Direito Das Obrigações I Luisa Braz Teixeira
Direito Das Obrigações I Luisa Braz Teixeira
Direito Das Obrigações I Luisa Braz Teixeira
OBRIGAÇÕES I
INDÍCE
INTRODUÇÃO (ML) 5
SECÇÃO I: O DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E A DEFINIÇÃO GERAL DE OBRIGAÇÃO 5
SECÇÃO II: PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 7
O PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PRIVADA 7
O PRINCÍPIO DO RESSARCIMENTO DOS DANOS 11
O PRINCÍPIO DA RESTITUIÇÃO DO ENRIQUECIMENTO INJUSTIFICADO 12
O PRINCÍPIO DA BOA FÉ 12
O PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL 13
SECÇÃO III: CONCEITO E ESTRUTURA DA OBRIGAÇÃO 14
GENERALIDADES 14
AS TEORIAS PERSONALISTAS 15
AS TEORIAS REALISTAS 15
AS TEORIAS MISTAS 16
AS DOUTRINAS SUSTENTANDO A COMPLEXIDADE DO VÍNCULO OBRIGACIONAL 17
POSIÇÃO ADOTADA PELO ML 17
SECÇÃO IV: CARACTERÍSTICAS DA OBRIGAÇÃO 17
A PATRIMONIALIDADE 17
A MEDIAÇÃO OU COLABORAÇÃO DEVIDA 18
A RELATIVIDADE 18
A AUTONOMIA 19
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REGIME NA NOVAÇÃO 66
SECÇÃO X: A REMISSÃO 66
CONCEITO DE REMISSÃO 66
PRESSUPOSTOS DA REMISSÃO 66
EFEITOS DA REMISSÃO 66
SECÇÃO XI: A CONFUSÃO 67
CONCEITO DE CONFUSÃO 68
PRESSUPOSTOS DA CONFUSÃO 68
REGIME DA CONFUSÃO 67
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INTRODUÇÃO (ML)
1. A DEFINIÇÃO DE OBRIGAÇÃO
Obrigação: Situação jurídica que tem por conteúdo a vinculação de uma pessoa em relação
a outra à adoção de uma determinada conduta em benefício desta (art. 397 do CC).
■ ML - não considera que a sujeição é uma obrigação uma vez que não
existe a possibilidade de violação da sujeição e a obrigação é
eminentemente violável, ainda que o devedor acarrete nesses casos
com uma sanção de indemnização (art. 798) ou de execução do seu
património (art. 817)
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★ Liberdade de Seleção do Tipo Negocial: As partes não estão limitadas aos tipos
negociais reconhecidos pelo legislador, sendo a enumeração dos contratos
meramente exemplificativa.
8
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○ Evitar abusos de uma das partes: Corretivo à liberdade contratual, pode vir
em resposta às desigualdades económicas já mencionados, por exemplo
9
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da sua celebração, levando a que seja forçada a aceitar condições iníquas se a sua recusa
impedir a celebração do contrato (ex: contrato de trabalho). A única forma de combater esta
situação é a de impor uma disciplina injuntiva para estes contratos que é vedado às partes
afastar (ou que só é permitido afastar em prejuízo da parte mais forte)
○ ML: Uma das partes tem uma posição económica mais favorável, são,
normalmente, completas e exaustivas, apresentam uma complexidade jurídica
não acessível a leigos, natureza formularia e letra reduzida de leitura difícil.
★ Perigos das CCG: Impossibilidade fática de uma das partes exercer a sua liberdade
de estipulação, uma das partes não perceber o conteúdo do contrato que subscreve,
introdução de cláusulas iníquas ou abusivas.
○ Art. 10º da LCCG: A lei determina que a sua interpretação e integração ocorra
no contexto de cada contrato singular em que se incluam, o qual pode alterar o
objetivo de quem procedeu à sua separação
10
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○ …
★ Imputação de danos: A lei considera existir, não apenas um dano injusto para o
lesado, mas também uma razão de justiça que esse dano seja transferido para outrem,
dando azo à responsabilidade civil (art. 483 e ss.). Leva à constituição de uma
obrigação de indemnização.
11
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★ Origem: Vem do direito romano, uma vez que era considerado injusto que alguém
enriquecesse por ato ilícito ou à custa de outrem.
