DPOC - Diag e Trat
DPOC - Diag e Trat
DPOC - Diag e Trat
Deve-se notar que o uso de uma relação VEF1/CVF fixa (< 0,7) para definir a obstrução do
fluxo aéreo pode resultar em sobrediagnóstico de DPOC em idosos, e subdiagnóstico em
adultos jovens, especialmente na doença leve, em comparação com o uso de um ponto de
corte baseado no limite inferior dos valores normais (LLN) para VEF1/CVF.
Classificação da DPOC
1- VEF1 pós-broncodilatador;
2- Sintomatologia do paciente (grau de dispneia);
3- Frequência e gravidade das exacerbações nos últimos 12 meses.
COPD Assessment Test (CAT score): De 2009, leva em conta mais variáveis que
não apenas a dispneia. Varia de 0 a 40. São consideradas variações significativas
as ≥ 2 pontos. É composta por 8 perguntas, cada uma pontua de 0 a 5, e suas
variáveis são: disposição, tosse, opressão torácica, qualidade do sono, dispneia,
expectoração, limitação das atividades em casa e confiança para sair de casa
apesar da doença. Pacientes com CAT ≥ 10 pontos são os pacientes mais
sintomáticos.
O paciente exacerbou ou não nos últimos 12 meses? e, se sim, qual foi a Uma classificação adequada implica em um tratamento adequado do paciente.
intensidade da exacerbação. Exemplos de classificação (todos os pacientes do exemplo têm obstrução fixa):
Pouca exacerbação: 0-1 e sem internações E.B.: VEF1 Pós BD 85% do predito, CAT 15, mMRC 3, 1 internação nos
Exacerbações mais frequentes: 2 ou mais ou uma internação devido a últimos 12 meses: 1E
exacerbação G.A.: VEF1 Pós BD 23% do predito, CAT 4, mMRC 1, 3 exacerbações
leves/12 meses: 4E
Quarto passo e último: classificação combinada ABE A.B.:VEF1 Pós BD 52% do predito, CAT 24, mMRC 3, 1 exacerbação
leve/12 meses: 2B
Obs: O CDC recomenda a vacinação Tdap (dTaP/dTPa; coqueluche, tétano e difteria) para
pacientes com DPOC que não foram vacinados na adolescência, bem como o uso rotineiro
da vacina contra herpes zoster em todos os pacientes com DPOC.
Medida farmacológica
Depois de classificar o paciente temos a aplicação das medicações em cada
grupo:
Beta 2-agonistas: Promovem relaxamento da musculatura lisa por estímulo dos
receptores beta adrenérgicos, que aumentam AMP cíclico e produzem um
Grupo A -> Todos os pacientes do Grupo A devem receber tratamento
antagonismo funcional à broncoconstrição. Podem levar à taquicardia sinusal e
broncodilatador com base em seu efeito sobre a falta de ar. Pode ser um
precipitar taquiarritmias em pacientes susceptíveis.
broncodilatador de ação curta ou longa. Se disponível e acessível, um
broncodilatador de ação prolongada é a escolha preferida, exceto em pacientes
Antimuscarínicos: Antagonizam o efeito broncoconstritor da acetilcolina no
com falta de ar muito ocasional.
receptor muscarínico M3, presente na musculatura lisa das vias aéreas. Têm
baixíssima absorção sistêmica, no entanto, sintomas como boca seca e retenção
Grupo B -> Tratamento iniciado com LABA + LAMA.
urinária podem ser observados. Alguns pacientes relatam disgeusia com gosto
metálico. Devem ser evitados em pacientes portadores de miastenia gravis, sob o
Se uma combinação LABA+LAMA não for considerada apropriada, não há
risco da precipitação de crise miastênica, e também em pacientes portadores de
evidências para recomendar uma classe de broncodilatadores de ação
glaucoma de ângulo fechado, sob o risco de aumento da pressão intraocular.
prolongada em detrimento de outra (LABA ou LAMA) para alívio inicial dos
sintomas neste grupo de pacientes. No paciente individual, a escolha deve
depender da percepção do paciente quanto ao alívio dos sintomas.
Grupo E
RESUMINDO:
Obs: Para fins de prevenção de exacerbação, LAMAs mostraram-se superiores aos LABAs em
estudos recentes;
Um pouco do GOLD 2021:
Obs: Se um paciente com DPOC e sem características de asma foi tratado – por qualquer
motivo – com LABA+ICS e está bem controlado em termos de sintomas e exacerbações, a
continuação com LABA+ICS é uma opção. No entanto, se o paciente tiver a) outras
exacerbações, o tratamento deve ser escalado para LABA+LAMA+ICS; b) sintomas
maiores, deve-se considerar a mudança para LABA+LAMA.
Obs: uso de mucolíticos e antioxidantes
Em pacientes com DPOC que não recebem CI, o tratamento regular com mucolíticos,
como carbocisteína e N-acetilcisteína (NAC), pode reduzir as exacerbações e melhorar
modestamente o estado de saúde. Em contraste, foi demonstrado que a erdosteína pode
ter um efeito significativo nas exacerbações (leves), independentemente do tratamento
concomitante com CI.
Uso de O2 domiciliar:
“Evento caracterizado por piora da dispneia e/ou tosse com expectoração, com
piora nos últimos 14 dias, que pode ser acompanhado por taquipneia e /ou
taquicardia e, frequentemente está associado com a inflamação local e sistêmica B – Broncodilatador de curta (SABA OU SABA+SAMA)
causada por infecção, poluição ou outro insulto a via aérea.”
C – Corticoide por 5-7 dias (Prednisona 40mg)
Nunca esquecer: DPOC pode ter TEP, IAM, IC, pneumotórax, Fibrilação atrial,
pneumonia D – Dar oxigênio alvo: sat 02 88-92%
Principal causa de descompensação: infecção OBS1: Não é recomendado que os pacientes utilizem a nebulização contínua e, se
houver manutenção do broncoespasmo, considera-se aumentar a frequência de
Viral administração do broncodilatador, a depender da resposta do paciente. -> caso
Bacteriano: haemophilus influenzae e pneumococo opte por tratar seu paciente com nebulização no ambiente intra-hospitalar,
Grave ou ATB recente: pseudomonas utilizar o AR COMPRIMIDO, não o OXIGÊNIO, como fonte da nebulização, para
evitarmos o potencial risco de aumento da PaCO2.
Como suspeitar:
OBS2: O uso da Ventilação Não Invasiva (VNI) é o método de escolha quando
Um ou mais sintomas cardinais comparado à VM. É a modalidade ventilatória de escolha para tratar a IRpA nos
Piora dispneia pacientes internados por EADPOC, com altas taxas de sucesso (80-85%). A VNI
Maior volume do escarro tem impacto na mortalidade e na taxa de intubação orotraqueal, assim como na
Secreção mais purulenta (mudança da característica do escarro) diminuição da incidência de pneumonia associada à VM, tempo de internação
hospitalar, trabalho respiratório e frequência respiratória.
Tratamento:
Opções terapêuticas
A – Antibiótico se necessário -> se o paciente apresentar secreção purulenta com
mais um dos sinais cardinais ou/e indicação de suporte ventilatório Os objetivos terapêuticos são dois principais: minimizar os impactos negativos da
exacerbação atual e, claro, prevenir o desenvolvimento de eventos
Qual antibiótico – amoxicilina com clav ou macrolideo 5-7 dias (GOLD)
subsequentes. Mais de 80% das EADPOC são conduzidas no contexto
ambulatorial. Os outros 20% requerem hospitalização: