Cervicites
Cervicites
Cervicites
C A R L O S E D U A R D O
C E RV I C I T E S
GINECOLOGIA Prof. Carlos Eduardo Martins| Cervicites 2
INTRODUÇÃO
PROF. CARLOS
EDUARDO MARTINS
Caro colega,
@estrategiamed @estrategiamed
Estratégia
MED
t.me/estrategiamed /estrategiamed
GINECOLOGIA Cervicites Estratégia
MED
SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO 4
2.0 CONCEITOS E DEFINIÇÕES 4
3.0 QUADRO CLÍNICO 5
4.0 ETIOLOGIA 6
4 .1 . CLAMÍDIA 6
4 .2 . GONOCOCO 6
5.0 DIAGNÓSTICO 6
6.0 TRATAMENTO 7
7.0 RASTREAMENTO E PREVENÇÃO 9
8.0 LISTA DE QUESTÕES 10
9.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 11
10.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 11
CAPÍTULO
1.0 INTRODUÇÃO
As cervicites são infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), provas para focar e otimizar seus estudos.
cujo desfecho impacta de maneira importante na ocorrência de A prevalência exata das cervicites é algo difícil de definir, pois
complicações ginecológicas e materno-fetais. A interface do tema os critérios diagnósticos variam de acordo com os estudos, além de
com outras especialidades e com outras doenças ginecológicas faz ser uma infecção assintomática, na maioria das vezes, o que dificulta
com que seja um tema frequente nas provas de Residência. o levantamento de casos. Estima-se que elas afetem de 35% a 45%
Esse tema aparece de forma isolada em algumas questões, da população feminina. Os agentes mais envolvidos na infecção
porém muitas vezes associado a conhecimentos sobre a doença são a Chlamydia trachomatis (CT) e a Neisseria gonorrhoeae
inflamatória pélvica, sua principal complicação. Por meio de uma (NG); porém também pode ser causada por Trichomonas vaginalis,
análise ampla das questões de provas de Residência Médica de todo Herpes simplex virus e Mycoplasma genitalium. Mais adiante no
o país, encontramos que esses temas em conjunto correspondem material abordaremos cada uma delas com detalhes.
a quase 4% de todas as questões avaliadas. É muito importante Então, vamos iniciar mais uma etapa no seu caminho até a
que você tenha conhecimento sobre a relevância de cada tema nas tão sonhada vaga de Residência Médica? Venha comigo!!!
CAPÍTULO
FATORES DE RISCO
Idade jovem
Múltiplos parceiros
Antecedente de IST
CAPÍTULO
CAPÍTULO
4.0 ETIOLOGIA
Apesar de haver a possibilidade de uma abordagem sindrômica para o diagnóstico e para o tratamento das cervicites, cada agente
etiológico está associado a diferentes manifestações clínicas e complicações, e esse conhecimento pode aparecer nas questões de provas de
Residência.
4 .1 . CLAMÍDIA
A Chlamydia trachomatis é uma bactéria gram-negativa e intracelular obrigatória. Ela é responsável pela maior parte das cervicites e
é considerada a IST bacteriana mais comum no mundo, superando a sífilis e a gonorreia.
Mais de 70% dos casos são assintomáticos, mas quando há manifestação clínica, os principais sintomas são: edema de colo, hiperemia,
mucorreia, acentuação da ectopia, dor à mobilização do colo e sangramento pós-coito ou intermenstrual. Na cervicite por clamídia não
costuma haver secreção purulenta saindo pelo colo.
4 .2 . GONOCOCO
A infecção por Neisseria gonorrhoeae apresenta uma As principais manifestações clínicas são: secreção purulenta
prevalência bem menor que a infecção por clamídia. O gonococo é ou mucopurulenta endocervical, sangramento endocervical e
uma bactéria diplococo gram-negativa, não flagelada, encapsulada, edema cervical. Pode haver outras manifestações, como disúria e
intracelular e anaeróbia facultativa. bartolinite, que é a infecção das glândulas de Bartholin (todas as
Devido ao processo inflamatório ocasionado em resposta à informações sobre essa doença estão no livro de doenças da vulva
infecção gonocócica, a cervicite por esse agente costuma apresentar e da vagina).
um quadro mais exuberante e sintomático que as demais. Devido Existem outras etiologias para as cervicites, mas que são
ao quadro clínico e às complicações, a cervicite por gonococo pouco abordadas pelas provas de Residência.
costuma ser mais abordada pelas provas.