4. O PRINCÍPIO DA BOA FÉ
Boa-Fé:
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○ Idoneidade valorativa
★ Art. 397 do CC: Ao definir a obrigação como o vínculo jurídico que provoca a
adstrição de uma pessoa à realização de uma prestação, pressupõe-se o recurso aos
tribunais para assegurar a realização da prestação, sem a qual a adstrição do devedor
não ocorreria - ação de cumprimento (art. 817)
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1. GENERALIDADES
Direito de Crédito: É um direito subjetivo, pelo que a definição do seu conceito terá que
ser traçada a partir do seu objeto, que, pelo art. 397, será a prestação, ou seja, o
comportamento a que o devedor está vinculado a adotar em benefício do credor
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★ Objeção: Ninguém pode ser coagido fisicamente a realizar uma prestação se decidir
voluntariamente não o fazer, podendo o credor apenas proceder à execução do
património do devedor ou uma indemnização pelos danos sofridos com a não
realização da prestação, questionando-se o verdadeiro objeto do direito de crédito, se
a prestação ou o património do devedor.
2. AS TEORIAS PERSONALISTAS
O direito de crédito é um vínculo pessoal.
★ Críticas:
3. AS TEORIAS REALISTAS
O direito de crédito é um direito sobre o património do devedor.
1
Apoiada por Windscheid, Guilherme Moreira, Vaz Serra, Manuel de Andrade, Galvão Telles, Antunes Varela,
Almeida Costa, Menezes Cordeiro, Menezes Leitão, Rui de Alarcão e Ribeiro de Faria.
2
Desenvolvida por Brinz, Bekker, Saleilles e Brunetti
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4. AS TEORIAS MISTAS
A obrigação tanto tem por objeto a prestação como o património do devedor. O débito seria o
vínculo principal da obrigação, consistente no dever de efetuar a prestação, enquanto a
responsabilidade consistiria num vínculo de garantia, traduzido num estado de sujeição do
patrimônio do devedor ao credor, que lhe assegura o equivalente patrimonial da prestação
em caso de não cumprimento. O credor teria, assim, dois direitos fundamentais, um direito à
prestação, que seria um direito pessoal, e um direito sobre o património, que seria um direito
real de garantia. O primeiro seria satisfeito mediante o cumprimento voluntário por parte do
devedor, enquanto o segundo se exerceria através da intervenção dos mecanismos coativos.
3
Posição seguida por Eugéne Gaudemet e Boneli
4
Desenvolvida por Cazelles, Savatier, Duranton, Marcadé, Laurenti, Baudry-Lacantinerie, Bonnecase, Filp e
François
5
Suportada por Pacchioni
16
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1. GENERALIDADES
As obrigações vão ter quatro características: a patrimonialidade, a mediação ou colaboração
devida, a relatividade e a autonomia.
2. A PATRIMONIALIDADE
Patrimonialidade: Susceptibilidade de a obrigação ser avaliada em dinheiro, tendo,
portanto, conteúdo económico. A prestação não necessita de ter carácter pecuniário, mas
deve corresponder a um interesse do credor, digno de proteção legal (art. 398/2).
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★ ML: Concorda com o prof. MC, dado que o interesse do credor corresponder a uma
simples mania ou capricho não exclui a sua eventual importância para o credor.
4. A RELATIVIDADE
Relatividade Estrutural: O direito de crédito estrutura-se com base numa relação entre
credor e devedor.
★ Prof. ML: Considera-a indubitável, dado que o direito de crédito vai ser o direito de
exigir a outrem uma prestação, logo só pode ser exercido pelo seu titular, o credor,
contra outra pessoa que tenha o correlativo de dever prestar, ou sejam o devedor,
estruturando-se, por isso, com base numa relação jurídica entre dois sujeitos.
★ Direitos Reais: Esta característica vai ser um fator de distinção para estes direitos,
pois os direitos reais vão ter um carácter estruturalmente absoluto
★ Doutrina Clássica6: Os direitos de crédito nunca podem ser violados por terceiros
já que, sendo direitos relativos, os terceiros não têm o dever de os respeitar, assim, os
direitos de crédito só podem ser violados pelo devedor, e também não podem, os
terceiros, ser beneficiados por este direito.
6
Foi defendida por Cunha Gonçalves
7
Defendida por Manuel de Andrade, Vaz Serra, Antunes Varela, Almeida Costa, Rui de Alarcão, Ribeiro de Faria e
Sinde Monteiro e Menezes Leitão
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5. A AUTONOMIA
O Prof. ML não a considera uma característica, dado que existem situações que, apesar de
reguladas por outros ramos do direito (ex: impostos - Direito Fiscal), têm uma estrutura
obrigacional, uma vez que o ramo do direito em que são inseridas não as faz perder a sua
natureza obrigacional.
