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Fármacos e Fórmulas em Cuidados

Intensivos

Manual para Internos


Grupo de Formação da UUM

Dezembro de 2016
4ª Edição, Dezembro de 2016

Coordenação:
Grupo de formação da UUM: Ana Rita Francisco, Ana Santos, Armando
Graça, Luís Bento (Coordenador da UUM), Philip Fortuna

Agradecimento
Agradecemos à Maquet a possibilidade da publicação do Guia
do Interno da UUM.
ÍNDICE
CORPO CLÍNICO ....................................................................................................5
CONTROLO DE INFECÇÃO .....................................................................................6
ABORDAGEM DAS INTOXICAÇÕES MEDICAMENTOSAS .......................................7
SUPORTE AVANÇADO DE VIDA ...........................................................................10
Bradicárdias ...................................................................................................11
Taquicárdias ...................................................................................................12
PROTOCOLOS .....................................................................................................15
Protocolo de Hipotermia (HT)........................................................................15
Protocolo de Insulinoterapia no Controlo da Glicémia no Doente Crítico ....19
Protocolo para Suporte Nutricional em UCI de Adultos ................................22
Protocolo da Prevenção da Nefropatia Induzida por Contraste (NIC) ...........29
FÁRMACOS ÚTEIS EM UCI ..................................................................................31
Ácido épsilon aminocaproico .........................................................................31
Ácido tranexâmico .........................................................................................31
Acetilcisteína..................................................................................................32
Adenosina ......................................................................................................33
Adrenalina......................................................................................................33
Aminofilina.....................................................................................................34
Amiodarona ...................................................................................................35
Antibióticos ....................................................................................................35
Atropina .........................................................................................................38
Azul de Metileno ............................................................................................39
ß-bloqueantes ................................................................................................39
Barbitúricos....................................................................................................41
Bloqueadores dos Canais de Cálcio ...............................................................42
Cetamina ........................................................................................................43
Complexo protrombínico ...............................................................................44
Corticosteróides.............................................................................................45
Curarizantes ...................................................................................................46
Desmopressina ..............................................................................................49
Dexmedetomidina .........................................................................................49
Digoxina .........................................................................................................50
Dinitrato de isossorbido.................................................................................51
Dobutamina ...................................................................................................52
Dopamina ......................................................................................................52
Fenitoína ........................................................................................................53
Fentolamina ...................................................................................................54
Fibrinolíticos ..................................................................................................55
Flecainida .......................................................................................................57
Flumazenil ......................................................................................................58

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Furosemida ....................................................................................................58
Haloperidol ....................................................................................................59
Heparinas .......................................................................................................60
Hidralazina .....................................................................................................61
Inibidores da bomba de protões....................................................................62
Inibidores das Glicoproteínas IIB/IIIA ............................................................63
Iões ................................................................................................................64
Isoprenalina ...................................................................................................68
Levosimendan ................................................................................................69
Lidocaína ........................................................................................................69
Manitol ..........................................................................................................70
Midazolam .....................................................................................................70
Milrinona .......................................................................................................71
Naloxona ........................................................................................................72
Nimodipina ....................................................................................................72
Nitroglicerina .................................................................................................73
Nitroprussiato de sódio .................................................................................74
Noradrenalina ................................................................................................75
Pralidoxima ........................................................ Erro! Marcador não definido.
Octreótido......................................................................................................75
Opióides .........................................................................................................76
Propafenona ..................................................................................................79
Propofol .........................................................................................................81
Protamina, Sulfato de ....................................................................................82
Salbutamol .....................................................................................................83
Silibinina ........................................................................................................83
Somatostatina ................................................................................................83
Terlipressina ..................................................................................................84
Valproato de Sódio ........................................................................................85
Fórmulas e esquemas úteis ................................................................................86
Distinção exsudado-transudado ....................................................................86
Insuficiência renal aguda ...............................................................................86
Campos pulmonares ......................................................................................87
Agentes vasopressores e inotrópicos ............................................................88
Parâmetros hemodinâmicos ..........................................................................89
Algoritmo de decisão – PiCCO .......................................................................91
Tabela de Composição de Fluidos..................................................................92
Neurologia ..........................................................................................................93
Circulação cerebral ........................................................................................93
Dermátomos ..................................................................................................94
Neuroanatomia do cérebro e medula ...........................................................95
Análise do líquor ............................................................................................96

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Escalas ................................................................................................................97
SOFA ..............................................................................................................97
APACHE II e SAPS II e 3...................................................................................98
Avaliação de carga de trabalho de enfermagem ...........................................98
RIFLE ..............................................................................................................98
AKIN ...............................................................................................................99
Escala de Murray (ECMO) ..............................................................................99
Escala de MELD ..............................................................................................99
Critérios do King’s College ...........................................................................100
Escala de Child-Turcotte-Pugh .....................................................................100
Escala de NIHSS (National Institute of Health Stroke Scale) ........................101
Escala de Coma de Glasgow.........................................................................103
Escala de Rankin Modificada (recuperação pós-AVC) .................................103
Escala de Hunt & Hess (HSA não traumática) ..............................................103
Escala de Sedação de Ramsay......................................................................104
Escala RASS (Richmond Agitation Sedation Scale) .......................................104
Lista telefónica CHLC ........................................................................................105
Notas ................................................................................................................110
Notas ................................................................................................................111

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CORPO CLÍNICO
Luís Bento
Coordenador da UUM
Especialista em Medicina Interna e em Medicina Intensiva
E-mail: [email protected]

Especialista em Medicina Interna


Agostinho Monteiro
E-mail: [email protected]
Especialista em Medicina Interna e em Medicina Intensiva
Ana Martins
E-mail: [email protected]
Especialista em Medicina Interna e em Medicina Intensiva
Ana Rita Francisco
E-mail: [email protected]
Especialista em Pneumologia e em Medicina Intensiva
Ana Santos
E-mail: [email protected]
Especialista em Medicina Interna
André Borges
E-mail: [email protected]
Especialista em Medicina Interna
Andreia Gonçalves
E-mail: [email protected]
Especialista em Medicina Interna e em Medicina Intensiva
Armando Graça
E-mail: [email protected]
Especialista em Medicina Interna e em Medicina Intensiva
Filomena Lourenço
E-mail: [email protected]
Especialista em Medicina Interna e em Medicina Intensiva
Luís Reis
E-mail: [email protected]
Especialista em Medicina Interna
Maria João Oliveira
E-mail: [email protected]
Especialista em Medicina Interna e em Medicina Intensiva
Nuno Germano
E-mail: [email protected]
Especialista em Medicina Interna e em Medicina Intensiva
Philip Fortuna
E-mail: [email protected]
Especialista em Medicina Interna e em Medicina Intensiva
Raquel Cavaco
E-mail: [email protected]
Especialista em Cirurgia Geral e em Medicina Intensiva
Rosa Mendes
E-mail: [email protected]
Especialista em Medicina Interna
Sara Ventura
E-mail: [email protected]
Especialista em Medicina Interna e em Medicina Intensiva
Tânia Sequeira
E-mail: [email protected]

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 5


CONTROLO DE INFECÇÃO
Todos os profissionais de saúde que contactam com os doentes são responsáveis pelo
cumprimento das normas de controlo de infecção. Numa unidade de cuidados
intensivos, dada a vulnerabilidade dos doentes internados, há que ter maior atenção a
algumas destas normas e ser rigoroso na aplicação das mesmas. Lidamos aqui com
doentes cujas habituais barreiras de proteção inicial à transmissão de microrganismos
foram já invadidas pelos múltiplos dispositivos de monitorização e terapêutica.
Assim, como regras gerais ao controlo de infecção há que observar:
1. Os cinco momentos obrigatórios para a higienização das mãos. Quer seja com
solução alcoólica, quer através da lavagem.
a) O momento antes de observar o doente.
b) O momento antes de um procedimento asséptico (ex.: colheita de sangue).
c) O momento após contacto com fluidos corporais do doente.
d) O momento após contacto com o doente.
e) O momento em que se deixa a unidade do doente, ou seja, o seu ambiente (a
utilização de adornos como anéis, pulseiras e relógios é de evitar).
2. A utilização adequada dos equipamentos de proteção individual.
a) A máscara (com ou sem viseira): quando na observação podem haver contacto
com gotículas/aerossóis provenientes do doente infectado.
b) As luvas (não esterilizadas): sempre que haja contacto com pele não integra ou
mucosas, fluidos ou secreções.
c) A bata (não esterilizada): sempre que se preveja contato da nossa roupa/farda
com fluidos/aerossóis.
3. Observação das normas de assepsia na manipulação de material utilizado na via
percutânea (ex.: material para punção venosa ou arterial). Como tal, para qualquer
punção venosa ou arterial, o médico deve, além de uma cuidada higienização das
mãos, utilizar todo o equipamento disponível na Unidade, nomeadamente barrete,
máscara, bata esterilizada e luvas.
4. Desinfecção do estetoscópio após utilização com álcool.
5. Nunca será demais dizer que estes doentes são especiais, pelo que, a utilização de
avental e luvas é indispensável na sua observação e não dispensam nem são
dispensáveis pela higienização das mãos.
6. Devem ser observadas as normas de isolamento de contacto para todos os doentes
independentemente de haver confirmação microbiológica de infecção. Haverá, na
Unidade do doente, alertas caso sejam aplicáveis outras normas de isolamento.

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ABORDAGEM DAS INTOXICAÇÕES
MEDICAMENTOSAS
Lavagem gástrica
• Não deve ser utilizada por rotina
• Tempo entre hospital e ingestão < 1h
• Contra-Indicações: Via aérea não protegida, ingestão de caústico ou de
hidrocarboneto; em doentes com risco elevado de perfuração ou hemorragia
gástrica.
Carvão activado – 25 a 100g por administração
• Se: tempo de apresentação no hospital < 1 a 2h após ingestão, tóxico em volume
suficiente para causar dano, tóxico susceptível de ser removido por este método,
sem factores que tornem a descontaminação perigosa (nomeadamente alteração
do estado de consciência)
• Contra-Indicações: Obstrução intestinal ou alteração do peristaltismo e necessidade
de endoscopia
• Utilização do CA em dose múltipla: 50g em cada 4h – carbamazepina, fenobarbital,
teofilina
• Tóxicos não removidos por carvão activado: metais pesados (arsénico, ferro,
mercúrio, zinco), iões inorgânicos (lítio, potássio, cálcio, magnésio, sódio) e agentes
corrosivos, hidrocarbonetos e alcóois.
Diurese forçada e alcalinização da urina
• Elevação do pH urinário a 7,5-8,0 – salicilatos e fenobarbital, sulfonamidas,
metotrexato
• HCO3- 8,4% bólus de 1 a 2 mEq/kg seguido de perf. contínua (150mEq em 1000cc
dextrose a 5% em H2O) – 200cc/h com o objectivo de pH (u) > 7,50 e pH (s) < 7,60
• Contra-indicações: insuficiência renal, edema pulmonar e edema cerebral
• Complicações: alcalémia, hipocaliémia, hipocalcemia
Técnicas renais de substituição
• Hemodiálise: Partículas com baixo peso molecular (< 500 dalton), baixo volume de
distribuição (< 1L/kg), baixa ligação às proteínas, elevada solubilidade na H2O e
baixa clearance endógena. Metanol apenas se acidémia, salicilatos, isopropanolol,
teofilina, lítio, dabigatran e metformina
• Hemoperfusão: Método no qual existe circulação de sangue através de um circuito
extracorporal que contem um agente adsorvente como o carvão activado ou resina
de polistireno. Teofilina, Carbamazepina, Valproato de sódio e Paraquat
• Hemofiltração VVC: Aminoglicosídeos, vancomicina e procainamida

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Antídotos
β-bloqueantes – Glucagon 50mcg/kg dose de indução + perfusão 1-15mg/h em função da
resposta clínica
Inibidores dos canais de cálcio
• Cloreto de Cálcio 5 a 10mL EV cada 5-10minutos
• Gluconato de Cálcio 10 a 20mL EV cada 5-10minutos
Agonistas α-adrenérgicos (clonidina) e agentes colinérgicos
• Sulfato de atropina 0,5 a 2mg EV
Digoxina
• Anticorpos (Digifab®) – intoxicação aguda 10-20 vials e intoxicação crónica 5-6
vials (cada vial corresponde a 40mg de Fab e liga-se a 0,5mg de digoxina)
Benzodiazepinas
• Flumazenil – 0,2 a 3mg EV
Metrotrexato, pirimetamina e TMP
• Ácido fólico 5-15mg
Opiáceos
• Naloxona 0,8mg EV + 1,6mg EV ao fim de 15’ + 3,2mg EV ao fim de 15’
Intoxicações específicas
Anti-depressivos tricíclicos
• Avaliação ABCDE
• Descontaminação gastrointestinal indicada se não houver contra-indicação
específica.
• Fluidoterapia com soros isotónicos – bólus de 250 a 500mL
• Bicarbonato de sódio 8,4% – 1 a 2mEq/kg seguidos de perfusão (para pH entre
7,50 a 7,55)
• Se hipotensão refractária a fluidoterapia e bicarbonato de sódio:
o noradrenalina
o cloreto de sódio hipertónico (3%) – bólus e 100mL + 2 doses em
intervalos 10 minutos
• Se arritmia refractária:
o sulfato de magnésio – 1 a 2g em 15 minutos
o lidocaína – 1 a 1,5mg/kg seguida de perfusão 1 a 4mg/kg
• Benzodiazepinas - diazepam 5mg EV
• Fisiostigmina e flumazenil contra-indicados.

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 8


Salicilatos
• A descontaminação intestinal é recomendada.
• EOT cautelosa - só deve ser realizada na falência respiratória por hipoxemia ou
hipoventilação. A alcalémia respiratória “encurrala” os aniões de salicilato na
corrente sanguínea e impede a sua difusão para o SNC. Se necessário conectar a
ventilação mecânica, utilizar volume minuto elevado.
• Alcalinização sérica e urinária, independentemente da alcalémia respiratória (pH
< 7,60)
• Não utilizar acetazolamida.
• Suplemento de glucose, independentemente de valores séricos se alteração SNC
– 50g
• Hemodiálise
NOTA: Na intoxicação crónica os sinais típicos da intoxicação aguda podem estar
ausentes. O tratamento é semelhante com a ressalva de que se preconizam valores mais
baixos para o início de hemodiálise.
Paracetamol
Indicações
• concentração sérica de acetaminofeno às 4 ou mais horas acima da linha de
tratamento no normograma de Rumack.
• suspeita de ingesta única superior a 150mg/kg (ou 7,5g independentemente do
peso) em doente para o qual o doseamento não se consiga obter em menos de
8h após ingesta.
• doentes acerca dos quais se desconhece timing da ingesta e com níveis >
10mcg/mL (66µmol/L).
• doentes com história de ingesta e lesão hepática.
• doentes com apresentação tardia com história de ingesta e lesão hepática.
Protocolo de tratamento
• acetil-cisteína ver página 32
Perfusão 20h via EV, se tratamento iniciado nas primeiras 8h ou ALT SEM elevação.
Manter terapêutica até níveis < 10µg/mL; AST e ALT em decrescendo sem outros sinais
de disfunção hepática. Medição de níveis de acetaminofeno e ALT cada 12h.
Critérios de referenciação para transplante hepático - lactato > 3,5mmol/L antes ou >
3,0mmol/L após ressuscitação, acidémia com pH < 7,3 após fluidoterapia, creatinina >
3,2mg/dL e INR > 6,5 E encefalopatia grau III ou IV (ver critérios de gravidade do King’s
College na página 100)

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 9


SUPORTE AVANÇADO DE VIDA
Não responde?
Não respira ou com respiração agónica ocasional

Pedir ajuda

SBV 30:2
Conectar o desfibrilhador/monitor
Minimizar interrupções

Avaliar o ritmo

Desfibrilhável Não desfibrilhável


FV/TV sem pulso AEsP/Assistolia

Recuperação da
1 choque circulação
espontânea

Retomar de imediato MEDIDAS PÓS REANIMAÇÃO Retomar de imediato


SBV 2’ • Utilizar abordagem ABCDE SBV 2’
Minimizar • Ventilar e oxigenar Minimizar
interrupções • ECG de 12 derivações interrupções
• Tratar a causa
• Controlo da temperatura
• Hipotermia terapêutica

DURANTE A REANIMAÇÃO CAUSAS REVERSÍVEIS


Monitorizar frequência, profundidade e Hipóxia; Hipovolémia; Hipo-
descompressão da massagem cardíaca; Planificar /hipercaliémia/metabólica; Hipotermia;
as acções; Administrar O2; Via aérea avançada e Trombose; Tamponamento cardíaco;
capnografia; Compressões torácica ininterruptas Tóxicos; Pneumotórax hipertensivo
após via aérea avançada; Acesso vascular (IV, IO);
Administrar adrenalina cada 3-5 min; Corrigir as
causas reversíveis

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 10


Bradicárdias
Avaliar segundo a metodologia ABCDE
Resposta satisfatória?
Monitorizar ECG, pressão arterial, SpO2 – fazer ECG de 12 derivações
Identificar e corrigir causas reversíveis (como as alterações eletrolíticas)

Procurar sinais adversos


1. Choque
2. Síncope
Sim 3. Isquémia do miocárdio Não
4. Insuficiência cardíaca

Atropina
300 mcg EV

Satisfatório
Sim
Responde?

Não

Sim Risco de assistolia?


• Assistolia recente
Medidas provisórias: • Bloqueio AV Mobitz II
• Atropina 500 mcg EV, repetir • Bloqueio completo com QRS
até ao máximo de 3 mg largo
• Isoprenalina 5 mcg/min • Pausas ventriculares > 3s
• Adrenalina 2-10 mcg/min
• Fármacos alternativos Não
(aminofilina, dopa.,
glucagon)
• Pacing transcutâneo Observar

Colocar pacing
transvenoso

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Taquicárdias
Avaliar segundo a metodologia ABCDE
Resposta satisfatória?
Monitorizar ECG, pressão arterial, SpO2 – fazer ECG de 12 derivações
Identificar e corrigir causas reversíveis (como as alterações eletrolíticas)

Procurar sinais adversos


5. Choque
Instável 6. Síncope Estável
7. Isquémia do miocárdio
8. Insuficiência cardíaca

Cardioversão sincronizada O QRS é estreito


(até 3 tentativas) com (<0,12s)?
doente sedado
estreitos largos

Amiodarona 300 mg IV em 10-20 Ir para Ir para


min e repetir choque; algoritmo das algoritmo das
seguido de: taquicárdias taquicárdias de
Amiodarona 900 mg em 24 horas de complexos complexos
estreitos largos

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 12


Taquicárdias de complexos largos

QRS largo
Irregular Regular
O ritmo é irregular?

As possibilidades incluem: Se taquicárdia ventricular (ou


• FA com bloqueio de ramo: ritmo incerto)
tratar como as de complexos • Amiodarona 300 mg IV em
estreitos 20.60 min; seguida de 900
• FA com pré-excitação: mg em 24 h.
considerar amiodarona Se previamente confirmada TSV
• TV polimórfica (ex. Torsade de com bloqueio de ramo:
Pointes): administrar • Administrar adenosina
magnésio 2 g em 10 min como nas taquicárdias de
complexos estreitos

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 13


Taquicárdias de complexos estreitos

QRS estreito
Regular Irregular
O o ritmo é regular?

• Utilizar manobras vagais Taquicardia irregular de


• Adenosina 6 mg em bólus rápido; complexos estreitos
se ineficaz repetir com 12 mg; se Provável fibrilhação auricular
ineficaz repetir novamente com Controlar a frequência com:
12 mg. • Bloqueador beta ou diltiazem
• Monitorizar ECG em contínuo Considerar digoxina ou
amiodarona se existirem
manifestações de insuficiência
cardíaca
• Anticoagular se duração > 48 h

Flutter auricular possível


Retomou ritmo sinusal normal? Não Controlar a frequência
(ex. bloqueadores-beta)

Sim

Possível TSVP por reentrada


• Registar ECG de 12 derivações em ritmo
sinusal
• Se recidivar, administrar adenosina de novo
e considerar antiarrítmicos profiláticos

Adaptado de www.erc.edu, relativo às Normas de 2010

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PROTOCOLOS

Protocolo de Hipotermia (HT) – EM REVISÃO


Indicações
• Adultos vítimas de PCR
• Recuperação cárdio-circulatória mantida com TAS > 80 mmHg
• GCS < 9 até ao início do protocolo (inclui os doentes agitados)
Contraindicações absolutas
• Crioglobulinémia
• Hemorragia grave não controlada
• Temperatura central < 30° C
Contraindicações relativas
• Tempo de PCR não assistida medicamente > 10’
• Tempo de reanimação > 45’
• Tempo de hipotensão mantida, após recuperação da circulação espontânea, > 30’
(TAS < 80 ou TAM < 45 mmHg)
• Tempo desde a PCR > 8horas (em casos pontuais pode-se alargar este intervalo
até ás 12 horas)
• Coagulopatia primária (não hipocoagulação induzida)
• Doentes com necessidade de terapêutica com manitol
• Doentes em sépsis grave ou choque séptico
• Doença em estádio terminal
• PCR secundária a trauma (excepto traumatismo crânio-encefálico isolado),
hemorragia intracraniana, hemorragia massiva ou dissecção da aorta
• Cirurgia major intracraniana, torácica ou abdominal nos 14 dias precedentes
• Gravidez

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 15


Indução de Hipotermia

Exames complementares de diagnóstico a realizar:


1. Perfil de admissão UCI, com amílase e beta-HCG nas mulheres em idade fértil;
2. Gasometria Nota: todas as gasometrias devem ter os valores corrigidos para a
temperatura do paciente;
3. Exames microbiológicos: HC (2), ATB e UC;
4. Rx de tórax;
5. ECG;
6. Ecocardiograma TT. Na sua ausência e se ScvO22≤65%, monitorizar o doente
com cateter de PiCCO ou de Swan-Ganz;

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 16


7. Ponderar a monitorização hemodinâmica invasiva (PiCCO ou Swan-Ganz) em
todos os doentes com EAM;
8. Ponderar o risco/benefício de realizar TAC-CE.
Manutenção

Objetivo: manutenção da temperatura alvo durante 24 horas.


