Aula 03

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CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES

GESTÃO DE BANCOS PARA ECONOMISTA


PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI
Aula Três

Olá, Pessoal!

Começo a aula dizendo que se tem uma coisa que é muito difícil de
acreditar é no que uma banca organizadora coloca como ponto do conteúdo
programático que poderá ser cobrado em prova. Pois bem, é exatamente isso
que aconteceu nesta disciplina de Gestão de Bancos. A CESGRANRIO destacou
no conteúdo programático o item “Mercado de Capitais”. O que ocorre em
relação a este aspecto é o fato de que no conteúdo programático da matéria
de Análise de Projetos e Elementos de Finanças a banca também destaca itens
relacionados ao Mercado de Capitais. Senão vejamos:

“Precificação e análise de títulos de renda variável e ações.”

Mas professor, o que o título Mercado de Capitais tem a ver com


precificação e análise de títulos de renda variável e ações? Tudo. Vejamos o
que dispõe a cartilha da BM&FBOVESPA a respeito do significado do termo
Mercado de Capitais:

“O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários,


que tem o propósito de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de
empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É constituído pelas bolsas
de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas.

No mercado de capitais, os principais títulos negociados são os representativos


do capital de empresas — as ações — ou de empréstimos tomados, via
mercado, por empresas — debêntures conversíveis em ações, bônus de
subscrição e “commercial papers” —, que permitem a circulação de capital
para custear o desenvolvimento econômico.

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O mercado de capitais abrange, ainda, as negociações com direitos e recibos
de subscrição de valores mobiliários, certificados de depósitos de ações e
demais derivativos autorizados à negociação.”

Com base na interpretação da definição dada pela BM&FBOVESPA a


respeito do termo Mercado de Capitais, fica claro que o item proposto pela
banca no conteúdo programático é bastante extenso, incluindo, inclusive, o
ponto relativo à precificação e análise de títulos de renda variável e ações
disposto no conteúdo da disciplina de Análise de Projetos e Elementos de
Finanças.

Em função destes aspectos, e considerando a necessidade de cobrirmos


ao máximo todos os possíveis pontos a serem cobrados pela banca em prova,
resolvi ampliar a aula. Nestas cobriremos as principais características inerentes
ao Mercado de Capitais, incluindo o item relativo à precificação e análise de
títulos de renda variável e ações. Destaco, por oportuno, que devido à
abrangência da aula, e considerando que os últimos editais para o concurso do
BNDES não era tão detalhados ou mesmo analíticos, não temos um histórico
de questões da Cesgranrio. Dessa forma, lançaremos mão de questões
elaboradas por outras bancas organizadoras.

Para aqueles alunos e alunas que estiverem matriculados nos dois cursos
(Gestão de Bancos e Análise de Projetos e Elementos de Finanças), peço
simplesmente considerar, caso julguem razoável, se é necessário o reestudo
de um item já estudado em outro curso.

Tendo sido feitos os comentários iniciais em relação à aula, passemos ao


seu estudo.

Um grande abraço,
Mariotti

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1. Mercado de Capitais

Empresas são organizações economicamente organizadas, que objetivam


desenvolver as atividades de produção ou circulação de bens ou serviços,
tendo como finalidade o lucro, o que quer dizer que tanto a padaria da esquina
da nossa casa, quanto a Petrobrás ou a Vale buscam a mesma coisa, o lucro.
As empresas podem ser individuais ou coletivas, e quando coletivas constituem
as sociedades. Tais sociedades podem se constituir de diferentes formas,
sendo chamadas limitadas quando seu capital for representado por quotas e
sociedades anônimas ou companhias, quando seu capital for representado por
ações.

Conforme preconiza a Lei das S.A. * (Lei nº 6.404/76):


*S.A. = Sociedades Anônimas, ok?

Art.1º “A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em


ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de
emissão das ações subscritas ou adquiridas”

Art. 2º “Pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fim


lucrativo, não contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes.”

São as tais sociedades anônimas que mais nos interessam, haja vista
que os valores mobiliários, foco de nosso estudo, são títulos emitidos por
S.A., que representam para aqueles que adquirem estes títulos um
investimento com determinado grau de risco.

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1.1 Mercado de Capitais e capitalização das empresas

Para a realização de investimentos na expansão de suas atividades, ou


mesmo para financiamento do capital de giro, as empresas necessitam de
recursos. Para a realização de tais investimentos, as companhias dispõem
basicamente das seguintes fontes de financiamento:

- empréstimos (capital de terceiros);


- reinvestimentos dos lucros obtidos anteriormente; e
- aporte de capital de acionistas.

Ocorre que tanto os empréstimos quanto os lucros obtidos são fontes


limitadas, enquanto a participação dos proprietários, por se tratar de uma
captação permanente, além de possibilitar aportes muito maiores de capital,
gera um baixo comprometimento de caixa. Explico:

Os reinvestimentos dos lucros obtidos são limitados. Obviamente tal


limitação se dá pelo valor total do resultado gerado anteriormente. Tanto os
empréstimos quanto o aporte de capital por acionistas se dão pela
transferência de poupança dos agentes econômicos superavitários aos agentes
econômicos deficitários (os que têm o interesse de investir valores superiores a
sua capacidade de poupança).

Nos empréstimos, a empresa capta recursos junto a uma instituição


financeira, que por sua vez capta recursos junto aos poupadores, ou seja, a
instituição financeira atua como intermediária na transferência entre os
tomadores de recursos e os poupadores, assumindo o risco da operação no
caso de inadimplência por parte da empresa.

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Obviamente a instituição financeira não assume esse risco de graça, para
isso ela cobra o spread que é a diferença entre os juros que receberá do
tomador de recursos e os juros que pagará ao poupador.

$$$+%%% $$$+%

Tomador Instituição Financeira


Poupador
(agente deficitário) (Spread=%%)
$$$ $$$

Observem na figura acima que existe uma remuneração adicional que a


empresa acaba pagando para a instituição financeira que não pagaria na
hipótese de captar o dinheiro diretamente do poupador. Além disso,
normalmente os empréstimos têm exigibilidade de curto a médio prazo,
fazendo com que as empresas tenham que desembolsar valores pouco tempo
após a operação para honrar seus pagamentos junto às instituições
financeiras. Creio que isso seja fácil de entender, afinal, se pegarmos um
empréstimo bancário, em alguns meses estaremos desembolsando as parcelas
para amortização e pagamento de juros da dívida e isso comprometerá nosso
fluxo de caixa.

Já na captação de recursos por meio de participações no capital, o


poupador adquire ações da companhia emitente, passando a ser sócio da
mesma. Assim, os recursos entregues pelo investidor são créditos não-
exigíveis para a empresa, pois são a contrapartida de sua participação no
capital da companhia e consequente participação nos resultados.

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$$$
Poupador
(investidor Tomador
em ações) (companhia)
Ações
(direitos)

Instituição
Financeira

As ações são valores mobiliários, emitidos pelas companhias, que


representam a menor parcela do capital social da empresa emitente. Ou seja,
a maior diferença entre ações e os demais valores mobiliários, é que as ações
representam propriedade. E aí vocês me perguntam:

-Como assim professor, quer dizer que se eu comprar uma ação, e


somente uma ação PETR4 (ação preferencial da Petrobrás), eu me tornarei
sócio da empresa? Exatamente. Como veremos posteriormente, com essa ação
você não poderá decidir nada em relação aos negócios da empresa, mas você
estará entre os milhares de sócios da empresa e passará a ter direito aos seus
resultados futuros na proporção das ações que possui.

As ações são utilizadas pela companhia para captação de recursos para


seus projetos de investimentos, para sua expansão, ou seja, para através do
aumento de sua capacidade produtiva, aumentar seus resultados futuros.
Desses resultados futuros é que virá a retribuição dos acionistas, pois como
participantes do capital da companhia terão direito a parcela de seus lucros.

Existem outros valores mobiliários que podem ser emitidos para captação
de recursos pela empresa e por isso quando aplicável nos referiremos

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genericamente a “valores mobiliários”, lembrando da especificidade das ações
quanto à participação no capital da sociedade, ok?

A captação desses recursos junto ao mercado ocorre através de ofertas


de valores mobiliários (não somente de ações), que podem ser públicas ou
privadas. No caso das ofertas privadas, a colocação dos valores mobiliários é
dispensada de registro no órgão regulador (CVM) em razão de algum motivo
em particular, como a oferta restrita a investidores institucionais, por exemplo,
os quais por sua própria natureza são fortes e hábeis o suficiente para analisar
as ofertas e solicitar as informações adicionais necessárias, não necessitando
da tutela do Estado. Já na oferta pública, a colocação dos valores mobiliários é
feita junto ao público em geral, havendo esforço de venda e necessidade de
registro na CVM com o objetivo principal de garantir o fluxo de informações
aos investidores.

Vejamos como ocorre o processo de capitalização das empresas via


mercado de ações na prática. O primeiro passo é a abertura de capital por
parte da companhia. Abertura de capital? Isso mesmo. As sociedades
anônimas podem ser de dois tipos:

- De capital aberto (ou aberta): Quando os valores mobiliários de sua


emissão estão admitidos a negociação no mercado de valores mobiliários;

- De capital fechado (ou fechada): Quando os valores mobiliários de


sua emissão não estão admitidos a negociação no mercado de valores
mobiliários. Normalmente trata-se de empresas familiares, com circulação de
ações restrita a um grupo.

Para ter ações negociadas no mercado, primeiramente a sociedade


deverá ser registrada como “Companhia Aberta” na Comissão de Valores
Mobiliários. Podem ser colocadas no mercado, tanto ações que já pertençam a

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um investidor quanto ações novas que efetivamente gerarão recursos para a
companhia e, em função dessa dupla possibilidade, já esclareceremos
brevemente os conceitos de mercado primário e secundário:

- Mercado Primário: Trata-se do mercado em que os valores


mobiliários são emitidos e negociados inicialmente, onde há efetiva
captação de recursos pela companhia emissora.

- Mercado Secundário: É o mercado onde os valores mobiliários são


transferidos entre investidores, sem qualquer acréscimo ou
decréscimo ao capital da companhia.

Um exemplo interessante para entendermos esses conceitos foi o IPO


(Initial Public Offering – Oferta Pública Inicial de ações) da REDECARD.
Nesse caso específico, parte das ações ofertadas eram ações já existentes,
pertencentes a investidores e por isso foram lançadas no mercado secundário
(block trade), enquanto a outra parte consistia em ações novas destinadas
ao aumento de capital da companhia, e aí sim, por se tratar de captação de
recursos pela companhia podemos dizer que foi uma operação realizada no
mercado primário.

