Aula 10 - Financiamento Dos Partidos

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Aula 10

TSE - Concurso Unificado (Analista


Judiciário - Área Judiciária) Direito
Eleitoral - 2024 (Pós-Edital)

Autor:
Ricardo Torques

19 de Junho de 2024

39471799600 - Naldira Luiza Vieria


Ricardo Torques
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Sumário

Arrecadação e aplicação de recursos nas campanhas eleitorais: vedações inerentes e sanções ...................... 3

1 - Introdução ................................................................................................................................................. 3

2 - Financiamento das Campanhas Eleitorais.................................................................................................. 4

3 - Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) ........................................................................... 7

4 - Distribuição do FEFC................................................................................................................................ 13

5 - Arrecadação ........................................................................................................................................... 15

6 - Administração Financeira da Campanha e Responsabilidade ................................................................ 19

7 - Arrecadação prévia de recursos ............................................................................................................. 24

8 - Doações................................................................................................................................................... 25

9 - Fontes Vedadas....................................................................................................................................... 37

10 - Gastos Eleitorais ................................................................................................................................... 40

Prestação de Contas ......................................................................................................................................... 48

Abuso de Poder ................................................................................................................................................ 64

1 - Introdução ............................................................................................................................................... 64

2 - Abuso de Poder no Direito Eleitoral ........................................................................................................ 65

Pesquisas e testes pré-eleitorais ....................................................................................................................... 82

1 - Introdução ............................................................................................................................................... 82

2 - Registro perante a Justiça Eleitoral ......................................................................................................... 83

3 - Pesquisas Eleitorais versus Sondagens ou Enquetes ................................................................................. 84

4 - Registro da Pesquisa ............................................................................................................................... 85

5 - Penalidades ............................................................................................................................................ 85

Sistema eletrônico de votação e de totalização dos votos............................................................................... 90

1 - Urna Eletrônica ........................................................................................................................................ 90

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2 - Painel ...................................................................................................................................................... 92

Legislação Destacada e Jurisprudência Correlata ........................................................................................... 96

Questões Comentadas .................................................................................................................................... 116

Lista de Questões ............................................................................................................................................ 159

Gabarito ......................................................................................................................................................... 173

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ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO DE RECURSOS,


PRESTAÇÃO DE CONTAS, ABUSO DE PODER,
PESQUISAS PRÉ-ELEITORAIS, SISTEMA ELETRÔNICO
DE VOTAÇÃO

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na aula de hoje daremos sequência ao estudo da Lei das Eleições. Veremos os seguintes assuntos:

Arrecadação e
Sistema
aplicação de Prestação de Pesquisas e Testes
Abuso de Poder Eletrônico de
recursos nas Contas pré-eleitorais
Votação
campanhas

São os seguintes pontos do edital:

10.7 Financiamento dos partidos políticos, controle de arrecadação e prestação de contas.


11 Garantias eleitorais. 11.1 Liberdade de escolha. 11.2 Proteção jurisdicional contra a
violência atentatória à liberdade de voto. 11.3 Contenção ao poder econômico e ao desvio
e abuso do poder político. 11.5 Repressão à violência política. 12 Campanha eleitoral. 12.1
Financiamento de campanha eleitoral e prestação de contas. 12.2 Modelo brasileiro de
financiamento de campanha eleitoral.

Boa aula.

ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO DE RECURSOS NAS


CAMPANHAS ELEITORAIS: VEDAÇÕES INERENTES E SANÇÕES

1 - Introdução

Para o estudo deste capítulo devemos, primeiramente, compreender o conceito de campanha eleitoral. A
campanha eleitoral é voltada para a captação de votos. Para tanto, o candidato necessita despender
quantidade significativa de recursos humanos e financeiros para a propaganda eleitoral.

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Em razão disso e com vistas a conferir legitimidade e lisura às eleições, são disciplinadas regras para o
controle e a transparência da arrecadação e dos gastos expendidos nas campanhas eleitorais. É isso que
passaremos a estudar entre os arts. 16-C e 31, da Lei das Eleições.

A arrecadação e a aplicação de recursos nas campanhas devem observar alguns princípios:

lisura das eleições


para arrecadação de
recursos em campanha
igualdade entre
PRINCÍPIOS/VALORES
candidatos

equilíbrio no pleito

2 - Financiamento das Campanhas Eleitorais

A Lei das Eleições determina, no art. 79, que o assunto “financiamento das campanhas eleitorais” seja
disciplinado por lei específica. Tal legislação, contudo, não existe.

Art. 79. O financiamento das campanhas eleitorais com recursos públicos será disciplinada
em lei específica.

Dessa forma, a condução da matéria é orientada pela Lei das Eleições, pela jurisprudência e, notadamente,
pelos princípios que informam o direito eleitoral.

Em nosso sistema eleitoral atual, o financiamento é classificado como misto, pois agrega recursos tanto do
Poder Público como de pessoas físicas que podem contribuir com o financiamento dos gastos de campanha.

Adotamos o sistema misto (recursos públicos e privados) de


financiamento de campanhas eleitorais.

De todo modo, após as alterações promovidas pela Lei 13.487/2017 e Lei 13.488/2017 nosso sistema de
financiamento de campanha eleitoral tem se aproximado cada vez mais do sistema público de

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financiamento, conforme você irá compreender na medida em que avançarmos em nosso estudo. De todo
modo, a rigor, ainda se classifica como misto, por existir formas privadas de financiamento de campanhas
eleitorais.

Devemos, desde já, ter em mente que O RECURSO PRIVADO DE CAMPANHA ELEITORAL POR PESSOAS
JURÍDICAS É VEDADO! Esse assunto será melhor desenvolvido adiante, mas, desde já, saiba: o STF declarou
inconstitucional qualquer norma ou interpretação que conclua pela possibilidade de financiamento de
campanha por empresas.

2.1 - Financiamento Público

De forma sintética, podemos indicar três fontes públicas de financiamento de campanhas eleitorais.

Vamos conhecê-las?!

 Fundo Partidário, previsto e disciplinado pela Constituição e Lei dos Partidos Políticos
nos art. 38 e seguintes.

 Propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, conforme disciplina a


Constituição, a Lei dos Partidos Políticos e a Lei das Eleições.

Em relação à propaganda eleitoral, é bom ressaltar que a gratuidade ocorre apenas sob o ponto de vista do
partido político e dos candidatos beneficiados, tendo em vista que o Poder Público arca com os custos de
tais propagandas por intermédio de compensação fiscal. Vale dizer, os custos com tais campanhas são
abatidos dos valores a serem recolhidos aos cofres públicos, a título de tributos, pelas empresas que
trabalham com mídia.

Os recursos do Fundo Partidário e o acesso gratuito ao rádio e à televisão possuem, como objetivo central,
a manutenção e a divulgação dos partidos políticos. Contudo, indiretamente, tais recursos subsidiam a
campanha eleitoral, na medida em que são utilizados na divulgação da agremiação.

 Imunidade tributária conferida aos partidos políticos. A CF, no art. 150, VI, c, veda a
instituição de impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos e
respectivas fundações.

Vejamos esse último dispositivo:

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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...).

VI - instituir impostos sobre: (...).

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social,
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

Para a prova...

FINANCIAMENTO PÚBLICO
• Fundos Partidários
• Compensação Fiscal para custear a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão;
e
• Imunidade tributária conferida aos partidos políticos.

Evidentemente que há uma série de regras para o recebimento desses recursos/benefícios, especialmente
em relação ao Fundo Partidário, que será objeto de estudo mais adiante.

2.2 - Financiamento Privado

As fontes de recursos privados para as campanhas eleitorais são múltiplas, conforme veremos no
desenvolvimento desta aula. Devemos saber que a utilização desses recursos deve ser pautada pela
transparência.

Apenas para que tenhamos uma rápida noção, vejamos as diversas fontes de recursos privados que partidos
e candidatos poderão se valer.

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FINANCIAMENTO PRIVADO
• Recursos próprios do candidato;
• Doações de pessoas físicas;
• Doações de outros candidatos;
• Aplicação ou distribuição de recursos de partido político;
• Receita decorrente da venda de bens ou de serviços e realização de eventos;
• Receita decorrente de aplicação financeira.

Vamos estudar, oportunamente, todas essas fontes de forma específica.

Em síntese, são fontes de financiamento de campanhas:

FINANCIAMENTO PÚBLICO FINANCIAMENTO PRIVADO

• fundos partidários; • Recursos próprios do candidato;


• Compensação Fiscal para custear a • Doações de pessoas físicas;
propaganda eleitoral gratuita no rádio e na • Doações de outros candidatos;
televisão; • Aplicação ou distribuição de recursos de
• Imunidade tributária conferida aos partidos partido político;
políticos. • Receita decorrente da venda de bens ou de
serviços e realização de eventos;
• Receita decorrente de aplicação financeira.

3 - Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC)

O FEFC foi criado pelo art. 1º da Lei nº 13.487/2017 que alterou a Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições).

Antes de analisar as regras, é importante tecer um esclarecimento: com a criação do FEFC teremos dois
fundos!

No estudo da Lei dos Partidos Políticos, mais especificamente, a partir do art. 38, temos regras relativas ao
Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (FEAFPP). Até então denominávamos “Fundo
Partidário” tão somente. Esse Fundo é composto por arrecadação de multas e penalidades pecuniárias, por
doações de pessoas físicas e dotações orçamentárias e se destina a manutenção das atividades partidárias
de modo em geral, podendo ser utilizado nas eleições. Todos esses valores continuarão a ser arrecadados e
disponibilizados aos partidos políticos. Além desse, teremos também o FEFC, que é fruto da Reforma Eleitoral
de 2017, que acrescentou o art. 16-C e seguintes à Lei das Eleições, os valores do FEFC deverão ser utilizados,
exclusivamente, nos gastos do pleito eleitoral.

Portanto:

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FEFC art. 16-A e seguintes da Lei das Eleições


FUNDOS
FEAFPP art. 38 e seguintes da Lei dos Partidos Políticos

Você vai notar que cada um desses fundos terá características próprias, com regras de arrecadação
específicas e, inclusive, formas de distribuição peculiares.

A EC 107/2020 autorizou os partidos políticos a definir os critérios de distribuição desses recursos. Veja o
texto legal:

Art. 1º §3º (...)

III - os partidos políticos ficarão autorizados a realizar, por meio virtual,


independentemente de qualquer disposição estatutária, convenções ou reuniões para a
escolha de candidatos e a formalização de coligações, bem como para a definição dos
critérios de distribuição dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha,
de que trata o art. 16-C da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997;

Feito esse esclarecimento vamos estudar efetivamente o FEFC, a começar pela inclusão do art. 16-C na Lei
das Eleições:

Art. 16-C. O Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) é constituído por


dotações orçamentárias da União em ano eleitoral, em valor ao menos equivalente:

I - ao definido pelo Tribunal Superior Eleitoral, a cada eleição, com base nos parâmetros
definidos em lei;

II - ao percentual do montante total dos recursos da reserva específica a programações


decorrentes de emendas de bancada estadual impositiva, que será encaminhado no
projeto de lei orçamentária anual.

Pelo inc. I, cabe ao TSE fixar o valor a partir dos critérios definidos em lei. Ao contrário do que tínhamos
anteriormente, a lei irá definir quais serão os recursos que irão integrar o FEFC, cabe ao TSE tão somente
fixá-los (ou se preferir: contabilizá-los), em estrita obediência aos dispositivos legais.

Portanto, a fixação do montante que comporá o FEFC depende de lei e será fixada pelo TSE. Com base em
parâmetros legais, o TSE irá definir os recursos que integram o FEFC.

E qual é essa lei?

É a própria Lei 13.487/2017! O art. 3º prevê que o parâmetro a ser utilizado pelo TSE na fixação do valor, a
ser destinado ao FEFC (na forma do inc. I), será equivalente ao somatório da compensação fiscal que as

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emissoras comerciais de rádio e TV recebiam pela divulgação da propaganda partidária. Vejamos o


dispositivo:

Art. 3º O valor a ser definido pelo Tribunal Superior Eleitoral, para os fins do disposto no
inciso I do caput do art. 16-C da Lei no 9.504, de 30 de setembro de 1997, será equivalente
à somatória da compensação fiscal que as emissoras comerciais de rádio e televisão
receberam pela divulgação da propaganda partidária efetuada no ano da publicação desta
Lei e no ano imediatamente anterior, atualizada monetariamente, a cada eleição, pelo
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), da Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), ou por índice que o substituir.

Por exemplo, para as eleições de 2018, levou-se em consideração o somatório de valores compensados nos
anos de 2016 e 2017 relativos à propaganda partidária. Esse valor, nominalmente apurado, foi atualizado
pelos índices de correção do INPC e disponibilizado para FEFC.

Como já foi dito, a propaganda partidária era gratuita apenas para os partidos. Vale dizer, o valor que a
emissora arrecadaria com a veiculação das propagandas destinadas aos partidos políticos “gratuitamente”,
eram abatidas do montante de impostos devidos pela rádio ou pela televisão. Agora, esse montante será
repassado ao FEFC.

Além disso, será parâmetro também o percentual total das emendas de bancada dos parlamentares,
conforme definido no inc. II acima.

Como podemos perceber, agora, o financiamento de campanha aproxima-se, em grande medida, do


financiamento público, embora permita-se a doação por pessoas naturais há, ainda, forte injeção de
recursos públicos para os partidos políticos.

As dotações orçamentárias constituem valores monetários autorizados pela Lei Orçamentária Anual
previstos para atender uma programação financeira, ou seja, valores que serão destinados a um fim
específico. Portanto, os recursos do FEFC serão extraídos do orçamento, dos valores que os contribuintes
vertem para os cofres públicos especialmente por intermédio dos impostos.

Todo o montante de recursos de que o Estado dispõe e utiliza é arrecadado de diversas formas e todas as
previsões de arrecadação e de despesas estão descritas nas leis orçamentárias. Nesse contexto, é a Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) que estabelece metas e prioridades da administração pública federal e que
orientará a elaboração da lei orçamentária anual.

A lei 13.898/19, que dispõe sobre as diretrizes para a elaboração e a execução da Lei Orçamentária de 2020,
no art. 13, §3º, II, dispõe sobre as denominadas emendas de bancadas, instrumentos por meio dos quais os
parlamentares podem influenciar na alocação de recursos públicos em razão de compromissos que
assumiram ao longo dos seus mandatos.

§3º O Projeto de Lei Orçamentária de 2020 conterá reservas específicas para atendimento
de:

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II - emendas de bancada estadual de execução obrigatória, equivalente ao montante


previsto no art. 2º da Emenda Constitucional nº 100, de 2019, descontados os recursos
destinados ao Fundo Especial de Financiamento de Campanha - FEFC, de que trata o inciso
II do caput do art. 16-C da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997.

Nos parágrafos do art. 16-C temos que os recursos serão depositados pelo Tesouro Nacional em conta
especial no Banco do Brasil até o 1º dia útil do mês de JUNHO do ano eleitoral. Nos 15 dias seguintes ao
depósito, o TSE divulgará o valor disponível no FEFC. Confira:

§ 1o Vetado.

§ 2o O Tesouro Nacional depositará os recursos no Banco do Brasil, em conta especial à


disposição do Tribunal Superior Eleitoral, até o primeiro dia útil do mês de junho do ano do
pleito.

§ 3o Nos quinze dias subsequentes ao depósito, o Tribunal Superior Eleitoral:

I - divulgará o montante de recursos disponíveis no Fundo Eleitoral; e

II - Vetado

§§ 4o a 6º Vetados.

Para fins de prova, devemos lembrar:

DEPÓSITO E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS


• serão repassados do Tesouro Nacional para conta específica no Banco do Brasil.
• prazo para repasse: até o 1º dia útil do mes de junho do ano eleitoral.
• ficará à disposição do TSE.
• prazo para o TSE informar o montante: 15 dias a contar do depósito.

A partir do momento que os recursos estiverem à disposição do TSE, depois de publicados o valor disponível,
haverá a distribuição entre os partidos de acordo com a representatividade que possuem. Em relação à
proporção, observamos a regra do art. 16-D da Lei das Eleições, incluso pela Lei 13.488/2017, que veremos
mais adiante.

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Definido especificamente o valor de cada agremiação, cumpre a cada legenda aprovar, pelo voto da maioria
absoluta dos membros do órgão de direção executiva nacional, os critérios para a distribuição dos recursos.
Na sequência, esses critérios serão divulgados publicamente. Essa é a regra que consta do dispositivo abaixo:

§ 7o Os recursos de que trata este artigo ficarão à disposição do partido político somente
após a definição de critérios para a sua distribuição, os quais, aprovados pela maioria
absoluta dos membros do órgão de direção executiva nacional do partido, serão divulgados
publicamente.

§§ 8o a 10 Vetados

O §11, por sua vez, prevê que se o partido político não gastar todo o montante que lhe foi destinado, deverá
devolver o saldo para o Tesouro Nacional no momento da prestação das contas de encerramento de
campanha eleitoral. Isso ocorre por se tratar de recurso de natureza pública, que não podem ser apropriados
pelo partido político.

§ 11. Os recursos provenientes do Fundo Especial de Financiamento de Campanha que não


forem utilizados nas campanhas eleitorais deverão ser devolvidos ao Tesouro Nacional,
integralmente, no momento da apresentação da respectiva prestação de contas.

§§ 12 a 14 Vetados.

Na sequência, vamos analisar o §15 do art. art. 16-C:

§ 15. O percentual dos recursos a que se refere o inciso II do caput deste artigo poderá ser
reduzido mediante compensação decorrente do remanejamento, se existirem, de dotações
em excesso destinadas ao Poder Legislativo.”

Aqui temos uma regrinha que viabiliza alteração no percentual calculado a partir das emendas parlamentares
de bancada. Na hipótese de haver excesso de dotações destinadas ao Poder Legislativo, o percentual que
deverá ser repassado ao FEFC pode ser reduzido mediante compensação.

O §16, por sua vez, prevê a possibilidade de renúncia ao valor do FEFC, que poderá ser efetuada até o 1º dia
útil do mês de junho. Embora isso não seja frequente na prática, caso haja renúncia, questiona-se:

O que acontece o com o valor renunciado?

Poderíamos pensar que esse valor seria redistribuído aos demais partidos, mas há vedação expressa nesse
sentido. Logo, os recursos voltam para os cofres públicos (Tesouro Nacional).

Veja o dispositivo:

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§ 16. Os partidos podem comunicar ao Tribunal Superior Eleitoral até o 1º (primeiro) dia
útil do mês de junho a renúncia ao FEFC, vedada a redistribuição desses recursos aos
demais partidos. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

Confira uma questão de prova:

(IBFC / TRE-PA - 2020) A Lei nº 9.504 de 1997 estabelece normas e regras que norteiam o procedimento
para as eleições dos cargos do Poder Executivo e Legislativo, no âmbito federal, estadual, distrital e
municipal. Analise as afirmativas abaixo.
I - Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo
prazo de seis meses e estar com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo. Havendo fusão ou
incorporação de partidos após este prazo, será considerada, para efeito de filiação partidária, a data de
filiação do candidato ao partido de origem.
II. Os partidos e coligações solicitarão à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos até as dezenove horas
do dia 25 de agosto do ano em que se realizarem as eleições.
III - Até quinze dias antes da data das eleições, os Tribunais Regionais Eleitorais enviarão ao Tribunal Superior
Eleitoral, para fins de centralização e divulgação de dados, a relação dos candidatos às eleições majoritárias
e proporcionais, da qual constará obrigatoriamente a referência ao sexo e ao cargo a que concorrem
IV - Os partidos podem comunicar ao Tribunal Superior Eleitoral até o 1º (primeiro) dia útil do mês de junho
a renúncia ao Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), vedada a redistribuição desses recursos
aos demais partidos.
Assinale a alternativa correta.
A) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas
B) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas
C) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
D) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas

Comentários:
Vamos comentara cada item:
O item I está correto. A assertiva afirma exatamente o que está disposto no art. 9º da Lei 9.504/97.
O item II está incorreto. O prazo para que o partido solicite o registro de seus candidatos é até as dezenove
horas do dia 15 de agosto conforme o art. 11 da Lei das Eleições.

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O item III está incorreto. A assertiva errou no prazo, o art. 16 da Lei 9.504/97 afirma que será até 20 dias
antes da eleição.
O item IV está correto. Trata-se do § 16º do Art. 16-C da Lei da Eleições que acabamos de estudar.
Sendo assim a alternativa D é o gabarito da questão.

4 - Distribuição do FEFC

Vimos, no estudo da Lei nº 13.487/2017, a criação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC).
Agora, pela Lei nº 13.488/2017, temos regra que alterou a Lei nº 9.504/1997, para disciplinar os critérios de
distribuição dos recursos do FEFC. Veja:

Art. 16-D. Os recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), para o


primeiro turno das eleições, serão distribuídos entre os partidos políticos, obedecidos os
seguintes critérios:

I - 2% (dois por cento), divididos igualitariamente entre todos os partidos com estatutos
registrados no Tribunal Superior Eleitoral;

II - 35% (trinta e cinco por cento), divididos entre os partidos que tenham pelo menos um
representante na Câmara dos Deputados, na proporção do percentual de votos por eles
obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados;

III - 48% (quarenta e oito por cento), divididos entre os partidos, na proporção do número
de representantes na Câmara dos Deputados, consideradas as legendas dos titulares;

IV - 15% (quinze por cento), divididos entre os partidos, na proporção do número de


representantes no Senado Federal, consideradas as legendas dos titulares.

§ 1º Vetado.

§ 2º Para que o candidato tenha acesso aos recursos do Fundo a que se refere este artigo,
deverá fazer requerimento por escrito ao órgão partidário respectivo.

Aqui o legislador não quis facilitar o nosso estudo. Criou percentuais quebrados que, em nosso entender,
devem ser memorizados para a prova. Antes de preparar um esquema com todas as informações, vamos
compreender o que o legislador pretendeu com todas essas subdivisões.

Inicialmente, (no inc. II) foi destacado um percentual pequeno para ser distribuído a todos os partidos
políticos que tenham o estatuto registrado perante o TSE. Assim, todo partido constituído com validade
eleitoral participará do rateio dos 2%.

O restante será distribuído de acordo com a representatividade de cada partido político.

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Depois (nos incs. II e III) tivemos a distribuição de percentuais proporcionalmente ao número de votos que o
partido recebeu para a Câmara dos Deputados e ao número de deputados federais eleitos.

Assim, 35% do FEFC são distribuídos proporcionalmente ao número de votos recebidos na última eleição
para a Câmara dos Deputados. Além disso, temos a distribuição 48% do FEFC proporcionalmente ao número
de deputados federais eleitos.

A EC 111/2021 criou um incentivo financeiro e temporário (eleições de 2022 a 2030) considerando em dobro
os votos recebidos por candidata mulher e por candidato negro.

Caso a candidata seja uma mulher negra a contagem será dobrada apenas uma vez. Vejamos o texto do art.
2º da Emenda Constitucional 111/2021:

Art. 2º Para fins de distribuição entre os partidos políticos dos recursos do fundo partidário
e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), os votos dados a candidatas
mulheres ou a candidatos negros para a Câmara dos Deputados nas eleições realizadas de
2022 a 2030 serão contados em dobro.

Parágrafo único. A contagem em dobro de votos a que se refere o caput somente se aplica
uma única vez.

Por fim (no inc. IV) os 15% restante do FEFC serão distribuídos de acordo com o número de Senadores
Federais eleitos.

Em relação aos incs. III e IV, a Lei 13.877/2019 fez um esclarecimento para informar que deve, de fato, ser
considerado o número de representantes eleitos em cada uma das casas do parlamento, na última eleição
tida por referência.

Importante registrar que no caso de Deputados Federais – que são eleitos pelo sistema proporcional, o qual
confere prevalência ao partido político – caso o deputado migre de partido porque este não atingiu a cláusula
de barreira na forma estabelecida na Constituição (art. 17, §3º), os votos recebidos por esse parlamentar
não serão levados em consideração para fins da distribuição desses 48%.

Já em relação aos senadores – que são eleitos pelo sistema majoritário – leva-se em consideração os votos
dados a senadores que migraram de partido, desde que estejam no primeiro quadriênio de seus mandatos.

Feito isso, confiramos as regras dos §§ 3º e 4º:

§ 3º Para fins do disposto no inciso III do caput deste artigo, a distribuição dos recursos
entre os partidos terá por base o número de representantes eleitos para a Câmara dos
Deputados na última eleição geral, ressalvados os casos dos detentores de mandato que
migraram em razão de o partido pelo qual foram eleitos não ter cumprido os requisitos
previstos no § 3º do art. 17 da Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

§ 4º Para fins do disposto no inciso IV do caput deste artigo, a distribuição dos recursos
entre os partidos terá por base o número de representantes eleitos para o Senado Federal

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na última eleição geral, bem como os Senadores filiados ao partido que, na data da última
eleição geral, encontravam-se no 1º (primeiro) quadriênio de seus mandatos. (Incluído pela
Lei nº 13.877, de 2019)

Assim:

DISTRIBUIÇÃO DO FEFC

NÚMERO DE SENADORES 15%

NÚMERO DE DEPUTADOS FEDERAIS 48%

VOTOS DA CÂM. DEPUTADOS 35%

IGUALITÁRIA 2%

5 - Arrecadação

Neste tópico vamos tratar das regras relativas à arrecadação dos recursos, que serão realizados sob
responsabilidade dos partidos e dos candidatos, nos termos do art. 17, da LE:

Art. 17. As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a responsabilidade dos
partidos, ou de seus candidatos, e financiadas na forma desta Lei.

Esse primeiro dispositivo é importante para fixar que a responsabilidade do candidato e do partido pelos
valores que eventualmente utilizarem para as campanhas eleitorais é direta. Não há mais intermediação por
comitês ou terceiros e, caso o candidato ou partido façam uso dos denominados “tesoureiros”, não poderão
se eximir da responsabilidade pela arrecadação, gastos e informações financeiras prestadas.

5.1 - Limites

Antes da Lei nº 13.165/2015, fixavam-se diversos limites para os gastos de campanha. Hoje, com a nova
redação conferida aos dispositivos da Lei nº 9.504/1997, o limite será definido em lei e divulgado pelo TSE.

Na eleição de 2018 a Lei nº 13.487/2017 determinou o limite dos gastos de campanha. Esse limite será
parametrizado em lei e divulgado no ano das eleições pelo TSE. Nesse contexto, o art. 18 da Lei nº
9.504/1997, após a Reforma, passou a ter a seguinte redação:

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Art. 18. Os limites de gastos de campanha serão definidos em lei e divulgados pelo
Tribunal Superior Eleitoral.

Assim, para cada eleição, deve ser editada uma lei indicando os valores máximos de gastos em campanhas
eleitorais. A Lei nº 9.504/1997 apenas definirá alguns parâmetros que devem ser observados.

Confira uma questão de prova tratando da matéria:

(MPE-SC/ MPE-SC - 2019) Julgue o item:


De acordo com a Lei n. 9.504/1997, as despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a
responsabilidade dos partidos, ou de seus candidatos, e financiadas na forma dessa Lei, enquanto os limites
de gastos de campanha serão definidos e divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Comentários
A assertiva está errada. A primeira parte da afirmação está correta de acordo como texto do art. 17 da Lei
da Eleições, porém a segunda parte está equivocada vez que de acordo com o art. 18 da mesma lei os limites
serão definidos por lei e divulgados pelo TSE.

A fim de viabilizar o controle, pelo poder Judiciário, dos gastos de campanha e com o objetivo de evitar
abusos, haverá prestação de contas. Nesse contexto, o art. 18-A, da LE, estabelece que devem ser incluídos,
como gastos de campanha, não apenas as despesas efetuadas pelos candidatos, mas também os recursos
que o partido utilizou para a campanha de seus candidatos que puderem ser individualizadas. Vejamos:

Art. 18-A. Serão contabilizadas nos limites de gastos de cada campanha as despesas
efetuadas pelos candidatos e as efetuadas pelos partidos que puderem ser
individualizadas.

Parágrafo único. Para fins do disposto no caput deste artigo, os gastos advocatícios e de
contabilidade referentes a consultoria, assessoria e honorários, relacionados à prestação
de serviços em campanhas eleitorais e em favor destas, bem como em processo judicial
decorrente de defesa de interesses de candidato ou partido político, não estão sujeitos a
limites de gastos ou a limites que possam impor dificuldade ao exercício da ampla defesa.
(Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

O § único acima esclarece que os valores gastos com advogados e contadores não estão sujeitos a limites de
gastos, caso essa limitação possa prejudicar a ampla defesa do partido no Judiciário.

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Assim...

despesas efetuadas pelos candidatos


DEVEM SER CONTABILIZADOS
COMO GASTOS DE
CAMPANHA despesas efetuadas pelo partidos
políticos para a campanha dos seus
candidatos que puderem ser
individualizadas

Outro parâmetro estabelecido pela Lei nº 9.405/1997 – com redação dada pela Lei nº 13.165/2015 – é o art.
18-B, que estabelece multa pelo descumprimento das normas que limitam os gastos de campanha.

Caso o partido, ou o candidato, utilize de recursos para além dos limites estabelecidos, será aplicada multa
no importe de 100% do valor que ultrapassar. Além disso, o candidato envolvido poderá sofrer investigação
judicial eleitoral (AIJE) conforme regras próprias da Lei de Inelegibilidade.

Art. 18-B. O descumprimento dos limites de gastos fixados para cada campanha acarretará
o pagamento de multa em valor equivalente a 100% (cem por cento) da quantia que
ultrapassar o limite estabelecido, sem prejuízo da apuração da ocorrência de abuso do
poder econômico.

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DESCUMPRIMENTO DOS LIMITES DESCRITOS EM


RESOLUÇÃO DO TSE

multa em 100% do valor possibilidade de


ultrapassado condenação em AIJE

Na sequência vamos analisar o art. 18-C da Lei das Eleições, que foi incluído pela Lei 13.878/2019. Esse artigo
tem por finalidade tratar do limite de gastos para as eleições municipais, que abrange os cargos de prefeito
(e vice) e de vereador. Para o 1º turno, foi fixado como montante o valor praticado nas eleições de 2016,
atualizando-o pelo IPCA. Já em relação ao 2º turno, caso haja, o valor deverá corresponder a 40% do limite
fixado para o 1º turno.

Confira:

Art. 18-C. O limite de gastos nas campanhas dos candidatos às eleições para prefeito e
vereador, na respectiva circunscrição, será equivalente ao limite para os respectivos cargos
nas eleições de 2016, atualizado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), aferido pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou por
índice que o substituir. (Incluído pela Lei nº 13.878, de 2019)

Parágrafo único. Nas campanhas para segundo turno das eleições para prefeito, onde
houver, o limite de gastos de cada candidato será de 40% (quarenta por cento) do limite
previsto no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.878, de 2019)

Em forma de esquema, temos:

montante gasto nas


1º turno eleições de 2016
(atualizado pelo IPCA)
Limite de Gastos para
Eleições Municipais
40% do valor
2º turno disponibilizado no 1º
turno.

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6 - Administração Financeira da Campanha e Responsabilidade

Cuidar dos gastos efetuados em campanha é responsabilidade direta do candidato. Ele é quem determinará
qual o destino dos valores recebidos.

Com a nova sistemática adotada pela Lei nº 13.165/2015, os recursos repassados pelo partido político, pelo
Fundo Partidário ou por doações de pessoas físicas serão geridos pelo candidato de forma direta ou com o
auxílio de uma pessoa, que atuará como um gestor financeiro de campanha.

Esse gestor financeiro não é o comitê (que não mais constitui obrigação), ele é uma espécie de “tesoureiro”.

Vejamos:

Art. 20. O candidato a cargo eletivo fará, diretamente ou por intermédio de pessoa por
ele designada, a administração financeira de sua campanha usando recursos repassados
pelo partido, inclusive os relativos à cota do Fundo Partidário, recursos próprios ou doações
de pessoas físicas, na forma estabelecida nesta Lei.

Quando houver a constituição do gestor financeiro, tanto o candidato como a pessoa por ele indicada serão
solidariamente responsáveis pela veracidade das informações financeiras e contábeis.

RESPONSÁVEIS SOLIDARIAMENTE PELA VERACIDADE DAS INFORMAÇÕES FINANCEIRAS E


CONTÁBEIS

pessoa escolhida pelo candidato para a administração


candidato
financeira da campanha

Naturalmente, se o candidato não indicar alguém para lhe auxiliar na administração dos gastos, ele será
direta e unicamente responsável pelas informações financeiras e contábeis da campanha.

Vejamos a literalidade do art. 21:

Art. 21. O candidato é SOLIDARIAMENTE RESPONSÁVEL com a pessoa indicada na forma


do art. 20 desta Lei pela veracidade das informações financeiras e contábeis de sua
campanha, devendo ambos assinar a respectiva prestação de contas.

6.1 - Conta de Campanha

Para administrar a campanha, seja quando o próprio candidato efetuar a administração, seja quando ele
constituir uma pessoa para tal atribuição, deverá abrir uma conta bancária específica, ainda que não tenha
movimentação bancária, de acordo com a jurisprudência do TSE. Essa regra vem expressa no art. 22, da LE:

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Art. 22. É OBRIGATÓRIO para o partido e para os candidatos abrir conta bancária
específica para registrar todo o movimento financeiro da campanha.

Toda a movimentação financeira da campanha deve transitar pela conta bancária específica, com a exceção
de recursos que sejam aplicados diretamente pelos partidos políticos. Inclusive os recursos do próprio
candidato na campanha eleitoral devem ser depositados na conta específica. A conta específica é
fundamental, pois permite à Justiça Eleitoral analisar a entrada e a saída de recursos ao julgar as contas dos
candidatos. Tudo o que estiver fora dessa conta será considerado como “caixa 2”.

É importante registrar alguns entendimentos do TSE relativos à abertura da conta:

 A conta deverá ser aberta mesmo quando o candidato não efetuar gastos1. Esse entendimento foi
fixado em substituição à Súmula TSE nº 162, atualmente cancelada.

A revogação dessa súmula justifica a importância que se confere à abertura da conta de campanha.
Tanto é que, dessa forma, o TSE já entendeu que:

 Constitui irregularidade insanável a arrecadação de recursos e a realização de despesas antes da


abertura de conta específica3.

 O movimento financeiro de campanha abrange, inclusive, os recursos próprios do candidato, sob


pena de desaprovação das contas4.

Em vista da obrigatoriedade de constituição de conta bancária específica, o §1º traz algumas obrigações aos
bancos. Essas obrigações referem-se à abertura de contas, sem tarifamento. Os bancos devem realizar a
abertura de contas específicas para a campanha sem a cobrança de taxas e de despesas bancárias. Além
disso, os extratos fornecidos pelo banco deverão indicar o CPF ou o CNPJ do depositante.

Aqui cumpre um esclarecimento:

Como pode a indicação do CNPJ se pessoa jurídica não pode doar? Embora a regra seja doação por pessoa
física e, por conta disso, teremos a indicação do CPF, tanto candidatos (que possuem CNPJ) como partidos
políticos podem efetuar doações.

1
AgR-AI nº 139.912/2011.
2
Segundo o antigo teor da Sumula TSE nº 16, ATUALMENTE CANCELADA, “a falta de abertura de conta bancária específica
não é fundamento suficiente para a rejeição de contas de campanha eleitoral, desde que, por outros meios, se possa
demonstrar sua regularidade (art. 34 da Lei nº 9.096, de 19.9.95)”.
3
AgR-AI nº 149.794/2011.
4
AgR-AI nº 126.633/2011.

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Por fim, os bancos comprometem-se a encerrar as contas com o término das eleições. Eventuais saldos
existentes na conta devem ser transferidos para a conta bancária do órgão de direção do partido, conforme
regras que serão estudadas adiante.

Vejamos:

§ 1º Os bancos são obrigados a:

I - acatar, EM ATÉ TRÊS DIAS, o pedido de abertura de conta de qualquer candidato


escolhido em convenção, sendo-lhes VEDADO condicioná-la a depósito mínimo e à
cobrança de taxas ou de outras despesas de manutenção;

II – identificar, nos extratos bancários das contas correntes a que se refere o caput, o CPF
ou o CNPJ do doador.

III - encerrar a conta bancária no final do ano da eleição, transferindo a totalidade do saldo
existente para a conta bancária do órgão de direção indicado pelo partido, na forma
prevista no art. 31, e informar o fato à Justiça Eleitoral.

DEVER ATRIBUÍDO AOS BANCOS

Abrir conta específica no prazo de 3 dias, sem tarifamento;

Identificar depósitos com CPF/CNPJ do doador;

Encerrar a conta com o término das eleições transferindo os saldos para o órgão de
direção do partido.

A exigência de abertura de conta será excepcionada em uma única hipótese.

Antes da Lei nº 13.165/2015 não seria necessário abrir contas específicas para as eleições municipais em
cidades com menos de 20.000 eleitores. Essa regra, contudo, FOI REVOGADA pela reforma eleitoral. Agora,
temos uma única exceção.

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SOMENTE NÃO SERÁ NECESSÁRIO ABRIR CONTA ESPECÍFICA PARA A CAMPANHA, PARA AS ELEIÇÕES
MUNICIPAIS, QUANDO NÃO HOUVER AGÊNCIA BANCÁRIA NO MUNICÍPIO.

Atualmente, a inexistência de agência bancária é rara, contudo, se não houver agência, entendeu o legislador
que os candidatos terão uma dificuldade extra em administrar os gastos de campanha por contas específicas,
de forma que os dispensou da obrigação.

Agora que você compreendeu a única exceção, vejamos o dispositivo:

§ 2º O disposto neste artigo NÃO SE APLICA aos casos de candidatura para Prefeito e
Vereador em Municípios onde não haja agência bancária ou posto de atendimento
bancário.

A consequência da movimentação de recursos fora da conta de campanha sujeita o candidato à


desaprovação das contas e, caso haja demonstração de abuso de poder econômico pela movimentação de
valores fora das regras estabelecidas, o registro do candidato será cancelado e, se outorgado o diploma, ele
será cassado.

Vejamos:

§ 3º O uso de recursos financeiros para pagamentos de gastos eleitorais que não


provenham da conta específica de que trata o caput deste artigo implicará a desaprovação
da prestação de contas do partido ou candidato; comprovado abuso de poder econômico,
será cancelado o registro da candidatura ou cassado o diploma, se já houver sido
outorgado.

§ 4º Rejeitadas as contas, a Justiça Eleitoral remeterá cópia de todo o processo ao


Ministério Público Eleitoral para os fins previstos no art. 22 da Lei Complementar nº 64, de
18 de maio de 1990.

Notem que a legislação eleitoral atribui diversas consequências a quem descumprir as regras quanto à
utilização dos recursos nas campanhas eleitorais. Isso ocorre porque qualquer forma de abuso de poder nas
eleições é vedada, especialmente o econômico.

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Sistematizando algumas consequências já estudadas até então, temos:

MOVIMENTAÇÃO DE VALORES
GASTOS ACIMA DO LIMITE
FORA DA CONTA ESPECÍFICA

desaprovação das contas de


multa no valor de 100% campanha (tanto do partido como
do candidato)

cancelamento do registro ou
AIJE
cassação do diploma

6.2 - CNPJ

O art. 22-A, da LE, introduzido por intermédio da Lei nº 12.034/2009 e alterado pela Lei nº 13.165/2015,
determinou que candidatos estão obrigados a obter uma inscrição no CNPJ. Isso, no entanto, não irá torná-
los pessoa jurídica. A finalidade é direcionar todos os gastos sob um registro específico. Tudo o que estiver
fora é irregular, é “caixa 2”.

Vejamos o dispositivo:

Art. 22-A. Os candidatos estão obrigados à inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa


Jurídica - CNPJ.

§ 1º APÓS o recebimento do pedido de registro da candidatura, a Justiça Eleitoral deverá


fornecer EM ATÉ 3 (TRÊS) DIAS ÚTEIS, o número de registro de CNPJ.

§ 2º Cumprido o disposto no § 1o deste artigo e no § 1o do art. 22, ficam os candidatos


autorizados a promover a arrecadação de recursos financeiros e a realizar as despesas
necessárias à campanha eleitoral.

Embora seja pessoa natural, haverá um controle extra sobre os atos do candidato nas eleições. Além disso,
com a criação de um cadastro específico é possível diferenciar bem o patrimônio e os ganhos da pessoa do
candidato, dos gastos e dos recursos utilizados na campanha.

Em razão disso, a Lei nº 9.504/1997 exige a criação de um CNPJ para cada candidato. Ao contrário do que
poderíamos imaginar, esse CNPJ não será fornecido diretamente pelo Ministério da Fazendo, mas pela

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Justiça Eleitoral. A Justiça Eleitoral manterá um convênio com a Receita Federal para registro dos CNPJs dos
candidatos.

Para fins de prova, é fundamental memorizar o prazo que a Justiça Eleitoral tem para fornecer o número do
cadastro.

PRAZO PARA A JUSTIÇA ELEITORAL


3 dias
FORNECER O CNPJ AO CANDIDATO

Após a obtenção do cadastro e da abertura da conta específica, os candidatos poderão promover a


arrecadação dos recursos e o pagamento das despesas.

7 - Arrecadação prévia de recursos

Aqui estamos diante de uma inovação! Antes mesmo do registro, o pré-candidato poderá arrecadar recursos
por intermédio de financiamento coletivo, popularmente conhecido como crowdfunding ou “vaquinhas on-
line”.

Alvo de críticas, em 2014, o TSE, respondendo a uma consulta, vedou a possibilidade de se arrecadar valores
por esse meio por entender que não havia como individualizar os doadores. A lei 13.488/2017 resolveu a
questão, a inovação foi aprovada e pode, inclusive, ser utilizada antes mesmo do período eleitoral, para isso
deve haver a identificação obrigatória do nome, CPF e valor doado por cada colaborador.

De acordo com o art. 22-A, §§3º e 4º, desde o dia 15/5 do ano eleitoral, o pré-candidato pode promover
tais vaquinhas para a arrecadação de recursos de campanha. Contudo, como ainda não estamos no período
eleitoral, a utilização dos recursos fica condicionada ao registro da candidatura e a realização de despesas
dentro do período eleitoral. Além disso, é vedado, neste momento, o pedido de voto e devem ser observadas
as regras relativas à propaganda eleitoral na internet.

São, portanto, duas condições para arrecadar os valores levantados nesses financiamentos coletivos:

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FINANCIAMENTO COLETIVO
(vaquinha on-line)

condições para utilização

realização de despesas dentro


registro da candidatura
do período eleitoral

Veja o dispositivo legal:

§ 3º Desde o dia 15 DE MAIO DO ANO ELEITORAL, é facultada aos pré-candidatos a


arrecadação prévia de recursos na modalidade prevista no inciso IV do § 4o do art. 23 desta
Lei, mas a liberação de recursos por parte das entidades arrecadadoras fica condicionada
ao registro da candidatura, e a realização de despesas de campanha deverá observar o
calendário eleitoral.