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○ Larenz: Considera que esta proteção deve derivar da boa fé. O credor vai
liquidar o dano do terceiro, ressarcindo-se depois sobre o devedor
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Prof. Menezes Cordeiro: Considera que o direito civil apresenta duas possíveis soluções
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★ Menezes Cordeiro9: Defende uma tese intermédia, que nos diz que estes direitos
são um direito intermédio aos direitos reais e de crédito.
★ Menezes Leitão: Os direitos pessoais de gozo são direitos de crédito, pois através
deles o titular adquire o direito a uma prestação do devedor, que consistem em
assegurar o gozo de uma coisa corpórea, tutelável através da ação de cumprimento. A
satisfação dessa prestação pressupõe, porém, a atribuição ao credor de um direito à
posse das coisas entregues, o que justifica que a lei lhe atribua as ações possessórias
para defesa dessa situação jurídica. A existência de posse neste direitos não implica,
porém, a sua qualificação como direitos reais, pois, neste caso, o direito ao gozo da
coisa é obtido a partir de uma prestação do devedor, resultando, portanto, de um
direito de crédito.
★ Conteúdo: Pode consistir numa ação ou numa omissão, sendo o seu conteúdo
determinado dentro dos limites da lei (art. 398/1). A prestação embora não necessite
de ter valor pecuniário10, deve corresponder a um interesse do credor, digno de
proteção legal (art. 398/2).
8
terceira família (?)
9
ver página 606 e 607 do tratado vi
10
ver questão da patrimonialidade na pág. 15 da sebenta
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2.1 GENERALIDADES
As regras do art. 280 relativas ao objeto negocial são plenamente aplicáveis à prestação. Esta
deve, então, ser física e legalmente possível, lícita, conforme à ordem pública e aos bons
costumes e determinável. Estes pressupostos devem ser articulados aos requisitos da
prestação dos art. 400 e 401.
2.3 LICITUDE
O objeto negocial não pode ser contrário a qualquer disposição que tenha carácter injuntivo
(art. 280 e 294). A ilicitude pode ser de resultado ou de meios, conforme o negócio vise um
objeto ilícito ou se proponha a utilizar meios ilícitos para alcançar o objeto. Porém, estas
situações não se devem confundir com as situações de apenas o fim subjetivo ser ilícito (ex:
comprar uma arma para matar alguém).
2.4 DETERMINABILIDADE
Indeterminação: Indeterminável não deve ser confundido com indeterminado, dado que a
obrigação pode constituir-se estando ainda a prestação indeterminada, desde que ela seja
determinável11.
11
ex: obrigações genéricas (art. 539 e ss.) e obrigações alternativas (art. 543 e ss.)
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em qualquer dos casos deve ser feita mediante juízos de equidade se outros critérios
não tiverem sido estabelecidos.
Nulidade: Pelo art. 289, nº1, apenas caso não resulte do negócio qualquer critério que
permita realizar a determinação da prestação.
Fim Subjetivo: O negócio só será nulo se o fim ilícito subjetivo das duas for comum (ex: A
vende uma arma a B para que ele cometa homicídio, B compra a arma para matar alguém).
★ Deveres acessórios:
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★ Menezes Leitão: A obrigação natural não é uma verdadeira obrigação jurídica, pois
não contém um vínculo jurídico pelo qual uma pessoa fique adstrita para com outra à
realização da prestação (art. 397). A existência de um dever moral e social, que
corresponda a um dever de justiça, não basta, uma vez que é a própria lei que recusa
ao credor natural a tutela jurídica desse direito ao negar-lhe a faculdade de exigir
judicialmente o cumprimento, e essa faculdade integra o conteúdo do direito de
crédito e não é dele conceptualmente separável. Além disso, na obrigação natural o
direito de crédito não tem conteúdo, não podendo nunca considerar-se como valor
ativo no património do credor, sendo o cumprimento da obrigação um incremento no
património do devedor, o que se leva a que a situação se aproxime da doação
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○ Coisas Futuras (art. 211): Bens que, não tendo existência, não possuindo
autonomia própria ou não se encontrando na disponibilidade do sujeito, são
objeto de negócio jurídico na perspetiva da aquisição futura destas
características.