Enfim, o processo de lançamento público de novas ações no mercado


para capitalização da empresa, também conhecido por underwriting ou
subscrição, começa com a decisão de aumento de capital pela empresa
emitente após avaliação das necessidades de investimento, das condições
econômicas da empresa e da liquidez esperada em relação aos ativos que
serão lançados. Além da necessidade de recursos para novos investimentos, a
captação de recursos pode ser justificada também por necessidade de
reorganização da estrutura de capital da empresa ou suprimento para capital
de giro, ou os três concomitantemente. No caso da REDECARD serviu tanto
para captação de recursos quanto para reorganização da estrutura de capital,

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já que parte do capital pertencente a investidores também foi distribuída para
o mercado em geral.

Tomada a decisão de seguir em frente com o processo de aumento de


capital, a companhia deverá contratar uma Instituição Financeira que atuará
como elo com os investidores (agentes superavitários) identificados no
mercado primário. Por disposição da Lei das S.A., tais instituições
intermediadoras devem ser Sociedades Corretoras, Distribuidoras, Bancos
de Investimento ou Bancos Múltiplos com carteira de investimentos.
Essa operação pode ser conduzida também por um pool de instituições,
situação em que uma delas deverá ser designada como coordenadora da
operação.

Dependendo da garantia dada pela Instituição Financeira intermediadora,


o Underwriting poderá ser classificado em:

- Garantia Firme: A instituição financeira subscreve integralmente as


ações emitidas para revendê-las posteriormente ao público, assumindo
completamente o risco da aceitação ou não pelo mercado. A companhia já tem
certeza no momento da emissão que aumentará seu capital no valor
pretendido;

- Melhores Esforços (Best effort): Como o próprio nome já diz a


instituição financeira não se compromete em subscrever as ações, apenas a
realizar seu melhor esforço para colocar as ações ao público. Assim, caso as
novas ações não sejam bem recebidas pelo mercado, a empresa corre o risco
de não aumentar seu capital na proporção pretendida. Obviamente, a
Instituição Financeira Intermediária cobrará mais barato por esse serviço em
relação ao em que oferece garantia firme;

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- Stand By (residual): A instituição financeira coloca as ações para
aquisição pelo mercado. Caso o mercado não subscreva a totalidade das ações
emitidas, a instituição terá novo prazo para colocá-las junto ao mercado e
compromete-se a ao final desse prazo subscrever as ações que sobrarem;

- Bookbuilding: nessa modalidade a instituição coordenadora da oferta


realizará uma sondagem junto aos investidores (em regra institucionais) sobre
a demanda pelos papéis que serão ofertados visando estabelecer o preço e a
quantidade de papéis a serem ofertados. Alguns autores consideram essa
modalidade apenas como um mecanismo de formação de preço, já que apesar
da expectativa bem desenhada quanto à demanda pelos papéis, fatalmente, o
processo contará com uma das três formas de garantia citadas anteriormente.

Em todas as distribuições públicas de valores mobiliários a companhia


emissora em conjunto com a instituição líder da distribuição deve elaborar um
documento obrigatório que contém informações claras e objetivas,
necessárias para que o investidor tome sua decisão de investimento. Tal
documento é denominado prospecto. Este não é uma recomendação de
investimento, e sim um documento exigido pelo órgão regulador visando à
informação do investidor quanto a fatores de risco, situações patrimonial,
financeira e econômica da entidade emissora entre outras condições relevantes
que possam ampará-lo em sua decisão, podendo inclusive a CVM exigir que
sejam acrescentadas informações que julgar pertinentes.

Em relação ao preço de emissão das novas ações, o art. 170 da lei das
S.A. em seu § 1° estabelece que deverá ser fixado sem diluição
injustificada da participação dos antigos acionistas, devendo levar em
conta:

- a cotação das ações da companhia no mercado;

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- o valor do Patrimônio Líquido; e

- as perspectivas de rentabilidade da companhia.

Vejamos algumas vantagens da capitalização das empresas via mercado


de ações:

- Prazo indeterminado para resgate dos recursos levantados, que


na verdade só será remunerado em caso de sucesso dos negócios da
empresa. (Aqui entra o tal grau de risco que citamos no conceito de valores
mobiliários, afinal o retorno do investidor dependerá dos resultados da
empresa.)

- Opção de captação em detrimento as altas taxas de juros dos


demais meios de captação de recursos;

- Melhor exposição da companhia e conseqüentemente de seus


produtos no mercado;

- Liquidez para as ações e demais títulos ou valores mobiliários


de emissão da companhia.

É claro que nem tudo é tão simples assim. Também existem


desvantagens, afinal de contas a primeira barreira para entrada no mercado é
a própria credibilidade da empresa que poderá não ser suficiente para gerar
interesse do mercado em suas ações. Além disso, o próprio processo de
abertura de capital apresenta custos legais e institucionais, custos de
divulgação e publicidade, dos Intermediários Financeiros e administrativos.

Devemos levar em consideração também que a companhia aberta terá


outras responsabilidades, como a distribuição obrigatória de dividendos (já

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veremos do que se trata), levantamento e publicação periódica de informações
ao mercado, taxas da CVM e da Bolsa de Valores, contratação de auditoria
independente entre outras.

1.2 Negociações de ações e outros valores mobiliários

Conforme verificado anteriormente, após a colocação dos valores


mobiliários em mercado, eles serão negociados entre os investidores no
denominado mercado secundário. A negociação dos valores mobiliários nesse
mercado é de suma importância para a companhia, pois apesar de não haver
entrada de recursos, é o mercado secundário que garantirá a liquidez
necessária aos valores mobiliários emitidos pela companhia no mercado
primário, permitindo futuras captações. Pelo ponto de vista do investidor é o
mercado secundário que lhe garantirá a transformação de seus investimentos
em dinheiro, além da visibilidade dos preços que o mercado está lhes
atribuindo.

Os preços dos valores mobiliários serão formados pelas relações de


oferta e demanda, e que estas relações serão definidas pelas expectativas dos
investidores quanto à rentabilidade futura.

1.2.1 Mercado de negociação de ações

O mercado à vista de ações é aquele em que se realiza a compra ou a


venda de uma determinada quantidade de ações, a um preço estabelecido em
pregão pelos critérios que já comentamos anteriormente. Assim, em uma
operação à vista caberá ao comprador despender o valor financeiro da
operação enquanto ao vendedor caberá entregar as ações que estão sendo
negociadas.

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O principal mercado de negociação de ações no Brasil, como todos já
devem ter ouvido falar é a Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros
BM&FBovespa S.A., e mais especificamente seu segmento Bovespa,
concentrando tanto as operações à vista, quanto futuros e derivativos de
ações.

Obs.: Antes de 2007 a Bovespa e a BM&F eram associações civis sem fins
lucrativos nas quais os associados tinham direito de operar. Com o processo de
desmutualização foram transformadas em sociedades anônimas e os direitos
patrimoniais dos associados convertidos em participação acionária. Assim, com
a conclusão do processo de fusão em 2008 passaram a constituir uma única
companhia, a BM&FBovespa S.A..

As negociações com ações na Bovespa são realizadas pelos investidores


através das sociedades corretoras que devem estar credenciadas a executar,
em pregão, as ordens de compra e de venda de seus clientes, através de um
de seus representantes (operadores).

Embora a Decisão-Conjunta BACEN CVM nº 17 de 2009 em seu art. 1º


tenha estendido tal autorização para operar às distribuidoras, até o momento o
Regulamento da BM&FBovespa prevê somente o acesso por parte das
corretoras em seu mercado:

“Decisão-Conjunta BACEN CVM nº 17 de 2009


Art. 1º As sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários ficam
autorizadas a operar diretamente nos ambientes e sistemas de negociação dos
mercados organizados de bolsa de valores.”

“REGULAMENTO DE OPERAÇÕES DO SEGMENTO BOVESPA: AÇÕES, FUTUROS E


DERIVATIVOS DE AÇÕES

4.1 DA AUTORIZAÇÃO PARA OPERAR NO PREGÃO ELETRÔNICO

4.1.1 Poderão realizar operações no Pregão Eletrônico:

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a) Sociedades Corretoras autorizadas pela Bolsa; e
b) outros participantes especialmente autorizados pelo Diretor Presidente da
Bolsa.”

Assim, o investidor que deseja comprar ou vender ações deverá


contratar os serviços de uma corretora, para por meio desta realizar suas
operações. O investidor passará então suas ordens a um operador da corretora
que realizará as operações em seu nome.

1.2.1.1 Tipos de ordem

As condições que podem ser escolhidas pelos clientes, para a execução


de suas ordens, devem estar enquadradas em um ou mais dos seguintes tipos
de Ordens:

a) ordem a mercado - é aquela em que o investidor especifica somente a


quantidade e as características dos valores mobiliários (no caso, ações) que
deseja comprar ou vender, devendo ser executada pela corretora partir do
momento que for recebida. Tem essa nomenclatura porque a compra ou venda
será realizada pelo preço vigente no mercado no momento;

b) ordem limitada - é aquela que deve ser executada somente a preço igual
ou melhor do que o especificado pelo investidor;

c) ordem administrada - é aquela que especifica somente a quantidade e as


características das ações a serem compradas ou vendidas, ficando o momento
da execução e conseqüentemente o preço a critério da Sociedade Corretora;

d) ordem discricionária - é aquela dada por administrador de carteira de


títulos e valores mobiliários ou por quem representa mais de um cliente,
cabendo ao ordenante estabelecer as condições em que a ordem deve ser
executada. Após sua execução, o ordenante indicará os nomes dos comitentes

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a serem especificados, a quantidade de Ativos ou direitos a ser atribuída a
cada um deles e o respectivo preço;

e) ordem de financiamento - é aquela constituída por uma ordem de compra


ou de venda de um valor mobiliário em um mercado administrado pela Bolsa, e
outra concomitantemente de venda ou compra do mesmo valor mobiliário, no
mesmo ou em outro mercado (termo, futuro ou opção) também administrado
pela Bolsa, com prazo de vencimento distinto;

f) ordem on-stop - é aquela que especifica o preço do valor mobiliário a partir


do qual a ordem deverá ser executada:

- ordem on-stop de compra – a ordem será executada quando, em uma


alta de preços, ocorrer um negócio a preço igual ou maior que o
determinado;

- ordem on-stop de venda – a ordem será executada quando, em uma


baixa de preços, ocorrer um negócio a preço igual ou menor que o
determinado;

g) ordem casada - é aquela cuja execução está vinculada à execução de


outra ordem do cliente, podendo ser com ou sem limite de preço.