Pergunta:

O pré-candidato arrecada os valores antes de ser registrado. Caso o seu registro seja
indeferido, o que acontece com os valores?

DEVOLUÇÃO! Isso mesmo, as entidades arrecadadoras deverão devolver os valores aos doadores.

Veja:

§ 4o Na hipótese prevista no § 3o deste artigo, se não for efetivado o registro da


candidatura, as entidades arrecadadoras deverão devolver os valores arrecadados aos
doadores.

Dessa forma, pela redação dos §§ 3º e 4º, os recursos arrecadados antecipadamente não serão
disponibilizados ao pré-candidato. Apenas com o registro, os valores serão liberados ao candidato pela
entidade arrecadadora. É por isso que é a entidade arrecadadora que faz a devolução de valores caso não
seja efetivado o registro.

8 - Doações

O controle dos gastos é a tônica da arrecadação dos recursos em campanhas eleitorais. Todos os valores
arrecadados devem ser contabilizados por intermédio de recibos eleitorais, considerados documentos
oficiais e obrigatórios.

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Sobre os recebidos eleitorais, vejamos os ensinamentos da doutrina5:

Os recebidos eleitorais viabilizam e legitimam a coleta de recursos para a campanha.


Devem apresentar numeração seriada ou sequencial. Sua expedição se faz necessária ainda
que o candidato faça doação para sua própria campanha, porquanto, mesmo aí, é previsto
que o negócio seja documentado e devidamente contabilizado.

Vimos, no início desta aula, que existem recursos privados que podem ser disponibilizados para o
financiamento da campanha eleitoral. Vamos iniciar com a análise dos dispositivos.

8.1 - Doações de Pessoas Físicas e do próprio Candidato como pessoa física


à sua campanha

Vejamos o art. 23, da LE:

Art. 23. Pessoas físicas poderão fazer doações em dinheiro ou estimáveis em dinheiro
para campanhas eleitorais, obedecido o disposto nesta Lei.

§ 1º As doações e contribuições de que trata este artigo ficam limitadas a 10% (dez por
cento) dos rendimentos brutos auferidos pelo doador no ano anterior à eleição. (Redação
dada pela Lei nº 13.165, de 2015)

I - Revogado;

II - Revogado.

§1º-A Revogado.

Neste primeiro caso, estão incluídos os valores recebidos por pessoas naturais e recursos destinados pelos
próprios candidatos como pessoas físicas às suas campanhas.

Para a nossa prova, é fundamental memorizarmos o percentual limite de 10%. Assim, os recursos doados
por quaisquer pessoas naturais se limitam ao percentual de 10% sobre o valor BRUTO auferido no ano
anterior. Cuide que o valor base para o cálculo do percentual incide sobre o valor bruto, o que engloba, por
exemplo, valores a título de previdência, imposto de renda retido na fonte etc. Somando-se todas essas
parcelas o limite individual de doação é calculado à razão de 10%.

Em relação aos recursos próprios, o § 1º - A foi revogado pela reforma de 2017. Contudo, a matéria foi
retomada pela Lei 13.878/2019 no §2º-A do art. 23 ao prever:

5
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, p. 343.

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§ 2º-A. O candidato poderá usar recursos próprios em sua campanha até o total de 10%
(dez por cento) dos limites previstos para gastos de campanha no cargo em que concorrer.
(Incluído pela Lei nº 13.878, de 2019)

O §1º-A, que previa a possibilidade de utilização de valores próprios até o limite total de gastos para o cargo
que pretendia concorrer, foi revogado pela Lei 13.488/2017, mas ainda foi aplicado na eleição de 2018 por
conta do Princípio da Anterioridade Eleitoral. Hoje, com a inclusão do §2º-A pela Lei 13.878/19, sabemos que
as doações do próprio candidato serão limitadas a 10% do valor geral de gastos das eleições para o cargo
disputado.

A apuração do montante de 10% ocorrerá pelo próprio TSE juntamente com a Receita Federal, conforme
disciplina o caput, do art. 24-C, da LE:

Art. 24-C. O limite de doação previsto no § 1º do art. 23 será apurado anualmente pelo
Tribunal Superior Eleitoral e pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

LIMITE DE 10% SOBRE O RENDIMENTO


PESSOAS FÍSICAS
BRUTO NO ANO ANTERIOR

LIMITE DE 10% DO TOTAL DE GASTOS


PREVISTO PRA CAMPANHA DO CARGO PRÓPRIO CANDIDATO
EM DISPUTA

Por exemplo, caso determinado cidadão receba R$ 100.000,00 ao longo do ano anterior às eleições, sem
contar eventuais descontos legais como tributos e gastos, por exemplo, poderá doar R$ 10.000,00 ao
candidato.

Essas doações serão feitas por intermédio de recibo, com exceção de alguns gastos que são dispensados de
comprovação e que se encontram disciplinados no art. 28, §6º, o qual será estudado adiante. Essa é a regra
contida no §2º, do art. 23, da LE:

§ 2º As doações estimáveis em dinheiro a candidato específico, comitê ou partido deverão


ser feitas mediante recibo, assinado pelo doador, exceto na hipótese prevista no § 6º do
art. 28.

Lembre-se de que as doações devem ser efetuadas mediante recibo, exceto nas hipóteses abaixo:

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AS DOAÇÕES DEVE SER FEITAS MEDIANTE APRESENTAÇÃO DE RECIBO, EXCETO:

Cessão de bens móveis com valor limitado a R$ 4.000,00.

Doações estimáveis em dinheiro entre candidatos ou partidos, decorrentes do uso comum


de sedes e de materiais de propaganda eleitoral, cujo gasto deverá ser registrado na
prestação de contas do responsável pelo pagamento da despesa.

A cessão de automóvel de propriedade do candidato, do cônjuge e de seus parentes até o


terceiro grau para seu uso pessoal durante a campanha.

No primeiro caso, temos o “empréstimo” de bens de baixo valor, como um computador (se não ultrapassar
R$ 4.000,00) e o uso comum de sedes e materiais de propaganda entre vários candidatos, além do uso de
carro próprio ou de familiar.

Não se preocupe com essas regras agora. Voltaremos a elas mais adiante. Neste ponto do conteúdo, é
importante que saibamos que a ausência de recibo eleitoral, quando exigível, constitui irregularidade
insanável, segundo entendimento do TSE6.

Vamos continuar?!

E se o limite de doação for ultrapassado? E se a pessoa física doar mais de 10%?

APLICA-SE A PENALIDADE DE MULTA!

Quem efetuava doação acima dos limites legais sofria multa no valor de cinco vezes o montante recebido
em excesso. Por exemplo, determinada pessoa física, teve rendimento bruto no ano anterior à eleição de R$
100.000,00. Poderia doar até R$ 10.000,00 (10%). Caso efetuasse doação de R$ 15.000,00, sofreria multa de
R$ 25.000,00 (ou seja, 5 X R$ 5.000,00 = R$ 25.000,00).

Agora esse percentual mudou para 100%. Em síntese, a penalidade ficou muito mais branda. Com a Lei nº
13.488/2017, que alterou o §3º do art. 23, da Lei 9.504/1997 (Lei das Eleições), usando o mesmo exemplo, o
valor na multa no exemplo acima é de R$ 5.000,00, ou seja, 100% sobre o valor doado em excesso.

A aplicação da multa não impede que o candidato responda por abuso de poder econômico na forma da Lei
64/90.

6
REspe nº 26.125/2006.

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Veja o dispositivo com a redação atualizada:

§ 3º A doação de quantia acima dos limites fixados neste artigo sujeita o infrator ao
pagamento de multa no valor de até 100% (cem por cento) da quantia em excesso.

Lembre-se:

MULTA POR DOAÇÃO ACIMA DOS LIMITES


até 100% da quantia em excesso
LEGAIS

8.2 - Formas de arrecadação de recursos

Quanto às formas de arrecadação de recursos, tínhamos:

cheques cruzados e nominais


ARRECADAÇÃO DE RECURSOS
QUANTO À FORMA DE

transferência eletrônica

depósitos devidamente identificados

mecanismos disponíveis no site no candidato, desde que haja a


identificação do doador e a emissão de recibo

Com a Lei nº 13.488/2017, o art. 23, §4º, da Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições) sofreu alguns acréscimos.
Temos algumas modalidades adicionais de doações.

Entre as formas de doação permanece a possibilidade de utilizar cheques cruzados e nominais, transferências
eletrônicas, depósitos em espécie identificados, doação identificada pelo site do candidato, partido ou
coligação mediante emissão de recibo.

Além das formas acima, temos a vaquinha on-line, denominados pelo inc. IV do §4º do art. 23 da Lei nº
13.488/2017. Essa modalidade de doação requer atenção a alguns requisitos específicos. Vejamos:

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a) cadastro prévio na Justiça Eleitoral de acordo com as regras fixadas;

Há necessidade de registrar essas vaquinhas para que a Justiça Eleitoral possa exercer o controle de
legalidade sobre as doações efetuadas. Além disso, a Justiça Eleitoral poderá estabelecer normas referente
a essas doações, que também serão observadas.

b) identificação do doador;

c) disponibilização em site eletrônico com lista de doadores e quantias doadas;

A finalidade dessa exigência é proporcionar o controle dos recursos transitados por intermédio dessas
arrecadações coletivas. Com a divulgação das listas de doadores e dos valores arrecadados é possível aferir
o montante de recursos que ingressaram nas campanhas eleitorais por intermédio das vaquinhas.

d) emissão de recibo;

e) divulgação de taxas administrativas quando da doação;

As doações efetuadas por intermédio desse recurso, exige um sistema próprio que irá cobrar uma taxa para
administrar as transações. Exige a norma a indicação clara e ampla das taxas administrativas devidas.

g) arrecadação dos recursos a partir de 15/5 do ano eleitoral; e

h) observância das normas relativas à propaganda na internet.

Nos arts. 57-A até o art. 57-I temos várias regras referentes à propaganda na internet como, por exemplo,
formas de propaganda, gratuidade, multas por descumprimento, tratamento de cadastros eletrônicos etc.
Essas normas aplicam-se, no que for possível, à arrecadação coletiva de recursos.

Agora, leia com atenção a norma:

§ 4o As doações de recursos financeiros somente poderão ser efetuadas na conta


mencionada no art. 22 desta Lei por meio de:

I - cheques cruzados e nominais ou transferência eletrônica de depósitos;

II - depósitos em espécie devidamente identificados até o limite fixado no inciso I do §


1o deste artigo.

III - mecanismo disponível em sítio do candidato, partido ou coligação na internet,


permitindo inclusive o uso de cartão de crédito, e que deverá atender aos seguintes
requisitos:

a) identificação do doador;

b) emissão obrigatória de recibo eleitoral para cada doação realizada.

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IV - instituições que promovam técnicas e serviços de financiamento coletivo por meio de


sítios na internet, aplicativos eletrônicos e outros recursos similares, que deverão atender
aos seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

a) cadastro prévio na Justiça Eleitoral, que estabelecerá regulamentação para prestação de


contas, fiscalização instantânea das doações, contas intermediárias, se houver, e repasses
aos candidatos;

b) identificação obrigatória, com o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de


Pessoas Físicas (CPF) de cada um dos doadores e das quantias doadas;

c) disponibilização em sítio eletrônico de lista com identificação dos doadores e das


respectivas quantias doadas, a ser atualizada instantaneamente a cada nova doação;

d) emissão obrigatória de recibo para o doador, relativo a cada doação realizada, sob a
responsabilidade da entidade arrecadadora, com envio imediato para a Justiça Eleitoral e
para o candidato de todas as informações relativas à doação;

e) ampla ciência a candidatos e eleitores acerca das taxas administrativas a serem cobradas
pela realização do serviço;

f) não incidência em quaisquer das hipóteses listadas no art. 24 desta Lei [rol de entidades
e pessoas que não podem doar recursos para campanha];

g) observância do calendário eleitoral, especialmente no que diz respeito ao início do


período de arrecadação financeira, nos termos dispostos no § 2o do art. 22-A desta Lei;

h) observância dos dispositivos desta Lei relacionados à propaganda na internet;

V - comercialização de bens e/ou serviços, ou promoção de eventos de arrecadação


realizados diretamente pelo candidato ou pelo partido político.

Os recursos apurados nas vaquinhas on-line constarão da prestação de contas. Contudo, como a pretensão
é arrecadar um bom montante de recursos a partir de inúmeras doações de valores pequenos, na prestação
das contas, não é necessário apresentar recibos para cada doação. Exige-se, apenas a indicação da lista de
doadores, com os respectivos valores doados e indicação do CPF. Confira:

§ 4º-A Na prestação de contas das doações mencionadas no § 4o deste artigo, é dispensada


a apresentação de recibo eleitoral, e sua comprovação deverá ser realizada por meio de
documento bancário que identifique o CPF dos doadores.

Além da vaquinha on-line outra forma de arrecadação de recursos novidade na legislação eleitoral é a
comercialização de bens e/ou serviços ou da promoção de eventos pelo candidato ou pelo partido político.

Trata-se de prática que era aceita pela jurisprudência do TSE, que, com a Lei 13.488/2017, tornou-se
expressa.

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Na sequência vamos analisar o §4º-B, §6º e §8º que são aplicáveis as doações on-line, individuais ou por
intermédio das vaquinhas.

O §4º-B prevê que nas doações online e nos financiamentos coletivos, além da prestação de contas ao
término da campanha, serão divulgados relatórios indicando o montante recebido no curso da campanha
eleitoral no prazo previsto no §4º do art. 28 da Lei das Eleições.

O art. 28, § 4º, da LE, prevê a necessidade de divulgação em site criado pela Justiça Eleitoral dos valores
recebidos ao longo da campanha no prazo de 72 horas. Por exemplo, se determinado candidato receber R$
1.000,00 de recursos em 20 de agosto do ano eleitoral, até o dia 23 de agosto deverá divulgar em site indicado
pelo TSE que o valor foi doado.

Além disso, no meio da campanha eleitoral, há uma espécie de pré-prestação de contas. Trata-se,
efetivamente, de envio de relatório discriminado dos recursos recebidos que ocorre no dia 15 de setembro
do ano eleitoral.

Assim, no nosso exemplo, os R$ 1.000,00 devem ser indicados também neste relatório do dia 15/9, além da
informação no site no prazo de 72h.

Tais medidas têm por escopo permitir a fiscalização das informações sobre o financiamento das campanhas
e permitir a intervenção imediata caso haja indícios de abuso de poder econômico. Confira:

§ 4o-B As doações realizadas por meio das modalidades previstas nos incisos III e IV do §
4o deste artigo devem ser informadas à Justiça Eleitoral pelos candidatos e partidos no
prazo previsto no inciso I do § 4o do art. 28 desta Lei [informação on-line no prazo de 72
horas e no relatório discriminado do dia 15/9], contado a partir do momento em que os
recursos arrecadados forem depositados nas contas bancárias dos candidatos, partidos ou
coligações. (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

O §6º dispõe sobre a responsabilidade candidatos, partidos e coligações em razão da arrecadação de valores
por doações ou vaquinhas realizadas on-line. O dispositivo prevê que fraudes e erros cometidos pelo doador,
sem conhecimento do recebedor, não ensejarão responsabilidade ou rejeição de prestação de contas.
Apenas os doadores serão responsáveis, essa regra visa proteger os candidatos e partidos de fraudes
praticadas por terceiros com o intuito de provocar a rejeição de suas contas. Confira:

§ 6º Na hipótese de doações realizadas por meio das modalidades previstas nos incisos III
e IV do § 4o deste artigo, fraudes ou erros cometidos pelo doador sem conhecimento dos
candidatos, partidos ou coligações não ensejarão a responsabilidade destes nem a
rejeição de suas contas eleitorais. (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)

O §8º, por sua vez, prevê que todas as instituições financeiras e bancárias que estiverem atuando de forma
regular podem operacionalizar as doações e vaquinhas on-line. Veja:

§ 8º Ficam autorizadas a participar das transações relativas às modalidades de doações


previstas nos incisos III e IV do § 4o deste artigo todas as instituições que atendam, nos

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termos da lei e da regulamentação expedida pelo Banco Central, aos critérios para operar
arranjos de pagamento. (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

Por fim, confira o §9º, do art. 23, que prevê a impossibilidade de as instituições financeiras recusarem a
doação por intermédio de cartão de crédito ou de débito. Além da transferência direta identificada, os
bancos devem admitir a utilização de cartões. Veja:

§ 9º As instituições financeiras e de pagamento não poderão recusar a utilização de cartões


de débito e de crédito como meio de doações eleitorais de pessoas físicas. (Incluído pela
Lei nº 13.488, de 2017)

Com a Reforma Eleitoral de 2017, as formas admitidas de doação são as seguintes:

cheques cruzados e nominais


QUANTO À FORMA DA

transferência eletrônica
DOAÇÃO POR PESSOA

depósitos devidamente identificados


FÍSICA

mecanismos disponíveis no site no candidato, desde que haja a identificação do doador e


a emissão de recibo

vaquinha on-line

comercialização de bens e/ou serviços ou promoção de eventos pelo partido ou candidato

Sigamos!

em espécie

VEDAM-SE DOAÇÕES PELO de troféus


CANDIDATO (do registro da
candidatura às eleições) em prêmios

em ajudas

O quadro acima sintetiza o §5º, dispositivo não alterado pela reforma de 2017. Busca-se impedir que o
candidato burle as normas de prestações de contas utilizando ardis, por isso abrange a relação com pessoa
física e jurídica.

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§ 5º Ficam vedadas quaisquer doações em dinheiro, bem como de troféus, prêmios,


ajudas de qualquer espécie feitas por candidato, entre o registro e a eleição, a pessoas
físicas ou jurídicas.

Na sequência, devido a sua importância, vamos analisar o § 7º, do art. 23, da LE, em tópico próprio.

8.3 - Limite para doações estimáveis em dinheiro quanto à cessão de bens

O §7º, do art. 23, da Lei das Eleições a cada reforma sofre mais alterações.

Qualquer cidadão poderá auxiliar o candidato de sua preferência, desde que observe as limitações legais
previstas. Por exemplo, poderá efetuar doação de recursos (limitado a 10% do faturamento bruto do ano
anterior), poderá auxiliar com sua força de trabalho e pode, inclusive, efetuar empréstimo de bens móveis e
imóveis.

Em relação a esses empréstimos eles podem ou não ingressar nos limites de doação. Por exemplo,
determinada pessoa doa um veículo para auxiliar nas viagens do candidato que apoia. Se esse veículo, por
exemplo, for avaliado em R$ 20.000,00 entrará no limite de 10% do rendimento bruto do ano anterior?

Melhor explicando. Vamos supor que esse cidadão que emprestou o veículo tenha auferido rendimento
equivalente a R$ 1.000.000,00 no ano anterior. Nesse caso poderá doar o equivalente a 10%, o que resulta
em R$ 100.000,00.

Retornando à pergunta:

Se ele emprestar o veículo ainda poderá doar os R$ 100.000,00 ou, descontado o valor
avaliado do veículo, poderá doar apenas R$ 80.000,00?

Poderá doar o valor total! Isso porque o limite de 10% do rendimento bruto do doador não se aplica para
cessão de bens móveis e imóveis que tenham valor estimado de até R$ 40.000,00.

Caso veículo avaliado ultrapasse os R$ 40.000,00, a cessão deverá ingressar no limite de gastos de campanha
do candidato.

Além disso, note que podemos ter:

 a cessão de bens móveis e imóveis até o limite de R$ 40.000,00; e

 a prestação de serviço próprio até o limite de R$ 40.000,00.

Na redação da legislação anterior, não havia possibilidade dispensa relativamente à prestação de serviços,
mas apenas em relação à cessão de bens (móveis e imóveis).

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Assim:

VALOR MÁXIMO DE BENS (MÓVEIS E IMÓVEIS) OU


PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS QUE PODEM SER
CEDIDOS/PRESTADOS SEM CONTABILIZAÇÃO NO LIMITE R$ 40.000,00
DE DOAÇÕES DE 10% SOBRE O RENDIMENTO BRUTO DO
ANO ANTERIOR

Muita atenção à informação acima, que esse valor já foi R$ 50.000,00 (conforme reforma da Lei nº
12.034/2009). Já foi também R$ 80.000,00 (conforme reforma da Lei nº 13.165/2015). Hoje é R$ 40.000,00
por força da Lei nº 13.488/2017.

Assim:

R$ 50.000,00 R$ 80.000,00 R$ 40.000,00

Veja o dispositivo:

§ 7º O limite previsto no § 1º deste artigo não se aplica a doações estimáveis em dinheiro


relativas à utilização de bens móveis ou imóveis de propriedade do doador ou à prestação
de serviços próprios, desde que o valor estimado NÃO ULTRAPASSE R$ 40.000,00
(quarenta mil reais) por doador.

Para encerrar esse extenso artigo, vejamos o §10, cuja redação foi dada pela Lei 13.877/2019:

§ 10. O pagamento efetuado por pessoas físicas, candidatos ou partidos em decorrência


de honorários de serviços advocatícios e de contabilidade, relacionados à prestação de
serviços em campanhas eleitorais e em favor destas, bem como em processo judicial

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decorrente de defesa de interesses de candidato ou partido político, não será considerado


para a aferição do limite previsto no § 1º deste artigo e não constitui doação de bens e
serviços estimáveis em dinheiro. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

Novamente nota-se a preocupação do legislador não limitar os gastos de campanha realizados com
contratação de advogados e de contadores.

8.4 - Doações de outros candidatos

Segundo a doutrina de José Jairo Gomes7, é lícita a doação de recursos de um candidato para outro, desde
que sejam observados os limites constantes do art. 23, §1º, da LE.

Nesse caso, o candidato será considerado como pessoa física para fins de doação dos recursos à campanha
de outros candidatos. Situações como essa poderiam ocorrer, por exemplo, de um candidato a governador
contribuir para um colega candidato a vereador. Assim, o candidato poderá doar, a outro candidato, valores
desde que não excedam 10% dos rendimentos brutos do ano anterior em relação ao candidato doador.

8.5 - Aplicação ou distribuição de recursos de partido político

O partido político tem diversas fontes de receitas. Estuda-se, na Lei nº 9.096/1995, que as agremiações
podem receber recursos do Fundo Partidário, doações e promoção de eventos e venda de bens e de produtos
decorrentes de investimentos e de aplicações financeiras.

Esses recursos poderão ser distribuídos, em ano eleitoral, para as campanhas nos termos do art. 39, §5º, da
Lei dos Partidos Políticos:

§ 5º Em ano eleitoral, os partidos políticos poderão aplicar ou distribuir pelas diversas


eleições os recursos financeiros recebidos de pessoas físicas e jurídicas [por aplicação do
entendimento do STF] observando-se o disposto no § 1º do art. 23, no art. 24 e no § 1º do
art. 81 da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997, e os critérios definidos pelos respectivos
órgãos de direção e pelas normas estatutárias.

Em que pese às discussões doutrinárias acerca desse dispositivo, para fins da nossa prova devemos
memorizar o posicionamento do TSE, segundo o qual as doações feitas por particulares a partidos devem
se limitar a 10% do rendimento bruto.

Para recebimento desses valores, os partidos políticos devem abrir contas específicas de campanha para
conferir transferências e frear o abuso de poder econômico nas eleições.

Aqui, há um detalhe que merece observação:

7
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, p. 345.

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Fala-se na possibilidade de doação oculta.

O que seria isso?

O partido político recebe valores, como vimos:

 do Fundo Partidário;

 de eventos e venda de bens e de produtos decorrentes de investimentos e de aplicações


financeiras; e

 pessoas físicas.

Em relação às doações de pessoas físicas, é importante destacar que os valores arrecadados pelo partido
político podem ser repassados aos candidatos.

As doações realizadas pelos partidos políticos aos candidatos, acabaram gerando a denominada “doação
oculta”, pois, a princípio, não se sabia para qual candidato efetivamente a pessoa natural estaria doando.

Por isso, por força de interpretação conferida pelo STF na ADI 5.394 e pela nova redação do art. 28, §12, da
Lei nº 9.504/1997, que será estudado adiante, é obrigatório, ao partido, individualizar a origem do
recebimento do valor repassado ao candidato.

Por exemplo, o partido deve indicar que, dos R$ 1.000,00 repassados ao candidato X, R$ 500,00 são a título
de quotas do Fundo Partidário e R$ 500,00 são referentes à doação de José, CPF XXX... Ou seja, os valores
devem constar discriminados a fim de que se tenha controle da destinação conferida na doação oculta.

9 - Fontes Vedadas

O art. 24, da Lei nº 9.504/1997, traz inúmeras hipóteses de recursos que não podem ser recebidos pelos
candidatos ou pelo partido político. Esse artigo busca preservar o pleito eleitoral de uma influência que pode
desiquilibrar a campanha eleitoral. Impede, também, que entidades públicas ou que possuam vínculo com
órgãos governamentais se desviem de suas funções para sustentar preferências partidárias. Para a nossa
prova não há outra alternativa a não ser procurar memorizar as hipóteses trazidas no dispositivo.

Art. 24. É VEDADO, a partido e candidato, receber direta ou indiretamente doação em


dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie,
procedente de:

I - entidade ou governo estrangeiro;

II - órgão da administração pública direta e indireta ou fundação mantida com recursos


provenientes do Poder Público;

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III - concessionário ou permissionário de serviço público;

IV - entidade de direito privado que receba, na condição de beneficiária, contribuição


compulsória em virtude de disposição legal;

V - entidade de utilidade pública;

VI - entidade de classe ou sindical;

VII - pessoa jurídica sem fins lucrativos que receba recursos do exterior.

VIII - entidades beneficentes e religiosas;

IX - entidades esportivas;

X - organizações não-governamentais que recebam recursos públicos;

XI - organizações da sociedade civil de interesse público.

XII - Vetado.

É importante registrar que o art. 24 da Lei das Eleições deve ser lido à luz do entendimento do STF a respeito
da impossibilidade de doação por pessoas jurídicas.

A redação anterior do inciso IX vedava a doação de entidade esportiva que recebesse dinheiro público, com
a nova redação a vedação tornou-se mais ampla compreendendo qualquer entidade esportiva, a alteração
visou impedir que entidades desportivas, principalmente do futebol, financiassem seus próprios dirigentes
em campanhas políticas. Atualmente, devemos considerar que são fontes vedadas:

FONTES VEDADAS

• doação de pessoa jurídica (exceto de partidos políticos a candidatos);


• doação de origem estrangeira;
• doação de pessoa jurídica que exerça atividade comercial decorrente de concessão ou
permissão pública.

Na sequência, vejamos a literalidade do §1º, do art. 24, da Lei nº 9.504/1997:

§ 1º Não se incluem nas vedações de que trata este artigo as cooperativas cujos
cooperados não sejam concessionários ou permissionários de serviços públicos, desde
que não estejam sendo beneficiadas com recursos públicos, observado o disposto no art.
81.

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Aqui, do mesmo modo, você deve ler esse dispositivo à luz do entendimento do STF, segundo o qual pessoa
jurídica não poderá doar para campanhas eleitorais, seja para o partido, seja para o candidato ou para o
Fundo Partidário. Portanto, SE INCLUEM, NA VEDAÇÃO À DOAÇÃO PARA CAMPANHAS ELEITORAIS POR
CONTA DO ENTENDIMENTO DO STF, DOAÇÕES POR COOPERATIVAS, UMA VEZ QUE SÃO PESSOAS
JURÍDICAS.

Os §§ 2º e 3º foram acrescentados pela Lei nº 13.165/2015, mas vetados pelo Presidente. Já o §4º, também
com redação dada pela Lei nº 13.165/2015, prevê que o partido político ou o candidato não poderá ficar
com valores das fontes vedadas (como vimos acima) ou de origem não identificada. Em tais situações, os
valores deverão ser devolvidos ou transferidos para o Tesouro Nacional, caso não seja possível a devolução.

Vejamos:

§ 4º O partido ou candidato que receber recursos provenientes de fontes vedadas ou de


origem não identificada deverá proceder à devolução dos valores recebidos ou, não sendo
possível a identificação da fonte, transferi-los para a conta única do Tesouro Nacional.

Os arts. 24-A e 24-B, acrescentados pela Lei nº 13.165/2015, também foram vetados. O art. 24-C, como
anunciamos acima, fixa o limite de gastos que os candidatos poderão empenhar na realização das
campanhas:

Art. 24-C. O limite de doação previsto no § 1o do art. 23 [pelo próprio candidato a sua
campanha] será apurado anualmente pelo Tribunal Superior Eleitoral e pela Secretaria
da Receita Federal do Brasil.

Para fins da definição desses valores, o TSE deverá consolidar uma série de informações que serão
encaminhadas à Receita Federal nos termos dos §§ abaixo, cuja leitura é suficiente:

§ 1º O Tribunal Superior Eleitoral deverá consolidar as informações sobre as doações


registradas até 31 de dezembro do exercício financeiro a ser apurado, considerando:

I - as prestações de contas anuais dos partidos políticos, entregues à Justiça Eleitoral até 30
de abril do ano subsequente ao da apuração, nos termos do art. 32 da Lei no 9.096, de 19
de setembro de 1995;

II - as prestações de contas dos candidatos às eleições ordinárias ou suplementares que


tenham ocorrido no exercício financeiro a ser apurado.

§ 2º O Tribunal Superior Eleitoral, após a consolidação das informações sobre os valores


doados e apurados, encaminhá-las-á à Secretaria da Receita Federal do Brasil até 30 de
maio do ano seguinte ao da apuração.

§ 3º A Secretaria da Receita Federal do Brasil fará o cruzamento dos valores doados com
os rendimentos da pessoa física e, apurando indício de excesso, comunicará o fato, até 30
de julho do ano seguinte ao da apuração, ao Ministério Público Eleitoral, que poderá, até

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o final do exercício financeiro, apresentar representação com vistas à aplicação da


penalidade prevista no art. 23 e de outras sanções que julgar cabíveis.

Na sequência, vejamos o art. 25, da LE, que trata da consequência aos partidos em razão do descumprimento
das normas relativas à aplicação dos recursos financeiros.

Nesse dispositivo, a consequência é aplicada ao partido político que receber recursos fora das
especificações legais! NÃO SE APLICA AO CANDIDATO QUE ATUAR DE FORMA IRREGULAR NOS GASTOS DE
CAMPANHA! O candidato perderá a candidatura por abuso de poder econômico!

Eventuais violações implicam a perda ou a suspensão do direito ao recebimento das quotas do fundo
partidário, além da possibilidade de condenação por abuso de poder econômico, que veremos adiante.
==1365fc==

Art. 25. O partido que descumprir as normas referentes à arrecadação e aplicação de


recursos fixadas nesta Lei perderá o direito ao recebimento da quota do Fundo Partidário
do ano seguinte, sem prejuízo de responderem os candidatos beneficiados por abuso do
poder econômico.

Parágrafo único. A sanção de suspensão do repasse de novas quotas do Fundo Partidário,


por desaprovação total ou parcial da prestação de contas do candidato, deverá ser
aplicada de forma proporcional e razoável, pelo período de 1 (um) mês a 12 (doze) meses,
ou por meio do desconto, do valor a ser repassado, na importância apontada como
irregular, não podendo ser aplicada a sanção de suspensão, caso a prestação de contas não
seja julgada, pelo juízo ou tribunal competente, após 5 (cinco) anos de sua apresentação.

Não precisamos, agora, nos preocupar com este dispositivo. Ele será retomado no próximo capítulo.

10 - Gastos Eleitorais

Os gastos lícitos realizados em campanha são todos aqueles realizados de acordo com a legislação eleitoral.
O art. 26 e o art. 100-A exemplificam gastos lícitos que podem ser realizados durante as campanhas
eleitorais. Tudo que estiver fora dos limites estabelecidos serão gastos eleitorais ilícitos sujeitos às
penalidades previstas.

Para fins da nossa prova, não há outra alternativa a não ser a leitura e a memorização, na medida do possível,
das hipóteses trazidas em lei.

Vejamos:

Art. 26. São considerados gastos eleitorais, sujeitos a registro e aos limites fixados nesta
Lei:

I – confecção de material impresso de qualquer natureza e tamanho, observado o disposto


no § 3º do art. 38 desta Lei [nas dimensões estabelecidas na lei 9.504/1997];

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II – propaganda e publicidade direta ou indireta, por qualquer meio de divulgação,


destinada a conquistar votos;

III – aluguel de locais para a promoção de atos de campanha eleitoral;

IV - despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço das


candidaturas, observadas as exceções previstas no § 3º deste artigo. (Redação dada pela
Lei nº 13.488, de 2017)

V – correspondência e despesas postais;

VI – despesas de instalação, organização e funcionamento de comitês e [não mais


existem] serviços necessários às eleições;

VII – remuneração ou gratificação de qualquer espécie a pessoal que preste serviços às


candidaturas ou aos comitês eleitorais [não mais existem];

VIII – montagem e operação de carros de som, de propaganda e assemelhados;

IX – a realização de comícios ou eventos destinados à promoção de candidatura;

X – produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, inclusive os destinados à


propaganda gratuita;

XI – (Revogado pelo art. 4º da Lei nº 11.300/2006.);

XII – realização de pesquisas ou testes pré-eleitorais;

XIII – (Revogado pelo art. 4º da Lei nº 11.300/2006.);

XIV – (Revogado pelo art. 3º da Lei nº 12.891/2013);

XV - custos com a criação e inclusão de sítios na internet e com o impulsionamento de


conteúdos contratados diretamente com provedor da aplicação de internet com sede e
foro no País;

§ 1o São estabelecidos os seguintes limites com relação ao total do gasto da campanha:

I – alimentação do pessoal que presta serviços às candidaturas ou aos comitês eleitorais:


10% (DEZ POR CENTO);

II – aluguel de veículos automotores: 20% (VINTE POR CENTO).

O dispositivo acima requer atenção nossa, pois os incisos “têm cara de prova”!

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É importante que você leia esse dispositivo com atenção e procure memorizá-los. Todos esses gastos devem
ser registrados como gastos de campanha, sob pena de sofrer sanções caso não indicados na prestação de
contas.

Além disso, é fundamental que você fique atento ao §1º, que traz dois limites específicos, um para
alimentação pessoal e outro para aluguel de veículos automotores.

LIMITE DE GASTO COM ALIMENTAÇÃO DE PESSOAL 10%

LIMITE DE GASTO COM ALUGUEL DE VEÍCULOS 20%

Memorize:

GASTOS ELEITORAIS
• confecção de material impresso;
• propaganda e publicidade;
• aluguel de locais para a promoção de atos de campanha eleitoral;
• despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço das
candidaturas;
• correspondência e despesas postais;
• despesas de instalação, organização e funcionamento de serviços necessários às
eleições;
• remuneração dos prestadores de serviços;
• montagem e operação de carros de som, de propaganda;
• realização de comícios ou eventos destinados à promoção de candidatura;
• produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, inclusive os destinados à
propaganda gratuita;
• realização de pesquisas ou testes pré-eleitorais;
• custos com a criação e inclusão de sítios na internet e com o impulsionamento de
conteúdos.

Agora trataremos das alterações promovidas pela Lei nº 13.488/2017 no art. 26.

Vamos começar com o dispositivo recém introduzido:

Art. 26. São considerados gastos eleitorais, sujeitos a registro e aos limites fixados nesta
Lei:

IV - despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço das


candidaturas, observadas as exceções previstas no § 3º deste artigo. (Redação dada pela
Lei nº 13.488, de 2017)

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Como vimos, o art. 26 da Lei das Eleições lista os gastos de campanha. Entre os gastos de campanha temos,
por exemplo, confecção de material impresso, aluguéis de locais utilizados na campanha e, inclusive, despesa
com transporte ou deslocamento de candidatos e de pessoal para auxiliar na campanha.

Esse dispositivo já existia antes da Reforma Eleitoral de 2017, a Lei nº 13.488/2017, trouxe ressalvas em
relação a algumas despesas que não devem ser computadas como gastos de campanha.

Portanto, não são considerados como gastos eleitorais e não se sujeitam a prestação de contas despesas
no deslocamento de candidato e de pessoal à serviço de campanha:

a) combustível e manutenção de veículo automotor usado pelo candidato na campanha;

b) remuneração, alimentação e hospedagem do condutor do veículo a que se refere a alínea a deste parágrafo;

c) alimentação e hospedagem própria; e

d) uso de linhas telefônicas registradas em seu nome como pessoa física, até o limite de três linhas.

É isso que prevê o §3º do art. 26 da Lei das Eleições:

§ 3o NÃO são consideradas gastos eleitorais nem se sujeitam a prestação de contas as


seguintes despesas de natureza pessoal do candidato:

a) combustível e manutenção de veículo automotor usado pelo candidato na campanha;

b) remuneração, alimentação e hospedagem do condutor do veículo a que se refere a


alínea a deste parágrafo;

c) alimentação e hospedagem própria;

d) uso de linhas telefônicas registradas em seu nome como pessoa física, até o limite de
três linhas.

Importante esclarecer que pelo fato desses recursos não serem contabilizados como gasto de campanha,
impede, por consequência, que o candidato utilize de recursos da campanha eleitoral para pagá-los. Assim,
não é admissível, por exemplo, que o candidato pague alimentação e hospedagem própria com recursos da
conta de campanha.

Sigamos!

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A Lei 13.488/2017 trouxe mais uma hipótese de gastos eleitorais no rol do art. 26 da Lei das Eleições:

Art. 26. São considerados gastos eleitorais, sujeitos a registro e aos limites fixados nesta
Lei:

XV - custos com a criação e inclusão de sítios na internet e com o impulsionamento de


conteúdos contratados diretamente com provedor da aplicação de internet com sede e
foro no País;

A utilização de sites de internet é fundamental para divulgação da candidatura. Contudo, a criação e a


manutenção do site geram custos que devem ser considerados como gastos de campanha.

Note que a redação do inc. XV acima fala em “impulsionamento de conteúdos”. Ao contrário do que
tínhamos em relação a campanhas eleitorais anteriores, nas quais o candidato não poderia realizar
propaganda paga na internet, temos a partir das eleições de 2018 uma exceção.

Admite-se o impulsionamento de posts na internet, por exemplo, nas redes sociais Facebook e Instagram. É
isso que vem descrito no §2º do art. 26 da Lei das Eleições:

§ 2º Para os fins desta Lei, inclui-se entre as formas de impulsionamento de conteúdo a


priorização paga de conteúdos resultantes de aplicações de busca na internet.

A Lei 13.877/2019 incluiu três novos parágrafos ao art. 26.

O §4º declina que os valores fastos com advogado e contadores, embora sejam considerados gastos
eleitorais, estão excluídas do limite de gastos de campanha em razão do que vimos (evitar prejuízo à ampla
defesa em juízo). Confira:

§ 4º As despesas com consultoria, assessoria e pagamento de honorários realizadas em


decorrência da prestação de serviços advocatícios e de contabilidade no curso das
campanhas eleitorais serão consideradas gastos eleitorais, mas serão excluídas do limite
de gastos de campanha. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

O §5º enumera as fontes que podem ser utilizadas para custeio dessas despesas com advogados e
contadores:

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§ 5º Para fins de pagamento das despesas de que trata este artigo, inclusive as do § 4º
deste artigo, poderão ser utilizados recursos da campanha, do candidato, do fundo
partidário ou do FEFC. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

Temos, ainda, o seguinte parágrafo:

§ 6º Os recursos originados do fundo de que trata o art. 16-C desta Lei utilizados para
pagamento das despesas previstas no § 4º deste artigo serão informados em anexo à
prestação de contas dos candidatos. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

Para fins de prova, fique atento:

são considerados
gastos de
campanha;
recursos de
campanha;
Custos com
não se sujeitam a
Advogados e
limite de gasto;
Contadores
recursos do
candidato;
para o pagamento
pode ser utilizado:
fundo partidário; e

FEFC.

O art. 27 estabelece a possibilidade de o eleitor realizar gastos de campanha. Se não ultrapassar o valor de
R$ 1.064,00 (correspondente a 1000 UFIR) não necessitarão ser contabilizados. Os valores não devem ser
reembolsados pelo candidato.

Art. 27. Qualquer eleitor poderá realizar gastos, em apoio a candidato de sua preferência,
até a quantia equivalente a um mil UFIR, não sujeitos a contabilização, desde que não
reembolsados.

Atualmente, 1.000 UFIR correspondem a R$ 1.064,00. Logo, esse montante, poderá ser usado por qualquer
pessoa em favor de candidato de sua preferência, sem necessidade de qualquer declaração, nem mesmo
será considerado para fins do limite máximo de valores devidos.

Novamente com o intuito de deixar de fora os gastos realizados com advogado e contadores, foram
acrescentados dois parágrafos ao art. 27:

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§ 1º Fica excluído do limite previsto no caput deste artigo o pagamento de honorários


decorrentes da prestação de serviços advocatícios e de contabilidade, relacionados às
campanhas eleitorais e em favor destas. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

§ 2º Para fins do previsto no § 1º deste artigo, o pagamento efetuado por terceiro não
compreende doação eleitoral. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

São duas regras:

Custeio pelo eleitor de custos com advogado e contadores não será considerado no limite
de 1000 UFIR, não compreendendo doação eleitoral, mesmo que feita por terceiros.

Para finalizarmos a parte relativa aos gastos eleitorais, cumpre trazermos, ainda, o art. 100-A, da LE, que foi
acrescido à legislação pela Lei nº 12.891/2013. Esse dispositivo traz a possibilidade de contratação direta ou
terceirizada de pessoas para a prestação de atividades relativas à militância e à mobilização nas
campanhas eleitorais, que observam uma série de parâmetros. Vejamos, inicialmente, o dispositivo e, em
seguida, um esquema. Notem que é estabelecido um número limite de contratados em função do cargo
eletivo e, no caso do município, do número de eleitores.

Art. 100-A. A contratação direta ou terceirizada de pessoal para prestação de serviços


referentes a atividades de militância e mobilização de rua nas campanhas eleitorais
observará os seguintes limites, impostos a cada candidato:

I – em Municípios com até 30.000 (trinta mil) eleitores, não excederá a 1% (um por cento)
do eleitorado;

II – nos demais Municípios e no Distrito Federal, corresponderá ao número máximo


apurado no inciso I, acrescido de 1 (uma) contratação para cada 1.000 (mil) eleitores que
exceder o número de 30.000 (trinta mil).