1. Não efetuar a higiene diária;
2. Suporte hemodinâmico necessário para PAM > 80 mmHg;
3. Suporte ventilatório necessário para normoventilação (com ajuste gasométrico
para a temperatura);
4. Suporte renal para diurese >1 mL/kg/h;
5. Nutrição entérica contínua, se tolerada, desde o início com um débito < 20
ml/h (não usar nutrição parentérica, não usar soros com dextrose);
6. Não iniciar insulina se glicemias inferiores a 200 mg/dL;
7. Controlo iónico (K+> 4 mEq/L e Mg2+>2.5 mEq/L);
8. Monitorização contínua de EEG;
9. Registo em Notas de Enfermagem de:
a. Hora de inicio da HT
b. Hora de atingimento da temperatura alvo
c. Hora de inicio do reaquecimento
d. Hora em que terminou o protocolo da HT

Exames complementares de diagnóstico a realizar:


1. Rx de tórax diário;
2. ECG 12/12 horas;
3. Gasometria 6/6 horas;
4. Ur, Cr e ionograma completo de 8/8 horas;
5. Hemograma, TP, aPTT, troponina 12/12 horas;
6. Perfil diário UCI, com amilase.

Interromper a hipotermia se:


• Hipotensão refractária;
• Arritmias refractárias;
• Hemorragia não controlável.

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 17


Reaquecimento

Objetivo: reaquecimento controlado até aos 36°C (máximo 0.3°C/hora,


duração mínima de 8 horas).
• O reaquecimento é feito somente com o cobertor superior, no caso do fato
térmico o reaquecimento progressivo está pré-programado;
• Monitorização horária da glicemia;
• Suspender a curarização quando temperatura > 36° C;
• Suspender a sedação quando temperatura > 36° C e Train Of Four (TOF) 4/4;
+
• Suspender a reposição de K seis horas antes do reaquecimento, excepto se
nível sérico inferior a 3 mEq/L;
2+
• Suspender a reposição de Mg quando temperatura > 36° C;
• Uso de antipiréticos para evitar temperaturas > 37° C;
• Manter a temperatura < 37° C durante as 72 h seguintes. Se possível, e
necessário, manter o cobertor superior.

Exames complementares de diagnóstico:


1. Rx de tórax diário;
2. ECG diário;
3. EEG;
4. Potenciais evocados somato-sensitivos e auditivos;
5. RM-CE;
6. Perfil diário UCI com troponina e amilase;
7. Exames microbiológicos: HC (2), UC e ATB no 2º dia de UUM;
8. Gasometria de 8/8 horas;
9. Ur, Cr e ionograma completo de 12/12 horas;
10. Enolase, pedir o seu doseamento entre as 48/72 horas pós-PCR.

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 18


Protocolo de Insulinoterapia no Controlo da Glicémia no
Doente Crítico
Objetivo
Estabilizar o valor das glicemias nos doentes internados na Unidade de Urgência Médica
nível III, para valores médios de 140-180 mg/dl.
Protocolo para Administração de Insulina Endovenosa

Avaliação da Glicemia
1. Nível de Glicemia Alvo = 140-180 mg/dl
2. Avaliação da glicemia de 2 em 2 horas até estabilidade por 4 horas;
3. Depois será realizado a cada 4 horas.
4. No doente crítico pode ser necessário avaliar a glicémia de hora a hora.

Critérios de inclusão
Doentes internados em nível III se reunidas três condições:
1. Glicemia superior a 180 mg/dl (em duas avaliações consecutivas);
2. Aporte calórico por soros, alimentação entérica e/ou parentérica contínua;
3. Após prescrição médica.
O controlo glicémico no protocolo de hipotermia terapêutica não é alterado por este
protocolo.

Orientações Gerais
1. Inicia-se o protocolo de insulina sempre no algoritmo A;
2. Perfusão Standard 50UI/50 ml de NaCl 0,9% (1 UI por ml), preferencialmente
em lúmen individualizado;
3. Os doentes que faziam previamente ADO deverão ser alvo de vigilância
especial até eliminação dos fármacos.
4. No doente que já se encontra com insulina em perfusão segundo o protocolo,
esta continua a ser suspensa apenas com glicémias inferiores a 140 mg/dl.

Pausa da Alimentação Entérica


1. Passar para o Algoritmo anterior uma hora antes da pausa da alimentação
entérica ou assim que possível;
2. Se o doente estiver no algoritmo A suspender a perfusão até a próxima
determinação da glicemia;
3. Deve suspender a perfusão se o doente estiver em valor alvo e em pausa
alimentar;
4. Deve suspender perfusão de insulina sempre que for efetuado transporte para
fora da UCI por tempo indeterminado

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 19


Algoritmo
Subir se glicemia acima do alvo e não desceu pelo menos 60mg/dl numa hora

Glicemia Algoritmo (Unidades/h)


(mg/dl) A B C D
<70 Corrigir hipoglicemia
70-140 0 0 0 0
141-180 0,5 1 2 3
181-209 1 1,5 3 5
210-239 1,5 2 4 7
240-269 2 3 5 9
270-299 2,5 4 6 12
300-329 3 5 8 16
330-359 3,5 6 10 20
>360 4 7 12 24

Baixar se glicemia diminuir 80mg/dl numa avaliação ou no somatório de 2


consecutivas

Tratamento da Hipoglicemia (< 70mg/dl )


Parar perfusão de insulina
Administrar uma ampola de Dextrose a 30% ou duas ampolas se
glicemia inferior a 40mg/dl
Nova avaliação após 15 minutos e administrar outra ampola se glicémia
inferior a 70mg/dl.
Depois de níveis de glicose> 180 mg/dl reiniciar algoritmo A.

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 20


Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 21
Protocolo para Suporte Nutricional em UCI de Adultos
Critérios para iniciar Suporte Nutricional (SN)
Todos os doentes de UCI em que não é espectável alimentação oral completa num
período de 3 dias devem iniciar Suporte Nutricional (SN) sob a forma de Nutrição
Entérica(NE).
São de risco nutricional todos os doentes internados em UCI, exceto para monitorização.
O SN deve ser iniciado o mais precoce possível, (até as 48hs) após estabilização
hemodinâmica e equilíbrio hidroeletrolítico.

Contraindicações ao inicio do SN (entérico ou parentérico):


1. Doente em fase de reanimação
2. Choque mantido com lactato sérico > 3 mmol/L e / ou pH<7.2
3. Utilização de aminas vasoactivas em crescendo
4. Choque “de novo” com critérios contemplado nas alíneas anteriores
Como programar o SN

Kcal:
20 a 25 Kcal /kg de PA/dia na fase inicial
25 a 30 Kcal /kg de PA/dia na fase de convalescença
Doente obeso com IMC> 30:
22-25 Kcal/kg PI/dia ou 11-14 Kcal/kg PA/dia

Glicose:
50 – 60% total Kcal
Dose mínima: 2 gr / Kg / dia (fase aguda)
Dose máxima: 5 gr / Kg / dia

Lípidos:
25 – 30% total Kcal
Dose: <1 gr/kg/dia

Proteínas:
1,2 – 2 gr /Kg /dia (mais elevadas no queimado e politraumatizado)
Como administrar:
1) No doente sob ventilação mecânica o SN deve ser administrado preferencialmente
por sonda orogástrica (SOG)
2) O médico deve prescrever em cada fase da doença a dose alvo das necessidades
energéticas;

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 22


3) O enfermeiro deverá iniciar o ritmo de perfusão a 21 ml/h progredindo 10 ml/h a
cada 4 hs, na tentativa de chegar ao volume prescrito, de acordo com a tolerância
(vide anexo 1)
4) Na situação em que for detectada intolerância em mais de 2 determinações
consecutivas, deve ser avisado o médico

Regras práticas:
1. Nos cálculos NE ter em conta a idade (> 65 anos baixar as Kcal), a gravidade e a
fase de doença (fase inicial menos Kcal ).
2. Deve ser feito um esforço para que> 80% das necessidades diárias calculadas
sejam administradas na primeira semana de internamento.
3. Na incapacidade de atingir os 80% das necessidades calculadas após 7 – 10 dias
de NE, deve ser considerada a suplementação com NP.
Fórmula:
1. Iniciar com dieta polimérica standard
2. Se jovem e/ou muito catabólico continuar com dieta polimérica hiperproteica
após atingida a dose alvo
3. Em doentes com sonda jejunal utilizar dieta semi-elementar
4. Se diarreia utilizar dieta polimérica standard com fibra solúvel
Realização de procedimentos
1. A NE deve ser suspensa durante o mínimo período de tempo, sendo contudo
aceitável a drenagem do conteúdo gástrico para realização de procedimentos
como TC, cirurgia, broncofibroscopia ou extubação.
2. Após o procedimento, deverá ser feita uma progressão rápida do débito de
infusão até ao valor prévio ao procedimento, excepto em situações que
previsivelmente possam comprometer a motilidade gástrica (procedimentos que
envolvam curarização ou cirurgia abdominal).
Complicações gastrointestinais do SNE

Pneumonia de aspiração:
Prevenção:
1. Cabeceira elevada a 30 °- 45 °.
2. Procinéticos (metoclopramida ou eritromicina)
3. Lavagem da cavidade oral com clorexidina três vezes ao dia

Resíduo Gástrico:
> 300ml de resíduo gástrico por aspiração

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 23


• Se <300ml , reinfundir e manter programação até atingir dose alvo.
• Se > 300mL administrar procinéticos (eritromicina 250 mg IV 6/6hs com suspensão
automática ao 3º dia, ou metoclopramida 10mg IV 6/6hs)
• Suspender procinético 24hs após atingir dose alvo, sem RG
Se persistir RG:
1. Reduzir 50% infusão
2. Monitorizar tolerância gástrica cada 4 hs. Se tolerar aumentar
progressivamente nas horas seguintes
3. Se mantiver RG ponderar colocação de sonda jejunal
4. Se < 50% das necessidades energéticas ponderar complementar com NP
Registo do RG
1. Após avaliação do RG:
a. Se > 300 ml desperdiçar e registar no balanço hídrico nas saídas.
b. Se < 300 ml infundir e registar o volume infundido no item “Vigiar
conteúdo gástrico”

Diarreia:
Volume de fezes superior a 500ml 3 vezes no dia ou 3 dejecções liquidas diárias em 3
dias consecutivos
1. Observação do doente e exclusão de incontinência de esfíncter
2. Rever toda a terapêutica nomeadamente antibióticos e procinéticos
3. Diminuir 50% o ritmo de infusão e associar dieta com fibras solúveis
4. Pesquisar toxina Clostridium difficile se diarreia com mais de 24/48 h de
evolução
5. Se suspeita de alterações da digestão/absorção equacionar estudo da gordura
/estudo do grau de digestão das fezes e eventual mudança para uma dieta
semi-elementar
6. Se persistir diarreia a dieta deve ser suspensa e iniciada NP

Obstipação:
Independentemente da patologia de base e/ou dos hábitos intestinais do doente, o uso
precoce de laxantes por via oral ou rectal (preferida) deve ser preconizada.
Entre o dia 2 / 3 após a admissão na UCI:
1º linha – Bisacodyl 10–20 mg, supositório
2º linha – Bisacodyl 10–20 mg, oral
3º linha – Sais Magnésio 0,1 mg/kg, oral
A lactulose é um dissacarídeo sintético que não é absorvido no intestino delgado, mas
fermentável no cólon. O seu uso em doentes de UCIs é recomendado com algumas

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 24


restrições, porque pode induzir uma chamada maciça de fluido e perda de gordura,
causar grande edema e, posteriormente, aumentar a pressão intra-abdominal.

Vómito/regurgitação:
1. Verificar posicionamento/patência sonda
2. Seguir fluxograma de RG
Administração de fármacos por SNG:
1. Os medicamentos líquidos são administrados diretamente na sonda.
2. Os comprimidos devem ser previamente esmagados, diluídos em água e só
depois administrados.
3. Não pulverizar comprimidos entéricos, CR, AP, sublinguais, mastigáveis ou
efervescentes
4. Pausa alimentar 3hs antes e 3 hs após da administração de tuberculostáticos
(preferencialmente durante a noite)
5. Não adicionar fármacos à fórmula entérica.
6. Lavar a SNG com 10-30 cc de água antes e após a administração de cada
fármaco.
Nutrição Parentérica (NP)

Indicações:
1. Todos os doentes em que não é espectável alimentação oral completa num período
de 3 dias, e em que a NE está contraindicada ou não é tolerada
2. Complemento da NE quando o objectivo energético não é atingido por esta via
3. Programar só 80% das necessidades energéticas calculadas

Via de administração:
1. Por cateter venoso central, havendo contudo bolsas especificamente preparadas
para administração por via periférica
2. Em lúmen único

Vitaminas e oligoelementos
As bolsas de NP não contêm vitaminas e oligoelementos na sua composição pelo que
devem ser suplementadas
Esta suplementação na bolsa só deve ser feita Serviço Farmacêutico, em câmara de fluxo
laminar; caso esta câmara não esteja disponível a suplementação deve ser feita à
cabeceira do doente por via EV;
1. Vitaminas hidro e lipossolúveis (Cernevit®): Administrar diariamente, diluídas em
100 ml NaCl ou Dx5% em pelo menos 30 minutos;
2. Oligoelementos (Tracutil® ou Addamel N®): após diluição em 100 ml SF administrar
diariamente em pelo menos 1 hora

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 25


Fármaconutrição
Glutamina sem indicação de momento nos doentes críticos

Vitaminas e Oligoelementos:
Não fazem parte da composição das bolsas NP, pelo que devem ser suplementadas.
Esta suplementação na bolsa só deve ser feita em câmara de fluxo laminar.
À cabeceira do doente por via EV:
- Vitaminas hidro e lipossoluveis (Cernevit®), administrar diariamente em perfusão
durante 1h.
- Oligoelementos (Tracutil®), administrar diariamente em perfusão durante 1h.

Notas práticas:
• Antes de iniciar NP deve ser realizado um perfil lipídico completo;
• Tal como para a NE a NP deve ser iniciada de forma gradual até atingir as
necessidades energéticas do doente (2-3 dias);
• É proibido fazer qualquer tipo de adição ou manipulação dos nutrientes/bolsas de
NP fora da câmara de fluxo laminar pelo que as bolsas personalizadas devem ser
combinadas com o Serviço Farmacêutico;
• Sempre que possível deve nutrir-se o intestino (suporte nutricional entérico contínuo
em regime de baixo débito – 20 mL/h).
Siglas e abreviaturas:
DHA Ácido docosahexaenóico PI Peso ideal
EPA Ácido eicosapentanóico PA Peso atual
LCT Triglicerídeos de cadeia longa RG Resíduo gástrico
MCT Triglicerídeos de cadeia média SN Suporte nutricional
NE Nutrição entérica UCI Unidade de Cuidados Intensivos
NP Nutrição parentérica

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 26


Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 27
Nutrição Parentérica – Composição das bolsas
Nutriflex Lip.
Oliclinomel N7 – 1000 Nutriflex Lip. Esp. Structokabiven Smofkabiven
Composição Peri 1
2 L s/E 2L c/E 1250ml c/E 1250ml c/E 1250ml s/E 986ml c/E 1477ml s/E
Azoto (g) 13,2 (800 ml) 13,2 5,7 (500ml) 10 (500 ml) 10 (500ml) 8 (500ml) 12 (750ml)
Azoto (g/l) 6,6 6,6 4,6 8 8 8 8
Glucose (g) 320 (800 ml) 320 80 (500ml) 180 (500ml) 180 (500ml) 125 (298ml) 187 (446ml)
Kcal. Gluc. 1280 1280 320 720 720 500 748
Lípidos (g) 80 (400ml) 80 50 (250ml) 50 (250ml) 50 (250ml) 38 (188ml) 56 (281ml)
Kcal. Lip. 800 800 475 475 475 370 552
Kcal totais 2400 2400 955 1475 1475 1100 1600
Kcal n/ prot. 2080 2080 795 1195 1195 870 1300
Osmol. (mOsm/l) 1400 1450 840 1545 1330 1500 1500
Na -- 64 (300) 50 (200) 67 (200) 0 40 (150) 0 (225)
Cl 32 96 48 (100) 60 (100) 0 35 (300) 0 (450)
K -- 48 (300) 30 (80) 47 (80) 0 30 (150) 0 (225)
20mmol/40 mEq 7,5mmol/7,5 mEq 20mmol/20mEq 12mmol/36mEq 4,2mmol/12,6mEq
P (org) 6mmol/12 mEq
(58 mEq) (20 mEq) (40 mEq)
0
(45 mEq) (67,5 mEq)
Mg -- 8,8 (22,4) 6 (20) 10,6 (20) 0 10 (10) 0 (15)
Ca -- 8 (20) 6 (20) 10,6 (20) 0 5 (10) 0 (15)
Acetato 74 114 40 (100) 60 (100) 104 (150) 110 (225)
Protocolo da Prevenção da Nefropatia Induzida por
Contraste (NIC)
Objetivos
Este protocolo tem por objectivo fornecer recomendações baseadas na evidência
sobre as intervenções para profilaxia da nefropatia induzida pela utilização de
contraste endovenoso.
Protocolo
Estratificação do risco de NIC

Hipotensão = TA sistólica < 80 mmHg durante pelo menos 1 hora com necessidade
de suporte aminérgico nas 24 horas peri-procedimento; BIA = Balão intra-aórtico;
Insuf. Cardiaca = Classe III/IV NYHA e/ou história de edema agudo do pulmão;
Anemia = hematócrito < 39% para sexo masculino e < 36% para sexo feminino; TFGe
= taxa de filtração glomerular estimada

Doentes de baixo risco passam a ser considerados de alto risco se:


• sépsis; • enfarte agudo do miocárdio;
• sob medicação nefrotóxica que não • injecção intra-arterial de contraste
possa ser descontinuada; • oligúria;
Adaptado de Mehran R et al. A Simple Risk Score for Prediction of Contrast-Induced Nephropathy After Percutaneous
Coronary Intervention. Journal of the American College of Cardiology 2004, 44(7):1394-1399

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 29


Intervenções

Se Score < 5 – Medidas gerais


• Suspender nefrotóxicos 24-48h antes e até 24h após contraste - inclui
terapêutica diurética
• Evitar contraste de alta osmolaridade
• Administrar contraste na menor concentração possível
• Cloreto de sódio 0.9% 1ml/Kg/h,> 2h mas preferencialmente 6 a 12h antes e
continuar por 6 a 12h após contraste
• A duração da administração de fluidos deve ser diretamente proporcional ao
grau de insuficiência renal (ou seja, deve ser maior para doentes com
insuficiência renal mais grave)

Se Score ≥ 5 – Doentes em risco


• Bicarbonato 1.4% 3ml/Kg 1h antes e continuar a 1ml/kg/h até 6h após a
injeção de contraste; exame urgente bólus de 20mEq 5’ antes da injeção de
contraste e/ou
• N-acetilcisteína 1200mg (preferencialmente entérico) 12/12h, 24h antes e
24h após a injeção de contraste; exame urgente, 1200mg bólus e.v. 1h
antes, seguido de 1200mg 12/12h nas 24 horas após injeção de contraste.
• Técnicas de substituição renal doença renal crónica com TFGe
<30ml/min/1.73m2 e/ou Cr> 2 mg/dL: hemodiálise (débito de sangue
150ml/min, débito bomba 500ml/min, 4 horas de duração e perdas nulas) se
estabilidade hemodinâmica; HF ou HDFVVC 6h antes e até 18-24h após
contraste (débito de sangue 150-200ml/min, débito bomba 300ml/min,
reposição com bicarbonato a 1000 ml/h, heparina 1000 U/h, perdas nulas)
se instabilidade hemodinâmica.

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 30


FÁRMACOS ÚTEIS EM UCI

Ácido épsilon aminocaproico


Apresentação: amp. 2500 mg/10 ml (250 mg/ml)
Indicações: Hemorragia, hiperfibrinólise
Posologia:
Indução: 4-5 g EV em 60’ (20 ml em 250 de SF)
Manutenção: 1,25 g/h em 8h ou até controlar a hemorragia– 10 g (4 amp.) em 50 cc
de SF a 6,3 cc/h (máx: 30 g/d)
Efeitos adversos: leucopénia, trombocitopénia, trombose, rabdomiólise, HIC, AVC,
convulsões, IRA, bradicárdia, arritmias, náuseas, cãibras, diarreia, HTA, cefaleia,
erupção cutânea e tonturas
Precauções: hematúria, hemorragia subaracnoídea, dça CV, insuf. renal (reduzir
dose em 75-85%) e dça hepática
Contraindicações: CID, hipersensibilidade, coágulo intravascular

Ácido tranexâmico
Apresentação: amp. 500 mg/5 ml
Indicações: Prevenção pré-operatória de perdas hemáticas; hemorragia pós-
traumática; angioedema hereditário
Posologia:
Hemorragia pós-traumática
Dose de carga: 1000 mg em 10 minutos
Dose de manutenção: 1000 mg em 8h (1000 mg em 100 ml a correr a 12,5 ml/h)
Angioedema hereditário (terapêutica em crise)
25 mg/kg/dose (PO ou IV com máx. de 1000 mg), cada 3-4 horas (máx. 75
mg/kg/d) ou 1000 mg 4x/d durante 48h
Efeitos adversos: hipotensão (com infusão rápida), diarreia, náuseas, vómitos, visão
turva, desconforto menstrual anormal, cefaleia, alterações da visão cromática,
convulsoes
Precauções: Suspender tratamento em caso de alterações visuais de novo, aumenta
o risco trombótico, ajustar dose na insuficiência renal.