Prestações de facto: São aquelas que consistem em realizar uma conduta de outra ordem.
Dizem respeito à realização de serviços. Não é possível distinguir entre a conduta do devedor
e uma realidade que exista independentemente dessa conduta.
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Prestações não fungíveis (767/2): São aquelas em que só o devedor pode realizar a
prestação, não sendo permitida a sua realização por terceiro
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Prestação de Meios: O devedor não está obrigado à obtenção do resultado, mas apenas em
atuar com a diligência necessária para que esse resultado seja obtido.
2.6.1 GENERALIDADES
Prestações Determinadas: A prestação encontra-se completamente determinada no
momento de constituição da obrigação.
○ As partes não julgaram necessário tomar posição: Uma vez que existe uma
regra supletiva aplicável ou porque pretendem aplicar ao negócio as condições
usuais do mercado. Neste caso, a lei remete para esses critérios, procedendo à
determinação da prestação por essa via. Os art. 1158/2 e 883 vão ser
extensíveis a outros contratos onerosos de transmissão de bens ou de
prestação de serviços pelos art. 939 e 1156.
★ Determinação da Prestação:
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12
Segue a linha de pensamento do BGB
13
Thöl
14
Puntschart
15
Jhering
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★ Escolha: A escolha tem de que se verificar entre uma ou outra das prestações, não
sendo permitido que aquele a quem incumbe a escolha decida realizar apenas parte
de cada uma das prestações possíveis (art. 544). Se uma das partes não realizar a
escolha no tempo devido, a lei prevê a devolução desta faculdade à outra parte (art.
542/2 ex vi do art. 549 e 548)
★ Impossibilidade da Prestação:
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2.7.1 GENERALIDADES
Obrigações Pecuniárias: Obrigações que têm dois requisitos cumulativos: o de ter por
objeto dinheiro e o de procurar proporcionar ao credor o valor que as espécies monetárias
possuem.
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○ Meio Legal de Pagamento: Por força de uma disposição legal ser atribuída
eficácia liberatória à entrega de espécies monetárias em pagamento das
obrigações pecuniárias, vinculando-se o credor à sua aceitação
○ Obrigações de quantidade
★ Modalidades:
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que ser efetuada na espécie monetária estipulada, desde que ela exista, ainda
que tenha variado de valor após a data em que foi constituída (art. 553)
★ Modalidades:
★ Modalidades:
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★ Anatocismo: Cobrança de juros sobre juros (proibida no art. 560/1, apesar de haver
exceções).
3.2.1 GENERALIDADES
Obrigação Singular: Abrange apenas dois sujeitos, o devedor e o credor (art. 397).
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3.2.3.1 GENERALIDADES
As obrigações solidárias estão previstas nos art. 512 e ss.
Características da Solidariedade:
Modalidades:
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recebeu mais fique obrigado a satisfazer aos outros a parte que lhes cabe no crédito
comum.
★ Em relação ao credor:
○ Renúncia à Solidariedade:
★ Em relação ao devedor:
○ Meio de Defesa: O devedor pode opor ao credor os meios de defesa que lhe são
próprios e os que são comuns aos outros devedores, mas não pode utilizar
meios pessoais dos outros devedores (art. 514/1)
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★ Em relação ao credor:
★ Em relação ao devedor:
○ Igualdade: A lei assume que as partes dos credores são iguais (art. 516), salvo
estipulação em contrário.
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★ Prof. Vaz Serra: Integra estes casos no âmbito da alteração das circunstâncias
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★ Prof. Antunes Varela: Embora sustente que o conceito de prestação não pode
abranger o interesse do credor, defende que a prestação pode ser igualmente aferida
em relação a condicionalismos externos à conduta do devedor, cuja falta geraria uma
verdadeira situação de impossibilidade.
★ Prof. ML: Embora não considere que estes sejam casos de impossibilidade de
prestação, como o credor não retira qualquer benefício da prestação, e esta deve
corresponder a um interesse do credor (art. 398/2), equipara estas situações às de
impossibilidade para efeitos de exoneração do devedor.
★ Se uma das prestações já tiver sido realizada: Pode ser pedida a restituição
por enriquecimento sem causa, com fundamento no desaparecimento superveniente
da causa para a receção da prestação (condictio ob causam finitam art. 473/2)
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impossível o direito a ser indemnizado, quer das despesas que fez, quer do prejuízo
que sofreu (art. 468)
★ Prof. Baptista Machado e Ribeiro Faria: Enquadram esta situação no art. 1227
com a solução de que o devedor suporta a perda da sua remuneração, mas tem direito
a ser indemnizado pelo trabalho efetuado e despesas realizadas.