§ 1º As contratações observarão ainda os seguintes limites nas candidaturas aos cargos a:

I – Presidente da República e Senador: em cada Estado, o número estabelecido para o


Município com o maior número de eleitores;

II – Governador de Estado e do Distrito Federal: no Estado, o dobro do limite estabelecido


para o Município com o maior número de eleitores, e, no Distrito Federal, o dobro do
número alcançado no inciso II do caput;

III – Deputado Federal: na circunscrição, 70% (setenta por cento) do limite estabelecido
para o Município com o maior número de eleitores, e, no Distrito Federal, esse mesmo
percentual aplicado sobre o limite calculado na forma do inciso II do caput, considerado o
eleitorado da maior região administrativa;

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IV – Deputado Estadual ou Distrital: na circunscrição, 50% (cinquenta por cento) do limite


estabelecido para Deputados Federais;

V – Prefeito: nos limites previstos nos incisos I e II do caput;

VI – Vereador: 50% (cinquenta por cento) dos limites previstos nos incisos I e II do caput,
até o máximo de 80% (oitenta por cento) do limite estabelecido para Deputados Estaduais.

Pessoal, o dispositivo é realmente confuso. Acredito que não haja necessidade de memorizar o cálculo. De
todo modo, a fim de facilitar, montamos o gráfico abaixo:

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS E AO SENADO

 300 + 1 contratado para cada 1.000 eleitores que exceder 30.000 do município com o maior número de
eleitores por estado da Federação

GOVERNADOR DE ESTADO-MEMBRO

 duas vezes de: 300 + 1 contratado para cada 1.000 eleitores que exceder 30.000 do município com o
maior número de eleitores

GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL

 duas vezes de: 300 + 1 contratado para cada 1.000 eleitores que exceder 30.000

DEPUTADO FEDERAL

 70% de: 300 + 1 contratado para cada 1.000 eleitores que exceder 30.000 do município com o maior
número de eleitores

DEPUTADO DISTRITAL/ESTADUAL

 50% do: limite estabelecido para deputados federais.

PREFEITO

 Municípios com até 30.000 eleitores - não mais que 300

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 Municípios com mais de 30.000 eleitores - 300 + 1 contratado para cada 1.000 eleitores que exceder
30.000

VEREADOR

 50% de: não mais que 300, em municípios com menos de 30.000 eleitores até o máximo de 80% do
limite estabelecido para deputados estaduais

 50% de: 300 + 1 contratado para cada 1.000 eleitores que exceder 30.000, para municípios com mais
de 30.000 eleitores até o máximo de 80% do limite estabelecido para deputados estaduais.

Vejamos os §§ finais do dispositivo, cuja leitura é suficiente:

§ 2º Nos cálculos previstos nos incisos I e II do caput e no § 1º, a fração será desprezada, se
inferior a 0,5 (meio), e igualada a 1 (um), se igual ou superior.

§ 3º A contratação de pessoal por candidatos a Vice-Presidente, Vice-Governador,


Suplente de Senador e Vice-Prefeito é, para todos os efeitos, contabilizada como
contratação pelo titular, e a contratação por partidos fica vinculada aos limites impostos
aos seus candidatos.

§ 4º Revogado.

§ 5º O descumprimento dos limites previstos nesta Lei sujeitará o candidato às penas


previstas no art. 299 da Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965.

§ 6º São excluídos dos limites fixados por esta Lei a militância não remunerada, pessoal
contratado para apoio administrativo e operacional, fiscais e delegados credenciados
para trabalhar nas eleições e os advogados dos candidatos ou dos partidos e coligações.

PRESTAÇÃO DE CONTAS
Com o encerramento das eleições, os candidatos, os partidos políticos e as coligações deverão prestar
contas à Justiça Eleitoral dos recursos arrecadados e dos gastos efetuados ao longo da campanha eleitoral,
conforme disciplinam os arts. 28 a 32, da Lei das Eleições.

a contabilização dos
recursos arrecadados
A PRESTAÇÃO DE
CONTAS ENVOLVE...
a contabilização dos
gastos efetuados ao longo
da campanha

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Notem que a obrigação acima não se restringe ao candidato eleito. Ela abrange todos aqueles que concorrem
ao pleito eleitoral. Além disso, tanto os partidos como as coligações devem apresentar suas contas à Justiça
Eleitoral.

Instrumento para controlar e evitar o


PRESTAÇÃO DE CONTAS abuso de poder econômico nas
campanhas eleitorais.

Portanto, com a prestação de contas é possível averiguar a correção na arrecadação e nos gastos
despendidos pelos candidatos, pelos partidos e pelas coligações durante o pleito eleitoral e com isso garantir
a possibilidade de que todos os cidadãos tenham condições de disputar pleitos eleitorais.

Vejamos, inicialmente, a redação do art. 28:

Art. 28. A prestação de contas será feita:

I – no caso dos candidatos às eleições majoritárias, na forma disciplinada pela Justiça


Eleitoral;

II – no caso dos candidatos às eleições proporcionais, de acordo com os modelos


constantes do Anexo desta Lei.

Em que pese a redação do dispositivo acima, as contas eleitorais são prestadas atualmente por intermédio
de sistema próprio, denominado de Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE).

Em regra, os gastos efetuados devem constar da prestação de contas. Há, contudo, duas exceções,
disciplinadas expressamente no §6º, do art. 28, da Lei nº 9.504/1997. Nós já estudamos essas regras, agora,
vejamos a literalidade do dispositivo:

§ 6º Ficam também dispensadas de comprovação na prestação de contas:

I – a cessão de bens móveis, limitada ao valor de R$4.000,00 (quatro mil reais) por pessoa
cedente;

II - doações estimáveis em dinheiro entre candidatos ou partidos, decorrentes do uso


comum tanto de sedes quanto de materiais de propaganda eleitoral, cujo gasto deverá ser
registrado na prestação de contas do responsável pelo pagamento da despesa.

III – a cessão de automóvel de propriedade do candidato, do cônjuge e de seus parentes


até o terceiro grau para seu uso pessoal durante a campanha.

Assim, NÃO precisa haver comprovação na prestação de contas na cessão de bens móveis, desde que
limitada ao valor de R$ 4.000,00.

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Além disso, doações de bens de uso comum de sede e de materiais de propaganda entre candidatos são
dispensados da comprovação na prestação de contas. De todo modo, tais gastos devem ser registrados na
prestação de contas do responsável pelo pagamento da despesa.

Como vimos o art. 28, §6º, da Lei das Eleições prevê as espécies de bens e serviços que ficam dispensados
da prestação de contas, a Lei nº 13.488/2017 acrescentou o inc. III.

A hipótese, embora fosse lógica, não estava prevista expressamente o que gerava certa insegurança. Agora
temos previsão expressa!

Assim, a cessão de automóvel do próprio candidato, do seu cônjuge ou parentes até 3º grau para
campanha não precisa ser declarado como gasto de campanha. Muita atenção, pois não somente o veículo
do próprio candidato pode ser utilizado por ele, mas também veículos de seus familiares.

Quanto a cessão de automóveis é importante, ainda, ressaltar o entendimento do TSE8 que veda a utilização
de veículo automotor, embarcação ou aeronave de propriedade de candidato em coparticipação com pessoa
jurídica.

Para fins de prova...

AS DOAÇÕES DEVEM SER FEITAS MEDIANTE A APRESENTAÇÃO DE RECIBO, EXCETO:


• Cessão de bens móveis com valor limitado a R$ 4.000,00;
• Doações estimáveis em dinheiro entre candidatos ou partidos, decorrentes do uso
comum de sedes e de materiais de propaganda eleitoral, cujo gasto deverá ser registrado
na prestação de contas do responsável pelo pagamento da despesa.
• Cessão de automóvel de propriedade do candidato, do cônjuge e de seus parentes até o
terceiro grau para seu uso pessoal durante a campanha.

Os §§1º e 2º disciplinam como será feita a prestação de contas. Há duas regras diferentes, uma para eleições
majoritárias e outra para eleições proporcionais.

 ELEIÇÕES MAJORITÁRIAS

8
Ac.-TSE, de 12.6.2018, na Cta nº 060045055

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Em eleições majoritárias, a prestação de contas será feita pelo PRÓPRIO candidato. Com a Lei nº
13.165/2015, não há mais necessidade de constituição de comitês financeiros. Vejamos:

§ 1o As prestações de contas dos candidatos às eleições majoritárias serão feitas pelo


próprio candidato, devendo ser acompanhadas dos extratos das contas bancárias
referentes à movimentação dos recursos financeiros usados na campanha e da relação dos
cheques recebidos, com a indicação dos respectivos números, valores e emitentes.

Ainda em relação ao dispositivo acima, duas informações devem constar da prestação de contas:

 extrato das contas bancárias; e

 relação dos cheques recebidos.

 ELEIÇÕES PROPORCIONAIS

O §2º apenas informa que a prestação de contas será feita – tal como ocorre em relação às eleições
majoritárias – pelo PRÓPRIO candidato.

§ 2o As prestações de contas dos candidatos às eleições proporcionais serão feitas pelo


próprio candidato.

Então, não há diferença?

Isso mesmo, não existe qualquer diferença. Antes da reforma de 2015, tínhamos formas distintas de
prestação de contas para as eleições majoritárias e proporcionais. Agora, como não há mais a
obrigatoriedade de constituição de comitês, OS CANDIDADOS PRESTAM CONTAS DIRETAMENTE.

Em síntese...

PRESTAÇÃO DE
eleições eleições
CONTAS PELO
majoritárias proporcionais
PRÓPRIO CANDIDATO

Vejamos, na sequência, o §3º, da Lei nº 9.504/1997:

§ 3º As contribuições, doações e as receitas de que trata esta Lei serão convertidas


em UFIR, pelo valor desta no mês em que ocorrerem.

Além da prestação de contas, a ser efetuada pelos candidatos, a Lei das Eleições obriga os partidos políticos,
as coligações e os candidatos a divulgarem as informações financeiras da campanha na internet. Segundo

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decisão do TSE9 os atrasos na apresentação das parciais das contas ou dos relatórios devem ser
acompanhados de justificativa que se forem rejeitadas concretizam irregularidade grave apta a
desaprovação das contas.

São duas regras:

1ª REGRA: os recursos recebidos, em dinheiro, pelos partidos/coligações e candidatos serão


divulgados na internet no prazo de 72 HORAS. Nessas informações devem conter:

a indicação dos nomes dos doadores com CPF e CNPJ

valores doados

2ª REGRA: no DIA 15/9 do ano eleitoral deverá ser divulgado um relatório discriminado:

das transferências do Fundo Partidário;

dos recursos em dinheiro;

dos valores estimáveis em dinheiro; e

dos gastos realizados.

Essas regras constam dos §§ 4º e 7º:

§ 4o Os partidos políticos, as coligações e os candidatos são OBRIGADOS, durante as


campanhas eleitorais, a divulgar em sítio criado pela Justiça Eleitoral para esse fim na rede
mundial de computadores (internet)

I - os recursos em dinheiro recebidos para financiamento de sua campanha eleitoral, EM


ATÉ 72 (SETENTA E DUAS) HORAS DE SEU RECEBIMENTO;

II - NO DIA 15 DE SETEMBRO, relatório discriminando as transferências do Fundo


Partidário, os recursos em dinheiro e os estimáveis em dinheiro recebidos, bem como os
gastos realizados.

§ 7o As informações sobre os recursos recebidos a que se refere o § 4 o deverão ser


divulgadas com a indicação dos nomes, do CPF ou CNPJ dos doadores e dos respectivos
valores doados.

Registre-se que o §5º foi vetado e o §6º e 7º já analisamos acima.

9
Ac.-TSE, de 12.12.2019, no AgR-REspe nº 060177681

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O §8º traz uma regra específica relativa à comprovação de gastos com passagens aéreas. Vejamos:

§ 8o Os gastos com passagens aéreas efetuados nas campanhas eleitorais serão


comprovados mediante a apresentação de fatura ou duplicata emitida por agência de
viagem, quando for o caso, desde que informados os beneficiários, as datas e os itinerários,
vedada a exigência de apresentação de qualquer outro documento para esse fim.

Para finalizar o extenso art. 28, da Lei nº 9.504/1997, vamos estudar o sistema simplificado de prestação de
contas. Esse sistema simplificado é adotado em duas situações:

 gastos não superiores a R$ 20.000,00.

Para candidatos que movimentarem, no máximo, R$ 20.000,00. Essa regra específica visa
facilitar a prestação de contas para eleições menores, pois geram grandes consequências
se forem irregulares.

 eleições municipais com menos de 50.000 eleitores.

Essa regra abrange tanto a prestação de contas para cargos de Prefeitos e de vice-Prefeitos
como cargos de vereadores de cidades pequenas.

Importante! São critérios alternativos não cumulativos. Logo, é incorreto afirmar que é necessário ter gasto
inferior a R$ 20.000,00 e, além disso, envolver eleições para cargos municipais, cujo eleitorado seja inferior
a 50.000. Um ou outro! Vejamos:

§ 9o A Justiça Eleitoral adotará sistema simplificado de prestação de contas para


candidatos que apresentarem movimentação financeira correspondente a, NO MÁXIMO,
R$ 20.000,00 (VINTE MIL REAIS), atualizados monetariamente, a cada eleição, pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor - INPC da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE ou por índice que o substituir.

§ 10. O sistema simplificado referido no § 9o deverá conter, pelo menos:

I - identificação das doações recebidas, com os nomes, o CPF ou CNPJ dos doadores e os
respectivos valores recebidos;

II - identificação das despesas realizadas, com os nomes e o CPF ou CNPJ dos fornecedores
de material e dos prestadores dos serviços realizados;

III - registro das eventuais sobras ou dívidas de campanha.

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É fundamental memorizar o dispositivo acima, assim...

a identificação das doações recebidas e


das despesas realizadas (com nome e
A PRESTAÇÃO DE CONTAS PELO SISTEMA indicação do CPF/CNPJ e valores)
SIMPLIFICADO DEVERÁ CONTER
o registro de eventuais sobras ou dívidas

Reunindo tudo:

não tiver gasto superior a R$ 20.000,00


quem
poderá
usar
municípios com menos de 50 mil
SISTEMA ELEITORES
SIMPLIFICADO DE
PRESTAÇÃO DE
CONTAS a identificação das doações recebidas e
das despesas realizadas (com nome e
indicação do CPF/CNPJ e valores)
regras

o registro de eventuais sobras ou dívidas

Vejamos o §11 que trata do sistema simplificado de prestação de contas para as eleições municipais em
cidades com menos de 50.000,00 eleitores.

§ 11. Nas eleições para Prefeito e Vereador de Municípios com MENOS DE CINQUENTA
MIL ELEITORES, a prestação de contas será feita SEMPRE pelo sistema simplificado a que
se referem os §§ 9o e 10.

Note que, nesse caso, ainda que o valor dos gastos ultrapasse a casa dos R$ 20.000,00, será obrigatória a
adoção do sistema simplificado de contas, haja vista a expressão “sempre”.

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Por fim, a regra contida no §12 explica que as transferências efetuadas pelos partidos políticos aos seus
candidatos deverão ser duplamente registradas. Vejamos:

§ 12. Os valores transferidos pelos partidos políticos oriundos de doações serão registrados
na prestação de contas dos candidatos como transferência dos partidos e, na prestação de
contas anual dos partidos, como transferência aos candidatos. (Redação dada pela Lei nº
13.877, de 2019)

Assim...

o partido deverá
registrar como
pagamento ao
TRANSFERÊNCIAS DOS candidato
PARTIDOS PARA OS
CANDIDATOS
o candidato deverá
registrar como
recebimento do partido

Importante destacar que na redação anterior do §12, havia previsão quanto à desnecessidade de
individualização dos doadores, era a chamada doação oculta que violava a transparência e favorecia a
corrupção. Por isso, por decisão do STF, na ADI nº 5.394, chegou-se à conclusão de que os valores que o
partido político recebia a título de doação de pessoas físicas poderiam ser repassados aos candidatos, desde
que fossem indicados a origem do valor. Passou-se a exigir a individualização do valor e do doador. Em
atenção à decisão do STF, a Lei 13.3877/2019 alterou a redação do dispositivo alinhando-se ao que foi
decidido pelo Supremo. Logo, a individualização dos valores é obrigatória.

Vejamos uma questão:

(IBFC – TRE/PA 2020) Com relação à prestação de contas de campanhas eleitorais, considere a Lei nº
9.504/1997 e suas alterações, e analise as afirmativas abaixo:
I. Os valores transferidos pelos partidos políticos oriundos de doações serão registrados na prestação de
contas dos candidatos como transferência dos partidos e, na prestação de contas anual dos partidos, como
transferência aos candidatos.
II. Ficam dispensadas de comprovação na prestação de contas a cessão de automóvel de propriedade do
candidato, do cônjuge e de seus parentes até o quarto grau para seu uso pessoal durante a campanha.

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III. Até doze meses após a diplomação, os candidatos ou partidos conservarão a documentação concernente
a suas contas. Estando pendente de julgamento qualquer processo judicial relativo às contas, a
documentação a elas concernente deverá ser conservada até o término do mandato eletivo.
IV. Os gastos com passagens aéreas efetuados nas campanhas eleitorais serão comprovados mediante a
apresentação de fatura ou duplicata emitida por agência de viagem, quando for o caso, desde que
informados os beneficiários, as datas e os itinerários, vedada a exigência de apresentação de qualquer outro
documento para esse fim.
Assinale a alternativa correta.
Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas
B) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas
C) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas
D) Apenas a afirmativa I está correta
Comentários
Vamos comentar cada item:
O item I está correto. A assertiva trouxe a cópia literal do art. 28 §12º da Lei 9.504/97.
O item II está incorreto. A assertiva trata das exceções previstas no §6º do art. 28 da LE, realmente a cessão
de automóvel de propriedade do candidato, seu cônjuge ou parentes para uso durante a campanha ficam
dispensados de comprovação na prestação de contas. O erro da questão está no grau de parentesco a
exceção abrange a propriedade de parentes até o TERCEIRO GRAU e não quarto.
O item III está incorreto. O prazo para a conservação da documentação das contas de campanha dos partidos
e candidatos é 180 dias após a diplomação ou até a decisão final quando houver processo judicial pendente
de julgamento, conforme o art. 32 da Lei das Eleições.
O item IV está correto. A assertiva trouxe a literalidade do §8º do art. 28 da Lei 9.504/97.
Logo, o gabarito da questão é a letra C.

O art. 29 traz regras a serem aplicáveis à prestação de contas pelo comitê. Como estudamos acima, a
prestação de contas se dá DIRETAMENTE PELO CANDIDATO sem a existência do comitê para tal finalidade.
Dessa forma, a fim de compatibilizar o dispositivo abaixo com a reforma eleitoral, conclui-se que os deveres
estabelecidos no art. 29 competem aos próprios candidatos. Vejamos:

Art. 29. Ao receber as prestações de contas e demais informações dos candidatos às


eleições majoritárias e dos candidatos às eleições proporcionais que optarem por prestar
contas por seu intermédio, os comitês deverão:

I – Revogado;

II - resumir as informações contidas na prestação de contas, de forma a apresentar


demonstrativo consolidado das campanhas;

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III - encaminhar à Justiça Eleitoral, até o trigésimo dia posterior à realização das eleições,
o conjunto das prestações de contas dos candidatos e do próprio comitê, na forma do
artigo anterior, ressalvada a hipótese do inciso seguinte;

IV - havendo segundo turno, encaminhar a prestação de contas, referente aos 2 (dois)


turnos, até o vigésimo dia posterior à sua realização.

Da leitura desse dispositivo devemos focar no cerne da regra, que é a consolidação da prestação de contas
a ser enviada à justiça eleitoral com o término do pleito. Há, portanto, dois prazos importantes: um a ser
aplicado na hipótese de as eleições ocorrerem em único turno; e outro que se aplica às eleições que
ocorrerem em dois turnos.

Assim...

SE AS ELEIÇÕES
a consolidação das contas deverá ser
TERMINAREM
encaminhada à Justiça Eleitoral até o 30º dia
NUM ÚNICO
após o pleito
TURNO

SE AS ELEIÇÕES a consolidação das contas deverá ser


TERMINAREM EM encaminhada à Justiça Eleitoral até o 20º dia
SEGUNDO TURNO após o pleito

Importante!!!

A inobservância dos prazos acima impede a diplomação dos eleitos. Veja o §2º do art. 29 da LE:

§ 2º A inobservância do prazo para encaminhamento das prestações de contas impede a


diplomação dos eleitos, enquanto perdurar.

Se existirem débitos de campanha não quitados até a data de prestação de contas os partidos, por decisão
de seu órgão nacional, poderão assumir as dívidas. Segundo jurisprudência do TSE as dívidas de campanha
pendentes constituem irregularidade grave a ensejar desaprovação das contas10, porém caso o partido
político assuma a dívida pendente as contas poderão ser aprovadas.11 De acordo com o §4º do art. 29 da LE
ao assumir a dívida o órgão partidário, da respectiva circunscrição, passará a responder solidariamente com
o candidato. Vamos verificar a literalidade dos parágrafos citados:

10
Ac.-TSE, de 27.9.2016, no AgR-REspe nº 263242
11
Ac.-TSE, de 8.2.2011, na Pet nº 2597

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§ 3º Eventuais débitos de campanha não quitados até a data de apresentação da


prestação de contas poderão ser assumidos pelo partido político, por decisão do seu órgão
nacional de direção partidária.

§ 4º No caso do disposto no § 3º, o órgão partidário da respectiva circunscrição eleitoral


passará a responder por todas as dívidas solidariamente com o candidato, hipótese em
que a existência do débito não poderá ser considerada como causa para a rejeição das
contas.

Na sequência, a Lei nº 9.504/1997 passa a discorrer sobre o procedimento de apuração das contas perante
a Justiça Eleitoral. A fim de facilitar a absorção dos assuntos, vejamos, inicialmente, uma linha da evolução
do procedimento.

Partido político, Juízo pode requerer


Recebidas as
coligação, informações
contas, a Justiça Publicação de edital
candidato, MP ou adicionais de ofício
Eleitoral autuará e dando publicidade,
interessado podem na hipóteses de
distribuirá o para impugnação.
impugnar no prazo indícios de
processo.
de 3 dias. irregularidade.

Poderão ser
Em caso de
determinadas
desaprovação ou de
diligências junto Parecer pelo órgão O órgão técnico
aprovação com
aos doadores e aos técnico sobre as poderá retificar as
ressalvas haverá
fornecedores com contas. conclusões iniciais
vista dos autos pelo
prazo de 72 horas
prazo de 72 horas
(circularização).

Os autos são Recurso no prazo


encaminhados ao A Justiça decidirá de 3 dias ao TRE e,
Ministério Público definitivamente a posteriormente, ao
pelo prazo de 48 respeito das contas TSE, também no
horas para parecer prazo de 3 dias

Assim, ao receber a prestação de contas, a Justiça Eleitoral procederá à verificação da regularidade das
contas de campanha. Nessa análise, podemos ter três desfechos (que estão no inc. I a III), bem como o
candidato e o partido poderão não apresentar as contas (que está no inc. IV). Vejamos:

Art. 30. A Justiça Eleitoral verificará a regularidade das contas de campanha, decidindo:

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I – pela aprovação, quando estiverem regulares;

II – pela aprovação com ressalvas, quando verificadas falhas que não lhes comprometam
a regularidade;

III – pela desaprovação, quando verificadas falhas que lhes comprometam a regularidade;

IV – pela não prestação, quando não apresentadas as contas após a notificação emitida
pela Justiça Eleitoral, na qual constará a obrigação expressa de prestar as suas contas, no
prazo de setenta e duas horas.

Destaca-se do inc. IV que, em caso de não prestação, a Justiça Eleitoral “dará uma segunda chance” para a
notificação do candidato, do partido ou da coligação para que apresentem as contas no PRAZO DE 72
HORAS.

Em forma de esquema...

Aprovação

PRESTAÇÃO DE Aprovação com


Não prestação
CONTAS ressalvas

Desaprovação

Quanto à possibilidade no julgamento das contas devemos tecer algumas observações:

 No que atine à aprovação de contas com ressalvas, destaca a doutrina que ela será aplicada nos casos em
que houver faltas materiais, contudo, dada a gravidade reduzida da irregularidade cometida, as contas serão
aprovadas.

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Segundo a doutrina de José Jairo Gomes12, o efeito da aprovação das contas com ressalva é moral.

 A desaprovação, por sua vez, é contaminada pela ilicitude, podendo ensejar a perda do repasse dos
recursos do Fundo Partidário ao partido, a perda do diploma ou a inelegibilidade do candidato, a condenação
por abuso do poder econômico e, inclusive, a condenação por arrecadação ou gasto ilícito de recursos na
campanha eleitoral.

Como vimos, o §2º do art. 29 da LE afirma que a inobservância dos prazos para a prestação de contas obsta
a diplomação do candidato eleito. Em complemento, o §1º do art. 30 dispõe que a decisão que julgar as
contas será publicada em sessão até 3 dias antes da diplomação, o que corrobora a ideia de que somente
serão diplomados candidatos que estejam com as contas regulares perante a Justiça Eleitoral.

Sempre que lermos um prazo, devemos redobrar a atenção, pois as provas buscam tais informações. Aqui, a
importância de memorizá-lo é qualificada, já que, antes da Lei nº 13.165/2015, esse prazo era de 8 dias,
AGORÁ É DE 3 dias. Portanto, até três dias antes da sessão solene de diplomação dos candidatos eleitos,
deverá ser publicada a decisão que julgar as contas.

§ 1º A decisão que julgar as contas dos candidatos eleitos será publicada em sessão ATÉ
TRÊS DIAS ANTES DA DIPLOMAÇÃO.

O § 2ª minimiza a ocorrência de erros formais, ou de erros materiais, e formais, corrigidos a tempo, de modo
que não justificam a desaprovação das contas.

§ 2º Erros formais e materiais corrigidos não autorizam a rejeição das contas e a cominação
de sanção a candidato ou partido.

§ 2º-A Erros formais ou materiais irrelevantes no conjunto da prestação de contas, que não
comprometam o seu resultado, não acarretarão a rejeição das contas.

A jurisprudência do TSE entende que ainda que expressivo o percentual de valores divergentes, é possível
aplicar o princípio da proporcionalidade e aprovar contas com ressalvas cujos valores absolutos sejam
pequenos.

Para aferir as contas é possível, inclusive, a requisição de servidores que trabalham junto ao TCU, ao TCE e
ao TCM.

§ 3º Para efetuar os exames de que trata este artigo, a Justiça Eleitoral poderá requisitar
técnicos do Tribunal de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios, pelo tempo que for necessário.

12
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, 10ª edição, rev. e atual., São Paulo: Editora Atlas S/A, 2014, p. 363

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Vejamos, ainda, os §§ restantes desse dispositivo, que estão esquematizados na linha do tempo acima
mencionada:

§ 4º Havendo indício de irregularidade na prestação de contas, a Justiça Eleitoral poderá


requisitar diretamente do candidato ou do comitê financeiro as informações adicionais
necessárias, bem como determinar diligências para a complementação dos dados ou o
saneamento das falhas.

§ 5º Da decisão que julgar as contas prestadas pelos candidatos caberá recurso ao órgão
superior da Justiça Eleitoral, no prazo de 3 (três) dias, a contar da publicação no Diário
Oficial.

§ 6º No mesmo prazo previsto no § 5º, caberá recurso especial para o Tribunal Superior
Eleitoral, nas hipóteses previstas nos incisos I e II do § 4º do art. 121 da Constituição
Federal.

§ 7º O disposto neste artigo aplica-se aos processos judiciais pendentes.

Das regras acima, memorize que o Recurso Especial ao TSE, no prazo de 3 dias, poderá ser interposto em
duas situações específicas:

 Quando a decisão for proferida em contrariedade à CF ou à lei; ou

 Quando, na decisão, ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais


tribunais eleitorais.

Na sequência, a Lei nº 9.504/1997 passa a tratar, no art. 30-A, da representação para abertura de
investigação judicial, cujas linhas gerais serão analisadas no capítulo relativo ao abuso de poder econômico
nas eleições e em recursos eleitorais. Não veremos esse dispositivo nesta parte da prestação de contas.

Quanto ao art. 31, da referida lei, devemos ter máxima atenção. O dispositivo trata das sobras de valores
após as prestações de contas. Somente será possível falar em "sobras de campanha" após o julgamento dos
eventuais recursos em razão do processo eleitoral. Com a apuração final das contas, podemos concluir sobre
a existência real de sobras.

Ocorrendo tais sobras, disciplina o art. 31 que os valores serão transferidos ao partido político,
observando-se alguns critérios a depender do candidato a que se refere.

 Assim, no caso de candidatos a eleições municipais (Prefeito, vice e vereadores) os recursos serão
transferidos para o órgão diretivo municipal respectivo.

 No caso de candidatos a Governador, a vice, a Senador da República, a Deputado Federal e Estadual os


recursos serão transferidos ao órgão regional respectivo.

 Finalmente, no caso de eleições Presidenciais, os recursos ficarão com órgão diretivo nacional do partido.

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É a lógica, não?!

Vejamos o dispositivo e, em seguida, um esquema para ajudar na memorização da matéria:

Art. 31. Se, ao final da campanha, ocorrer sobra de recursos financeiros, esta deve ser
declarada na prestação de contas e, após julgados todos os recursos, transferida ao partido,
obedecendo aos seguintes critérios:

I – no caso de candidato a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador, esses recursos deverão ser


transferidos para o órgão diretivo municipal do partido na cidade onde ocorreu a eleição,
o qual será responsável exclusivo pela identificação desses recursos, sua utilização,
contabilização e respectiva prestação de contas perante o juízo eleitoral correspondente;

II – no caso de candidato a Governador, Vice-Governador, Senador, Deputado Federal e


Deputado Estadual ou Distrital, esses recursos deverão ser transferidos para o órgão
diretivo regional do partido no Estado onde ocorreu a eleição ou no Distrito Federal, se for
o caso, o qual será responsável exclusivo pela identificação desses recursos, sua utilização,
contabilização e respectiva prestação de contas perante o Tribunal Regional Eleitoral
correspondente;

III – no caso de candidato a Presidente e Vice-Presidente da República, esses recursos


deverão ser transferidos para o órgão diretivo nacional do partido, o qual será responsável
exclusivo pela identificação desses recursos, sua utilização, contabilização e respectiva
prestação de contas perante o Tribunal Superior Eleitoral;

IV – o órgão diretivo nacional do partido não poderá ser responsabilizado nem penalizado
pelo descumprimento do disposto neste artigo por parte dos órgãos diretivos municipais e
regionais.

Parágrafo único. As sobras de recursos financeiros de campanha serão utilizadas pelos


partidos políticos, devendo tais valores ser declarados em suas prestações de contas
perante a Justiça Eleitoral, com a identificação dos candidatos.

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CANDIDATURA A
CANDIDATURA A
GOVERNADOR (VICE), A CANDIDATURA A
PREFEITO (VICE) E A
SENADOR, A DEPUTADO PRESIDENTE (VICE)
VEREADOR
FEDERAL E ESTADUAL

Recursos ficarão Recursos ficarão


Recursos ficarão
com órgão diretivo com o órgão
com o órgão
municipal diretivo estadual
diretivo nacional.
respectivo. respectivo.

Para finalizarmos o capítulo, vejamos o que disciplina o art. 32, da LE:

Art. 32. Até cento e oitenta dias após a diplomação, os candidatos ou partidos conservarão
a documentação concernente a suas contas.

Parágrafo único. Estando pendente de julgamento qualquer processo judicial relativo às


contas, a documentação a elas concernente deverá ser conservada até a decisão final.

O art. 32 trata da manutenção dos documentos relativos às contas. Esses documentos, em regra, deverão
ser conservados até 180 dias após a diplomação, exceto no caso de pendência judicial, quando os
documentos deverão ser conservados até o final da ação, caso ultrapasse os 180 dias.

regra 180 dias


CONSERVAÇÃO PELOS
PARTIDOS DOS
DOCUMENTOS
CONCERNENTES ÀS até o final do julgamento
CONTAS em caso de pendência da ação, caso o trânsito
judicial em julgado seja superior a
180 dias.

Uma dúvida recorrente acerca da guarda desses documentos envolve um prazo de 5 anos, que consta da Lei
nº 9.096/1995. CUIDADO para não confundir.

Quando se tratar de contas de CAMPANHA, tanto do partido político como do candidato, o período de
conservação dos documentos é por 180 dias ou até o final do julgamento do processo na forma acima.

Por outro lado, quando envolver a prestação de contas PARTIDÁRIAS, a guarda dos documentos será exigida
pelo prazo de 5 anos, e não de 180 dias.

Finalizamos, assim, a matéria relativa à prestação de contas na Justiça Eleitoral.

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ABUSO DE PODER

1 - Introdução

As primeiras teorizações acerca do abuso de poder e de direito foram desenvolvidas na seara privada, a partir
do estudo da responsabilidade civil por abuso de direito. Com o tempo, os conceitos desenvolvidos no
Direito Civil foram levados para as demais disciplinas jurídicas e, inclusive, para o Direito Público.

O abuso de direito e de poder não envolve apenas uma questão de responsabilidade civil, mas efetivamente
uma questão de moralidade no exercício dos direitos e dos poderes concernentes a esses direitos.

Desse modo, haverá abuso de direito ou de poder quando o titular do direito, ou da prerrogativa, o exerce
fora dos limites legais delimitados pelo ordenamento. Podemos compreender o instituto, portanto, como
uma cláusula utilizável para fundamentar a responsabilidade daquele que abusar do seu direito, ou poder,
de forma tal que cause lesão a um bem jurídico de outrem.

Esse conceito tem importância destacada no contexto jurídico atual devido à importância que se confere à
observância da função social do direito. Determina-se que os direitos não podem ser exercidos de forma
abusiva, ou seja, fora da função legítima, relevante e digna prevista para aquele direito ou conferida àquele
poder. Não é tolerável, assim, o manejo das prerrogativas legais de forma egoísta, capaz de prejudicar uma
pessoa ou, inclusive, a coletividade.

Dessas informações iniciais, lembre-se de que:

ABUSO DE DIREITO E DE PODER


• Origem na responsabilidade civil;
• A ilicitude decorre da imoralidade da conduta, que é abusiva;
• Exercício do direito ou das prerrogativas para além dos limites legais;
• Fundamentada na função social.

Segundo a legislação civil, o uso abusivo do direito pode gerar a responsabilidade civil, nos termos do art.
187, do CC:

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Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes.

Esse dispositivo acima é considerado norma geral aplicável a todo o ordenamento jurídico, constituindo
hipótese de responsabilidade civil objetiva, ou seja, que independe da discussão em torno da culpa do
agente. Ademais, tal cláusula geral é aplicável no ordenamento como um todo. Desse modo, serve de
fundamento para a aplicação do instituto no Direito Administrativo, no Direito Penal, no Direito Processual
e, também, no Direito Eleitoral.

2 - Abuso de Poder no Direito Eleitoral

Destaca-se, na esfera política, a influência corrosiva do poder. Assim, o detentor de mandato político
encontra-se potencialmente suscetível a agir com abuso de poder. Essa é uma realidade que exige
tratamento adequado e igualmente capaz de inibi-lo e de reprimi-lo, uma vez que os dirigentes são apenas
mandatários devendo pautar suas condutas de acordo com os parâmetros legais.

Por abuso devemos compreender a ação ou omissão irrazoável ou anormal do agente, de modo que a
violação ao ordenamento jurídico não se dá pelo direito em si, mas pelos meios empregados para exercer
ou usufruir desse direito. Os atos abusivos põem em perigo direitos subjetivos e a democracia.

Poder, por outro lado, revela-se na capacidade que o agente tem de influenciar, de condicionar ou de
determinar o comportamento de terceiros em razão de sua vontade.

Nesse contexto, José Jairo Gomes13 conceitua abuso de poder do seguinte modo:

A expressão abuso de poder deve ser interpretada como a concretização de ações – ou


omissões – com vistas a influenciar ou determinar opções e comportamentos alheios; tais
ações denotam mau uso de recursos detidos, controlados pelo beneficiário ou a ele
disponibilizados. As condutas levadas a cabo não são razoáveis nem normais à vista do
contexto em que ocorrem, revelando existir exorbitância, desbordamento ou excesso por
parte do agente.

O conceito acima é complexo. Para a nossa prova, devemos ter em mente que o abuso de poder constitui a
ação, ou a omissão, com vistas a influenciar o comportamento de outras pessoas, utilizando-se de meios
excessivos para além do uso regular do direito e, em razão disso, violadores da norma jurídica.

Vamos aprofundar um pouco?!

13
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, p. 256.

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2.1 - Cláusula Geral ou Conceito Jurídico Indeterminado?

Discute-se, na doutrina, se o abuso de poder constitui, dessa forma, uma cláusula geral ou um conceito
jurídico indeterminado.

As cláusulas gerais são normas com diretrizes indeterminadas, que não trazem expressamente uma solução
jurídica (consequência). A norma é inteiramente aberta. Uma cláusula geral, em outras palavras, é um texto
normativo que não estabelece, a priori, o significado do termo (pressuposto), tampouco as consequências
jurídicas da norma (consequente). Sua ideia é estabelecer uma pauta de valores a ser preenchida de acordo
com as contingências históricas.

De outro lado, denomina-se conceito jurídico indeterminado quando palavras, ou expressões, contidas
numa norma, são vagas/imprecisas, de modo que a dúvida se encontra no seu significado, e não nas
consequências legais de seu descumprimento.

Desse modo:

a dúvida está no
e no consequente
CLÁUSULA GERAL pressuposto
(solução legal).
(conteúdo)

a dúvida somente e não no consequente


CONCEITO JURÍDICO está no (solução legal), pois essa
INDETERMINADO pressuposto já está pré-definida em
(conteúdo) lei.

Em vista dos conceitos acima, é possível afirmar que o abuso de poder é um conceito jurídico indeterminado.
As consequências para aquele que incorrer em abuso de poder no Direito Eleitoral estão estritamente
delimitadas pelo nosso ordenamento. A abertura, por sua vez, reside no conteúdo desse direito, ou seja, em
seu pressuposto.

conceito jurídico
ABUSO DE PODER
indeterminado

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Em razão da indeterminação do conteúdo é possível delimitar espécies de abuso de poder. Conforme ensina
a doutrina, a ofensa ao processo eleitoral poderá decorrer, por exemplo, do comprometimento da
normalidade ou da legitimidade do pleito eleitoral, da subversão da vontade genuína do eleitor ou, até
mesmo, do comprometimento da igualdade entre candidatos e partidos na disputa eleitoral.

Devido à gravidade para o processo democrático, o abuso de poder deve ser severamente reprimido em
qualquer uma das suas formas, seja o abuso de natureza econômica, política, ideológica, social, dos meios
de comunicação etc.

A nós interessa, especificamente, o abuso de poder econômico e político.

2.2 - Abuso de Poder Econômico

O abuso de poder econômico relaciona-se ao dinheiro, ou seja, aos valores patrimoniais utilizados no
processo eleitoral, seja antes, durante e depois da campanha eleitoral.

Assim, o abuso de poder econômico remete à prática de condutas voltadas para o uso de valores que o
agente detém, controla ou recebe para influenciar no resultado das eleições, por intermédio de uma conduta
exorbitante, desarrazoada, capaz de abalar a legitimidade e a isonomia do pleito eleitoral.

Desse modo, o abuso de poder econômico nas eleições decorre da utilização desarrazoada e anormal de
dinheiro com vistas a influenciar o resultado do processo eleitoral. É importante estar atento para o fato de
que, para a ocorrência dessa modalidade de abuso, não importa efetivamente a quantidade de valores
despendidos, mas o destino conferido aos valores. Verifica-se a gravidade lesiva da conduta quanto a sua
influência no tratamento isonômico entre os candidatos e no respeito à vontade popular.

PARA O ABUSO DE PODER


ECONÔMICO

não importa o montante mas o destino conferido


utilizado aos valores

Para além do emprego abusivo de recursos patrimoniais nas campanhas eleitorais, o abuso de poder
econômico pode se manifestar na utilização dos meios de comunicação social ou do descumprimento de
regras atinentes à arrecadação e ao uso de fundos de campanha.

Nesse contexto, vejamos o art. 25, da Lei nº 9.507/1997:

Art. 25. O partido que descumprir as normas referentes à arrecadação e aplicação de


recursos fixadas nesta Lei perderá o direito ao recebimento da quota do Fundo Partidário
do ano seguinte, sem prejuízo de responderem os candidatos beneficiados por abuso do
poder econômico.

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Parágrafo único. A sanção de suspensão do repasse de novas quotas do Fundo Partidário,


por desaprovação total ou parcial da prestação de contas do candidato, deverá ser
aplicada de forma proporcional e razoável, pelo período de 1 (um) mês a 12 (doze) meses,
OU por meio do desconto, do valor a ser repassado, na importância apontada como
irregular, não podendo ser aplicada a sanção de suspensão, caso a prestação de contas não
seja julgada, pelo juízo ou tribunal competente, após 5 (cinco) anos de sua apresentação.

Irregularidades na prestação de contas do partido político podem gerar consequências ao partido e, também,
aos candidatos do partido.

Primeiramente, o dispositivo acima traz PUNIÇÃO ESPECÍFICA DESTINADA AOS PARTIDOS POLÍTICOS,
prevendo a perda dos recursos do Fundo Partidário para o ano seguinte em que incorrem no
descumprimento das normas referentes à arrecadação e à aplicação de recursos.

Por outro lado, caso haja desaprovação total ou parcial das contas do partido político, ele poderá sofrer
suspensão do recebimento de novas quotas por período que irá variar de 1 a 12 meses ou pelo desconto
do valor irregular, a critério do juiz e de acordo com a importância da irregularidade e prejuízos à lisura
eleitoral causados.

Ademais, é importante notar que tal penalidade não elide a possibilidade de condenação do CANDIDATO
beneficiário por abuso de poder econômico que, como veremos adiante, poderá implicar a inelegibilidade.

Note que tanto o partido como o candidato podem sofrer consequências em razão de irregularidades na
arrecadação das contas de campanha. Lembre-se de que:

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por
descumprimento
perda das quotas
das regras
do Fundo
relativas à
Partidário no ano
arrecadação e
seguinte
aplicação de
para o recursos
partido
suspensão de por desaprovação
DESAPROVAÇÃO quotas (1 a 12 total ou parcial
DAS CONTAS DE meses) ou desconto das contas
CAMPANHA do valor irregular partidárias

processo de abuso
para o
de poder
candidato
econômico

O art. 30-A, da Lei nº 9.504/1997, trata especificamente da representação contra candidato por
irregularidades na arrecadação e nos gastos de campanha.

Art. 30-A. Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no
prazo de 15 (quinze) dias da diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a
abertura de investigação judicial para apurar condutas em desacordo com as normas
desta Lei, relativas à arrecadação e gastos de recursos.

§ 1º Na apuração de que trata este artigo, aplicar-se-á o procedimento previsto no art. 22


da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, no que couber.

§ 2º Comprovados captação ou gastos ilícitos de recursos, para fins eleitorais, será negado
diploma ao candidato, ou cassado, se já houver sido outorgado.

§ 3º O prazo de recurso contra decisões proferidas em representações propostas com base


neste artigo será de 3 (três) dias, a contar da data da publicação do julgamento no Diário
Oficial.

