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Introdução
A origem dos antieméticos, como muitos outros fármacos, deve-se muito ao acaso, à mudança
tiveram origem nos extractos de plantas contendo atropina e escopolamina cujo desenvolvimento
foi estimulado pela necessidade de prevenir o enjoo nos soldados durante o desembarque nas
praias na segunda guerra mundial [1]. A procura por substitutos para o quinino, fármaco
antimalárico, escasso em tempo de guerra pelo bloqueio da navegação, levou à descoberta dos
anti-histamínicos e depois, por acaso, descobriu-se a sua actividade antiemética contra a emese
do movimento num doente tratado por urticária. A investigação da farmacologia das fenotiazinas
e dos antagonistas dos receptores da dopamina como sedativos levou à sua descoberta como
antagonista D2, mas a sua actividade procinética foi reconhecida como resultante da sua
antagonismo dos receptores 5-HT3. Mais tarde, levou à identificação dos antagonistas selectivos
mas estudos pré-clínicos mostraram efeitos antieméticos de largo espectro e os estudos clínicos
revelaram uma eficácia particular na fase retardada da emese induzida pela quimioterapia [1].
1
Antieméticos em cuidados paliativos
Procinéticos
activando os receptores 5-HT4, libertando acetilcolina dos neurónios entéricos para estimular o
musculares podem ter efeitos adversos, como na oclusão intestinal completa, nas hemorragias
Metoclopramida
A metoclopramida actua no estômago e intestino delgado proximal, com pouco efeito a nível do
receptores D2 na chemoreceptor trigger zone (CTZ). Em doses > 120 mg torna-se num
Por via oral a absorção é rápida, com uma biodisponibilidade de 79 a 85% [3]. Por via oral o
sobretudo pela CYP2D6, mas também pela CYP1A2 [2]. Cerca de 20% da dose é eliminada por
via renal. Por isto, tanto na insuficiência hepática como na renal a depuração da metoclopramida
está reduzida.
2
Fármacos
Como procinético a dose é de 10 mg 3 a 4 vezes por dia, meia hora antes das refeições e ao
deitar. O efeito antagonista central D2 só se atinge com doses altas – 10 mg cada 4 a 6 horas,
por via oral ou parentérica, com o máximo de 100 mg por dia [2]. Nos doentes com insuficiência
renal a dose deve ser reduzida por 50%, com uma depuração da creatinina (DC) de 15 a 60
Doença de Parkinson
do citocromo – b5
As formulações rectais não devem ser usadas na história recente de proctite ou hemorragia
rectal
Reacções indesejáveis
são usadas doses altas. Estas reacções ocorrem geralmente no início do tratamento, por vezes
após uma só dose. Se tais reacções ocorrerem a metoclopramida deve ser imediatamente
3
Antieméticos em cuidados paliativos
podem necessitar de tratamento sintomático com benzodiazepinas e/ou medicação
irreversível, sobretudo em idosos. O tratamento não deve exceder 3 meses. Se surgirem sinais
A síndrome maligna dos neurolépticos foi registada com a metoclopramida combinada com
neurolépticos, mas também em monoterapia [5]. O tratamento com metoclopramida deve ser
metoclopramida, sobretudo pela via EV. Há que ter cuidado em particular quando se administra
por via EV em pessoas idosas, a doentes com alterações da condução cardíaca, a doentes com
alterações eletrolíticas não corrigidas, bradicardia e nos que tomam fármacos conhecidos por
As doses EV devem ser administradas como bólus lentos (pelo menos 3 minutos) para reduzir o
A metoclopramida pode provocar sonolência, tonturas, discinesia e distonias que podem afectar
4
Fármacos
O álcool, os derivados da morfina, os ansiolíticos, os anti-histamínicos H1 sedativos os
extrapiramidais.
significado é incerto.