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 31


Contraindicações: hipersensibilidade, coagulação intravascular activa, doença
tromboembólica activa, história de patologia trombótica, alterações da visão
cromática

Acetilcisteína
Apresentação: amp. 300 mg/3 ml e 2000 mg/10 ml
Indicações: Prevenção da Nefropatia induzida pelo contraste, intoxicação por
paracetamol
Posologia:
Intoxicação por paracetamol
Administrar preferencialmente nas primeiras 8h após a ingestão; há evidência de
benefício até às 24h
Protocolo das 20h (IV)
1. Administrar uma dose de carga de 150 mg/kg em 60 minutos em 200 ml de
D5W
2. Administrar uma infusão de 50 mg/kg em 4 horas em 500 ml de D5W
3. Administrar uma infusão de 6,25 mg/kg/h em 16 horas (100 mg/kg em 1000
ml de D5W a 62,5 ml/h)
4. Manter perfusão de acordo com as indicações abaixo a 6,25 mg/kg/h
Quando suspender: às 20 horas se administrado nas primeiras 8h e a ALT é
normal; suspender quando ALT a descer, o INR é < a 2 e o doseamento de
paracetamol é negativo; se insuficiência hepática e encefalopatia suspender
quando transplantado ou resolução da encefalopatia e INR<2
Protocolo das 72 horas (PO)
1. Administrar uma dose de carga de 140 mg/kg PO
2. Administrar 70 mg/kg cada 4 horas para um total de 17 doses
Prevenção da Nefropatia induzida pelo contraste
1200mg (preferencialmente entérico) 12/12h a iniciar 24h antes e até 24h após a
injeção de contraste; exame urgente, 1200mg bólus e.v. 1h antes, seguido de
1200mg 12/12h nas 24 horas após injeção de contraste.
Contraindicações: Hipersenssibilidade à acetilcisteína; utilização concomitante com
nitroglicerina/DNI (hipotensão)
Efeitos adversos: Reacções de hipersensibilidade, náuseas, vómitos, prurido,
urticária, angioedema, broncoespasmo, hipotensão ou hipertensão, taquicárdia.
Após o desaparecimento da reacção adversa pode ser reiniciada a infusão.
Precauções: Risco de hemorragia se úlcera gastro-duodenal; risco de
broncoespasmo em doentes com asma

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 32


Adenosina
Apresentação: ampolas de 6 mg/2 ml (3 mg/ml)
Indicações: conversão de TPSV (complexos estreitos ou largos
Posologia:
6 mg EV à 12 mg EV q1-2’ x2 (administrar em veia antecubital seguido de bólus de
SF – se CVC começar com 3 mg)
Efeitos adversos: duram <1’: bradicárdia/paragem sinusal, FA, BAV, hipotensão,
cefaleia, rubor facial, dispneia, precordialgia, tosse, mal-estar geral, sabor metálico,
náuseas
Precauções: Asmáticos, doentes medicados com dipiridamol, digoxina, verapamil,
carbamazepina e benzodiazepinas (potenciam), xantinas (antagonizam)
Contraindicações: BAV de 2º ou 3º grau, FA ou Flutter

Adrenalina
Apresentação: Amp. 1:1000 (1 mg/ml)
Indicações: PCR; Choque anafilático; Choque séptico; Asma grave
Posologia:
PCR: 1 mg EV q 3-5’
Asma grave: 0,1-0,5 mg SC/IM q20’-4h (máx. 3x)
Choque séptico:
Perfusão contínua: 1 a 10 µg/min (máx. 35 µg/min) [doses <4 µg/min são
consideradas doses inotrópicas puras]
3 mg/50 ml de SF
(60 µg/ml)
µg/min ml/h
1 1
2 2
4 4
6 6
8 8
10 10
Choque anafilático:
0,1-0,5 mg SC q5-15’ (s/ limite)
OU

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 33


0,1-0,25 mg/10 ml SF EV durante 5-10’ q5-15’ (s/limite); Se choque grave manter
perfusão de 1-4 µg/min
Efeitos adversos: Taquicardia, arritmias ventriculares, SCA, hemorragia cerebral
Precauções: dça cardiovascular, hipertensão, DM, hipertiroidismo, outros choques,
cardiopatia estrutural, arritmias, dça cerebrovascular

Aminofilina
Apresentação: amp. 240 mg/10 ml (24 mg/ml)
Indicações: Broncodilatador
Posologia:
Indução: 5-6 mg/kg diluídos em 100 ml de SF em 30’ (se já medicado com xantinas
ò para 0,5 mg/kg)
Manutenção: Não fumador: 0,7 mg/kg/h; fumador ou jovem: 1 mg/kg/h; cor. pulm.
ou idoso: 0,6 mg/kg/h; ICC ou dça hepática: 0,5 mg/kg/h
480 mg/50 ml (9,6 mg/ml)
peso dose (mg/kg/h)
(kg) 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
40 0,8 1,3 1,7 2,1 2,5 2,9 3,3 3,8 4,2
50 1,0 1,6 2,1 2,6 3,1 3,6 4,2 4,7 5,2

ml/h
60 1,3 1,9 2,5 3,1 3,8 4,4 5,0 5,6 6,3
70 1,5 2,2 2,9 3,6 4,4 5,1 5,8 6,6 7,3
80 1,7 2,5 3,3 4,2 5,0 5,8 6,7 7,5 8,3

Ajuste de acordo com os níveis séricos: (steady state às 36-48h)


<5 ñ em 100%
5-7,5 ñ em 50%
8-10 ñ em 20%
10-20 Manter dose
21-25 ò em 10%
26-30 ò em 25%
31-35 ò em 30%
>35 Suspender
Efeitos adversos: náuseas, vómitos, palpitações, taq. sinusal, diarreia, poliúria,
cefaleias, ansiedade, insónias, taq. ventricular, convulsões
Precauções: Se sob xantinas, obter teofilinémia prévia ou não administrar dose de
impregnação;

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 34


Amiodarona
Apresentação: Ampolas de 150 mg/3ml (50 mg/ml)
Indicações: Tratamento e profilaxia de TV instável; PCR; FA/arritmia SV
Posologia:
PCR e arritmias ventriculares: ver protocolo SAV
Arritmias SV:
Indução: 150-300 mg em 100 ml de D5W em 30’
Manutenção: 600-1200 mg/d
600 mg/50 ml D5W (12 mg/ml)
mg/d ml/h mg/h
600 2 24
900 3 36
1200 4 48

Efeitos adversos: desaparecem com suspensão: pneumonite (doses altas; pode


evoluir para fibrose pulmonar), BAV, hipotensão, astenia, neuropatia periférica,
cefaleias, tremores, ataxia, insónias, pesadelos, náuseas, ñ das transaminases (10-
20%), obstipação, disfunção tiroideia (3-5% - hipo/hipertiroidismo), fotofobia, visão
nebulosa, fotossensibilidade cutânea.
Precauções: controlar ECG, ionograma, função tiroideia e hepática, pode duplicar
níveis de digoxina
Contraindicações: insuficiência hepática grave, BAV de grau avançado, hipotensão
arterial e ICC

Antibióticos
Aminoglicosídeos
Vale Vale
Dose inicial Pico (DIA)
(DIA) (insuf. renal)
Amicacina 20 mg/kg 50-60 0,5-1 1-2
Tobramicina 7 mg/kg 16-24 0,5-1 1-2
Gentamicina 7 mg/kg 16-24 0,5-1 1-2
DIA – Dose de intervalo alargado; Pico – 30-60’ após toma; Vale – a partir
das 18h

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 35


Carbapenemes
Dose inicial Perf.? Dose
Imipenem 1g Não 0,5-1 g 4 id (em 3h)
Meropenem 1-2 g Não 1-2 g 3 id (em 3h)
1 g/d
Ertapenem 1g Não
(infusão prolongada)
Cefalosporinas
Dose inicial Perf.? Dose
Ceftazidima* 2g Sim 6 g/d
Ceftriaxone 2g Não 1-2 g, 1 ou 2 id
Cefotaxime 2g Sim 6-12 g/d
Cefuroxime 1,5 g Sim 4,5 g/d
Cefepime* 2g Sim 4-6 g/d
* Cefalosporinas com actividade anti-pseudomonas
Fluoroquinolonas
Dose
Ciprofloxacina 400 mg, 12/12h (em 1h)
Levofloxacina 750 mg 1-2id (em 1h)
Moxifloxacina 400 mg, 1 id (em 1h)

Glicopéptidos
Dose
Perf.? Dose
inicial
Ajustar para níveis
Vancomicina 1g Sim
de 20-25 mg/ml

Normograma para a vancomicina


500 mg em 50 ml de SF (10 mg/ml)
Função renal (Cl
Dose diária inicial Ritmo
Creatinina)
Normal (>50) 2g 8,3 ml/h
20-50 ml 1,5 g 6,3 ml/h
10-20 ml 1g 4,2 ml/h
<10 ml 500 mg 2,1 ml/h
HFVVC 1g 4,2 ml/h

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 36


Acerto da perfusão
Nível sérico Mudança de dose
<15 mg/l Aumentar a dose 500 mg (2,1 ml/h)
15-20 mg/l Aumentar a dose 250 mg (1 ml/h)
20-25 mg/l Não alterar
25-30 mg/l Reduzir a dose 500 mg (2,1 ml/h)
>30 mg/l Pára infusão durante 6h e repetir doseamento
Se estiver a fazer 500 mg/d reduzir para 250 mg/d; se com 250 mg/d parar 6h e
repetir doseamento
Macrólidos
Dose inicial Perf.? Dose
Claritromicina 500 mg Não 500 mg, 2id
Azitromicina 500 mg Não 500 mg/d
Eritromicina 1g Sim 2-4 g/d
Oxazolidinonas
Linezolide: 600 mg, 2 id (em 1h)
Penincilinas
Dose inicial Perf.? Dose
Penicilina G 3.000.000U Sim 12-24.000.000 U/d
Flucloxacilina 2g Sim 6-12 g/d
Amoxi-Clav 2,2 g Não 2,2 g, 8/8h
Pipera-Tzbc 4,5 g Sim 18 g/d
Polimixinas
Dose
2,5-5 mg/kg, 2-3id (em 1h)
4.500.000U – IV de 12/12h se Cr.<1,2 mg/dl
2.000.000U – IV de 12/12h se Cr. 1,3-1,5 mg/dl
Colistina 2.000.000U – IV/d se Cr. 1,6-2,5 mg/dl
2.000.000U – IV de 36/36h se Cr. >2,6 mg/dl
1.000.000U (80 mg de colistetimetato) – IV após cada sessão HD
4.500.000U – IV de 8/8h se sob HDFVVC
Terapêutica inalada: 80-160 mg em 4 ml de 12/12h (se pneumonia associar
terapêutica inalatória à sistémica)

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 37


Sinopse das perfusões contínuas
Fármaco Dose inicial Diluição Ritmo
3
Flucloxacilina 2g 2 g/50 ml 8,3-12,5 ml/h
1 6 6
Penicilina G 3 x 10 U 12 x 10 U /500 ml 43 ml/h
3
Pipera/Tzbc 4,5 g 4,5 g/50 ml 8,3 ml/h
3
Ceftazidima 2g 2 g/50 ml 6,3 ml/h
3
Cefuroxime 1.500 g 1,5 g/50 ml 6,3 ml/h
3
Cefepime 2g 2 g/50 ml 4,2-6,3 ml/h
3
Cefotaxime 2g 2 g/50 ml 8,3-12,5 ml/h
3
Vancomicina 1g 500 mg/50 ml Variável
2
Eritromicina 1g 500 mg/125 ml 43 ml/h
1 2 3
Diluir em SF; Diluir em D5W; Diluir em SF ou D5W

Atropina
Apresentação: amp. 0,5 mg/1ml
Indicações: Assistolia/Atividade eléctrica sem pulso (AESP), bradicárdia, intoxicação
por organofosforato
Posologia:
Assistolia/AESP: 3 mg EV (6 ampolas)
Bradicárdia: 0,5 mg EV q3-5’ (máx. 3 mg)
Intoxicação por organofosforato: iniciar com 2 mg IV/IM se sintomas
ligeiros/moderados e 4-6 mg se sintomas graves; continuar com 2 mg IV/IM q10-30’
(até desaparecimento dos sintomas muscarínicos).
Fazer sempre antes da pralidoxima.
Efeitos adversos: taquicardia, depressão respiratória, visão turva, midríase,
xerostomia, íleus paralítico, retenção urinária
Precauções: Doses <0,5 mg associadas a bradicárdia paradoxal; precaução na
miastenia gravis, glaucoma, íleus paralítico e obstrução urinária
Antagonista: Fisostigmina

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 38


Azul de Metileno
Indicações: Metahemoglobinémia, encefalopatia induzida pela ifosfamida,
vasoplegia associada à cirurgia cardíaca/sépsis
Posologia:
Metahemoglobinémia: 1-2 mg/kg IV ou 25-50 mg/m2 em 5-10 minutos; pode ser
repetido após 1h se necessário
Encefalopatia induzida pela ifosfamida: (NOTA: a encefalopatia por vezes reverte
espontaneamente)
Prevenção: 50 mg cada 6-8h
Tratamento: 50 mg como dose única ou cada 4-8h até resolução dos sintomas
Vasoplegia associdada à cirurgia cardíaca/sépsis:
Impregnação: 1,5 – 2 mg/kg em 1h
Manutenção: 0,25 mg/kg/h ou 0,25 mg cada 4 ou 6 horas
Efeitos adversos: o doente fica azul! Angor, arritmias, dor pré-cordial, tonturas,
cefaleia, confusão, dor abdominal, diarreia, alteração da cor das fezes e urina,
anemia, metahemoglobinémia paradoxal (em doses altas), redução transitória na
SpO2 por erro de leitura, dispneia, diaforese
Contraindicações (referentes ao tratamento da metahemoglobinémia: Reacções
de hipersensibilidade ao azul de metileno, injecção intra-espinhal, insuficiência renal
gravidez

ß-bloqueantes
Atenolol
Apresentação: amp. 5 mg/10ml
Indicações: EAM
Posologia: 5 mg EV em 5’ e repetir 5’ depois se necessário; após 10’ da última
administração iniciar 50 mg PO, repetir 12h depois e manter 100 mg/d.
Propanolol
Apresentação: amp. 1 mg/ml
Indicações: EAM
Posologia: diluir 1 mg/10 ml de SF (0,1 mg/ml); Dose teste: 0,25-0,5 mg EV lento à
1 mg q5’ até efeito desejado (máx. 0,15 mg/kg)
Esmolol
Apresentação: amp. de 10 ml a 10 e 250 mg/ml

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 39


Indicações: Emergência hipertensiva, taquicardia supraventricular (excepto em
casos de síndromes de pré-excitação), controlo rápido e de curta duração da
frequência ventricular nos doentes com fibrilhação atrial ou flutter atrial
Posologia: bólus de 500 µg/kg em 1’ e depois perfusão a 20 – 50 µg/kg/min
podendo ser aumentado cada 10-20 min até um máx. de 300 µg/kg/min

500 mg/50 ml de D5W ou SF (10 mg/ml)


dose peso (kg)
(µg/kg/min) 40 50 60 70 80 90 100
25 6 7,5 9 10,5 12 13,5 15
50 12 15,0 18 21,0 24 27,0 30
75 18 22,5 27 31,5 36 40,5 45
100 24 30,0 36 42,0 48 54,0 60
125 30 37,5 45 52,5 60 67,5 75

ml/h
150 36 45,0 54 63,0 72 81,0 90
175 42 52,5 63 73,5 84 94,5 105
200 48 60,0 72 84,0 96 108,0 120
250 60 75,0 90 105,0 120 135,0 150
300 72 90,0 108 126,0 144 162,0 180
500 120 150 180 210 240 270 300

Precauções: Reduzir dose na insuficiência renal (redução da eliminação em 10


vezes)
Metoprolol
Apresentação: amp. 5 mg/5 ml
Indicações: EAM, FA
Posologia:
EAM: Início: 5 mg EV q2’ x3; Após 15’, dar 50mg PO q6h x48h e depois 100 mg PO
q12h. Se não tolerar dose total EV, dar 25-50 mg PO q6h
FA: 2,5-5 mg EV em 2’; repetir até 3x
Efeitos adversos: broncoespasmo, bradicárdia, BAV, inotropismo negativo,
extremidades frias, insónia, depressão, fadiga
Contraindicações: Absolutas: FC<50bpm, PAS<100mmHg, Insuf. VE moderada a
grave, hipoperfusão periférica, BAV>2ºg, asma aguda, DPOC grave e
descompensada, isquemia periférica, depressão grave;
Relativas: asma, tx c/ ß-bloq. (reduzir dose inicial), associação com verapamil,
diltiazem ou digoxina, ICC compensada, angina de Prinzmetal, DM1, IRC, gravidez,
extremidades frias e fenómeno de Raynaud

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 40


Labetalol
Apresentação: amp. 100 mg/20 ml (5 mg/ml)
100 mg/50 ml SF 200 mg/40 ml SF
(2 mg/ml) (5mg/ml)
mg/min mg/h ml/h ml/h
0,08 5 2,5 1,0
0,17 10 5,0 2,0
0,25 15 7,5 3,0
0,33 20 10,0 4,0
0,42 25 12,5 5,0
0,5 30 15,0 6,0
1,0 60 30,0 12,0
1,5 90 45,0 18,0
2,0 120 60,0 24,0
Indicações: Emergência hipertensiva
Posologia: Iniciar a 20 mg EV durante 2’ e passar a 40-80 mg EV q10’ ou perfusão
até 2 mg/min (máx. 300 mg/d)
Para passar a PO dar 200 mg PO quando TA controlada e depois 200-400 mg PO q6-
12h

Barbitúricos
Fenobarbital
Apresentação: amp. 200 mg/2 ml
Indicações: medicamento anticonvulsivante, hipnótico e sedativo
Posologia:
Indução: 10-20 mg/kg (máx.: 1000 mg), em SF ou D5W
Manutenção: 1-5 mg/kg/dia em dose única ou em 2 tomas a iniciar ao fim de 24h
Ritmo de administração <100 mg/min (idealmente <60 mg/min)
Efeitos adversos: hipotensão, depressão respiratória
Precauções: em doentes não ventilados, pode-se começar com 10 mg/kg e repetir
se ineficaz; doses > 10 mg/kg e ritmos de administração mais rápidos associados a
risco de depressão respiratória; cerca de 20’ até efeito
Contraindicações: porfiria, impossibilidade de EOT e VMI

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 41


Tiopental
Apresentação: amp. 500 e 1000 mg
Indicações: medicamento anticonvulsivante, hipnótico e sedativo
Posologia:
Anestesia:
Indução: 3 - 5 mg/kg
Manutenção: 25 – 100 mg de acordo com a necessidade
Aumento da pressão intra-craniana: 1,5-5 mg/kg por dose (repetir até controlo da
pressão intra-craniana) ou perfusão até 5 mg/kg/h (1 g em 50 ml)
1 g/50 ml (20 mg/ml)
Peso dose (mg/kg/h)
(kg) 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
40 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0
50 2,5 3,8 5,0 6,3 7,5 8,8 10,0 11,3 12,5
60 3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0 13,5 15,0

ml/h
70 3,5 5,3 7,0 8,8 10,5 12,3 14,0 15,8 17,5
80 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 18,0 20,0
90 4,5 6,8 9,0 11,3 13,5 15,8 18,0 20,3 22,5
100 5,0 7,5 10,0 12,5 15,0 17,5 20,0 22,5 25,0

Epilepsia refractária:
75 – 250 mg/dose (repetir se necessário)

Bloqueadores dos Canais de Cálcio


Diltiazem
Apresentação: Amp. 25 mg/5 ml e 50 mg/10 ml
Indicações: HTA, angina, EAM
Posologia:
Indução: 15-25 mg (0,25 mg/kg) bólus EV (se sem resposta pode ser administrado
novo bólus 15’ depois)
Manutenção: 5-15 mg/h
Efeitos adversos: hipotensão, bradicárdia, citólise hepática
Precauções: ñ os níveis de propanolol em 50%
Contraindicações: Flutter ou FA em doentes com vias acessórias, insuficiência
hepática grave

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 42


Verapamil
Apresentação: amp. 5 mg/2 ml e de
Indicações:
Posologia: 0,075-0,15 mg/kg (habitualmente 5 mg) EV durante 2-3’ (nos idosos
administrar mais lentamente), q15-30’
Efeitos adversos: hipotensão (ligeira e transitória), bradicárdia e BAV, assistolia
(mais frequente se sob ß-bloqueantes, digoxina ou com hipocaliémia)
Contraindicações: hipotensão, ICC, BAV avançado, disfunção do nódulo sinusal,
intox. digitálica, sínd. WPW/flutter auricular

Cetamina
Apresentação: 200 mg/20 ml (20 mg/ml) ou 500 mg em 10 ml (50 mg/ml)
Indicações: Sedação e analgesia, provocando pouca depressão do estímulo
respiratório e não provoca hipoTA; Estados de Mal asmático refractários à
terapêutica.
Posologia:
Sedação e analgesia
Indução: Bólus de 0,1 a 0,5 mg/kg
Manutenção: 0,05 a 0,4 mg/kg/h
Asma aguda grave
Indução: Bólus de 0,5 mg/kg

Manutenção: 0,05 a 2 mg/kg/h


500 mg/50 ml (10 mg/ml)
peso dose (mg/kg/h)
(kg) 0,05 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 1,0 2,0
40 0,2 0,4 0,8 1,2 1,6 2 4 8
50 0,3 0,5 1 1,5 2 2,5 5 10
60 0,3 0,6 1,2 1,8 2,4 3 6 12
ml/h