É a representação eleitoral para a investigação judicial eleitoral! Essa ação deverá ser ajuizada no prazo de
15 dias, a contar da diplomação do candidato.

A finalidade dessa investigação é declarar a inelegibilidade por abuso do poder econômico, político e abuso
de autoridade.

Embora adote o procedimento do art. 22 da LC 64/90, não haverá deslocamento de competência para o
Corregedor, a representação será julgada pelo Juiz Eleitoral, se a eleição for municipal, pelo TRE, se a eleição
for estadual e quanto às eleições presidenciais, a investigação será julgada pelo TSE.

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JUIZ ELEITORAL eleições municipais

TRE eleições estaduais e gerais

TSE eleição presidencial

Caso seja comprovado o abuso de poder econômico, o candidato será condenado por inelegibilidade e seu
diploma será negado; caso já tenha sido expedido, será cassado.

A captação ilícita de sufrágio, cuja disciplina consta do art. 41-A, da Lei nº 9.504/1997, também é
consequência de condutas que geram abuso de poder econômico:

Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação de sufrágio,
vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o
fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive
emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição,
inclusive, sob pena de multa de mil a cinquenta mil UFIR, e cassação do registro ou do
diploma, observado o procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18
de maio de 1990.

§ 1º Para a caracterização da conduta ilícita, é desnecessário o pedido explícito de votos,


bastando a evidência do dolo, consistente no especial fim de agir.

§ 2º As sanções previstas no caput aplicam-se contra quem praticar atos de violência ou


grave ameaça a pessoa, com o fim de obter-lhe o voto.

§ 3º A representação contra as condutas vedadas no caput poderá ser ajuizada até a data
da diplomação.

§ 4º O prazo de recurso contra decisões proferidas com base neste artigo será de 3 (três)
dias, a contar da data da publicação do julgamento no Diário Oficial.

A captação ilícita de votos constitui conduta abusiva em razão do uso irregular de recursos em campanhas
eleitorais em decorrência de doação, de oferecimento e de promessa de valores com a finalidade de obter o
voto.

A jurisprudência entende que os requisitos para caracterizar a captação ilícita de sufrágio são:

1- Doação, oferecimento, promessa ou entrega de bens ou vantagens;


2- Sua destinação aos eleitores;
3- Pedido de voto ou de abstenção, ainda que de forma dissimulada;
4- Seja realizada pelo próprio candidato ou por terceiro em favor daquele.

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Para que se comprove a captação ilícita não interessa saber em quem o eleitor votou, para concretizar a
infração basta provar que houve a simples promessa concreta de oferecimento do bem ou vantagem o que
não se confunde com exposição de plano de governo ou mera promessa genérica de campanha.

Não se exige aferição da potencialidade do fato quanto ao desiquilíbrio do pleito, neste caso a aferição é
qualitativa e não quantitativa.

Segundo a nossa legislação eleitoral, a incursão nesse dispositivo poderá implicar, além da multa, a cassação
do registro ou da candidatura do pretendente ao mandato eletivo.

CONDUTAS QUE IMPLICAM ABUSO DE PODER ECONÔMICO

• Gasto de recursos para além dos valores declarados;


• Descumprimento das regras relativas à aplicação de recursos em campanhas eleitorais;
• Arrecadação e gastos irregulares de recursos na campanha eleitoral;
• Captação ilícita de sufrágio.

Vimos, assim, os principais aspectos relacionados ao abuso do poder econômico.

2.3 - Abuso de Poder Político

O abuso do poder político pressupõe conceituar agentes públicos. Segundo a doutrina de Direito
Administrativo, os agentes públicos são os sujeitos que servem ao Poder Público, ainda que façam isso de
modo ocasional.

O art. 73, §1º, da LE, conceitua agentes públicos:

§ 1º Reputa-se agente público, para os efeitos deste artigo, quem exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função
nos órgãos ou entidades da Administração Pública direta, indireta, ou fundacional.

Notem que o conceito é bastante amplo.

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Toda e qualquer pessoa que possua algum vínculo,


AGENTES PÚBLICOS ainda que transitório, em algumas das entidades da
Administração Pública.

Mas, qual é a razão de conceituarmos agentes públicos?

O abuso de poder político ocorre nas situações em que os agentes públicos, valendo-se da sua situação
privilegiada de poder, se utilizarem da máquina pública para fins eleitorais, em discrepância com os princípios
que informam a Administração Pública e, em especial, sem atender ao interesse público.

A atenção estatal às hipóteses de abuso de poder político é relevante, uma vez que, no Brasil, é comum a
utilização da máquina administrativa colocada a serviço de candidaturas no processo eleitoral. Entre os
exemplos mais corriqueiros, destacam-se:

Propagandas institucionais, cujo objetivo real é a promoção de determinada figura pública;

Inauguração de obras públicas nos meses que antecedem os pleitos eleitorais, justamente
com o fito de influenciar o poder de decisão dos eleitores;

Acordos e trocas de favores valendo-se do aparelho estatal para conferir benefícios


pessoais.

Num esforço de enumerar as diversas possibilidades de condutas que podem implicar abuso de poder
político, leciona José Jairo Gomes14:

Ante sua elasticidade, o conceito em foco pode ser preenchido por fatos ou situações tão
variados quanto os seguintes: uso, doação ou disponibilização de bens e serviços públicos,
desvirtuamento de propaganda institucional, manipulação de programas sociais,
contratação ilícita de pessoas ou serviços, ameaça de demissão ou transferência de
servidor público, convênios urdidos entre entes federativos estipulando transferência de
recursos às vésperas das eleições.

A fim de evitar tais distorções nas eleições com a utilização da máquina estatal, a Lei das Eleições fixa uma
série de condutas vedadas aos agentes públicos, cujo conhecimento é imprescindível. Antes de analisarmos
as hipóteses da legislação, devemos fazer uma importante distinção.

14
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, p. 260.

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Vejamos, incialmente, o art. 73, §7º, da LE:

Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas
tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:

§ 7º As condutas enumeradas no caput caracterizam, ainda, atos de improbidade


administrativa, a que se refere o art. 11, inciso I, da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e
sujeitam-se às disposições daquele diploma legal, em especial às cominações do art. 12,
inciso III.

O que nos quer dizer o dispositivo acima é que as condutas vedadas aos agentes públicos, pelo art. 73 da
LE, se praticadas constituirão hipóteses de improbidade administrativa por violação aos princípios da
Administração Pública. Como já vimos em aulas anteriores a Lei 8429/92 sofreu diversas mudanças e o inciso
I do art. 11 foi revogado pela Lei 14.230/2021. O inciso III do art. 12 também foi modificado e hoje não se
aplica a suspensão de direitos políticos quando o ato de improbidade viole princípios da administração
pública. Veja a literalidade dos artigos da lei 8429/92:

Art. 11. Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de
honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes
condutas: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021).

I - Revogado

Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e


das sanções penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na
legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a
gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)

III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil de até 24 (vinte e quatro)
vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o poder
público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)

Como podermos observar, a incidência em uma das condutas, que veremos adiante, traz severas
consequências à pessoa, constituindo importante alerta àqueles que almejam uma carreira pública. E nem
poderia ser diferente! Além de praticar um ato atentatório à legitimidade e à normalidade do pleito eleitoral,
o indivíduo vale-se da máquina administrativa para lograr êxito em seus desígnios pessoais.

Vamos iniciar, portanto, o estudo do art. 73, da LE:

Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas
tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:

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I – ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis


ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, ressalvada a realização de Convenção
partidária;

II – usar materiais ou serviços, custeados pelos Governos ou Casas Legislativas, que


excedam as prerrogativas consignadas nos regimentos e normas dos órgãos que integram;

III – ceder servidor público ou empregado da administração direta ou indireta federal,


estadual ou municipal do Poder Executivo, ou usar de seus serviços, para comitês de
campanha eleitoral de candidato, partido político ou coligação, durante o horário de
expediente normal, salvo se o servidor ou empregado estiver licenciado;

IV – fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido político ou


coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou
subvencionados pelo Poder Público;

V – nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir
ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional
e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do
pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade
de pleno direito, ressalvados:

a) a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções


de confiança;

b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou


Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da República;

c) a nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até o início daquele


prazo;

d) a nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de


serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder
Executivo;

e) a transferência ou remoção ex officio de militares, policiais civis e de agentes


penitenciários;

VI – nos três meses que antecedem o pleito:

a) realizar transferência voluntária de recursos da União aos Estados e Municípios, e dos


Estados aos Municípios, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados os recursos
destinados a cumprir obrigação formal preexistente para execução de obra ou serviço em
andamento e com cronograma prefixado, e os destinados a atender situações de
emergência e de calamidade pública;

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b) com exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no


mercado, autorizar publicidade institucional dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas
entidades da administração indireta, salvo em caso de grave e urgente necessidade
pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral;

c) fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral gratuito,


salvo quando, a critério da Justiça Eleitoral, tratar-se de matéria urgente, relevante e
característica das funções de governo;

VII – empenhar, no primeiro semestre do ano de eleição, despesas com publicidade dos
órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da
administração indireta, que excedam a 6 (seis) vezes a média mensal dos valores
empenhados e não cancelados nos 3 (três) últimos anos que antecedem o pleito;

VIII – fazer, na circunscrição do pleito, revisão geral da remuneração dos servidores


públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da
eleição, a partir do início do prazo estabelecido no art. 7º desta Lei e até a posse dos eleitos.

O art. 73 arrola condutas que NÃO podem ser praticadas pelos agentes públicos e que são capazes de afetar
a igualdade entre candidatos e partidos no pleito eleitoral.

Em síntese, devemos memorizar as HIPÓTESES DE CONDUTAS VEDADAS AOS AGENTES PÚBLICOS:

 Utilização de bens públicos em benefício de candidato, de partido ou de coligação, com exceção da


convenção partidária que poderá ser realizada em imóvel público.

Registre-se que a vedação não abrange bem público de uso comum15, conforme jurisprudência do TSE.

A jurisprudência do TSE decidiu que a conduta vedada pelo inciso I pode ser configurada antes do período
eleitoral16 ou para a promoção de candidatura política17

15
Ac.-TSE, de 4.12.2014, na Rp nº 160839
16
Ac.-TSE, de 4.6.2019, no AgR-REspe nº 060035327
17
Ac.-TSE, de 28.11.2016, no AgR-RO nº 137994

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Conforme o art. 73, §2º, a utilização dos meios de transporte oficiais disponíveis durante o período eleitoral
para fins de campanha, pela Presidência da República, não está abarcada pela vedação. De todo modo, os
valores gastos em campanha serão ressarcidos na forma do art. 76, da LE.

Ademais, em caso de concorrer à reeleição, o Presidente, o Governador, o Prefeito e os respectivos vices


poderão utilizar as residências oficiais para realização de contatos, de encontros e de reuniões pertinentes à
própria campanha, desde que não tenham caráter de ato público.

 Utilização de materiais ou de serviço público em benefício de candidatos, de partidos e de coligações.

 Cessão de servidores para comitês de campanha eleitoral de candidato, de partido político ou de


coligação, exceto se o servidor se licenciar, estiver fora do horário de trabalho ou em férias (Resolução TSE
nº 21.854/2004).

Portanto, a hipótese acima não se aplica em caso de:

NÃO IMPLICA CESSÃO


IRREGULAR DE
SERVIDOR

fora do horário de
servidor licenciado em férias
trabalho

 Usar ou permitir o uso, em favor de candidatos ou partido, de distribuição gratuita de bens e de serviços
sociais.

Em razão disso, nos anos eleitorais veda-se a distribuição de bens, de valores ou de benefícios pela
Administração Pública, conforme o art. 73, §10, da LE. A ideia aqui é reduzir ao máximo a possibilidade do
uso de serviços públicos gratuitos com fins eleitoreiros.

Contudo, o dispositivo apresenta algumas exceções, as quais possuem relevância para a nossa prova.

PODERÃO, EXCEPCIONALMENTE, SER FORNECIDOS OS SEGUINTES


SERVIÇOS PÚBLICOS GRATUITOS, AINDA QUE EM ANO ELEITORAL:
• calamidade pública;
• estado de emergência ;
• programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício
anterior.

De todo modo, o § 11, do mesmo dispositivo, prevê que esses serviços sociais não poderão ser realizados
em entidades nominalmente vinculadas aos candidatos ou sejam mantidas por eles.

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Ademais, conforme entendimento do TSE, a Lei Eleitoral não proíbe a prestação de serviço social custeado,
ou subvencionado, pelo poder público nos três meses que antecedem à eleição, mas sim o seu uso para fins
promocionais de candidato, de partido ou de coligação (Acórdão nº 5.283/2004).

Não se encaixam nesses dispositivos os bens de natureza cultural, posto à disposição de toda a coletividade18
e não incide também quando houver contraprestação por parte do beneficiado19.

 Veda-se a nomeação, a exoneração, a remoção ou a substituição de servidores nos três meses que
antecedem o pleito até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade.

A vedação aqui não é para a realização de concurso, procura-se evitar o condicionamento da nomeação, as
ameaças de exoneração ou a transferência de servidores com finalidades políticas.

Essa regra, contudo, gera uma série de exceções, ou seja, hipóteses em que será possível a nomeação, por
exemplo, de servidor dentro do período de 3 meses antes das eleições. Vejamos essas exceções:

1. nomeação ou exoneração de cargos em comissão ou designação ou dispensa de funções de


confiança;
2. nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou dos Conselhos
de Contas e dos órgãos da Presidência da República; (Cuidado a Defensoria Pública não está incluída
na ressalva legal)20
3. nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados;
4. nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços
públicos essenciais;
5. transferência ou remoção ex officio de militares, de policiais civis e de agentes penitenciários.

 Veda-se, nos três meses que antecedem o pleito, a transferência de recursos entre os entes federativos,
a não ser para:

 cumprir obrigação formal pré-existente;

 obra ou serviço público em andamento e com cronograma prefixado; e

 atender a situações emergenciais e de calamidade pública.

 Veda-se, nos três meses que antecedem o pleito, a autorização de publicidade institucional.

18
Ac.-TSE, de 26.10.2004, no REspe nº 24795
19
Ac.-TSE, de 20.5.2014, no REspe nº 34994
20
Ac.-TSE, de 20.5.2010, na Cta nº 69851

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Existem, do mesmo modo, duas exceções:

propaganda de produtos e de
serviços que tenham
concorrência no mercado
PERMITE-SE A PUBLICIDADE
INSTITUCIONAL, AINDA QUE
NOS TRÊS MESES QUE
ANTECEDEM O PLEITO:
grave e urgente necessidade
pública

 Veda-se, nos três meses que antecedem as eleições, fazer pronunciamento em rede nacional, salvo se
definido em horário político gratuito e em casos de matérias urgentes, relevantes e característica das funções
de governo.

É importante destacar que a vedação à publicidade institucional e aos pronunciamentos em rádio e em


televisão aplica-se apenas aos agentes públicos das esferas administrativas cujos cargos estejam em disputa
na eleição, conforme prevê o art. 73, §4º.

 Veda-se, o empenho no primeiro semestre do ano eleitoral, de despesas com publicidade dos órgãos
públicos em valor superior a 6 vezes a média mensal dos valores empenhados e não cancelados nos 3 (três)
últimos anos que antecedem o pleito;

Fique atento!

Esta última vedação é fruto de modificação legislativa realizada pela Lei 14.356/2022 que incluiu ainda o §
14 ao art. 73 da Lei das Eleições prevendo o índice de reajuste que deve ser observado ao se fazer o cálculo
das médias.

Veja o texto legal:

§ 14. Para efeito de cálculo da média prevista no inciso VII do caput deste artigo, os gastos
serão reajustados pelo IPCA, aferido pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), ou outro índice que venha a substituí-lo, a partir da data em que foram
empenhados.

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A lei 14.356/2022 trouxe ainda uma exceção aos limites impostos pelos incisos VI e VII do art. 73 quando a
publicidade institucional envolver o combate a pandemia causada pelo coronavírus.

Art. 4º Não se sujeita às disposições dos incisos VI e VII do caput do art. 73 da Lei nº 9.504,
de 30 de setembro de 1997, a publicidade institucional de atos e campanhas dos órgãos
públicos federais, estaduais ou municipais e de suas respectivas entidades da
administração indireta destinados exclusivamente ao enfrentamento da pandemia causada
pelo coronavírus SARS-CoV-2 e à orientação da população quanto a serviços públicos
relacionados ao combate da pandemia, resguardada a possibilidade de apuração de
eventual conduta abusiva, nos termos da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997.

 Veda-se, desde as convenções para escolha dos candidatos até a posse dos eleitos, efetuar a revisão
geral da remuneração dos servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder
aquisitivo.

De acordo com o §4º, do art. 73, da LE, o descumprimento das vedações acima, geram a suspensão imediata
da conduta vedada além das demais sanções cabíveis, e penalidade de multa (duplicada em caso de
reincidência), podendo, inclusive, sofrer a cassação do registro ou do diploma.

Veja como o assunto tem sido cobrado em provas:

(VUNESP – Câmara de São Miguel Arcanjo/SP 2019) É vedada aos agentes públicos em campanhas
eleitorais a seguinte conduta:
a) ceder, em benefício de partido político, imóvel pertencente à administração direta do Município para
realização de convenção partidária.
b) ceder servidor público da administração direta do município, ainda que licenciado, para comitês de
campanha eleitoral de candidato.
c) nos seis meses que antecedem o pleito, realizar transferência voluntária de recursos dos Estados aos
Municípios, ressalvados os destinados para atender situações de emergência e de calamidade pública.
d) nos três meses que antecedem as eleições, contratar shows artísticos pagos com recursos públicos, em
inaugurações de obras públicas.
e) nos seis meses que antecedem as eleições, comparecer em inauguração de obras públicas.
Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 73, I da LE a cessão de bem imóvel para realização de
convenção partidária foi excepcionada da vedação.

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A alternativa B está incorreta. Embora o art. 73 III da LE vede a cessão de servidor público para atuação em
comitê de campanha eleitoral de candidato ressalva a possibilidade da utilização de seus serviços caso esteja
licenciado.
A alternativa C está incorreta. De acordo como art. 73 VI da LE a vedação ocorre 3 meses antes da eleição.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, conforme estabelece o art. 75 da LE.
A alternativa E está incorreta. Aqui o erro também diz respeito ao prazo vez que na forma do art. 77 da LE
será 3 meses antes do pleito eleitoral.

2.4- Abuso de Autoridade

Na sequência, vamos tratar sobre o abuso de autoridade, cuja descrição consta do art. 74, da Lei nº
9.504/1997:

Art. 74. Configura abuso de autoridade, para os fins do disposto no art. 22 da Lei
Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, a infringência do disposto no § 1º do art. 37
da Constituição Federal, ficando o responsável, se candidato, sujeito ao cancelamento do
registro ou do diploma.

Configura abuso de autoridade a realização de publicidade pelo agente público em violação ao caráter
educativo, informativo ou de orientação social, nos termos previstos no art. 37, §1º, da CF:

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades
ou servidores públicos.

Ademais, de acordo com o art. 75, da LE, nos três meses que antecedem o pleito eleitoral é vedada a
contratação de shows artísticos com recursos públicos, justamente para evitar a quebra do equilíbrio do
pleito eleitoral, pelo uso da máquina pública.

A infringência dessa regra implica a suspensão imediata da conduta e a cassação do registro ou do diploma.

Art. 75. Nos três meses que antecederem as eleições, na realização de inaugurações é
vedada a contratação de shows artísticos pagos com recursos públicos.

Parágrafo único. Nos casos de descumprimento do disposto neste artigo, sem prejuízo da
suspensão imediata da conduta, o candidato beneficiado, agente público ou não, ficará
sujeito à cassação do registro ou do diploma.

O art. 76, da LE, trata do ressarcimento das despesas com transporte oficial pelo Presidente da República
e pela sua comitiva em campanha eleitoral, que não possui relevância para a nossa prova, uma vez que é
um assunto específico, razão pela qual deixamos de mencionar.

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Finalmente, o art. 77 define o que é vedado ao candidato comparecer, nos três meses que antecedem o
pleito, a inauguração de obras públicas.

Art. 77. É proibido a qualquer candidato comparecer, nos 3 (três) meses que precedem o
pleito, a inaugurações de obras públicas.

Parágrafo único. A inobservância do disposto neste artigo sujeita o infrator à cassação do


registro ou do diploma.

Com isso, finalizamos as principais regras relativas ao abuso do poder político nas eleições.

Registre-se, a título de curiosidade, que as hipóteses que vimos de abuso do poder


econômico não se confundem com as hipóteses de abuso de poder político. Ambas são
independentes entre si e podem figurar conjuntamente, pelo que se denomina de abuso
de poder político-econômico.

Responsabilização por Abuso de Poder

Em qualquer de suas hipóteses ocorre o ato ilícito eleitoral, o qual é estruturado do seguinte modo:

ESTRUTURA DO ATO ILÍCITO ELEITORAL

conduta abusiva

resultado

relação causal

ilicitude ou antijuridicidade

 CONDUTA ABUSIVA: comportamento ativo ou passivo individualizado.

 RESULTADO: constitui a violação ao bem jurídico relevante para o Direito Eleitoral.

 NEXO CAUSAL: liame existente entre a conduta e o resultado, esse traduzido na lesão ao bem ou no
interesse juridicamente tutelado.

 ILICITUDE: não conformação ao sistema jurídico.

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No Direito Eleitoral, o fundamento da responsabilização poderá ser tanto objetivo como subjetivo.
Entretanto, a responsabilidade objetiva, aquela que independe da culpa, predomina no Direito Eleitoral,
assemelhando-se à noção contemporânea do risco.

Afirma-se que a ideia é de prevenção de um mal ou dano futuro a um bem jurídico eleitoral relevante. Desse
modo, a responsabilização objetiva funda-se:

 no sentido de prevenção geral;


 na defesa da ordem jurídico-eleitoral; e
 na intimidação social, para desestimular a prática de condutas ilícitas.

Com isso, finalizamos as observações pertinentes à responsabilização e a matéria relativa ao abuso de poder
no Direito Eleitoral.

PESQUISAS E TESTES PRÉ-ELEITORAIS

1 - Introdução

As pesquisas eleitorais, denominadas de “pesquisas e testes pré-eleitorais”, surgiram nos EUA, em 1824, com
a denominação de “voto de palha” (straw vote), cuja finalidade era antecipar o resultado do pleito eleitoral.

Em que pese às críticas, as pesquisas são consideradas como um instrumento importante para os candidatos
avaliarem as respectivas campanhas eleitorais e para o eleitor avaliar os possíveis rumo do cenário político
pós-eleições.

A maior crítica, entretanto, às pesquisas eleitorais é o que se denomina de “bandwagon effect”, que constitui
a tendência dos eleitores em apoiar candidatos que estejam em vantagem nas pesquisas eleitorais.

Em razão desse efeito, o nosso CE vedou a divulgação de prévias ou testes pré-eleitorais na forma do art.
255, do CE:

Art. 255. Nos 15 (quinze) dias anteriores ao pleito é proibida a divulgação, por qualquer
forma, de resultados de prévias ou testes pré-eleitorais.

No mesmo sentido, a Lei nº 9.504/1997, no art. 35-A, tratou de proibir a divulgação de pesquisas eleitorais
do décimo quinto dia anterior até as dezoito horas do dia da eleição.

Art. 35-A. É vedada a divulgação de pesquisas eleitorais por qualquer meio de


comunicação, a partir do décimo quinto dia anterior até as 18 (dezoito) horas do dia do
pleito.

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Contudo, o dispositivo do CE e o art. 35-A da LE foram declarados incompatíveis com a CF, ou seja,
inconstitucionais, conforme ADI nº 3.741/200621. Segundo o julgado, é inconstitucional a restrição à
divulgação de pesquisas e testes pré-eleitorais por violação ao princípio da liberdade de expressão e do
direito à informação.

2 - Registro perante a Justiça Eleitoral

Desse modo, as pesquisas e testes pré-eleitorais são entendidos como instrumentos legais e válidos do
processo eleitoral brasileiro. Em razão disso, vejamos a disciplina constante do art. 33, da LE, que disciplina
o assunto:

Art. 33. As entidades e empresas que realizarem pesquisas de opinião pública relativas às
eleições ou aos candidatos, para conhecimento público, são obrigadas, para cada pesquisa,
a registrar, junto à Justiça Eleitoral, até cinco dias antes da divulgação, as seguintes
informações:

I – quem contratou a pesquisa;

II – valor e origem dos recursos despendidos no trabalho;

III – metodologia e período de realização da pesquisa;

IV – plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução, nível econômico
e área física de realização do trabalho a ser executado, intervalo de confiança e margem de
erro;

V – sistema interno de controle e verificação, conferência e fiscalização da coleta de dados


e do trabalho de campo;

VI – questionário completo aplicado ou a ser aplicado;

VII – nome de quem pagou pela realização do trabalho e cópia da respectiva nota fiscal.

Para a nossa prova:

21ADI 3741, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 06/08/2006, DJ 23-02-2007 PP-00016
EMENT VOL-02265-01 PP-00171.

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quem contratou

valor e origem dos recursos despendidos


registro perante a Justiça
Eleitoral com antecedência 5
dias antes da divulgação das
PESQUISAS E metodologia e período
informações
TESTES PRÉ-
ELEITORAIS plano amostral e ponderação (sexo,
deve conter as seguintes
idade, grau de instrução, nível
informações:
econômico etc.)

sistema interno de controle e verificação,


de conferência e de fiscalização

questionário completo

nome de quem pagou

3 - Pesquisas Eleitorais versus Sondagens ou Enquetes

Aprofundando um pouco mais, extraímos da jurisprudência do TSE que as pesquisas eleitorais não se
confundem com enquetes ou com sondagens.

A sondagem, ou enquete, constitui o processo de estudo de opinião pública, que consiste em informar a
totalidade da população sobre os resultados obtidos por intermédio de um pequeno número de pessoas,
contatadas diretamente como representativas do conjunto dessa população.

Quanto às enquetes, há uma regra específica que não podemos desconsiderar para fins da nossa prova: SÃO
VEDADAS DURANTE O PERÍODO DA CAMPANHA ELEITORAL. Nesse sentido, vejamos o art. 33, §5º:

§ 5º É VEDADA, no período de campanha eleitoral, a realização de enquetes relacionadas


ao processo eleitoral.

O que realmente importa para a nossa prova é:

PESQUISA ELEITORAL ≠ ENQUETE ou SONDAGEM

Dessa forma, atente-se!

É VEDADA, NO PERÍODO DE CAMPANHA ELEITORAL, A REALIZAÇÃO DE ENQUETES RELACIONADAS ÀS


ELEIÇÕES

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4 - Registro da Pesquisa

Sigamos com os §§, do art. 33 da LE:

§ 1º As informações relativas às pesquisas serão registradas nos órgãos da Justiça Eleitoral


aos quais compete fazer o registro dos candidatos.

Esse dispositivo é bastante relevante. O registro de candidato poderá ser efetuado perante o Juiz Eleitoral,
o TRE ou o TSE, a depender do cargo envolvido. Dessa forma, observando a mesma regra, as pesquisas para
cada um dos cargos devem ser registradas nas respectivas instâncias do Poder Judiciário eleitoral, conforme
o quadro abaixo:

PESQUISA OU TESTES PRÉ-ELEITORAIS COMPETÊNCIA


Eleição Municipal Juiz Eleitoral
Prefeito, vice-Prefeito e Vereador
Eleição Estadual/Federal TRE
Governador, vice-Governador, Deputado Federal, Deputado Estadual e Senador da
República
Eleições Presidenciais TSE
Presidente e vice-Presidente

Após o recebimento do registro, o órgão da Justiça Eleitoral procederá, no prazo de 24 horas, a afixação da
pesquisa, divulgando-a na internet, nos termos do dispositivo abaixo:

§ 2º A Justiça Eleitoral afixará no PRAZO DE VINTE E QUATRO HORAS, no local de costume,


bem como divulgará em seu sítio na Internet, aviso comunicando o registro das
informações a que se refere este artigo, colocando-as à disposição dos partidos ou
coligações com candidatos ao pleito, os quais a elas terão livre acesso pelo prazo de 30
(trinta) dias.

5 - Penalidades

Os §§ 3º e 4º estabelecem duas sanções, em caso de descumprimento das regras relativas às pesquisas


eleitorais.

O registro de pesquisa não é passível de deferimento ou indeferimento, trata-se apenas do registro prévio
de dados essenciais, não podendo o magistrado proibir a publicação da pesquisa. Contudo, a divulgação de
pesquisa sem o prévio registro sujeita os responsáveis a multa, caso ocorra divulgação de pesquisa
fraudulenta haverá crime.

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É importante ressaltar que a jurisprudência do TSE exige registro de pesquisas nas redes sociais, como
facebook e whatsApp.22

DIVULGAÇÃO DE
PESQUISA SEM PENALIDADE CIVIL: multa de 50.000 a
PRÉVIO REGISTRO 100.000 UFIR
DAS INFORMAÇÕES

DIVULGAÇÃO DE PENALIDADE CRIMINAL: detenção de


PESQUISA 6 meses a 1 ano e multa de 50.000 a
FRAUDULENTA 100.000 UFIR

Vejamos os dispositivos:

§ 3º A divulgação de pesquisa sem o prévio registro das informações de que trata este
artigo sujeita os responsáveis a multa no valor de CINQÜENTA MIL A CEM MIL UFIR.

§ 4º A divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime, punível com DETENÇÃO DE SEIS


MESES A UM ANO e multa no valor de CINQÜENTA MIL A CEM MIL UFIR.

Embora os dados da pesquisa fiquem disponíveis pelo prazo de 30 dias, os dados específicos relativos à
pesquisa, que foram informados no termo dos incisos do art. 33, os quais vimos acima, poderão ser acessados
mediante requerimento pela Justiça Eleitoral, conforme §1º, do art. 34.

Art. 34. (Vetado.)

§ 1º Mediante requerimento à Justiça Eleitoral, os partidos poderão ter acesso ao sistema


interno de controle, verificação e fiscalização da coleta de dados das entidades que
divulgaram pesquisas de opinião relativas às eleições, incluídos os referentes à
identificação dos entrevistadores e, por meio de escolha livre e aleatória de planilhas
individuais, mapas ou equivalentes, confrontar e conferir os dados publicados, preservada
a identidade dos respondentes.

22
Ac.-TSE, de 8.2.2018, no AgR-AI nº 81736 e Ac.-TSE, de 30.5.2017, no AgR-REspe nº 10880.

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O não franqueio das informações sujeita o responsável por retardar, por impedir ou por dificultar a ação
dos partidos a crime, punível com detenção de 6 meses a 1 ano OU com pena de prestação de serviços à
comunidade, cumuladas com multa no valor de 10.000 a 20.000 UFIRs.

§ 2º O não-cumprimento do disposto neste artigo ou qualquer ato que vise a retardar,


impedir ou dificultar a ação fiscalizadora dos partidos constitui crime, punível com
DETENÇÃO, DE SEIS MESES A UM ANO, com a alternativa de PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À
COMUNIDADE PELO MESMO PRAZO, e MULTA NO VALOR DE DEZ MIL A VINTE MIL UFIR.

detenção (6 meses a 1
RETARDAR, IMPEDIR é crime! ano) ou prestação de
OU DIFICULTAR A serviços à comunidade
FISCALIZAÇÃO DAS pena
PESQUISAS PELOS
PARTIDOS
multa (10 a 20 mil
UFIR)

Nos termos do §3º, se comprovada a irregularidade dos dados publicados, o responsável ficará sujeito às
penas do quadro acima, além do dever de republicar os dados corretamente.

§ 3º A comprovação de irregularidade nos dados publicados sujeita os responsáveis às


penas mencionadas no parágrafo anterior, sem prejuízo da obrigatoriedade da veiculação
dos dados corretos no mesmo espaço, local, horário, página, caracteres e outros elementos
de destaque, de acordo com o veículo usado.

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detenção (6 meses
a 1 ano) ou
prestação de
serviços à
pena comunidade
é crime!
IRREGULARIDADE NOS multa (10 a 20 mil
DADOS DE PESQUISA UFIRs)
ELEITORAL

republicar os dados
obrigação
corretamente

O art. 35, da LE, reforça que os crimes relativos às pesquisas eleitorais podem ser aplicados aos
representantes legais das entidades de pesquisa ou do órgão veiculador das informações.

Art. 35. Pelos crimes definidos nos arts. 33, § 4º e 34, §§ 2º e 3º, podem ser
responsabilizados penalmente os representantes legais da empresa ou entidade de
pesquisa e do órgão veiculador.

APLICAM-SE OS CRIMES AOS RESPONSÁVEIS PELA


ENTIDADE DE PESQUISA OU PELO ÓRGÃO QUE
VEICULAR AS INFORMAÇÕES

Divulgação de pesquisa Divulgação de pesquisa Divulgação irregular de


sem prévio registro fraudulenta pesquisa eleitoral

Uma pergunta:

Qual a diferença entre a divulgação de pesquisa fraudulenta e a divulgação irregular de


pesquisa eleitoral?

Embora a distinção não esteja bem clara, a primeira hipótese refere-se à pesquisa que contêm dados
incorretos ou inverídicos. Nessa hipótese, dificulta-se a identificação do crime. Na segunda hipótese, a
pesquisa é, por inteiro, mentirosa e fraudulenta. De todo modo, para fins da nossa prova, devemos registrar
ambas as hipóteses como corretas, caso sejam cobradas. Dificilmente uma questão de prova distinguiria uma
hipótese da outra.

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Para finalizar, registre-se que, como já vimos acima, o art. 35-A, da LE, foi declarado inconstitucional pelo
STF, na decisão da ADI nº 3.741/2006.

(FCC – TJ/MS - 2020) Ao disciplinar a arrecadação e a aplicação de recursos nas campanhas eleitorais, a Lei
nº 9.504, de 30 de setembro de 1997, estabelece que
a) as despesas de natureza pessoal do candidato com combustível e manutenção de veículo automotor por
ele usado na campanha são consideradas gastos eleitorais, sujeitando-se à prestação de contas.
b) as despesas relativas à realização de pesquisas ou testes pré-eleitorais não são consideradas gastos
eleitorais, não se lhes aplicando o dever de registro, nem os limites fixados na lei.
c) o descumprimento dos limites de gastos fixados para cada campanha acarretará o pagamento de multa
em valor equivalente a 100% (cem por cento) da quantia que ultrapassar o limite estabelecido, sem prejuízo
da apuração da ocorrência de abuso do poder econômico.
d) é facultativo para o partido e para os candidatos abrir conta bancária específica para registrar o
movimento financeiro da campanha.
e) é vedado ao candidato utilizar recursos próprios em sua campanha.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Trata-se de uma das hipóteses previstas no §3º do art. 26 da LE que não são
consideradas gastos eleitorais e nem se sujeitam a prestação de contas.
A alternativa B está incorreta. A realização de pesquisas ou testes pré-eleitorais estão previstos como gasto
eleitoral sujeitos a registro e os limites fixados na lei na forma do art. 26 inciso XII da Lei 9.504/97.
A alternativa C está correta. A assertiva está de acordo com o artigo 18-B da LE que prevê a multa de 100%
da quantia que ultrapassar o limite de gastos fixado para a campanha além da apuração de abuso de poder
econômico.
A alternativa D está incorreta. Não se trata de uma faculdade, o art. 22 da Lei das Eleições prevê a
obrigatoriedade da abertura de conta bancária específica para o partido e para os candidatos.
A alternativa E está incorreta. O art. 23, § 2º-A da LE permite que o utilize recursos próprios em sua
campanha até o total de 10% (dez por cento) dos limites previstos para gastos de campanha no cargo em
que concorrer.

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SISTEMA ELETRÔNICO DE VOTAÇÃO E DE TOTALIZAÇÃO DOS


VOTOS

A implementação do sistema eletrônico de dados facilitou todo o processo eleitoral desde o alistamento até
a totalização de votos. Embora a legislação conceda à Justiça prazo de 10 dias para apurar o resultado das
eleições, em regra, a finalização dos trabalhos ocorre em, no máximo, 24 horas.

Graças ao sistema eletrônico de votação e de totalização de votos, o nosso Sistema Eleitoral tem se
consagrado como modelo internacional principalmente por sua maior transparência que permite que a
legitimidade das eleições se torne inconteste contribuindo, assim, com a solidez do processo democrático.

Eventualmente, o sistema poderá apresentar falhas que tornam o sistema eletrônico inoperável. Em tais
situações, deve-se utilizar o sistema de cédulas oficiais. Contudo, a votação manual, desde as eleições
municipais de 2000, será utilizada apenas em situações excepcionais, conforme dispõe o art. 59, da Lei das
Eleições.

Art. 59. A votação e a totalização dos votos serão feitas por sistema eletrônico, podendo o
Tribunal Superior Eleitoral autorizar, em caráter excepcional, a aplicação das regras
fixadas nos arts. 83 a 89.

Desse modo, a utilização do sistema manual, além de excepcional, depende de autorização do TSE. O
conjunto de programas que compreende o sistema eletrônico de votação é desenvolvido exclusivamente
pelo TSE ou sob encomenda desse órgão. Isso não significa, todavia, que esses softwares e hardwares não
sejam passíveis de fiscalização pelos partidos políticos e pelos candidatos.

O controle é tão rígido que inclusive o fornecimento de urnas para treinamento é controlado pelo TSE e
acompanhado pelos partidos políticos.

Como se trata de um procedimento atual, não foi disciplinado no Código Eleitoral. A matéria vem disciplinada
na Lei das Eleições, a qual analisaremos a seguir!

1 - Urna Eletrônica

No dia da eleição cada seção eleitoral receberá uma urna eletrônica que deverá ser instalada em uma cabine
indevassável para garantir o voto secreto de cada eleitor. Os §§, do art. 59, trazem regras quanto à utilização
da urna eletrônica. De acordo com o §1º, aparecerá na urna o campo para o número do candidato ou da
legenda. Após digitá-lo, aparecerá o nome e a fotografia do candidato, bem como o nome e a legenda do
partido político.

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1º CAMPO PARA NÚMERO DO CANDIDATO OU DA LEGENDA

2º NOME E FOTOGRAFIA DO CANDIDATO E A LEGENDA

Vejamos uma representação de urna eletrônica:

Vejamos a literalidade dos §§, do art. 59, da Lei das Eleições:

§ 1º A votação eletrônica será feita no número do candidato ou da legenda partidária,


devendo o nome e fotografia do candidato e o nome do partido ou a legenda partidária
aparecer no painel da urna eletrônica, com a expressão designadora do cargo disputado
no masculino ou feminino, conforme o caso.

§ 2º Na votação para as eleições proporcionais, serão computados para a legenda


partidária os votos em que não seja possível a identificação do candidato, DESDE QUE o
número identificador do partido seja digitado de forma correta.

Dos dispositivos acima, destaca-se o §2º, que trata do voto de legenda. O voto será considerado para a
legenda caso o eleitor apresente corretamente o número do partido, porém, coloque de forma incorreta o
número do candidato.

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Desse modo, o eleitor poderá votar no candidato, na legenda, nulo ou em branco.

VOTO EM o eleitor não manifesta preferência por


BRANCO nenhum dos candidatos.

o eleitor manifesta sua vontade de anular,


digitando na urna eletrônica um número que
VOTO NULO
não seja correspondente a nenhum
candidato ou partido político.

O voto nulo é apenas registrado para fins estatísticos e não é computado como voto válido, ou seja, não vai
para nenhum candidato, partido político ou coligação. O mesmo ocorre em relação ao voto nulo.

Nenhum desses votos são considerados válidos. Os votos nulos não são considerados válidos desde o Código
Eleitoral (Lei nº 4.737/1965). Já os votos em branco não são considerados válidos desde a Lei nº 9.504/1997
(Lei das Eleições).

para o
candidato

É POSSÍVEL
em branco na legenda
VOTAR

nulo

2 - Painel

O painel da urna eletrônica apresenta aos eleitores as informações relativas ao candidato digitado, devendo
constar os seguintes dados:

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3º - o nome do titular 4º - o nome do


1º- a designação do 2º - o número do
e, inclusive, vice e partido ou a respectiva
cargo disputado; candidato;
suplente, se for o caso; legenda

5º - a foto do titular do
cargo e, inclusive, dos
vices e suplentes, se
for o caso.

Há uma ordem estabelecida para votar, tanto nas eleições gerais quanto nas eleições municipais.

Nesse contexto, vejamos o §3º, que possui especial importância para a nossa prova, uma vez que foi alterado
pela Lei nº 12.976/2014:

§ 3º A urna eletrônica exibirá para o eleitor os painéis na seguinte ordem:

I – para as eleições de que trata o inciso I do parágrafo único do art. 1º, deputado federal,
deputado estadual ou distrital, senador, governador e vice-governador de estado ou do
Distrito Federal, presidente e vice-presidente da República;

II – para as eleições de que trata o inciso II do parágrafo único do art. 1º, vereador, prefeito
e vice-prefeito.

 PARA AS ELEIÇÕES GERAIS

governador e presidente e
deputado deputado
senador vice- vice-presidente
federal estadual da República
governador

 PARA AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS

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vereador prefeito e vice-Prefeito

É bom registrar que, em regra, somente será admitido para votar no dia das eleições o eleitor que estiver
com o nome indicado nas folhas de votação, que são entregues nas respectivas seções.

De todo modo, o art. 233-A do Código Eleitoral, com redação conferida pela Lei 13.165/2015, o voto em
trânsito, para candidato a Presidente, Governador, Deputado Federal, Deputado Estadual e Deputado em
seções específicas e nas capitais de estado e em municípios com mais de 100 mil eleitores, desde que o
eleitor se habilite perante a justiça eleitoral com antecedência mínima de 45 dias da data marcada para a
eleição. Caso o eleitor esteja fora da unidade da federação de seu domicílio eleitoral só poderá votar em
trânsito para Presidente da República.

O §4º disciplina a assinatura digital para cada voto registrado na urna eletrônica:

§ 4º A urna eletrônica disporá de recursos que, mediante assinatura digital, permitam o


registro digital de cada voto e a identificação da urna em que foi registrado, resguardado o
anonimato do eleitor.

Atualmente, a autenticação digital ocorre previamente quando o eleitor é registrado, pelos mesários, antes
de votar. Esse procedimento passará a ser implementado gradualmente na forma biométrica, a fim de
conferir ainda mais autenticidade ao sistema. Após o registro, o eleitor comparecerá à cabina de votação
para lançar os votos.

Ao final, a urna eletrônica procede à assinatura digital do arquivo que contêm todos os votos dos eleitores
daquela seção, permitindo o registro de cada voto e a identificação da urna em que foi registrado, e do
arquivo do boletim de urna (extraído ao final da votação), registrando o horário de início e término da
votação não permitindo, em qualquer hipótese, a substituição ou a alteração dos votos lançados, todo o
processo deve resguardar o anonimato do eleitor.