★ Prof. ML: Considera esta situação uma lacuna da lei, aplicando, analogicamente, o
art. 1227 da gestão de negócios
★ De Coisas Futuras: Ocorre com a aquisição da coisa pelo alienante (art. 408/2)
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★ Contrato sob Condição Resolutiva (art. 796/3): O risco corre por conta do
adquirente, pois a eficácia retroativa desta condição (art. 276) não impede a
transmissão da propriedade durante a pendência da mesma (art. 1307/1), o que,
associado à entrega da coisa, faz supor que é o adquirente quem se encontra a tirar
benefício dela.
★ Contrato sob Condição Suspensiva (art. 796/3): O risco corre por conta do
alienante, dado que a aposição desta condição ao contrato significa que a propriedade
não se transmitiu, sendo apenas eventual a possibilidade de transmissão
2. REQUISITOS
Requisitos para a Aplicação da Alteração das Circunstâncias do 437:
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★ A alteração não está coberta pelos riscos do contrato: Daqui resulta que a
alteração das circunstâncias se apresenta como subsidiária em relação às regras de
distribuição do risco, cessando a sua aplicação sempre que exista uma regra que
atribua aquele risco a alguma das partes.
★ Resolução do Contrato:
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SECÇÃO V: O CUMPRIMENTO
1. CONCEITO E IMPORTÂNCIA
Cumprimento: Realização da prestação devida (art. 762/1 do CC)
2. PRINCÍPIOS GERAIS
★ Consequências:
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Capacidade do Credor: O credor deve ter capacidade para receber a prestação, uma vez
que, no caso contrário, ele poderia destruir o objeto da prestação ou não tirar qualquer
proveito do cumprimento.
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★ Representante:
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7. TEMPO DO CUMPRIMENTO
Regime do Prazo da Prestação (art. 777 e ss.): Centra-se na distinção entre obrigações
puras e obrigações a prazo.
★ Obrigações Puras: Aquelas cujo cumprimento pode ser exigido ou realizado a todo
o tempo (art. 777/1). Regra geral, as obrigações tendem a ser puras.
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★ Critério do Credor: Quando este não usar da faculdade que lhe foi concedida,
compete ao tribunal fixar o prazo, a requerimento do devedor (art. 777/3)
★ Critério do Devedor:
○ Obrigações cum potuerit (art. 778/1): Depende de um fator objetivo que será a
existência dos meios económicos nesse momento para o devedor realizar a
prestação. O credor só pode exigir o cumprimento se demonstrar que o
devedor tem a possibilidade de cumprir, não podendo fazer essa
demonstração, o credor apenas poderá, após a morte do devedor, exigir dos
seus herdeiros que realizem a prestação.
○ Obrigações cum voluerit (art. 778/2): Depende de um fator subjetivo que será
a vontade do devedor realizar a prestação nesse momento. A prestação só
pode ser exigida dos seus herdeiros após os falecimento do devedor, ou seja,
existe um prazo incerto que coincide com a vida do devedor
6.3.1. GENERALIDADES
Benefício: Possibilidade da prestação ser realizada ou exigida em momento posterior.
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Restrições:
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8. LUGAR DO CUMPRIMENTO
○ Obrigação tem por Objeto a Entrega de Coisa Móvel (art. 773): A obrigação
deve ser cumprida no lugar onde a coisa se encontrava ao tempo da conclusão
do negócio - obrigação de colocação dado que o credor tem que se deslocar ao
sítio onde se encontrava a coisa para receber o cumprimento, tendo o devedor
de, apenas, disponibilizar a coisa nesse local.