70 0,3 0,7 1,4 2,1 2,8 3,5 7 14


80 0,4 0,8 1,6 2,4 3,2 4 8 16
90 0,4 0,9 1,8 2,7 3,6 4,5 9 18
100 0,5 1 2 3 4 5 10 20

Efeitos adversos: Arritmias, bradi/taquicardia, híper/hipotensão, aumento da


pressão intracraniana (vários estudos mostram que não muda prognóstico),

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 43


eritema/rash, anorexia, náuseas, hipersalivação, dor/exantema no local de injeção,
movimentos tónico-clónicos, diplopia, nistagmo, síndrome de emergência
(confusão, delírio, excitação, alucinações)
Precauções: Doentes com cardiopatia isquémica, hipertensão, depleção das
catecolaminas, taquicardia; aumento da pressão intracraniana; hipertensão
pulmonar; insuficiência cardíaca descompensada; doentes com etanolismo crónico
ou agudo
Contraindicações: hipersensibilidade; situações em que o aumento significativo da
tensão intracraniana pode ser prejudicial (HTA+TCE); eclâmpsia ou pré-eclâmpsia,
doença coronária grave, EAM, AVC

Complexo protrombínico
Indicações: correção de deficits por antagonistas da Vit. K ou insuficiência hepática.
Octaplex
Apresentação: emb. 500U/20ml
Posologia: 20-40 U/kg, inicia a 1 ml/min durante 5’ e passa a 2-3 ml/min
INR inicial 2,0 – 2,5 2,5 – 3,0 3,0 – 3,5 > 3,5
ml/kg 0,9 –1,3 1,3 – 1,6 1,6 – 1,9 > 1,9
Máx. 3000 U (120 ml de octaplex)
Beriplex
Apresentação: emb. 500U/20 ml
Posologia: 3U/kg/min com máx. 5000U (máx 210 U/min ≈ 8 ml/min)
INR inicial 2 - 3,9 4-6 >6
U/kg 25 35 50
Efeito em 30’ com duração de 6-8h (Vit. K tem efeito em 6h pelo que não é
necessária nova administração)
Efeitos adversos: anafilaxia, febre, cefaleias, fenómenos trombo-embólicos, CID,
aumento de transaminases
Precauções: administrar só se hemorragia ou necessidade de cirurgia; doentes com
deficits de factores isolados devem ser tratados com suplementação destes
factores; doentes com história de cardiopatia isquémica, dça hepática, status pós-
cirurgia, deve ser utilizado imediatamente após preparação
Contraindicações: hipersensibilidade, alergia à penicilina ou história de
trombocitopénia induzida pela heparina

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 44


Corticosteróides

Tabela de equivalências
Doses Atividade
equivalentes Mineralocorticoide
Cortisona 25 2
Hidrocortisona 20 2
Prednisona 5 1
Prednisolona 5 1
Metilprednisolona 4 0
Betametasona 0,6-0,75 0
Dexametasona 0,75 0

Metilprednisolona
Apresentação: Pó com 500 mg e 1 g
Indicações: Broncoespasmo/mal asmático, edema da laringe
Posologia:
Broncoespasmo/mal asmático:
2 mg/kg EV em 10’; Repetir 0,5-1 mg/kg EV q6h
Edema da laringe:
2 mg/kg EV em 10’; Repetir 1 mg/kg EV q8h 3x
Efeitos adversos: agudos: retenção de sódio e fluidos, hipocaliémia, hiperglicemia,
hipertensão; crónicos: osteoporose, trombocitopénia, sind. De Cushing, fraqueza
muscular e atrofia cutânea
Precauções/Contraindicações: doentes com tuberculose, úlcera péptica, infecções
fúngicas sistémicas, queratite herpética
Hidrocortisona
Apresentação: ampolas de 100 mg/2 ml e 500 mg/5 ml
Indicações: Broncoespasmo/mal asmático, edema da laringe, choque séptico,
insuficiência supra-renal, doenças auto-imunes
Posologia:
Choque séptico: 200 mg/d em perfusão contínua (concentração máxima da diluição
de 1 mg/ml pelo que deverão ser diluídos 50 mg em 50 ml com ritmo de perfusão
de 8,4 ml/h)
Edema da laringe e broncoespasmo: 1-2 mg/kg/dose cada 6 horas durante 24 horas,
e depois 0,5 a 1 mg/kg/dose cada 6 horas

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 45


Insuficiência supra-renal (aguda): 100 mg IV em bólus, seguido de 100 mg cada 8
horas ou em perfusão contínua durante 48 horas; quando estável mudar para 50 mg
PO cada 8 horas e fazer desmame progressivo
Insuficiência supra-renal (crónica): Substituição fisiológica: 15-25 mg em 2-3 doses
diárias devendo ser administrada ½ a 2/3 da dose total na toma da manhã. No
regime de 2 tomas diárias, a 2ª toma deve ser administrada 6-8 horas após a
primeira.
Anti-inflamatória ou imunosupressora: 15-240 mg (EV, PO ou IM) cada 12 horas
Dose de stress (pré-cirurgia) em doentes sob corticoterapia crónica ou com
insuficiência supra-renal:
Ligeiro: 25 mg/dia durante 1 dia (p. ex. herniorrafia)
Moderado: 25 mg cada 8-12 horas durante 1 dia (p. ex. colecistectomia)
Major: 50 mg cada 8-12 horas durante 2-3 dias (p. ex.
pancreatoduodenectomia, esofagectomia)
Tempestade tiróideia: 300 mg IV em bólus, seguido de 100 mg cada 8 horas.
Efeitos adversos: agudos: retenção de sódio e fluidos, hipocaliémia, hiperglicemia,
hipertensão; crónicos: osteoporose, trombocitopénia, sind. De Cushing, fraqueza
muscular e atrofia cutânea
Precauções/Contraindicações: doentes com tuberculose, úlcera péptica, infecções
fúngicas sistémicas, queratite herpética

Curarizantes
Atracúrio
Apresentação: amp. de 25 mg/2,5 ml e 50 mg/5 ml
Posologia:
Indução: 0,3-0,6 mg/kg em bólus EV
Manutenção: 6-10 µg/kg/min em SF
500mg/50ml de SF (10mg/ml)
peso dose (µg/kg/min)
(kg) 5 6 7 8 9 10
40 1,2 1,4 1,7 1,9 2,2 2,4
50 1,5 1,8 2,1 2,4 2,7 3,0
60 1,8 2,2 2,5 2,9 3,2 3,6
ml/h

70 2,1 2,5 2,9 3,4 3,8 4,2


80 2,4 2,9 3,4 3,8 4,3 4,8
90 2,7 3,2 3,8 4,3 4,9 5,4
100 3,0 3,6 4,2 4,8 5,4 6,0

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 46


Cisatracúrio, besilato de
Apresentação: amp. de 5 mg/2 ml, 10 mg/5 ml e 20 mg/10 ml = 2 mg/ml
Posologia:
Indução: 0,15-0,2 mg/kg em bólus EV
Manutenção: iniciar a 3 µg/kg/min e ajustar para 0,5-10 µg/kg/min
5 mg/50 ml de SF ou D5W (0,2 mg/ml)
peso dose (µg/kg/min)
(kg) 0,5 1 1,5 3 4 6 8 10
40 0,2 0,4 0,6 1,2 1,6 2,4 3,2 4,0
50 0,3 0,5 0,8 1,5 2,0 3,0 4,0 5,0
60 0,3 0,6 0,9 1,8 2,4 3,6 4,8 6,0

ml/h
70 0,4 0,7 1,1 2,1 2,8 4,2 5,6 7,0
80 0,4 0,8 1,2 2,4 3,2 4,8 6,4 8,0
90 0,5 0,9 1,4 2,7 3,6 5,4 7,2 9,0
100 0,5 1,0 1,5 3,0 4,0 6,0 8,0 10,0

Pancurónio
Apresentação: amp. 4 mg/2 ml
Posologia:
Indução: 60-100 µg/kg, bólus EV
Manutenção: 18-40 µg/kg/h
40 mg/50 ml de SF ou D5W (0,8 mg/ml)
peso dose (µg/kg/min)
(kg) 18 21 24 27 30 33 36 39
40 0,9 1,1 1,2 1,4 1,5 1,7 1,8 2,0
50 1,1 1,3 1,5 1,7 1,9 2,1 2,3 2,4
60 1,4 1,6 1,8 2,0 2,3 2,5 2,7 2,9
ml/h

70 1,6 1,8 2,1 2,4 2,6 2,9 3,2 3,4


80 1,8 2,1 2,4 2,7 3,0 3,3 3,6 3,9
90 2,0 2,4 2,7 3,0 3,4 3,7 4,1 4,4
100 2,3 2,6 3,0 3,4 3,8 4,1 4,5 4,9

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 47


Vecurónio
Apresentação: amp. 4 mg/ml e 10 mg/5 ml
Posologia:
Indução: 0,08-0,1 mg/kg
Manutenção: 0,8-2 µg/kg/min
80 mg/50 ml de SF ou D5W (1,6 mg/ml)
peso dose (µg/kg/min)
(kg) 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2
50 1,5 1,9 2,3 2,6 3 3,4 3,8
60 1,8 2,3 2,7 3,2 3,6 4,1 4,5
70 2,1 2,6 3,2 3,7 4,2 4,7 5,3

ml/h
80 2,4 3 3,6 4,2 4,8 5,4 6
90 2,7 3,4 4,1 4,7 5,4 6,1 6,8
100 3 3,8 4,5 5,3 6 6,8 7,5

Rocurónio
Apresentação: amp. 2,5 mg/25 ml; 50 mg/5 ml; 100 mg/10 ml
Posologia:
Entubação orotraqueal: 0,6 mg/kg se EOT de rotina (90 seg. até efeito), 1 mg/kg se
sequência rápida (60 seg. até efeito)
Perfusão: Indução com 0,6 mg/kg e perfusão de 0,3-0,6 mg/kg/h quando começar a
recuperar da dose de indução

Sucinilcolina (Suxametónio)
Apresentação: amp. 100 mg/2 ml e 500 mg/10 ml
Posologia: Intervenções de curta duração: 0,6 mg/kg administrado durante 10 a 30
segundos (bloqueio em 1 min, durante 4 a 6 min.)
Efeitos adversos: taquicardia sinusal, hipo ou hipertensão
Precauções: broncoespasmo, taquicardia, hipotensão (excepto vecurónio), efeito
vagolítico, paralisia prolongada após suspensão do fármaco (atracúrio e vecurónio
+
com duração mais curta); potenciados pelos aminoglicosídeos, clindamicina, hipoK ,
2+ 2+
hipoCa , hiperMg .
Contraindicações: ausência de suporte ventilatório, ausência de sedação adequada,
porfiria, insuf. renal, vecurónio na insuf. hepática
Antagonista: Neostigmina (0,04-0,08 mg/kg) + atropina (15 µg/kg)

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 48


Desmopressina
Apresentação: inj. 0,004 mg/ml; nasal 0,1 mg/ml; comp.0,1 e 0,2 mg
Indicações: Diabetes insípida, acidentes hemorrágicos
Posologia:
Diabetes insípida:
IV: 1 a 4 µg 1 a 2 vezes por dia (se sob terapêutica crónica com desmopressina
nasal a dose IV = 1/10 da dose nasal habitual);
Nasal (1 traço no tubo de rinilo = 5 µg): 10-20 µg 1 a 2 vezes por dia
Acidentes hemorrágicos: 0,3 a 0,4 µg/kg em 50 a 100 ml de SF em perfusão IV lenta
(15-30 min);
Efeitos adversos: cefaleias, abdominalgias, hiponatrémia hipervolémica.
Contraindicações: polidipsia habitual ou psicogénica, angor ou IC em doentes sob
terapêutica com diuréticos, hiponatrémia conhecida ou D. de von Willebrand do
tipo IIB

Dexmedetomidina
Apresentação: amp. e frasco 200 µg/2 ml; frasco 400 µg/4 ml; frasco 1000 µg /10 ml
Indicações: Sedação em RASS 0 a -3; redução de outros agentes de sedação
Posologia:
• iniciar com 0,7 µg/kg/h (dose mais baixa em doente muito grave, com TA
inferior ou idade superior); na primeira hora manter sedação com outro agente
adjuvante)
• ajustar gradualmente para 0,2 a 1,4 µg/kg/h
• não administrar em bólus
• dose máxima de 1,4 µg /kg/h não deve ser excedida.
200 µg/50 ml de D5W ou SF (4 µg/ml)
peso dose (µg/kg/h)
(kg) 0,2 0,3 0,4 0,6 0,7 0,8 1,0 1,2 1,4
40 2,0 3,0 4,0 6,0 7,0 8,0 10,0 12,0 14,0
50 2,5 3,8 5,0 7,5 8,8 10,0 12,5 15,0 17,5
60 3,0 4,5 6,0 9,0 10,5 12,0 15,0 18,0 21,0
ml/h

70 3,5 5,3 7,0 10,5 12,3 14,0 17,5 21,0 24,5


80 4,0 6,0 8,0 12,0 14,0 16,0 20,0 24,0 28,0
90 4,5 6,8 9,0 13,5 15,8 18,0 22,5 27,0 31,5
100 5,0 7,5 10,0 15,0 17,5 20,0 25,0 30,0 35,0

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 49


400 µg/50 ml de D5W ou SF (8 µg/ml)
peso dose (µg/kg/h)
(kg) 0,2 0,3 0,4 0,6 0,7 0,8 1,0 1,2 1,4
40 1,0 1,5 2,0 3,0 3,5 4,0 5,0 6,0 7,0
50 1,3 1,9 2,5 3,8 4,4 5,0 6,3 7,5 8,8
60 1,5 2,3 3,0 4,5 5,3 6,0 7,5 9,0 10,5

ml/h
70 1,8 2,6 3,5 5,3 6,1 7,0 8,8 10,5 12,3
80 2,0 3,0 4,0 6,0 7,0 8,0 10,0 12,0 14,0
90 2,3 3,4 4,5 6,8 7,9 9,0 11,3 13,5 15,8
100 2,5 3,8 5,0 7,5 8,8 10,0 12,5 15,0 17,5

Efeitos indesejados: Hipotensão/bradicardia (dosagens baixas); hipertensão (dose


alta); agitação; xerostomia; EAM; depressão respiratória; hiper/ hipoglicémia ;
abstinência.
Advertências: diminuição da dose de manutenção na insuficiência hepática; sem
ajuste na insuficiência renal; descontinuar se febre inexplicada ou hipertermia
maligna.
Contraindicações: Hipotensão/hipovolémia; bradicardia; bloqueios AV (sem
pacemaker); QT longo?; patologia vascular aguda SNC (diminuição fluxo sanguíneo e
PIC); patologia vertebro-medular aguda (actividade simpática periférica reduzida);
gravidez/amamentação.

Digoxina
Apresentação: amp. 0,25/2ml e 0,5/2ml
Indicações: ICC, FA/flutter auricular, taquicardia paroxística auricular
Posologia:
Indução:
EV – 0,25-0,5 mg lento, seguidos de 0,25 mg EV q6h (máx. 1-1,5 mg/24h);
PO – 0,5-0,75 mg, com doses adicionais de 0,125-0,25 q6h (máx. 1-1,5 mg/24h)
Manutenção: 0,25-0,5 mg/d
Ajuste renal
ClCr Indução Manutenção Administração
10-50 - ò 25-75% q36h
<10 ò 50% ò75-90% q48h

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 50


Efeitos adversos: arritmias (bigeminismo ventricular mais frequente e taq. auricular
com bloqueio 2:1 mais típica), HTA, intox. digitálica (anorexia, náuseas, vómitos,
cefaleias, fadiga, fraqueza muscular, visão “amarelada” ou “esverdeada”);
hipocaliémia (tox. crónica) e hipercaliémia (tox. aguda)
Precauções: Factores de risco para intoxicação: hipocaliémia, hipomagnesiémia e
hipercalcémia à monitorizar ionograma; nas primeiras horas de EAM usar ¾ da
dose; se necessidade de cardioversão urgente administrar lidocaína antes do
choque e usar cargas iniciais baixas (50J)
Contraindicações: cardioversão eléctrica, EAM, taquiFV em contexto de WPW,
miocardite aguda, hipertrofia VE acentuada, BAV avançados, doença do nódulo
2+
sinusal, hipocaliémia e hipoMg graves, hipotiroidismo, IRC grave, estenoses
valvulares com baixo débito, cor pulmonare crónico, FA associada a hipertiroidismo,
pericardite constritiva, IC
Antídoto: Anticorpos Fab específicos da digoxina:
40 mg neutralizam 0,6 mg de digoxina
Para calcular número de ampolas:
Ingestão aguda: nº de amp. = digoxina ingerida (mg) x 0,8 : 0,5
Ingestão crónica: nº de amp. = digoxinémia (mg/ml) x peso (kg) : 100
Diluir em SF e administrar em 15-30’. Repetir se toxicidade persistir
Digoxinémia apenas 3-4d depois se função renal normal e >1 sem. ser alterada

Dinitrato de isossorbido
Apresentação: amp. 10 mg/10 ml
Indicações: Edema agudo do pulmão
Posologia: 50 mg/50 ml (1 mg/ml)
Bólus: se TAS>150 mmHg – 10 mg; se TAS: 100-150 mmHg dar 5 mg
Manutenção: iniciar com 2 mg/h e ajustar conforme resposta tensional
Efeitos adversos: hipotensão, taquicardia, bradicárdia, palpitações, tolerância,
metahemoglobinémia
Precauções: risco de hipotensão grave se associado a sildenafil, tadalafil e
vardenafil, pode agravar angina de miocardiopatia hipertrófica
Contraindicações: hipotensão, hipovolémia, hipertensão intracraniana, pericardite
constritiva e tamponamento cardíaco

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 51


Dobutamina
Apresentação: 250 mg/20 ml (12,5 mg/ml)
Indicações: Insuficiência cardíaca aguda
Posologia:
250 mg/50 ml de D5W (5 mg/ml)
peso dose (µg/kg/min)
(kg) 2,5 5 7,5 10 12,5 15 20 30 40
40 1,2 2,4 3,6 4,8 6,0 7,2 9,6 14,4 19,2
50 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 12,0 18,0 24,0
60 1,8 3,6 5,4 7,2 9,0 10,8 14,4 21,6 28,8

ml/h
70 2,1 4,2 6,3 8,4 10,5 12,6 16,8 25,2 33,6
80 2,4 4,8 7,2 9,6 12,0 14,4 19,2 28,8 38,4
90 2,7 5,4 8,1 10,8 13,5 16,2 21,6 32,4 43,2
100 3,0 6,0 9,0 12,0 15,0 18,0 24,0 36,0 48,0
Efeitos adversos: taquicardia sinusal, hipotensão (sobretudo em doses >20
µg/kg/min ou choque séptico), HTA, arritmia, hiperglicemia
Precauções: doentes com FA ou hipertiroidismo, HTA, EAM recente, hipovolémia e
alergia a sulfitos
Contraindicações: miocardiopatia hipertrófica obstrutiva, estenose aórtica grave,
hipotensão por hipovolémia e hipersensibilidade

Dopamina
Apresentação: Amp. 200 mg/5 ml
Indicações: 2,5 a 5 µg/kg/min à aumento da perfusão renal e esplâncnica;
5 e os 20 µg/kg/min à > perfusão renal, > inotropismo, > débito cardíaco;
>20 µg/kg/min à vasoconstrição intensa, diminuição da perfusão renal
Posologia:
200 mg/50 ml de D5W ou SF (4 mg/ml)
peso dose (µg/kg/min)
(kg) 2,5 5 7,5 10 12,5 15 20 25 30
40 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 12,0 15,2 18,0
50 1,9 3,8 5,6 7,5 9,4 11,3 15,0 18,8 22,6
60 2,3 4,5 6,8 9,0 11,3 13,5 18,0 22,4 27,0
ml/h

70 2,6 5,3 7,9 10,5 13,1 15,8 21,0 26,4 31,6


80 3,0 6,0 9,0 12,0 15,0 18,0 24,0 30,0 36,0
90 3,4 6,8 10,1 13,5 16,9 20,3 27,0 33,6 40,6
100 3,8 7,5 11,3 15,0 18,8 22,5 30,0 39,6 45,0

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 52


400 mg/50 ml de D5W ou SF (8 mg/ml)
peso dose (µg/kg/min)
(kg) 2,5 5 7,5 10 12,5 15 20 25 30
40 0,8 1,5 2,3 3,0 3,7 4,5 6,0 7,6 9,0
50 0,9 1,9 2,8 3,8 4,7 5,6 7,5 9,4 11,2
60 1,1 2,3 3,4 4,5 5,6 6,8 9,0 11,2 13,6

ml/h
70 1,3 2,6 3,9 5,3 6,6 7,9 10,5 13,2 15,8
80 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5 9,1 12,0 15,0 18,2
90 1,7 3,4 5,1 6,3 8,4 10,1 13,6 16,8 20,2
100 1,9 3,7 5,6 7,5 9,4 11,3 15,0 19,8 22,6

Efeitos adversos: Taquicardia, extrassistolia ventricular, angor e dispneia, náuseas e


vómitos, elevação da pós-carga e aumento do consumo de O2, hiperglicemia,
midríase, hipotensão excessiva se associada a vasodilatadores, antagonistas do
cálcio e alfa-bloq..
Precauções: Fazer “desmame”, se extravasamento, suspender e infiltrar a área com
fentolamina (5-10 mg/10-15 ml de SF), vigiar extremidades. Usar com cuidado em
doentes sob IMAOs, dça de Raynaud.
Contraindicações: Feocromocitoma, tireotoxicose, doença arterial periférica,
hipotensão por hipovolémia, alergia a sulfitos, FV

Fenitoína
Apresentação: amp. 250 mg/5 ml
Indicações: Crises tónico-clónicas, arritmias ventriculares
Posologia:
Crises tónico-clónicas:
Indução: 10-20 mg/kg EV a <50 mg/min
Manutenção: 4-7 mg/kg/dia em 2-3 tomas, a iniciar ao fim de 24h e em função
dos níveis séricos
Arritmias Ventriculares: 50-100 mg EV em 3’, q15’ até controlo da arritmia, efeitos
secundários ou dose total de 1000 mg
Taquicardia ventricular por intoxicação digitálica:
Indução: 250 mg EV/10 min
Manutenção: 100 mg EV q5’ (máx. 1 g)
Efeitos adversos: nistagmo, hipotensão, hiperglicemia, bradicárdia e BAV. Com
administração crónica: depressão medular, disfunção hepática e síndrome lúpico.