CAPÍTULO
5.0 DIAGNÓSTICO
Como já foi citado, as cervicites são assintomáticas em sua e N. gonorrhoeae pode ser feito pela detecção do material genético
maioria. Apenas em cerca de 30% dos casos é possível realizar dos agentes infecciosos por biologia molecular. Esse método é o
o diagnóstico pelo quadro clínico. Apesar disso, não é possível de escolha para todos os casos, sintomáticos e assintomáticos”. O
confirmar o agente etiológico pelas manifestações clínicas, diagnóstico pode ser feito por um método chamado NAAT (Nucleic
havendo necessidade de propedêutica complementar. Muitas Acid Amplification Test), também chamado de PCR (Polymerase
vezes, pela indisponibilidade ou pelo alto custo dos testes, utiliza- Chain Reaction) ou pela captura híbrida que é menos sensível que
se uma abordagem sindrômica de tratamento e uma busca ativa de o NAAT. Existem outros métodos de diagnóstico, como a avaliação
parceiros que devem ser avaliados e tratados. da secreção cervical com coloração de GRAM, porém são pouco
Segundo o Ministério da Saúde, em seu protocolo de 2020: sensíveis e quase não são cobrados pelas provas.
“O diagnóstico laboratorial da cervicite causada por C. trachomatis
CAPÍTULO
6.0 TRATAMENTO
O tratamento, sempre que possível, deve verificar o patógeno envolvido na infecção, porém isso nem sempre é possível e devemos
cobrir os agentes mais comuns. Há um mnemônico para guardarmos o tratamento para cada um dos agentes etiológicos da cervicite:
G C
O L
N AZITROMICINA
O M
CEFTRIAXONE Í
O DOXICICLINA
C I
O A
Abaixo, um quadro com o tratamento preconizado pelo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas
com Infecções Sexualmente Transmissíveis (Ministério da Saúde, 2020).
Notas:
1. Em março/2017, o Ministério da Saúde lançou uma norma técnica recomendando ceftriaxona 500 mg IM
em substituição ao ciprofloxacino em todo o território nacional, considerando o alto índice de resistência.
Algumas questões mais antigas podem apresentar o tratamento com uso de ciprofloxacino 500 mg VO em
dose única em vez de ceftriaxona.
2. Na indisponibilidade de ceftriaxona, poderá ser utilizada outra cefalosporina de terceira geração no trata-
mento de infecção pelo gonococo, como a cefotaxima 1.000 mg, IM, dose única.
Fonte: Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (Ministério da Saúde)
Tratamento recomendado para cervicite, uretrite e infecção retal por gonococo (segundo CDC 2021)
Regime recomendado:
• Ceftriaxona 500 mg, IM, dose única (para pacientes com menos de 150 kg). Para pacientes com mais de 150 kg deve
ser empregado 1g por via IM em dose única.
Alternativos:
• Gentamicina 240mg IM em dose única
MAIS
Azitromicina 2g VO em dose única
OU
• Cefexime 800mg VO em dose única
OBS. 1: o tratamento para clamídia deve ser considerado se a possibilidade de infecção por esse agente não for
excluída.
O tratamento recomendado para clamídia é: doxiciclina 100 mg, 12/12 horas, por 7 dias.
OBS. 2: o CDC 2015 não considera ciprofloxacino como opção de tratamento.
Tratamento recomendado para cervicite, uretrite e infecção retal por clamídia (segundo CDC 2021)
Regimes recomendados:
• Doxiciclina 100 mg, VO, 12/12h, por 7 dias.
Alternativos:
• Azitromicina 1g VO em dose única
• Levofloxacino 500mg 1x/dia por 7 dias
OBS. 1: o tratamento para gonococo deve ser considerado se a prevalência da gonorreia for alta na população avaliada.
Em geral, o regime terapêutico mais cobrado pelas provas de Residência é o do Ministério da Saúde, com
o uso de e de azitromicina em dose única. Porém, é importante atentar-se para a bibliografia da prova que você
prestará.
CAPÍTULO
Todos os parceiros devem ser tratados para CT e NG se o último contato foi antes do diagnóstico. O
tratamento deve ser igual ao da paciente com cervicite.
https://estr.at/31iGwg4
CAPÍTULO
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