Vejamos, nesse sentido, os §§ 5º e 6º:

§ 5º Caberá à Justiça Eleitoral definir a chave de segurança e a identificação da urna


eletrônica de que trata o § 4º.

§ 6º Ao final da eleição, a urna eletrônica procederá à assinatura digital do arquivo de


votos, com aplicação do registro de horário e do arquivo do boletim de urna, de maneira
a impedir a substituição de votos e a alteração dos registros dos termos de início e término
da votação.

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Finalmente, vejamos o §7º, que trata da possibilidade de o TSE fornecer urnas de treinamento, essa prática
é importante para diminuir o tempo necessário para realizar a votação no dia da eleição.

§ 7º O Tribunal Superior Eleitoral colocará à disposição dos eleitores urnas eletrônicas


destinadas a treinamento.

O art. 60, da LE, reporta-se novamente ao voto de legenda:

Art. 60. No sistema eletrônico de votação considerar-se-á voto de legenda quando o eleitor
assinalar o número do partido no momento de votar para determinado cargo e somente
para este será computado.

O art. 61 discorre acerca do sigilo e da inviolabilidade do direito ao voto garantindo ampla fiscalização.
Quanto a esse dispositivo, é importante registrar que a Lei nº 12.034/2009 pretendeu implementar a
impressão do voto para o eleitor, a partir da eleição de 2014. Assim, ao final da votação, seria emitido um
comprovante de votação com os votos lançados pelo eleitor. Esse mecanismo, contudo, foi declarado
inconstitucional pelo STF na ADI nº 4.54323, por violação da garantia constitucional do segredo do voto.

Dessa forma, de acordo com o julgado, a impressão do voto poderá colocar o sistema em risco, gerar coação
sobre o eleitor, possibilitando fraude. Nesse sentido, observa-se exclusivamente a regra do art. 61:

Art. 61. A urna eletrônica contabilizará cada voto, ASSEGURANDO-LHE O SIGILO E


INVIOLABILIDADE, garantida aos partidos políticos, coligações e candidatos ampla
fiscalização.

Posteriormente, o art. 59-A, da Lei da Eleições, foi incluído pela Lei 13.165/15 prevendo que haveria um voto
híbrido. Depois da votação eletrônica a urna faria a impressão de cada voto em papel que depois de conferido
pelo eleitor seria depositado em outra urna tradicional. Veja o texto legal:

Art. 59-A. No processo de votação eletrônica, a urna imprimirá o registro de cada voto,
que será depositado, de forma automática e sem contato manual do eleitor, em local
previamente lacrado.

Parágrafo único. O processo de votação não será concluído até que o eleitor confirme a
correspondência entre o teor de seu voto e o registro impresso e exibido pela urna
eletrônica.

O STF em sede de ADI (5.889) suspendeu a eficácia do referido artigo em uma medida cautelar, impedindo
pela segunda vez o retorno do voto impresso no Brasil.

23
ADI 4543, Rel. Min. Cármen Lúcia, Tribunal Pleno, publicado 13/10/2014.

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Vejamos uma questão sobre esse assunto:

(FUNDEP – Prefeitura de Contagem/MG - 2019) Sobre o voto híbrido, de acordo com o entendimento do
Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa correta.
a) É constitucional a lei que determina que, na votação eletrônica, o registro de cada voto deverá ser
impresso e depositado, de forma automática e com contato manual do eleitor, em local previamente lacrado.
b) É constitucional a lei que determina que, na votação eletrônica, o registro de cada voto deverá ser
impresso e depositado, de forma automática e sem contato manual do eleitor, em local previamente lacrado.
c) É inconstitucional a lei que determina que, na votação eletrônica, o registro de cada voto deverá ser
impresso e depositado, de forma automática e sem contato manual do eleitor, em local previamente lacrado.
d) É inconstitucional a lei que determina que, na votação eletrônica, o registro de cada voto deverá ser
impresso e depositado, de forma automática e com contato manual do eleitor, em local previamente lacrado.
Comentários
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. A assertiva trata da decisão do STF na ADI 5889 que
determinou a inconstitucionalidade do voto impresso e suspendeu a eficácia do art. 59- A da Lei das Eleições.

O art. 61-A foi revogado pelo art. 2º, da Lei nº 10.740/2003. O art. 62, por sua vez, trata da regra que define
que somente poderá votar quem constar da folha de votação:

Art. 62. Nas Seções em que for adotada a urna eletrônica, somente poderão votar eleitores
cujos nomes estiverem nas respectivas folhas de votação, não se aplicando a ressalva a que
se refere o art. 148, § 1º , da Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 – Código Eleitoral.

Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral disciplinará a hipótese de falha na urna


eletrônica que prejudique o regular processo de votação.

LEGISLAÇÃO DESTACADA E JURISPRUDÊNCIA CORRELATA


 art. 18, da Lei nº 9.504/1997: fixação do limite global de gastos.

Art. 18. Os limites de gastos de campanha serão definidos em lei e divulgados pelo
Tribunal Superior Eleitoral.

 art. 18-D, da Lei 9.504/1997: consequência pelo descumprimento dos limites de gastos

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Art. 18-B. O descumprimento dos limites de gastos fixados para cada campanha acarretará
o pagamento de multa em valor equivalente a 100% (cem por cento) da quantia que
ultrapassar o limite estabelecido, sem prejuízo da apuração da ocorrência de abuso do
poder econômico.

 art. 22, da Lei nº 9.504/1997: abertura de conta bancária específica.

Art. 22. É OBRIGATÓRIO para o partido e para os candidatos abrir conta bancária
específica para registrar todo o movimento financeiro da campanha.

§ 1º Os bancos são obrigados a:

I - acatar, EM ATÉ TRÊS DIAS, o pedido de abertura de conta de qualquer candidato


escolhido em convenção, sendo-lhes VEDADO condicioná-la a depósito mínimo e à
cobrança de taxas ou de outras despesas de manutenção;

II – identificar, nos extratos bancários das contas correntes a que se refere o caput, o CPF
ou o CNPJ do doador.

III - encerrar a conta bancária no final do ano da eleição, transferindo a totalidade do saldo
existente para a conta bancária do órgão de direção indicado pelo partido, na forma
prevista no art. 31, e informar o fato à Justiça Eleitoral.

§ 2º O disposto neste artigo NÃO SE APLICA aos casos de candidatura para Prefeito e
Vereador em Municípios onde não haja agência bancária ou posto de atendimento
bancário.

§ 3º O uso de recursos financeiros para pagamentos de gastos eleitorais que não


provenham da conta específica de que trata o caput deste artigo implicará a desaprovação
da prestação de contas do partido ou candidato; comprovado abuso de poder econômico,
será cancelado o registro da candidatura ou cassado o diploma, se já houver sido
outorgado.

§ 4º Rejeitadas as contas, a Justiça Eleitoral remeterá cópia de todo o processo ao


Ministério Público Eleitoral para os fins previstos no art. 22 da Lei Complementar nº 64, de
18 de maio de 1990.

 art. 23, da Lei nº 9.504/1997: limite das doações por pessoas naturais

Art. 23. Pessoas físicas poderão fazer doações em dinheiro ou estimáveis em dinheiro
para campanhas eleitorais, obedecido o disposto nesta Lei.

§ 1º As doações e contribuições de que trata este artigo ficam limitadas a 10% (dez por
cento) dos rendimentos brutos auferidos pelo doador no ano anterior à eleição. (Redação
dada pela Lei nº 13.165, de 2015)

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I - Revogado;

II - Revogado.

§ 1º-A O candidato poderá usar recursos próprios em sua campanha até o limite de gastos
estabelecido nesta Lei para o cargo ao qual concorre.

 art. 23, §3º, da Lei nº 9.504/1997: consequência pela doação acima do limite por pessoa natural.

§ 3º A doação de quantia acima dos limites fixados neste artigo sujeita o infrator ao
pagamento de multa no valor de até 100% (cem por cento) da quantia em excesso.
(Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)

 art. 23, §4º, da Lei nº 9.504/1997: prevê a forma como devem ser realizadas as doações.

§ 4º As doações de recursos financeiros somente poderão ser efetuadas na conta


mencionada no art. 22 desta Lei por meio de:

I – cheques cruzados e nominais ou transferência eletrônica de depósitos;

II – depósitos em espécie devidamente identificados até o limite fixado no inciso I do § 1º


deste artigo;

III – mecanismo disponível em sítio do candidato, partido ou coligação na Internet,


permitindo INCLUSIVE O USO DE CARTÃO DE CRÉDITO, e que deverá atender aos seguintes
requisitos:

a) identificação do doador;

b) emissão obrigatória de recibo eleitoral para cada doação realizada.

 art. 25, da Lei nº 9.504/1997: descumprimento das normas relativas à arrecadação e à aplicação dos
recursos públicos.

Art. 25. O partido que descumprir as normas referentes à arrecadação e aplicação de


recursos fixadas nesta Lei perderá o direito ao recebimento da quota do Fundo Partidário
do ano seguinte, sem prejuízo de responderem os candidatos beneficiados por abuso do
poder econômico.

Parágrafo único. A sanção de suspensão do repasse de novas quotas do Fundo Partidário,


por desaprovação total ou parcial da prestação de contas do candidato, deverá ser
aplicada de forma proporcional e razoável, pelo período de 1 (um) mês a 12 (doze) meses,
ou por meio do desconto, do valor a ser repassado, na importância apontada como
irregular, não podendo ser aplicada a sanção de suspensão, caso a prestação de contas não
seja julgada, pelo juízo ou tribunal competente, após 5 (cinco) anos de sua apresentação.

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 art. 28, §§ 4º e 7º, da Lei nº 9.504/1997: divulgação parcial das contas.

§ 4o Os partidos políticos, as coligações e os candidatos são OBRIGADOS, durante as


campanhas eleitorais, a divulgar em sítio criado pela Justiça Eleitoral para esse fim na rede
mundial de computadores (internet)

I - os recursos em dinheiro recebidos para financiamento de sua campanha eleitoral, EM


ATÉ 72 (SETENTA E DUAS) HORAS DE SEU RECEBIMENTO;

II - NO DIA 15 DE SETEMBRO, relatório discriminando as transferências do Fundo


Partidário, os recursos em dinheiro e os estimáveis em dinheiro recebidos, bem como os
gastos realizados.

§ 7o As informações sobre os recursos recebidos a que se refere o § 4 o deverão ser


divulgadas com a indicação dos nomes, do CPF ou CNPJ dos doadores e dos respectivos
valores doados.

 art. 28, §§ 9º e 11, da Lei nº 9.504/1997: sistema simplificado de prestação de contas.

§ 9o A Justiça Eleitoral adotará sistema simplificado de prestação de contas para


candidatos que apresentarem movimentação financeira correspondente a, NO MÁXIMO,
R$ 20.000,00 (VINTE MIL REAIS), atualizados monetariamente, a cada eleição, pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor - INPC da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE ou por índice que o substituir.

§ 10. O sistema simplificado referido no § 9o deverá conter, pelo menos:

I - identificação das doações recebidas, com os nomes, o CPF ou CNPJ dos doadores e os
respectivos valores recebidos;

II - identificação das despesas realizadas, com os nomes e o CPF ou CNPJ dos fornecedores
de material e dos prestadores dos serviços realizados;

III - registro das eventuais sobras ou dívidas de campanha.

§ 11. Nas eleições para Prefeito e Vereador de Municípios com MENOS DE CINQUENTA
MIL ELEITORES, a prestação de contas será feita SEMPRE pelo sistema simplificado a que
se referem os §§ 9o e 10.

 art. 29 §2º da LE - A inobservância dos prazos acima impede a diplomação dos eleitos.

§ 2º A inobservância do prazo para encaminhamento das prestações de contas impede a


diplomação dos eleitos, enquanto perdurar.

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 art. 29 §3º e 4º da LE - Débitos de campanha não quitados até a data de prestação de contas os partidos.
E responsabilidade solidaria do partido com o candidato.

§ 3º Eventuais débitos de campanha não quitados até a data de apresentação da


prestação de contas poderão ser assumidos pelo partido político, por decisão do seu órgão
nacional de direção partidária.

§ 4º No caso do disposto no § 3º, o órgão partidário da respectiva circunscrição eleitoral


passará a responder por todas as dívidas solidariamente com o candidato, hipótese em
que a existência do débito não poderá ser considerada como causa para a rejeição das
contas.

 art. 30, da Lei nº 9.504/1997: avaliação das contas pela Justiça Eleitoral

Art. 30. A Justiça Eleitoral verificará a regularidade das contas de campanha, decidindo:

I – pela aprovação, quando estiverem regulares;

II – pela aprovação com ressalvas, quando verificadas falhas que não lhes comprometam
a regularidade;

III – pela desaprovação, quando verificadas falhas que lhes comprometam a regularidade;

IV – pela não prestação, quando não apresentadas as contas após a notificação emitida
pela Justiça Eleitoral, na qual constará a obrigação expressa de prestar as suas contas, no
prazo de setenta e duas horas.

 art. 30-A, da Lei nº 9.504/1997: representação contra candidato por irregularidades na arrecadação e nos
gastos de campanha.

Art. 30-A. Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no
prazo de 15 (quinze) dias da diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a
abertura de investigação judicial para apurar condutas em desacordo com as normas
desta Lei, relativas à arrecadação e gastos de recursos.

§ 1º Na apuração de que trata este artigo, aplicar-se-á o procedimento previsto no art. 22


da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, no que couber.

§ 2º Comprovados captação ou gastos ilícitos de recursos, para fins eleitorais, será negado
diploma ao candidato, ou cassado, se já houver sido outorgado.

§ 3º O prazo de recurso contra decisões proferidas em representações propostas com base


neste artigo será de 3 (três) dias, a contar da data da publicação do julgamento no Diário
Oficial.

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 art. 41-A, da Lei nº 9.504/1997: captação ilícita de sufrágio

Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação de sufrágio,
vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o
fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive
emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição,
inclusive, sob pena de multa de mil a cinquenta mil UFIR, e cassação do registro ou do
diploma, observado o procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18
de maio de 1990.

§ 1º Para a caracterização da conduta ilícita, é desnecessário o pedido explícito de votos,


bastando a evidência do dolo, consistente no especial fim de agir.

§ 2º As sanções previstas no caput aplicam-se contra quem praticar atos de violência ou


grave ameaça a pessoa, com o fim de obter-lhe o voto.

§ 3º A representação contra as condutas vedadas no caput poderá ser ajuizada até a data
da diplomação.

§ 4º O prazo de recurso contra decisões proferidas com base neste artigo será de 3 (três)
dias, a contar da data da publicação do julgamento no Diário Oficial.

 art. 73, da Lei nº 9.504/1997: condutas vedadas aos agentes públicos

Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas
tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:

I – ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis


ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, ressalvada a realização de Convenção
partidária;

II – usar materiais ou serviços, custeados pelos Governos ou Casas Legislativas, que


excedam as prerrogativas consignadas nos regimentos e normas dos órgãos que integram;

III – ceder servidor público ou empregado da administração direta ou indireta federal,


estadual ou municipal do Poder Executivo, ou usar de seus serviços, para comitês de
campanha eleitoral de candidato, partido político ou coligação, durante o horário de
expediente normal, salvo se o servidor ou empregado estiver licenciado;

IV – fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido político ou


coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou
subvencionados pelo Poder Público;

V – nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir
ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional

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e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do


pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade
de pleno direito, ressalvados:

a) a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções


de confiança;

b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou


Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da República;

c) a nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até o início daquele


prazo;

d) a nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de


serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder
Executivo;

e) a transferência ou remoção ex officio de militares, policiais civis e de agentes


penitenciários;

VI – nos três meses que antecedem o pleito:

a) realizar transferência voluntária de recursos da União aos Estados e Municípios, e dos


Estados aos Municípios, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados os recursos
destinados a cumprir obrigação formal preexistente para execução de obra ou serviço em
andamento e com cronograma prefixado, e os destinados a atender situações de
emergência e de calamidade pública;

b) com exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no


mercado, autorizar publicidade institucional dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas
entidades da administração indireta, salvo em caso de grave e urgente necessidade
pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral;

c) fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral gratuito,


salvo quando, a critério da Justiça Eleitoral, tratar-se de matéria urgente, relevante e
característica das funções de governo;

VII – empenhar, no primeiro semestre do ano de eleição, despesas com publicidade dos
órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da
administração indireta, que excedam a 6 (seis) vezes a média mensal dos valores
empenhados e não cancelados nos 3 (três) últimos anos que antecedem o pleito;

VIII – fazer, na circunscrição do pleito, revisão geral da remuneração dos servidores


públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da
eleição, a partir do início do prazo estabelecido no art. 7º desta Lei e até a posse dos eleitos.

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RESUMO

Arrecadação e aplicação de recursos nas campanhas eleitorais

 FINALIDADE: arrecadação de votos

 PRINCÍPIOS/VALORES para arrecadação de recursos em campanha

 lisura das eleições

 igualdade entre candidatos

 equilíbrio no pleito

 Adotamos o SISTEMA MISTO (recursos públicos e privados) de financiamento de campanhas eleitorais.

 Não há margem para recebimento de recursos de pessoas jurídicas para as campanhas eleitorais (STF).

 FINANCIAMENTO PÚBLICO

 Fundos Partidários;

 Compensação Fiscal para custear a propaganda partidária e eleitoral gratuita no rádio e na televisão; e

 Imunidade tributária conferida aos partidos políticos.

 FINANCIAMENTO PRIVADO

 Recursos próprios do candidato;

 Doações de pessoas físicas;

 Doações de outros candidatos;

 Aplicação ou distribuição de recursos de partido político;

 Receita decorrente da venda de bens ou de serviços e realização de eventos;

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 Receita decorrente de aplicação financeira.

 FEFC

 ORIGEM DOS RECURSOS DO FEFC

• o montante fixado pelo TSE a partir do que for definido em lei


• o percentual total das emendas de bancada dos parlamentares
DEPÓSITO E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS
• serão repassados do Tesouro Nacional para conta específica no Banco do Brasil.
• prazo para repasse: até o 1º dia útil do mês de junho do ano eleitoral.
• ficará à disposição do TSE.
• prazo para o TSE informar o montante: 15 dias a contar do depósito.

 Distribuição do FEFC

• Igualitária → 2%
• Votos da Câm. Deputados → 35%
• Número de Deputados Federais → 48%
• Número de Senadores → 15%
• EC111/2021 criou incentivo financeiro e temporário. Os votos recebidos por candidata mulher e por candidato
negro serão contabilizados em dobro.

 LIMITES DE GASTO DE CAMPANHA: são definidos em lei e divulgados pelo TSE.

 DEVEM SER CONTABILIZADOS COMO GASTOS DE CAMPANHA

 despesas efetuadas pelos candidatos

 despesas efetuadas pelos partidos políticos para a campanha dos seus candidatos que puderem ser
individualizadas

 DESCUMPRIMENTO DOS LIMITES DESCRITOS EM RESOLUÇÃO DO TSE

 multa em 100% do valor ultrapassado

 possibilidade de condenação em AIJE

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RESPONSÁVEIS SOLIDARIAMENTE PELA VERACIDADE DAS INFORMAÇÕES FINANCEIRAS E CONTÁBEIS

 candidato

 pessoa escolhida pelo candidato para a administração financeira da campanha

* não há mais formação de comitês.

 CONTA DE CAMPANHA

 é obrigatório abrir conta bancária específica.

 deverá ser aberta mesmo quando não houver gastos.

 DEVER ATRIBUÍDO AOS BANCOS

➢ Abrir conta específica no prazo de 3 dias, sem tarifamento;


➢ Identificar depósitos com CPF/CNPJ do doador;
➢ Encerrar a conta com o término das eleições, transferindo os saldos para o órgão de direção do partido.

 somente não será necessário abrir conta específica para a companha quando, para as eleições municipais,
não houver agência bancária no município.

 GASTOS ACIMA DO LIMITE x MOVIMENTAÇÃO DE VALORES FORA DA CONTA ESPECÍFICA

 gastos acima do limite

➢ multa no valor de 100%


➢ AIJE

 movimentação de valores fora da conta específica

➢ desaprovação das contas de campanha (tanto do partido como do candidato)


➢ cancelamento do registro ou cassação do diploma

 PRAZO PARA A JUSTIÇA ELEITORAL FORNECER O CNPJ AO CANDIDATO: 3 dias

 ARRECAÇÃO PRÉVIA DE RECURSOS → FINANCIAMENTO COLETIVO (vaquinha on-line)

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 condições para utilização

• registro da candidatura
• realização de despesas dentro do período eleitoral

 DEVOLUÇÃO: caso o candidato não seja registrado

 DOAÇÕES

 Doações de Pessoas Físicas e do próprio Candidato como pessoa física à sua campanha

➢ Em relação aos recursos próprios, o candidato deverá observar tão somente o limite geral de gastos
definidos por resolução pelo TSE.
➢ Os recursos doados por pessoas naturais quaisquer se limitam ao percentual de 10% sobre o valor BRUTO
auferido no ano anterior.
➢ QUANTO À FORMA DA DOAÇÃO POR PESSOA FÍSICA
o cheques cruzados e nominais
o transferência eletrônica
o depósitos devidamente identificados
o mecanismos disponíveis no site no candidato, desde que haja a identificação do doador e a emissão
de recibo
o vaquinha on-line
o comercialização de bens e/ou serviços ou promoção de eventos pelo partido ou candidato
➢ VEDAM-SE DOAÇÕES PELO CANDIDATO (do registro da candidatura às eleições) em espécie, de troféus, em
prêmios e em ajudas

* doação de quantia acima dos limites fixados acima sujeita o infrator ao pagamento de multa de até 100% da
quantia em excesso.

** AS DOAÇÕES DEVEM SER FEITAS MEDIANTE APRESENTAÇÃO DE RECIBO, EXCETO:

➢ Cessão de bens móveis com valor limitado a R$ 4.000,00.


➢ Doações estimáveis em dinheiro entre candidatos ou partidos, decorrentes do uso comum de sedes e de
materiais de propaganda eleitoral, cujo gasto deverá ser registrado na prestação de contas do responsável
pelo pagamento da despesa.

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 doações de outros candidatos: lícita, desde que seja observado o limite de 10% do rendimento bruto auferido
no ano anterior.

 aplicação ou distribuição de recursos de partido político.

 FONTES VEDADAS

 doação de pessoa jurídica (exceto de partidos políticos a candidatos)

Ä doação de origem estrangeira

 doação de pessoa jurídica que exerça atividade comercial decorrente de concessão ou de permissão pública.

* Os recursos recebidos de fontes vedadas devem ser devolvidos ou repassados ao Tesouro Nacional.

 GASTOS ELEITORAIS

 confecção de material impresso

 propaganda e publicidade

 aluguel de locais para a promoção de atos de campanha eleitoral

 despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço das candidaturas

 correspondência e despesas postais

 despesas de instalação, organização e funcionamento de serviços necessários às eleições

 remuneração dos prestadores de serviços

 montagem e operação de carros de som, de propaganda

 realização de comícios ou eventos destinados à promoção de candidatura

 produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, inclusive os destinados à propaganda gratuita

 realização de pesquisas ou testes pré-eleitorais;

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 custos com a criação e inclusão de sítios na internet e com o impulsionamento de conteúdo.

 NÃO NECESSITAM SER CONTABILIZADOS: valor doado pelo eleitor em apoio a candidato de sua preferência desde
que não ultrapasse R$ 1.064,00 (1000 UFIRs).

Prestação de contas

 A PRESTAÇÃO DE CONTAS ENVOLVE...

 a contabilização dos recursos arrecadados

 a contabilização dos gastos efetuados ao longo da campanha.

 CONCEITO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS: instrumento para controlar e evitar o abuso de poder econômico nas
campanhas eleitorais.

 AS DOAÇÕES DEVEM SER FEITAS MEDIANTE A APRESENTAÇÃO DE RECIBO, EXCETO:

 Cessão de bens móveis com valor limitado a R$ 4.000,00;

 Doações estimáveis em dinheiro entre candidatos ou partidos, decorrentes do uso comum de sedes e de
materiais de propaganda eleitoral, cujo gasto deverá ser registrado na prestação de contas do responsável
pelo pagamento da despesa.

 As prestações de contas – tanto para cargos MAJORITÁRIOS como para cargos PROPORCIONAIS – são feitas
diretamente pelo próprio candidato.

 INFORMAÇÕES DE CONTAS AO LONGO DA CAMPANHA

 1ª regra: os recursos recebidos, em dinheiro, pelos partidos/coligações e pelos candidatos serão divulgados
na internet no prazo de 72 HORAS. Nessas informações devem conter:

➢ a indicação dos nomes dos doadores com CPF e CNPJ

➢ os valores doados

 2ª regra: no DIA 15/9 do ano eleitoral deverá ser divulgado um relatório discriminado:

➢ das transferências do Fundo Partidário;

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➢ dos recursos em dinheiro;

➢ dos valores estimáveis em dinheiro; e

➢ dos gastos realizados.

 SISTEMA SIMPLIFICADO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS

 gastos não superiores a R$ 20.000,00; ou

 eleições municipais com menos de 50.000 eleitores (obrigatório).

* informações que devem constar:

▪ a identificação das doações recebidas e das despesas realizadas (com nome e indicação do CPF/CNPJ
e valores);
▪ o registro de eventuais sobras ou dívidas.

 TRANSFERÊNCIAS DOS PARTIDOS PARA OS CANDIDATOS

 o partido deverá registrar como pagamento ao candidato

 o candidato deverá registrar como recebimento do partido

 PRAZO FINAL DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

 SE AS ELEIÇÕES TERMINAREM NUM ÚNICO TURNO: a consolidação das contas deverá ser encaminhada à
Justiça Eleitoral até o 30º dia após o pleito

 SE AS ELEIÇÕES TERMINAREM EM SEGUNDO TURNO: a consolidação das contas deverá ser encaminhada à
Justiça Eleitoral até o 20º dia após o pleito

 PROCEDIMENTO DE APURAÇÃO DAS CONTAS PERANTE A JUSTIÇA ELEITORAL

1) Recebidas as contas, a Justiça Eleitoral autuará e distribuirá o processo.


2) Havendo indícios de irregularidade, poderão ser determinadas informações adicionais de ofício tanto ao
candidato quanto ao partido ou ao comitê.
3) Poderão ser determinadas diligências junto aos doadores e aos fornecedores com prazo de 72 horas.
4) Parecer pelo órgão técnico sobre as contas.

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5) Em caso de desaprovação ou de aprovação com ressalvas, haverá vista dos autos ao candidato pelo prazo de
72 horas
6) O órgão técnico poderá retificar as conclusões iniciais
7) Os autos são encaminhados ao Ministério Público pelo prazo de 48 horas para parecer
8) A Justiça decidirá definitivamente a respeito das contas
9) Recurso no prazo de 3 dias ao TRE e, posteriormente, ao TSE, também no prazo de 3 dias

 JULGAMENTO:

 pela aprovação, quando estiverem regulares;

 pela aprovação com ressalvas, quando verificadas falhas que não lhes comprometam a regularidade;

▪ ressalva moral

 pela desaprovação, quando verificadas falhas que lhes comprometam a regularidade;

 pela não prestação, quando não apresentadas as contas após a notificação emitida pela Justiça Eleitoral, na
qual constará a obrigação expressa de prestar as suas contas, no prazo de setenta e duas horas.

 A decisão que julgar as contas dos candidatos eleitos será publicada em sessão ATÉ TRÊS DIAS ANTES DA
DIPLOMAÇÃO.

 Ocorrendo tais SOBRAS, os valores serão transferidos ao partido político, observando-se alguns critérios a depender
do candidato a que se refere.

 Assim, no caso de candidatos a eleições municipais (Prefeito, vice e vereadores) os recursos serão
transferidos para o órgão diretivo municipal respectivo.

 No caso de candidatos a Governador, a vice, a Senador da República, a Deputado Federal e Estadual os


recursos serão transferidos ao órgão regional respectivo.

 Finalmente, no caso de eleições Presidenciais, os recursos ficarão com órgão diretivo nacional do partido.

 CONSERVAÇÃO PELOS PARTIDOS DOS DOCUMENTOS CONCERNENTES ÀS CONTAS

 regra: 180 dias

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 em caso de pendência judicial: até o final do julgamento da ação, caso o trânsito em julgado seja superior a
180 dias.

* quando envolver a prestação de contas PARTIDÁRIAS, a guarda dos documentos será exigida pelo prazo de
5 anos, e não de 180 dias.

Abuso de Poder

 PONTOS GERAIS SOBRE ABUSO DE DIREITO E DE PODER

 Origem na responsabilidade civil;

 A ilicitude decorre da imoralidade da conduta, que é abusiva;

 Exercício do direito ou das prerrogativas para além dos limites legais;

 Fundamentada na função social.

 ABUSO DE PODER NO DIREITO ELEITORAL

 CONCEITO: poder constitui a ação, ou a omissão, com vistas a influenciar o comportamento de outras
pessoas, utilizando-se de meios excessivos para além do uso regular do direito.

 A expressão “abuso de poder” é conceito jurídico indeterminado.

 ABUSO DE PODER ECONÔMICO NO DIREITO ELEITORAL: gera:

 desaprovação das contas: consequências

▪ para o partido:
o perda das quotas do Fundo Partidário no ano seguinte: por descumprimento das regras relativas
à arrecadação e à aplicação de recursos
o suspensão de quotas (1 a 12 meses) ou desconto do valor irregular: por desaprovação total ou
parcial das contas partidárias
▪ para o candidato: processo de abuso de poder econômico (não pode concorrer às eleições e fica inelegível)

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 captação ilícita de sufrágio: candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor, com o fim de receber o
voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, do registro da
candidatura até o dia da eleição.

 ABUSO DE PODER POLÍTICO NAS ELEIÇÕES

 CONDUTAS VEDADAS AOS AGENTES PÚBLICOS X IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA PELA PRÁTICA DE UMA DAS
CONDUTAS VEDADAS

▪ condutas vedadas aos agentes públicos


o é uma hipótese de inelegibilidade
o implicam a inelegibilidade do agente público
▪ improbidade administrativa pela prática de uma das condutas vedadas

 CONDUTAS VEDADAS AOS AGENTES PÚBLICOS:

▪ Utilização de bens públicos em benefício de candidato, de partido ou de coligação, com exceção da


convenção partidária que poderá ser realizada em imóvel público.
▪ Utilização de materiais ou de serviço público em benefício de candidatos, de partidos e de coligações.
▪ Cessão de servidores para comitês de campanha eleitoral de candidato, de partido político ou de coligação.
▪ Usar ou permitir o uso, em favor de candidatos ou partido, de distribuição gratuita de bens e de serviços
sociais.
▪ Veda-se a nomeação, a exoneração, a remoção ou a substituição de servidores nos três meses que
antecedem o pleito até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade.
o a vedação não é em relação à realização de concursos públicos.
o exceções:
▪ nomeação ou exoneração de cargos em comissão ou de funções de confiança;
▪ nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou dos
Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da República;
▪ nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados;
▪ nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de
serviços públicos essenciais;
▪ transferência ou remoção ex officio de militares, de policiais civis e de agentes
penitenciários.

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▪ Veda-se, nos três meses que antecedem o pleito, a transferência de recursos entre os entes federativos,
exceto para:
o cumprir obrigação formal pré-existente;
o obra ou serviço público em andamento e com cronograma prefixado; e
o atender a situações emergenciais e de calamidade pública.
▪ Veda-se, nos três meses que antecedem o pleito, a autorização de publicidade institucional.
o propaganda de produtos e de serviços que tenham concorrência no mercado
o grave e urgente necessidade pública.
▪ Veda-se, nos três meses que antecedem as eleições, fazer pronunciamento em rede nacional, salvo
definida em horário político gratuito e em casos de matérias urgentes, relevantes e característica das
funções de governo.
▪ Veda-se, no primeiro semestre do ano eleitoral, realizar despesas com publicidade dos órgãos públicos
que excedam a 6 (seis) vezes a média mensal dos valores empenhados e não cancelados nos 3 (três)
últimos anos que antecedem o pleito.
▪ Veda-se, desde as convenções para escolha dos candidatos até a posse dos eleitos, efetuar a revisão geral
da remuneração dos servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder aquisitivo.

Pesquisas e testes pré-eleitorais

 registro perante a Justiça Eleitoral com antecedência 5 dias antes da divulgação das informações;

 deve conter as seguintes informações:

 quem contratou

 valor e origem dos recursos despendidos

 metodologia e período

 plano amostral e ponderação (sexo, idade, grau de instrução, nível econômico etc.)

 sistema interno de controle e verificação, de conferência e de fiscalização

 questionário completo

nome de quem pagou

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 ENQUETES (ou SONDAGEM)

 ENQUETE: processo de estudo de opinião pública, que consiste em informar a totalidade da população sobre
os resultados obtidos por intermédio de um pequeno número de pessoas, contatadas diretamente como
representativas do conjunto dessa população.

 é VEDADA durante o período eleitoral.

 REGISTRO DA PESQUISA:

Ä Eleição Municipal (Prefeito, vice-Prefeito e Vereador) → Juiz Eleitoral

 Eleição Estadual/Federal (Governador, vice-Governador, Deputado Federal, Deputado Estadual e Senador


da República) → TRE

 Eleições Presidenciais (Presidente e vice-Presidente) → TSE

 PENALIDADES:

 divulgação de pesquisa sem prévio registro das informações:

➢ penalidade civil: multa de 50.000 a 100.000 UFIR

 divulgação de pesquisa fraudulenta

➢ penalidade criminal: detenção de 6 meses a 1 ano e multa de 50.000 a 100.000 UFIR

 retardar, impedir ou dificultar a fiscalização das pesquisas pelos partidos

➢ penalidade criminal: detenção (6 meses a 1 ano) ou prestação de serviços à comunidade e multa


(10 a 20 mil UFIR)

 irregularidade nos dados de pesquisa eleitoral

➢ penalidade criminal: detenção (6 meses a 1 ano) ou prestação de serviços à comunidade e multa


(10 a 20 mil UFIRs)
➢ obrigação: republicar os dados corretamente

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 Aplicam-se os crimes aos responsáveis pela entidade de pesquisa ou pelo órgão que veicular as informações

 Divulgação de pesquisa sem prévio registro

 Divulgação de pesquisa fraudulenta

 Divulgação irregular de pesquisa eleitoral

Sistema eletrônico de votação e totalização de votos

 VOTO EM BRANCO x NULO

 voto em branco: o eleitor não manifesta preferência por nenhum dos candidatos.

 voto nulo: o eleitor manifesta sua vontade de anular, digitando na urna eletrônica um número que não seja
correspondente a nenhum candidato ou partido político.

* não trazem qualquer repercussão para o resultado ou totalização da votação.

 PAINEL

1º- a designação do cargo disputado;

2º - o número do candidato;

3º - o nome do titular e, inclusive, do vice e suplente, se for o caso;

4º - o nome do partido ou a respectiva legenda

5º - a foto do titular do cargo e, inclusive, dos vices e suplentes, se for o caso.

 ORDEM VOTAÇÃO:

 eleições gerais

• deputado federal

• deputado estadual

• senador

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• governador e vice-governador

• presidente e vice-presidente da República

 eleições municipais

▪ vereador

▪ prefeito e vice-Prefeito

 VOTO IMPRESSO COM COMPROVANTE: declarado inconstitucional.

* não se confunde com o voto impresso determinado pela Lei nº 13.165/2015, a partir das eleições de 2018.

 Somente poderá votar quem constar na LISTA DE ELEITORES.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como você pode perceber, essa aula é de menor importância se comparada com a aula anterior. Contudo, o
tema de arrecadação e aplicação de recursos, bem como prestação de contas, deve ser muito bem estudado.

Em nossa próxima aula, estudaremos um assunto central: Propaganda Eleitoral.

Até lá!

Ricardo Torques

@proftorques
@eleitoralparaconcurso

QUESTÕES COMENTADAS

CESPE

1. (CESPE/MPE-AP - 2021) A respeito da prestação de contas simplificada à justiça eleitoral, assinale


a opção correta.
A) Esse tipo de prestação de contas poderá ser adotado nas eleições para prefeito e vereadores em
municípios com até duzentos mil eleitores.

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B) Os candidatos são dispensados de apresentar os comprovantes de recursos utilizados que tenham sido
provenientes do fundo partidário.
C) Havendo irregularidades sanáveis detectadas pelo órgão técnico, o prestador de contas será intimado a
se manifestar no prazo de trinta dias, sendo vedada a juntada de novos documentos.
D) As contas poderão ser julgadas regulares, sem a realização de diligências, independentemente de parecer
favorável do Ministério Público Eleitoral (MPE).
E) Os candidatos não eleitos às prefeituras municipais com gastos de até vinte mil reais — valor que pode
ser atualizado monetariamente a cada eleição — poderão submeter-se ao exame simplificado.

Comentários

A alternativa A está incorreta. O sistema simplificado se aplica a Municípios com menos de 50 mil eleitores,
de acordo com o art. 28, § 11, da Lei n. 9.504/1997:

Art. 28. [...]

§ 11. Nas eleições para Prefeito e Vereador de Municípios com menos de cinquenta mil
eleitores, a prestação de contas será feita sempre pelo sistema simplificado a que se
referem os §§ 9o e 10. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)

A alternativa B está incorreta. É obrigatória a identificação de todas as despesas realizadas:

Art. 28. [...]

§ 10. O sistema simplificado referido no § 9o deverá conter, pelo menos: (Incluído


pela Lei nº 13.165, de 2015)

II - identificação das despesas realizadas, com os nomes e o CPF ou CNPJ dos fornecedores
de material e dos prestadores dos serviços realizados; (Incluído pela Lei nº 13.165,
de 2015)

A alternativa C está incorreta. O prazo é de 3 dias, conforme o art. 64, § 3º, da Resolução TSE n. 23.607/2019:

Art. 64. [...]

§ 3º Concluída a análise técnica, caso tenha sido oferecida impugnação ou detectada


qualquer irregularidade pelo órgão técnico, a prestadora ou o prestador de contas será
intimada(o) para se manifestar no prazo de 3 (três) dias, podendo juntar documentos.

A alternativa D está incorreta. O MP sempre terá vista dos autos para emitir parecer, de acordo com o art.
64, § 4º, da Resolução TSE n. 23.607/2019:

Art. 64. [...]

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§ 4º Apresentada, ou não, a manifestação da prestadora ou do prestador de contas, o


Ministério Público terá vista dos autos para apresentação de parecer no prazo de 2 (dois)
dias.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. A movimentação financeira deve ter sido de, no
máximo, vinte mil reais:

Lei n. 9.504/1997:

Art. 28. [...]

§ 9o A Justiça Eleitoral adotará sistema simplificado de prestação de contas para


candidatos que apresentarem movimentação financeira correspondente a, no máximo, R$
20.000,00 (vinte mil reais), atualizados monetariamente, a cada eleição, pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor - INPC da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE ou por índice que o substituir. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)

2. (CESPE/ALE-CE - 2021) Na vigência da CF, diversas maneiras de superar a situação de sub-


representação das mulheres nas casas legislativas do Brasil foram debatidas e algumas instituídas. A
respeito dessas implementações, assinale a opção correspondente à única regra vigente.
A) Reserva de, pelo menos, 30% do total de vagas que o partido pode apresentar nas eleições, proporcionais
para cada sexo.
B) Reserva de, pelo menos, 30% dos lugares nos órgãos de direção partidária, em nível municipal, estadual e
nacional, para cada sexo.
C) Reserva de, pelo menos, 10% do tempo de propaganda partidária gratuita no rádio e na televisão para a
promoção da participação política das mulheres.
D) Exigência de percentual mínimo, para cada sexo, no total de candidaturas de cada partido para chefes do
Poder Executivo.
E) Distribuição dos recursos públicos usados no financiamento das campanhas eleitorais, para cada sexo, na
proporção do número de candidatos homens e mulheres, observado o percentual mínimo previsto em lei.

Comentários

A alternativa A está incorreta. As candidaturas para as eleições proporcionais devem observar o


preenchimento do mínimo de 30% e no máximo 70% para cada um dos sexos. No entanto, a alternativa
afirma que só 30% do número de candidaturas deve observar a proporcionalidade entre os sexos, o que é
incorreto: o percentual de 30% da lei incide sobre o total de candidaturas, não apenas sobre 30% do total:

Lei n. 9.504/1997:

Art. 10. [...]

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§ 3º Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou
coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por
cento) para candidaturas de cada sexo. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de
2009)

A alternativa B está incorreta. Respondendo a consulta, o TSE entendeu que a reserva de vagas se aplica
inclusive à composição das comissões executivas e diretórios nacionais, estaduais e municipais dos partidos
políticos, de suas comissões provisórias e demais órgãos equivalentes. No entanto, esse entendimento, de
acordo com o próprio TSE, não tem eficácia vinculante, e, por isso, não pode gerar impedimento à anotação
dos órgãos partidários. Assim, como a questão pede que seja assinalada uma regra, é de se entender que a
questão pede que seja assinalada uma obrigação vinculante:

Consulta respondida afirmativamente quanto ao primeiro quesito, nos seguintes termos: a


previsão de reserva de vagas para a disputa de candidaturas proporcionais, inscrita no § 3º
do artigo 10 da Lei nº 9.504/97, deve ser observada para a composição
das comissões executivas e diretórios nacionais, estaduais e municipais dos partidos
políticos, de suas comissões provisórias e demais órgãos equivalentes. Apelo ao legislador
para que a obrigatoriedade da reserva de gênero de 30% para as candidaturas dos órgãos
internos dos partidos políticos seja incluída na legislação, com a previsão de sanções às
legendas que não a observarem. Ofício ao Congresso Nacional, nos termos deliberados pelo
Plenário, a partir de proposta do Ministro Luís Roberto Barroso.

Consulta respondida negativamente quanto ao segundo quesito porquanto a resposta


afirmativa ao primeiro quesito não se reveste de vinculatividade normativa
nem de natureza sancionatória. Na hipótese de inobservância da regra do art. 10, § 3º, da
Lei nº 9.504/97 na composição dos diretórios e comissões dos partidos políticos, os
pedidos de anotação dos órgãos de direção partidária serão analisados caso a caso pela
Justiça Eleitoral.

