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Material de apoio

às exibições do FILME LIMIAR

Direitos
de crianças e adolescentes trans na escola

realização APOIO:

ATU R A N A
T mobilizac
ao social
Equipe
Responsável
ORGANIZAÇÃO AGRaDECIMENTOS
Uma Reis Sorrequia

CONTEÚDO E REVISÃO A criação e produção deste A colaboração de todes foi


André Botelho material é resultado de parcerias imprescindível e inestimável
Clara Pacce Pinto Serva e só foi possível graças às para a qualificação de
contribuições de várias pessoas:
Francisco José Cabral de Oliveira nosso material de apoio,
Margarita Díaz André Botelho escrito por muitas mãos e
Maria Paula Bonifacio de Oliveira Carol Misorelli pensado por muitas cabeças,
Pri Bertucci Clara Pacce Pinto Serva refletindo a necessidade
Uma Reis Sorrequia Coraci Ruiz e urgência de trabalhos co-
Van Marcelino Diogo Emanuel letivos e em redes para
Ylana Zálife de Farias Lira Francisco José Cabral de Oliveira compor um texto denso, críti-
Marcia Marci co e sensível à temática sob
REALIZAÇÃO
Margarita Díaz múltiplas perspectivas.
Instituto Taturana
Maria Paula Bonifacio de Oliveira
TozziniFreire Advogados
Phelipe Caetano A Taturana agradece a con-
Reprolatina
Pri Bertucci fiança e parceria em prol de
Instituto [SSEX BBOX]
Raphaella Gomez uma educação transforma-
[DIVERSITY BBOX] Consultoria
Rodrigo Díaz Díaz dora, mais humana, civilizada
APOIO Rodrigo Correia e cidadã, de práticas acolhe-
Embaixada do Reino dos Países Baixos Tiago Duque doras e afetuosas para tra-
Fundação CSN Uma Reis Sorrequia
vestis, homens e mulheres
Van Marcelino
trans e pessoas não binárias.
PROJETO GRÁFICO Vênuz Capel
Nathê Miranda Ylana Zálife de Farias Lira

direitosnaescola
INTRODUÇÃO
LI M IAR é um fil m e int im is t a q ue co m par tilh a c o m o p úblic o
co nvers a s ent re Co ra ci e No a h, m ã e e f ilh o , a c in easta e o
a do l es cent e q ue, a o s 16 a no s , co meç a a se questio n ar
s o b re s ua pró pria ident ida de de gên er o . Per mead o d e
dúvida s e a lg um a s cert eza s , No a h se r ev ela p o r meio
da s l ent es de Co ra ci, q ue t a m b ém v iv e um p r o c esso d e
t ra ns fo rm a çã o po r t rá s da câ m era, en f r en ta med o s e
des m a nt ela preco nceit o s . A ca m pa n h a d e d istr ibuiç ão d e
im pa ct o do fil m e pro põ e q ue a co nver sa p ar tilh ad a ev o que
o ut ro s diá l o g o s , ig ua lm ent e t ra ns fo r mad o r es.

P o r is s o , co nvida m o s pro fes s o ries , ed uc ad o r ies, jo v en s,


fa m íl ia s e pro fis s io na is da educa ção a p ar tic ip ar d e um
pro ces s o de t ra ns fo rm a çã o s o cia l que p assa p o r amp liar
a dis cus s ã o s o b re divers ida de de gên er o n as esc o las
e o ut ro s es pa ço s educa t ivo s , g a r an tir a c r ian ç as e
a do l es cent es t ra ns o direit o à ed uc aç ão e estimular
o diá lo g o res peit o s o s o b re t ra n sgen er id ad es en tr e
fa m il ia res . E , es pera m o s q ue o f ilme e o s mater iais
dis po nib il iza do s a q ui, co nt rib ua m nesse p r o c esso .

C ar o l Miso r elli
Ro d r igo Díaz Díaz
Este mater ial é um c o n v ite ao d iálo go , um f eixe d e luz que
tr an sp assa a jan ela, que atr av essa a p o r ta en tr eaber ta
irradiando sujeitos opacos, ofuscados pela predominância

COMO
d e to n s p r eto e br an c o c o n tr ár ia a d iv er sid ad e n o s esp aç o s
ed uc ativ o s c o m suas c o r es v iv as, v ibr an tes e euf ó r ic as.
Ed uc aç ão sem tr an sf o bia é um r ec ur so p ed agó gic o
in d isc ip lin ar , p o is bo r r a as f r o n teir as que sep ar a uma
ed uc aç ão sexual in tegr al em d isc ip lin as que d isc ip lin am

UTILIZAR
c o r p o s, id en tid ad es e sexualid ad es em um f o r mato e mo d elo
in stituc io n al e legal.

É também uma f er r amen ta auxiliar e c o mp lemen tar a


aber tur a d as p o r tas e jan elas que imp ed em a liv r e

ESTE
c ir c ulaç ão d es ed uc an d es d issid en tes e in c o n f o r mes c o m
uma matr iz c ish eter o n o r mativ a que r egula e san c io n a
seus f luxo s v itais, f ixan d o - o s em um ún ic o mo d o d e ser .

Ou melh o r , o que ele n ão é: uma mo r d aç a, uma c en sur a,

MATERIAL
a v er d ad e, o c amin h o , a v id a, uma r ec eita, uma bula d e
c o mo c o n str uir p o n tes en tr e ed uc ad o r ies e ed uc an d es,
está mais p ar a um tr ec h o estr eito e to r tuo so n o sen d eir o
a ser p er c o r r id o r umo a uma o utr a h uman id ad e, mar c o
c iv ilizató r io e p r er r o gativ a c id ad ã que in c lua in tegr al,
p len a e d ign amen te a to d es.

Uma Reis So r r equia


OLHAR
DA MÃE E DIRETORA
O que você faria se um aluno ou aluna te dissesse que é uma pessoa trans? E se
esse jovem fosse seu filho, e você tivesse que decidir entre autorizar ou não um
tratamento com hormônios ou uma cirurgia de retirada das mamas? Quando isso
aconteceu comigo, resolvi começar a filmar.

Meu nome é Coraci, sou documentarista e diretora do documentário Limiar, um


filme muito pessoal, mas que ao mesmo tempo fala de um tema urgente nos dias
de hoje. Como mãe de uma pessoa trans, me preocupo muito com a hostilidade da
sociedade, que se repete em dados alarmantes de violência, evasão escolar e
suicídio entre esses jovens. E muitas pesquisas mostram que uma das principais
causas da vulnerabilidade das pessoas trans é a falta de apoio familiar e na
escola.

O filme traz uma história em que o diálogo entre mães, pais e filhos e filhas e
filhes surge como uma forma amorosa de encontro entre gerações e contribui
para inspirar o acolhimento de jovens transgênero em nossa sociedade.

Rompendo estereótipos e preconceitos e apontando caminhos para um maior


entendimento intergeracional, estimula a construção de relações saudáveis
baseadas na cofiança mútua.

A promoção de um ambiente acolhedor para jovens transgêneros, seja no


âmbito familiar ou escolar, ocupa um lugar central na transformação dessa
realidade. Precisamos de uma sociedade em que as relações sejam pautadas
pelo diálogo, pelo respeito e pelo cuidado. E acreditamos que o filme Limiar
pode inspirar as pessoas mostrando uma experiência positiva.