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■ Recorrendo às regras supletivas dos art. 772 e ss.: Estas regras seriam
aplicáveis, não apenas à ausência de estipulação das partes, mas ainda
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9. IMPUTAÇÃO DO CUMPRIMENTO
Imputação do Cumprimento: Operação pela qual se relaciona a prestação realizada com
uma determinada obrigação, quando existam várias dívidas entre as partes e a prestação
efetuada não chegue para as extinguir todas, sendo necessário estabelecer a relação entre a
dívida e a prestação correspondente. A lei considera que esta é uma faculdade do devedor
que, todavia, apresenta certas restrições, são estas situações em que é necessário que o credor
dê o seu assentimento
★ Caso o devedor não efetue a designação: O credor não é livre de efetuar ele
mesmo a imputação, havendo que aplicar as regras supletivas do 784:
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○ Se existirem várias dívidas vencidas, opta-se pela que oferecer menor garantia
para o credor
○ Se as dívidas tiverem garantias idênticas opta-se pela que for mais onerosa
para o devedor
○ Se nenhuma dessas regras for aplicável, considera-se que a prestação foi feita
por todas as dívidas, pelo que irá ser rateada
★ Quitação: Direito atribuído por lei a qualquer pessoa que cumpre a obrigação, e não
apenas ao devedor, devendo constar de um documento autêntico ou autenticado ou
ser provida de reconhecimento notarial se aquele cumpriu tiver nisso interesse
legítimo (art. 787/1). O credor exprime que o devedor se encontra “quite” com ele
★ Se o credor prestou quitação do capital sem ter em conta que faltava pagar juros e
prestações periódicas (art. 786/1)
★ Se forem devidos juros ou outras prestações periódicas e o credor der quitação sem
reserva de uma dessas prestações, presumem-se realizadas as prestações anteriores
(art. 786/2)
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12.EFEITOS DO CUMPRIMENTO
Extinção do crédito e liberação da obrigação, a menos nos casos em que o crédito, em vez de
se extinguir, é transferido para o terceiro que realiza pelo devedor a obrigação (art. 589 e ss.)
13.NATUREZA DO CUMPRIMENTO
Teoria da Realização Real da Prestação: Para o cumprimento é suficiente, na maior
parte dos casos, a obtenção do resultado da prestação através do ato de prestar do devedor,
que, de uma forma objetivamente reconhecida, corresponda à prestação devida (art. 762/1).
ML: O cumprimento consiste num ato real de liquidação que não exige qualquer declaração
negocial de aceitação da prestação pelo credor “como cumprimento”, nem sequer a
exteriorização do animus solvendi, bastando-se com a simples realização material da
prestação pelo devedor.
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1. A DAÇÃO EM CUMPRIMENTO
Prestações que Podem ser Objeto de Dação em Cumprimento: A atual doutrina tem
entendido que nela podem ser incluídas tanto prestações de coisa específica como de coisa
fungível ou de um facere. Todavia, essa prestação não pode corresponder a uma nova
obrigação assumida perante o credor, pois nesse caso estaríamos perante a novação.
Obrigação Solidária: A dação em cumprimento pode ser realizada apenas por um dos
devedores (art. 523) e/ou apenas um dos credores (art. 532), bastando o consentimento das
partes. Todavia, posteriormente, nas relações internas, a diferença de valor não pode ser
oposta aos outros participantes que não tenham dado o seu assentimento à dação.
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Alternativa à Garantia contra os vícios: O credor pode optar pela prestação primitiva e
pela reparação dos danos sofridos, o que implica o renascimento da obrigação, com todas as
suas garantias e acessórios
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substituição da obrigação antiga por uma nova, mas limitar-se-ia a alterar o objeto daquela
obrigação, extinguindo-se depois a obrigação por cumprimento.
1. GENERALIDADES
Consignação em Depósito: Possibilidade reconhecida ao devedor nas obrigações de
prestação de coisa de extinguir a obrigação através do depósito judicial da coisa devida,
sempre que não possa realizar a prestação com segurança por qualquer motivo relacionado
com a pessoa do credor, ou quando o credor se encontra em mora (art. 841/1). É um meio de
produzir a extinção da obrigação sem a colaboração do credor, contudo esta é uma faculdade
do devedor que ele não é obrigado a exercer (art. 841/2).
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Não ser Possível ao Devedor Realizar a Prestação por Motivo Relativo ao Credor
(art. 841/1):
3.1 GENERALIDADES
Eficácia: A consignação em depósito apresenta uma eficácia complexa por implicar o
surgimento de um processo judicial entre o consignante e o credor que institui uma nova
relação substantiva, dado que o depósito da coisa vendida implica o surgimento de
obrigações a cargo do consignatário (art. 916 e ss. do CPC)
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★ Local do Depósito: Caixa Geral de Depósitos, salve se a coisa não puder aí ser
depositada, nomeando o juiz um depositário nos termos aplicáveis ao depósito das
coisas penhoradas (art. 916/2 e 756 do CPC)
★ Contestação: Após efetuado o depósito, o credor é citado para contestar (art. 917 do
CPC), levando a falta de contestação, se a revelia for operante, a que o Tribunal julgue
extinta a obrigação (art. 918/1 do CPC)
1. GENERALIDADES
Compensação (art. 847): Modo de extinção das obrigações que surge quando duas
pessoas estão reciprocamente obrigadas a entregar coisas fungíveis da mesma natureza,
sendo admissível que as respetivas obrigações sejam extintas, total ou parcialmente, pela
dispensa de ambas de realizar as suas prestações ou pela dedução a uma das prestações da
prestação devida pela outra parte.