Uso da metoclopramida
A Agência Europeia do Medicamento (AEM) recomenda que nos adultos a dose por qualquer via
se limite a 10 mg (0,5 mg/kg) até 3 vezes por dia e que o período em que se toma
5
Antieméticos em cuidados paliativos
Domperidona
É rapidamente absorbida por via oral, intramuscular e rectal. Embora a absorção do tracto GI
seja quase completa, a biodisponibilidade oral absoluta é apenas de 15% devido ao metabolismo
extenso de primeira passagem e na parede intestinal [7]. A biodisponibilidade oral pode ainda
uma refeição o tempo médio para o pico de concentração é retardado em relação ao jejum, mas
metabolitos são inactivos. São excretados na urina e nas fezes. A semivida plasmática aumenta
cerca de 50% na insuficiência renal, mas a concentração plasmática não aumenta porque a
depuração renal é uma via de eliminação menor, pelo que a acumulação não é preocupante.
Quando usada dentro das doses clínicas habituais tem uma farmacocinética linear [7].
A domperidona actua como um antagonista do receptor D2. Estes receptores no tracto GI,
da dopamina no músculo liso [9]. Exerce também o seu efeito antiemético através dos receptores
D2 na CTZ (ver náuseas e vómitos neste blog). Não atravessa a barreira hematoencefálica, mas
mais comuns são cefaleias, diarreia, sonolência e dor abdominal e a maioria desaparece com a
6
Fármacos
continuação da terapêutica ou são bem tolerados [9]. Dentro das doses recomendadas os efeitos
anticolinérgicos pode interferir com o efeito GI da domperidona. Fármacos que sejam inibidores
monoterapia não tenha efeito no intervalo QT, quando em combinação com o cetoconazol, um
centrais dos antiparkinsónicos não são por ela inibidos, nem foram registados efeitos
eleição para tratar os sintomas GI nos doentes com Doença de Parkinson [7].
A domperidona injectável foi retirada do mercado devido aos efeitos a nível cardíaco [10]. Os
resultados de uma revisão sistemática e meta-análise recente sugerem que a domperidona está
comparação com o não uso [11]. Este risco foi especialmente evidente com doses mais altas e
em indivíduos mais velhos. Há, no entanto, uma falta de dados nos indivíduos com menos de 60
A AEM, em face das comunicações de casos de problemas cardíacos que continuam a existir, foi
riscos. A AEM concluiu que sim, mas recomendou que a dose se limitasse a 10 mg até 3 vezes
A EMA recomenda que a domperidona seja usada apenas para o tratamento das náuseas e
vómitos e não de outros sintomas digestivos como a azia. Não deve ser administrada a doentes
7
Antieméticos em cuidados paliativos
com alterações da função hepática moderadas a intensas nem a quem tenha anormalidades da
actividade eléctrica cardíaca ou do ritmo cardíaco ou a quem esteja em risco de tais efeitos. Não
deve, também, ser usada com outros medicamentos que prolonguem o intervalo QT ou que
sejam inibidores da CYP3A4 [10]. Quando usada com diuréticos espoliadores de potássio o risco
pode aumentar.
Eritromicina
diabetes ou pela vagotomia [12]. A eritromicina é eficaz tanto por via oral como por via EV, mas a
taquifilaxia pode limitar a sua eficácia a longo prazo. A administração de eritromicina por via oral
No entanto, a melhoria do esvaziamento gástrico não se correlaciona muito com a melhoria dos
manipulação mais fácil da dose. Não há dados científicos de orientação quanto às doses, mas
uma forma considerada razoável é a seguinte: começar com doses baixas – 50 mg, 30 minutos
50 mg por dose com alguns dias de intervalo até à dose máxima de 250 mg por dose [13]. Os
efeitos indesejáveis da eritromicina mais frequentes são erupções cutâneas, náuseas, cólicas e
8
Fármacos
dor abdominal. No tratamento a longo prazo há receio de outras complicações especialmente
bloqueio vagal no tracto GI, o que lhe dá alguma actividade procinética. Dada o seu largo
espectro de actividade, provocam muitos efeitos indesejáveis: podem prolongar o intervalo QT,
baixam o número de leucócitos e o limiar de convulsões. Nos doentes com demência podem
precipitar psicose. Há, também, um aumento do risco de morte comparado com o placebo, a
[2].
Haloperidol
antagonista dos receptores D2. Liga-se a estes receptores na CTZ e aos receptores periféricos.
mg, como é geralmente usado em cuidados paliativos, mas em doses mais altas outras enzimas
activo) (23%) e N-desalquilação para um metabolito pyridium (metabolito tóxico) (20 a 30%) [4].