1.2.1.2 Negociação

A negociação das ações na Bovespa é realizada através de um sistema


eletrônico de pregão, o Mega Bolsa, não existindo mais o Pregão Viva Voz.
Pelos terminais eletrônicos do Mega Bolsa, as corretoras podem enviar suas
ordens de compra ou venda diretamente de seus escritórios. Então podem tirar
da cabeça de vocês aquela cena de confusão com centenas de operadores
gritando ordens em seus telefones, ok? Não existe mais.

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De igual forma, o investidor não necessita mais “ligar para o seu corretor
transmitindo-lhe as ordens”, pois pode enviar suas ordens através do Home
Broker, que nada mais é do que um sistema de atendimento automatizado da
Sociedade Corretora, que esteja integrado com o Sistema Eletrônico de
Negociação e que permita aos Clientes da Sociedade Corretora enviar, através
da Internet, para execução imediata ou programada, ordens de compra e
venda de Ativos nos mercados do Segmento BOVESPA.

Além da transmissão das ordens, os sistemas de Home Broker


disponibilizados pelas corretoras aos clientes também permitem ao investidor o
acesso as cotações das ações e a outras informações de seu interesse.

Fechado o negócio, a operação é registrada no próprio dia de realização


(D+0). O próximo passo é a liquidação da operação, que nada mais é do que o
processo de transferência da propriedade das ações e o
pagamento/recebimento do preço praticado.

A entrega das ações negociadas pela corretora intermediária do


vendedor a CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia) deverá
ocorrer no segundo dia útil (D+2) após a realização da operação em pregão
(D+0). Já a liquidação física e financeira da operação ocorrerá no terceiro dia
útil (D+3) após o dia do fechamento da operação em pregão (D+0),
compreendendo o recebimento financeiro pelo vendedor e a efetivação da
transferência das ações ao comprador.

Existe uma negociação específica denominada Day-Trade que ocorre


quando um mesmo Comitente/Investidor compra e vende os as mesmas
ações, na mesma quantidade, no mesmo pregão, através da mesma Sociedade
Corretora e liquidados através do mesmo Agente de Compensação. A
liquidação de um negócio Day-Trade é somente financeira.

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As ações negociadas na Bovespa podem ser de duas modalidades:

• Ações “com” ou cheias, que são aquelas em que os diretos concedidos


pela companhia emissora, como os dividendos ou os bônus de
subscrição, por exemplo, ainda não foram distribuídos ou exercidos; e

• Ações “ex” ou vazias, que são aquelas em que os diretos concedidos


pela companhia emissora, como os dividendos ou os bônus de
subscrição, por exemplo, ainda não foram distribuídos ou exercidos;

O horário de realização do pregão é definido pela Diretoria da


BM&FBovespa e em acordo com o Manual de Procedimentos Operacionais
vigente é o seguinte:

“2.1 HORÁRIO DE NEGOCIAÇÃO

2.1.1 Pregão regular

das 10h45 às 11h – leilão de pré-abertura – registro de ofertas para a


formação do preço teórico de abertura;

das 11h às 18h – sessão contínua de negociação – para todos os ativos


em todos os mercados;

das 17h55 às 18h – call de fechamento – para os Ativos negociados no


mercado à vista que fazem parte da carteira de qualquer um dos índices
da Bolsa e para as séries de opções dos ativos objeto que fazem parte da
carteira teórica do IBrX-100.

2.1.2 After-Market

das 18h30 às 18h45 – fase de pré-abertura

das 18h45 às 19h30 – fase de negociação. ”

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Esse horário vigente é condicionado ao horário de verão, no restante do
ano o horário do pregão regular é de 10hs as 17hs.

Não sei se estou exagerando colocando o horário de negociações na aula,


mas acho que vale o não pesadelo futuro. De qualquer forma, nos serve para
introduzir o importante conceito do After-Market.

O After-Market é o período de negociação que ocorre fora do horário


regular de Pregão permitindo o envio de ordens via Internet em período
determinado após o seu fechamento. Apresenta as seguintes características:

• Operações somente no mercado à vista (não autorizada negociação


com derivativos);
• Negociação no Sistema Eletrônico;
• Negociadas somente ações que tiverem preço estabelecido no
horário regular de negociação ( “princípio da liquidez”);
• Os preços das ofertas a serem registradas no período não poderão
exceder a variação máxima de 2% em relação ao preço de
fechamento estabelecido no pregão regular;
• Os negócios são registrados no próprio dia (D+0);
• Limite de R$100.000,00 por investidor para ordens feitas via Home
Broker;

Obs.: A Bovespa disponibilizará diariamente para todo o mercado, após o


fechamento do pregão regular, o Boletim Diário de Informações (BDI). Como o
After-Market acontece posteriormente, suas operações só constarão do BDI do
dia seguinte.

Outro conceito que julgo importante ser assimilado no que se refere a


negociação de ações é o mecanismo utilizado pela Bovespa para frear
movimentos bruscos no mercado, o Circuit Breaker. Como o movimento do

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mercado é formado por expectativas, quando há uma variação negativa
relevante, a tendência é que os investidores entrem em pânico e venham a se
desfazer de suas posições, reforçando o movimento negativo de mercado. Para
combater tal movimento, que é medido pela oscilação do índice BOVESPA, tal
dispositivo interrompe os negócios na Bolsa, conforme as seguintes regras de
interrupção de negociação:

REGRA 1: Quando o Ibovespa atingir limite de baixa de 10% (dez


por cento) em relação ao índice de fechamento do dia anterior, os
negócios na Bolsa, em todos os mercados, serão interrompidos por 30
(trinta) minutos.

REGRA 2: Reabertos os negócios, caso a variação do Ibovespa


atinja uma oscilação negativa de 15% (quinze por cento) em relação ao
índice de fechamento do dia anterior, os negócios na Bolsa, em todos os
mercados, serão interrompidos por 1 (uma) hora.

REGRA 3: Reabertos os negócios, caso a variação do Ibovespa


atinja uma oscilação negativa de 20% (vinte por cento) em relação ao
índice de fechamento do dia anterior, a Bolsa poderá determinar a
suspensão dos negócios em todos os mercados por prazo definido a seu
critério, sendo comunicado ao mercado tal decisão por meio da Agência
de Notícias.

Regras Gerais:

a) Não haverá acionamento das REGRAS 1, 2 ou 3 na última meia hora


de funcionamento do Pregão;

b) Ocorrendo a interrupção dos negócios na penúltima meia hora de


negociação, na reabertura dos negócios, o horário será prorrogado em, no

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máximo, mais 30 (trinta) minutos, sem qualquer outra interrupção, de tal
forma que se garanta um período final de negociação de 30 (trinta) minutos
corridos.

1.2.2 Outros Valores Mobiliários

1.2.2.1 Debêntures

As debêntures são títulos emitidos por sociedades anônimas que


asseguram ao seu titular um direito de crédito contra a companhia. Pela
definição legal “é um valor mobiliário representativo de uma fração do
empréstimo coletivo, geralmente de longo prazo, lançado pública ou
privadamente por sociedade anônima”. Em palavras simples é um título de
crédito emitido pela companhia, geralmente de longo prazo, que pagará em
seu vencimento a remuneração estabelecida em sua escritura de
emissão ao investidor. O que nos interessa para matéria de funcionamento
são suas formas de Colocação e Negociação no mercado.

1.2.2.1.1 Colocação e Negociação

A colocação de uma debênture no mercado pode ser realizada de duas


maneiras: direta ou por oferta pública.

Direta- Oferta privada realizada diretamente a um comprador ou grupo


de compradores. Não há mercado secundário para estas debêntures.

Oferta Pública- São as emissões realizadas por companhias abertas,


registradas na CVM, destinadas aos investidores em geral. Podem ser
colocadas por três critérios diferentes de preços: ao par, com deságio ou com
ágio (prêmio).

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• Ao par: quando o preço de subscrição é o preço calculado na curva
de remuneração do papel, ou seja, seu valor nominal atualizado;

• Com ágio ou prêmio: valor adicional pago na subscrição das


debêntures além do valor nominal atualizado. Esse prêmio pago
reduzirá o retorno do investidor, pois os juros do título a serem
recebidos incidem apenas sobre o valor nominal;

• Com deságio: é o valor a menor pago pelo debenturista na


subscrição de uma debênture. Na verdade é o que o subscritor
deixa de pagar em relação ao valor nominal, constituindo um
aumento em sua remuneração.

A propósito, o tal prêmio ou ágio das debêntures não pode ter como base
qualquer referencial baseado em taxa de juros (TR, TBF, TJLP, índices de
preços, etc.), sendo admitido que tenha como base a variação da receita ou
lucro da empresa.

Para efeito de negociação, as debêntures são registradas junto ao


Sistema Nacional de Debêntures – SND operacionalizado pela CETIP S.A.. O
valor nominal das debêntures é atualizado ao longo da existência do título, de
acordo com as características previamente estabelecidas na escritura de
emissão.

Os negócios realizados com debêntures no mercado secundário podem


ser diferentes do seu preço na curva (preço em função das condições de
remuneração estabelecidas na escritura de emissão), em função das condições
de mercado e liquidez, o que dá origem aos preços de negociação. Ou seja,
como os preços no mercado secundário são reflexos dos cruzamentos de
ofertas pelo sistema eletrônico, não necessariamente o preço de mercado será
equivalente a remuneração estabelecida inicialmente para o título.

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Os negócios com debêntures também podem ser registrados no


SOMAFIX, que é um segmento sob controle da Bovespa que permite aos seus
participantes registrarem eletronicamente os negócios fechados em mercado
de balcão. Já o BOVESPAFIX, como mercado de bolsa de valores, foi criado
para ser um ambiente integrado para negociação, liquidação e custódia de
títulos de renda fixa privada, entre eles as debêntures. O BOVESPAFIX e o
SOMAFIX foram criados para concorrer com a CETIP no mercado de títulos de
renda fixa privada. As características de negociação que aplicamos as
debêntures e que serão apresentadas também se aplicam aos demais valores
mobiliários de renda fixa negociados nesses mercados (notas promissórias,
Certificados de Recebíveis Imobiliários).