Para isso, com a colaboração da TozziniFreire Advogados, Reprolatina, Instituto


SSEX BBOX] e [DIVERSITY BBOX], elaboramos este material que agora
disponibilizamos a vocês. Queremos tornar a sociedade mais acolhedora para
jovens transgêneros, e queremos que você participe deste processo. Muito
obrigado aos parceires, e muito obrigado a você que está disposte a se somar
nesta transformação.

Coraci Ruiz
Educação,
direitos humanos
e população
LGBTI+

direitosnaescola
T r a n s g ê n e r o é a pessoa que

direitos de
tem identidade de gênero diferente
do sexo atribuído no nascimento,
segundo a Corte Interamericana de
Direitos Humanos (Opinião Consul-

crianças e tiva - OC nº 24/2017). A expressão


inclui pessoas transexuais, travestis,
não binárias e outras identidades

adolescentes
de gênero.

T r a n s e x u a l é a pessoa que se identi-


fica com o gênero oposto ao seu sexo

trans na escola
biológico, segundo o STF (Supremo
Tribunal Federal). (ADPF 527 MC/DF).
T r a v e s t i é a pessoa que manifes-
ta uma expressão de gênero oposta
*O conteúdo a seguir reflete direitos e deveres previstos na legislação, por Tribunais
ou organismos nacionais e internacionais.
àquela social e culturalmente associ-
ada ao sexo atribuído no nascimen-
to, segundo a Corte Interamericana de
As expressões aqui utilizadas foram extraídas do tex- Direitos Humanos (OC nº 24/2017).
to jurídico, sem qualquer ajuste. As pessoas e instituições
T r a n s e x u a l i d a d e não é uma patolo-
envolvidas na elaboração do material reconhecem a importân- gia ou uma doença, conforme estabe-
cia dos documentos oficiais mencionados, que represen- lecido pela OMS (Organização Mundial
da Saúde).
tam relevante avanço no reconhecimento de direitos da po-
pulação LGBTI+. Contudo, terminologias e suas definições Para que as pessoas trans tenham
devem ser ajustadas à realidade de cada local e revisitadas direito a acompanhamento psicológico
adequado e acesso a procedimentos
a partir de mudanças sociais, culturais, jurídicas e científicas. médicos pelo Sistema Único de Saúde
Nesse sentido, disponibilizamos em nosso site, outros materiais (tratamento hormonal, cirurgias, entre
outros), a transexualidade é identifi-
de apoio para consulta e download. São materiais produzidos cada pela CID (Classificação Interna-
por instituições parceiras e que trazem terminologias e conceitos cional de Doenças) 11, no capítulo XVII:
Condições relacionadas à saúde sexual.
utilizados pelos movimentos sociais. Para conhecer os materiais
acesse www.limiarfilme.com.br/materiais A OMS reconhece que a transsexuali-
dade se manifesta desde a infância,
antes da puberdade.

direitosnaescola
PREFÁCIO Discriminação é qualquer distinção, exclusão, res-
trição ou preferência, em qualquer área da vida públi-
ca ou privada, com o objetivo ou o efeito de anular ou
restringir direitos e liberdades de alguém (Convenção
Interamericana contra toda Forma de Discriminação
O Brasil é o país que mais mata pessoas trans. Segun- e Intolerância).
do dados da ANTRA (Associação Nacional de Tra-
vestis e Transexuais), somente no ano de 2020, 175 pessoas
transexuais ou travestis foram mortas no país. Esse número
representa uma pessoa morta a cada dois dias. Contudo, como veremos a seguir, uma das consequências
do preconceito é forçar pessoas trans a abandonarem escolas,
O preconceito e a discriminação contra pessoas trans se o que impacta diretamente a perspectiva de desenvolvi-
manifesta nos mais diversos âmbitos da sociedade, in- mento profissional e, indiretamente, suas relações interpessoais
cluindo nas famílias e escolas, que, segundo a Consti- e de convivência humana.
tuição Federal, têm o dever de promover o acesso à
educação como direito de todas as pessoas. Por isso, o objetivo desta cartilha é orientar sobre os direitos
e deveres das escolas no que se refere a pessoas trans
A educação é uma potente ferramenta para combater (sejam alunies, professories, responsáveis ou outra relação
a discriminação e seus efeitos. com a instituição de ensino).

direitosnaescola
O Estado e suas
responsabilidades
constitucionais
O Estado (ou Governo) tem o dever de básicas para todas as pessoas, sem dis- A educação, direito de todos e dever do
garantir o acesso, a permanência e a quali- criminação ou distinção. Estado e da família, será promovida e in-
dade da educação e da infância de todas as centivada com a colaboração da socie-
pessoas e assistência aos desamparados. Entre esses direitos estão a igual- dade, visando ao pleno desenvolvimento
dade entre homens e mulheres em di- da pessoa, seu preparo para o exercício
Segundo a Constituição Federal (a prin- reitos e obrigações, a não submissão da cidadania e sua qualificação para o
cipal lei do Brasil que é obedecida pelas à tortura e nem a tratamento desu- trabalho.
demais leis e normas), o fundamento da mano ou degradante, a liberdade Constituição Federal (Artigo 205).

existência do Estado Brasileiro é de consciência, a honra e a vida privada.


a dignidade da pessoa humana
(artigo 1º), tendo como objetivo pro- Essas são apenas algumas das muitas
mover o bem de todas as pessoas, garantias que a Constituição Federal es-
sem preconceito ou discriminação (arti- tabelece como forma de garantir que a
go 3º). sociedade e o Governo alcancem seu
objetivo: o bem de todas as pessoas sem
Os direitos previstos no artigo 5º da preconceito ou discriminação (artigo 3º).
Constituição Federal são os chamados
“direitos e garantias fundamentais”;
isso porque são considerados garantias
direitosnaescola
O cenário
da educação
brasileira
O Estatuto da Criança e do Adolescente (também
conhecido como ECA, Lei nº 8.069/1990) é o principal
documento nacional de previsão de direitos para crianças
e adolescentes, refletindo o que diz a Convenção da ONU
(Organização das Nações Unidas) sobre os Direitos da
Criança (Decreto nº 99.710/1990). A lei traz diversas
obrigações dos responsáveis, familiares, comunidade e
Estado com a promoção e respeito aos direitos das crianças.

Prevê que nenhuma criança ou adolescente pode ser


submetido à discriminação, nem pode ter seus direitos
fundamentais (ou seja, aqueles previstos na Constituição)
oprimidos por ação ou omissão.

direitosnaescola
A Lei de Diretrizes e Bases (também conhecida como LDB, Dessa perspectiva, entendemos que todas as pessoas têm
Lei 9.394/1996) aponta em seu artigo 2º: direito ao acesso ao ensino de qualidade, sem discrimi-
nação, e que a educação deve permitir o pluralismo, ou seja,
a diversidade.
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos
princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade hu- Esse dever não é apenas o de tolerar. É o dever de incluir
mana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do e garantir que as pessoas não sejam submetidas à discrimi-
educando, seu preparo para o exercício da cidadania nação. Significa impedir que estudantes sofram discrimi-
e sua qualificação para o trabalho. nação por parte de docentes, outros estudantes, funcioná-
rios e demais pessoas relacionadas ao acesso à educação.
Esse direito protege mulheres, pessoas com deficiência,
pessoas negras, estrangeiras e aquelas que pertencem
Como se vê, o dever da família e do Estado é promover a
a outros grupos histórica e culturalmente vulnerabilizados,
educação focada não apenas no conteúdo pedagógico
o que inclui pessoas LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais,
(disciplinas como Português, Matemática, História e outras),
transgêneros, transexuais, queer, intersexuais, assexuais
mas principalmente na solidariedade humana para preparar
e outras identidades de gênero, orientações afetivo-sexuai
a pessoa estudante para o exercício da cidadania e qualifi-
e expressões de gênero).
cação para o trabalho.

