Saúde Renovada - Análise

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES


LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
ESTÁGIO SUPERVISIONADO 2
Prof. Luiz Rodrigo Augustemak de lima

Caio César da Silva Moura


Carlos Eduardo Candido de Lima

Pedro Lucas Santos de Oliveira

1.ANÁLISE DAS ABORDAGENS DA "SAÚDE RENOVADA"

Na década de 80 houve eventos importantes que determinaram um novo rumo


sobre as abordagens pedagógicas na área da educação física, um destes eventos foi o
movimento da Aptidão Física Relacionada à Saúde (AFRS), esta corrente filosófica
ganhou espaço em países como Grã-Bretanha, Canadá, Estados Unidos e Austrália.

Seguindo a linha de raciocínio relacionada a saúde, Nahas and Cobin (1982),


escreveram um artigo salientando sobre a importância de ter a saúde dentro do currículo
de maneira organizada e que destaque um modelo vertical ou desenvolvimentista, mas
estabelecendo um período com progressão. Os autores supracitados trazem uma visão
diferente sobre como a educação física poderia trabalhar o tema saúde dentro das aulas.

O primeiro destaque é sobre a educação física e sua importância na formação da


autonomia do ser. Segundo ponto e a forma a ser trabalhada a saúde dentro das aulas,
pois em um determinado momento ele fala em progressão e, com isso, o autor quer
dizer que o tema a ser trabalhado do momento em que se tem contato com a educação
física escolar, até o final do ensino médio. No terceiro e último ponto, o texto
supracitado traz uma ideia de que saúde seria o ato de sanar problemas fisiológicos e em
uma visão mais atualizada, sabemos que a saúde está além da fisiologia. O ser humano é
muito mais do que apenas fisiologia, logo a saúde não pode ter apenas esse caráter. Vale
salientar que na atualidade não se tem uma definição única e exclusiva sobre a definição
de saúde, mas sim várias veias ideológicas com várias definições de saúde.
Na Grã-Bretanha em finais da década de 80 foi constituído um grupo de trabalho
para definir em que nível a AFRS poderia contribuir na formulação das Diretrizes
Curriculares Nacionais, A recomendação final desse grupo de trabalho foi de que o
currículo nacional de educação física daquele país tivesse como meta a AFRS, ou seja,
que os alunos compreendessem os benefícios da prática regular do exercício físico e
conhecessem as formas pelas quais esses benefícios podiam ser alcançados e mantidos.
Pode-se dizer que no Brasil, as idéias da AFRS foram difundidas inicialmente por
Nahas (1989) e, mais tarde, por Guedes e Guedes (1993ª, 1993b, 1994).

Os educadores adeptos da corrente AFRS entendem que a Educação física não é


focada apenas na pratica de esportes coletivos (Basquete, Handebol, Futebol e Vôlei),
mas que os alunos devem buscar estilos de vida ativos e tenham autonomia para praticar
exercícios e para que isso seja gerado nos alunos é preciso que outros conteúdos sejam
desenvolvidos nas aulas.

Este movimento considera duas tendências básicas por meio das quais a aptidão
física se manifesta como referência principal para a questão da saúde na educação física.
A primeira delas – aptidão física relacionada às habilidades – tem como objetivo
viabilizar desempenhos de acordo com as necessidades da vida cotidiana, do mundo do
trabalho, dos desportos e das atividades recreativas. A segunda tendência – aptidão
física relacionada à saúde – está se preocupa mais em difundir qualidades que precisam
ser trabalhadas constantemente para se obter o nível ideal desejado, como
condicionamento aeróbico, força, resistência muscular, flexibilidade e composição
corporal ideal.

Vale salientar que a corrente da AFRS surgiu como reação às propostas do


paradigma da aptidão física (presente nas propostas esportivistas) na qual a avaliação do
processo de ensino-aprendizagem limitava-se à aplicação de testes para aferição de
qualidades físicas e desempenho em tarefas motoras.

Embora a proposta da AFRS tivesse um viés que buscava de alguma forma criar
hábitos saudáveis nos educandos, ainda assim esta parece notar a aptidão física como
fenômeno exclusivamente biológico – numa evidente medicalização do problema. O
biologicismo contribui para a limitação das propostas da AFRS à esfera individual e
está limitação da saúde à esfera individual contribui para o fenômeno da culpabilização
da vítima (escolar).
Nas óticas de Kirk e Colquhoun (1989) e Colquhoun (1991), a visão corporal e
individualista da saúde, conduzida pelo movimento da AFRS, reforça a ideologia
salutarista e a medicalização da educação física. O salutarismo inibe o entendimento
complexo das causas ou etiologia das doenças, desprezando determinantes sociais,
econômicos, ambientais e políticos.

Referências

FARINATTI, P. & FERREIRA, M. Saúde, promoção da saúde e educação física. Rio


de Janeiro: Ed. UERJ, 2006.

NAHAS, M. & CORBIN, C. Educaçäo para a aptidäo física e saúde: justificativa e


sugestöes para implementaçäo nos programas de educaçäo física. Revista Brasileira
de Ciência e Movimento, 1992.

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