Quanto à negociação dos derivativos, deixaremos para a aula que trata


especificamente deste assunto, para que vocês possam ser apresentados aos
conceitos de termo, futuro e opções, facilitando a compreensão.

2. Mercado de Capitais - Avaliação de Ativos (ações)

O comportamento dos ativos financeiros, lastreados nos diversos


projetos de investimentos realizados por empresas de capital aberto,
associam-se tanto à viabilidade econômica de implementação dos projetos
quanto ao comportamento dos fluxos de caixa ao longo da duração do
investimento. Conforme é sabido, o mercado consumidor é bastante volátil,
especialmente em função da variação dos preços dos bens e serviços
produzidos, o que tende a impactar diretamente a geração de lucro
empresarial.

A existência de lucros por parte de sociedades anônimas as obriga à


distribuição de parte do seu resultado. Trata-se do que definimos de política de
distribuição de dividendos. Essa regra é definida na Lei 6.404/76

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(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6404consol.htm), a qual trata
também de uma série de outros aspectos relacionados às sociedades
anônimas.

A distribuição de dividendos possui intima relação com o comportamento


do preço das ações em mercado, haja vista que o reinvestimento dos lucros é
fonte de funding para a realização de novos projetos de investimento. A
estruturação de uma política de dividendos associa-se à destinação do lucro do
negócio. O conceito de payout relaciona os dividendos distribuídos ao lucro
líquido obtido pela empresa durante um exercício.

Dividendos Distribuídos
Payout =
Lucro Líquido do Exercício

Quanto maior o payout, menor será a retenção de funding para utilização


em novas atividades produtivas, sendo uma política de payout inversa à
anteriormente narrada, positiva no sentido de geradora de recursos para novos
projetos de investimento. Com base nesse entendimento é que se diz que a
decisão de distribuição de dividendos se associa à decisão de financiamento de
uma empresa.

Será interessante para os acionistas a aceitação de retenção de lucros, e


consequentemente de redução dos dividendos distribuídos, caso o valor
presente dos dividendos futuros esperados com novos investimentos for maior
do que o valor presente dos rendimentos de aplicações financeiras realizadas
pelos beneficiários dos mesmos dividendos.

De forma bem objetiva, pode-se dizer que uma política de distribuição de


dividendos adequada é representada por uma otimização entre a fração do
lucro líquido retido pela empresa e a fração distribuída aos seus acionistas. O
objetivo de uma empresa é a maximização do valor dos ativos dos seus

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acionistas. Assim sendo, caso seja verificado, via mercado de capitais, que
uma política de grande retenção de lucros ano a ano tenda a desvalorizar o
valor dos ativos negociados em mercado, mesmo que esta retenção seja fonte
de financiamento para novos negócios, deve a empresa, em conjunto com seus
acionistas, readequar a distribuição de dividendos, de forma a gerar resultados
positivos para os proprietários do seu capital.

Alguns modelos de avaliação de ações têm, entre outros objetivos, o de


sinalizar aos acionistas e à empresa, a adequação de sua política de
distribuição de dividendos. O resultado da sua utilização é a verificação do
comportamento dos preços dos ativos em mercado, o que inclusive serve como
sinalizador para a própria empresa de capital aberto quanto à viabilidade de
aumento do seu capital via emissão de novas ações em mercado.

Passemos então à análise dos modelos de avaliação de ações e sua


relação com a distribuição de dividendos.

2.1 Modelo de desconto finito (modelo básico de desconto)

Uma forma básica de se calcular o preço de ações, é através do critério


do modelo de desconto básico, sendo este válido para um número finito de
anos. O preço de um ativo qualquer é dado pelo desconto a valor presente dos
fluxos futuros de caixa. No caso de um investidor em ações, este possui a
expectativa de recebimento futuro de dividendos e conjuntamente a
valorização das ações de sua propriedade.

A fórmula de cálculo do valor das ações para este modelo é:

n
Dt Pn
P0 = ∑ +
t =1 (1 + K ) t
(1 + K ) n

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Sendo:

P0 = Preço do ativo

n
Dt
∑ (1 + K )
t =1
t
= somatório dos dividendos futuros descontados a valor

presente pela taxa de retorno “k”;

Pn
= preço do ativo no futuro, trazido a valor presente pela taxa de
(1 + K ) n

retorno “k”.

Importante considerar que a taxa de retorno exigida pelo investidor (k)


associa-se a quanto este entende que deve receber com a aplicação realizada
com a ação foco da sua análise. Vejamos um exemplo:

Exemplo 1:

Considerando estas informações, podemos estimar qual seria o valor hoje a ser
pago por uma ação preferencial da PETROBRAS (PETR4), partindo-se do
pressuposto de que esta pagará R$ 0,06 de dividendo no ano 1 e R$ 0,08 de
dividendo no ano 2, e que o preço estimado deste ativo no ano 2 será de R$
55,00. Considerando a taxa de retorno exigida pelo investidor como sendo de
12%, temos:

0,06 0,08 55
P0 = + + ≅ 44,00
(1 + 0,12) (1 + 0,12) 2 (1 + 0,12) 2

Assim sendo, entende-se que o preço desta ação no mercado deveria estar
sendo negociando ao valor de R$ 44,00. Caso o valor negociado da ação PETR4

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em mercado esteja acima de R$ 44,00, entende-se que a ação esta
superavaliada pelo próprio mercado, devendo o investidor se desfazer da sua
posição, caso já possua determinado ativo ou mesmo não realizar a compra
deste ativo. Diferentemente, caso a ação esteja abaixo de R$ 44,00, entende-
se que a ação está subavaliada pelo mercado, representando uma boa
oportunidade de compra pelo investidor.

2.2 Modelo de com dividendo infinito

Partindo-se do pressuposto de que uma empresa deseja ter plena


continuidade de suas atividades, realizando por conseqüência novos projetos
de investimento, é razoável pensarmos que o horizonte de tempo de
recebimento de dividendos tende a ser infinito, especialmente quando se está
analisando empresas que possuem uma estrutura sólida de produção e que
apresentam todos os requisitos para ter continuados os negócios com suas
ações em bolsas de valores.

O modelo da avaliação de ações com dividendo infinito afirma que o


preço do ativo hoje é calculado pela relação (divisão) existente entre o
dividendo pago pela ação e a taxa de desconto que o investidor deseja receber
em termos de remuneração por sua aplicação. Em essência trata-se da fórmula
de cálculo de uma perpetuidade estudada na matemática financeira1.

D
P0 =
k

Vejamos assim mais um exemplo para consolidação do entendimento:

1
Como temos que ser o mais objetivo possível no curso, optamos em apenas apresentar a fórmula de cálculo, sem a
necessidade de ser feito a prova de sua formatação.

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Exemplo 2:

Investidores esperam que a ação preferencial VALE5 distribua dividendo de R$


6 por ação ao ano. Partindo-se do pressuposto de que a taxa de retorno
cobrada pelo investidor é de 12% ao ano, pede-se calcular o valor estimado da
respectiva ação.

6
P0 = = 50
0,12

Diante deste dado é possível concluir se a ação está sendo sub ou


superavaliada, verificando qual a sua cotação em mercado.

2.3 O crescimento dos lucros (dividendos) das empresas de


capital aberto

Como seria normal de se pensar, toda empresa estima aumentar ano a


ano os seus lucros. Diante deste fato, passa a ser necessário levar em
consideração na análise de precificação de ações, o percentual de crescimento
destes lucros e o seu repasse por meio da distribuição de dividendos, o qual
também terá seu valor alterado ano a ano.

O crescimento dos dividendos pode ser calculado a partir da parcela de


lucro retido pela empresa, obtida a partir da seguinte fórmula:

Valor de crescimento dos lucros


=
Lucros retidos X Taxa de retorno dos lucros retidos

Como exemplo, imaginemos que a CSN (CSN3) apure um lucro de R$


2,00 por ação, e que resolva distribuir 40% dos lucros na forma de dividendos,
sendo o lucro restante reaplicado à taxa de 15% a.a.. Com isso temos:

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Primeiramente temos que calcular o lucro retido. Como foram


distribuídos 40% dos lucros, foram retidos 60%. 60% do total de lucros é igual
a:

Lucros Retidos = 60% X 2,00 = 1,20

Valor de crescimento dos lucros = 1,2 x 0,15

Valor de crescimento dos lucros = 0,6 x $2 x 0,15 = 0,18 por ação

Este número nos permite concluir que o lucro por ação deve crescer
R$0,18 ao ano.

Não obstante, dado a estimação do crescimento dos lucros por ação,


podemos calcular o lucro estimado por ação para o próximo período, que será
o resultado do lucro do exercício atual adicionado do lucro do exercício futuro.

Lucro por ação projetado = $ 2,00 + $0,18 = $2,18

De forma a facilitar os nossos próximos cálculos, podemos definir a taxa


de lucros retidos através da seguinte relação:

b = parcela de lucros retidos

b = lucros retidos / lucros do período

b = 1,2 / 2 = 0,6

De outro modo, a fórmula da taxa de crescimento dos lucros, que agora


chamaremos de “g”, é dada pelo parâmetro da parcela de lucros retidos “b”
multiplicado pela taxa de retorno exigida pelo investidor.

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g=bxr

1.4 O modelo de crescimento dos dividendos – modelo de


Gordon

Considerando novamente que as empresas esperam um crescimento dos


seus lucros ao longo do seu período de vida. Considerando ainda que este
período seja infinito, pode-se concluir que os dividendos distribuídos pela
empresa seguirão a seguinte seqüência:

D1 = D0 (1 + g)
D2 = D1 (1 + g)

De outra forma, temos:

D2 = D0 (1 + g)*(1 + g)
D2 = D0 (1 + g)2

Com base nestas informações, para se calcular o preço justo das ações
negociadas de uma empresa, teremos que descontar os fluxos futuros de caixa
levando em consideração a taxa de crescimento dos lucros.

De forma simplificada, a nova fórmula de cálculo para a avaliação do


ativo passa a ser:

D1
P0 =
k−g

Vamos mais um exemplo para fixarmos o conteúdo:

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Exemplo 3:

Imaginemos que uma ação pagará dividendos de R$ 0,20 ao ano de forma


indeterminada, a partir do próximo ano, e que os lucros da empresa venham a
crescer cerca de 4% ao ano. Considerando que a taxa de desconto utilizada
pela empresa para seus investimentos seja de 12% ao ano, calcule o preço
justo da ação.