A LDB reforça que o ensino será ministrado em igual-


dade de condições de acesso e permanência na escola,
pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, respeito
à liberdade e apreço à tolerância, entre outros.

direitosnaescola
O Plano Nacional de Educação, aprovado pela Lei
nº 13.005/2014 determina diretrizes, metas e estratégias
3.13. Implementar políticas de prevenção à evasão mo-
para a política educacional no período de 2014 a 2024. tivada por preconceito ou quaisquer formas de discrimi-
Dentre as 20 metas, prevê: nação, criando rede de proteção contra formas associa-
das de exclusão.
Reduzir e evitar a evasão escolar:

No mesmo sentido, o plano prevê a seguinte submeta para


Meta 2: Universalizar o ensino fundamental de 9 melhorar a qualidade da educação básica, do fluxo escolar
(nove) anos para toda a população de 6 (seis) a
e da aprendizagem (meta 7):
14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95%
(noventa e cinco por cento) dos alunos concluam
essa etapa na idade recomendada, até o último ano
7.23. Garantir políticas de combate à violência na es-
de vigência deste PNE.
cola, inclusive pelo desenvolvimento de ações desti-
nadas à capacitação de educadores para detecção
dos sinais de suas causas, como a violência domés-
Entre as estratégias para alcançar a meta 2, o plano prevê tica e sexual, favorecendo a adoção das providências
criar mecanismos para o acompanhamento individuali- adequadas para promover a construção da cultura
zado dos(as) alunos(as) do ensino fundamental e de paz e um ambiente escolar dotado de segurança
promover a busca ativa de crianças e adolescentes fora para a comunidade.
da escola, em parceria com órgãos públicos de assistên-
cia social, saúde e proteção à infância, adolescência e
juventude. Ou seja, é dever do Poder Público garantir a capacitação
dos educadories e prevenir todos os tipos de violência,
Como forma de garantir a universalização do ensino preconceito e discriminação, o que inclui a proteção
fundamental de 9 anos para toda a população de 6 a 14 a todas as crianças e adolescentes, independentemente
anos (meta 3), o plano prevê o compromisso de: de sua identidade de gênero e orientação afetivo-sexual.

direitosnaescola
Além do Programa Nacional de Educação, existem diversos
programas educacionais criados pelo Governo para garan-
tir o acesso à educação. Entre eles:

Programa de Apoio à Manutenção


da Educação InfantiL
Novos Estabelecimentos (Proinfância);
Nenhuma criança ou adolescente será
Programa de Apoio à Manutenção objeto de qualquer forma de negligên-
cia, discriminação, exploração, violência,
da Educação Infantil
Novas Turmas (Brasil Carinhoso);
crueldade e opressão, punido na forma
da lei qualquer atentado, por ação ou
Programa Nacional de Reestruturação e omissão, aos seus direitos fundamentais.
Aquisição de Equipamentos para a Rede Estatuto da Criança e do Adolescente (Artigo 5°)

Escolar Pública da Educação Infantil


(Proinfância).

direitosnaescola
Direitos Humanos e
acesso à educação
Os Direitos Humanos são normas que reconhecem e prote- No Brasil, os direitos humanos podem ser extraídos da
gem a dignidade de todas as pessoas, segundo a UNICEF. Constituição Federal, de normas internacionais (tratados e
Os direitos humanos têm os seguintes atributos: convenções) que o Brasil ratifique, de nossas leis e normas.

• Universais e inalienáveis: valem para todas as pessoas e ninguém pode Assim, além das leis e normas brasileiras, o Brasil ainda
desistir deles, nem tirar de outra pessoa;
é signatário de tratados e convenções internacionais de
• Indivisibilidade: fazem parte da essência humana e todos os direitos
Direitos Humanos que promovem a educação como um
humanos têm o mesmo valor e peso.
direito essencial. Uma vez previstos em Decreto (que é a
• Interdependência e interrelação: um direito humano depende do outro
última etapa para a ratificação desses tratados), as normas
para se concretizar inteiramente. Por exemplo: para ser efetivo, o direito à
internacionais de Direitos Humanos passam a valer mais do
educação depende do direito à não discriminação.
que as nossas leis e normas nacionais.
• Igualdade e não discriminação: todas as pessoas têm direito aos direitos
humanos, sem discriminação de qualquer tipo.
É o que o Supremo Tribunal Federal chama de status
• Participação e inclusão: todas as pessoas e povos têm direito à partici-
pação ativa, livre e significativa na sociedade, com direito a contribuir para
supralegal ou, quando aprovados com um trâmite especial,
o desenvolvimento civil, político, econômico, social e cultural, assim como o status de norma constitucional.
direito de desfrutar desse desenvolvimento.
• Responsabilidade do Estado: os Estados têm que respeitar e garantir
os direitos humanos.
Disponível em https://www.unicef.org/brazil/o-que-sao-direitos-humanos#:~:text=Os%20direitos%20
humanos%20s%C3%A3o%20normas,tem%20em%20rela%C3%A7%C3%A3o%20a%20eles

direitosnaescola
Direito de toda criança e adolescente
A seguir, vamos ver o que dizem alguns desses documentos à educação em igualdade de condições,
sobre os direitos relacionados à educação e às crianças e com dever de o Estado adotar medidas
adolescentes, para compreender a forma como se aplicam para reduzir o índice de evasão escolar:
às crianças e adolescentes trans.

Direito a ser protegida pela família, Os Estados Partes reconhecem o direito da criança
pela sociedade e pelo Estado, sem à educação e, a fim de que ela possa exercer pro-
discriminação: gressivamente e em igualdade de condições esse
direito, deverão especialmente:

Toda criança terá direito, sem discriminação e) adotar medidas para estimular a frequência
alguma por motivo de cor, sexo, língua, religião, regular às escolas e a redução do índice de evasão
origem nacional ou social, situação econômi- escolar.
ca ou nascimento, às medidas de proteção que Convenção sobre os Direitos da Criança (Artigo 28, E).
a sua condição de menor requerer por parte
de sua família, da sociedade e do Estado.
Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (Artigo 24). Nesse ponto, vale lembrar que as crianças e adolescentes
trans apresentam índices de evasão escolar muito superi-
ores às crianças e adolescentes cisgênero. Assim, cumpre
ao Estado e às famílias adotarem medidas para garantir que
as crianças e adolescentes trans possam dar continuidade
aos seus estudos, sem sofrer discriminação.

