Trabalho Filosofia
Trabalho Filosofia
Trabalho Filosofia
Davi Denucci, Henrique Fidelis, Mateus Haddad, Pedro Paulo, Rodrigo Jung
O corpo e a linguagem:
O que é linguagem?
Ferramenta exclusivamente humana para a construção do mundo e da
sociedade. Responsável por criar e manter as sociedades, possuem uma
relação de dependência mútua. É capaz de demarcar tempo e espaço, além
disso delimita os valores de um povo.
Além disso, a interpretação entra em tona como algo também humanista em que
mais uma vez tem como o objetivo trazer sentido para a vida do homem, assim
também determinado pelas condições materiais de cada comunidade.
O fenômeno de conversão:
Para se aderir a uma religião, é necessário que ocorra um “rito de passagem”, na qual o iniciante atesta, por meio
de uma provação ou ritual, que está pronto para ser inserido em determinada comunidade. Para Alves, este
processo diz respeito a uma mudança de linguagem
Segundo Alves, a experiência de conversão coloca à prova a eficácia dos modelos teóricos humanos na tarefa de
compreender a realidade. Em sua visão, existe uma descontinuidade entre o racional e o real, justamente pela enorme
complexidade da realidade, que foge a compreensão humana. O filósofo atesta que a realidade como a conhecemos, ao
contrário de um plano unidimensional, seria na verdade uma interseção de vários planos convergentes que se relacionam
de maneiras caóticas, de forma a tornar o conceito de uma realidade previsível e racional completamente infactível.
A experiência religiosa:
O homem que busca sentido diante da realidade, recebe na conversão possibilidade de agir diferente perante ao mundo.
Alves afirma que este processo é derivativo da imaginação, e portanto, de caráter inerentemente emotivo. Com este
pensamento, Alves conclui que o ideal científico seria “anti-humano”, justamente por ir contra a natureza do homem,
movido por desejo e paixão. A emoção revela de forma crua, a forma do indivíduo de se relacionar e expressar com o
mundo. A experiência de conversão é vista como uma nova forma de consciência que se constitui sobre um transcendente
“fora” dessa consciência. A experiência de conversão coloca o homem diante desse outro transcendente, muitas vezes
percebido como Deus, que paradoxalmente não se encontra como totalmente transcendente.
A linguagem que pretende falar sobre Deus:
Para os fiéis, o que é Deus e como esse ser divino surge no mundo?
Durante sua obra "Dizer e Viver a Esperança", Rubem Alves, aborda previamente o conceito de um Deus
místico, onipresente, criador do mundo e das coisas, detentor do destino da humanidade e do universo, a
promessa da salvação e garantia do paraíso pós morte, que existe dentro das inúmeras religiões do planeta,
sejam monoteístas ou politeístas. Essa visão sobre esse Deus, diferente de todos os outros seres existentes
no mundo, é influenciada por teólogos e mitos consolidados desde a antiguidade, antes mesmo da fundação
da religião mais seguida no mundo, o Cristianismo.
Deus e o corpo:
Por fim, o discurso Alvesiano se resume ao corpo individual. Alves conclui que não há nada no mundo de
maior importância ao ser humano do que seu corpo cultural, seu direito como indivíduo. Guerras e
revoluções são travadas em busca da paz, da tranquilidade e da saciedade desse corpo. Portanto, o filósofo
conclui que a busca por Deus em verdade diz respeito a busca pela libertação do corpo. O corpo vive entre
o assédio do passado e a ansiedade do futuro. Entre a memória e a esperança. O corpo é o centro do
universo. A esperança do corpo é Deus, um projeto utópico do homem futuro. Dessa forma conclui-se que
Deus passa na visão Alvesiana de um ser transcendente para um horizonte de concretização dos desejos
humanos. Deus liberta o corpo no seu agir como ponte para a conexão do homem com seus desejos, e com
o mundo.
A religião como linguagem da esperança:
O termo linguagem se refere a natureza histórica do ser humano, mostra como a história, a
cultura influencia na comunicação, e é um reflexo na experiência histórico-cultural, Rubem Alves
acredita que durante o processo histórico no mundo, veio surgindo, em que ele contribuía para
se tornar visível, um discurso que expressava dor e anseio dos povos, da comunidades, minorias
que se sentem feridas em suas dignidades, e essa linguagem é a religião.
De acordo com o pensamento Alvesiano, a religião é uma linguagem que expressa a esperança
humana, buscando sentido e vontade de viver, e a esperança, está ligada a ideia de que o reino de
Deus é um lugar utópico, ou seja um lugar ou estado ideal, talvez inexistente que se revela por
ser um lugar para se viver bem.
A religião como linguagem da esperança:
Existem divergências relacionadas ao pensamento marxista, há uma relação íntima entre a esperança e a
realidade vivida, sendo a esperança, uma forma de negar a realidade vivida, é algo mais humano, de
acordo com um dos pensadores marxistas Ernst Bloch, é necessário abandonar a ideia de Deus, para que
a humanidade possa realizar sua capacidade de ação criativa e ter um futuro melhor,. A esperança para
Bloch, é algo vito completamente humano, que só pode ser alcançada pela classe trabalhadora que tem o
potencial de transformar o mundo em um lugar melhor.
Historicamente, o presente é negado pelo ser humano, o homem apreende tudo aquilo que cria dor,
sofrimento, injustiça, portanto há de ser negado, no entanto a esperança é uma forma positiva assumida
pela negação do presente negativo. De tal forma, o ser humano busca sentido, esperança na religião, ou
seja, falar sobre Deus, é falar sobre esperança humana, no pensamento Alvesiano a religião passa a ter
uma função transformadora para a sociedade, já que se vê na tentativa de expressão de um desejo maior
do ser humano.