CtaEl - Consulta nº 060381639 - BRASÍLIA – DF Acórdão de 19/05/2020 Relator(a) Min. Rosa


Weber

A alternativa C está incorreta. Na verdade, de acordo com o art. 46, II, da Lei n. 9.504/1997, deve ser
observado o percentual mínimo de 30%:

Art. 46. Independentemente da veiculação de propaganda eleitoral gratuita no horário


definido nesta Lei, é facultada a transmissão por emissora de rádio ou televisão de debates
sobre as eleições majoritária ou proporcional, assegurada a participação de candidatos dos
partidos com representação no Congresso Nacional, de, no mínimo, cinco parlamentares,
e facultada a dos demais, observado o seguinte: (Redação dada pela Lei nº 13.488,
de 2017)

II - nas eleições proporcionais, os debates deverão ser organizados de modo que assegurem
a presença de número equivalente de candidatos de todos os partidos a um mesmo cargo
eletivo e poderão desdobrar-se em mais de um dia, respeitada a proporção de homens e

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mulheres estabelecida no § 3º do art. 10 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.211, de
2021)

A alternativa D está incorreta. Não há previsão de reserva de gênero nas eleições para Chefe do Poder
Executivo, apenas nas eleições proporcionais.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. O STF decidiu, na ADI 5617, com caráter vinculante,
que o mesmo percentual mínimo de candidaturas reservadas para cada gênero deve ser observado na
destinação do Fundo Partidário:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. DIREITO CONSTITUCIONAL E ELEITORAL. ART.


9º DA LEI 13.165/2015. FIXAÇÃO DE PISO (5%) E DE TETO (15%) DO MONTANTE DO FUNDO
PARTIDÁRIO DESTINADO AO FINANCIMENTO DAS CAMPANHAS ELEITORAIS PARA A
APLICAÇÃO NAS CAMPANHAS DE CANDIDATAS. PRELIMINAR DE IMPOSSIBILIDADE
JURÍDICA DO PEDIDO. REJEIÇÃO. INCONSTITUCIONALIDADE. OFENSA À IGUALDADE E À
NÃO-DISCRIMINAÇÃO. PROCEDÊNCIA DA AÇÃO.

1. O Supremo Tribunal Federal, ao examinar as alegações de inconstitucionalidade de


norma, deve fixar a interpretação que constitucionalmente a densifique, a fim de fazer
incidir o conteúdo normativo cuja efetividade independe de ato do Poder Legislativo.
Precedentes.

2. O princípio da igualdade material é prestigiados por ações afirmativas. No entanto,


utilizar, para qualquer outro fim, a diferença estabelecida com o objetivo de superar a
discriminação ofende o mesmo princípio da igualdade, que veda tratamento
discriminatório fundado em circunstâncias que estão fora do controle das pessoas, como a
raça, o sexo, a cor da pele ou qualquer outra diferenciação arbitrariamente considerada.
Precedente do CEDAW.

3. A autonomia partidária não consagra regra que exima o partido do respeito incondicional
aos direitos fundamentais, pois é precisamente na artificiosa segmentação entre o público
e o privado que reside a principal forma de discriminação das mulheres.

4. Ação direta julgada procedente para: (i) declarar a inconstitucionalidade da expressão


“três ” contida no art. 9º da Lei 13.165/2015; (ii) dar interpretação conforme à Constituição
ao art. 9º da Lei 13.165/2015 de modo a (a) equiparar o patamar legal mínimo de
candidaturas femininas (hoje o do art. 10, § 3º, da Lei 9.504/1997, isto é, ao menos 30% de
cidadãs), ao mínimo de recursos do Fundo Partidário a lhes serem destinados, que deve ser
interpretado como também de 30% do montante do fundo alocado a cada partido, para
eleições majoritárias e proporcionais, e (b) fixar que, havendo percentual mais elevado de
candidaturas femininas, o mínimo de recursos globais do partido destinados a campanhas
lhes seja alocado na mesma proporção; (iii) declarar a inconstitucionalidade, por
arrastamento, do § 5º-A e do § 7º do art. 44 da Lei 9.096/95.

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3. (CESPE/TJ-SC - 2019) A respeito da prestação de contas por partidos políticos e candidatos e da


arrecadação de dinheiro para fins eleitorais, julgue os seguintes itens.
I - As doações realizadas por pessoas físicas a partido político são limitadas a 10% dos rendimentos brutos
auferidos pelo doador no ano-calendário anterior à eleição.
II - As contas bancárias utilizadas para o registro da movimentação financeira de campanha eleitoral estão
submetidas ao sigilo, e seus extratos integram informações de natureza privada, não compondo a prestação
de contas à justiça eleitoral.
III - O candidato deverá emitir recibo eleitoral referente à cessão de automóvel de propriedade de seu
cônjuge que tenha sido destinado ao uso pessoal do candidato durante a campanha.
IV - Os partidos políticos devem destinar, no mínimo, 20% do montante do Fundo Especial de Financiamento
de Campanha para aplicação nas campanhas de suas candidatas.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas o item III está certo.
d) Apenas os itens II e IV estão certos.
e) Apenas os itens I, III e IV estão certos.

Comentários

Vejamos cada item.

O item I está correto, pois as doações e contribuições das pessoas físicas, segundo a Lei 9.504/97, não pode
ultrapassar 10% de seus rendimentos brutos:

Art. 23. Pessoas físicas poderão fazer doações em dinheiro ou estimáveis em dinheiro para
campanhas eleitorais, obedecido o disposto nesta Lei.

§1º As doações e contribuições de que trata este artigo ficam limitadas a 10% (dez por
cento) dos rendimentos brutos auferidos pelo doador no ano anterior à eleição.

O item II está errado, porque as contas bancárias utilizadas para o registro da movimentação financeira de
campanha eleitoral estão submetidas à fiscalização da Justiça Eleitoral. Neste sentido, a Lei 9.096/97:

Art. 34. A Justiça Eleitoral exerce a fiscalização sobre a prestação de contas do partido e
das despesas de campanha eleitoral, devendo atestar se elas refletem adequadamente a
real movimentação financeira, os dispêndios e os recursos aplicados nas campanhas
eleitorais, exigindo a observação das seguintes normas: [...]

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O item III está incorreta, pois é dispensada de comprovação na prestação de contas a cessão de automóvel
de propriedade do candidato, do cônjuge e de seus parentes até o terceiro grau para seu uso pessoal durante
a campanha (art. 28, §6º, da Lei 9.504/97).

O item IV está errada, porque no julgamento da ADI 5617, o STF determinou que fossem destinados pelo
menos 30% dos recursos do Fundo Partidário às campanhas de candidatas, sem fixar percentual máximo.
Seguindo este entendimento, o TSE regulamentou este entendimento através da Resolução 23.553/2017,
nos seguintes termos:

Art. 21. [...]

§4º Os partidos políticos, em cada esfera, devem destinar ao financiamento de campanhas


de suas candidatas no mínimo 30% dos gastos totais contratados nas campanhas eleitorais
com recursos do Fundo Partidário, incluídos nesse valor os recursos a que se refere o inciso
V do art. 44 da Lei nº 9.096/1995 (Lei nº 13.165/2015, art. 9º).

Portanto, a alternativa correta é a letra A, pois apenas o item I está correto.

4. (CESPE/PC-SE - 2018) Determinada instituição privada solicitou à justiça eleitoral o registro de


pesquisas de opinião pública a respeito das eleições e dos candidatos que delas participam para posterior
divulgação. Na ocasião, a instituição omitiu, no pedido de registro, o nome do contratante da pesquisa, o
valor pago pela pesquisa, a origem dos recursos necessários, a metodologia e o período de realização da
pesquisa.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos a ela pertinentes, julgue o item a seguir.
Os representantes legais da referida instituição privada não serão responsabilizados penalmente caso a
pesquisa de opinião pública sem o prévio registro não seja efetivamente divulgada.

Comentários

A questão está correta. Segundo o art. 33, § 3º, da Lei n. 9.504/97 (Lei das Eleições), a divulgação de pesquisa
sem o prévio registro das informações sujeita os responsáveis a multa. Ocorre, contudo, que, se os
representantes legais da instituição responsável não divulgarem a pesquisa carente de registro, não
incorrerão na penalização do art. 33, § 3º. Em outras palavras, os representantes legais da instituição privada
referida no enunciado não serão responsabilizados penalmente caso a pesquisa de opinião pública sem o
prévio registro não seja efetivamente divulgada.

5. (CESPE/PC-SE - 2018) Determinada instituição privada solicitou à justiça eleitoral o registro de


pesquisas de opinião pública a respeito das eleições e dos candidatos que delas participam para posterior
divulgação. Na ocasião, a instituição omitiu, no pedido de registro, o nome do contratante da pesquisa, o
valor pago pela pesquisa, a origem dos recursos necessários, a metodologia e o período de realização da
pesquisa.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos a ela pertinentes, julgue o item a seguir.
O registro concedido será extensivo a outras pesquisas semelhantes que a instituição privada queira realizar.

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Comentários

A questão está incorreta. Conforme se depreende da literalidade do caput do art. 33 da Lei das Eleições (Lei
n. 9.504/97), o registro deve ser realizado para cada pesquisa. Confiram:

Art. 33. As entidades e empresas que realizarem pesquisas de opinião pública relativas às
eleições ou aos candidatos, para conhecimento público, são obrigadas, para cada pesquisa,
a registrar, junto à Justiça Eleitoral, até cinco dias antes da divulgação, as seguintes
informações: (...)

É incorreto, portanto, afirmar que o registro concedido será extensivo a outras pesquisas semelhantes.

6. (CESPE/PC-SE - 2018) Determinada instituição privada solicitou à justiça eleitoral o registro de


pesquisas de opinião pública a respeito das eleições e dos candidatos que delas participam para posterior
divulgação. Na ocasião, a instituição omitiu, no pedido de registro, o nome do contratante da pesquisa, o
valor pago pela pesquisa, a origem dos recursos necessários, a metodologia e o período de realização da
pesquisa.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos a ela pertinentes, julgue o item a seguir.
As informações omitidas a respeito da pesquisa de opinião pública são necessárias para aceitação do registro
na justiça eleitoral.

Comentários

Segundo o art. 33, da Lei das Eleições (Lei n. 9.504/97), as entidades e empresas que realizarem pesquisas
de opinião pública relativas às eleições ou aos candidatos, para conhecimento público, são obrigadas, para
cada pesquisa, a registrar, junto à Justiça Eleitoral, até cinco dias antes da divulgação, as seguintes
informações:

I - quem contratou a pesquisa;


II - valor e origem dos recursos despendidos no trabalho;
III - metodologia e período de realização da pesquisa;
IV - plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução, nível econômico
e área física de realização do trabalho a ser executado, intervalo de confiança e margem de
erro;
V - sistema interno de controle e verificação, conferência e fiscalização da coleta de dados
e do trabalho de campo;
VI - questionário completo aplicado ou a ser aplicado;
VII - nome de quem pagou pela realização do trabalho e cópia da respectiva nota fiscal.

Como na questão se afirma que as informações omitidas no pedido de registro foram: o (art. 33, I) nome do
contratante da pesquisa, o (art. 33, II) valor pago pela pesquisa, a (art. 33, II) origem dos recursos necessários,
a (art. 33, III) metodologia e o (art. 33, III) período de realização da pesquisa, está correta a assertiva quando
diz que as informações omitidas são necessárias para a aceitação do registro eleitoral.

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7. (CESPE/TRE-PE - 2017) Assinale a opção correta acerca de prestação de contas dos gastos de
campanha.
a) Se, ao final da campanha, ocorrer sobra de recursos financeiros, esta deverá ser utilizada na criação e
manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e educação política.
b) O uso, na campanha, de recursos provenientes de conta outra que não aquela aberta com essa finalidade
específica implica as sanções de advertência ao candidato e multa.
c) A inobservância do prazo para a prestação de contas impede a diplomação dos eleitos, enquanto perdurar.
d) Os partidos políticos, as coligações e os candidatos são obrigados a criar um sítio eletrônico na rede
mundial de computadores, para declarar os recursos recebidos nas suas campanhas em até setenta e duas
horas do seu recebimento.
e) O critério que autoriza a utilização do sistema simplificado de prestação de contas é apenas a reduzida
movimentação financeira do candidato.

Comentários

Nessa questão cobra-se a prestação de contas de campanha, disciplinada pela Lei nº 9.504/1997.

A alternativa A está incorreta, pois a sobra de recursos financeiros ao final da campanha será direcionada
aos órgãos partidários, não havendo vinculação quando à aplicação na criação e na manutenção de institutos
ou fundos.

A alternativa B está incorreta, pois a movimentação de recursos fora da conta específica constitui ilícito, que
implica a desaprovação das contas. É o denominado “Caixa 2”.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz exatamente a literalidade do art. 29,
§2º, da Lei nº 9.504/1997.

A alternativa D está incorreta, sem qualquer previsão na legislação. Não há obrigatoriedade de abertura de
site eletrônico pelo partido, pela coligação, muito menos pelos candidatos.

A alternativa E está incorreta, pois o sistema simplificado de prestação de contas será adotado em razão da
baixa movimentação financeira (no máximo R$ 20.000,00).

8. (CESPE/TRE-PE - 2017) Assinale a opção correta sobre as campanhas eleitorais.


a) A retirada de bandeiras e mesas para a distribuição do material de campanha entre vinte e duas horas e
seis horas é condição para seu uso na campanha eleitoral.
b) O uso de alto-falantes e amplificadores de som nas campanhas eleitorais deve obedecer tão somente a
restrições de localização: não pode ocorrer nas proximidades de hospitais, casas de saúde, escolas e igrejas,
entre outros locais.
c) Servidores públicos e empregados da administração direta são proibidos de participar de campanhas
eleitorais.

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d) Falar de possível candidatura em entrevista a programa de rádio ou televisão antes do dia quinze de agosto
de anos eleitorais caracteriza propaganda antecipada, mesmo que a fala não contenha pedido de votos.
e) A convocação de rede de radiodifusão por parte do presidente da República com o objetivo exclusivo de
divulgar as realizações da sua gestão, sem atacar partidos ou candidatos opositores, não configura
propaganda antecipada.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. As mesas de campanha podem ser utilizadas, desde
que móveis, não dificultando o bom andamento do trânsito de pessoas e veículo. Ainda, somente podem
ficar fixadas no período das 6h até as 22h.

A alternativa B está incorreta, além das limitações de locais, temos regras que restringem o período em que
será usado (das 8h às 22h), segundo o art. 39, §3º, da Lei nº 9.504/1997. Além disso, devemos observar os
limites de volume fixados no § 12, do art. 39.

A alternativa C está incorreta, pois, de acordo com o art. 73, III, da Lei nº 9.504/1997, o servidor público não
poderá praticar atos de campanha apenas no horário de expediente, não havendo norma que restrinja a
participação em campanha nos seus horários livres, a não ser o servidor da Justiça Eleitoral.

A alternativa D está incorreta, pois somente configurará propaganda eleitoral antecipada a referida fala, se
houver pedido explícito de votos, nos termos do art. 36-A, da Lei nº 9.504/1997.

A alternativa E está incorreta, pois tratar das realizações da sua gestão denota propaganda política, o que
implica prática vedada na forma do art. 36-B, da Lei nº 9.504/1997, mesmo que não haja ataque a partido, a
filiado ou a instituições.

9. (CESPE/TRE-PE - 2017) Acerca de eleições e temas correlatos, assinale a opção correta.


a) É proibido aos agentes públicos nomear para cargos em comissão nos três meses que antecedem a eleição
até a data da posse dos eleitos.
b) O critério majoritário é utilizado para os cargos do Poder Executivo e o proporcional para os cargos do
Poder Legislativo.
c) O título eleitoral do menor que completará dezesseis anos de idade no dia do pleito eleitoral é eficaz desde
a data da expedição.
d) A produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, inclusive os destinados à propaganda gratuita, não
pode constar como gasto eleitoral na prestação de contas da campanha.
e) No período de campanha eleitoral, é vedada a realização de enquetes relacionadas ao processo eleitoral.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois a nomeação para cargos em comissão constitui exceção à nomeação,
conforme se depreende da leitura do art. 73, V, a, da Lei nº 9.504/1997.

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A alternativa B está incorreta, pelo fato de que os senadores são eleitos pelo princípio majoritário e atuam
no Poder Legislativo, o que torna a afirmação incorreta.

A alternativa C, por sua vez, está incorreta, pois o título emitido ao adolescente de 15 anos, que completará
16 anos antes da data das eleições somente, terá eficácia com o implemento da idade.

A alternativa D também está incorreta, pois produção de programas de rádio, televisão ou vídeo são
expressamente consideradas como gasto de campanha em face do que prevê o art. 26, X, da Lei nº
9.504/1997.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, pois em período de realização da campanha eleitoral
é vedada a utilização de enquetes relacionadas ao processo eleitoral, segundo o art. 34, §5º, da Lei nº
9.504/1997.

10. (CESPE/TRE-PE - 2017) Assinale a opção correta a respeito da prestação de contas de campanha
eleitoral e da prestação de contas partidárias.
a) Em eleição majoritária, a prestação de contas de candidato terá de ser feita pelo próprio candidato.
b) A prestação de contas de candidato participante de eleição proporcional deverá ser feita pelo comitê
financeiro do partido.
c) Caso esteja pendente processo judicial relativo às contas de candidato vitorioso, a documentação quanto
a elas só poderá ser destruída depois de cento e oitenta dias da diplomação.
d) Nas eleições para prefeito de municípios com menos de cinquenta mil eleitores, a prestação de contas
será feita por sistema simplificado, desde que os gastos sejam inferiores a vinte e cinco mil reais.
e) Eventual sobra de valores ao final de campanha eleitoral deve ser declarada na prestação de contas e,
após julgados todos os recursos, devolvida ao candidato.

Comentários

A alternativa A está correta, gabarito da questão. A prestação de contas, tanto em eleições majoritárias
como em eleições proporcionais, será prestada diretamente pelo candidato, ou sob a responsabilidade direta
do candidato.

A alternativa B está incorreta, pois não há mais que se falar em obrigatoriedade de constituição de comitês
para a prestação de contas, o que prejudica a análise da questão.

A alternativa C, por sua vez, está incorreta. A regra geral é a manutenção dos documentos relativos às contas
de campanha por 180 dias após a diplomação, exceto no caso de estarem as contas pendentes de julgamento
em processo judicial, quando devem ser conservadas até a decisão final, segundo o que prevê o art. 32, da
Lei nº 9.504/1997.

A alternativa D está incorreta, pois a prestação de contas será SEMPRE simplificada no caso de eleição para
prefeito e vereador em município com menos de 50.000 eleitores independente da pouca movimentação
financeira (valores até R$ 20.000,00), conforme estabelece o art. 28, §11º, da Lei nº 9.504/1997.

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A alternativa E está igualmente incorreta, pois eventuais sobras são destinadas ao partido político e não ao
candidato, segundo regra estabelecida no art. 31, da Lei nº 9.504/1997.

11. (CESPE/TRE-PI - 2016) Com relação às doações e às prestações de contas em campanhas eleitorais,
assinale a opção correta.
a) Quaisquer erros encontrados na prestação de contas, mesmo os materiais ou formais posteriormente
corrigidos, podem resultar em sanção ao candidato e ao partido, bem como ensejar a reprovação das contas
pela justiça eleitoral.
b) A prestação de contas, no caso das eleições proporcionais, deve ser efetivada pelo próprio candidato.
c) Em decorrência do direito constitucional ao sigilo bancário, não se pode exigir que candidatos às eleições
majoritárias apresentem extratos e cheques relativos à movimentação financeira dos gastos efetivados em
prol de sua campanha.
d) Dispensa-se a prestação de contas das cessões de bens móveis de cada cedente até o limite de R$ 40.000.
e) As pessoas naturais ou jurídicas podem fazer doações pecuniárias anônimas a partidos políticos até o valor
de R$ 25.000.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o §2, do art. 30, da Lei das Eleições, erros formais ou materiais
corrigidos não autorizam a rejeição das contas ou a cominação de sanção aos candidatos e partidos.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o §2º, do art. 28, da Lei das
Eleições:

§ 2o As prestações de contas dos candidatos às eleições proporcionais serão feitas pelo


próprio candidato.

A alternativa C está incorreta. Com base no §1º, do art. 28, da referida Lei, as prestações de contas dos
candidatos às eleições majoritárias serão feitas pelo próprio candidato, devendo ser acompanhadas dos
extratos das contas bancárias referentes à movimentação dos recursos financeiros usados na campanha e
da relação dos cheques recebidos, com a indicação dos respectivos números, valores e emitentes.

A alternativa D está incorreta. O art. 28, §6º, I, da Lei nº 9.504/97, estabelece que ficam dispensadas de
comprovação na prestação de contas a cessão de bens móveis, limitada ao valor de R$ 4.000,00 (quatro mil
reais) por pessoa cedente.

A alternativa E está incorreta. Não há possibilidade de doação de pessoa jurídica, conforme entendimento
do STF, o limite imposto a pessoa natural é de 10% do seu rendimento bruto do ano anterior e por fim são
vedadas as doações anônimas.

12. (CESPE/TRE-PI - 2016) Poderá ser considerada facultativa a apresentação à justiça eleitoral das
despesas de campanha relativas a

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a) propaganda e publicidade direta ou indireta, por qualquer meio de divulgação, destinada a conquistar
votos.
b) montante percebido pelo candidato, em razão de sua atividade trabalhista, para fazer face às despesas
familiares.
c) aluguel de locais para comícios.
d) realização de pesquisas ou testes pré-eleitorais.
e) correspondência e despesas postais.

Comentários

Vejamos o art. 26, da Lei nº 9.504/97, o qual prevê o que são considerados gastos eleitorais sujeitos a registro
e aos limites fixados.

Art. 26. São considerados gastos eleitorais, sujeitos a registro e aos limites fixados nesta
Lei:
I - confecção de material impresso de qualquer natureza e tamanho, observado o disposto
no § 3o do art. 38 desta Lei;
II - propaganda e publicidade direta ou indireta, por qualquer meio de divulgação,
destinada a conquistar votos;
III - aluguel de locais para a promoção de atos de campanha eleitoral;
IV - despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço das
candidaturas, observadas as exceções previstas no § 3o deste artigo. (Redação dada pela
Lei nº 13.488, de 2017)
V - correspondência e despesas postais;
VI - despesas de instalação, organização e funcionamento de Comitês e serviços necessários
às eleições;
VII - remuneração ou gratificação de qualquer espécie a pessoal que preste serviços às
candidaturas ou aos comitês eleitorais;
VIII - montagem e operação de carros de som, de propaganda e assemelhados;
IX - a realização de comícios ou eventos destinados à promoção de candidatura;
X - produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, inclusive os destinados à
propaganda gratuita;
XII - realização de pesquisas ou testes pré-eleitorais;
XV - custos com a criação e inclusão de sítios na internet e com o impulsionamento de
conteúdos contratados diretamente com provedor da aplicação de internet com sede e
foro no País; (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)

O montante percebido pelo candidato, em razão de sua atividade trabalhista, para fazer face às despesas
familiares, não está previsto como gasto eleitoral, não estando sujeito à prestação de contas. Portanto, a
alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

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13. (CESPE/TRE-RS - 2015 - Adaptada) Eleito deputado federal em 2014, e já preocupado em planejar
sua campanha à reeleição para as eleições de 2018, Jorge sondou os possíveis doadores de recursos para
sua campanha e elaborou seu planejamento. No entanto, em razão das alterações havidas na lei a respeito
da matéria, ele solicitou parecer sobre a legalidade das possíveis fontes de financiamento de sua futura
campanha.
Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção que relaciona apenas fontes de recursos de campanha em
conformidade com a legislação ora vigente.
a) entidades de utilidade pública e recursos próprios sem limitação.
b) entidades esportivas e pessoas físicas até o limite de R$ 20.000 por doador.
c) empresas até o limite de R$ 20.000 por doador e entidades beneficentes e religiosas.
d) pessoas físicas até o limite de 10% dos rendimentos brutos do doador no ano de 2017 e empresas até o
limite de 2% do faturamento bruto de 2017.
e) pessoas físicas até o limite de 10% dos rendimentos brutos do doador no ano de 2017 e recursos próprios
até o total de 10% (dez por cento) dos limites previstos para gastos de campanha no cargo em que concorrer.

Comentários

Antes de analisarmos cada uma das alternativas, devemos fazer a ressalva de que o STF decidiu que as
pessoas jurídicas não podem fazer doação de campanha, de modo que o art. 24, da LE, restou prejudicado.
Assim, façamos a análise da questão conforme o dispositivo legal, mas com essa informação em mente.

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 24, V, da Lei nº 9.504/97, é vedado, a partido e a
candidato, receber doação procedente de entidade de utilidade pública.

Art. 24. É vedado, a partido e candidato, receber direta ou indiretamente doação em


dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie,
procedente de
V - entidade de utilidade pública;

Ainda, o art. 23, §2º-A, prevê que o candidato poderá usar recursos próprios em sua campanha até o total
de 10% (dez por cento) dos limites previstos para gastos de campanha no cargo em que concorrer.

§ 2º-A. O candidato poderá usar recursos próprios em sua campanha até o total de 10%
(dez por cento) dos limites previstos para gastos de campanha no cargo em que concorrer.

As alternativas B e D estão incorretas. É vedado receber doação de entidades esportivas, conforme inciso
IV, do art. 24.

IX - entidades esportivas;

Lembre-se de que é sempre vedado o recebimento de recursos de pessoas jurídicas.

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O art. 23, §1º, estabelece que pessoas físicas poderão fazer doações, limitadas a 10% dos rendimentos
brutos.

Art. 23. Pessoas físicas poderão fazer doações em dinheiro ou estimáveis em dinheiro para
campanhas eleitorais, obedecido o disposto nesta Lei.
§ 1o As doações e contribuições de que trata este artigo ficam limitadas a 10% (dez por
cento) dos rendimentos brutos auferidos pelo doador no ano anterior à eleição.

A alternativa C está incorreta. É vedado receber doação de entidades beneficentes e religiosas. Vejamos o
inciso VIII:

VIII - entidades beneficentes e religiosas;

A alternativa E está correta e é gabarito da questão. Conforme art. 23, §1º da LE e §2º-A.

§ 2º-A. O candidato poderá usar recursos próprios em sua campanha até o total de 10%
(dez por cento) dos limites previstos para gastos de campanha no cargo em que concorrer.
(Incluído pela Lei nº 13.878, de 2019)

14. (CESPE/TRE-RS - 2015) Ainda a respeito do processo brasileiro de eleição, assinale a opção correta.
Nesse sentido, considere que a sigla TSE, sempre que utilizada, se refere ao Tribunal Superior Eleitoral.
Os partidos políticos e os candidatos devem abrir conta bancária específica para demonstrar toda a
movimentação financeira dos procedimentos adotados durante a campanha, estando as entidades bancárias
obrigadas a acatar, em determinado prazo, pedido de abertura de conta, podendo fixar limite de depósito
inicial.

Comentários

A assertiva está incorreta, pois é vedado exigir dos partidos ou candidatos o “mínimo de depósito inicial”.
Isso está expressamente vedado no art. 22, §1º, I, da Lei nº 9.504/1997. Confira:

§ 1º Os bancos são obrigados a:


I - acatar, EM ATÉ TRÊS DIAS, o pedido de abertura de conta de qualquer candidato
escolhido em convenção, sendo-lhes VEDADO condicioná-la a depósito mínimo e à
cobrança de taxas ou de outras despesas de manutenção;
15. (CESPE/TRE-RS - 2015) Ainda a respeito do processo brasileiro de eleição, assinale a opção correta.
Nesse sentido, considere que a sigla TSE, sempre que utilizada, se refere ao Tribunal Superior Eleitoral.
É condicionante aos candidatos, no tocante à percepção de recursos financeiros para fazer face às despesas
destinadas à sua campanha eleitoral, a inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica fornecida pela
justiça eleitoral.

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Comentários

Está correta a assertiva. De acordo com o art. 22-A, da Lei nº 9.504/1997, os candidatos estão obrigados à
inscrição no CNPJ. A finalidade desse cadastro é justamente permitir o controle dos gastos expendidos
durante a campanha eleitoral.

16. (CESPE/TJ-CE - 2012) Julgue o item a seguir acerca da arrecadação, da aplicação de recursos e da
prestação de contas de campanha.
É vedado a candidato o recebimento de doação em dinheiro procedente de quaisquer cooperativas.

Comentários

A assertiva está correta. Não obstante a previsão do §1º, do art. 24, da Lei nº 9.504/1997, é vedado o
recebimento de doação por cooperativa, por se tratar de pessoa jurídica, conforme entendimento do STF.

17. (CESPE/TJ-CE - 2012) Julgue o item a seguir acerca da arrecadação, da aplicação de recursos e da
prestação de contas de campanha.
Os limites de gastos de campanha, em cada eleição, são os definidos pelo partido político com base nos
parâmetros definidos em lei.

Comentários

A assertiva está incorreta. Notem que o erro da questão é muito sutil. Os limites de gasto de campanha serão
definidos pelo TSE e não pelos partidos políticos.

Art. 18. Os limites de gastos de campanha serão definidos em lei e divulgados pelo Tribunal
Superior Eleitoral.
18. (CESPE/TJ-DFT - 2015) Assinale a opção correta no que concerne ao financiamento de campanhas
eleitorais.
a) Os gastos espontâneos realizados por eleitor em favor de candidato são equiparados a doações para fins
de limitação máxima.
b) A não abertura de conta específica para arrecadação de recursos financeiros para financiamento de
campanha eleitoral é fundamento insuficiente para a rejeição das contas do candidato.
c) Pessoa jurídica não pode doar para campanhas eleitorais, exceto o partido político para os candidatos que
integram a sua coligação.
d) É admissível a doação a candidato por empresa privada controlada por concessionária de serviço público.
e) Os candidatos podem financiar suas próprias campanhas com recursos próprios, sem restrições de valor.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Com base no art. 27, da Lei nº 9.504/97, qualquer eleitor poderá realizar
gastos, não sujeitos à contabilização, desde que não reembolsados e não ultrapasse o valor de R$ 1.064,00
(1.000 vezes a UFIR).

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Art. 27. Qualquer eleitor poderá realizar gastos, em apoio a candidato de sua preferência,
até a quantia equivalente a um mil UFIR, não sujeitos a contabilização, desde que não
reembolsados.

A alternativa B está incorreta. Vejamos o art. 22, §3º, da Lei das Eleições:

§ 3º O uso de recursos financeiros para pagamentos de gastos eleitorais que não


provenham da conta específica de que trata o caput deste artigo implicará a desaprovação
da prestação de contas do partido ou candidato; comprovado abuso de poder econômico,
será cancelado o registro da candidatura ou cassado o diploma, se já houver sido
outorgado.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Como vimos exaustivamente em aula. O STF definiu
que a doação de campanha por pessoa jurídica é proibida. A única exceção é a doação feita pelo partido
político ao candidato que integra sua coligação.

A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 24, I, tais doações são vedadas.

Art. 24. É vedado, a partido e candidato, receber direta ou indiretamente doação em


dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie,
procedente de:
III - concessionário ou permissionário de serviço público;

A alternativa E está incorreta. Como já vimos em questão anterior a lei 13.878/19 incluiu o §2º-A limitando
o uso de recursos próprio do candidato a 10% dos gastos totais autorizados para o cargo que for concorrer.

§ 2º-A. O candidato poderá usar recursos próprios em sua campanha até o total de 10%
(dez por cento) dos limites previstos para gastos de campanha no cargo em que concorrer.
(Incluído pela Lei nº 13.878, de 2019)

19. (CESPE/TJ-CE - 2012) Julgue o item a seguir acerca da arrecadação, da aplicação de recursos e da
prestação de contas de campanha.
As prestações de contas dos candidatos às eleições majoritárias são feitas pelo partido político ou pelo
próprio candidato.

Comentários

A assertiva está incorreta, pois a prestação de contas tanto para cargos majoritários como proporcionais
deve ser feita pelo próprio candidato. O partido político também prestará contas, porém, não poderá realizar
a prestação em nome do candidato.

Essa regra, que foi alterada pela Lei nº 13.165/2015, consta do art. 28, §1º:

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§ 1o As prestações de contas dos candidatos às eleições majoritárias serão feitas pelo


próprio candidato, devendo ser acompanhadas dos extratos das contas bancárias
referentes à movimentação dos recursos financeiros usados na campanha e da relação dos
cheques recebidos, com a indicação dos respectivos números, valores e emitentes.
20. (CESPE/TRE-GO - 2015) Julgue o item a seguir, a respeito da propaganda eleitoral e das condutas
vedadas aos agentes públicos.
No período compreendido entre os três meses que antecedem o pleito e a posse dos eleitos, é vedado aos
agentes públicos nomear ou exonerar de ofício servidor público na circunscrição do pleito, mesmo que ele
seja ocupante de cargo em comissão.

Comentários

A assertiva está incorreta. De acordo com o art. 73, V, “a”, da Lei nº 9.504/97, é permitido aos agentes
públicos nomear ou exonerar de ofício servidor público na circunscrição do pleito, desde que ele seja
ocupante de cargo em comissão.

Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas
tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:
V - nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou
readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e,
ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do
pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de
pleno direito, ressalvados:
a) a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções
de confiança;
21. (CESPE/MPE-AC - 2014) Assinale a opção correta com base no que dispõe a legislação eleitoral
acerca das condutas dos agentes públicos durante a campanha.
a) É permitido o uso, pelo candidato a reeleição de prefeito da residência oficial para a realização de contatos,
encontros e reuniões pertinentes à própria campanha, desde que tenham caráter de ato público.
b) É proibido ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis
pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos estados, do DF e dos municípios para a
realização de convenção partidária
c) É proibida a cessão de servidor público licenciado da administração direta ou indireta federal, estadual ou
municipal do Poder Executivo a comitês de campanha eleitoral de candidato, partido político ou coligação.
d) São permitidas, até três meses antes do pleito, a nomeação ou exoneração de cargos em comissão, a
nomeação para cargos do Poder Judiciário, do MP e dos órgãos da Presidência da República e a nomeação
dos aprovados em concursos públicos homologados.
e) É proibido fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral gratuito, nos
três meses antes do pleito, salvo quando, a critério da Presidência da República, tratar-se de matéria urgente,
relevante e característica das funções de governo.

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Comentários

Essa questão exige o conhecimento do art. 73, da Lei nº 9.504/97. Vamos analisar cada uma das alternativas:

Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas
tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:

A alternativa A está incorreta. De acordo com o §2º, é permitido o uso, pelo candidato a reeleição de prefeito
da residência oficial para a realização de contatos, encontros e reuniões pertinentes à própria campanha,
desde que NÃO tenham caráter de ato público.

A alternativa B está incorreta. Segundo o inc. I, é proibido ceder ou usar, em benefício de candidato, partido
político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos
estados, do DF e dos municípios, ressalvada a realização de convenção partidária.

A alternativa C está incorreta. Com base no inc. III, é proibido ceder servidor público ou empregado da
administração direta ou indireta federal, estadual ou municipal do Poder Executivo, ou usar de seus serviços,
para comitês de campanha eleitoral de candidato, partido político ou coligação, durante o horário de
expediente normal, salvo se o servidor ou empregado estiver licenciado.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois se refere ao inc. V. Vejamos:

V - nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou
readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e,
ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do
pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de
pleno direito, ressalvados:
a) a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções
de confiança;
b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou
Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da República;
c) a nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até o início daquele
prazo;
d) a nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de
serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder
Executivo;
e) a transferência ou remoção ex officio de militares, policiais civis e de agentes
penitenciários;

A alternativa E está incorreta. O inc. VI, “c”, prevê que é proibido, nos três meses que antecedem o pleito,
fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral gratuito, salvo quando, a
critério da Justiça Eleitoral, tratar-se de matéria urgente, relevante e característica das funções de governo.

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22. (CESPE/TRE-MS - 2013) Tendo em vista o regramento da Lei das Eleições atinentes ao sistema
eletrônico de votação e totalização de votos julgue o item seguinte:
A urna eletrônica mostra, em seu painel, a expressão designadora do cargo disputado no masculino ou
feminino, conforme o caso.

Comentários

A assertiva está correta. Trata-se da previsão presente no trecho final do art. 59, §1º, da LE:

§ 1º A votação eletrônica será feita no número do candidato ou da legenda partidária,


devendo o nome e fotografia do candidato e o nome do partido ou a legenda partidária
aparecer no painel da urna eletrônica, com a expressão designadora do cargo disputado
no masculino ou feminino, conforme o caso.
23. (CESPE/TRE-MS - 2013) Tendo em vista o regramento da Lei das Eleições atinentes ao sistema
eletrônico de votação e totalização de votos julgue o item seguinte:
A urna eletrônica exibe, nas eleições municipais, primeiramente os painéis referentes à eleição de prefeito e
vice-prefeito e, em seguida, o painel para a votação de vereador.

Comentários

A assertiva está incorreta, pois a ordem foi invertida. Nas eleições municipais, primeiro vota-se para vereador
e, depois, para prefeito e vice-prefeito.

24. (CESPE/TRE-MS - 2013) Tendo em vista o regramento da Lei das Eleições atinentes ao sistema
eletrônico de votação e totalização de votos julgue o item seguinte:
O juiz eleitoral pode votar em qualquer urna eletrônica da seção da zona eleitoral sob sua jurisdição, mesmo
sem ter seu nome incluído na listagem de eleitores da seção.

Comentários

A assertiva está incorreta, tendo em vista o que disciplina o art. 62, da LE:

Art. 62. Nas Seções em que for adotada a urna eletrônica, somente poderão votar eleitores
cujos nomes estiverem nas respectivas folhas de votação, não se aplicando a ressalva a que
se refere o art. 148, § 1º, da Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral.

Deste modo, somente poderá votar o eleitor que constar da folha de votação na respectiva seção, não
havendo a prerrogativa mencionada para juízes.

25. (CESPE/TRE-MS - 2013) Tendo em vista o regramento da Lei das Eleições atinentes ao sistema
eletrônico de votação e totalização de votos julgue o item seguinte:

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Na votação para as eleições proporcionais, os votos em que seja impossível a identificação do candidato são
computados para a legenda partidária, desde que o número identificador do partido seja digitado de forma
correta.

Comentários

A assertiva está correta. É o voto de legenda! O fundamento do questionamento é extraído do §2º, do art.
59, da LE:

§ 2º Na votação para as eleições proporcionais, serão computados para a legenda


partidária os votos em que não seja possível a identificação do candidato, desde que o
número identificador do partido seja digitado de forma correta.
26. (CESPE/TRE-MS - 2013) Tendo em vista o regramento da Lei das Eleições atinentes ao sistema
eletrônico de votação e totalização de votos julgue o item seguinte:
Após a implementação do voto por meio de urnas eletrônicas, proibiu-se o uso de cédulas de papel no
processo eleitoral.

Comentários

A assertiva está incorreta. A cédula de papel, embora excepcional, continua a ser mecanismo passível de ser
utilizado. Tanto é que o art. 59, da LE, ao tratar do sistema eletrônico de votação, faz expressa menção ao
art. 83 a 89 que disciplinam a votação manual.

Vejamos:

Art. 59. A votação e a totalização dos votos serão feitas por sistema eletrônico, podendo o
Tribunal Superior Eleitoral autorizar, em caráter excepcional, a aplicação das regras fixadas
nos arts. 83 a 89 (regulam a votação em cédulas de papel).
27. (CESPE/TRE-MG - 2009) Acerca do sistema eletrônico de votação e totalização dos votos, julgue o
item abaixo.
Assim como ocorria na votação por cédulas, nas seções em que é adotada a urna eletrônica, os eleitores
cujos nomes não constarem das respectivas folhas de votação poderão votar, mas seus votos serão colhidos
em separado.

Comentários

A assertiva está incorreta. Como vimos, a votação manual é excepcional. Ademais, somente poderá votar o
eleitor que constar da folha de votação da respectiva seção. É o que se extrai do art. 62:

Art. 62. Nas Seções em que for adotada a urna eletrônica, somente poderão votar eleitores
cujos nomes estiverem nas respectivas folhas de votação, não se aplicando a ressalva a que
se refere o art. 148, § 1º, da Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. Fonte:
Lei nº 9.504.

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28. (CESPE/TRE-BA - 2017) Nos termos do art. 41-A da Lei nº 9.504/1997, e conforma a jurisprudência
do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), configura-se a captação ilícita de sufrágio
a) se houver evidência do dolo consubstanciado no objetivo de obter o voto do eleitoral.
b) somente se houver atos de violência ou grave ameaça ao eleitor.
c) somente se a conduta for praticada pelo próprio candidato.
d) ainda que não haja pedido explícito de voto.
e) ainda que a conduta tenha sido praticada fora do período eleitoral.

Comentários

Aqui temos uma questão maldosa do CESPE, que faz referência ao §1º do art. 41-A da Lei 9.504/1997:

§ 1º Para a caracterização da conduta ilícita, é desnecessário o pedido explícito de votos,


bastando a evidência do dolo, consistente no especial fim de agir.

Portanto, a caracterização da conduta ilícita decorre da evidência do dolo, consistente no fim especial de
agir do agente que capta sufrágio de forma ilícita.

Portanto, a alternativa A é a correta e gabarito da questão.

Consideramos a possibilidade de a alternativa D ser o gabarito, uma vez que o pedido de votos não é
elemento caracterizador da conduta ilícita. Logo, nesse aspecto, podemos afirmar que a caracterização da
captação ilícita de sufrágio independe do pedido explícito de votos. Dessa forma, a alternativa D não está
incorreta, mas incompleta.

Outras Bancas

29. (NEMESIS/Câmara de Conchal - SP - 2020) Segundo a legislação eleitoral vigente, o percentual que
um candidato poderá usar de recursos próprios em sua campanha é de:
a)30% do limite previsto para gastos de campanha no cargo em que concorrer.
b)20% do limite previsto para gastos de campanha no cargo em que concorrer.
c)10% do limite previsto para gastos de campanha no cargo em que concorrer.
d)50% do total das doações de pessoas físicas e jurídicas que arrecadar.
e)20% do total das doações de pessoas físicas e jurídicas que arrecadar.

Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o §2º-A do art. 23 da Lei das Eleições
o candidato poderá dispor de até 10%. Veja o Texto legal:

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§ 2º-A. O candidato poderá usar recursos próprios em sua campanha até o total de 10%
(dez por cento) dos limites previstos para gastos de campanha no cargo em que concorrer.

30. (IBFC/TRE-PA - 2020) Com relação à prestação de contas de campanhas eleitorais, considere a Lei
nº 9.504/1997 e suas alterações, e analise as afirmativas abaixo:
I. Os valores transferidos pelos partidos políticos oriundos de doações serão registrados na prestação de
contas dos candidatos como transferência dos partidos e, na prestação de contas anual dos partidos, como
transferência aos candidatos.
II. Ficam dispensadas de comprovação na prestação de contas a cessão de automóvel de propriedade do
candidato, do cônjuge e de seus parentes até o quarto grau para seu uso pessoal durante a campanha.
III. Até doze meses após a diplomação, os candidatos ou partidos conservarão a documentação concernente
a suas contas. Estando pendente de julgamento qualquer processo judicial relativo às contas, a
documentação a elas concernente deverá ser conservada até o término do mandato eletivo.
IV. Os gastos com passagens aéreas efetuados nas campanhas eleitorais serão comprovados mediante a
apresentação de fatura ou duplicata emitida por agência de viagem, quando for o caso, desde que
informados os beneficiários, as datas e os itinerários, vedada a exigência de apresentação de qualquer outro
documento para esse fim.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
b) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas.
c) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas.
d) Apenas a afirmativa I está correta.

Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Vamos analisar item a item:

Afirmativa I - Correta. A afirmativa apresenta a literalidade do art. 28, §12 da Lei nº 9.504/97: "Os valores
transferidos pelos partidos políticos oriundos de doações serão registrados na prestação de contas dos
candidatos como transferência dos partidos e, na prestação de contas anual dos partidos, como transferência
aos candidatos."

Afirmativa II - Incorreta. A dispensa de comprovação de cessão de automóvel atinge até o 3º grau de


parentesco, conforme o art. 28, §6º, III da lei das Eleições:

§ 6º Ficam também dispensadas de comprovação na prestação de contas: (...)

III - a cessão de automóvel de propriedade do candidato, do cônjuge e de seus parentes até


o terceiro grau para seu uso pessoal durante a campanha.

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Afirmativa III - Incorreta. De acordo com o art. 32 da Lei, a afirmativa apresenta dois erros: o prazo é de 180
dias (e não de 12 meses) e a documentação deverá ser conservada até a decisão final (e não até o término
do mandato eletivo).

Art. 32. Até cento e oitenta dias após a diplomação, os candidatos ou partidos conservarão
a documentação concernente a suas contas.

Parágrafo único. Estando pendente de julgamento qualquer processo judicial relativo às


contas, a documentação a elas concernente deverá ser conservada até a decisão final.

Afirmativa IV - Correta. Está consignado o teor do §8º do art. 28 da Lei das Eleições: "os gastos com
passagens aéreas efetuados nas campanhas eleitorais serão comprovados mediante a apresentação de
fatura ou duplicata emitida por agência de viagem, quando for o caso, desde que informados os beneficiários,
as datas e os itinerários, vedada a exigência de apresentação de qualquer outro documento para esse fim."

31. (IBFC/TRE-PA - 2020) Sobre a arrecadação e a aplicação de recursos nas campanhas eleitorais,
considere a Lei nº 9.504/1997 e suas alterações, e assinale a alternativa incorreta.
a) As despesas com consultoria, assessoria e pagamento de honorários realizadas em decorrência da
prestação de serviços advocatícios e de contabilidade no curso das campanhas eleitorais serão consideradas
gastos eleitorais, mas serão excluídas do limite de gastos de campanha.
b) A sanção de suspensão do repasse de novas quotas do Fundo Partidário, por desaprovação total ou parcial
da prestação de contas do candidato, deverá ser aplicada de forma proporcional e razoável, pelo período de
3 (três) a 12 (doze) meses, vedado o desconto do valor a ser repassado na importância apontada como
irregular.
c) O candidato poderá usar recursos próprios em sua campanha até o total de 10% (dez por cento) dos limites
previstos para gastos de campanha no cargo em que concorrer. A doação de quantia acima dos limites
fixados sujeita o infrator ao pagamento de multa no valor de até 100% (cem por cento) da quantia em
excesso.
d) O pagamento efetuado por pessoas físicas, candidatos ou partidos em decorrência de honorários de
serviços advocatícios e de contabilidade, relacionados à prestação de serviços em campanhas eleitorais e em
favor destas, bem como em processo judicial decorrente de defesa de interesses de candidato ou partido
político, não constitui doação de bens e serviços estimáveis em dinheiro.

Comentários

A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. Existem dois erros: o prazo da suspensão (será de 1
a 12 meses - e não de 3 a 12 meses, como apontado pela alternativa) e a vedação ao desconto do valor a ser
repassado (a lei permite).

Art. 25. Parágrafo Único. A sanção de suspensão do repasse de novas quotas do Fundo
Partidário, por desaprovação total ou parcial da prestação de contas do candidato, deverá
ser aplicada de forma proporcional e razoável, pelo período de 1 (um) mês a 12 (doze)
meses, ou por meio do desconto, do valor a ser repassado, na importância apontada como

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irregular, não podendo ser aplicada a sanção de suspensão, caso a prestação de contas não
seja julgada, pelo juízo ou tribunal competente, após 5 (cinco) anos de sua apresentação.

A alternativa A está correta e apresenta o disposto no art. 26, §4º da Lei nº 9.504/97: "as despesas com
consultoria, assessoria e pagamento de honorários realizadas em decorrência da prestação de serviços
advocatícios e de contabilidade no curso das campanhas eleitorais serão consideradas gastos eleitorais, mas
serão excluídas do limite de gastos de campanha."

A alternativa C está correta e de acordo com o art. 23, §2º-A da Lei das Eleições: "o candidato poderá usar
recursos próprios em sua campanha até o total de 10% (dez por cento) dos limites previstos para gastos de
campanha no cargo em que concorrer."

A alternativa D está correta e em conformidade com o art. 23, §10 da Lei: "o pagamento efetuado por
pessoas físicas, candidatos ou partidos em decorrência de honorários de serviços advocatícios e de
contabilidade, relacionados à prestação de serviços em campanhas eleitorais e em favor destas, bem como
em processo judicial decorrente de defesa de interesses de candidato ou partido político, não será
considerado para a aferição do limite previsto no § 1º deste artigo e não constitui doação de bens e serviços
estimáveis em dinheiro."

32. (FUNDATEC/ALERS - 2018) Quanto à prestação de contas prevista na Lei nº 9.504/1997, a Justiça
Eleitoral verificará a regularidade das contas de campanha, decidindo:
I. Pela aprovação, quando estiverem regulares.
II. Pela desaprovação, mesmo quando verificadas falhas que não lhes comprometam a regularidade,
devendo ser ajustada conforme decisão.
III. Pela não prestação, quando não apresentadas as contas após a notificação emitida pela Justiça Eleitoral,
na qual constará a obrigação expressa de prestar as suas contas, no prazo de setenta e duas horas.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 30, da Lei nº 9.504/97. Vejamos:

Art. 30. A Justiça Eleitoral verificará a regularidade das contas de campanha,


decidindo:
I - pela aprovação, quando estiverem regulares; (ITEM I)

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II - pela aprovação com ressalvas, quando verificadas falhas que não lhes comprometam a
regularidade;
III - pela desaprovação, quando verificadas falhas que lhes comprometam a regularidade; (ITEM
II)
IV - pela não prestação, quando não apresentadas as contas após a notificação emitida pela
Justiça Eleitoral, na qual constará a obrigação expressa de prestar as suas contas, no prazo de
setenta e duas horas. (ITEM III)

Conforme se nota, apenas os itens I e III estão corretos. Desse modo, a alternativa D está correta e é o
gabarito da questão.

33. (MPE-RS - 2017) Quanto ao controle de arrecadação, aplicação de recursos e prestação de contas
na campanha eleitoral, assinale a alternativa INCORRETA.
a) É obrigatória, para o partido e para os candidatos, a abertura de conta bancária específica para a campanha
eleitoral, mesmo nos casos em que não houver movimentação financeira, salvo na hipótese de candidatura
para prefeito e vereador em Municípios onde não haja agência bancária ou posto de atendimento bancário.
b) É vedado, a partido e candidato, receber direta ou indiretamente doação em dinheiro ou estimável em
dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, procedente de organizações da sociedade
civil de interesse público.
c) É vedado ao partido político assumir eventuais débitos de campanha de candidato, não quitados até a
data de apresentação da prestação de contas.
d) São dispensadas de comprovação na prestação de contas as doações estimáveis em dinheiro entre
candidatos ou partidos, decorrentes do uso comum tanto de sedes quanto de materiais de propaganda
eleitoral, cujo gasto deverá ser registrado na prestação de contas do responsável pelo pagamento da
despesa.
e) São considerados gastos eleitorais, sujeitos a registro e aos limites fixados na Lei n. 9.504/97, a realização
de pesquisas ou testes pré-eleitorais.

Comentários

A alternativa A está correta, conforme prevê o art. 22, combinado com o §2º, da Lei das Eleições:

Art. 22. É obrigatório para o partido e para os candidatos abrir conta bancária específica
para registrar todo o movimento financeiro da campanha.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos casos de candidatura para Prefeito e Vereador
em Municípios onde não haja agência bancária ou posto de atendimento bancário.

A alternativa B está correta, pois se refere ao art. 24, XI, da referida Lei:

Art. 24. É vedado, a partido e candidato, receber direta ou indiretamente doação em


dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie,
procedente de:

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XI - organizações da sociedade civil de interesse público.

A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o §3º, do art. 29, da Lei nº 9.504/97,
eventuais débitos de campanha não quitados até a data de apresentação da prestação de contas poderão
ser assumidos pelo partido político, por decisão do seu órgão nacional de direção partidária.

A alternativa D está correta, segundo o art. 28, §6º, II, da referida Lei:

§ 6o Ficam também dispensadas de comprovação na prestação de contas:


II - doações estimáveis em dinheiro entre candidatos ou partidos, decorrentes do uso
comum tanto de sedes quanto de materiais de propaganda eleitoral, cujo gasto deverá ser
registrado na prestação de contas do responsável pelo pagamento da despesa.

A alternativa E está correta, com base no art. 26, XII, da Lei das Eleições:

Art. 26. São considerados gastos eleitorais, sujeitos a registro e aos limites fixados nesta
Lei:
XII - realização de pesquisas ou testes pré-eleitorais;
34. (MPE-PR - 2016) Sobre a arrecadação e aplicação de recursos nas campanhas eleitorais e prestação
de contas, assinale a única assertiva correta, de acordo com a Lei n. 9.504/1997:
a) A lei admite, em caráter excepcional, a utilização de recursos financeiros não provenientes da conta
bancária especificamente aberta para a campanha, desde que seja para a remuneração de pessoal que preste
serviço às candidaturas ou aos comitês eleitorais;
b) Na hipótese de doações realizadas por meio da internet, a lei presume a solidariedade dos candidatos,
partidos e coligações, na hipótese de fraudes ou erros cometidos pelo doador, o que pode ensejar a rejeição
das contas eleitorais;
c) montagem e operação de carros de som, de propaganda e assemelhados, não se sujeitam aos limites de
gastos eleitorais fixados em lei;
d) As prestações de contas dos candidatos às eleições proporcionais serão feitas pela respectiva coligação a
que pertencerem, devendo ser acompanhadas de extratos das contas bancárias referentes à movimentação
de recursos financeiros usados na campanha e da relação de cheques recebidos, com a indicação dos
respectivos números, valores e emitentes;
e) Eventuais débitos de campanha não quitados até a data de apresentação da prestação de contas poderão
ser assumidos pelo partido político, por decisão de seu órgão nacional de direção partidária. Nessa hipótese,
o órgão partidário da respectiva circunscrição eleitoral passará a responder por todas as dívidas
solidariamente com o candidato e a existência do débito não poderá ser considerada como causa para a
rejeição da prestação de contas.

Comentários

A alternativa A está incorreta. O art. 22, da Lei nº 9.504/1997, prevê a obrigatoriedade de abertura de conta
específica de campanha. No caso das despesas com remuneração de pessoal, há, inclusive, um limite legal

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específico consistente em 10% do total de gastos de campanha, de modo que a observância desses valores
somente é possível com a devida prestação de contas, passando os recursos pela conta específica, sob pena
de configuração do “caixa 2”.

A alternativa B está incorreta. Com base no §6º, do art. 23, da Lei nº 9.504/97, na hipótese de doações
realizadas por meio da internet, as fraudes ou erros cometidos pelo doador sem conhecimento dos
candidatos, partidos ou coligações não ensejarão a responsabilidade destes nem a rejeição de suas contas
eleitorais.

A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 26, VIII, da referida Lei, montagem e operação de carros
de som, de propaganda e assemelhados são considerados gastos eleitorais.

A alternativa D está incorreta. O §2º, do art. 28, da Lei das Eleições, as prestações de contas dos candidatos
às eleições proporcionais serão feitas pelo próprio candidato.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe os §§ 3º e 4º, do art. 29, da referida
Lei:

§ 3o Eventuais débitos de campanha não quitados até a data de apresentação da prestação


de contas poderão ser assumidos pelo partido político, por decisão do seu órgão nacional
de direção partidária.
§ 4o No caso do disposto no § 3o, o órgão partidário da respectiva circunscrição eleitoral
passará a responder por todas as dívidas solidariamente com o candidato, hipótese em que
a existência do débito não poderá ser considerada como causa para a rejeição das contas.
35. (MPE-PR - 2016) No que se refere às condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas
eleitorais, assinale a alternativa incorreta:
a) No decorrer da campanha eleitoral, é possível o uso de transporte oficial pelo presidente da República que
disputa a reeleição, sendo de responsabilidade do partido ou coligação a que esteja vinculado o
ressarcimento das despesas com o uso desse transporte;
b) Nos três meses que antecedem o pleito, é proibida toda e qualquer forma de publicidade institucional de
atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais estaduais ou municipais, ou das
respectivas entidades da administração indireta;
c) Nos três meses que antecedem as eleições, até a posse dos eleitos, é proibido nomear, contratar ou de
qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outro meio
dificultar ou impedir o exercício funcional, e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor
público na circunscrição do pleito, sob pena de nulidade de pleno direito;
d) Nos três meses que antecedem o pleito, até a posse dos eleitos, é possível a nomeação ou exoneração de
cargos em comissão e designação ou dispensa de funções de confiança;
e) Nos três meses que antecedem o pleito é proibido realizar transferência voluntária de recursos da União
aos Estados e Municípios, e dos Estados aos Municípios, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados
os recursos destinados a cumprir obrigação formal preexistente para execução de obra ou serviço em
andamento e com cronograma prefixado, e os destinados a atender situações de emergência e de
calamidade pública.

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Comentários

A alternativa A está correta, com base no §2º, do art. 73, combinado com o art. 76, da Lei das Eleições:

§ 2º A vedação do inciso I do caput não se aplica ao uso, em campanha, de transporte oficial


pelo Presidente da República, obedecido o disposto no art. 76, nem ao uso, em campanha,
pelos candidatos a reeleição de Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e
Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, Prefeito e Vice-Prefeito, de suas
residências oficiais para realização de contatos, encontros e reuniões pertinentes à própria
campanha, desde que não tenham caráter de ato público.
Art. 76. O ressarcimento das despesas com o uso de transporte oficial pelo Presidente da
República e sua comitiva em campanha eleitoral será de responsabilidade do partido
político ou coligação a que esteja vinculado.

A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 73, VI, “b”, da referida Lei, nos
três meses que antecedem o pleito é proibida toda e qualquer forma de publicidade institucional de atos,
programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais estaduais ou municipais, ou das
respectivas entidades da administração indireta, SALVO em caso de grave e urgente necessidade pública,
assim reconhecida pela Justiça Eleitoral.

As alternativas C e D estão corretas, com base no art. 73, inciso V, a, da LE.

Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas
tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:
V - nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou
readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e,
ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do
pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de
pleno direito, ressalvados:
a) a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções
de confiança;

A alternativa E está correta, pois é o que dispõe o art. 73, VI, “a”, da Lei das Eleições:

VI - nos três meses que antecedem o pleito:


a) realizar transferência voluntária de recursos da União aos Estados e Municípios, e dos
Estados aos Municípios, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados os recursos
destinados a cumprir obrigação formal preexistente para execução de obra ou serviço em
andamento e com cronograma prefixado, e os destinados a atender situações de
emergência e de calamidade pública;
36. (Instituto Legatus/Câmara Municipal de Bertolínia-PI - 2016) A Lei nº 13.165/2015, conhecida como
Reforma Eleitoral 2015, promoveu importantes alterações nas regras das eleições deste ano, dentre elas
podemos assinalar, exceto:

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a) As campanhas serão financiadas exclusivamente por doações de pessoas físicas.


b) O cidadão precisava estar filiado a um partido político um ano antes do pleito para disputar a eleição.
c) As convenções partidárias para escolha de candidatos devem acontecer de 20 de julho a 5 de agosto.
d) Redução do tempo da campanha eleitoral de 90 para 45 dias.
e) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

Comentários

Atenção, a questão pede a alternativa que não contêm as alterações trazidas pela Lei nº 13.165/2015. Vamos
analisar as alternativas:

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A Lei nº 13.165/2015 não trouxe essa modificação.
De acordo com o art. 20, da Lei nº 9.504/97, é possível o financiamento das campanhas com recursos do
Fundo Partidário e com recursos próprios do candidato.

Art. 20. O candidato a cargo eletivo fará, diretamente ou por intermédio de pessoa por ele
designada, a administração financeira de sua campanha usando recursos repassados pelo
partido, inclusive os relativos à cota do Fundo Partidário, recursos próprios ou doações de
pessoas físicas, na forma estabelecida nesta Lei.

A alternativa B está incorreta. Uma das alterações trazidas pela Lei nº 13.165/2015 é a mudança do prazo
mínimo de filiação partidária. Após, a Lei nº 13.488/2017 alterou o prazo mínimo de domicílio eleitoral.
Vejamos o art. 9º, da Lei nº 9.504/97:

Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na


respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação deferida pelo
partido no mesmo prazo. (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)

A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 8º, da referida Lei, houve mudança do período das
convenções partidárias.

Art. 8o A escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações deverão
ser feitas no período de 20 de julho a 5 de agosto do ano em que se realizarem as eleições,
lavrando-se a respectiva ata em livro aberto, rubricado pela Justiça Eleitoral, publicada em
vinte e quatro horas em qualquer meio de comunicação.

A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 36, da Lei das Eleições, houve a redução do tempo da
campanha eleitoral de 90 para 45 dias, iniciando-se em 16 de agosto do ano da eleição.

Art. 36. A propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 15 de agosto do ano da
eleição.

A alternativa E está incorreta, pois a alternativa não prevê uma mudança trazida pela Lei nº 13.165/2015.

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37. (MPE-SC - 2016) Julgue o item:


Para o exame acerca da regularidade das contas de campanha a Justiça Eleitoral poderá requisitar o auxílio
de técnicos do Tribunal de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. O Ministério
Público Eleitoral, todavia, não está vinculado às conclusões dos referidos técnicos, possuindo amplo e
irrestrito poder de se posicionar de maneira diversa.

Comentários

De acordo com o §3º, do art. 30, da Lei nº 9.504/97, para efetuar os exames da regularidade das contas de
campanha, a Justiça Eleitoral poderá requisitar técnicos do Tribunal de Contas da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, pelo tempo que for necessário.

§ 3º Para efetuar os exames de que trata este artigo, a Justiça Eleitoral poderá requisitar
técnicos do Tribunal de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios, pelo tempo que for necessário.

Porém, com base no art. 127, §1º, da CF/88, o Ministério Público Eleitoral não está vinculado às conclusões
dos referidos técnicos, possuindo amplo e irrestrito poder de se posicionar de maneira diversa, por força do
princípio da independência funcional do Ministério Público.

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do


Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses
sociais e individuais indisponíveis.
§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a
independência funcional.

Dessa forma, a assertiva está correta.

38. (MPE-RS - 2016) Assinale com V (verdadeiro) ou com F (falso) as seguintes afirmações, relativas à
representação do art. 41-A da Lei nº 9.504/97 (captação de sufrágio).
( ) A representação do art. 41-A da Lei nº 9.504/97 somente abrange atos praticados no período entre o
registro da candidatura e o dia da eleição.
( ) Para a caracterização da conduta ilícita de captação de sufrágio, é necessário o pedido explícito de votos.
( ) O recurso contra decisões proferidas com base no art. 41-A da Lei nº 9.504/97 deverá ser apresentado no
prazo de vinte e quatro horas da publicação da decisão em cartório ou sessão, assegurado ao recorrido o
oferecimento de contrarrazões, em igual prazo, a contar da sua notificação.
( ) A representação do art. 41-A da Lei nº 9.504/97 só pode ser ajuizada até a data da diplomação.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V – F – F – V.
b) V – V – F – F.
c) F – F – V – V.

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d) F – V – F – V.
e) V – F – V – F.

Comentários

Vamos analisar cada uma das afirmativas:

A primeira afirmativa é verdadeira, conforme prevê o caput, do art. 41-A, da Lei nº 9.504/97:

Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação de sufrágio,
vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o
fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego
ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena
de multa de mil a cinquenta mil Ufir, e cassação do registro ou do diploma, observado o
procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990.

A segunda afirmativa é falsa. De acordo com o §1º, do art. 41-A, da referida Lei, para a caracterização da
conduta ilícita é desnecessário o pedido explícito de votos, bastando a evidência do dolo, consistente no
especial fim de agir.

A terceira afirmativa é falsa. Com base no §4º, o recurso contra decisões proferidas com base no art. 41-A,
da Lei nº 9.504/97, deverá ser apresentado no prazo de 3 dias, a contar da data da publicação do julgamento
no Diário Oficial.

A quarta afirmativa é verdadeira, pois é o que dispõe o §3º, do art. 41-A, da referida Lei:

§ 3o A representação contra as condutas vedadas no caput poderá ser ajuizada até a data
da diplomação.

Portanto, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

39. (FAURGS/TJ-RS - 2016 - Adaptada) Tendo em vista as condutas vedadas do artigo 73 da Lei nº
9.504/1997, assinale a alternativa correta.
a) No ano em que se realizar eleição, é proibido aos agentes públicos das esferas administrativas cujos cargos
estejam em disputa na eleição fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral
gratuito.
b) No primeiro semestre do ano de eleição, é proibido remover, transferir ou exonerar servidor público, na
circunscrição do pleito.
c) No ano em que se realizar eleição, é proibida toda e qualquer distribuição gratuita de bens, valores ou
benefícios por parte da Administração Pública.
d) No primeiro semestre do ano de eleição, é proibido realizar transferência voluntária de recursos da União
aos Estados e Municípios, e dos Estados aos Municípios.

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e) empenhar, no primeiro semestre do ano de eleição, despesas com publicidade dos órgãos públicos
federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, que excedam a 6
(seis) vezes a média mensal dos valores empenhados e não cancelados nos 3 (três) últimos anos que
antecedem o pleito.

Comentários

Essa questão exige o conhecimento do art. 73, da Lei nº 9.504/97, o qual prevê as condutas tendentes a
afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais, que são proibidas aos agentes
públicos, servidores ou não.

Vamos analisar cada uma das alternativas:

A alternativa A está incorreta. De acordo com o inciso VI, c, é proibido, nos três meses que antecedem o
pleito, fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral gratuito, salvo quando,
a critério da Justiça Eleitoral, tratar-se de matéria urgente, relevante e característica das funções de
governo.

A alternativa B está incorreta. Conforme inciso V, é proibido nomear, contratar, ou, de qualquer forma,
admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou, por outros meios, dificultar ou impedir
o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição
do pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de pleno direito.

A alternativa C está incorreta. Com base no §10, no ano em que se realizar a eleição, fica proibida a
distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da Administração Pública, exceto nos casos de
calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já em execução
orçamentária no exercício anterior, casos em que o Ministério Público poderá promover o
acompanhamento de sua execução financeira e administrativa.

A alternativa D está incorreta. O inciso VI, a, prevê que, nos três meses que antecedem o pleito, é proibido
realizar transferência voluntária de recursos da União aos Estados e Municípios, e dos Estados aos
Municípios, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados os recursos destinados a cumprir obrigação
formal pré-existente para execução de obra ou serviço em andamento e com cronograma pré-fixado, e os
destinados a atender situações de emergência e de calamidade pública.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Vamos ao texto legal.

VII - empenhar, no primeiro semestre do ano de eleição, despesas com publicidade dos
órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da
administração indireta, que excedam a 6 (seis) vezes a média mensal dos valores
empenhados e não cancelados nos 3 (três) últimos anos que antecedem o pleito.
40. (IESES/TRE-MA - 2015) Sobre o Sistema Eletrônico de Votação e Totalização dos votos, assinale a
alternativa INCORRETA:
a) A urna eletrônica contabilizará cada voto, assegurando-lhe o sigilo e inviolabilidade, garantida aos partidos
políticos, coligações e candidatos ampla fiscalização.

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b) A urna eletrônica disporá de recursos que, mediante assinatura digital, permitam o registro digital de cada
voto e a identificação da urna em que foi registrado, resguardado o anonimato do eleitor.
c) Na votação para as eleições proporcionais, serão computados para a legenda partidária os votos em que
seja possível a identificação do candidato, desde que o número identificador do partido seja digitado de
forma correta.
d) Ao final da eleição, a urna eletrônica procederá à assinatura digital do arquivo de votos, com aplicação do
registro de horário e do arquivo do boletim de urna, de maneira a impedir a substituição de votos e a
alteração dos registros dos termos de início e término da votação.

Comentários

A alternativa A está correta, tendo em vista o que prescreve o art. 61, da LE:

Art. 61. A urna eletrônica contabilizará cada voto, ASSEGURANDO-LHE O SIGILO E


INVIOLABILIDADE, garantida aos partidos políticos, coligações e candidatos ampla
fiscalização.

A alternativa B está correta pelo que estabelece o § 4º, do art. 59, da LE:

§ 4º A urna eletrônica disporá de recursos que, mediante assinatura digital, permitam o


registro digital de cada voto e a identificação da urna em que foi registrado, resguardado o
anonimato do eleitor.

A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. Somente serão computados para a legenda os votos
nos quais não for possível a identificação do candidato. Vejamos o que disciplina o §2º, do art. 59, da LE:

§ 2º Na votação para as eleições proporcionais, serão computados para a legenda


partidária os votos em que não seja possível a identificação do candidato, DESDE QUE o
número identificador do partido seja digitado de forma correta.

A alternativa D está correta, conforme art. 59, § 6º, da LE:

§ 6º Ao final da eleição, a urna eletrônica procederá à assinatura digital do arquivo de


votos, com aplicação do registro de horário e do arquivo do boletim de urna, de maneira
a impedir a substituição de votos e a alteração dos registros dos termos de início e término
da votação.
41. (IADES/TRE-PA - 2014) Considerando a arrecadação e a aplicação de recursos nas campanhas
eleitorais, assinale a alternativa correta.
a) As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a responsabilidade dos partidos, candidatos ou
entidades estrangeiras.
b) As despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço da candidatura não são
consideradas gasto eleitoral.

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c) O aluguel de bens particulares para veiculação por qualquer meio de propaganda eleitoral não configura
despesa eleitoral sujeita a limite.
d) É vedado a partido político e a candidato receber direta ou indiretamente doação em dinheiro procedente
de entidades beneficentes e religiosas.
e) Não é obrigatório para o partido e para os candidatos abrir conta bancária específica com o objetivo de
registrar o movimento financeiro da campanha política.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Lembrem-se de que é proibido o financiamento por entidades estrangeiras.

Art. 17. As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a responsabilidade dos
partidos, ou de seus candidatos, e financiadas na forma desta Lei.

A alternativa B está incorreta, de acordo com o art. 26, inciso IV, da Lei das Eleições. As despesas de
transporte e deslocamento de candidatos são consideradas como gasto eleitoral.

Art. 26. São considerados gastos eleitorais, sujeitos a registro e aos limites fixados nesta
Lei:
IV - despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço das
candidaturas, observadas as exceções previstas no § 3o deste artigo. (Redação dada pela
Lei nº 13.488, de 2017)

A alternativa C está incorreta. A hipótese não está prevista nas exceções do §3º do art. 26 da LE.

§ 3ºNão são consideradas gastos eleitorais nem se sujeitam a prestação de contas as


seguintes despesas de natureza pessoal do candidato:

a) combustível e manutenção de veículo automotor usado pelo candidato na campanha;

b) remuneração, alimentação e hospedagem do condutor do veículo a que se refere a


alínea a deste parágrafo;

c) alimentação e hospedagem própria;

d) uso de linhas telefônicas registradas em seu nome como pessoa física, até o limite de
três linhas.

A alternativa D está correta, de acordo com o inciso VIII, do art. 24.

Art. 24. É vedado, a partido e candidato, receber direta ou indiretamente doação em


dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie,
procedente de:

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VIII - entidades beneficentes e religiosas;

A alternativa E está incorreta, pois vai de encontro ao que prevê o art. 22, da Lei nº 9.504/97, uma vez que
é obrigatória a abertura de conta bancária específica por parte do partido político.

Art. 22. É obrigatório para o partido e para os candidatos abrir conta bancária específica
para registrar todo o movimento financeiro da campanha.
42. (PONTUA/TRE-SC - 2011) No que diz respeito à arrecadação e à prestação de contas, assinale a
alternativa INCORRETA:
a) A responsabilidade pelas despesas de campanha é autônoma em relação a candidatos e partidos.
b) Nos documentos integrantes da prestação de contas, são obrigatórias as assinaturas do candidato e do
seu administrador financeiro, caso exista.
c) Quanto à veracidade das informações financeiras e contábeis da campanha, a responsabilidade é
autônoma entre o candidato e o seu administrador financeiro.
d) É obrigatória a abertura de conta específica para registrar o movimento financeira da campanha.

Comentários

A alternativa A está correta, com base no art. 17, da Lei das Eleições:

Art. 17. As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a responsabilidade dos
partidos, ou de seus candidatos, e financiadas na forma desta Lei.

O partido será responsável por suas próprias contas, tal como o candidato será responsável por sua própria
campanha. São, portanto, contas autônomas.

A alternativa B está correta, tendo em vista o art. 21, da LE.

Art. 21. O candidato é solidariamente responsável com a pessoa indicada na forma do art.
20 desta Lei pela veracidade das informações financeiras e contábeis de sua campanha,
devendo ambos assinar a respectiva prestação de contas.

A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. Conforme artigo acima, a responsabilidade será
solidária e não autônoma.

A alternativa D está correta, pelo que prescreve o art. 22, da Lei nº 9.504/97.

Art. 22. É obrigatório para o partido e para os candidatos abrir conta bancária específica
para registrar todo o movimento financeiro da campanha.
43. (IESES/TRE-MA - 2015) Em relação a arrecadação e aplicação de recursos para campanha assinale a
alternativa correta:

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a) Os limites de gastos de campanha, em cada eleição, são os definidos pelo partido político respectivo com
base nos parâmetros definidos em lei.
b) O candidato a cargo eletivo poderá abrir conta bancária específica para registrar todo o movimento
financeiro da campanha ou utilizar sua conta pessoal, sendo que a escolha de qual conta será utilizada deve
ser previamente informada a justiça eleitoral.
c) O descumprimento dos limites de gastos fixados para cada campanha acarretará o pagamento de multa
em valor equivalente a 100% da quantia que ultrapassar o limite estabelecido, sem prejuízo da apuração da
ocorrência de abuso do poder econômico.
d) As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a responsabilidade dos partidos, de seus
candidatos ou particulares autorizados por instrumento de delegação, e financiadas de acordo com as
vedações da Lei de Inelegibilidades.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois os limites de gastos são definidos pelo TSE e não pelos partidos políticos,
nos termos do art. 18, caput, da LE:

Art. 18. Os limites de gastos de campanha serão definidos em lei e divulgados pelo Tribunal
Superior Eleitoral.

A alternativa B está incorreta. A abertura de conta bancária específica é obrigatória, como determina o art.
22, caput, da LE:

Art. 22. É obrigatório para o partido e para os candidatos abrir conta bancária específica
para registrar todo o movimento financeiro da campanha.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, tendo em vista que coaduna com o art. 18-B, da LE:

Art. 18-B. O descumprimento dos limites de gastos fixados para cada campanha acarretará
o pagamento de multa em valor equivalente a 100% (cem por cento) da quantia que
ultrapassar o limite estabelecido, sem prejuízo da apuração da ocorrência de abuso do
poder econômico. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015).

Por fim, a alternativa D está incorreta. As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a
responsabilidade dos partidos, de seus candidatos. Não há, no art. 17, da LE, que disciplina a matéria,
referência aos “particulares autorizados por instrumento de delegação”. Ademais, as regras de
financiamento são estabelecidas na “Lei das Eleições” e não na “Lei de Inelegibilidades”.

Vejamos:

Art. 17. As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a responsabilidade dos
partidos, ou de seus candidatos, e financiadas na forma desta Lei.

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44. (AOCP/TRE-AC - 2015) A Lei n° 9.504/97 (e alterações posteriores), que regula a arrecadação e a
aplicação de recursos nas campanhas eleitorais, define que
a) o limite para gastos com aluguel de veículos automotores é de 20% (vinte por cento) do total gasto na
campanha.
b) Após o recebimento do pedido de registro da candidatura, a Justiça Eleitoral deverá fornecer em até cinco
dias úteis, o número de registro de CNPJ.
c) as doações e contribuições de pessoas físicas ficam limitadas em 5% (cinco por cento) dos rendimentos
brutos auferidos no ano anterior à eleição.
d) a realização de pesquisas pré-eleitorais não é considerada um gasto eleitoral.
e) é vedada a realização de gastos não reembolsados por eleitores.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, com base no art. 26, §1º, inciso II.

§ 1º São estabelecidos os seguintes limites com relação ao total do gasto da campanha:


(Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
II - aluguel de veículos automotores: 20% (vinte por cento).

A alternativa B está incorreta, pois o prazo para o fornecimento do registro de CNPJ é de três dias.

Art. 22-A. Os candidatos estão obrigados à inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa


Jurídica - CNPJ.
§ 1º Após o recebimento do pedido de registro da candidatura, a Justiça Eleitoral deverá
fornecer em até 3 (três) dias úteis, o número de registro de CNPJ.

A alternativa C está incorreta, tendo em vista que o percentual correto de doações e contribuições de
pessoas físicas é de 10%, de acordo com o art. 23, § 1º, da Lei das Eleições.

A alternativa D está incorreta, pois os gastos com pesquisas pré-eleitorais são sim gastos eleitorais.

Art. 26. São considerados gastos eleitorais, sujeitos a registro e aos limites fixados nesta
Lei, dentre outros:
XII - realização de pesquisas ou testes pré-eleitorais;

A alternativa E está incorreta, com base no art. 27, da LE. Como dissemos em aula, o limite de gastos não
reembolsáveis é de 1.000 UFIR, o que equivale a, aproximadamente, R$ 1.064,00.

Art. 27. Qualquer eleitor poderá realizar gastos, em apoio a candidato de sua preferência,
até a quantia equivalente a um mil UFIR, não sujeitos a contabilização, desde que não
reembolsados.

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45. (AOCP/TRE-AC - 2015) Em relação à prestação de contas de campanha, assinale a alternativa


INCORRETA.
a) Estão dispensados de prestar contas aqueles que tiveram o seu registro de candidatura indeferido ou que
tenham desistido da candidatura até o período de 45 dias anteriormente à data da eleição.
b) As prestações de contas dos candidatos às eleições majoritárias serão feitas pelo próprio candidato.
c) As prestações de contas dos candidatos às eleições proporcionais serão feitas pelo próprio candidato.
d) Erros formais e materiais corrigidos não autorizam a rejeição das contas e a cominação de sanção a
candidato ou partido.
e) Da decisão que julgar as contas de campanha, caberá recurso no prazo de 3 dias.

Comentários

A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão. Não há qualquer previsão nesse sentido. Temos, na
legislação eleitoral, regras que simplificam a prestação de contas, porém, não existem regras que dispensam
a prestação de contas.

A alternativa B está correta, com base no art. 28, § 1º, da Lei das Eleições.

§ 1o As prestações de contas dos candidatos às eleições majoritárias serão feitas pelo


próprio candidato, devendo ser acompanhadas dos extratos das contas bancárias
referentes à movimentação dos recursos financeiros usados na campanha e da relação dos
cheques recebidos, com a indicação dos respectivos números, valores e emitentes.

A alternativa C está correta pelo que prescreve o § 2º, do mesmo art. 28, da Lei das Eleições.

§ 2o As prestações de contas dos candidatos às eleições proporcionais serão feitas pelo


próprio candidato.

A alternativa D acompanha o que dispõe o art. 30, § 2º, da Lei das Eleições.

§ 2º Erros formais e materiais corrigidos não autorizam a rejeição das contas e a cominação
de sanção a candidato ou partido.

A alternativa E está correta, tendo em vista o art. 30, § 5º, da Lei das Eleições.

§ 5º Da decisão que julgar as contas prestadas pelos candidatos caberá recurso ao órgão
superior da Justiça Eleitoral, no prazo de 3 (três) dias, a contar da publicação no Diário
Oficial.
46. (NC-UFPR/TJ-PR - 2012) A prestação de contas perante a Justiça Eleitoral é devida:
a) apenas pela coligação partidária formada em qualquer pleito eleitoral para os cargos que demandam
eleição proporcional.
b) apenas pelos candidatos que tiveram seus registros deferidos para o pleito eleitoral.

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c) pelas coligações partidárias, pelos partidos políticos e pelos candidatos, ainda que estes últimos não
tenham sido eleitos.
d) pelas coligações partidárias e pelos partidos políticos, quando ao menos um de seus candidatos tenha sido
eleito.

Comentários

Trata-se de uma questão bastante simples, que aborda as pessoas que devem prestar contas perante a
Justiça Eleitoral. Sabemos que tanto os partidos como as coligações, bem como os candidatos, devem
apresentar contas à Justiça Eleitoral, independentemente de terem sido eleitos ou não.

Logo, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

47. (FMP/MPE-AM - 2015) Em relação às condutas vedadas previstas no art. 73 da Lei nº 9.504/97, é
correto afirmar que
a) só respondem pela violação os candidatos que sejam agentes políticos.
b) o bem jurídico tutelado é o princípio da igualdade entre os candidatos.
c) tutelam a normalidade e legitimidade das eleições. Por isso é necessário prova de que a conduta
desequilibrou o pleito.
d) podem levar à cassação do registro, mas não do diploma do candidato beneficiado.
e) a legitimidade para propositura da representação, nas eleições municipais, é do Ministério Público
Eleitoral, dos candidatos, dos partidos políticos ou coligações e de qualquer eleitor da circunscrição eleitoral.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois as condutas vedadas se aplicam aos agentes administrativos.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. As condutas vedadas do art. 73, da Lei das Eleições,
têm por objetivo evitar que qualquer candidato tenha uma vantagem em relação ao outro, assim, o que se
busca conferir é a igualdade entre os candidatos na disputa eleitoral.

A alternativa C está incorreta. A mera prática das condutas expostas no art. 73 já presume o favorecimento
de candidato. Dessa forma, é incorreto dizer que se exige a prova do desequilíbrio nas eleições.

A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 73, §5º, o candidato beneficiado, agente público ou
não, ficará sujeito à cassação do registro ou do diploma.

§ 5o Nos casos de descumprimento do disposto nos incisos do caput e no § 10, sem


prejuízo do disposto no § 4o, o candidato beneficiado, agente público ou não, ficará sujeito
à cassação do registro ou do diploma.

A alternativa E está incorreta. O eleitor não tem legitimidade para propor a representação. Vejamos o art.
22, da LC nº 64/90.

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Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou Ministério Público Eleitoral
poderá representar à Justiça Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional,
relatando fatos e indicando provas, indícios e circunstâncias e pedir abertura de
investigação judicial para apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do
poder de autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social,
em benefício de candidato ou de partido político, obedecido o seguinte rito:
48. (IADES/TRE-PA - 2014) Considere as condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas
eleitorais, Lei nº 9.504/1997, assinale a alternativa correta.
a) É proibida aos agentes públicos, apenas servidores, a seguinte conduta: ceder em benefício do candidato
bens móveis ou imóveis.
b) É vedada a contratação de shows artísticos pagos com recursos públicos, nos seis meses que antecedem
as eleições, na realização de inaugurações.
c) É proibido aos candidatos a cargos do Poder Executivo participar, nos seis meses que precedem o pleito,
de inaugurações de obras públicas.
d) É proibido aos agentes públicos nomear, contratar ou demitir, na circunscrição do pleito, nos seis meses
que o antecederem e até a posse dos eleitos.
e) É proibido aos agentes públicos fazer ou permitir uso promocional em favor do candidato, partido político
ou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo
Poder Público.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 73, I, da Lei das Eleições, é proibido aos agentes públicos,
servidores ou não, ceder, em benefício do candidato, bens móveis ou imóveis.

A alternativa B está incorreta. Conforme art. 75, da LE, nos três meses que antecederem as eleições, na
realização de inaugurações é vedada a contratação de shows artísticos pagos com recursos públicos.

A alternativa C está incorreta. Com base no art. 77, é proibido, a qualquer candidato, comparecer, nos 3
(três) meses que precedem o pleito, a inaugurações de obras públicas.

A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 73, V, é proibido aos agentes públicos nomear, contratar ou
de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios
dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor
público, na circunscrição do pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de
nulidade de pleno direito.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, pois se refere ao art. 73, IV.

Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas
tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:

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IV - fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido político ou coligação,


de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados
pelo Poder Público;
49. (FUNDEP/TJ-MG - 2014) Sobre a propaganda política e suas modalidades, julgue o item que se
segue.
A divulgação fraudulenta de pesquisa não é crime eleitoral, caracterizando, apenas, infração administrativa.

Comentários

A assertiva está incorreta, pois a divulgação fraudulenta de pesquisa é crime eleitoral com base no art. 33, §
4º.

§ 4º A divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime, punível com detenção de seis


meses a um ano e multa no valor de cinquenta mil a cem mil UFIR.
50. (IESES/TRE-MA - 2015) O instituto Previsões Certeiras, por pedido do Partido Nacional, realizada
uma pesquisa eleitoral para medir as intenções de voto do eleitorado na eleição para Presidente da
República, sendo o que o partido Nacional, ao registrar a pesquisa, não declarou o montante pago ao
instituto pela pesquisa e nem a origem dos recursos. Neste caso é correto afirmar que:
a) A pesquisa não poderá ser divulgada, pois é requisito fundamental, fixado na legislação a declaração do
valor pago a empresa que realizada a sondagem junto ao eleitorado.
b) A divulgação de pesquisa sem a informação da origem dos recursos e do valor pago a empresa sujeita os
responsáveis a multa no valor fixado pela lei das eleições.
c) A divulgação da pesquisa, sem declaração do valor pago, sujeita o partido político a sofrer a sanção de que
seus candidatos venham a ser declarados inelegíveis por desrespeito a lei eleitoral.
d) A divulgação de pesquisa eleitoral sem declaração do valor pago constitui crime, punível com detenção de
seis meses a um ano e multa no valor fixado pela lei eleitoral.

Comentários

A disciplina das pesquisas e teste pré-eleitorais consta dos arts. 33 a 35, da LE. O primeiro desses dispositivos
estabelece uma série de informações que deverão ser disponibilizadas pela empresa à Justiça Eleitoral com
antecedência de cinco dias.