direitosnaescola
Direito de todas as pessoas à educação, Direito à proteção:
visando ao desenvolvimento da persona-
lidade humana e da dignidade, com respeito
aos direitos humanos: Toda criança tem direito às medidas de proteção
que a sua condição de menor requer por parte da
sua família, da sociedade e do Estado.
Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Artigo 19)

direito de toda pessoa à educação. Concordam em


que a educação deverá visar ao pleno desenvolvi-
mento da personalidade humana e do sentido de
Opinião Consultiva nº 24
sua dignidade e fortalecer o respeito pelos direitos
humanos e liberdades fundamentais. Concordam Art. 61: A Corte apontou que a noção de igualdade deriva diretamente da
ainda em que a educação deverá capacitar todas unidade da natureza do gênero humano e é inseparável da dignidade es-
sencial da pessoa, frente a qual é incompatível toda situação que, por con-
as pessoas a participar efetivamente de uma socie-
siderar superior um determinado grupo, conduza a tratá-lo com privilégio;
dade livre, favorecer a compreensão, a tolerância
ou, inversamente, por considerá-lo inferior, tratá-lo com hostilidade ou de
e a amizade entre todas as nações e entre todos
qualquer forma o discrimine do gozo de direitos que são reconhecidos
os grupos raciais, étnicos ou religiosos e promover para aqueles que não se consideram incluídos em tal situação. Os Estados
as atividades das Nações Unidas em prol da ma- devem abster-se de realizar ações que, de qualquer maneira, sejam dire-
nutenção da paz. cionadas, direta ou indiretamente, à criação de situações de discriminação
Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, de jure ou de facto. A jurisprudência da Corte também indicou que, na
Sociais e Culturais (Artigo 13). atual fase da evolução do direito internacional, o princípio fundamental
da igualdade e não discriminação entrou no domínio da ius cogens. Sobre
ele repousa a base jurídica da ordem pública nacional e internacional e
permeia todo o ordenamento jurídico.

direitosnaescola
Todos os dispositivos mencionados anteriormente fazem
parte das nossas leis internas, uma vez que o Brasil interna-
lizou (tornou vigente no país) os tratados e as convenções
mencionados, assegurando o direito à educação, com
atenção à pluralidade e à diversidade e com respeito
a todas as pessoas.

Mais do que o direito ao acesso ao conteúdo pedagógi-


co, o direito à educação é fundado no desenvolvimen-
to da personalidade humana, da dignidade e do forta-
lecimento ao respeito aos direitos humanos, assim como
na busca de uma sociedade justa, com compreensão,
respeito e tolerância entre todas as pessoas, sem
discriminação.

Assim, os tópicos a seguir analisam a proteção internacio-


nal e nacional aos direitos das pessoas LGBTQIA+, identi-
ficando também os conceitos de orientação afetivo-sexual,
identidade de gênero e expressão de gênero.

direitosnaescola
A preocupação
internacional
com a não
discriminação de
pessoas LGBTQIA+
Como visto anteriormente, há tratados e convenções A OC nº 24/2017 apresenta os principais conceitos
internacionais com os quais o Brasil se comprometeu e relativos à identidade de gênero, orientação sexual e
tornou norma interna. Além desses documentos, o Estado expressão de gênero. O conhecimento desses conceitos
Brasileiro reconhece que cabe à Corte Interamericana de é de suma importância para que as pessoas que atuam
Direitos Humanos interpretar e dizer como se aplicam os no sistema educacional possam compreender de que
parâmetros de Direitos Humanos que decorrem de um dos forma cumprir com seu dever de respeitar a pluralidade
principais tratados internacionais, a Convenção Ameri- das pessoas educandas.1
cana de Direitos Humanos (Decreto nº 4.463/2002).

A Corte Interamericana de Direitos Humanos analisou os


direitos das pessoas LGBTI+ na Opinião Consultiva nº 24
de 2017 (OC nº 24/2017). Esse documento vincula o Brasil. 1. Os conceitos apresentados foram integralmente extraídos da OC nº 24/2017, sem qualquer ajuste.

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Definições segundo c) Sistema binário do gênero/sexo: modelo social e cultural dominante na cul-

a Opinião Consultiva tura ocidental que “considera que gênero e sexo englobam duas, e apenas duas,
categorias rígidas, a saber, masculino/homem e feminino/mulher. Esse sistema
ou modelo exclui aqueles que não se enquadram nas duas categorias (como as
nº24 de 2017 (OC nº24/2017) pessoas trans ou
intersexuais).

da Corte Interamericana d) Intersexualidade: todas as situações nas quais a anatomia sexual da


pessoa não se ajusta fisicamente aos padrões culturalmente definidos para

de Direitos HumanoS: corpo feminino ou masculino. Uma pessoa intersexual nasce com uma anatomia
sexual, órgãos reprodutivos ou padrões cromossômicos que não se encaixam
na definição típica de homem ou mulher. Isso pode ser aparente no nascimento
a) Sexo: em sentido estrito, o termo sexo se refere às diferenças biológicas entre ou se tornar assim ao longo dos anos. Uma pessoa intersexual pode ser identi-
homens e mulheres, suas características fisiológicas, a soma das características ficada como homem ou como mulher ou como nenhuma das duas. A condição
biológicas que definem o espectro das pessoas como mulheres e homens ou intersexual não é a orientação sexual ou identidade de gênero: pessoas
à construção biológica que se refere às características genéticas, hormonais, intersexuais experimentam a mesma gama de orientações sexuais e identidades
anatômicas e fisiológicas em cuja base uma pessoa é classificada como mascu- de gênero que as pessoas que não são.
lina ou feminina no nascimento. Nesse sentido, uma vez que este termo apenas e) Gênero: refere-se às identidades, funções e atributos socialmente construí-
estabelece subdivisões entre homens e mulheres, não reconhece a existência de dos de mulheres e homens e do significado social e cultural atribuído a estas
outras categorias que não se encaixam dentro do binário mulher/homem. diferenças biológicas.
b) Sexo atribuído no nascimento: essa ideia transcende o conceito de sexo f) Identidade de gênero: a identidade de gênero é a experiência interna e indivi-
como masculino ou feminino e está associada à determinação do sexo como uma dual do gênero como cada pessoa a sente, que pode ou não corresponder ao sexo
construção social. A atribuição de sexo não é um fato biológico inato; em vez atribuído no momento do nascimento, incluindo a experiência pessoal do cor-
disso, o sexo é atribuído no nascimento com base na percepção que os outros po (o que poderia envolver – ou não – a modificação da aparência ou da função
têm dos órgãos genitais. A maioria das pessoas é facilmente classificada, mas corporal através de meios médicos, cirúrgicos ou outros, desde que seja escol-
algumas pessoas não se encaixam no binário mulher/homem. hido livremente) e outras expressões de gênero, incluindo o vestuário, o modo