0,2
P0 = = $ 2,5 por ação.
0,12 − 0,04

Por fim, e como forma de consolidarmos os entendimentos a respeito do


modelo de Gordon, apresentamos uma questão de concurso elaborada por
outra banca que não a CESGRANRIO que versa sobre o assunto em pauta.

(ANALISTA MERC. CAPITAIS/CVM – ESAF/2001) Uma companhia


cotada em bolsa de valores pagará um dividendo esse ano de R$1,00
por ação. Há expectativa de uma taxa de crescimento estável para o
lucro e o dividendo esperado dessa companhia para os próximos anos
de 0,09 (9%), a taxa de retorno de um título de longo prazo sem risco
é de 0,13 (13%) ao ano. Usando o modelo de precificação de Gordon,
podemos afirmar que o valor para as ações dessa companhia, pela
ótica dos investidores, será igual a:
a) R$ 27,25
b) R$ 30,00
c) R$ 25,00
d) R$ 35,00
e) R$ 40,00

Comentários:

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Essa é uma questão muito importante de ser resolvida porque traz consigo
alguns conceitos que poderão ser cobrados pela banca neste próximo certame,
além de algumas “pegadinhas” presentes no enunciado.

Inicialmente é apresentado o dividendo que a empresa pagará ESTE ANO (e


não no próximo ano), ou seja, a questão está apresentando D0, mas não D1,
que é o nosso maior interesse para resolver a questão.

A taxa de crescimento esperado dos lucros, a qual denominamos de “g”, é


igual a 9% ou 0,09.

A questão fala em taxa de retorno de um título de longo prazo sem risco. Esta
taxa representa na questão a taxa mínima exigida pelo investidor para avaliar
a oportunidade de investimento, haja vista que se trata de um título que
apresenta um retorno sem risco.

Por fim o enunciado pede que seja calculado o valor das ações com base no
modelo de Gordon.

Alguma dificuldade aparente? Não, especialmente porque a única pegadinha


que poderia fazer você errar a resolução seria o cálculo do dividendo em D1, e
não em D0 como apresentado pela questão. Assim sendo, temos:

D1 = D0 * (1 + g ) ⇒ 1 * (1 + 0,09) = 1,09

Uma dica importante!

Na resolução das questões sempre use os números unitários, ou seja, sem


estarem representados percentualmente, ok? Caso façam o contrário
vocês poderão acabar se confundindo.

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Calculando agora o resultado do valor de cotação da ação, temos:

1,09
P0 = = 27,25
0,13 − 0,09

Gabarito: letra “a”.

Relembro, especialmente para vocês terem muito cuidado, que caso vocês
tivessem usado o dividendo D1 como sendo igual a R$ 1,00, vocês
encontrariam um P0 igual a R$ 25,00, que por sinal é uma das opções da
questão. Sendo assim, muito cuidado para não perderem pontos preciosos por
mera desatenção!

3. Índices representativos do mercado de valores mobiliários no Brasil


(IBOVESPA, FGV-100 e IBX e IBX-50) e no exterior

Os índices representativos do mercado de valores mobiliários, também


conhecidos como índices de mercado de renda variável, representam o
desempenho de um grupo de ações (geralmente as mais negociadas) ao longo
do tempo. Os preços das ações têm sua variação decorrente de fatores
relacionados à condução da empresa de capital aberto ou a fatores externos
(conjuntura econômica nacional e internacional). Os índices são em sua maior
parte divulgados pela BM&FBOVESPA, sendo os seguintes:

3.1 Índice IBOVESPA

Dos índices presentes no mercado financeiro, o mais importante é o


índice IBOVESPA, que é o indicador do desempenho médio das cotações do
mercado de ações brasileiro. Sua relevância advém do fato do IBOVESPA
retratar o comportamento dos principais papéis negociados na BM&FBOVESPA,
além de possuir grande tradição, pois o índice manteve a integridade de sua

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série histórica e não sofreu modificações metodológicas desde sua
implementação em 1968.

A composição da carteira formadora do índice é reavaliada


quadrimestralmente, identificando o desempenho dos seus principais papéis
negociados nos últimos 12 meses.

Segundo os critérios definidos pela BOVESPA, a participação de cada


ação no portfólio que compõe o índice está associada tanto ao volume quanto
à quantidade de negociações com o ativo no mercado à vista.

O cálculo de participação é feito da seguinte forma, conforme dispõe o


próprio manual com a metodologia de cálculo:

A participação de cada ação na carteira tem relação direta com a


representatividade desse título no mercado à vista – em termos de número de
negócios e volume financeiro – ajustada ao tamanho da amostra. Essa
representatividade é obtida pelo índice de negociabilidade da ação, calculado
pela seguinte fórmula:

Em que:

IN = índice de negociabilidade
ni = número de negócios com a ação "i" no mercado à vista (lote-padrão)
N = número total de negócios no mercado à vista da BOVESPA (lote-padrão)
vi = volume financeiro gerado pelos negócios com a ação "i" no mercado à
vista (lote- padrão)
V = volume financeiro total do mercado à vista da BOVESPA (lote-padrão)

O lote-padrão de negociação é de 100 ações.

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Para que não seja feita a reprodução literal do manual que demonstra a forma
de cálculo do Índice Bovespa, optamos em disponibilizar o link referente a
este: http://www.bmfbovespa.com.br/Indices/download/IBovespa.pdf

3.2 Índice Brasil - IBrX

É o índice de preços referente a uma carteira teórica composta pelas 100


ações de maior negociação na BM&FBOVESPA em termos de número de
negócios e volume financeiro. Essas ações são ponderadas na carteira do
índice pelo seu respectivo número de ações disponíveis à negociação no
mercado.

Destaca-se que integram carteira do IBrX - Índice Brasil as 100 ações


que atenderem cumulativamente aos seguintes critérios:

a - estarem entre as 100 melhores classificadas quanto ao seu índice de


negociabilidade, apurados nos doze meses anteriores à reavaliação;

b - terem sido negociadas em pelo menos 70% dos pregões ocorridos nos doze
meses anteriores à formação da carteira.

3.3 Índice Brasil 50 – IBrX – 50

O IBrX-50 é um índice que mede o retorno total de uma carteira teórica


composta por 50 ações selecionadas entre as mais negociadas na
BM&FBOVESPA em termos de liquidez, ponderadas na carteira pelo valor de
mercado das ações disponíveis à negociação. Ele foi desenhado para ser um
referencial para os investidores e administradores de carteira, e também para
possibilitar o lançamento de derivativos (futuros, opções sobre futuro e opções
sobre índice). O IBrX-50 tem as mesmas características do IBrX – Índice

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Brasil, que é composto por 100 ações, mas apresenta a vantagem operacional
de ser mais facilmente reproduzido pelo mercado.

3.4 Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE

O ISE tem por objetivo refletir o retorno de uma carteira composta por
ações de empresas com reconhecido comprometimento com a
responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial, e também atuar como
promotor das boas práticas no meio empresarial brasileiro.

3.5 Índice Setorial de Telecomunicações – ITEL

Este índice representa a variação do valor das ações das empresas de


telecomunicações com seus títulos negociados em bolsa. A BM&FBOVESPA
resolveu adotar para o cálculo do ITEL a ponderação por "free float"
(quantidade de ações em circulação). A ponderação de um indicador pelo valor
de mercado das ações em circulação permite que o índice represente o
comportamento dos papéis realmente disponíveis à negociação, o que facilita a
montagem de carteiras referenciadas no índice pelo investidor e permite um
melhor acompanhamento de seu desempenho.

3.6 Índice de Energia Elétrica – IEE

O índice é constituído pelas ações de empresas abertas mais


significativas do setor de energia elétrica listadas na BM&FBOVESPA, possuindo
igual peso na carteira teórica do índice, o que reflete uma medida do
comportamento agregado do segmento econômico.

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3.7 Índice do Setor Industrial – INDX

O INDX foi desenvolvido com o objetivo de medir o desempenho das


ações mais representativas do setor industrial, importante segmento da
economia brasileira. Sua carteira teórica é composta pelas ações mais
representativas da indústria, que são selecionadas entre as mais negociadas
na BM&FBOVESPA em termos de liquidez e são ponderadas na carteira pelo
valor de mercado das ações disponíveis à negociação.

3.8 Índice de Consumo – ICON

O ICON tem por objetivo oferecer uma visão segmentada do mercado


acionário, medindo o comportamento das ações das empresas representativas
dos setores de consumo cíclico e não-cíclico. As ações componentes são
selecionadas por sua liquidez, e são ponderadas nas carteiras pelo valor de
mercado das ações disponíveis à negociação.

3.9 Índice Imobiliário – IMOB

O IMOB tem por objetivo oferecer uma visão segmentada do mercado


acionário, medindo o comportamento das ações das empresas representativas
dos setores da atividade imobiliária compreendidos por construção civil ,
intermediação imobiliária e exploração de imóveis . As ações componentes são
selecionadas por sua liquidez, e são ponderadas nas carteiras pelo valor de
mercado das ações disponíveis à negociação.

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3.10 Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada –
IGC

O IGC tem por objetivo medir o desempenho de uma carteira teórica


composta por ações de empresas que apresentem bons níveis de governança
corporativa.

3.11 Índice de Ações com Tag Along Diferenciado – ITAG

O ITAG tem por objetivo medir o desempenho de uma carteira teórica


composta por ações de empresas que ofereçam melhores condições aos
acionistas minoritários, no caso de alienação do controle. Destaca-se que para
isso elegem-se à inclusão na carteira teórica do índice todas as ações para as
quais a empresa concede tag along superior em relação à legislação aplicável,
a qual estabelece que as companhias abertas devem oferecer a todas as ações
ordinárias minoritárias tag along de 80% em relação ao preço obtido pelo
controlador, no caso de alienação de controle. Desta forma, as ações
ordinárias cujas companhias oferecem um percentual maior de tag along, e/ou
as ações preferenciais cuja companhia oferece tag along em qualquer
percentual são elegíveis ao ITAG.