Como o seu metabolismo é variável, a semivida varia de 12 a 35 horas [14], podendo assim ser
9
Antieméticos em cuidados paliativos
administrado uma ou duas vezes por dia [15]. Por via oral, sofre metabolismo de primeira
passagem, com uma conversão de oral para parentérica de 2:1. O haloperidol-reduzido por via
parentérica não é detectável durante mais tempo do que após a administração oral o que sugere
[4].
Além de actuar nos receptores indicados no início desta secção, actua também nos receptores
distónicas [14].
Tem menos probabilidade de causar sedação ou hipotensão do que a fenotiazinas, mas pode
produzir sintomas extrapiramidais [15]. Pode causar, raramente, a síndrome maligna dos
A sua acção na CTZ torna-o, pelo menos teoricamente, eficaz no controlo das náuseas
O haloperidol tem sido extensamente usado em cuidados paliativos para o controlo das náuseas
e vómitos, mas não há dados científicos seguros a provar a sua eficácia [16].
O haloperidol tem sido usado isoladamente ou em combinação com outros antieméticos por via
oral, SC, EV ou IM. A dose de haloperidol como antiemético é referida como de 1,5 a 3 mg por
via oral ou o equivalente por via parentérica em 24 horas. Pode ser administrado numa dose
única à noite, devido à sua longa semivida [14]. Doses mais altas não parecem ter vantagens
10
Fármacos
Levomepromazina
Além do controlo das náuseas e vómitos, a levomepromazina tem sido usada como antipsicótico,
A levomepromazina quando administrada por via oral sofre metabolismo de primeira passagem,
de modo que só 50% chega à circulação sistémica. A concentração plasmática atinge o seu pico
semivida de 15 a 30 horas, mas há variações maiores que podem ir de 16,5 a 77,8 horas, o que
pode contribuir para a variação nas doses requeridas por diferentes indivíduos [19].
da CYP2D6, embora esta não esteja envolvida no seu metabolismo [18], mas pode influenciar o
metabolismo dos fármacos que usam esta via. Os dois metabolitos principais são a N-
Em cuidados paliativos, usa-se sobretudo por via oral ou por via SC em bólus ou em infusão
contínua. Dado o metabolismo de primeira passagem, a dose por SC é duas vezes mais potente
11
Antieméticos em cuidados paliativos
do que dose oral, pelo que quando se altera a via de administração deve-se ter essa diferença
em conta [18]. Para o controlo das náuseas e dos vómitos é preferível começar pela via SC na
dose de 6,25 a 12,5 mg em bólus ou em infusão contínua (dada a sua longa semivida pode usar-
se em bólus à noite) e aumentar até 25 mg por dia. Dada a multiplicidade de receptores que
bloqueia, pode usar-se nos vómitos resistentes a outros antieméticos. Embora o seu uso seja
extenso em cuidados paliativos como antiemético, continuam a faltar provas científicas da sua
eficácia [21].
Pode causar efeitos extrapiramidais como distonias agudas, acatisia, síndrome tipo Parkinson,
mas o seu potencial para causar estes efeitos é menor do que o do haloperidol e é semelhante
dificuldade em urinar, obstipação e visão turva [19]. Pode causar também taquicardia,
agranulocitose e pancitopenia.
Olanzapina
A olanzapina sofre metabolismo de primeira passagem, com 40% da dose metabolizada antes
glucuronídeos, ambos inactivos. É eliminada na urina (60%) e nas fezes (30%). Liga-se à
albumina e à glicoproteína ácida α1. As isoenzimas CYP1A2 e 2D6 estão envolvidas na oxidação
da olanzapina.