direitosnaescola
de falar e maneirismos. A identidade de gênero é um conceito amplo que cria ou ambas – para adaptar sua aparência físico-biológica à sua realidade psíquica,
espaço para a autoidentificação, e que se refere à experiência que uma espiritual e social.
pessoa tem de seu próprio gênero. Assim, a identidade de gênero e sua expressão j) Pessoa Travesti: em termos gerais, pode-se dizer que as pessoas travestis são
também assumem várias formas, algumas pessoas não se identificam como aquelas que manifestam uma expressão de gênero - de forma permanente ou
homens, nem mulheres, ou se identificam como ambos. transitória – mediante o uso de roupas e atitudes do gênero oposto àquele social
g) Expressão de gênero: entende-se como a manifestação externa do gênero e culturalmente associado ao sexo atribuído no nascimento. Isso pode incluir a
de uma pessoa, por meio da sua aparência física, que pode incluir o modo de modificação ou não do seu corpo.
vestir, penteado, uso de artigos cosméticos, ou por meio de maneirismos, modo k) Pessoa Cisgênero: quando a identidade de gênero da pessoa corresponde ao
de falar, padrões de comportamento pessoal, comportamento ou interação sexo atribuído no nascimento.
social, nomes ou referências pessoais, entre outros. A expressão de gênero de l) Orientação Sexual: Refere-se à atração emocional, afetiva e sexual por
uma pessoa pode ou não corresponder à sua identidade de gênero autopercebida pessoas de um gênero diferente do seu, ou de seu próprio gênero, ou de mais
h) Transgênero ou pessoa trans: quando a identidade ou expressão de gênero de um gênero, bem como relações íntimas e/ou sexuais com estas pessoas. A
de uma pessoa é diferente daquela que normalmente está associada ao sexo orientação sexual é um conceito amplo que cria espaço para a autoidentificação.
atribuído no nascimento. As pessoas trans constroem sua identidade indepen- Além disso, pode variar ao longo de um continuum, incluindo a atração exclusiva
dentemente do tratamento médico ou intervenções cirúrgicas. O termo trans e não exclusiva pelo mesmo sexo ou pelo sexo oposto. Todas as pessoas têm
é um termo “guardachuva” usado para descrever as diferentes variantes da uma orientação sexual, a qual é inerente à identidade da pessoa.
identidade de gênero, cujo denominador comum é a não conformidade entre
m) Homossexualidade: Refere-se à atração emocional, afetiva e sexual por
o sexo atribuído ao nascimento da pessoa e a identidade de gênero tradicio-
pessoas do mesmo gênero, bem como as relações íntimas e sexuais com estas
nalmente atribuída a ela. Uma pessoa transgênero ou trans pode se identificar
pessoas. Os termos homossexuais e lésbicas se encontram relacionados a essa
com os conceitos de homem, mulher, homem trans, mulher trans e pessoa não
acepção.
binária, ou com outros termos como hijra, terceiro gênero, biespiritual, travesti,
n) Pessoa Heterossexual: mulheres que se sentem emocional, afetiva e
fa’afafine, queer, transpinoy, muxé, waria e meti. A identidade de gênero é um conceito
sexualmente atraídas por homens; ou homens que se sentem emocional, afetiva e
diferente da orientação sexual.
sexualmente atraídos por mulheres.
i) Pessoa Transexual: as pessoas transexuais se sentem e concebem a si mesmas
o) Lésbica: é uma mulher atraída emocional, afetiva e sexualmente de forma
como pertencentes ao gênero oposto àquele social e culturalmente atribuído ao
duradoura por outras mulheres.
seu sexo biológico e optam por uma intervenção médica - hormonal, cirúrgica

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p) Gay: muitas vezes é usado para descrever um homem que se sente emocio- sexuais, que são consideradas normais, naturais e ideais e são preferidas em
nal, afetiva e sexualmente atraído por outros homens, embora o termo possa ser relação ao mesmo sexo ou ao mesmo gênero. Este conceito apela a regras
usado para descrever tanto os homens gays quanto as mulheres lésbicas. legais, religiosas, sociais e culturais que obrigam as pessoas a agir de acordo
q) Homofobia e transfobia: a homofobia é um medo, um ódio ou uma aversão com os padrões heterossexuais dominantes e predominantes.
irracional em relação a pessoas lésbicas, gays ou bissexuais; a transfobia v) LGBTI: Lésbica, Gay, Bissexual, Trans ou Transgênero e Intersexual.
denota medo, ódio ou aversão irracional em relação às pessoas trans. Uma vez O acrônimo LGBTI é usado para descrever os vários grupos de pessoas que
que o termo “homofobia” é amplamente conhecido, às vezes é usado global- não estão em conformidade com as noções convencionais ou tradicionais de
mente para se referir ao medo, ao ódio e à aversão às pessoas LGBTI em geral. papéis de gênero masculino e feminino. Nesta sigla, em particular, a Corte lem-
r) Lesfobia: é um medo, um ódio ou uma aversão irracional em relação às bra que a terminologia relacionada a estes grupos humanos não é fixa e evolui
pessoas lésbicas. rapidamente, e que existem outras formulações diversas que incluem pessoas
s) Bissexual: Pessoa que se sente emocional, afetiva e sexualmente atraída por Assexuadas, Queers, Travestis, Transsexuais, entre outros. Além disso, diferentes
pessoas do mesmo sexo ou de sexo diferente. O termo bissexual tende a ser termos podem ser usados em diferentes culturas para descrever pessoas do
interpretado e aplicado de forma inconsistente, muitas vezes com um enten- mesmo sexo que fazem sexo e que se auto identificam ou exibem identidades
dimento muito restrito. A bissexualidade não implica atração pelos dois sexos de gênero não binárias (como, entre outros, hijra, meti, lala, skesana, motsoalle,
ao mesmo tempo, nem deve implicar a atração por igual ou o mesmo número mithli, kuchu, kawein, queer, muxé, fa’afafine, fakaleiti, hamjensgara ou dois es-
de relações com os dois sexos. A bissexualidade é uma identidade única, que píritos). Não obstante o acima exposto, se a Corte não decidir quais as siglas, os
precisa ser analisada por direito próprio. termos e as definições representam a forma mais precisa e justa para as popu-
t) Cisnormatividade: ideia ou expectativa de acordo com a qual, todas as lações analisadas, apenas para os propósitos deste parecer e, como tem feito em
pessoas são cisgênero e que as pessoas que receberam sexo masculino ao casos anteriores, também como tem sido a prática da Assembleia Geral da OEA,
nascer sempre crescem para ser homens e aquelas que receberam sexo feminino esta sigla será utilizada de forma indistinta, sem que isso implique ignorar outras
no nascimento sempre crescem para ser mulheres. expressões de expressão de gênero, identidade de gênero ou orientação sexual.

u) Heteronormatividade: tendência cultural em favor das relações heteros-

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Vieira destaca que se trata de uma identidade e
NOTA SOBRE AS EXPRESSÕES E vivência marcada, no Brasil, principalmente por uma
questão de classe, raça e vulnerabilidade, razão
INFORMAÇÕES DE DOCUMENTOS pela qual há pessoas trans que se identificam como
OFICIAIS: travesti como afirmação política para luta con-
tra o estigma enfrentado por travestis. Em suma,
As expressões aqui utilizadas foram extraídas do tanto “Travesti” quanto “transexual” são expressões
texto da OC 24/17, sem qualquer ajuste. As pessoas que se referem a identidades de gênero “https://re-
e instituições envolvidas na elaboração do material vistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2016/05/tu-
reconhecem a importância dos documentos oficiais do-o-que-voce-sabe-sobre-genero-esta-errado.html”.
mencionados, que representam relevante avanço no
reconhecimento de direitos da população LGBTI+. Cabe à linguagem e ao Direito se ajustarem para
Contudo, terminologias e suas definições devem ser cumprir com o compromisso de proteção progressiva
ajustadas à realidade de cada local e revisitadas a dos Direitos Humanos, dentre os quais da população
partir de mudanças sociais, culturais, jurídicas e LGBTI+. A Arguição de Descumprimento de Preceito
científicas. Fundamental (ADPF) nº 527 e a Resolução nº 348,
de 13 de outubro de 2020, são exemplos de trata-
Nesse sentido e como exemplo, a expressão “Tra- mento jurídico aos direitos das pessoas trans e
vesti” merece especial atenção. Como aponta a travestis. Como mecanismo para que conceitos não
escritora e ativista transfeminista Helena Vieira reproduzam violências, nem violações a Direitos
(https://www.youtube.com/watch?v=cSswUvSnPgQ), Humanos, a legislação assegura o direito à
o conceito de travestilidade, utilizado na América ampla participação da sociedade civil em determi-
Latina, ainda está sob uma disputa linguística. No nados processos judiciais de interesse difuso e cole-
entanto, deve ser compreendido como uma identi- tivo (por meio de audiências públicas e da figura jurí-
dade de gênero, dentro da qual há pessoas travestis dica de amicus curiae) e na elaboração de leis. Para
que se reconhecem no gênero feminino e outras que mais informações sobre como contribuir nesse
se entendem não binárias (em um terceiro gênero). tipo de articulação, visite o Guia de Advocacy.
www.limiarfilme.com.br/materiais

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Os Princípios
Os três primeiros princípios dizem respeito à univer-
salização dos Direitos Humanos, à não discriminação e
igualdade e o direito de reconhecimento perante a lei.

de Yogyakarta Trazem ferramentas de combate à exclusão das pessoas


LGBTQIA+.