Vejamos:

Art. 33. As entidades e empresas que realizarem pesquisas de opinião pública relativas às
eleições ou aos candidatos, para conhecimento público, são obrigadas, para cada pesquisa,
a registrar, junto à Justiça Eleitoral, até cinco dias antes da divulgação, as seguintes
informações:
I – quem contratou a pesquisa;
II – valor e origem dos recursos despendidos no trabalho;

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III – metodologia e período de realização da pesquisa;


IV - plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução, nível econômico
e área física de realização do trabalho a ser executado, intervalo de confiança e margem de
erro;
V – sistema interno de controle e verificação, conferência e fiscalização da coleta de dados
e do trabalho de campo;
VI – questionário completo aplicado ou a ser aplicado;
VII - nome de quem pagou pela realização do trabalho e cópia da respectiva nota fiscal.

Na hipótese da questão, o Instituto Previsões Certas não declarou o montante e a origem dos recursos pelo
Partido Nacional. Estabelece o §3º, da LE, que o descumprimento das regras acima sujeita os responsáveis à
penalidade de multa.

§ 3º A divulgação de pesquisa sem o prévio registro das informações de que trata este
artigo sujeita os responsáveis a multa no valor de cinquenta mil a cem mil UFIR.

Logo, a alternativa B é a correta e gabarito da questão.

51. (MPE-PR/MPE-PR - 2019) Nos termos da Lei n. 9.504/97, assinale a alternativa incorreta:
a) A partir da escolha de candidatos em convenção, é assegurado o direito de resposta a candidato, partido
ou coligação atingidos, ainda que de forma indireta, por conceito, imagem ou afirmação caluniosa,
difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica, difundidos por qualquer veículo de comunicação social.
b) O ressarcimento das despesas com o uso de transporte oficial pelo Presidente da República e sua comitiva
em campanha eleitoral será de responsabilidade do partido político ou coligação a que esteja vinculado.
c) É proibido a qualquer candidato comparecer, nos 3 (três) meses que precedem o pleito, a inaugurações
de obras públicas, sujeitando ao infrator à cassação do registro ou do diploma.
d) As entidades e empresas que realizarem pesquisas de opinião pública relativas às eleições ou aos
candidatos, para conhecimento público, são obrigadas, para cada pesquisa, a registrar, junto à Justiça
Eleitoral, até dois dias antes da divulgação, informações tais como quem contratou a pesquisa e sobre o valor
e origem dos recursos despendidos no trabalho.
e) Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 (quinze) dias
da diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de investigação judicial para apurar
condutas em desacordo com as normas desta Lei, relativas à arrecadação e gastos de recursos.

Comentários

A pesquisa eleitoral, prevista na Lei nº 9.504/97, consiste na indagação feita aos eleitores em determinado
momento do processo eleitoral, para saber qual é a sua intenção de voto. Sobre o tema, o art. 33 da referida
lei traz várias exigências para a pesquisa eleitoral, dentre elas, preconiza o dispositivo que as entidades e
empresas que realizem pesquisa eleitoral são obrigadas, para cada pesquisa, a registrar, junto à Justiça
Eleitora, até 5 dias antes da divulgação informações como quem contratou a pesquisa, seu valor e origem
dos recursos despendidos no trabalho.

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Portanto, a alternativa D está incorreta sendo o gabarito da questão, pois afirma que o prazo para registro
da pesquisa junto à Justiça Eleitoral é de 2 dias, quando, na verdade, é de 5 dias.

A alternativa A está correta. O direito de resposta no âmbito da propaganda eleitoral está previsto no art.
58 da Lei 9.504/97, possui natureza judicial e consiste num procedimento de defesa reconhecido a candidato.
Vejamos o art. 58:

Art. 58. A partir da escolha de candidatos em convenção, é assegurado o direito de resposta a


candidato, partido ou coligação atingidos, ainda que de forma indireta, por conceito, imagem ou
afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica, difundidos por qualquer
veículo de comunicação social.

A alternativa B está certa, de acordo com o artigo 76 da Lei 9.504/97:

Art. 76. O ressarcimento das despesas com o uso de transporte oficial pelo Presidente da
República e sua comitiva em campanha eleitoral será de responsabilidade do partido político ou
coligação a que esteja vinculado.

A alternativa C está correta. É vedado, pela Lei 9.504/97, que nos 3 meses que precedem o pleito, o
candidato compareça a inaugurações de obras públicas, pois haveria nesta situação, o desvirtuamento dos
princípios da Administração Pública. Caso essa regra, prevista no art. 77 da referida lei, seja inobservada, o
infrator estará sujeito à cassação do registro ou do diploma.

A alternativa E está correta, tendo em vista a previsão do art. 30-A da Lei 9.504/97:

Art. 30-A. Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no prazo
de 15 (quinze) dias da diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de
investigação judicial para apurar condutas em desacordo com as normas desta Lei, relativas à
arrecadação e gastos de recursos.

Sobre o tema, importante fazer uma observação final: o TSE entende que o MP tem legitimidade ativa para
a referida representação (RO 1.596), mas, aos candidatos, o TSE não reconhece a mesma prerrogativa (RO
1.498).

LISTA DE QUESTÕES

CESPE

1. (CESPE/MPE-AP - 2021) A respeito da prestação de contas simplificada à justiça eleitoral, assinale


a opção correta.
A) Esse tipo de prestação de contas poderá ser adotado nas eleições para prefeito e vereadores em
municípios com até duzentos mil eleitores.

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B) Os candidatos são dispensados de apresentar os comprovantes de recursos utilizados que tenham sido
provenientes do fundo partidário.
C) Havendo irregularidades sanáveis detectadas pelo órgão técnico, o prestador de contas será intimado a
se manifestar no prazo de trinta dias, sendo vedada a juntada de novos documentos.
D) As contas poderão ser julgadas regulares, sem a realização de diligências, independentemente de parecer
favorável do Ministério Público Eleitoral (MPE).
E) Os candidatos não eleitos às prefeituras municipais com gastos de até vinte mil reais — valor que pode
ser atualizado monetariamente a cada eleição — poderão submeter-se ao exame simplificado.
2. (CESPE/ALE-CE - 2021) Na vigência da CF, diversas maneiras de superar a situação de sub-
representação das mulheres nas casas legislativas do Brasil foram debatidas e algumas instituídas. A
respeito dessas implementações, assinale a opção correspondente à única regra vigente.
A) Reserva de, pelo menos, 30% do total de vagas que o partido pode apresentar nas eleições, proporcionais
para cada sexo.
B) Reserva de, pelo menos, 30% dos lugares nos órgãos de direção partidária, em nível municipal, estadual e
nacional, para cada sexo.
C) Reserva de, pelo menos, 10% do tempo de propaganda partidária gratuita no rádio e na televisão para a
promoção da participação política das mulheres.
D) Exigência de percentual mínimo, para cada sexo, no total de candidaturas de cada partido para chefes do
Poder Executivo.
E) Distribuição dos recursos públicos usados no financiamento das campanhas eleitorais, para cada sexo, na
proporção do número de candidatos homens e mulheres, observado o percentual mínimo previsto em lei.
3. (CESPE/TJ-SC - 2019) A respeito da prestação de contas por partidos políticos e candidatos e da
arrecadação de dinheiro para fins eleitorais, julgue os seguintes itens.
I - As doações realizadas por pessoas físicas a partido político são limitadas a 10% dos rendimentos brutos
auferidos pelo doador no ano-calendário anterior à eleição.
II - As contas bancárias utilizadas para o registro da movimentação financeira de campanha eleitoral estão
submetidas ao sigilo, e seus extratos integram informações de natureza privada, não compondo a prestação
de contas à justiça eleitoral.
III - O candidato deverá emitir recibo eleitoral referente à cessão de automóvel de propriedade de seu
cônjuge que tenha sido destinado ao uso pessoal do candidato durante a campanha.
IV - Os partidos políticos devem destinar, no mínimo, 20% do montante do Fundo Especial de Financiamento
de Campanha para aplicação nas campanhas de suas candidatas.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas o item III está certo.
d) Apenas os itens II e IV estão certos.
e) Apenas os itens I, III e IV estão certos.

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4. (CESPE/PC-SE - 2018) Determinada instituição privada solicitou à justiça eleitoral o registro de


pesquisas de opinião pública a respeito das eleições e dos candidatos que delas participam para posterior
divulgação. Na ocasião, a instituição omitiu, no pedido de registro, o nome do contratante da pesquisa, o
valor pago pela pesquisa, a origem dos recursos necessários, a metodologia e o período de realização da
pesquisa.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos a ela pertinentes, julgue o item a seguir.
Os representantes legais da referida instituição privada não serão responsabilizados penalmente caso a
pesquisa de opinião pública sem o prévio registro não seja efetivamente divulgada.
5. (CESPE/PC-SE - 2018) Determinada instituição privada solicitou à justiça eleitoral o registro de
pesquisas de opinião pública a respeito das eleições e dos candidatos que delas participam para posterior
divulgação. Na ocasião, a instituição omitiu, no pedido de registro, o nome do contratante da pesquisa, o
valor pago pela pesquisa, a origem dos recursos necessários, a metodologia e o período de realização da
pesquisa.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos a ela pertinentes, julgue o item a seguir.
O registro concedido será extensivo a outras pesquisas semelhantes que a instituição privada queira realizar.
6. (CESPE/PC-SE - 2018) Determinada instituição privada solicitou à justiça eleitoral o registro de
pesquisas de opinião pública a respeito das eleições e dos candidatos que delas participam para posterior
divulgação. Na ocasião, a instituição omitiu, no pedido de registro, o nome do contratante da pesquisa, o
valor pago pela pesquisa, a origem dos recursos necessários, a metodologia e o período de realização da
pesquisa.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos a ela pertinentes, julgue o item a seguir.
As informações omitidas a respeito da pesquisa de opinião pública são necessárias para aceitação do registro
na justiça eleitoral.
7. (CESPE/TRE-PE - 2017) Assinale a opção correta acerca de prestação de contas dos gastos de
campanha.
a) Se, ao final da campanha, ocorrer sobra de recursos financeiros, esta deverá ser utilizada na criação e
manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e educação política.
b) O uso, na campanha, de recursos provenientes de conta outra que não aquela aberta com essa finalidade
específica implica as sanções de advertência ao candidato e multa.
c) A inobservância do prazo para a prestação de contas impede a diplomação dos eleitos, enquanto perdurar.
d) Os partidos políticos, as coligações e os candidatos são obrigados a criar um sítio eletrônico na rede
mundial de computadores, para declarar os recursos recebidos nas suas campanhas em até setenta e duas
horas do seu recebimento.
e) O critério que autoriza a utilização do sistema simplificado de prestação de contas é apenas a reduzida
movimentação financeira do candidato.
8. (CESPE/TRE-PE - 2017) Assinale a opção correta sobre as campanhas eleitorais.
a) A retirada de bandeiras e mesas para a distribuição do material de campanha entre vinte e duas horas e
seis horas é condição para seu uso na campanha eleitoral.

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b) O uso de alto-falantes e amplificadores de som nas campanhas eleitorais deve obedecer tão somente a
restrições de localização: não pode ocorrer nas proximidades de hospitais, casas de saúde, escolas e igrejas,
entre outros locais.
c) Servidores públicos e empregados da administração direta são proibidos de participar de campanhas
eleitorais.
d) Falar de possível candidatura em entrevista a programa de rádio ou televisão antes do dia quinze de agosto
de anos eleitorais caracteriza propaganda antecipada, mesmo que a fala não contenha pedido de votos.
e) A convocação de rede de radiodifusão por parte do presidente da República com o objetivo exclusivo de
divulgar as realizações da sua gestão, sem atacar partidos ou candidatos opositores, não configura
propaganda antecipada.
9. (CESPE/TRE-PE - 2017) Acerca de eleições e temas correlatos, assinale a opção correta.
a) É proibido aos agentes públicos nomear para cargos em comissão nos três meses que antecedem a eleição
até a data da posse dos eleitos.
b) O critério majoritário é utilizado para os cargos do Poder Executivo e o proporcional para os cargos do
Poder Legislativo.
c) O título eleitoral do menor que completará dezesseis anos de idade no dia do pleito eleitoral é eficaz desde
a data da expedição.
d) A produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, inclusive os destinados à propaganda gratuita, não
pode constar como gasto eleitoral na prestação de contas da campanha.
e) No período de campanha eleitoral, é vedada a realização de enquetes relacionadas ao processo eleitoral.
10. (CESPE/TRE-PE - 2017) Assinale a opção correta a respeito da prestação de contas de campanha
eleitoral e da prestação de contas partidárias.
a) Em eleição majoritária, a prestação de contas de candidato terá de ser feita pelo próprio candidato.
b) A prestação de contas de candidato participante de eleição proporcional deverá ser feita pelo comitê
financeiro do partido.
c) Caso esteja pendente processo judicial relativo às contas de candidato vitorioso, a documentação quanto
a elas só poderá ser destruída depois de cento e oitenta dias da diplomação.
d) Nas eleições para prefeito de municípios com menos de cinquenta mil eleitores, a prestação de contas
será feita por sistema simplificado, desde que os gastos sejam inferiores a vinte e cinco mil reais.
e) Eventual sobra de valores ao final de campanha eleitoral deve ser declarada na prestação de contas e,
após julgados todos os recursos, devolvida ao candidato.
11. (CESPE/TRE-PI - 2016) Com relação às doações e às prestações de contas em campanhas eleitorais,
assinale a opção correta.
a) Quaisquer erros encontrados na prestação de contas, mesmo os materiais ou formais posteriormente
corrigidos, podem resultar em sanção ao candidato e ao partido, bem como ensejar a reprovação das contas
pela justiça eleitoral.
b) A prestação de contas, no caso das eleições proporcionais, deve ser efetivada pelo próprio candidato.

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c) Em decorrência do direito constitucional ao sigilo bancário, não se pode exigir que candidatos às eleições
majoritárias apresentem extratos e cheques relativos à movimentação financeira dos gastos efetivados em
prol de sua campanha.
d) Dispensa-se a prestação de contas das cessões de bens móveis de cada cedente até o limite de R$ 40.000.
e) As pessoas naturais ou jurídicas podem fazer doações pecuniárias anônimas a partidos políticos até o valor
de R$ 25.000.
12. (CESPE/TRE-PI - 2016) Poderá ser considerada facultativa a apresentação à justiça eleitoral das
despesas de campanha relativas a
a) propaganda e publicidade direta ou indireta, por qualquer meio de divulgação, destinada a conquistar
votos.
b) montante percebido pelo candidato, em razão de sua atividade trabalhista, para fazer face às despesas
familiares.
c) aluguel de locais para comícios.
d) realização de pesquisas ou testes pré-eleitorais.
e) correspondência e despesas postais.
13. (CESPE/TRE-RS - 2015) Eleito deputado federal em 2014, e já preocupado em planejar sua
campanha à reeleição para as eleições de 2018, Jorge sondou os possíveis doadores de recursos para sua
campanha e elaborou seu planejamento. No entanto, em razão das alterações havidas na lei a respeito da
matéria, ele solicitou parecer sobre a legalidade das possíveis fontes de financiamento de sua futura
campanha.
Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção que relaciona apenas fontes de recursos de campanha em
conformidade com a legislação ora vigente.
a) entidades de utilidade pública e recursos próprios sem limitação.
b) entidades esportivas e pessoas físicas até o limite de R$ 20.000 por doador.
c) empresas até o limite de R$ 20.000 por doador e entidades beneficentes e religiosas.
d) pessoas físicas até o limite de 10% dos rendimentos brutos do doador no ano de 2017 e empresas até o
limite de 2% do faturamento bruto de 2017.
e) pessoas físicas até o limite de 10% dos rendimentos brutos do doador no ano de 2017 e recursos próprios
até o total de 10% (dez por cento) dos limites previstos para gastos de campanha no cargo em que concorrer.
14. (CESPE/TRE-RS - 2015) Ainda a respeito do processo brasileiro de eleição, assinale a opção correta.
Nesse sentido, considere que a sigla TSE, sempre que utilizada, se refere ao Tribunal Superior Eleitoral.
Os partidos políticos e os candidatos devem abrir conta bancária específica para demonstrar toda a
movimentação financeira dos procedimentos adotados durante a campanha, estando as entidades bancárias
obrigadas a acatar, em determinado prazo, pedido de abertura de conta, podendo fixar limite de depósito
inicial.
15. (CESPE/TRE-RS - 2015) Ainda a respeito do processo brasileiro de eleição, assinale a opção correta.
Nesse sentido, considere que a sigla TSE, sempre que utilizada, se refere ao Tribunal Superior Eleitoral.

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É condicionante aos candidatos, no tocante à percepção de recursos financeiros para fazer face às despesas
destinadas à sua campanha eleitoral, a inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica fornecida pela
justiça eleitoral.
16. (CESPE/TJ-CE - 2012) Julgue o item a seguir acerca da arrecadação, da aplicação de recursos e da
prestação de contas de campanha.
É vedado a candidato o recebimento de doação em dinheiro procedente de quaisquer cooperativas.
17. (CESPE/TJ-CE - 2012) Julgue o item a seguir acerca da arrecadação, da aplicação de recursos e da
prestação de contas de campanha.
Os limites de gastos de campanha, em cada eleição, são os definidos pelo partido político com base nos
parâmetros definidos em lei.
18. (CESPE/TJ-DFT - 2015) Assinale a opção correta no que concerne ao financiamento de campanhas
eleitorais.
a) Os gastos espontâneos realizados por eleitor em favor de candidato são equiparados a doações para fins
de limitação máxima.
b) A não abertura de conta específica para arrecadação de recursos financeiros para financiamento de
campanha eleitoral é fundamento insuficiente para a rejeição das contas do candidato.
c) Pessoa jurídica não pode doar para campanhas eleitorais, exceto o partido político para os candidatos que
integram a sua coligação.
d) É admissível a doação a candidato por empresa privada controlada por concessionária de serviço público.
e) Os candidatos podem financiar suas próprias campanhas com recursos próprios, sem restrições de valor.
19. (CESPE/TJ-CE - 2012) Julgue o item a seguir acerca da arrecadação, da aplicação de recursos e da
prestação de contas de campanha.
As prestações de contas dos candidatos às eleições majoritárias são feitas pelo partido político ou pelo
próprio candidato.
20. (CESPE/TRE-GO - 2015) Julgue o item a seguir, a respeito da propaganda eleitoral e das condutas
vedadas aos agentes públicos.
No período compreendido entre os três meses que antecedem o pleito e a posse dos eleitos, é vedado aos
agentes públicos nomear ou exonerar de ofício servidor público na circunscrição do pleito, mesmo que ele
seja ocupante de cargo em comissão.
21. (CESPE/MPE-AC - 2014) Assinale a opção correta com base no que dispõe a legislação eleitoral
acerca das condutas dos agentes públicos durante a campanha.
a) É permitido o uso, pelo candidato a reeleição de prefeito da residência oficial para a realização de contatos,
encontros e reuniões pertinentes à própria campanha, desde que tenham caráter de ato público.
b) É proibido ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis
pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos estados, do DF e dos municípios para a
realização de convenção partidária
c) É proibida a cessão de servidor público licenciado da administração direta ou indireta federal, estadual ou
municipal do Poder Executivo a comitês de campanha eleitoral de candidato, partido político ou coligação.

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d) São permitidas, até três meses antes do pleito, a nomeação ou exoneração de cargos em comissão, a
nomeação para cargos do Poder Judiciário, do MP e dos órgãos da Presidência da República e a nomeação
dos aprovados em concursos públicos homologados.
e) É proibido fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral gratuito, nos
três meses antes do pleito, salvo quando, a critério da Presidência da República, tratar-se de matéria urgente,
relevante e característica das funções de governo.
22. (CESPE/TRE-MS - 2013) Tendo em vista o regramento da Lei das Eleições atinentes ao sistema
eletrônico de votação e totalização de votos julgue o item seguinte:
A urna eletrônica mostra, em seu painel, a expressão designadora do cargo disputado no masculino ou
feminino, conforme o caso.
23. (CESPE/TRE-MS - 2013) Tendo em vista o regramento da Lei das Eleições atinentes ao sistema
eletrônico de votação e totalização de votos julgue o item seguinte:
A urna eletrônica exibe, nas eleições municipais, primeiramente os painéis referentes à eleição de prefeito e
vice-prefeito e, em seguida, o painel para a votação de vereador.
24. (CESPE/TRE-MS - 2013) Tendo em vista o regramento da Lei das Eleições atinentes ao sistema
eletrônico de votação e totalização de votos julgue o item seguinte:
O juiz eleitoral pode votar em qualquer urna eletrônica da seção da zona eleitoral sob sua jurisdição, mesmo
sem ter seu nome incluído na listagem de eleitores da seção.
25. (CESPE/TRE-MS - 2013) Tendo em vista o regramento da Lei das Eleições atinentes ao sistema
eletrônico de votação e totalização de votos julgue o item seguinte:
Na votação para as eleições proporcionais, os votos em que seja impossível a identificação do candidato são
computados para a legenda partidária, desde que o número identificador do partido seja digitado de forma
correta.
26. (CESPE/TRE-MS - 2013) Tendo em vista o regramento da Lei das Eleições atinentes ao sistema
eletrônico de votação e totalização de votos julgue o item seguinte:
Após a implementação do voto por meio de urnas eletrônicas, proibiu-se o uso de cédulas de papel no
processo eleitoral.
27. (CESPE/TRE-MG - 2009) Acerca do sistema eletrônico de votação e totalização dos votos, julgue o
item abaixo.
Assim como ocorria na votação por cédulas, nas seções em que é adotada a urna eletrônica, os eleitores
cujos nomes não constarem das respectivas folhas de votação poderão votar, mas seus votos serão colhidos
em separado.
28. (CESPE/TRE-BA - 2017) Nos termos do art. 41-A da Lei nº 9.504/1997, e conforma a jurisprudência
do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), configura-se a captação ilícita de sufrágio
a) se houver evidência do dolo consubstanciado no objetivo de obter o voto do eleitoral.
b) somente se houver atos de violência ou grave ameaça ao eleitor.
c) somente se a conduta for praticada pelo próprio candidato.
d) ainda que não haja pedido explícito de voto.

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e) ainda que a conduta tenha sido praticada fora do período eleitoral.

Outras Bancas

29. (NEMESIS/Câmara de Conchal - SP - 2020) Segundo a legislação eleitoral vigente, o percentual que
um candidato poderá usar de recursos próprios em sua campanha é de:
a)30% do limite previsto para gastos de campanha no cargo em que concorrer.
b)20% do limite previsto para gastos de campanha no cargo em que concorrer.
c)10% do limite previsto para gastos de campanha no cargo em que concorrer.
d)50% do total das doações de pessoas físicas e jurídicas que arrecadar.
e)20% do total das doações de pessoas físicas e jurídicas que arrecadar.
30. (IBFC/TRE-PA - 2020) Com relação à prestação de contas de campanhas eleitorais, considere a Lei
nº 9.504/1997 e suas alterações, e analise as afirmativas abaixo:
I. Os valores transferidos pelos partidos políticos oriundos de doações serão registrados na prestação de
contas dos candidatos como transferência dos partidos e, na prestação de contas anual dos partidos, como
transferência aos candidatos.
II. Ficam dispensadas de comprovação na prestação de contas a cessão de automóvel de propriedade do
candidato, do cônjuge e de seus parentes até o quarto grau para seu uso pessoal durante a campanha.
III. Até doze meses após a diplomação, os candidatos ou partidos conservarão a documentação concernente
a suas contas. Estando pendente de julgamento qualquer processo judicial relativo às contas, a
documentação a elas concernente deverá ser conservada até o término do mandato eletivo.
IV. Os gastos com passagens aéreas efetuados nas campanhas eleitorais serão comprovados mediante a
apresentação de fatura ou duplicata emitida por agência de viagem, quando for o caso, desde que
informados os beneficiários, as datas e os itinerários, vedada a exigência de apresentação de qualquer outro
documento para esse fim.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
b) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas.
c) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas.
d) Apenas a afirmativa I está correta.
31. (IBFC/TRE-PA - 2020) Sobre a arrecadação e a aplicação de recursos nas campanhas eleitorais,
considere a Lei nº 9.504/1997 e suas alterações, e assinale a alternativa incorreta.
a) As despesas com consultoria, assessoria e pagamento de honorários realizadas em decorrência da
prestação de serviços advocatícios e de contabilidade no curso das campanhas eleitorais serão consideradas
gastos eleitorais, mas serão excluídas do limite de gastos de campanha.
b) A sanção de suspensão do repasse de novas quotas do Fundo Partidário, por desaprovação total ou parcial
da prestação de contas do candidato, deverá ser aplicada de forma proporcional e razoável, pelo período de

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3 (três) a 12 (doze) meses, vedado o desconto do valor a ser repassado na importância apontada como
irregular.
c) O candidato poderá usar recursos próprios em sua campanha até o total de 10% (dez por cento) dos limites
previstos para gastos de campanha no cargo em que concorrer. A doação de quantia acima dos limites
fixados sujeita o infrator ao pagamento de multa no valor de até 100% (cem por cento) da quantia em
excesso.
d) O pagamento efetuado por pessoas físicas, candidatos ou partidos em decorrência de honorários de
serviços advocatícios e de contabilidade, relacionados à prestação de serviços em campanhas eleitorais e em
favor destas, bem como em processo judicial decorrente de defesa de interesses de candidato ou partido
político, não constitui doação de bens e serviços estimáveis em dinheiro.
32. (FUNDATEC/ALERS - 2018) Quanto à prestação de contas prevista na Lei nº 9.504/1997, a Justiça
Eleitoral verificará a regularidade das contas de campanha, decidindo:
I. Pela aprovação, quando estiverem regulares.
II. Pela desaprovação, mesmo quando verificadas falhas que não lhes comprometam a regularidade,
devendo ser ajustada conforme decisão.
III. Pela não prestação, quando não apresentadas as contas após a notificação emitida pela Justiça Eleitoral,
na qual constará a obrigação expressa de prestar as suas contas, no prazo de setenta e duas horas.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
33. (MPE-RS - 2017) Quanto ao controle de arrecadação, aplicação de recursos e prestação de contas
na campanha eleitoral, assinale a alternativa INCORRETA.
a) É obrigatória, para o partido e para os candidatos, a abertura de conta bancária específica para a campanha
eleitoral, mesmo nos casos em que não houver movimentação financeira, salvo na hipótese de candidatura
para prefeito e vereador em Municípios onde não haja agência bancária ou posto de atendimento bancário.
b) É vedado, a partido e candidato, receber direta ou indiretamente doação em dinheiro ou estimável em
dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, procedente de organizações da sociedade
civil de interesse público.
c) É vedado ao partido político assumir eventuais débitos de campanha de candidato, não quitados até a
data de apresentação da prestação de contas.
d) São dispensadas de comprovação na prestação de contas as doações estimáveis em dinheiro entre
candidatos ou partidos, decorrentes do uso comum tanto de sedes quanto de materiais de propaganda
eleitoral, cujo gasto deverá ser registrado na prestação de contas do responsável pelo pagamento da
despesa.

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e) São considerados gastos eleitorais, sujeitos a registro e aos limites fixados na Lei n. 9.504/97, a realização
de pesquisas ou testes pré-eleitorais.
34. (MPE-PR - 2016) Sobre a arrecadação e aplicação de recursos nas campanhas eleitorais e prestação
de contas, assinale a única assertiva correta, de acordo com a Lei n. 9.504/1997:
a) A lei admite, em caráter excepcional, a utilização de recursos financeiros não provenientes da conta
bancária especificamente aberta para a campanha, desde que seja para a remuneração de pessoal que preste
serviço às candidaturas ou aos comitês eleitorais;
b) Na hipótese de doações realizadas por meio da internet, a lei presume a solidariedade dos candidatos,
partidos e coligações, na hipótese de fraudes ou erros cometidos pelo doador, o que pode ensejar a rejeição
das contas eleitorais;
c) montagem e operação de carros de som, de propaganda e assemelhados, não se sujeitam aos limites de
gastos eleitorais fixados em lei;
d) As prestações de contas dos candidatos às eleições proporcionais serão feitas pela respectiva coligação a
que pertencerem, devendo ser acompanhadas de extratos das contas bancárias referentes à movimentação
de recursos financeiros usados na campanha e da relação de cheques recebidos, com a indicação dos
respectivos números, valores e emitentes;
e) Eventuais débitos de campanha não quitados até a data de apresentação da prestação de contas poderão
ser assumidos pelo partido político, por decisão de seu órgão nacional de direção partidária. Nessa hipótese,
o órgão partidário da respectiva circunscrição eleitoral passará a responder por todas as dívidas
solidariamente com o candidato e a existência do débito não poderá ser considerada como causa para a
rejeição da prestação de contas.
35. (MPE-PR - 2016) No que se refere às condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas
eleitorais, assinale a alternativa incorreta:
a) No decorrer da campanha eleitoral, é possível o uso de transporte oficial pelo presidente da República que
disputa a reeleição, sendo de responsabilidade do partido ou coligação a que esteja vinculado o
ressarcimento das despesas com o uso desse transporte;
b) Nos três meses que antecedem o pleito, é proibida toda e qualquer forma de publicidade institucional de
atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais estaduais ou municipais, ou das
respectivas entidades da administração indireta;
c) Nos três meses que antecedem as eleições, até a posse dos eleitos, é proibido nomear, contratar ou de
qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outro meio
dificultar ou impedir o exercício funcional, e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor
público na circunscrição do pleito, sob pena de nulidade de pleno direito;
d) Nos três meses que antecedem o pleito, até a posse dos eleitos, é possível a nomeação ou exoneração de
cargos em comissão e designação ou dispensa de funções de confiança;
e) Nos três meses que antecedem o pleito é proibido realizar transferência voluntária de recursos da União
aos Estados e Municípios, e dos Estados aos Municípios, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados
os recursos destinados a cumprir obrigação formal preexistente para execução de obra ou serviço em
andamento e com cronograma prefixado, e os destinados a atender situações de emergência e de
calamidade pública.

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36. (Instituto Legatus/Câmara Municipal de Bertolínia-PI - 2016) A Lei nº 13.165/2015, conhecida como
Reforma Eleitoral 2015, promoveu importantes alterações nas regras das eleições deste ano, dentre elas
podemos assinalar, exceto:
a) As campanhas serão financiadas exclusivamente por doações de pessoas físicas.
b) O cidadão precisava estar filiado a um partido político um ano antes do pleito para disputar a eleição.
c) As convenções partidárias para escolha de candidatos devem acontecer de 20 de julho a 5 de agosto.
d) Redução do tempo da campanha eleitoral de 90 para 45 dias.
e) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
37. (MPE-SC - 2016) Para o exame acerca da regularidade das contas de campanha a Justiça Eleitoral
poderá requisitar o auxílio de técnicos do Tribunal de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal ou
dos Municípios. O Ministério Público Eleitoral, todavia, não está vinculado às conclusões dos referidos
técnicos, possuindo amplo e irrestrito poder de se posicionar de maneira diversa.
38. (MPE-RS - 2016) Assinale com V (verdadeiro) ou com F (falso) as seguintes afirmações, relativas à
representação do art. 41-A da Lei nº 9.504/97 (captação de sufrágio).
( ) A representação do art. 41-A da Lei nº 9.504/97 somente abrange atos praticados no período entre o
registro da candidatura e o dia da eleição.
( ) Para a caracterização da conduta ilícita de captação de sufrágio, é necessário o pedido explícito de votos.
( ) O recurso contra decisões proferidas com base no art. 41-A da Lei nº 9.504/97 deverá ser apresentado no
prazo de vinte e quatro horas da publicação da decisão em cartório ou sessão, assegurado ao recorrido o
oferecimento de contrarrazões, em igual prazo, a contar da sua notificação.
( ) A representação do art. 41-A da Lei nº 9.504/97 só pode ser ajuizada até a data da diplomação.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V – F – F – V.
b) V – V – F – F.
c) F – F – V – V.
d) F – V – F – V.
e) V – F – V – F.
39. (FAURGS/TJ-RS - 2016 - Adaptada) Tendo em vista as condutas vedadas do artigo 73 da Lei nº
9.504/1997, assinale a alternativa correta.
a) No ano em que se realizar eleição, é proibido aos agentes públicos das esferas administrativas cujos cargos
estejam em disputa na eleição fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral
gratuito.
b) No primeiro semestre do ano de eleição, é proibido remover, transferir ou exonerar servidor público, na
circunscrição do pleito.
c) No ano em que se realizar eleição, é proibida toda e qualquer distribuição gratuita de bens, valores ou
benefícios por parte da Administração Pública.

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d) No primeiro semestre do ano de eleição, é proibido realizar transferência voluntária de recursos da União
aos Estados e Municípios, e dos Estados aos Municípios.
e) empenhar, no primeiro semestre do ano de eleição, despesas com publicidade dos órgãos públicos
federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, que excedam a 6
(seis) vezes a média mensal dos valores empenhados e não cancelados nos 3 (três) últimos anos que
antecedem o pleito.
40. (IESES/TRE-MA - 2015) Sobre o Sistema Eletrônico de Votação e Totalização dos votos, assinale a
alternativa INCORRETA:
a) A urna eletrônica contabilizará cada voto, assegurando-lhe o sigilo e inviolabilidade, garantida aos partidos
políticos, coligações e candidatos ampla fiscalização.
b) A urna eletrônica disporá de recursos que, mediante assinatura digital, permitam o registro digital de cada
voto e a identificação da urna em que foi registrado, resguardado o anonimato do eleitor.
c) Na votação para as eleições proporcionais, serão computados para a legenda partidária os votos em que
seja possível a identificação do candidato, desde que o número identificador do partido seja digitado de
forma correta.
d) Ao final da eleição, a urna eletrônica procederá à assinatura digital do arquivo de votos, com aplicação do
registro de horário e do arquivo do boletim de urna, de maneira a impedir a substituição de votos e a
alteração dos registros dos termos de início e término da votação.
41. (IADES/TRE-PA - 2014) Considerando a arrecadação e a aplicação de recursos nas campanhas
eleitorais, assinale a alternativa correta.
a) As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a responsabilidade dos partidos, candidatos ou
entidades estrangeiras.
b) As despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço da candidatura não são
consideradas gasto eleitoral.
c) O aluguel de bens particulares para veiculação por qualquer meio de propaganda eleitoral não configura
despesa eleitoral sujeita a limite.
d) É vedado a partido político e a candidato receber direta ou indiretamente doação em dinheiro procedente
de entidades beneficentes e religiosas.
e) Não é obrigatório para o partido e para os candidatos abrir conta bancária específica com o objetivo de
registrar o movimento financeiro da campanha política.
42. (PONTUA/TRE-SC - 2011) No que diz respeito à arrecadação e à prestação de contas, assinale a
alternativa INCORRETA:
a) A responsabilidade pelas despesas de campanha é autônoma em relação a candidatos e partidos.
b) Nos documentos integrantes da prestação de contas, são obrigatórias as assinaturas do candidato e do
seu administrador financeiro, caso exista.
c) Quanto à veracidade das informações financeiras e contábeis da campanha, a responsabilidade é
autônoma entre o candidato e o seu administrador financeiro.
d) É obrigatória a abertura de conta específica para registrar o movimento financeira da campanha.

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43. (IESES/TRE-MA - 2015) Em relação a arrecadação e aplicação de recursos para campanha assinale
a alternativa correta:
a) Os limites de gastos de campanha, em cada eleição, são os definidos pelo partido político respectivo com
base nos parâmetros definidos em lei.
b) O candidato a cargo eletivo poderá abrir conta bancária específica para registrar todo o movimento
financeiro da campanha ou utilizar sua conta pessoal, sendo que a escolha de qual conta será utilizada deve
ser previamente informada a justiça eleitoral.
c) O descumprimento dos limites de gastos fixados para cada campanha acarretará o pagamento de multa
em valor equivalente a 100% da quantia que ultrapassar o limite estabelecido, sem prejuízo da apuração da
ocorrência de abuso do poder econômico.
d) As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a responsabilidade dos partidos, de seus
candidatos ou particulares autorizados por instrumento de delegação, e financiadas de acordo com as
vedações da Lei de Inelegibilidades.
44. (AOCP/TRE-AC - 2015) A Lei n° 9.504/97 (e alterações posteriores), que regula a arrecadação e a
aplicação de recursos nas campanhas eleitorais, define que
a) o limite para gastos com aluguei de veículos automotores é de 20% (vinte por cento) do total gasto na
campanha.
b) Após o recebimento do pedido de registro da candidatura, a Justiça Eleitoral deverá fornecer em até cinco
dias úteis, o número de registro de CNPJ.
c) as doações e contribuições de pessoas físicas ficam limitadas em 5% (cinco por cento) dos rendimentos
brutos auferidos no ano anterior à eleição.
d) a realização de pesquisas pré-eleitorais não é considerada um gasto eleitoral.
e) é vedada a realização de gastos não reembolsados por eleitores.
45. (AOCP/TRE-AC - 2015) Em relação à prestação de contas de campanha, assinale a alternativa
INCORRETA.
a) Estão dispensados de prestar contas aqueles que tiveram o seu registro de candidatura indeferido ou que
tenham desistido da candidatura até o período de 45 dias anteriormente à data da eleição.
b) As prestações de contas dos candidatos às eleições majoritárias serão feitas pelo próprio candidato.
c) As prestações de contas dos candidatos às eleições proporcionais serão feitas pelo próprio candidato.
d) Erros formais e materiais corrigidos não autorizam a rejeição das contas e a cominação de sanção a
candidato ou partido.
e) Da decisão que julgar as contas de campanha, caberá recurso no prazo de 3 dias.
46. (NC-UFPR/TJ-PR - 2012) A prestação de contas perante a Justiça Eleitoral é devida:
a) apenas pela coligação partidária formada em qualquer pleito eleitoral para os cargos que demandam
eleição proporcional.
b) apenas pelos candidatos que tiveram seus registros deferidos para o pleito eleitoral.
c) pelas coligações partidárias, pelos partidos políticos e pelos candidatos, ainda que estes últimos não
tenham sido eleitos.

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d) pelas coligações partidárias e pelos partidos políticos, quando ao menos um de seus candidatos tenha sido
eleito.
47. (FMP/MPE-AM - 2015) Em relação às condutas vedadas previstas no art. 73 da Lei nº 9.504/97, é
correto afirmar que
a) só respondem pela violação os candidatos que sejam agentes políticos.
b) o bem jurídico tutelado é o princípio da igualdade entre os candidatos.
c) tutelam a normalidade e legitimidade das eleições. Por isso é necessário prova de que a conduta
desequilibrou o pleito.
d) podem levar à cassação do registro, mas não do diploma do candidato beneficiado.
e) a legitimidade para propositura da representação, nas eleições municipais, é do Ministério Público
Eleitoral, dos candidatos, dos partidos políticos ou coligações e de qualquer eleitor da circunscrição eleitoral.
48. (IADES/TRE-PA - 2014) Considere as condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas
eleitorais, Lei nº 9.504/1997, assinale a alternativa correta.
a) É proibida aos agentes públicos, apenas servidores, a seguinte conduta: ceder em benefício do candidato
bens móveis ou imóveis.
b) É vedada a contratação de shows artísticos pagos com recursos públicos, nos seis meses que antecedem
as eleições, na realização de inaugurações.
c) É proibido aos candidatos a cargos do Poder Executivo participar, nos seis meses que precedem o pleito,
de inaugurações de obras públicas.
d) É proibido aos agentes públicos nomear, contratar ou demitir, na circunscrição do pleito, nos seis meses
que o antecederem e até a posse dos eleitos.
e) É proibido aos agentes públicos fazer ou permitir uso promocional em favor do candidato, partido político
ou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo
Poder Público.
49. (FUNDEP/TJ-MG - 2014) Sobre a propaganda política e suas modalidades, julgue o item que se
segue.
A divulgação fraudulenta de pesquisa não é crime eleitoral, caracterizando, apenas, infração administrativa.
50. (IESES/TRE-MA - 2015) O instituto Previsões Certeiras, por pedido do Partido Nacional, realizada
uma pesquisa eleitoral para medir as intenções de voto do eleitorado na eleição para Presidente da
República, sendo o que o partido Nacional, ao registrar a pesquisa, não declarou o montante pago ao
instituto pela pesquisa e nem a origem dos recursos. Neste caso é correto afirmar que:
a) A pesquisa não poderá ser divulgada, pois é requisito fundamental, fixado na legislação a declaração do
valor pago a empresa que realizada a sondagem junto ao eleitorado.
b) A divulgação de pesquisa sem a informação da origem dos recursos e do valor pago a empresa sujeita os
responsáveis a multa no valor fixado pela lei das eleições.
c) A divulgação da pesquisa, sem declaração do valor pago, sujeita o partido político a sofrer a sanção de que
seus candidatos venham a ser declarados inelegíveis por desrespeito à lei eleitoral.

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d) A divulgação de pesquisa eleitoral sem declaração do valor pago constitui crime, punível com detenção de
seis meses a um ano e multa no valor fixado pela lei eleitoral.
51. (MPE-PR/MPE-PR - 2019) Nos termos da Lei n. 9.504/97, assinale a alternativa incorreta:
a) A partir da escolha de candidatos em convenção, é assegurado o direito de resposta a candidato, partido
ou coligação atingidos, ainda que de forma indireta, por conceito, imagem ou afirmação caluniosa,
difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica, difundidos por qualquer veículo de comunicação social.
b) O ressarcimento das despesas com o uso de transporte oficial pelo Presidente da República e sua comitiva
em campanha eleitoral será de responsabilidade do partido político ou coligação a que esteja vinculado.
c) É proibido a qualquer candidato comparecer, nos 3 (três) meses que precedem o pleito, a inaugurações
de obras públicas, sujeitando ao infrator à cassação do registro ou do diploma.
d) As entidades e empresas que realizarem pesquisas de opinião pública relativas às eleições ou aos
candidatos, para conhecimento público, são obrigadas, para cada pesquisa, a registrar, junto à Justiça
Eleitoral, até dois dias antes da divulgação, informações tais como quem contratou a pesquisa e sobre o valor
e origem dos recursos despendidos no trabalho.
e) Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 (quinze) dias
da diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de investigação judicial para apurar
condutas em desacordo com as normas desta Lei, relativas à arrecadação e gastos de recursos.

GABARITO
1. E 23. INCORRETA 45. A
2. E 24. INCORRETA 46. C
3. A 25. CORRETA 47. B
4. CORRETA 26. INCORRETA 48. E
5. INCORRETA 27. INCORRETA 49. INCORRETA
6. CORRETA 28. A 50. B
7. C 29. C 51. D
8. A 30. C
9. E 31. B
10. A 32. D
11. B 33. C
12. B 34. E
13. E 35. B
14. INCORRETA 36. A
15. CORRETA 37. CORRETA
16. CORRETA 38. A
17. INCORRETA 39. E
18. C 40. C
19. INCORRETA 41. D
20. INCORRETA 42. C
21. D 43. C
22. CORRETA 44. A

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