíduos
sólidos para haver a devida promoção e manutenção da qualidade de vida da população.
Somente através da articulação efetiva de todas essas funções é que o saneamento básico poderá
ser devidamente implementado e assim trabalhar para prevenir a ocorrência de doenças,
impactos sociais, econômicos e ambientais.
Através da observação crítica sobre a real efetividade do saneamento básico no Brasil e
no mundo é possível perceber que ainda há vários desafios que precisam ser vencidos,
principalmente no que diz respeito ao fornecimento de água e esgotamento sanitário afim de se
evitar patologias. Um fato importante a se visualizar é que o saneamento vem evoluindo ao
longo dos anos no Brasil, porém essa realidade apresenta alguns atrasos principalmente nas
regiões Norte e Nordeste. Ainda há uma variedade de carências a serem supridas nas regiões
menos desenvolvidas do país, onde observa-se que as questões que envolvem renda e mal
gerenciamento influenciam na situação de saneamento dessas regiões. Outra problemática pode
ser visualizada na região do Nordeste e no semiárido, que devido à insuficiência de informações
voltadas à situação do saneamento, há uma certa dificuldade em apresentar conclusões acerca
do tema. Entretanto é perceptível que tais regiões apresentam inúmeros problemas, tais como
os baixos índices de abrangência dos serviços sanitários.
A importância de haver a universalização efetiva dos serviços de saneamento está
diretamente ligada com questões que envolve sobrevivência e qualidade de vida da população.
Um outro ponto importante é saber que as inadequações do saneamento básico, estando
43

presentes no serviço de fornecimento de água potável, esgotamento sanitário, drenagem e


controle de águas pluviais ou até no gerenciamento de resíduos sólidos, impactam, sobretudo,
o meio ambiente, ocasionando danos ao solo e contaminação de corpos hídricos; a saúde da
população, trazendo doenças e mortes, principalmente de crianças; o meio social, contribuindo
para a geração de problemas dificilmente relacionados ao saneamento, como a violência contra
mulher, prejuízos a educação de mulheres e crianças e desestabilidade de renda para famílias;
e a economia de um país como um todo, trazendo prejuízos nas atividades de turismo e
aumentando os gastos com a saúde pública.
Apesar disso pode-se perceber que há medidas mitigadoras que podem e devem ser
implementadas a fim de conter os impactos gerados sobre o planeta, em geral. Para que isso
ocorra em tempo hábil e em conformidade com as necessidades da população é necessário haver
participação popular nos planejamentos de ações, bem como é necessário haver um maior
comprometimento governamental acerca das metas de saneamento a serem cumpridas, sabendo
que elas representam uma importância vital.
44

4. REFERÊNCIAS

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