Adiante, alguns princípios reforçam direitos já existentes


em nossas leis comuns, mas com o respaldo específico
Documento sobre Direitos Humanos publicado em às pessoas LGBTQIA+. Vejamos:
2006, resultado de uma reunião internacional de
grupos de Direitos Humanos. Em 2017, os princípios
foram complementados para tratar, além de orientação O princípio 10 diz respeito ao direito
sexual e identidade de gênero, da expressão de gênero de não sofrer tortura e tratamento
e das características sexuais. ou castigo cruel, desumano ou
degradante. Reforça:
O principal intuito dos Princípios de Yogyakarta é
fomentar os direitos humanos internacionais para que
leis que impeçam a discriminação de lésbicas, gays,
bissexuais, transgêneros, intersexuais e afins sejam Toda pessoa tem o direito de não sofrer tortu-
criadas. Os Princípios de Yogyakarta são utiliza- ra e tratamento ou castigo cruel, desumano ou
dos como base e fundamento em 20 passagens da degradante, inclusive por razões relacionadas à
OC nº 24/2017, demonstrando sua aplicabilidade como sua orientação sexual ou identidade de gênero.
norte de Direitos Humanos também ao Brasil.

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Princípio 16 pelas diversas orientações sexuais e iden-
tidades de gênero, incluindo as neces-
Direito à Educação: toda pessoa tem o di-
sidades particulares de estudantes, seus
reito à educação, sem discriminação por
pais e familiares relacionadas a essas
motivo de sua orientação sexual e iden-
características;
tidade de gênero, e respeitando essas
características. e) Assegurar que leis e políticas deem
proteção adequada a estudantes,
Os Estados deverão:
Especificamente sobre educação, a) Tomar todas as medidas legisla-
funcionários/as e professores/as de dife-
rentes orientações sexuais e identidades
veja-se o princípio 16: tivas, administrativas e outras medidas
de gênero, contra toda forma de exclusão
necessárias para assegurar o acesso
social e violência no ambiente escolar,
igual à educação e tratamento igual
ncluindo intimidação e assédio;
dos e das estudantes, funcionários/as e
professores/as no sistema educacional, f) Garantir que estudantes sujeitos a tal
Toda pessoa tem o direito à educação, sem sem discriminação por motivo de orien- exclusão ou violência não sejam margi-
discriminação por motivo de sua orientação tação sexual ou identidade de gênero; nalizados/as ou segregados/as por
razões de proteção e que seus interes-
sexual e identidade de gênero, e respeitando b) Garantir que a educação seja direcio-
ses sejam identificados e respeitados de
nada ao desenvolvimento da personali-
essas características. dade de cada estudante, de seus talentos
uma maneira participativa;
e de suas capacidades mentais e físicas g) Tomar todas as medidas legisla-
até seu potencial pleno, atendendo-se as tivas, administrativas e outras medidas
necessidades dos estudantes de todas necessárias para assegurar que a disci-
Da leitura do texto, observa-se a responsabilidade do as orientações sexuais e identidades de plina nas instituições educacionais seja
gênero;
Estado em oferecer uma educação de qualidade a administrada de forma coerente com a
c) Assegurar que a educação seja direcio- dignidade humana, sem discriminação
todas as pessoas, durante toda vida, garantindo-lhes nada ao desenvolvimento do respeito aos ou penalidade por motivo de orientação
oportunidade de crescimento acadêmico e profis- direitos humanos e do respeito aos pais sexual ou identidade de gênero do ou da
e membros da família de cada criança, estudante, ou de sua expressão;
sional, com respeito às suas singularidades inclusive
identidade cultural, língua e valores, num
h) Garantir que toda pessoa tenha acesso
quanto à orientação sexual e à identidade de gênero. espírito de entendimento, paz, tolerância
a oportunidades e recursos para apren-
e igualdade, levando em consideração
dizado ao longo da vida, sem discrimi-
e respeitando as diversas orientações
nação por motivos de orientação sexual
sexuais e identidades de gênero;
ou identidade de gênero, inclusive adul-
d) Garantir que os métodos educacio- tos que já tenham sofrido essas formas
nais, currículos e recursos sirvam para de discriminação no sistema educacional.
melhorar a compreensão e o respeito

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O documento reconhece que as pessoas LGBTI+ sofrem
“discriminação sob a forma de estigma social, exclusão
e preconceitos que permeiam nos espaços de trabalho,
comunidade, educação e nas instituições de saúde” e que,
em razão dessa discriminação, com frequência “vivem em
situações de pobreza, privadas de qualquer oportunidade
econômica”.

Por isso, a Corte determina que os países, incluindo o


Brasil, reconheçam a identidade de gênero para garantir o
pleno exercício de direitos das pessoas transgênero, como
o direito à educação.

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As pessoas
LGBTQIA+ e os
precedentes
brasileiros
Como visto, a falta de acesso básico à educação está as-
sociada à discriminação institucional e estrutural. Para esses fins, travestis e mulheres transexuais eram
consideradas homens em razão do corpo/genital ou
Nesse cenário, os tribunais superiores têm promovido caracteristicas sexuais. A decisão, com caráter vinculan-
avanços no reconhecimento de direitos e desconstrução te e aplicável a todas as pessoas e órgãos em território
de reflexos históricos da discriminação LGBTfóbica. nacional, tem importante passagem do ministro Edson
Fachin: “Orientação sexual não contamina ninguém; o
Como exemplo, podemos mencionar o reconhecimen- preconceito, sim”.
to do direito de doação de sangue por homens gays ou
que façam sexo com outros homens, conforme decisão Outro avanço conquistado por meio de decisão do Su-
do STF em 2020 (ADI 5543). Até 2020, se no momento premo Tribunal Federal foi a equiparação da LGBTIfobia
da doação o doador informasse que manteve relações ao crime de racismo, previsto na Lei 7.716/1989. A de-
sexuais com outro homem em até 12 meses antes, ele cisão foi proferida na Ação Direta de Inconstitucionali-
não poderia doar sangue. dade por Omissão nº 26, julgada pela Corte em 2019.