3.12 Índice Small-Mid-Large Cap

Criados pela BM&FBOVESPA, o Índice BM&FBOVESPA Mid Large Cap


(MLCX) e o Índice BM&FBOVESPA Small Cap (SMLL) têm por objetivo medir o
comportamento das empresas listadas na Bolsa de modo segmentado, sendo
que o índice Mid Large medirá o retorno de uma carteira composta pelas
empresas listadas de maior capitalização, e o índice Small Cap medirá o
retorno de uma carteira composta por empresas de menor capitalização. As
ações componentes serão selecionadas por sua liquidez, e serão ponderadas
nas carteiras pelo valor de mercado das ações disponíveis à negociação.

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3.13 Índice Valor BM&FBOVESPA - IVBX-2

O Índice Valor BM&FBOVESPA - 2ª Linha (IVBX-2) foi desenvolvido em


conjunto pela BM&FBOVESPA e pelo jornal Valor Econômico, visando mensurar
o retorno de uma carteira hipotética constituída exclusivamente por papéis
emitidos por empresas de excelente conceito junto aos investidores,
classificadas a partir da 11ª posição, tanto em termos de valor de mercado
como de liquidez de suas ações. Ele é composto por 50 papéis escolhidos em
uma relação de ações classificadas em ordem decrescente por liquidez, de
acordo com seu índice de negociabilidade (medido nos últimos doze meses).

3.14 Índice Financeiro – IFNC

O IFNC tem por objetivo oferecer uma visão segmentada do mercado


acionário, medindo o comportamento das ações das empresas representativas
dos setores de intermediários financeiros, serviços financeiros diversos e
previdência e seguros. As ações componentes são selecionadas por sua
liquidez, e são ponderadas nas carteiras pelo valor de mercado das ações
disponíveis à negociação.

3.15 Índice FGV-100

Trata-se do índice desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas, tendo


como característica principal a não inclusão de ações de empresas estatais (ex:
Petrobrás) e de bancos, procurando ser um índice de variação das ações de
empresas privadas produtivas.

Outra característica do índice FGV-100 é que a ponderação para cálculo


da composição da carteira não é realizada exclusivamente pela participação no
volume financeiro do mercado. Levam-se em consideração os critérios de

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qualidade da empresa, conforme especificado pela FGV, tendo este critério
uma participação de 60% na ponderação realizada. Os outros 40% são
proporcionais ao volume financeiro negociado nas bolsas de valores.

3.16 Índice Dow Jones

Índice criado para acompanhar o desempenho das ações da Bolsa de


Valores de Nova York (NYSE). Seu cálculo é uma média simples das cotações
das ações das trinta empresas industriais mais importantes dos EUA, todas
listadas na NYSE.

Destaca-se que não existe nenhum critério pré-determinado relacionado


ao índice, a não ser que os componentes sejam companhias norte-americanas
que são líderes em seus segmentos de mercado.

3.17 Índices NASDAQ - National Association of Securities Dealers


Automated Quotation

O NASDAQ 100 Index é um dos índices utilizados nas negociações da


NASDAQ. Ele inclui 100 das maiores empresas não financeiras (baseado em
valor de mercado), norte-americanas e estrangeiras listadas na NASDAQ.
Assim como o índice NASDAQ Composite abaixo descrito, também utiliza uma
média ponderada.

Já o NASDAQ Composite Índex é o principal índice utilizado nas


negociações da NASDAQ, exprimindo a variação média diária das cotações de
todas as empresas, incluindo empresas não norte-americanas, listadas no
NASDAQ. Assim, o índice é construído usando a média ponderada (de acordo
com o valor de mercado) das cotações de mais de 3.400 ações.

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3.18 S&P 500 (Standard & Poors)

Trata-se do índice que captura a variação média diária das negociações


das 500 principais ações negociadas nas bolsas de valores norte-. O S&P500 é
formado por uma carteira teórica de 500 ações, escolhidas pela participação
das ações no mercado e pela liquidez. Ao contrário do Índice Dow Jones, que é
calculado utilizando médias simples, o S&P 500, que é calculado pela empresa
de classificação de risco e análise de mercado Standard & Poors, utiliza médias
ponderadas pelo valor de mercado das empresas.

3.19 FTSE-100

É o índice que exprime a variação média diária de uma carteira de ações


negociadas na Bolsa de Valores de Londres. O FTSE é usado como principal
indicador do desempenho das ações britânicas, sendo formado por uma
carteira teórica de 100 ações, escolhidas pela participação das ações no
mercado e pela liquidez.

3.20 Índice Nikkei

O Índice Nikkei reflete a variação média diária de uma carteira de ações


negociadas na Bolsa de Tóquio. Trata-se do índice mais utilizado pelo mercado
para avaliar o desempenho das ações japonesas.

E com base nestes últimos comentários podemos dar por encerrada a


aula três.

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Questões Propostas:

1 – (Analista de Mercado/CVM – FCC/2003) As empresas obtêm


recursos para o seu crescimento por meio:
(A) da emissão ou subscrição de novas ações.
(B) da distribuição de bonificação das ações.
(C) da distribuição de dividendos das ações.
(D) do desdobramento das ações existentes.
(E) do agrupamento das ações existentes.

2 – (Analista de Mercado/CVM – FCC/2003) O Mercado Secundário é


importante por que:
(A) o valor transacionado é canalizado para a empresa emitente do título.
(B) as empresas obtêm recursos para financiar novos empreendimentos.
(C) proporciona liquidez aos ativos, viabilizando o mercado primário.
(D) aumenta o lucro das companhias com ações negociadas no mercado.
(E) diminui o risco de mercado para os investidores detentores de ações.

3 - (Analista de Mercado/CVM – FCC/2003) No mercado primário, a


negociação do ativo ocorre:
(A) entre os investidores na bolsa de valores.
(B) entre os investidores no mercado de balcão.
(C) pela primeira vez, quando de sua emissão.
(D) após o lançamento público de ações.
(E) após o lançamento privado de ações.

4 - (Analista de Mercado/CVM – FCC/2003) O termo Block Trade


significa:
(A) leilão de grande lote de ações novas e antigas.
(B) leilão de grande lote de ações novas.
(C) leilão de grande lote de ações antigas.

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(D) oferta privada de grande lote de ações antigas.
(E) oferta pública de grande lote de ações novas.

5 - (Analista de Mercado/CVM – NCE/2008) Em 2007, a BM&F iniciou


seu processo de desmutualização, preparando a companhia para a
abertura de capital. A partir de 1º de outubro de 2007, a companhia
tornou-se uma sociedade por ações com fins lucrativos e os negócios
passaram a ser conduzidos visando o benefício dos acionistas no longo
prazo. Por desmutualização entende-se:
(A) desconto sobre o valor de face dos empréstimos contraídos pelas
corretoras membros junto à bolsa;
(B) a liquidação de todos os contratos de empréstimos da companhia;
(C) a eliminação de qualquer compromisso da companhia com a liquidação das
operações realizadas na bolsa;
(D) desvinculação do direito patrimonial do direito de acesso dos antigos
associados, e sua conversão em participação acionária;
(E) possibilidade de não incidência de imposto de renda sobre ganhos de
capital.

6 - (Analista de Mercado/CVM – NCE/2008) No mercado à vista de


ações em bolsa todo processo de transferência da propriedade de
títulos e do pagamento/recebimento do montante financeiro envolvido
é intermediado pela instituição responsável pela liquidação e custódia
e abrange a entrega de títulos e pagamento da operação. Assim, no
ciclo de liquidação das operações à vista verifica-se que:
(A) a disponibilização das ações pelo vendedor e o respectivo pagamento pelo
comprador ocorrem no primeiro dia útil após a realização do negócio em
pregão;
(B) o pagamento pelo comprador, o respectivo recebimento pelo vendedor e a
transferência dos títulos para o comprador ocorrem no terceiro útil, após a
realização do negócio;

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(C) os títulos ficam disponíveis ao comprador no dia da realização do negócio,
enquanto o pagamento é efetivado no terceiro dia útil;
(D) a disponibilização dos títulos ao comprador ocorre no terceiro dia útil após
o pagamento ter sido depositado na conta corrente do vendedor;
(E) o pagamento ao vendedor é efetivado no segundo dia útil e a
disponibilização dos títulos ao comprador ocorre no terceiro dia útil, após a
realização do negócio em pregão.

7 – (Analista de Mercado/CVM – NCE/2008) A expressão inglesa after


market refere-se ao período de negociação fora do horário regular de
pregão. Segundo o regulamento de operação da bolsa brasileira, as
operações no after market serão registradas no:
(A) próprio dia em que forem realizadas e obedecerão ao ciclo de liquidação do
dia seguinte (D+1), de acordo com as regras e procedimentos estabelecidos
pela Comissão de Valores Mobiliários;
(B) próprio dia em que forem realizadas e obedecerão ao ciclo de liquidação
deste dia, de acordo com as regras e procedimentos estabelecidos pela
instituição responsável pela liquidação e custódia;
(C) dia seguinte (D+1) ao que forem realizadas e obedecerão ao ciclo de
liquidação deste dia, de acordo com as regras e procedimentos estabelecidos
pela Comissão de Valores Mobiliários;
(D) próprio dia em que forem realizadas e obedecerão ao ciclo de liquidação do
dia seguinte (D+1), de acordo com as regras e procedimentos estabelecidos
pela instituição responsável pela liquidação e custódia;
(E) dia seguinte (D+1) ao que forem realizadas e obedecerão ao ciclo de
liquidação deste dia, de acordo com as regras e procedimentos estabelecidos
pela instituição responsável pela liquidação e custódia.

8 - (Analista de Mercado/CVM – FCC/2003) No sistema de negociação


e liquidação das operações de Bolsa, considera-se D+1 como o dia:

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(A) da realização da operação.
(B) seguinte ao da operação.
(C) útil seguinte ao da operação.
(D) da liquidação do mercado à vista.
(E) do vencimento do mercado a termo.

9 - (Analista de Mercado/CVM – ESAF/2001) As operações em bolsas de


valores de compra seguida de uma venda (ou vice-versa) de um mesmo ativo
(ação ou contrato futuro ou opção sobre uma ação), realizadas por intermédio
de uma mesma corretora, em nome de um mesmo investidor, no mesmo dia
(pregão) denomina-se operação:
(A) vinculada
(B) a termo
(C) casada
(D) de day trade
(E) travada

10 - (Analista de Mercado/CVM – FCC/2003) No mercado à vista de


ações, o processo de liquidação ocorre em:
(A) D+1 para liquidação física e financeira.
(B) D+2 para liquidação física e financeira.
(C) D+3 para liquidação física e financeira.
(D) D+1 para liquidação física e D+2 para financeira.
(E) D+2 para liquidação física e D+3 para financeira.