12
Fármacos
Por via oral a biodisponibilidade da olanzapina é de 80%, atingindo um pico de concentração
paliativos, pelo que os dados provêm do seu uso psiquiátrico. Esses efeitos no curto prazo (6
semanas) incluem, hipotensão postural, obstipação, tonturas e xerostomia [22]. Como agente
Os efeitos extrapiramidais são pouco frequentes, assim como a discinesia tardia e acatisia. Pode
Como antiemético a olanzapina tem sido usada em vários contextos como na quimioterapia,
blog), nas náuseas associados aos opióides e em cuidados paliativos. Em cuidados paliativos
tem sido usada com sucesso [23,24], nomeadamente em doentes que não responderam a
combinação com outros antieméticos. Dada a extensa variedade de receptores que bloqueia
Anti-histamínicos
13
Antieméticos em cuidados paliativos
Prometazina
A via oral é a via de preferência, mas quando esta não está disponível a via IM é a melhor. Por
via intramuscular deve ser administrada profundamente [25]. Por via EV pode provocar dano
tecidular grave. Por via EV a concentração máxima deve ser de 25 mg/mL, mas recomendam-se
diluições maiores. Não deve ser administrada na mão ou no pulso. A velocidade máxima deve
ser de 25 mg por minuto e deve ser interrompida se ocorrer queimor ou dor. Injectável pode
eritema, edema, paralisia, espasmo grave dos vasos distais, flebite, tromboflebite, trombose
venosa, perda sensorial e paralisia que em alguns casos podem necessitar de intervenção
cirúrgica [25]. Por via SC está contraindicada, embora se encontrem na literatura referências ao
A prometazina tem um início de acção em cerca de 20 minutos por via oral ou IM e em 5 minutos
por via EV. A duração de acção é geralmente de 4 a 6 horas, mas pode ir até mais de 12 horas
[25]. Por via oral a absorção é rápida e completa, com metabolismo de primeira passagem
extenso de que resulta uma biodisponibilidade de cerca de 25%. O metabolismo hepático faz-se
necessidade [25].
14
Fármacos
As contraindicações ao uso da prometazina incluem a alergia ou hipersensibilidade a qualquer
Cinarizina
A cinarizina é uma anti-histamínico H1. Além de se ligar aos receptores H1, liga-se também aos
receptores muscarínicos e aos D2 [26]. Está indicada nas náuseas e vómitos de causa vestibular.
Usa-se geralmente na dose de 25 mg 3 vezes por dia ou 75 mg 1 vez por dia. A dose máxima
recomendada é de 225 mg por dia [26]. Existem combinações fixas de cinarizina e dimenidrato
que pode ter vantagens porque a cinarizina tem uma acção predominantemente periférica no
labirinto, aumentando a perfusão cerebral e coclear, assim como supressão vestibular pela
inibição dos canais do cálcio (Ca++) nas células sensoriais vestibulares; melhora assim a
centros associados no tronco cerebral. A associação tem vantagens por actuar central e
perifericamente.
Não há estudos sobre o uso da cinarizina em doentes com disfunção renal ou hepática.
15
Antieméticos em cuidados paliativos
A cinarizina e as suas combinações são geralmente bem toleradas. Pode ocorre sonolência em
alguns doentes, sobretudo no início do tratamento, pelo que é preciso cautela com o uso
maquinaria [26]. São muito raros os efeitos extrapiramidais, mas nos doentes com Parkinson
doença
Os antagonistas selectivos dos receptores 5-HT3 exercem a sua acção antiemética pelo bloqueio
dos receptores centrais e periféricos destes [2]. O ondansetron é o mais antigo fármaco deste
tipo, desenvolvidos no início dos anos 90 do século XX, logo seguido do granisetron mas foram
depois desenvolvidos vários outros como o tropisetron, dolasetron e palonosetron, muitas vezes
A serotonina, 5-HT, existe através do intestino e no SNC. Cerca de 80% da serotonina total do
corpo existe no tracto GI, sendo o restante dividido entre as plaquetas, que captam avidamente a
serotonina livre, e o SNC. Da 5-HT intestinal, 95% encontra-se nos grânulos das células
secretoras enteroendócrinas localizadas principalmente nas criptas [27]. Factores que podem
levar à exocitose da 5-HT incluem os estímulos mecânicos como a pressão luminal, toxinas
dolorosa e inibem as respostas vagais a libertação de 5-HT induzida pela quimioterapia. Inibem
também a descarga dos nervos secreto-motores, que actuam via peptídeo vasoactivo intestinal e
óxido nítrico [27]. Certos agentes quimioterápicos libertam serotonina das células
16
Fármacos
enterocromafins no intestino delgado estimulando os nervos aferentes vagais, via receptores 5-
A sua indicação primária é a emese induzida pela quimioterapia. Nos cuidados paliativos têm um
papel limitado, onde é geralmente usado como agente de 3ª linha para os casos refractários [2].