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2
Para fundamentar a decisão, os ministros entenderam Em 2018, o STF reconheceu o direito de pessoas trans
que houve omissão do Estado Brasileiro em criar leis so- de retificar nome e gênero em seus documentos direta-
bre a violência sofrida pelas pessoas do grupo LGBT. mente no cartório, sem a necessidade de ação judicial
3
ou cirurgia de redesignação sexual. Também em 2018, a
Para sanar essa omissão, o Supremo Tribunal Federal or- Organização Mundial da Saúde deixou de considerar a
denou que os crimes de homofobia e transfobia fossem transexualidade como uma doença e passou a tratá-la
enquadrados na Lei de Racismo até que o Congresso como uma questão de incongruência sexual.
Nacional edite uma lei específica para proteger as pes-
soas LGBTQIA+. De igual importância é o Decreto nº 8.727/2016, que
declara o direito do uso do nome social e o reconhe-
Assim, a discriminação contra pessoas LGBTQIA+ em cimento da identidade de gênero de pessoas trans em
escolas, seja por profissionais da educação, seja por es- todos os órgãos públicos do Brasil.
tudantes ou por seus parentes, poderá ensejar crime
de racismo ou injúria racial, conforme o caso concreto, O decreto obriga os órgãos da administração pública
além de o dever de indenizar a pessoa vítima de dis- a adotarem o nome social de pessoas trans que assim
criminação. solicitem.

Vale destacar que, havendo discriminação em escolas, a


instituição de ensino terá responsabilidade objetiva (in-
2. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2018-mar-01/stf-autoriza-trans-mudar-nome-ciru-
dependentemente de culpa ou dolo) pelo pagamento rgia-ou-decisao-judicial>.
3. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2018-06/de-
de indenizações à vítima. cisao-da-oms-sobre-identidade-trans-deve-reforcar-politicas>.

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O Supremo Tribunal Federal decidiu sobre a impos-
4
Na mesma decisão, o Ministro ainda fala sobre a
sibilidade de proibir que escolas adotem políticas de problemática de não abordar tais questões em ambien-
ensino que tratem de gênero e destacou a impor- tes escolares. Em suas palavras: “não tratar de gênero no
tância de abordar a temática, esclarecer as diferenças e âmbito do ensino não suprime essa questão da experiên-
orientar estudantes sobre a pluralidade. Destacamos cia humana, apenas contribui para a desinformação das
importante passagem do voto do Ministro Luiz Roberto crianças e dos jovens a respeito de tal tema, para a perpe-
Barroso: tuação de estigmas e do sofrimento que dele decorre”.

Por fim, o Ministro ainda reforça o papel da escola


na promoção da diversidade e respeito às diferenças:
Vedar a adoção de políticas de ensino que tratem
de gênero ou que utilizem tal expressão signifi-
ca impedir que as escolas abordem essa temáti- É na escola que eventualmente alguns jovens são
ca, que esclareçam tais diferenças e que orien- identificados, pela primeira vez, como afemina-
tem seus alunos a respeito do assunto, ainda que dos ou masculinizados, em que o padrão cultural
a diversidade de identidades de gênero seja um naturalizado é caracterizado como o comporta-
fato da vida, um dado presente na sociedade que mento normal, em que a conduta dele divergen-
integram e com o qual terão, portanto, de lidar. te é rotulada como comportamento anormal e
(ADPF 600) na qual se naturaliza o estigma. Nesse sentido, o
mero silêncio da escola na matéria, a não identifi-
cação do preconceito, a omissão em combater a
ridicularização das identidades de gênero ou em
ensinar o respeito à diversidade é replicadora da
discriminação e contribui para a consolidação da
violência às crianças homo e trans.

4. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/dl/barroso-suspende-lei-proibia-conteudo.pdf>.

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Orientações
Algumas instituições ao redor do mundo demonstram Abaixo, algumas reflexões são recomendadas às pessoas
preocupação com a forma como a sexualidade é abor- professoras nos treinamentos fornecidos pelo programa
dada nas escolas. Com isso, desenvolvem técnicas e ca- HRC:
pacitam profissionais para atuarem em situações como
essas. Nome da criança estudante:
• Qual nome a criança usará?
• A criança está usando um nome diferente em casa? Que nome
A organização Human Rights Campaign Foundation a criança está usando com os outros membros da família?
(HRC) é um exemplo dessa atuação. Apresentando-se • A criança usa esse nome em todos os ambientes escolares ou
como a principal organização de desenvolvimento apenas em alguns?
profissional dos Estados Unidos nessa temática, fornece
treinamento e recursos para educadores do ensino fun- Pronomes:
damental através do programa Welcoming Schools. • Nós sabemos os pronomes que esta criança deseja usar? (Al-
gumas pessoas podem não usar pronomes. Você também pode
Entre os principais pontos de atuação, o Welcoming ter crianças alunas que usam vários pronomes.)
Schools visa a: • A criança está usando esses pronomes em casa?
• A criança está usando esses pronomes com irmãos ou outros
membros da família?
• acolher todas as famílias;
• criar escolas inclusivas sobre os aspectos de gênero • A criança está usando esses pronomes em todos os ambientes
escolares ou apenas em alguns?
e LGBTI+;
• prevenir bullying e preconceito;
• apoiar as pessoas estudantes trans e não binárias.

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Banco de dados e informações escolares: Apoio escolar:
• O nome da criança está sendo alterado no banco de dados • A escola possui uma equipe interdisciplinar de apoio primário para
da escola? acompanhamento das crianças?
• Qual é o procedimento para isso em nossa cidade ou região? • Houve desenvolvimento profissional planejado para a equipe sem
Quem é a pessoa responsável por essa informação na violar a privacidade da criança?
escola? Quem é a pessoa de contato do órgão de educação • As pessoas funcionárias estão cientes das políticas e dos
responsável? procedimentos para apoiar estudantes transgêneros e não
• A família sabe que a alteração no banco de dados é uma opção? binários?
(Caso a criança tenha familiares que apoiem seu gênero ou • As pessoas funcionárias estão cientes das políticas antibullying /
orientação sexual.) assédio?
• O marcador de gênero da criança está sendo alterado • Existe um fluxo de tratamento dos casos de bullying ou assédio?
no banco de dados da escola?

Apoio da família: Instalações e atividades inclusivas:


• A criança atualmente tem sua identidade de gênero ou orien- • Qual(is) banheiro(s) a criança usará?
tação sexual respeitada por seus familiares? • A criança precisará de apoio e orientação sobre onde trocar de
• A equipe da escola (docentes, direção, etc) sabe como se co- roupa para a aula de educação física? Qual vestiário adequado?
municar com a família sobre esse assunto e, ao mesmo tempo, • Uma pessoa da equipe coordenará apoios para viagens de cam-
proteger o bem-estar da criança? po e/ou viagens escolares noturnas?
• A escola conectou a família a recursos locais, como um grupo • Uma pessoa da equipe apoiará a criança para ser totalmente
de apoio para pais de alunos transgêneros ou não binários? incluída em esportes de gênero alinhados com sua identidade
(Sempre pergunte ao aluno sobre a dinâmica familiar.) de gênero?