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 53


Precauções: monitorizar ritmo cardíaco, pressão arterial e presença de nistagmo.
Efeito após 15-30’. No doente hipotenso, com insuficiência renal, insuficiência
hepática e DM.
Contraindicações: Hipotensão, bradicárdia, BAV, ICC descompensada, profíria,
gravidez

Fentolamina
Apresentação: amp. 10 mg/ml
Indicações: Feocromocitoma, extravasamento cutâneo de vasoconstritores
Posologia:
300 mg/50 ml de D5W ou SF (6 mg/ml)
Feocromocitoma (pré-op.): 5 mg IM/EV, 1-2h pré-op e repetir se necessário
Feocromocitoma (crise hipertensiva): 5 mg IV/EV, q5’. Administrar antes do ß-
bloqueante. Perfusão: 0,1-2 mg/min.
300 mg/50 ml de D5W ou SF
(6 mg/ml)
mg/min ml/h
0,1 1,0
0,5 5,0
1,0 10,0
2,0 20,0

Extravasamento cutâneo de vasoconstritores: 5-15 mg/10 ml de SF e infiltrar


localmente.
Efeitos adversos: EAM, AVC, taquicardia, arritmias, angina, hipotensão
Precauções: noradrenalina para reverter efeito hipotensivo. Precaução em doentes
com úlcera péptica.
Contraindicações: EAM, doença coronária

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 54


Fibrinolíticos
Alteplase (rt-PA)
Apresentação: 50 mg/50 ml (1 mg/ml)
Indicações: EAM, AVC isquémico agudo, TEP
Posologia:
EAM:
Indução: Bólus de 15 mg EV (15 ml) em 1-2’
Manutenção: perfusão de 0,75 mg/kg (máx. 50 mg) durante 30’ à 0,5 mg/kg
(máx. 35 mg) durante 60’; máx. 100 mg em 90’
100 mg em 100 ml de água esterilizada (1 mg/ml)
1º perfusão 2º perfusão
peso
(0,75 mg/kg em 30’) (0,5 mg/kg em 60’)
(kg)
mg ml/h mg ml/h
50 38 75,0 25 25
55 41 82,5 28 28
60 45 90,0 30 30
65 49 97,5 33 33
≥70 50 100,0 35 35
TEP: 100 mg EV durante 2h (100 mg/100 ml a 50 ml/h); iniciar heparina após
terminar infusão de alteplase (desde que o aPTT não seja superior a 2x o valor de
referência)
AVC isquémico: 0,9 mg/kg EV – administrar primeiro 10% da dose como bólus EV em
2’ (0,09 mg/kg) e seguir com perfusão restante durante 60’ (máx. 90 mg); se
terapêutica mista administrar apenas 0,6 mg/kg
100 mg/100 ml de água esterilizada ou 50 mg/50 ml
(1 mg/ ml)
Perfusão em 60’
Bólus em 2’ (10%) Dose total
Peso (90%)
(kg) 0,6 0,9 0,6 0,9 0,6 0,9
mg/kg mg/kg mg/kg mg/kg mg/kg mg/kg
50 3 4,5 27 40,5 30 45
60 3,6 5,4 32,4 48,6 36 54
70 4,2 6,3 37,8 56,7 42 63
80 4,8 7,2 43,2 64,8 48 72
90 5,4 8,1 48,6 72,9 54 81
≥100 6 9,0 54 81,0 60 90
Reteplase (r-PA)
Apresentação: 10U/10 ml

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 55


Indicações: EAM
Posologia: 10U/10 ml de água esterilizada em bólus em 2’ à repetir 30’ depois
(NOTA: uma vez preparada a solução deve ser administrada em 4h)
Tenecteplase (TNK-tPA)
Apresentação: seringas com 6000U (30 mg), 8000U (40 mg) ou 10000U (50 mg)
Indicações: EAM
Posologia:
Regime convencional: 0,53 mg/kg, bólus em 5-10s
TNK – Regime convencional
peso TNK Volume de solução
TNK (U)
(kg) (mg) reconstituída
<60 6000 30 6
60-69 7000 35 7
70-79 8000 40 8
80-89 9000 45 9
≥90 10000 50 10
Heparina: Bólus 60U/Kg (máx. 4000U) seguido de perfusão a 12U/kg (máx.
1000U/h). Primeiro aPTT 3 horas após o bólus.
Em alternativa usar Enoxaparina: Bólus de 30 mg EV imediatamente seguido de 1
mg/kg SC q12h
Regime de angioplastia facilitada: 0,26 mg/kg, bólus em 5-10s
TNK – Regime convencional
peso TNK Volume de solução
TNK (U)
(kg) (mg) reconstituída
<60 3000 15 3
60-69 3500 17,5 3,5
70-79 4000 20 4
80-89 4500 22,5 4,5
≥90 5000 25 5

Heparina: Bólus 40U/Kg (máx. 4000U) seguido de perfusão a 7U/kg (máx. 800U/h).
Primeiro aPTT 3 horas após o bólus.
Abciximab
Bólus de 0,25 mg/kg EV imediatamente seguido de 0,125 mg/kg/min (máx. 10
mg/kg)
Estreptoquinase (SK)
Apresentação: amp. De 250000U e de 1500000U

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 56


Indicações: EAM, TEP, TVP ou oclusão intra-arterial periférica
Posologia:
EAM: 1 500 000U em 60’
TEP: 250 000U em 30’, seguida de 100000U/h durante 24-72h
TVP: 250 000U durante 30’, seguida de 100000U/h durante 72h
Oclusão intra-arterial periférica: 5000U/h
Efeitos adversos: hemorragias, hipotensão arterial, arritmias de reperfusão
Precauções/Contraindicações: EAM: hemorragia interna ativa, úlcera péptica ativa,
AVC ou cirurgia intracraniana recente (<2 meses), neoplasia intracraniana, HTA
grave não controlada (PAD>110mmHg e/ou PAS>180mmHg), SAV prolongado,
trauma grave recente (<10 dias); AVC isquémico: hemorragia intracraniana (antiga
ou atual), neoplasia ou MAV (excepto meningioma), PA> 185/110,
anticoagulação<48h, aPTT prolongado, INR> 1,7 ou plaquetas <100000, AVC,
cirurgia intracraniana ou TCE <3 meses, cirurgia major <14 dias, convulsões,
hemorragias internas <21 dias, EAM <3 semanas, punção arterial em local não
compressível <7d, PL recente, hemorragia subaracnoídea, gravidez.
Se hemorragias: monitorizar aPTT frequentemente e hemograma diário; se
mudança súbita do estado neurológico parar fibrinólise e anticoagulação e fazer TC-
CE urgente; plasma fresco congelado e ácido épsilon aminocapróico.

Flecainida
Apresentação: amp. 150 mg/15 ml (10 mg/ml)
Indicações: FA rápida associada ao sínd. WPW, teste de detecção de sínd. de
Brugada
Posologia:
Indução: 2,0 mg/kg em 10-20’
Manutenção: 150 mg/50 ml de SF; administrar 1,5 mg/kg/h na 1ª hora, seguidos de
0,25 mg/kg/h nas horas seguintes, sob monitorização contínua e ECGs seriados.
Interromper na detecção do sínd. de Brugada quando padrão tipo 1 (supra-ST de V1
- V3 com padrão de BRD)
Efeitos adversos: Hipotensão, TV, conversão a flutter com RVR, tonturas, diplopia,
visão nebulosa, cefaleias, parestesias, tremores, náuseas, vómitos, rash cutâneo e
diarreia.
Precauções: cardiopatia estrutural, disfunção do VE. IC, QT longo, alt. electrolíticas,
insuf. renal ou insuf. Hepática

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 57


Flumazenil
Apresentação: amp. 0,5 mg/5 ml (0,1 mg/ml)
Indicações: intoxicação/terapêutica com benzodiazepinas (bzdp)
Posologia:
Indução: 0,2-0,3 mg em bólus EV (máx. 2 mg)
Manutenção:
5 mg/50 ml de SF ou D5W
(0,1 mg/ml)
mg/h ml/h
0,1 1,0
0,2 2,0
0,3 3,0
0,4 4,0
Efeitos adversos: vómitos, sudação, ansiedade, convulsões, taquicardia
Precauções: monitorizar função respiratória, não reversão do quadro deve fazer
suspeitar de outros fármacos, curta duração (pode ser necessário repetir), se
convulsões tratar com bzdp
Contraindicações: Convulsões, intoxicação com fármacos que diminuam o limiar
convulsivo (p.ex. antidepressivos tricíclicos)

Furosemida
Apresentação: 20 mg/2 ml (10 mg/ml)
Indicações: Insuficiência cardíaca aguda (com ou sem hiponatrémia), crise
hipertensiva, edema pulmonar agudo
Posologia:
Edema pulmonar agudo: 40 mg EV; repetir com 80 mg se resposta inadequada
Crise hipertensiva: 20-40 mg EV
Insuficiência cardíaca aguda: 20-40mg IV/IM à 20 mg q2h;
IC com hiponatrémia: Dieta normosalina; administrar 20-40 mEq de KCl para
prevenir a hipocaliémia. Iniciar perfusão de 500-1000 mg de furosemido em 150 ml
de cloreto de sódio hipertónico:
+
• se Na ≤125 mEq/l: usar NaCl a 4,6% (ou 100 ml de SF + 30 ml de NaCl a 20%)
+
• se Na 126-135 mEq/l: usar NaCl a 3,5% (ou 140 ml de SF + 20 ml de NaCl a
20%)
+
• se Na ≥135 mEq/l: usar NaCl a 1,4%-2,4% (ou 130 ml de SF + 5-12 ml de NaCl
a 20%)

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 58


Efeitos adversos: hipocaliémia, hipoclorémia, hiponatrémia, alcalose metabólica,
hipomagnesiémia, hipercalciúria, hipovolémia, insuficiência renal, hiperglicemia,
parestesias, visão nebulosa, confusão mental, ototoxicidade, anorexia, náuseas,
vómitos, diarreia, prurido, hematúria, trombocitopénia
Precauções: doentes com cirrose hepática, ascite, diabetes ou gota, sob
aminoglicosídeos (ototoxicidade), corticoides (hipocaliémia) e lítio (redução da
excreção)
Contraindicações: Anúria, hipersensibilidade às sulfamidas, gravidez e aleitamento,
alcalose metabólica, hipocaliémia

Haloperidol
Apresentação: amp. 5 mg/ml
Indicações: Sedação rápida
Posologia:
Dose inicial: na agitação ligeira 0,5-2 mg EV; moderada 5-10 mg EV; grave >10 mg EV
Doses subsequentes: duplicar a dose prévia q15-30’
Manter sedação: repetir última dose q30’ (enquanto necessário)
Dose máxima: 50-100 mg ou 20 mg quando associado a lorazepam EV.
Dose máxima diária: até 480 mg/d
Efeitos adversos: taquicardia, hipo ou hipertensão, ataxia, distonia, discinesias
tardias, insónia, agitação, convulsões, xerostomia ou hipersalivação, obstipação,
anemia, leucopenia, QT longo, Torsades de Pointes, citólise hepática.
Precauções: Em idosos, doentes com disfunção hepática, epilepsia, doença
cardiovascular ou tirotoxicose

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 59


Heparinas
Heparina não fraccionada
Apresentação: frasco 25 000U/5 ml
Posologia:
Indução: 5000-10000 U
Manutenção: titular para aPTT alvo 1,5 a 2x o controlo; aferições de aPTT e
plaquetas q4-6h até efeito terapêutico e posteriormente q24h

aPTT Ajuste
<40 Fazer novo bólus de 2000U e aumentar em 2U/kg/h
40-44 Aumentar a infusão em 1U/kg/h
45-70 Não proceder a alterações
71-80 Diminuir infusão em 1U/kg/h
81-90 Suspender a infusão durante ½ hora e diminuir em 2U/kg/h
>90 Suspender a infusão durante 1h e diminuir em 3U/kg/h

Efeitos adversos: Hemorragias, reações alérgicas, trombocitopénia (ao 6º-12º dia, é


ligeira e reverte com suspensão), resistência à heparina
Precauções: avaliar coagulação, função hepática e renal; doentes asmáticos têm
risco de broncoespasmo
Contraindicações: hemorragia ativa, úlcera péptica ativa, varizes esofágicas,
diáteses hemorrágicas, dça hepática e renal graves, HTA grave, dça intracraniana,
cirurgia recente, drenagem contínua do tubo digestivo, trombocitopénia
Antagonista: Sulfato de protamina (ver página 95)

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 60


Heparinas de baixo peso molecular (HBPM)
Apresentação: Várias
Indicações: prevenção e tratamento do tromboembolismo venoso. Doses ajustadas
na insuficiência renal
Posologia:
HBPM Dose Profilática Dose Terapêutica
Dalteparina 2500U q24h ou 5000U 100U/kg q12h ou 200U/kg
q24h q24h
Enoxaparina 30 mg q12h ou 40 mg 1 mg/kg q12h ou 1,5 mg/kg
q24h q24h
Nadroparina Cir.geral/Oncol.: 0,3 ml 2- Trombose venosa: dose
4h antes da intervenção abaixo durante >10 dias
seguida 1 dose/d, 10d SCA: doses abaixo - 1ª
Cir. Ortopédica: 0,3 ml 12h administração em bólus e
antes e 12h depois, depois administrar mesma
seguido de 1 dose/d, 10 a dose q12h durante >6 dias
21d; se >70 kg, 0,6 ml a 60-70 kg: 0,6 ml
partir do 4º dia, 12 a 21d 70-80 kg: 0,7 ml
Medicina Interna: 0,3 ml 80-90 kg 0,8 ml
q24h, 10 d. ou durante o 90-100 kg 0,9 ml
período de internamento >100 kg 1,0 ml
Fondaparinux 2,5 mg SC q24h 7,5 mg SC q24h (5 mg se
<50 kg ou 10 mg se >100 kg)

Antagonista: Sulfato de protamina (ver página 95)

Hidralazina
Apresentação: 25 mg em pó e amp. 2 ml de solvente
Indicações: crise hipertensiva, pré-eclâmpsia/eclâmpsia
Posologia:
25 mg/2 ml de solvente + 8 ml de SF para bólus; 25 mg/50 ml (0,5 mg/ml) para
perfusão EV
Crise hipertensiva:
em Bólus: 10-20 mg EV/IM q2-4h (enquanto necessário)

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 61


em perfusão EV: dose de indução 0,1 mg/kg, seguido de perfusão a 1,5-5
µg/kg/min
25 mg/50 ml (0,5 mg/ml)
peso dose (µg/kg/min)
(kg) 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
40 7,2 9,6 12,0 14,4 16,8 19,2 21,6 24,0
50 9,0 12,0 15,0 18,0 21,0 24,0 27,0 30,0
60 10,8 14,4 18,0 21,6 25,2 28,8 32,4 36,0

ml/h
70 12,6 16,8 21,0 25,2 29,4 33,6 37,8 42,0
80 14,4 19,2 24,0 28,8 33,6 38,4 43,2 48,0
90 16,2 21,6 27,0 32,4 37,8 43,2 48,6 54,0
100 18,0 24,0 30,0 36,0 42,0 48,0 54,0 60,0

Efeitos adversos: hipotensão, taquicardia, palpitações, cefaleias, tonturas


Precauções: Monitorizar TA e FC, se hipotensão grave usar noradrenalina ou
efedrina (não usar adrenalina). Doentes com insuf. renal
Contraindicações: dça coronária, taquicardia, LES

Inibidores da bomba de protões


Apresentação: frasco de 40 mg (Pantoprazol, Omeprazol ou Esomeprazol)
Indicações: prevenção da recidiva hemorrágica após a terapêutica endoscópica de
úlceras gástricas ou duodenais agudas sangrantes
Posologia:
Indução: 80 mg em 30’
Manutenção: 8 mg/h durante 72h (se esomeprazol, nos insuf. hepáticos 4 mg/h) –
80 mg em 50 ml de SF a 5 ml/h
Efeitos adversos: Frequentes: cefaleias, dor abdominal, obstipação, diarreia,
flatulência, náuseas/vómitos; Pouco frequentes: xerostomia, tonturas, vertigens,
parestesias, sonolência, edemas, insónia, elevação das enzimas hepáticas
Precauções: redução da absorção de itraconazol, cetoconazol, atazanavir; aumento
da concentração plasmática de digoxina, claritromicina, diazepam, citalopram,
imipramina, clomipramina, fenitoína
Contraindicações: em associação com atazanavir

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 62


Inibidores das Glicoproteínas IIB/IIIA
Abciximab
Apresentação: amp. 10 mg/5 ml (2 mg/ml)
Indicações: adjuvante da intervenção coronária percutânea (ICP)
Posologia:
Indução: 0,25 mg/kg EV em 10-60’ antes do início do procedimento;
Manutenção: 0,125 µg/kg/min durante 12h (máx. 10 µg/min)
8 mg(4 ml)/50 ml de SF ou D5W
peso bólus perfusão
(kg) (ml) (ml/h)
50 6,3 2,3
60 7,5 2,8
70 8,8 3,3
>80 10,0 3,8

Tirofibam
Apresentação: saco de 250 ml e 500 ml a 0,05 mg/ml
Indicações: SCA (offlabel: trombose de stent carotídeo)
Posologia:
Indução: 0,4 µg/kg/min, 30’
Manutenção: 0,1 µg/kg/min, 12 a 24h após ICP (duração total da perfusão 48-108h)
Perfusão (0,05 mg/ml)
peso (kg) Indução (ml/h) Manutenção (ml/h)
46-54 24 6
55-62 28 7
63-70 32 8
71-79 36 9
80-87 40 10
88-95 44 11
96-104 48 12
105-112 52 13
113-120 56 14
121-128 60 15
129-137 64 16
138-145 68 17
146-153 72 18

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 63


Precauções: Na insuficiência renal reduzir a dose em 50%
Epfibatide
Apresentação: amp. de 20 mg/10ml (2 mg/ml) e 75 mg/100 ml (0,75 mg/ml)
Indicações: SCA, ICP
Posologia:
SCA: Início 180 µg/kg EV em bólus e perfusão a 2 µg/kg/min (máx. 15 mg/h); manter
durante 72h (se sem ICP) ou 96h (se com ICP – até 18-24h após procedimento)
75 mg/100 ml (0,75 mg/ml)
peso bólus
1 µg/kg/min
(kg) (180 µg/kg) 2 µg/kg/min
(se ClCr<50)
40 3,6 3,2 6,4
50 4,5 4,0 8,0
60 5,4 4,8 9,6
70 6,3 5,6 11,2
80 7,2 6,4 12,8
90 8,1 7,2 14,4
>95 8,6 7,5 15,0
Efeitos adversos: hemorragia, trombocitopénia grave (maior com o abciximab)
Precauções: monitorizar plaquetas (antes, 4 e 24h após o bólus), suspender se
plaq.<100 000; suspender heparina e aspirina se <60 000; transfundir plaquetas se
<50 000; evitar punções venosas ou arteriais; preferir o abciximab ou reduzir dose
de tirofibam em 50% nos doentes com insuf. renal
Contraindicações: hemorragia interna ativa; hist. de hemorragia GI/GU<6sem.; AVC
<30d (2a no abciximab); diátese hemorrágica (<100000 plaq. ou INR>2); trauma ou
cirurgia recente (<6 semanas), HTA grave não controlada, patologia intracraniana

Iões
Cálcio
Indicações: hipercaliémia, hipocalcémia (emergente), hipermagnesiémia, arritmias
2+
(associadas a intox. por bloq. canais Ca , hipercaliémia ou hipercalcémia)

Cloreto de cálcio
2+
Apresentação: amp. 1 g/10 ml (10% - 100 mg/ml), 1,35 mEq/ml de Ca e 1,35
-
mEq/ml de Cl
Posologia:
+
HiperK : 500-1000 mg EV em 2-5’ (repetir após 5’ se persistência de alterações no
ECG)

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 64


+-
HipoCa (emergente): 500-1000 mg EV lento (máx. 1 ml/min)
2+
HiperMg : 500 mg IV, repetir de acordo com a resposta
Arritmia: 500-1000 mg IV q10’ (enquanto necessário)

Gluconato de cálcio
Apresentação: amp. 1 g/10 ml (100 mg/ml). 0,446 mEq/ml de gluconato e 0,446
2+
mEq/ml de Ca
Posologia:
+
HiperK : 1000 mg EV (10 ml) em 2-5’
2-
HipoCa (emergente): 500-1000 mg EV lento
2+
HiperMg : 4,5-9 mEq EV lento
Efeitos adversos: cardiotoxicidade, hipotensão, flebite local, náuseas, vómitos,
sudação
Precauções/contraindicações: cuidado na insuf. renal; não exceder 0,5 ml/min se
sob digitálicos; corrigir hipomagnesiémia; corrigir calcémia para albumina;
administrar em veias de grande calibre;
Antídoto: Sulfato de magnésio
Magnésio, Sulfato de
Apresentação: amp. 2 g/10 ml (20% ou 200 mg/ml) e 5 g/10 ml (50% ou 500 mg/ml)
Indicações: Disritmias induzidas por digitálicos, taquicardia auricular multi-focal,
2+
Torsades de Pointes, pré-eclâmpsia/eclâmpsia, tocólise, hipoMg
Posologia:
Disritmias induzidas por digitálicos, taquicardia auricular multi-focal:
Indução: 1-2 g/100 ml de D5W em 15’
Manutenção: perfusão a 1-2 g/h
Torsades de Pointes: (em doentes com QT longo)
Indução: 1-2 g EV em 1-2’, enquanto necessário
Manutenção: perfusão a 1-2 g/h
Hipomagnesiémia:
6 g em 1000 ml de D5W durante 3h OU 1 g IM q4-6h
Pré-eclâmpsia/eclâmpsia:
Indução: 4 g EV (não exceder 1 g/min) ou 4-5 g IM; se persistirem convulsões
administrar 2 g EV ou 4-5 g IM
Manutenção: perfusão EV a 1-2 g/h