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★ Vantagens:
2. PRESSUPOSTOS DA COMPENSAÇÃO
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★ Créditos provenientes de factos ilícitos dolosos: Uma vez que a lei pretende
reprimir este tipo de comportamentos e retirar benefícios que deles poderiam resultar
4. REGIME DA COMPENSAÇÃO
Declaração: A compensação torna-se efetiva mediante declaração de uma das partes à
outra (art. 848/1), que pode tanto ser feita judicialmente como extrajudicialmente, sendo que
será ineficaz se for feita sobre termo ou condição (art. 848/2).
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5. COMPENSAÇÃO CONVENCIONAL
Compensação Convencional ou Contratual: Compensação que, em vez de ocorrer
através de uma declaração unilateral, resulta de um acordo celebrado entre as partes
(contrato de compensação) ao abrigo da autonomia privada, pelo que as partes não vão estar
submetidas a tantos limites e exigências como na compensação legal.
1. CONCEITO E MODALIDADES
Novação: Consiste na extinção de uma obrigação em virtude da constituição de uma nova
que a substitui. Existe a constituição de um novo vínculo que, embora se identifique
economicamente com a obrigação extinta, tem fonte jurídica diferente. Pressupõe a intenção
das partes de extinguir a anterior obrigação e de criar uma nova em substituição, fazendo
com que o facto jurídico que desencadeia a extinção da obrigação antiga seja,
simultaneamente, o facto jurídico que constitui a nova.
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2. PRESSUPOSTOS DA NOVAÇÃO
3. REGIME NA NOVAÇÃO
Garantias: Salvo declaração expressa em contrário, o novo crédito não recebe as garantias
relativas à obrigação antiga, quer estas tenham sido prestadas pelo devedor, por terceiro ou
resultem da lei (art. 861), uma vez que a garantia é sempre concedida tendo em atenção uma
concreta obrigação, pelo que, verificando-se a sua substituição por uma nova, não se
compreenderia que a garantia se pudesse manter.
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SECÇÃO X: A REMISSÃO
1. CONCEITO DE REMISSÃO
Acordo entre o credor e o devedor, pelo qual aquele prescinde de receber a deste a prestação
devida (art. 863 e ss.)
2. PRESSUPOSTOS DA REMISSÃO
Existência Prévia de uma Obrigação: Como a remissão consiste num negócio extintivo
de obrigações, a sua celebração depende da existência da obrigação que se visou extinguir
3. EFEITOS DA REMISSÃO
Extinção da Obrigação: O devedor fica liberado e o credor perde, definitivamente, o seu
direito de crédito.
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1. CONCEITO DE CONFUSÃO
Extinção simultânea do crédito e da dívida em consequência de reunião, na mesma pessoa,
das qualidades de credor e de devedor (art. 868), pois deixa de haver qualquer necessidade
jurídica para manter a obrigação.
2. PRESSUPOSTOS DA CONFUSÃO
Reunião das Qualidades de Devedor e Credor na Mesma Pessoa: Ocorrerá em
virtude da aquisição, por uma das partes, da posição que a outra ocupava no crédito ou
débito, ou em virtude da aquisição conjunta por um terceiro das posições que ambas as
partes ocupavam na obrigação.
3. REGIME DA CONFUSÃO
Extinção da Obrigação: Vem provocar a extinção de todos os acessórios do crédito (sinal,
cláusula penal, obrigação de juros) e de todas as garantias que asseguravam o seu
cumprimento.