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LIMIAR Coordenação de Pós Produção:

Brasil, 77 minutos Lucas Lazarini

SINOPSE
DIREÇÃO & FOTOGRAFIA Colorista:

Coraci Ruiz Tobias Rezende

ROTEIRO: Produção de Finalização:

Coraci Ruiz Marcelo Félix


Luiza Fagá
Assistente de Edição:

“Limiar” é um documentário Augusta Gui


PRODUÇÃO EXECUTIVA

autobiográfico realizado por Julio Matos

FICHA
Assistente de Produção Executiva:
uma mãe que acompanha a MONTAGEM Marcinho Zolá
transição de gênero de seu filho Luiza Fagá
Ilustração:
adolescente: entre 2016 e 2019 TEXTO DE NARRAÇÃO Noah Silveira Ruiz

TÉCNICA
ela o entrevista abordando os Coraci Ruiz
Distribuição de Impacto:
conflitos, certezas e incertezas Luiza Fagá
Taturana Mobilização Social
Julio Matos
que o perpassam numa busca
Equipe da Campanha de Impacto:
profunda por sua identidade. Ao TRILHA SONORA ORIGINAL
Carol Misorelli, Diogo Emanuel,
mesmo tempo a mãe, revelada por Natália Mallo
Marcia Marci, Phelipe Caetano e
meio de uma narração em primeira Uma Reis Sorrequia
DESENHO DE SOM E MIXAGEM:
pessoa e por sua voz que conversa Guile Martins Redes Sociais:
com o filho por detrás da câmera, Projeto Transceda (Vênuz Capel
Consultora de Montagem:
passa ela também por um processo e Raphaella Gomez)
Cristina Amaral (DOCSP 2019)
de transformação que a obriga PROJETO GRÁFICO:
Coordenação de Pesquisa:
a romper velhos paradigmas, Nathê Miranda
Gilberto Alexandre Sobrinho
enfrentar medos e desmantelar Libras:
preconceitos. Produção de Impacto:
Neto Oliveira
Rodrigo Díaz Díaz

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Taturana Mobilização Social TozziniFreire Advogados Reprolatina Instituto [ SSEX BBOX ] ] e
[ DIVERSITY BBOX ] ] Consultoria
Organização social que atua na distribuição de O TFAffinity, grupo de Afinidade LGBTI+ de A Reprolatina – Soluções Inovadoras em Saúde
filmes com foco em impacto social. Fundada TozziniFreire, composto por quase 100 membros Sexual e Reprodutiva é uma ONG sem fins
]
A [DIVERSITY BBOX] é uma consultoria
em 2013, distribui em circuitos comerciais e entre sócios e colaboradores do corpo jurídico lucrativos fundada em 1999 por Margarita Díaz
especializada para a equidade social e à
não comerciais com o objetivo de democratizar e administrativo, promove os valores e direitos e Francisco Cabral, localizada em Campinas,
fomentação da diversidade em corporações
o acesso ao cinema e potencializá-lo como da comunidade LGBTI+ dentro e fora da SP. Desenvolve ações inovadoras estratégicas
e instituições, através de programas de
ferramenta de impacto e engajamento social. organização. em prol da melhoria da qualidade da saúde
conscientização, treinamento e sensibilização
Alguns de seus projetos: Sem Pena (2015), sexual e reprodutiva, do exercício dos direitos
para comunicação, recursos humanos e negócios
ParaTodos (2016), Chega de Fiu Fiu (2018) e O grupo se reúne regularmente para discutir sexuais e reprodutivos e da igualdade de
estrategicamente combinadas para promover
Sementes: Mulheres Pretas no Poder (2020). planos de ação, analisando o cenário atual e os gênero, principalmente, para as populações
a transformação corporativa em prol de uma
próximos passos. Como um de seus produtos, mais vulneráveis da América Latina. Sua equipe
sociedade mais justa, democrática e equânime.
vale destacar a Cartilha LGBTI+, elaborada por multidisciplinar realiza pesquisas, elabora
www.taturanamobi.com.br advogados do escritório em 2019, que traz currículos, materiais educativos, realiza cursos
[email protected] Com o Instituto [SSEX BBOX] nos empenhamos,
de forma educativa informações relevantes de capacitação, faz advocacy e dá apoio
a quase uma década, em criar uma onda
sobre o tema, servindo como uma ferramenta técnico presencial ou à distância a projetos e
consistente e coesa a fim de infiltrar diversidade
para esclarecer dúvidas e combater a falta de programas de instituições públicas e privadas
onde o poder econômico é materializado, por
conhecimento, que muitas vezes serve como para a implementação das Políticas Públicas de
meio de ações no ambiente corporativo. Os
pano de fundo para situações de preconceito e Educação Integral em Sexualidade e de Saúde
esforços são concentrados para sensibilizar
discriminação. Sexual e Reprodutiva.
os colaboradores e gestores e aplicar formas
Laboratório Cisco práticas para real equidade e pluralidade. Nos
Em 2017, TozziniFreire se associou ao Fórum Desde 2012, a Reprolatina é um parceiro
esforçamos para transformar o microcosmos de
Produtora audiovisual sediada em Campinas de Empresas e Direitos LGBTI+, assinando os implementador do Fundo de População das
empresas, para que se crie um terreno fértil de
(SP) desde 2003. Seu foco é a produção de dez compromissos que norteiam as políticas do Nações Unidas (UNFPA) para apoio técnico aos
consciência sobre diversidade e para que grupos
documentários com temas ligados à cultura escritório sobre o tema. Essas responsabilidades países da América Latina e do Caribe, na área
historicamente memorizados possam ter acesso
popular, movimentos sociais e direitos envolvem, por exemplo, a promoção da da saúde sexual e reprodutiva e adolescência
aos meios e existir em suas potencialidades.
humanos. Em dezoito anos de atividades igualdade de oportunidades e tratamento para para o alcance dos ODS da ONU, em especial
lançou curtas, médias e longas-metragens todas as pessoas. Somos um dos primeiros os ODS 3, 4 e 5. Também vem colaborando com
E isso diz respeito aos direitos humanos e a
que foram exibidos em importantes festivais escritórios a contratar pessoas trans para nossas UNFPA Honduras para a implementação dos
ação, muito para além dos discursos: praticar
no Brasil e no mundo que conquistaram equipes administrativas e jurídicas. Além disso, padrões globais da OMS para serviços de saúde
cotidianamente aquilo que é modelo para uma
prêmios em diversos países; além disso, junto com a ONG Barong, auxiliamos na criação de qualidade para adolescentes.
sociedade justa.
produziu programas, vídeos e séries televisivas de um plano de advocacy de longo prazo para
em parceria com canais abertos e a cabo. garantir o direito das pessoas trans à cirurgia Durante a pandemia da COVID-19 a equipe da
de redesignação sexual (para adequação do Reprolatina tem atualizado as equipes de saúde
fenótipo à identidade de gênero). e a população, com informações sobre a mesma, ssexbbox.com
www.laboratoriocisco.org e mantido a orientação contínua sobre a atenção diversitybbox.com
[email protected] Atualmente, entre outras iniciativas, em saúde sexual e reprodutiva em tempos de
TozziniFreire trabalha com a associação Casa pandemia e ao enfrentamento da violência
Chama na articulação jurídica a respeito da contra as mulheres adolescentes e adultas.
inconstitucionalidade do Projeto de Lei nº 504,
do Estado de São Paulo, por violações a direitos
das pessoas LGBTI+.
reprolatina.org.br

tozzinifreire.com.br

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clique nos links abaixo

Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT)


Associação Brasileira de Intersexos (ABRAI)
Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (IBRAT)
Acervo Bajubá
Aliança Nacional LGBTI+

PARA
All Out Brasil
Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA)
Conectas Direitos Humanos
DIVERSITY BBOX] Consultoria
ELLA Global Community Brasil
Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (FONATRANS)

SABER
Gênero e Número
Instituto Brasileiro Trans de Educação (IBTE)
Instituto Marielle Franco
Instituto Matizes
Mães pela Diversidade

MAIS
Museu da Diversidade Sexual (MDS)
Museu Transgênero de História e Arte (MUTHA)
Plataforma Queerlombos
Poupatrans
Rede Nacional de Pessoas Trans (Rede Trans Brasil)
Reprolatina
Instituto SSEX BBOX]
TODXS
TransEmpregos
VoteLGBT

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limiarfilme.com.br

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