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 65


Tocólise:
Indução: 4-6 g EV durante 20’
Manutenção: perfusão EV a 1-2 g/h EV
Hemorragia Subaracnoideia por rotura de aneurisma
Indução: 2 g EV
2+
Manutenção: Iniciar perfusão a 1 g/h (6g em 50 ml a 8,3 ml/h) e ajustar para Mg
sérico de 3 – 4,5 mEq/l
Ajuste de perfusão de acordo com níveis séricos:
• <3 mEq/l: aumentar 0,5 g/h
• 3-4,5 mEq/l: manter perfusão
• 4,6-5,5 mEq/l: reduzir em 0,5 g/h
2+
• >5,5 mEq/l: suspender perfusão até Mg <5,5 mEq/l e depois reduzir ritmo de
perfusão prévio em 1 g/h
2+
Equação de conversão: 1mmol = 2mEq = 24mg de Mg
Efeitos adversos: hipotensão, rubor e calor, hiporeflexia, depressão respiratória
Precauções: administrar EV lentamente, magnesiémia diária; avaliar reflexos
osteotendinosos (hipereflexia = hipermagnesiémia); no caso da eclâmpsia, deve-se
manter um débito urinário >100 ml/h
Contraindicações: insuficiência renal, BAV, insuficiência renal
Antídoto: Gluconato de cálcio
Potássio, Cloreto de
Apresentação: sol. inj. 750 mg/10 ml (75 mg/ml) à 10 mEq/10 ml
Indicações: Correção de hipocaliémia
Posologia:
Hipocaliémias ligeiras-moderadas:
CVC: 20 mEq/h
Dose máxima
CVP: 10 mEq/h
CVC: 60-80 mEq/l
Diluição máxima
CVP: 20-40 mEq/l
Dose diária
150 mEq/l
máxima

+
Hipocaliémia grave (K <2 mEq/l) ou sintomáticas:
EV periférica: máx. 20 mEq/250 ml em 1h

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 66


EV central: máx. 20-40 mEq/100 ml em 1h ou perfusão contínua de acordo com o
nível sérico para perdas contínuas (p. ex. diálise ou tx diurética intensiva) –
diluição 50 mEq em 50 ml de SF
Efeitos adversos: hipercaliémia, PCR (se insuf. renal ou administração muito rápida),
tromboflebite se administrada em veia periférica
Precauções: não administrar EV direto, diluir sempre em SF, insuficiência renal,
hipercaliémia, em doentes com cardiopatia, insuf. renal ou acidose, monitorizar
balanço ácido-base e ECG

Tratamento da Hipercaliémia
+
Se: K >6,5 mEq/l; sinais clínicos (astenia, paralisia, dificuldade respiratória, disfagia);
alterações no ECG (ondas T altas e espiculadas, depressão do segmento ST,
desaparecimento da onda P, prolongamento do intervalo QT, alargamento e
empastamento do segmento QRS
Objectivos:
• promover a entrada de potássio na célula:
1. Dextrose 10-25%: (não administrar se hiperglicemia): 300-500 ml em 1h
2. salbutamol (aerossol) 10 mg em 10’ (esperado 0,5-1,0 mEq/l em 15-30’ e
durante 2h)
3. Insulina actrapid: 5-10 U por cada 20 g de glicose: 10 U em 50 ml de D50W
em 5-10’; ou 10 U em 100 ml de D30W
• proteger a membrana das células cardíacas:
1. se ausência de ondas P ou QRS alargados (em doentes não digitalizados),
administrar 10ml de gluconato de cálcio 10% (1 g) em 2‘ (repetir q5-10’
até correção das alterações no ECG)
2. em doentes medicados com digoxina deve-se administrar mais
lentamente (20’) ou preferir diálise e anticorpos anti-digoxina
3. Bicarbonato de sódio: administração não consensual (riscos superiores
aos benefícios?); não administrar no insuf. renal terminal
• outras medidas:
1. furosemido e/ou tiazidas, se adequada função renal
2. resinas permutadoras de potássio
3. diálise

Sódio, Cloreto de (hipertónico)


+
Apresentação: ampolas de 200 mg/ml (10 e 20 ml) – 3,4 mmol de Na /ml
Indicações: Hiponatrémia grave; hipertensão intra-craniana (HIC)

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 67


Posologia:
Iniciar a perfusão de NaCl 20% a 1 mL/h (3,4 mmol/h). Reavaliar sódio sérico cada 2
horas.
+
Na sérico PIC
50 ml de solução de NaCl a 20%
(mmol/L) (mmHg)
≥ 20 ­ perfusão 3 mL/h (não mais que 10 mL/h)
£ 140
< 20 Manter perfusão
≥ 20 ­ perfusão 1,5 mL/h (não mais que 10 mL/h)
141-150
< 20 Manter perfusão
≥ 20 ­ perfusão 0,8 mL/h (não mais que 10 mL/h)
151-160
< 20 Manter perfusão
≥161 PARAR Perfusão – reavaliar sódio sérico após de 2 horas

Quando já não é necessária, a perfusão deve ser descalada a um ritmo de 2,5 mL/h
a cada 4 horas, mantendo a monitorização do sódio sérico com intervalo de 2 horas.
Suspender a descalação se sódio sérico diminuir mais do que 10 mmol num período
de 24h.
Efeitos adversos: EAP; paragem respiratória, insuf. renal, convulsões
Advertências: mesmo na fase estável monitorizar sódio pelo menos a cada 6 horas.

Isoprenalina
Apresentação: amp. 0,1 mg/ml, 1 mg/ml e 2 mg/2 ml (1 mg/ml)
Indicações: bradicárdia importante resistente à atropina, choque
Posologia:
Iniciar a 0,02-0,06 mg EV e passar a 2-10 µg/min (em situações de choque 0,5-5
µg/min)
2 mg/50 ml D5W 2 mg/500 ml D5W
(40 µg/ml) (4 µg/ml)
µg/min ml/h ml/h
0,5 0,8 0,08
1,0 1,5 0,15
1,5 2,3 0,23
2,0 3,0 0,30
4,0 6,0 0,60
5,0 7,5 0,75
6,0 9,0 0,90
8,0 12,0 1,20
10,0 15,0 1,50

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 68


Efeitos adversos: Taquicardia, arritmias, hipo ou hipertensão, aumento do consumo
de O2, hiperglicemia, ansiedade, insónia, cefaleias, tonturas, sudação, tremores
Precauções: Não diluir em solutos alcalinos. Doentes com EAM (só até implantação
de pacemaker ou em caso de impossibilidade)
Contraindicações: HTA, taquicardia sinusal

Levosimendan
Apresentação: amp. de 12,5 mg/5 ml ou 25 mg/10 ml (2,5 mg/ml)
Indicações: Insuficiência cardíaca aguda
Posologia:
Indução (se estável não necessária): 6-12 µg/kg em 10’
Manutenção: 0,05-0,2 µg/kg/min (ajustan do à resposta clínica)
5 ml/500 ml D5W (0,025 mg/ml)
Indução (em 10’) Manutenção
peso
[µg/kg] [µg/kg/h]
(kg)
6 12 0,05 0,1 0,2
40 58 115 5 10 19
50 72 144 6 12 24
60 86 173 7 14 29
70 101 202 8 17 34 ml/h
80 115 230 10 19 38
90 130 259 11 22 43
100 144 288 12 24 48
Efeitos adversos: hipotensão, cefaleias, arritmias
Precauções: insuficiência renal, disfunção hepática, hipotensão, taquicardia grave,
história de Torsades de Pointes; corrigir previamente hipovolémia; não exceder 24h
de perfusão

Lidocaína
Apresentação: amp. 100 mg/5 ml (20 mg/ml) e 1000 mg/5 ml (200 mg/ml)
Indicações: FV/TV s/pulso (refractrária a 3 choques) e sem amiodarona disponível
Posologia:
Bólus inicial: 1 mg/kg EV
Bólus subsequentes: 0,5 mg/kg EV passados 5’
Infusão EV: 1-4 mg/min a iniciar após o 1º bólus

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 69


1 g/50 ml de D5W (20 mg/ml)
µg/min ml/h
1 3
2 6
3 9
4 12
Efeitos adversos: confusão, estupor, convulsões, paragem respiratória, hipotensão,
agravamento de arritmias e inotropismo negativo em altas doses
Precauções: reduzir doses para metade em idosos, doentes com ICC, em choque e
com doença hepática grave
Contraindicações: BAV de alto grau

Manitol
Apresentação: frascos de 100mg/ml (10%) e 200 mg/ml (20%)
Indicações: Hipertensão intra-craniana; hipertensão intra-ocular
Posologia:
Hipertensão intra-craniana: 0,25 – 1,0 g/kg – Intervalos de administração a definir
de acordo com a clínica (efeito em 10-15 minutos e pico de acção em 20-60 min),
com a osmolaridade sérica (alvo 300-320 mOsm/L – medir 20 min. após
administração) ou natrémia (alvo 145-150 mmol/L – medir 20 min. após
administração)
Hipertensão intra-ocular (hifema traumático): 1,5g/kg em 45 minutos 2x/d se
PIO>35 mmHg ou 3x/d se PIO muito alta
Contraindicações: Administração simultânea com sangue

Midazolam
Apresentação: amp. 15 mg/3 ml; 50 mg/10 ml; 10 mg/10 ml; 2 mg/ml
Indicações: sedação em procedimentos, sedação em VMI
Posologia:
Sedação em procedimentos:
1 mg EV lento q2-3’ (máx. 5 mg)

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 70


Sedação em VMI:
0,02-0,30 mg/kg/h (titular em 25-50% até sedação óptima)
150 mg/50 ml de SF ou D5W (3 mg/ml)
peso dose (mg/kg/h)
(kg) 0,025 0,05 0,075 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3
40 0,3 0,7 1,0 1,3 2,0 2,7 3,3 4,0
50 0,4 0,8 1,3 1,7 2,5 3,3 4,2 5,0
60 0,5 1,0 1,5 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0

ml/h
70 0,6 1,2 1,8 2,3 3,5 4,7 5,8 7,0
80 0,7 1,3 2,0 2,7 4,0 5,3 6,7 8,0
90 0,8 1,5 2,3 3,0 4,5 6,0 7,5 9,0
100 0,8 1,7 2,5 3,3 5,0 6,7 8,3 10,0

Efeitos adversos: hipotensão, depressão respiratória, amnésia anterógrada,


confusão mental
Precauções: monitorizar FC, FR e TA; disponibilidade para EOT e VMI,
desenvolvimento de tolerância, sínd. de abstinência após infusão prolongada,
acumulação na insuf. renal e hepática
Contraindicações: hipotensão arterial não controlável, Miastenia Gravis, porfirias
Antagonista: flumazenil

Milrinona
Apresentação: amp. 10 mg/10 ml e 20 mg/20 ml (1 mg/ml)
Indicações: Ssuporte inotrópico na insuficiência cardíaca; Prevenção do
vasoespasmo cerebral na hemorragia sub-aracnoideia (off-label)
Posologia:
Insuficiência Cardíaca:
0,125 a 0,75 µg/kg/min
Nos doentes com insuficiência renal:
ClCr <50 ml/min/1,73m2: 0,43 µg/kg/min
ClCr <40 ml/min/1,73m2: 0,38 µg/kg/min
ClCr <30 ml/min/1,73m2: 0,33 µg/kg/min
ClCr <20 ml/min/1,73m2: 0,28 µg/kg/min
ClCr <10 ml/min/1,73m2: 0,23 µg/kg/min
ClCr <5 ml/min/1,73m2: 0,2 µg/kg/min

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 71


Efeitos adversos: >10%: Arritmias vetriculares; 1-10% arritmias supra-ventriculares,
hipotensão, angor; <1% anafilaxia, fibrilhação auricular, broncoespasmo,
hipocaliémia, reacção no local de injecção, alteração das provas hepáticas, rash,
trombocitopénia, torsade de pointes, tremor.
Precauções: Assegurar que a FC está controlada em doentes com FA/Flutter antes
de iniciar; pode aumentar a resposta ventricular; suspender se alteração das
enzimas hepáticas; pode ser necessária suspensão ou redução da perfusão em caso
de hipotensão; corrigir alterações electrolíticas antes de iniciar; não recomendado
em caso de EAM; NÃO ADMINISTRAR NO MESMO ACESSO QUE O FUROSEMIDO.
Contra-indicações: hipersensibilidade conhecida aos componentes

Naloxona
Apresentação: amp. 0,4 mg/ml
Indicações: intoxicação por opiáceos ou propoxifeno, reversão do efeito
Posologia:
Intoxicação por opiáceos:
0,4 mg EV, a repetir se necessário (máx. 1,2 mg)
Intoxicação por propoxifeno:
Bólus: 2 mg EV; repetir de 3-3’ se necessário (máx. de 10 mg)
Perfusão: 4mg/100ml de SF a 10ml/h
Reversão dos efeitos dos opiáceos (pós-op)
0,1-0,2 mg EV q2-3’
Efeitos adversos: hiper ou hipotensão, náuseas, vómitos, sudação, taquicardia,
tremores, sínd. de abstinência; inócua na ausência de narcóticos
Precauções: em doentes com cardiopatia isquémica a reversão rápida do efeito
narcótico pode desencadear HTA e isquemia miocárdica.

Nimodipina
Apresentação: frasco 10 mg/ 50 ml (0,2 mg/ml)
Indicações: prevenção de défices neurológicos isquémicos devidos a vasospasmo
cerebral após hemorragia subaracnoideia de origem aneurismática

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 72


Posologia:
Administrar com co-perfusão de soro (indiferente o tipo) com razão
nimodipina:soro =1:4 – PREFERIR VIA ENTÉRICA SE POSSÍVEL
10 mg/50 ml de SF (0,2 mg/ml)
peso dose (µg/kg/min)
(kg) 7,5 10 15 20 25 30
40 1,5 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0
50 1,9 2,5 3,8 5,0 6,3 7,5
60 2,3 3,0 4,5 6,0 7,5 9,0

ml/h
70 2,6 3,5 5,3 7,0 8,8 10,5
80 3,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0
90 3,4 4,5 6,8 9,0 11,3 13,5
100 3,8 5,0 7,5 10,0 12,5 15,0
Efeitos adversos: trombocitopénia, cefaleias, taquicardia, hipotensão, náuseas
Precauções: doentes hipotensos

Nitroglicerina
Apresentação: amp. 25 mg/5 ml (5 mg/ml) e 50 mg/10 ml (5 mg/ml)
Indicações: Angina refractária, insuf. cardíaca aguda
Posologia:
Iniciar a 5 µg/min e aumentar q3-5’ até resposta;
10 mg/ 50 ml (200 µg/ml)
µg/min ml/h µg/min ml/h µg/min ml/h
5 1,5 25 7,5 80 24
7,5 2,3 30 9 100 30
10 3 35 10,5 120 36
12,5 3,8 40 12 140 42
15 4,5 45 13,5 160 48
17,5 5,3 50 15 180 54
20 6 70 21 200 60
Desmame: ò a dose em 5 µg/min
Efeitos adversos: cefaleias, rubor facial, taquicardia, hipotensão, agravamento de
shunt pulmonar por vasodilatação pulmonar, metahemoglobinémia (muito rara)
Precauções: associação com sildenafil, tadalafil ou vardenafil por risco de
hipotensão grave, angina por miocardiopatia hipertrófica

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 73


Contraindicações: hipotensão, hipovolémia, hipertensão intracraniana, pericardite
constritiva, tamponamento cardíaco e glaucoma de ângulo fechado.

Nitroprussiato de sódio
Apresentação: pó para solução injetável (50 mg)
Indicações: hipertensão maligna, ICC aguda
Posologia:
Iniciar com 0,5 µg/kg/min e titular q5’ aumentando 0,5 µg/kg/min (máx.10
µg/kg/min)
50 mg/ 50 ml (1 mg/ml)
peso dose (µg/kg/min)
(kg) 0,5 0,8 1 2 4 6 8 10
50 1,5 2,4 3,0 6,0 12,0 18,0 24,0 30,0
60 1,8 2,9 3,6 7,2 14,4 21,6 28,8 36,0
70 2,1 3,4 4,2 8,4 16,8 25,2 33,6 42,0

ml/h
80 2,4 3,8 4,8 9,6 19,2 28,8 38,4 48,0
90 2,7 4,3 5,4 10,8 21,6 32,4 43,2 54,0
100 3,0 4,8 6,0 12,0 24,0 36,0 48,0 60,0

Efeitos adversos: hipotensão, queda excessiva da pressão telediastólica do VE,


isquemia miocárdica, fadiga, náuseas, vómitos, desorientação, cefaleias, intoxicação
pelo tiocianeto, hipotiroidismo
Precauções: Monitorização contínua da TA (se hipotensão, suspender à repor
volume à aminas vasoativas), monitorizar níveis de tiocianeto (<6 mg/dl), fazer
desmame, utilizar solução em 4h, utilizar sistemas opacos. Doentes idosos, com
insuf. renal ou hepática e hipotiroidismo.
Contraindicações: hipotensão (TAS<90mmHg e/ou TAD<60mmHg), cardiopatias
valvulares obstrutivas, CIV, insuf. renal, hipovolémia
Intoxicação por Tiocianeto:
De prever se: (1) infusões >48h, (2) doses >10 µg/kg/min, (3) insuf. renal e hepática.
Sintomas: fadiga, náuseas, anorexia, rash cutâneo, cefaleias, dores abdominais,
desorientação, comportamento psicótico, hipotensão, respiração superficial,
arreflexia, midríase, convulsões, coma.
Tratamento: interromper nitroprussiato à inalações de nitrito de amilo (15-30” q1’
até disponível solução de nitrito de sódio à nitrito de sódio 3% em perfusão ev a
2,5-5 ml/min até 10-15 ml/min à tiossulfato de sódio, 12,5 mg/50 ml EV em 10’ à
se se mantiverem os sintomas repetir com ½ das doses

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 74


Noradrenalina
Apresentação: amp. 1 ml, 5 ml e 10 ml (1 mg/ml)
Indicações: Choque/hipotensão grave
Posologia:
Diluições em 50 ml de D5W
5 mg 10 mg 20 mg 50 mg
µg/min
0,1 mg/ml 0,2 mg/ml 0,4 mg/ml 1 mg/ml
2 1,2 0,6 0,3 0,1
4 2,4 1,2 0,6 0,2
6 3,6 1,8 0,9 0,4
7 4,2 2,1 1,1 0,5
8 4,8 2,4 1,2 0,5
10 6,0 3,0 1,5 0,6
12 7,2 3,6 1,8 0,7
14 8,4 4,2 2,1 0,8
15 9,0 4,5 2,3 0,9
16 9,6 4,8 2,4 1,0

ml/h
18 10,8 5,4 2,7 1,1
20 12,0 6,0 3,0 1,2
30 18,0 9,0 4,5 1,8
40 24,0 12,0 6,0 2,4
50 30,0 15,0 7,5 3,0
60 36,0 18,0 9,0 3,6
70 42,0 21,0 10,5 4,2
80 48,0 24,0 12,0 4,8
90 54,0 27,0 13,5 5,4
100 60,0 30,0 15,0 6,0
Efeitos adversos: bradiarritmias, arritmias ventriculares, vasoconstrição pulmonar,
hipoperfusão periférica, isquemia do miocárdio, necrose tecidular em caso de
extravasamento (infiltrar com fentolamina)
Precauções: Administrar numa veia de bom calibre (antecubital ou central)
Contraindicações: hipovolémia, isquemia mesentérica, isquemia arterial periférica

Octreótido
Apresentação: 0,05 mg/ml, 0,1 mg/1 ml, 0,5 mg/1 ml, 0,2 mg/ml
Indicações: Controlo de hemorragia de varizes esofágicas

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 75


Posologia:
Bólus: 100 µg EV
Perfusão: 600 µg/50 cc de SF entre 2,1 e 4,2 ml/h durante 48h
Manutenção: 100 µg SC de 8/8h durante 5 dias
Efeitos adversos: hiperglicemia
Precauções: monitorização da glicemia, pancreatite, diarreia, esteatorreia,
flatulência, náuseas, obstipação, dores abdominais vómitos, dor epigástrica, litíase
biliar, alopécia transitória, dor no local de administração,
Contraindicações: hipersensibilidade

Opióides
Alfentanil
Apresentação: ampolas de 1 mg/2 ml e 5 mg/10 ml
Indicações: Opióide de curta duração, anestésico e analgésico
Posologia:
Indução: 10-15 µg/Kg bólus EV em 3-5’
Manutenção:
15 mg/50 ml (0,3 mg/ml)
peso dose (µg/kg/h)
(kg) 6 8 10 15 20 23 25 30
35 0,7 0,9 1,2 1,8 2,3 2,6 2,9 3,5
40 0,8 1,1 1,3 2,0 2,7 3,0 3,3 4,0
50 1,0 1,3 1,7 2,5 3,3 3,8 4,2 5,0
60 1,2 1,6 2,0 3,0 4,0 4,5 5,0 6,0
ml/h