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★ Abrange:
★ Definitivo ou Temporário:
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1. A MORA DO DEVEDOR
★ Pressupostos:
○ A obrigação ser líquida (art. 805/3), ou seja, que o seu quantitativo esteja
determinado, a menos que a falta de liquidez seja imputável ao devedor ou
que se trate de uma situação de responsabilidade por facto ilícito ou pelo risco
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Tempo do Cumprimento:
○ Obrigações Puras: Não têm prazo certo estipulado, cabendo a qualquer das
partes determinar o momento do cumprimento (art. 777/1). O devedor só fica
constituído em mora depois de ser interpelado para cumprir judicialmente ou
extrajudicialmente.
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2. A MORA DO CREDOR
Culpa: Os efeitos da mora do credor são independentes de culpa, já que como não se impõe
ao credor um dever de colaborar no cumprimento, a omissão de colaboração não deve ser
censurável com um juízo de culpa. Assim, caso se torne impossível ao credor prestar a
colaboração necessária, aplica-se o regime da mora do credor em vez do regime da
impossibilidade da prestação.
★ Natureza da Obrigação: Como não se pode considerar que o credor tenha o dever
de aceitar a prestação, a obrigação de indemnização não tem por fonte um facto
ilícito, sendo uma responsabilidade por ato lícito ou sacrifício, pois, ao entrar em
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★ Dívida: Deixa de vencer juros, quer legais, quer convencionados (art. 814/2)
★ Prof. ML: Não sendo possível a consignação em depósito e não dando o credor
indícios de alterar a sua posição de não colaboração no cumprimento, o devedor não
deverá ficar eternamente vinculado à prestação, pois, por analogia com o art. 808 e
com o art. 411, deve-se admitir que o devedor possa requerer ao tribunal que fixe um
prazo para o credor colaborar no cumprimento, sob pena da obrigação se considerar
extinta. Porém, nos casos em que a realização da prestação está determinada
impreterivelmente a uma certa localização temporal, a mora do credor deve acarretar
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1.1 GENERALIDADES
Incumprimento Definitivo da Obrigação: O devedor não realiza a prestação no tempo
devido por facto que lhe é imputável, mas já não lhe é permitida a sua realização posterior,
em virtude de o credor ter perdido o interesse na prestação ou ter fixado, após a mora, um
prazo suplementar de cumprimento que o devedor desrespeitou (art. 808)
Causas de Exclusão da Ilicitude: A lei confere ao devedor uma causa legítima para não
cumprir a sua obrigação, excluindo a ilicitude que resultaria do não cumprimento. A doutrina
tem apontado a exceção de não cumprimento do contrato (art. 428 e ss.) e o direito de
retenção (art. 754 e ss.)
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★ Dolo:
★ Negligência:
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Indemnização:
○ Ressarcibilidade dos Danos Morais (art. 496): A maioria da doutrina, entre ela
o Prof. ML, bem como a atual jurisprudência, é favorável à ressarcibilidade do
dano moral no âmbito da responsabilidade contratual.
Prova da Inexecução da Obrigação (art. 342/2): Se o facto ilícito não for a mera
inexecução da obrigação, resultante da abstenção do devedor, mas uma sua conduta positiva,
como o cumprimento defeituoso da obrigação de prestação de facto negativo, será o credor a
responsável por provar essa conduta, uma vez que nesses casos a prova da inexecução da
obrigação não pode ser dispensada (art. 342/2)
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2.1 GENERALIDADES
Nos contratos sinalagmáticos verifica-se reciprocidade entre as prestações de ambas as
partes, o que implica que não se deva permitir a execução de uma das prestações sem que a
outra também o seja
★ Relação de Sucessão: Quem invoca a exceção não tenha sido o primeiro a cair em
incumprimento, uma vez que a recusa em cumprir deve ser posterior e não anterior
ao incumprimento da contraparte
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★ Indemnização:
16
Galvão Telles, Antunes Varela, Almeida Costa, Carlos Mota Pinto, Pessoa Jorge, Brandão Proença, Calvão da
Silva e Menezes Leitão
17
Vaz Serra, Batista Machado, Ana Prata, Ribeiro de Faria, Romano Martinez, Paulo Mota Pinto e Menezes
Cordeiro
18
Teorias que surgiram da jurisprudência alemã
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○ Teoria da Diferença: O credor não tem que realizar a sua própria prestação,
uma vez que as obrigações recíprocas de ambas as partes se convertem num
único direito à indemnização pelo montante da diferença de valor entre ambas
as prestações. A indemnização é fixada tomando em consideração o valor da
prestação não cumprida, deduzido do montante correspondente à poupança
de despesas pela não realização da própria prestação.
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★ Consequências:
★ Consequências:
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★ Danos:
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