11 - (Analista de Mercado/CVM – FCC/2003) No chamado after


market, pregão eletrônico da Bovespa, são negociadas:
(A) todas as ações do Ibovespa
(B) somente as ações que tiveram negociação ao longo do dia no mercado
normal
(C) somente as dez ações mais negociadas na Bovespa
(D) somente as ações que possuem opções de compra

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(E) somente as cinco ações de maior peso no Ibovespa

12 - (Analista de Mercado/CVM – FCC/2003) “Ação Cheia” é linguagem


utilizada pelo mercado e tem o significado de ação que:
(A) ainda não recebeu dividendos e split concedidos pela empresa emissora.
(B) já recebeu e exerceu direitos concedidos pela empresa emissora.
(C) já recebeu dividendos e bonificações concedidos pela empresa emissora.
(D) ainda não recebeu ou exerceu direitos concedidos pela empresa emissora.
(E) já recebeu bonificações e subscrição concedidos pela empresa emissora.

13 - (Analista de Mercado/CVM – FCC/2003) A colocação de uma


debênture no mercado pode ser através de oferta
(A) pública secundária.
(B) pública registrada.
(C) privada registrada.
(D) pública ou privada.
(E) privada secundária.

14 - (ANALISTA MERC. CAPITAIS/CVM – ESAF/2001) Uma companhia


cotada em bolsa de valores pagará um dividendo esse ano de R$1,00
por ação. Há expectativa de uma taxa de crescimento estável para o
lucro e o dividendo esperado dessa companhia para os próximos anos
de 0,09 (9%), a taxa de retorno de um título de longo prazo sem risco
é de 0,13 (13%) ao ano. Usando o modelo de precificação de Gordon,
podemos afirmar que o valor para as ações dessa companhia, pela
ótica dos investidores, será igual a:
a) R$ 27,25
b) R$ 30,00
c) R$ 25,00
d) R$ 35,00
e) R$ 40,00

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15 – (ANALISTA TÉCNICO/SUSEP – ESAF/2010) A metodologia de
cálculo do valor do Índice Bovespa determina que:
a) o preço de cada ação na carteira teórica seja ajustado pelos dividendos
pagos pela ação.
b) a participação de cada ação seja proporcional à sua participação no volume
de negócios da bolsa.
c) a composição da carteira seja atualizada a cada três meses, levando em
conta quais são as ações mais acompanhadas pelos analistas de mercado.
d) os retornos das ações componentes da carteira sejam ajustados pela
alíquota de imposto de renda sobre ganhos de capital.
e) proventos que não sejam distribuídos em dinheiro, como desdobramentos e
direitos de subscrição, sejam ignorados.

16 - (ANALISTA/SUSEP – ESAF/2006) Um índice de mercado de ações,


como o IBOVESPA, é construído com a finalidade de
a) representar a composição de uma carteira eficiente de mercado.
b) indicar as melhores oportunidades de investimento em ações disponíveis.
c) identificar para o investidor a carteira mais diversificada possível de ações.
d) mostrar a evolução média dos preços de títulos representativos.
e) avaliar os fluxos de entrada e saída de fundos no mercado de ações.

17 - (ANALISTA/ CVM – FCC/2003) É INCORRETO afirmar que


a) o Ibovespa reflete a variação de preços das ações mais negociadas nos
últimos 12 meses.
b) o Índice FGV-100 exclui as ações de empresas estatais e instituições
financeiras.
c)) a composição da carteira teórica do Ibovespa é reavaliada semestralmente.
d) o IBX-Índice Brasil é composto por 100 ações.
e) o Índice Valor Bovespa seleciona 50 ações a partir da 11a posição de
liquidez.

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Questões Comentadas:

1 – (Analista de Mercado/CVM – FCC/2003) As empresas obtêm


recursos para o seu crescimento por meio:
(A) da emissão ou subscrição de novas ações.
(B) da distribuição de bonificação das ações.
(C) da distribuição de dividendos das ações.
(D) do desdobramento das ações existentes.
(E) do agrupamento das ações existentes.

Comentários:

Entre as opções de captação de recursos pelas empresas estão os


empréstimos/ financiamentos e a emissão/ subscrição de novas ações ou ainda
a emissão de outros títulos ou valores mobiliários (como as debêntures, notas
promissórias, CRI`s), etc.

Na letra “B” consta a distribuição de bonificação de ações que é um


direito do acionista de receber ações, proporcionais aos títulos possuídos, em
decorrência do aumento de capital de uma empresa mediante incorporação de
reservas. Observem que não entram recursos na empresa, trata-se de uma
operação contábil. O acionista tem esse direito porque com a transferência de
valores da reserva para o capital da empresa, sua participação não poderia ser
diluída, se ele possuía 0,2% do capital da empresa antes da transferência,
deverá manter a mesma proporção após a transferência, e é por isso que deve
receber a mesma proporção das novas ações.

Na letra “C” consta a distribuição de dividendos das ações, que é a


distribuição dos lucros auferidos pela empresa aos seus acionistas.

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As opções de letra “D” e “E” tratam de conceitos opostos que nada tem a
ver com a captação de recursos pela companhia. O desdobramento de ações,
também chamado de “split”, é a emissão de novas ações a partir da divisão do
capital social da companhia em um número maior de ações. Assim, a ação
antiga será desdobrada em uma ou mais ações novas. Esse procedimento é
utilizado para dar maior liquidez a ações que estejam com alto valor de
mercado. O que nos interessa para o momento é que não há alteração do
capital social com a emissão dessas novas ações e, portanto não há captação
de recursos pela companhia. O “agrupamento” de ações ou “inplit” é o
processo contrário, o capital social passará a ser representado por um número
menor de ações.

Gabarito: letra “a”

2 – (Analista de Mercado/CVM – FCC/2003) O Mercado Secundário é


importante por que:
(A) o valor transacionado é canalizado para a empresa emitente do título.
(B) as empresas obtêm recursos para financiar novos empreendimentos.
(C) proporciona liquidez aos ativos, viabilizando o mercado primário.
(D) aumenta o lucro das companhias com ações negociadas no mercado.
(E) diminui o risco de mercado para os investidores detentores de ações.

Comentários:

Conforme tratamos na parte teórica:

- Mercado Primário: Trata-se do mercado em que os valores


mobiliários são emitidos e negociados inicialmente, onde há efetiva
captação de recursos pela companhia emissora.

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- Mercado Secundário: É o mercado onde os valores mobiliários são
transferidos entre investidores, sem qualquer acréscimo ou
decréscimo ao capital da companhia.

Com esses conceitos já eliminamos facilmente as opções “A” e “B”, pois a


entrada de recursos na empresa é característica do mercado primário.
Consequentemente também eliminaremos a letra “D”, pois não é o fato de ter
ações negociadas no mercado que aumenta os lucros da companhia, aliás,
mesmo a captação de recursos no mercado primário não é suficiente para
aumentar os lucros da companhia, pois é o sucesso do negócio que garantirá
bons resultados para a companhia.

Quanto à letra “E”, um bom mercado secundário diminui o risco de


liquidez dos investidores, pois poderão facilmente transformar suas ações em
dinheiro. Quanto ao risco de mercado que é relacionado às oscilações de preço
das ações, o fato de existir um bom mercado secundário não influenciará o
desempenho das ações, que é influenciado por fatores como situação da
empresa emitente, conjuntura econômica, etc.

Essa liquidez dada pelo mercado secundário aos ativos das companhias
emitentes, permitindo que esses ativos sejam transmitidos entre os
investidores e transformados em dinheiro a qualquer tempo, é o que permite
que exista demanda para as novas emissões no mercado primário, e
consequentemente, novas captações de recursos pelas empresas via mercado
de ações.

Gabarito: letra “c”

3 - (Analista de Mercado/CVM – FCC/2003) No mercado primário, a


negociação do ativo ocorre:
(A) entre os investidores na bolsa de valores.

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(B) entre os investidores no mercado de balcão.
(C) pela primeira vez, quando de sua emissão.
(D) após o lançamento público de ações.
(E) após o lançamento privado de ações.

Comentários:

Conforme tratamos na parte teórica:

- Mercado Primário: Trata-se do mercado em que os valores


mobiliários são emitidos e negociados inicialmente, onde há efetiva
captação de recursos pela companhia emissora.

- Mercado Secundário: É o mercado onde os valores mobiliários são


transferidos entre investidores, sem qualquer acréscimo ou
decréscimo ao capital da companhia.

Negociações entre investidores é característica do mercado secundário. A


partir disso já eliminamos as opções “A” e “B”.

Também verificado na aula:

“A captação desses recursos junto ao mercado ocorre através de ofertas


de valores mobiliários (não somente de ações), que podem ser públicas ou
privadas.”

Ou seja, após essas ofertas (lançamentos) já ocorreu a captação de


recursos, e nas negociações posteriores não haverá entrada de recursos para a
empresa que é a característica fundamental do mercado primário. Além disso,
na oferta de ações ao mercado podem estar sendo oferecidas ações que já
pertencem a outros investidores. Por isso em questões como essas

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buscaremos expressões como “ações novas”, “emissão”, “obtenção de
recursos”.

Gabarito: letra”c”

4 - (Analista de Mercado/CVM – FCC/2003) O termo Block Trade


significa:
(A) leilão de grande lote de ações novas e antigas.
(B) leilão de grande lote de ações novas.
(C) leilão de grande lote de ações antigas.
(D) oferta privada de grande lote de ações antigas.
(E) oferta pública de grande lote de ações novas.

Comentários:

O Block Trade acontece quando há uma oferta ou leilão de grande lote de


ações que já eram pertencentes a algum investidor, ou seja, não se trata da
oferta de emissões novas, são ações antigas.

Gabarito: Letra “c”

5 - (Analista de Mercado/CVM – NCE/2008) Em 2007, a BM&F iniciou


seu processo de desmutualização, preparando a companhia para a
abertura de capital. A partir de 1º de outubro de 2007, a companhia
tornou-se uma sociedade por ações com fins lucrativos e os negócios
passaram a ser conduzidos visando o benefício dos acionistas no longo
prazo. Por desmutualização entende-se:
(A) desconto sobre o valor de face dos empréstimos contraídos pelas
corretoras membros junto à bolsa;
(B) a liquidação de todos os contratos de empréstimos da companhia;

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(C) a eliminação de qualquer compromisso da companhia com a liquidação das
operações realizadas na bolsa;
(D) desvinculação do direito patrimonial do direito de acesso dos antigos
associados, e sua conversão em participação acionária;
(E) possibilidade de não incidência de imposto de renda sobre ganhos de
capital.