70 1,4 1,9 2,3 3,5 4,7 5,3 5,8 7,0


80 1,6 2,1 2,7 4,0 5,3 6,0 6,7 8,0
90 1,8 2,4 3,0 4,5 6,0 6,8 7,5 9,0
100 2,0 2,7 3,3 5,0 6,7 7,5 8,3 10,0
Efeitos adversos/Precauções/Contraindicações: As dos opióides

Fentanil
Apresentação: 0,05 mg/ml (amp. com 0,1 mg, 0,25 mg e 0,5 mg)
Indicações: analgesia em doentes ventilados
Posologia:

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 76


0,5 mg/50 ml (10 µg/ml)
peso dose (µg/kg/h)
(kg) 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
40 0,8 1,2 1,6 2 2,4 2,8 3,2 3,6 4
50 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
60 1,2 1,8 2,4 3 3,6 4,2 4,8 5,4 6

ml/h
70 1,4 2,1 2,8 3,5 4,2 4,9 5,6 6,3 7
80 1,6 2,4 3,2 4 4,8 5,6 6,4 7,2 8
90 1,8 2,7 3,6 4,5 5,4 6,3 7,2 8,1 9
100 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Efeitos adversos/Precauções/Contraindicações: As dos opióides; administração em
bólus pode desencadear rigidez muscular (menos frequente com com remifentanil)

Morfina
Apresentação: 10 mg/ml
Indicações: Analgesia, EAM e EAP
Posologia:
Analgesia:
Indução: 0,03-0,2 mg/kg em 10 ml de SF ou D5W, lento
Manutenção: 1-6 mg/h (50 mg/50 ml de SF ou D5W)
EAM e EAP: 2-10 mg EV lento
Efeitos adversos: hipotensão, bradicárdia, depressão respiratória, depressão do
reflexo da tosse, vómitos, obstipação, cólica biliar, retenção urinária
Precauções: monitorização, possibilidade de EOT e VMI, desenvolvimento de
tolerância, acumulação nas insuficiências renal (ClCr 10-50: diminuir em 25%;
ClCr<10: diminuir em 50%)e hepática, sind. de abstinência se terapêutica
prolongada
Contraindicações: hipotensão arterial não controlável, BAV, dças respiratórias,
megacólon tóxico
Antagonista: naloxona (ver pág. 53)

Petidina, meperidina
Apresentação: amp. 50 mg/2 ml e 100 mg/2 ml
Indicações: Analgesia
Posologia:

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 77


Indução: 5-15 mg em 1’ q6-10’ até analgesia (máx.100 mg/h)
Manutenção:
• IM/SC: 25-100 mg q3-4h
• EV intermitentes: 25-100 mg em 15-30’ q2-4h
• Perfusão EV: dose de carga de 15-50 mg, seguida de perfusão a 0,5mg/min;
titular de acordo com resposta
Efeitos adversos: hipotensão, depressão respiratória, obstipação, inibição do
reflexo da tosse, convulsões, tremores, mioclonias
Precauções: Reduzir dose em presença de outros depressores do SNS, insuf.
hepática e em idosos; ClCr 50-10: ò 25%; ClCr<10: ò 50%
Contraindicações: terapêutica com IMAO em 14-21 dias
Antídoto: Naloxona

Remifentanil
Apresentação: amp. 1, 2 E 5 mg para reconstituição (1mg/ml)
Indicações: analgesia em doentes ventilados
Posologia:
Aumentar 1,5µg cada 5’ sempre que necessário
5 mg em 50 ml (100 µg/ml)
peso dose (µg/kg/min)
(kg) 5,0 7,5 10,0 12,5 15,0 20,0 30,0 40,0
40 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 8,0 12,0 16,0
50 2,5 3,8 5,0 6,3 7,5 10,0 15,0 20,0
60 3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 12,0 18,0 24,0
ml/h

70 3,5 5,3 7,0 8,8 10,5 14,0 21,0 28,0


80 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 16,0 24,0 32,0
90 4,5 6,8 9,0 11,3 13,5 18,0 27,0 36,0
100 5,0 7,5 10,0 12,5 15,0 20,0 30,0 40,0

Efeitos adversos/Precauções/Contraindicações: As dos opióides; administração em


bólus pode desencadear rigidez muscular
Doses Opióides Equianalgésicas
Doses equivalentes
EV Oral/TD
Morfina 10 30

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 78


Buprenorfina 0,3 0,4 (SL)
Petidina 100 300
Codeína 100 200
Fentanil 0,1 12,5 (TD)
Alfentanil 0,66 n.d.
Remifentanil
Buprenorfina 0,3 0,4 (SL)
Metadona n.d. 3
Tramadol 100 120

Tabela de conversão de morfina em fentanil TD


para outros opióides, usar a tabela acima para converter para morfina e depois para
fentanil
Morfina EV/SC Morfina Oral Fentanil TD
20-40 mg/d 60-120 mg/d 25 mcg/h
45 – 75 mg / dia 135 – 225 mg / dia 50 mcg / h
80 – 105 mg / dia 240 – 315 mg / dia 75 mcg / h
110 – 135 mg / dia 330 – 405 mg / dia 100 mcg / h

Doses de opióides por via espinhal


Fármaco Dose única Perfusão Início Duração de
(mg) (mg/h) (min) dose única (h)
Epidural
Morfina 1,0 – 6,0 0,1 – 1,0 30 6 – 24
Fentanil 0,025 – 0,100 0,025 – 0,100 5 4–8
Clonidina - 0,3 - -
Hidromorfona 0,8 – 1,5 0,15 – 0,3 5-8 4–6
Intratecal
Morfina 0,1 – 0,3 - 1,5 8 – 34
Fentanil 0,005 – 0,025 - 5 3-6

Pralidoxima
Apresentação:
Indicações: Intoxicação por organofosforados; intoxicação com anticolenesterases
(neostigmina, piridostigmina)
Posologia:
Intoxicação por organofosforados:
Bólus: 30 mg/kg (10-20 mg/mL em 15-30 minutos)

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 79


Manutenção: perfusão de 8mg/kg/h
Intoxicação com anticolenesterases: 1000-2000 mg IV seguido de bólus de 250 mg
conforme necessário
Efeitos adversos: PCR, hipertensão, taquicárdia, tonturas, cefaleia, convulsões, rash,
aumento das transaminases, fasciculações, laringoespasmo, rigidez muscular,
fraqueza, défice de acomodaçãoo visual, visão turva, diplopia, insuficiência renal,
hiperventilação ou apneia
Precauções: não indicado em intoxicaçãoo por carbamatos; pode precipitar crises
miasténicas em doentes com Miastenia Gravis; pode ser necessário ajuste da dose
na insuficiência renal
Contraindicações: não existem contraindicações absolutas

Propafenona
Apresentação: amp. 70 mg/20 ml (5 mg/2 ml)
Indicações: Cardioversão de FA recente
Posologia:
2 mg/kg em 10-15’; pode-se repetir a dose 2h depois
140 mg/100 ml D5W
(1,4 mg/ml)
µg/min ml/h
0,5 22
1,0 44
1,5 66
2,0 88

Efeitos adversos: bradicardia, BAV ou SA, arritmias, IC, fadiga, cefaleias, reações
cutâneas, anorexia, náuseas, vómitos, alterações do paladar, colestase, visão
enevoada, ataxia, agranulocitose
Precauções: evitar em doentes com cardiopatia isquémica ou disfunção do VE
Contraindicações: intoxicação digitálica, bradidisritmias, dça do nódulo sinusal,
broncoespasmo

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 80


Propofol
Apresentação: amp. 10 mg/ml e 20 mg/ml
Indicações: Sedação em doentes ventilados ou anestesiados
Posologia:
Indução: 1-2 mg/kg
Manutenção: 0,5-4 mg/kg/h
500 mg/50 ml (10 mg/ml – 1%)
peso dose (mg/kg/h)
(kg) 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
40 2 4 6 8 10 12 14 16
50 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20
60 3 6 9 12 15 18 21 24

ml/h
70 3,5 7 10,5 14 17,5 21 24,5 28
80 4 8 12 16 20 24 28 32
90 4,5 9 13,5 18 22,5 27 31,5 36
100 5 10 15 20 25 30 35 40

1000 mg/50 ml (20 mg/ml – 2%)


peso dose (mg/kg/h)
(kg) 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
40 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0
50 1,3 2,5 3,8 5,0 6,3 7,5 8,8 10,0
60 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0

ml/h
70 1,8 3,5 5,3 7,0 8,8 10,5 12,3 14,0
80 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0
90 2,3 4,5 6,8 9,0 11,3 13,5 15,8 18,0
100 2,5 5,0 7,5 10,0 12,5 15,0 17,5 20,0

Efeitos adversos: hipotensão, bradicárdia, depressão respiratória, dor local,


amnésia anterógrada
Precauções: administrar em perfusão contínua de preferência em veia central,
monitorização hemodinâmica, mudar seringa e sistema q12h e administrar o
fármaco isoladamente
Contraindicações: alergia ao ovo ou óleo de soja

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 81


Protamina, Sulfato de
Apresentação: amp. 50 mg/5 ml (10 mg/ml)
Indicações: antagonista da heparina e HBPM
Posologia:
Heparina em bólus EV:
se 0-30’ à 1-1,5 mg/100 U;
se 30-60’ à 0,5-0,75 mg/100U;
se >2h à 0,25-0,375 mg/100 U (máx. 50mg/dose)
Heparina em perfusão contínua:
25-50 mg de protamina
Heparina SC:
1,0-1,5 mg/100 U, administrar 25-50 mg em bólus lento, seguido de restante em
perfusão EV em 8-16h
HBPM:
1 mg de protamina neutraliza:
• 1 mg de enoxaparina (se>12h após toma dar 0,5 mg, se >12h não
administrar)
• 100 U de dalteparina (Máx. 50mg/dose)
6 mg de protamina neutraliza 0,1 ml de nadroparina administrada nas
últimas 8h
Efeitos adversos: anafilaxia, hipotensão, bradicárdia, dispneia, náuseas e vómitos,
hemorragia (se doses > 100 mg)
Precauções: administrar lentamente, controlar TP; doentes com alergias a peixe

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 82


Salbutamol
Apresentação: amp. 0,5 mg/1 ml e 5 mg/ 5 ml
Posologia:
Indução: 5-6 µg/kg durante 5’.
Dose de manutenção: 5-20 µg/min
10 mg/50 ml (0,2 mg/ml)
µg/min ml/h
5 1,5
6 1,8
8 2,4
10 3
15 4,5
20 6
Efeitos adversos: hipotensão, hiperglicemia, hipocaliémia, palpitações, arritmias,
tremor fino
Precauções: utilizar com cuidado em diabéticos, com hipertiroidismo e com
patologia cardiovascular descompensada.
Contraindicações: cetoacidose diabética, hipertiroidismo não compensado,
hipocaliémia, hipersensibilidade ao salbutamol, patologia cardiovascular
descompensada

Silibinina
Apresentação: pó para solução para perfusão, 350 mg
Indicações: intoxicações pelo cogumelo Amanita phalloides
Posologia: 20 mg/kg divididos em 4 perfusões de 2 horas cada até ao
desaparecimento dos sintomas de intoxicação
Efeitos adversos: náuseas, cefaleias, prurido; diarreia ou sensação de calor
Precauções: hemoperfusão ou hemodiálise devem ser realizadas nos intervalos
entre as perfusões; monitorizar equilíbrio iónico
Contraindicações: hipersensibilidade à substância activa

Somatostatina
Apresentação: amp. 0,25 mg/1 ml, 3 mg/1 ml e 6 mg/1 ml
Indicações: rotura de varizes esofágicas, hemorragia aguda por úlceras
gastroduodenais, profilaxia das complicações após cirurgia pancreática e CPRE,
tratamento da pancreatite aguda, tratamento das fístulas do intestino delgado e do

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 83


pâncreas, tratamento sintomático da hipersecreção causada por tumores
endócrinos do tubo digestivo
Posologia:
Perfusão de 3,5 µg/kg/h (se ClCr<30 - 1,75 µg/kg/h)
Hemorragias gastrointestinais: iniciar logo que possível e durante 5 dias (mínimo 48
horas)
Administrar bólus de 3,5 µg/kg no início da perfusão, imediatamente antes da
endoscopia, ou sempre que evidenciar sinais de hemorragia
Fístulas ou tumores endócrinos: administrar dose acima, sem bólus
Efeitos adversos: hipoglicemia inicial com hiperglicemia 2 a 3 horas depois, HTA,
HTP, redução de débito cardíaco, bradicárdia
Precauções: bólus lento em pelo menos 1 minuto;
Contraindicações: hipersensibilidade

Terlipressina
Apresentação: amp. 1 mg/5 ml
Indicações: rotura de varizes esofágicas, síndrome hepato-renal, choque séptico
Posologia:
Rotura de varizes esofágicas: administrar cada 4 horas de acordo com o peso
• <50 kg: 1,0 mg
• 50-70 kg: 1,5 mg
• >70 kg: 2,0 mg
Síndrome hepato-renal: 1 mg, 3 ou 4x/d
tratar até redução de 30% da creatininémia (normal 10 dias); se não houver redução
da creatinina em 3 dias suspender tratamento
Choque séptico: 1 mg, q5h (se >70 kg administrar 1,5-2,0 mg)
Efeitos adversos: hipertensão, bradicárdia, insuficiência coronária
Precauções: necrose cutânea se extravasamento
Contraindicações: gravidez, hipersensibilidade

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 84


Valproato de Sódio
Apresentação: amp. 300 mg
Indicações: crises convulsivas
Posologia:
Indução: 15 mg/kg bólus EV em 3-5’
Manutenção: iniciar 20’ depois a 1 mg/kg/h (máx. 3 dias)
Após paragem da perfusão: 1 cp de VPS Chrono à 1 cp q12d à 20-30mg/kg/d em
toma única
Efeitos adversos: hepatopatias e pancreatites agudas, estado de estupor, dispepsia,
teratogenecidade, anemia, leucopenia, hipofibrinogenémia, prolongamento do
tempo de hemorragia
Precauções: monitorizar função hepática, coagulação, ajustar na insuf. renal
Contraindicações: doença hepática aguda ou crónica, antecedentes familiares de
hepatite grave

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 85


Fórmulas e esquemas úteis
Água corporal total (L): 0,6 x peso
Défice de água (L): [(Na plasma – 140)/140] x água corporal total (L)
Défice de sódio (mEq/L): (140- Na atual) x água corporal total (L)
Défice de potássio (mEq/L): (3,5-K atual) x [0,4 x peso (kg)]
3-
Défice de bicarbonato (mEq/L): [0,5 x peso (kg)] x [24 – HCO ]
Osmolalidade plasmática: (1,86 x Na) + (glicemia:18) + (ureia:5,6)
Excreção fraccionada de sódio: (Na u x Creat p) : (Na p x Creat u) x 100
3-
Cálculo do anion gap: Na - Cl + HCO
Depuração da creatinina: [(140-idade) x peso (kg)] : (72 x creatinina sérica)
Superfície corporal (fórmula de Dubois): 0,007184 x peso (kg) x altura (cm)
Peso estimado: Homem: 50 + 0,91 (Altura em cm – 152,4)
Mulher: 45,5 + 0,91 (Altura em cm – 152,4)

Distinção exsudado-transudado
Exsudado Transudado
Proteínas líquido/séricas <0,5 <0,5
LDH liquido/sérico <0,3 <0,3
>2/3 limite <2/3 limite sérico
LDH liquido
sérico superior superior

Insuficiência renal aguda


Pré-renal Renal
Ureia/Creat. Plasmática >20:1 10-15:1
+
Na urinário (mEq/L) <20 >40
Osm. Urina (mOsm/L H2O) >500 <350
Excreção fraccionada de Na
<1% >2%
(NaU x CrP) / (NaP x CrU) x 100
Excreção fracionada de Ur
< 35% >35%
(UrU x CrP) / (UrP x CrU) x 100
Creatinina urina/Sérica >40 <20

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 86


Campos pulmonares

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 87


Agentes vasopressores e inotrópicos
Fármaco Receptores Dose Efeitos adversos Considerações especiais
Vasopressores
Taquicárdia, isquémia periférica e
Noradrenalina a1 > b1 0,05-1 µg/kg/min
gastrointestinal
b1 > a1 (doses baixas Taquicárdia, isquémia periférica e
Adrenalina 0,05-0,5 µg/kg/min
b, dose altas a) gastrointestinal, hiperlactatémia
DA = < 5 µg/kg/min
Doses protectoras renais
Dopamina b1 = 5-10 µg/kg/min 5-30 µg/kg/min Taquicárdia, arritmias
não devem ser utilizadas
a1 = 10-20 µg/kg/min
Fenilefrina a1 0,5-5 µg/kg/min Bradicárdia reflexa Taquifilaxia
Não titular (doses > 0,04
Isquémia cardíaca/mesentérica;
Vasopressina V1 0,04 U/min U/min podem resultar em
lesões cutânea
isquémia cardíaca)
Isquémia cardíaca/mesentérica;
Terlipressina V1 0,7-2,8 µg/min
lesões cutânea
Inotrópicos
Dobutamina b1 , b2 2-20 µg/kg/min Arritmias, hipotensão
Vasodilatação periférica, Aumenta menos a FC;
Milrinona PDE3 0,125-0,75 µg/kg/min
hipotensão, arritmias ventriculares Ajuste renal
Parâmetros hemodinâmicos
Parâmetro Fórmula Valores normais
Pressão venosa central (PVC) - 1 – 6 mmHg; 2,5-12 cmH2O
Pressão na aurícula esquerda - 4 – 12 mmHg
Pressão na aurícula direita (RAP) - 4 – 6 mmHg
Pressão na artéria pulmonar (PAP) - 15 – 30 mmHg
Pressão de encravamento na artéria pulmonar (PCWP) - 6 – 12 mmHg
2 2
Superfície Corporal [BSA(m )] [Alt (cm) – Peso (kg) -60]/100 1,6 1 1,9 m
2
Índice Cardíaco (CI) CO/BSA 2,4 – 4 L/min/m
2
Volume Sistólico (SVI) CI/HR 40-70 mL/batimento/m
Fracção de ejecção do ventrículo direito (RVEF) SV/RVEDV 46 – 50%
2
Volume telediastólico do ventrículo direito (RVEDV) SV/RVEF 80 – 150 mL/m
2
Índice de trabalho sistólico do ventrículo direito (RVSWI) (PAP-CVP) x SVI (x 0,0136) 4-8 g·m/m
2
Índice de trabalho sistólico do ventrículo esquerdo (LVSWI) (MAP-PCWP= x SVI (x 0,0136) 40 – 60 g·m/m
1 5 2
Resistências vasculares sistémicas indexadas (SVRI) (MAP-RAP) x 80/CI 1 600 – 2 400 dynes·sec ·cm /m
1 5 2
Resistências vasculares pulmonares indexadas (PVRI) (PAP – PCWP) x 80/CI 200 – 400 dynes·sec ·cm /m
Saturação venosa mista (SvO2) - 70-75%
2
Entrega de oxigénio (DO2) DO2 = CI x 13,4 x Hb x SatO2 520 – 570 mL/min/m
2
Consumo de oxigénio (VO2) VO2 = CI x 13,4 x Hb x (SatO2 – SvO2) 110 – 160 mL/min/m
Razão de extracção de oxigénio (O2ER) O2ER = VO2/DO2 (x100) 20 – 30%
HR = Heart Rate; RVEDP = Right ventricular end-diastolic pressure
Tipo de Choque SvO2 CO PA Ppulso PAP SVRI PVRI CVP PCWP
Anafilático ò ò ò ò ò ò S/Añ
Cardiogénico ò ò ò ò ñ òS/Añ ñ ñ ñ
Neurogénico ò S/Aò ò ò ò ò S/A ò ò
Hipovolémico
Compensado ò S/Aò S/A ò ò ñ S/A ò ò
Descompensado ò ò ò ò òS/Añ ñ ñ ò ò
Séptico
Hipodinâmico òS/Añ ò ò ò òS/Añ òS/Añ ñ òS/Añ òS/Añ
Hiperdinâmico S/Añ ñ òS/A òS/Añ òS/Añ ò S/Añ òS/A òS/A
ò = diminuído; ñ= aumentado; S/A = sem alteração
Algoritmo de decisão – PiCCO
Tabela de Composição de Fluidos
+ - + +
Solução pH Na Cl K Ca2 Lact. Gluc. Osm. Outros
SF 0,9% 5,0 154 154 0 0 0 0 308 -
Lact. Ringer 5-7 130 111,7 4 3 28 0 277 -
Dx5%H2O 4,0 0 0 0 0 0 50 g/L 252 -
SF 0,45% 4,5-6 77 77 0 0 0 0 154 -
Polielect. c/ ou s/ glic. 136 109,5 3,9 3,7 0 0/50 g/L 275/571
Hetastarch 6% (Voluven)* 4,0-5,5 154 154 0 0 0 0 308 60 g/L amido
Albumina 20% 6,4-7,4 142,5-157,5 130-160 <2 0 0 0 312 200 g/L alb.
Dextran-40 (sol. 10%)* 3,5-7,0 154 154 0 0 0 0 311 100 g/L dextran
Dextran-70 (sol.6%)* 3,0-7,0 154 154 0 0 0 0 310 60 g/L dextran
Haemaccel 3,5% 7,4 145 145 5 6,25 0 0 293 35 g/L gelatina
Gelofundina 4% 7,4 154 125 0 0 0 0 274 40 g/L gelatina
*recomendação da EMEA a 14-06-2013 contra a sua utilização
Neurologia