Pode ser usada por via SC. A dose inicial é de 4 a 8 mg SC uma a duas vezes por dia ou em
infusão contínua. A dose pode ser aumentada até um máximo de 32 mg por dia [28]. Na
insuficiência hepática grave a dose não deve exceder 8 mg por dia. Na insuficiência renal não é
Os antagonistas dos receptores 5-HT3 têm metabolismos e acções com algumas diferenças,
pelo que aqui será abordado apenas o ondansetron. Quando administrados por via EV
metabolizada extensamente via CYP3A4 no fígado por hidroxilação seguida de conjugação para
Outros fármacos têm efeito antagonista nos receptores 5-HT3 como a metoclopramida em altas
extrapiramidais. Causa também obstipação pelo que pode ser usado na síndrome carcinóide,
17
Antieméticos em cuidados paliativos
Mirtazapina
Em 2006 foi publicado um caso clínico que apontava para a eficácia da mirtazapina na
gastroparesia que não respondeu a outras medidas, como metoclopramida EV, itoprida
no piloro [29].
quimioterapia, nos vómitos da gravidez, pós cirurgia e nas náuseas e vómitos idiopáticos [29.30].
Os efeitos laterais mais comuns são sonolência e fadiga; menos comuns são obstipação,
Outros antieméticos
Anticolinérgicos
liso, por inibição competitiva dos receptores muscarínicos ao nível do músculo liso e por
também existem nas células da mucosa do lume intestinal e nas glândulas salivares, reduzindo
A butilescopolamina, como amina quaternária, tem um efeito errático quando usada por via oral.
Usa-se assim sobretudo por via SC em cuidados paliativos, em doses variáveis (60 a 120 mg) no
18
Fármacos
tratamento da oclusão intestinal. O bromidrato de escopolamina usa-se na dose de 0,8 a 1,2 por
vis SC ou EV. Para os vómitos do movimento o bromidrato de escopolamina pode usar-se por
Corticosteróides
também nas náuseas crónicas associadas ao cancro avançado [2]. Excepto na hipertensão
intracraniana, não se usam como antiemético de primeira linha, mas associados a outros
dexametasona como antiemético nas náuseas crónicas é de 4 a 8 mg por dia e de até 16 mg por
dia na oclusão intestinal e na hipertensão intracraniana. Dada a sua longa semivida pode usar-se
numa dose única diária. Após o efeito máximo tenha sido atingido deve reduzir-se a dose para a
mínima eficaz. Se não se obtiver o efeito desejado após um período razoável, cerca de 1
Octreotido
O octreotido usa-se sobretudo na oclusão intestinal. Ver Octreotido em Oclusão intestinal nos
Benzodiazepinas
têm apenas um efeito mínimo como antieméticos. Os seus efeitos sedativos, ansiolíticos e
19
Antieméticos em cuidados paliativos
amnésicos podem aumentar a eficácia de outros antieméticos [2]. Foi proposto um papel
específico das benzodiazepinas nas náuseas antecipatórias, mas os dados que suportam este
facto são muito limitados, para além do seu efeito geral [32]. A administrar-se uma
benzodiazepina para este efeito deve escolher-se um fármaco como o lorazepam devido à sua
Canabinóides
Na selecção dos antieméticos deve-se ter em conta a sua causa provável, os receptores
entanto, esta abordagem tem algumas limitações porque nas doenças avançadas as causas são
muitas vezes inidentificáveis ou são multifactoriais. Por isso, pode justificar-se uma abordagem
mais empírica e, porque muitos casos são devidos a gastroparesia ou mediados pela CTZ, a
metoclopramida sendo procinético e antagonista da dopamina pode ser, nestes casos, uma boa
escolha inicial. Se não for suficiente pode-se adicionar um segundo agente com um mecanismo
de acção diferente. Nos doentes com náuseas e vómitos refractários, um agente de largo
espectro que bloqueie múltiplos neurotransmissores pode ser usado como a levomepromazina
ou a olanzapina; o ondansetron pode também ser uma boa opção nestes casos.
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