Circulação cerebral

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 93


Dermátomos

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 94


Neuroanatomia do cérebro e medula
Análise do líquor
Meningite Meningite viral Doença inflamatória do
Normal S. Guillan-Barré
bacteriana aguda aguda SNC (p.ex. EM)
Células <5 Milhares Centenas <50 <10 (Max. 50)
Linfócitos/ Granulocitos/ Linfócitos/ Linfócitos/
Predomínio Linfócitos
monocitos linfócitos granulocitos monocitos
Normal (até Normal a ligeiramente Muito elevado
Proteínas (md/dl) <550 >1000 (até 5000)
1000) elevado (>10000)
Índice Glicose
Tipicamente >0,5 < 0,3 >0,6 Normal Normal
(LCR/plasma)
Lactato (mmol/l) <2,1 > 2,1 <2,1 Normal Normal
Bandas oligoclonais, Dissociação
Outros PIC: 6-22 cmH2O PRC HSV-DNA
Síntese intratecal de Ig cito-albuminica
Escalas

SOFA
Utilizado para classificar a função/disfunção orgânica durante o internamento em
Cuidados Intensivos. Classifica-se com o pior valor nas 24 horas, de acordo com a
seguinte tabela:
Score 1 2 3 4
Respiração <200 <100
<400 <300
PaO2/FiO2, mmHg e sob suporte ventilatório
Coagulação
<150 000 <100 000 <50 000 <20 000
Plaquetas
Fígado
1,2 – 1,9 2,0 – 5,9 6,0 – 11,9 >12,0
Bilirrubina, mg/dl
Cardiovascular Dopa>5 , NA Dopa>15 , NA
PAM<70 Dopa<5
Hipotensão ou Epi<0,1 ou Epi>0,1
SNC
13 - 14 10 - 12 6-9 <6
GCS
Renal
1,2 - 1,9 2,0 - 3,4 3,5 - 4,9 >5,0
Creatinina, mg/dl
PAM=Pressão arterial média; Dopa=Dopamina; Epi=Epinefrina; NA=Noradrenalina;
Doses de vasopressores em mcg/kg/min ; GCS=Sistema Nervoso Central; SCG=Score
de Coma de Glasgow
É necessário ter em atenção os seguintes pormenores:
• Ao classificar o Score de Coma de Glasgow este não deve ser prejudicado pela
presença de sedação, devendo ser estimado de acordo com o status do doente
sem sedação
• No doente não ventilado o valor máximo atribuído à respiração é de 2
• A dose de noradrenalina ou adrenalina é em mcg/kg/min, apesar de ser
calculada em mcg/min.
• O valor utilizado para a creatinina deve ter em conta a utilização ou não de
técnicas de depuração renal, isto é, um doente sob técnica dialíticas contínua
deve ser classificado de acordo com o último valor antes de iniciar a técnica.
• Quando existe ausência de um valor, utilizar a média das determinações que
imediatamente o pre e procedem

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 97


APACHE II e SAPS II e 3
São calculados 3 índices de gravidade na admissão (Apache II, SAPS II e SAPS 3 que
avaliam a probabilidade de morte de um grupo de doentes. O APACHE II e o SAPS II
são calculados com base nas patologias prévias, idade e parâmetros medidos nas
primeiras 24 horas de admissão na UCI. O SAPS 3 é calculado com base nos
parâmetros medidos no período peri-admissão, i.e. ± 1 hora.
É necessário ter em atenção os seguintes pormenores:
• ao registar os valores de FiO2 e PaO2 estes devem reportar-se à mesma
gasimetria e aquela com a pior razão PaO2/FiO2; o bicarbonato e o pH não
• Ao classificar o Score de Coma de Glasgow este não deve ser prejudicado pela
presença de sedação, devendo ser estimado de acordo com o status do doente
sem sedação
• Parâmetros como pressão arterial, frequência cardíaca, contagem de
leucócitos ou temperatura, têm classificações nos extremos do normal,
devendo ser registado qual aquele que condiciona uma classificação mais alta
(por exemplo, no SAPS II, uma FC 38 é classificada com 11 pontos e 160 com 7)

Avaliação de carga de trabalho de enfermagem


Diariamente são preenchidas pelos enfermeiros as escalas de NAS e NEMS que
avaliam a carga de trabalho dos enfermeiros. Na admissão e na alta, é preenchida
pelos médicos a escala de TISS-76.

RIFLE
Grau Aumento da Creatinina sérica Débito urinário
Risk ì da creatininémia em 1,5x <0,5 ml/kg/h durante mais de
6h
Injury ì da creatininémia em 2x <0,5 ml/kg/h durante >12h
Failure ì da creatininémia em 3x ou <0,3 ml/kg/h durante 24 h ou
creatinina >4 mg/dl (subida anúria durante 12h
aguda de >0,5 mg/dl)
Loss Insuficiência renal aguda persistente = perda completa da função
renal durante mais de 4 semanas
End-stage
Perda completa da função durante mais de 3 meses
disease

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 98


AKIN
Grau Aumento da Creatinina sérica Débito urinário
1 ì 1,5-2x ou 0,3 mg/dl do <0,5 ml/kg/h durante >6h
basal
2 ì 2-3x do basal <0,5 ml/kg/h durante >12h
3 ì 3x do basal ou creatinina > <0,3 ml/kg/h durante 24h ou
4 mg/dl (com aumento agudo anúria durante 12h
> de 0,5 mg/dl)

Escala de Murray (ECMO)


0 1 2 3 4
PaO2/FiO2 com FiO2 100% (em ≥300 225-299 175-224 100-174 <100
mmHg)
Quadrantes afectados no Rx Normal 1 2 3 4
tórax
PEEP (cmH2O) ≤5 6-8 9-11 12-14 ≥15
Compliance (ml/cmH2O) ≥80 60-79 40-59 20-39 ≤19

Escala de MELD
(0,957 x Loge(creatinina em mg/dl) + 0,378 x Loge(bilirrubina em mg/dl) +
1,120 x Loge(INR) + 0,643) x 10 e arredondado à unidade
Notas:
• valores laboratoriais inferiores a 1 são arredondados para 1
• o valor máximo de creatinina considerado é 4 pelo que doentes com
creatininémias superiores a este valor devem ser classificadas com 4
• Para os candidatos em hemodiálise, definido como tendo 2 ou mais sessões na
semana anterior ou que foram sujeitos a >24h de HFVVC/HDFVVC, deverá ser
utilizado como valor de creatinina o 4

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 99


Critérios do King’s College
Critérios que definem indicaçãoo para transplante hepático em insuficiência
hepática aguda:

INDUZIDA pelo Paracetamol


- pH arterial inferior a 7,3 independentemente do grau de encefalopatia
- Encefalopatia grau III ou IV E
o tempo de protrombina > 100” E
o creatinina sérica superior a 3,4 mg/dl

NÃO INDUZIDA pelo Paracetamol


- Tempo de protrombina > 100” independentemente do grau de encefalopatia
OU
- Quaisquer 3 dos seguintes:
o Idade <10 ou >40 anos
o Etiologia desfavorável, tal como Hepatite viral não A e não B, reacção
farmacológica idiossincrática, doença de Wilson
o Duração da icterícia antes do estabelecimento da encefalopatia
superior a 7 dias
o Tempo de protrombina superior a 50”
o Bilirrubina sérica superior a 18 mg/dl

Escala de Child-Turcotte-Pugh
1 2 3
Encefalopatia Nenhum Grau 1-2 Grau 3-4
(ou aguda) (ou crónica)
Ascite Nenhum Ligeira/moderada Grave
(responde. diur.) (n responde. diur.)
Bilirrubina (mg/dl) <2 2-3 >3
Algumina (g/dl) >3,5 2,8 – 3,5 <2,8
TP (seg. prolongados) <4 4–6 >6
ou INR <1,7 1,7 – 2,3 >2,3
Classe CTP:
A = 5-6 pontos
B = 7-9 pontos
C = 10-15 pontos

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 100


Escala de NIHSS (National Institute of Health Stroke Scale)

1a – Nível de Consciência
0 – vigil, bem desperto e alerta
1 – sonolento, acorda com estímulos mínimos
2 – sonolento, requer estímulos repetidos para responder
3 – coma, apenas movimentos reflexos ou autonómicos
Nota: classificar mesmo com obstáculos (EOT, barreira linguística, etc.)
1b - Pergunte ao doente mês e idade
0 – responde a ambas as questões corretamente
1 – responde a uma questão corretamente
2 – não responde a nenhuma questão corretamente
Nota: classificar 2 em doentes estuporosos ou afásicos; cotar 1 em doentes
incapazes de falar por EOT, trauma, disartria grave, língua nativa diferente ou outro
que não afasia; classificar apenas resposta inicial
1c – Peça ao doente para abrir e fechar os olhos e as mãos
0 – realiza ambas as tarefas corretamente
1 – realiza uma tarefa corretamente
2 – não realiza nenhuma tarefa corretamente
Nota: classificar apenas a 1ª tentativa; pode ser demonstrado pelo avaliador; se
parésia ou amputação tentar outras formas
2 – Posição dos olhos (só movimento horizontal)
0 – normal
1 – parésia ocular parcial
2 – desvio conjugado dos dois olhos
Nota: classificar 1 se desvio conjugado reversível pela vontade do doente ou
reflexos oculocefálicos, parésia de 1 oculomotor
3 – Campos visuais
0 – sem perda de campo visual Nota: doentes previamente cegos
1 – hemianopsia parcial classificar 3; se extinção/inatenção
2 – hemianopsia completa classificar 1
3 – hemianopsia bilateral
4 – Simetria da face
0 – Movimentos simétricos
1 – Parésia mínima (apagamento do sulco)
2 – Parésia do andar inferior
3 – Parésia do andar inferior e superior

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 101


5 e 6 – Movimento dos membros superiores e inferiores
0 – normal
1 – descai
2 – faz algum esforço contra gravidade
3 – não há esforço contra gravidade
4 – não há movimento
X – amputação ou fusão articular
Nota: testar durante 10 seg. nos membros superiores e 5 seg. nos inferiores; testar
cada membro individualmente
7 – Coordenação motora
0 – sem ataxia Nota: classificar como 0 se afásico ou
1 – ataxia num membro plégico; classificar como atáxico
2 – ataxia em dois membros apenas se desproporcional à parésia
X – amputação ou fusão articular
8 – Sensibilidade
0 – normal Nota: dtes estuporosos ou afásicos são
1 – diminuição ligeira a classificados com 0 ou 1; se não responde
moderada ou está tetraplégico cotar 2; doentes com
2 – perda grave a total 3 no item 1a têm 2 neste item.

9 – Linguagem
0 – normal Nota: doente em coma classificar-se
1 – afasia ligeira a moderada como 3; para o doente estuporoso ou
2 – afasia grave com colaboração limitada não deve ser
3 – mutismo escolhido o 3.
10 – Disartria
0 – articulação verbal normal
1 – empastamento
2 – incompreensível
X – EOT/barreira física
Nota: se afásico cotar a clareza da articulação
11 – Extinção/inatenção
0 – sem extinção/inatenção
1 – extinção/inatenção numa modalidade
2 – extinção/inatenção em mais que 1 modalidade
Nota: se perda visual grave com estimulação cutânea normal = 0

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 102


Escala de Coma de Glasgow
Olhos Verbal Motora
Orientada e
Espontânea 4 5 Obedece 6
apropriada
À estimulação Desorientada e
3 4 Localiza dor 5
verbal confusa
À estimulação Palavras
2 3 Foge da dor 4
dolorosa inapropriadas
Sons
Sem resposta 1 2 Resposta flexora 3
incompreensíveis
Resposta
Sem resposta 1 2
extensora
Sem resposta 1

Escala de Rankin Modificada (recuperação pós-AVC)


Score Descrição
0 Sem sintomas
Sem limitação significativa apesar de sintomático;
1
independente nas AVDs
Incapacidade ligeira; incapaz de cumprir todas as suas
2
atividades prévias mas capaz de levar uma vida autónoma
Incapacidade moderada; necessita algum apoio mas capaz de
3
andar sem assistência
Incapacidade moderada a grave; incapaz de andar sem apoio e
4
incapaz de cumprir as suas AVDs sem apoio
Incapacidade grave; acamado, incontinente e com necessidade
5
de apoio constante
6 Morte

Escala de Hunt & Hess (HSA não traumática)


Descrição Score
Assintomático; cefaleia ligeira; rigidez da nuca ligeira 1
Cefaleia moderada a grave; rigidez da nuca; apenas defeitos
2
de pares cranianos
Confusão; deficit neurológico focal moderado 3
Estupor; hemiparesia moderada a grave 4
Coma; resposta em descerebração 5

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 103


Escala de Sedação de Ramsay
Score Descrição
1 Inquieto, ansioso ou ambos
2 Orientado e colaborante; tranquilo
3 Responde a ordens
4 Resposta viva a estímulos
5 Resposta fruste a estímulos
6 Sem resposta a estímulos

Escala RASS (Richmond Agitation Sedation Scale)


Score Termo Descrição
+4 Combativo Combativo e violento; perigo para o staff
+3 Retira tubos, sondas e cateteres, comportamento
Muito agitado
agressivo
+2 Movimentos frequentes inadequados e assincronia
Agitado
com o ventilador
+1 Ansioso ou apreensivo mas sem movimentos
Inquieto
agressivos ou vigorosos
0 Alerta e calmo
-1 Não completamente alerta mas acorda por >10 seg.
Sonolento
com contacto visual à voz
-2 Ligeiramente
Acorda <10 seg., com contacto visual à voz
sedado
-3 Moderadamente
Movimentos (sem contacto visual) à voz
sedado
-4 Profundamente Sem resposta à voz mas movimentos à estimulação
sedado física
-5 Não reativo Sem resposta à estimulação física ou verbal

Para determinar o RASS:


1- Observar: Observar o doente sem interação. Se o doente está alerta, atribuir o
score respectivo (+4 a 0). Se o doente não está alerta passar ao passo 2;
2- Estimulação verbal: Chamar pelo nome com um tom alto e pedir ao doente
para olhar para nós. Pode ser repetido 1 vez. Se o doente responder atribuir o
score apropriado (-1 a -3). Se sem resposta passar ao passo 3;
3- Estimulação física: Agitar o ombro do doente. Se não houver resposta
estimular vigorosamente o esterno. Atribuir o score apropriado (-4 a -5).

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 104


Lista telefónica CHLC
HOSPITAL DE SÃO JOSÉ – 21 884 1000
Anatomia patológica 11208 - 11631
Bloco operatório central 11494 - 11440 - 11284 - 11363
Cirurgia Enfermaria 11358 - 11357 - 11510 - 11450 (M) - 11357 (H)
Geral BIP 152
BIP 216 - 927513727
Cirurgia Plástica
Enfermaria 11501 - 11559 - 11257
Cirurgia Maxilo- BIP 186
Facial Telefones 11250 - 11419
Dopplers (Téc. Cardiopneumo.) BIP 261
Rotina 172 - 11930
ECG
Urgência (> 20h) 201 - 11412
Farmácia 11217 – 11660 - 11661
Gastrenterologia (U. De técnicas) 11927 - 11928 - 11929
Gab. de Colheita e Transplantação 11449 - 11581 - 964096021
Informática 11227 - 11760 - 11345 - 11987 - 11984
Secretariado 11420/11421/11269
Rx Urgência 11348
Angiografia 11424/11829
Imagiologia Sala de TC 11423 (corpo) – 11820 (CE e Urg.)
Ecografia 11827 - 11828
Sala de RMN 12038 – 12039 – 11972
Maqueiros 3170
Secretariado 11213 – 11880
Hematologia 11216
Bioquímica 11465
Urgência 11343
Laboratório
Médicos 11876 (Urg) – 11879 – 11899
Imunologia 11366
Biologia molecular 11439 – 11313
Bacteriologia (HDEst.) 51458 – 51982 – 51870
Maqueiros 11260
BIP 119 – 240
Homens 11487 - 11488 - 11489
Medicina 1.2
Mulheres 11578 - 11491 - 11248
UCI 11490

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 105


BIP 116
Medicina 1.4 Mulheres 11318 - 11950 - 11951
Homens 11947 - 11952 - 11242 - 11858
Enfermaria 11480 - 11479 - 11561
Neurocirurgia
Bloco 11291
UCI Neurocríticos 11338 - 11742
Neurologia/ Secretariado 11268
Neurofisiologia EMG 11725 - 11583
Oftalmologia 11229
ORL 11883 - 11882 - 11881
Policia 11516 - 11515
Serviço Sangue 11273
Secretariado 11855 - 11508
UCV Unidade 11264 - 11856 - 11249
BIP/TM 117 - 961326866
Urologia 11956 - 11957
UVM/U. de fracturas 11233 - 11847 - 11261
Administrativos 11303
Fax 218841055
Médicos 12016 - 11392
Chefe de eq. (médico) 962190023
Enfermagem 11307
UUM
Corredor 11452
HD 11853
Sala de Reuniões 11854
Coordenador 11852
Enfª Chefe 11453
SO - Reanimação 12064 - 12065
SO - Administrativos 11219 - 11567
SO - Médicos 11432
SO - Enfermagem 11244
SO - Neurociências 11276
Gestão de vagas 3509
Serviço de Pequena-cirurgia 11514
Urgência Anestesia 3502
Cir. Cardíaca 41389
Cir. Geral 3501
Cir. Vascular 966148953
Cir. Plástica 3507
Cir. Maxilo-facial 3508
Gastro 11927

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 106


Medicina Interna 3500
Neurocirurgia 3503
Serviço de Oftalmologia 11341 – 3505
Urgência Ortopedia 11319
ORL 3504 - 11414 – 11445
Urologia 3506
HOSPITAL DE SANTA MARTA – 21 359 40 00
Secretariado 41313
Médico UCI 41447 - 41319 - 962091615
Cardiologia Enfermaria 41303 - 41306
UCI 41312 - 41322
Hemodinâmica 41320 - 41255 - 41314 - 41320
Médicos 41399
Medicina 4 Secretariado 41237
Enfermaria 41251 - 41234 - 41236
UCIP 4 41232 - 41224 - 41225 - 41250
Secretariado 41268
Pneumologia Consulta 41152
Médicos 41259 - 41258
Secretariado 41341
Cirurgia
Enfermaria 41356 – 41357 - 41264
Cardiotorácica
UCI 41364 – 41365 - 41389
Secretariado 41215
Cirurgia Gabinetes 41203 - 41205
Vascular UCI 41325
Bloco 41209 - 41212
Secretariado 41401
Radiologia TC 41450
Ecografia 41406
HOSPITAL DOS CAPUCHOS – 21 313 63 00
Hdia - Medicos 21334 - 21434
Hdia - Secret. 21227
Hematologia Secretariado 21257
Enfermeiros 21186
Médicos 21329
Enfermeiros 21346 - 21231 - 21324
Medicina 2.1 21327 - 21371 - 21346 - 21349 -
Médicos
21423 - 21326
Homens 21231
Medicina 2.3
Mulheres 21324
Medicina 2.4

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 107


Serviço 21292 – 21259 – 21467 - 21258
Gastro
CPRE 21149
Secretariado 21264
Neurologia
Corredor 21393 - 21270

HOSPITAL CURRY CABRAL – 21 792 42 00


Enf. Coordenação 3164 - 964934772
Urgência Interna Med. Interna 968089413
Bloco Operatório 71119 - 71010 - 71113
Cirurgia A 71104 - 71115 - 71111
Cirurgia B 71110 - 71102 - 71101
Cirurgia C 71265
Cirurgia
Cirurgia D 71194
Piso 5 71573
Urg. Interna 925486523
Diretor 217924348
Infecciologia Isolamentos 71213 - 71212
Enfermaria 217924280 - 217924282
Secretariado 217924248
Medicina 2A
Enfermagem 71086
Secretariado 217924274
Medicina 2B
Enfermagem 217924273
MFR Internamento 217924308 - 217924307
Secretariado 217924229 - 71229
Internamento 71214 - 71340 - 71354
Nefrologia
Hemodiálise 217924320 - 71230 - 71346
Médico Urgência 961523272
Secretariado 71292
Ortopedia Médicos 71253 - 71282 - 71281
Enfermaria 72525 - 71291
Patologia Clínica 217924333
Secretariado 71558 - 217924395
UCA
Enfermagem 217924295
Secretariado 217924271
UCI Médico 74447
Salas de Trabalho 71171 - 71173 - 71174
Unidade de Secretariado 217924312
Transplantes Enfermagem 71105

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 108


TELEFONES EXTERNOS
CAT Xabregas 211 119 400
C. R. Alcoitão 3121 – 213 235 000
Geral 219 847 200 - 3012
H. Loures Chefe Eq. SU 219 847 257
Enf. Chefe SU 219 847 256
H. D. Estefânia 59999 – 213 126 600
H. Sta. Maria 3005 – 217 805 000
H. Abrantes 3049 – 241 360 700
H. Barreiro 3026 – 212 147 300
H. Beja 3045 – 284 310 200
H. Caldas da Rainha 3044 – 262 830 300
Geral 3024 – 214 653 000
H. Cascais Gestão de
camas 926336759
Geral 3057 – 272 000 272
H. Castelo Branco
UCI 272 000 262
H. Egas Moniz 3008 – 210 431 000
H. Elvas 3081 – 268 637 200
H. Évora 3063
Chefe Eq. SU 961 708 829
HFAR
Geral 3023 – 217 519 625
H. Faro 3050
Geral 3025 – 212 940 294
H. Garcia de Orta
Chefe Eq. SU 924471637
H. Júlio de Matos 3014
H. Portalegre 3056 – 245 301 000
H. Portimão 3053 – 282 450 300
H. Prisional Caxias 3034 – 214 544 740
H. Pulido Valente 3158 – 217 548 000
H. S. F. Xavier 3007 – 210 433 000 (CHLO)
H. Sta. Cruz 3020 – 210 433 000 (CHLO)
H. Santarém 3061 – 243 300 200
H. Santiago do Cacém 3070 – 269 818 100
H. Setúbal 3047 – 265 549 000
H. Torres Novas 3067 – 249 810 100
H. Torres Vedras 3051 – 261 319 300
H. V. F. Xira 3043 – 26 300 65 00
IPO Lisboa 3105 – 21 722 98 00
MAC 3002 – 21 318 40 00

Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos 109

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