Comentários:

Antes de 2007 a Bovespa e a BM&F eram associações civis sem fins


lucrativos nas quais os associados tinham direito de operar. Com o processo de
desmutualização foram transformadas em sociedades anônimas e os direitos
patrimoniais dos associados convertidos em participação acionária.

Gabarito: Letra “d”

6 - (Analista de Mercado/CVM – NCE/2008) No mercado à vista de


ações em bolsa, todo processo de transferência da propriedade de
títulos e do pagamento/recebimento do montante financeiro envolvido
é intermediado pela instituição responsável pela liquidação e custódia
e abrange a entrega de títulos e pagamento da operação. Assim, no
ciclo de liquidação das operações à vista verifica-se que:
(A) a disponibilização das ações pelo vendedor e o respectivo pagamento pelo
comprador ocorrem no primeiro dia útil após a realização do negócio em
pregão;
(B) o pagamento pelo comprador, o respectivo recebimento pelo vendedor e a
transferência dos títulos para o comprador ocorrem no terceiro útil, após a
realização do negócio;
(C) os títulos ficam disponíveis ao comprador no dia da realização do negócio,
enquanto o pagamento é efetivado no terceiro dia útil;

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(D) a disponibilização dos títulos ao comprador ocorre no terceiro dia útil após
o pagamento ter sido depositado na conta corrente do vendedor;
(E) o pagamento ao vendedor é efetivado no segundo dia útil e a
disponibilização dos títulos ao comprador ocorre no terceiro dia útil, após a
realização do negócio em pregão.

Comentários

Fechado o negócio, a operação é registrada no próprio dia de realização


(D+0). O próximo passo é a liquidação da operação, que nada mais é do que o
processo de transferência da propriedade das ações e o
pagamento/recebimento do preço praticado. A entrega das ações negociadas
pela corretora intermediária do vendedor a CBLC (Companhia Brasileira de
Liquidação e Custódia) deverá ocorrer no segundo dia útil (D+2) após a
realização da operação em pregão (D+0). Já a liquidação física e financeira da
operação ocorrerá no terceiro dia útil (D+3) após o dia do fechamento da
operação em pregão (D+0), compreendendo o recebimento financeiro pelo
vendedor e a efetivação da transferência das ações ao comprador.

Gabarito: Letra “b”

7 – (Analista de Mercado/CVM – NCE/2008) A expressão inglesa after


market refere-se ao período de negociação fora do horário regular de
pregão. Segundo o regulamento de operação da bolsa brasileira, as
operações no after market serão registradas no:
(A) próprio dia em que forem realizadas e obedecerão ao ciclo de liquidação do
dia seguinte (D+1), de acordo com as regras e procedimentos estabelecidos
pela Comissão de Valores Mobiliários;

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(B) próprio dia em que forem realizadas e obedecerão ao ciclo de liquidação
deste dia, de acordo com as regras e procedimentos estabelecidos pela
instituição responsável pela liquidação e custódia;

(C) dia seguinte (D+1) ao que forem realizadas e obedecerão ao ciclo de


liquidação deste dia, de acordo com as regras e procedimentos estabelecidos
pela Comissão de Valores Mobiliários;

(D) próprio dia em que forem realizadas e obedecerão ao ciclo de liquidação do


dia seguinte (D+1), de acordo com as regras e procedimentos estabelecidos
pela instituição responsável pela liquidação e custódia;
(E) dia seguinte (D+1) ao que forem realizadas e obedecerão ao ciclo de
liquidação deste dia, de acordo com as regras e procedimentos estabelecidos
pela instituição responsável pela liquidação e custódia.

Comentários:

O After-Market é o período de negociação que ocorre fora do horário


regular de Pregão permitindo o envio de ordens via Internet em período
determinado após o seu fechamento. Apresenta as seguintes características:

• Operações somente no mercado à vista (não autorizada negociação


com derivativos);
• Negociação no Sistema Eletrônico;
• Negociadas somente ações que tiverem preço estabelecido no
horário regular de negociação ( “princípio da liquidez”);
• Os preços das ofertas a serem registradas no período não poderão
exceder a variação máxima de 2% em relação ao preço de
fechamento estabelecido no pregão regular;
• Os negócios são registrados no próprio dia (D+0);

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• Limite de R$100.000,00 por investidor para ordens feitas via Home
Broker;

Observação: A Bovespa disponibilizará diariamente para todo o mercado,


após o fechamento do pregão regular, o Boletim Diário de Informações (BDI).
Como o After-Market acontece posteriormente, suas operações só constarão do
BDI do dia seguinte.

Gabarito: “b”

8 - (Analista de Mercado/CVM – ESAF/2001) As operações em bolsas


de valores de compra seguida de uma venda (ou vice-versa) de um
mesmo ativo (ação ou contrato futuro ou opção sobre uma ação),
realizadas por intermédio de uma mesma corretora, em nome de um
mesmo investidor, no mesmo dia (pregão) denomina-se operação:
(A) vinculada
(B) a termo
(C) casada
(D) de day trade
(E) travada

Comentários:

Existe uma negociação específica denominada Day-Trade que ocorre


quando um mesmo Comitente/Investidor compra e vende os as mesmas
ações, na mesma quantidade, no mesmo pregão, através da mesma Sociedade
Corretora e liquidados através do mesmo Agente de Compensação. A
liquidação de um negócio Day-Trade é somente financeira.

Gabarito: letra “d”.

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9 - (Analista de Mercado/CVM – FCC/2003) No mercado à vista de
ações, o processo de liquidação ocorre em:
(A) D+1 para liquidação física e financeira.
(B) D+2 para liquidação física e financeira.
(C) D+3 para liquidação física e financeira.
(D) D+1 para liquidação física e D+2 para financeira.
(E) D+2 para liquidação física e D+3 para financeira.

Comentários:

Fechado o negócio, a operação é registrada no próprio dia de realização


(D+0). O próximo passo é a liquidação da operação, que nada mais é do que o
processo de transferência da propriedade das ações e o
pagamento/recebimento do preço praticado. A entrega das ações negociadas
pela corretora intermediária do vendedor a CBLC (Companhia Brasileira de
Liquidação e Custódia) deverá ocorrer no segundo dia útil (D+2) após a
realização da operação em pregão (D+0). Já a liquidação física e financeira da
operação ocorrerá no terceiro dia útil (D+3) após o dia do fechamento da
operação em pregão (D+0), compreendendo o recebimento financeiro pelo
vendedor e a efetivação da transferência das ações ao comprador.

Gabarito: letra “c”

10 - (Analista de Mercado/CVM – FCC/2003) No chamado after


market, pregão eletrônico da Bovespa, são negociadas:
(A) todas as ações do Ibovespa
(B) somente as ações que tiveram negociação ao longo do dia no mercado
normal
(C) somente as dez ações mais negociadas na Bovespa
(D) somente as ações que possuem opções de compra
(E) somente as cinco ações de maior peso no Ibovespa

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Comentários

O After-Market é o período de negociação que ocorre fora do horário


regular de Pregão permitindo o envio de ordens via Internet em período
determinado após o seu fechamento. Apresenta as seguintes características:

• Operações somente no mercado à vista (não autorizada negociação


com derivativos);
• Negociação no Sistema Eletrônico;
• Negociadas somente ações que tiverem preço estabelecido
no horário regular de negociação ( “princípio da liquidez”);
• Os preços das ofertas a serem registradas no período não poderão
exceder a variação máxima de 2% em relação ao preço de
fechamento estabelecido no pregão regular;
• Os negócios são registrados no próprio dia (D+0);
• Limite de R$100.000,00 por investidor para ordens feitas via Home
Broker;

Gabarito: letra “d”

11 - (Analista de Mercado/CVM – FCC/2003) “Ação Cheia” é linguagem


utilizada pelo mercado e tem o significado de ação que:
(A) ainda não recebeu dividendos e split concedidos pela empresa emissora.
(B) já recebeu e exerceu direitos concedidos pela empresa emissora.
(C) já recebeu dividendos e bonificações concedidos pela empresa emissora.
(D) ainda não recebeu ou exerceu direitos concedidos pela empresa emissora.
(E) já recebeu bonificações e subscrição concedidos pela empresa emissora.

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Comentários:

• Ações “com” ou cheias, que são aquelas em que os diretos concedidos


pela companhia emissora, como os dividendos ou os bônus de
subscrição, por exemplo, ainda não foram distribuídos ou exercidos; e

• Ações “ex” ou vazias, que são aquelas em que os diretos concedidos


pela companhia emissora, como os dividendos ou os bônus de
subscrição, por exemplo, ainda não foram distribuídos ou exercidos;

Gabarito: letra “d”

12 - (Analista de Mercado/CVM – FCC/2003) A colocação de uma


debênture no mercado pode ser através de oferta
(A) pública secundária.
(B) pública registrada.
(C) privada registrada.
(D) pública ou privada.
(E) privada secundária.

Comentários:

A colocação de uma debênture no mercado pode ser realizada de duas


maneiras: direta ou por oferta pública.

Direta - Oferta privada realizada diretamente a um comprador ou grupo


de compradores. Não há mercado secundário para estas debêntures.

Oferta Pública- São as emissões realizadas por companhias abertas,


registradas na CVM, destinadas aos investidores em geral. Podem ser

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colocadas por três critérios diferentes de preços: ao par, com deságio ou com
ágio (prêmio).

Gabarito: letra “d”

14 - (ANALISTA MERC. CAPITAIS/CVM – ESAF/2001) Uma companhia


cotada em bolsa de valores pagará um dividendo esse ano de R$1,00
por ação. Há expectativa de uma taxa de crescimento estável para o
lucro e o dividendo esperado dessa companhia para os próximos anos
de 0,09 (9%), a taxa de retorno de um título de longo prazo sem risco
é de 0,13 (13%) ao ano. Usando o modelo de precificação de Gordon,
podemos afirmar que o valor para as ações dessa companhia, pela
ótica dos investidores, será igual a:
a) R$ 27,25
b) R$ 30,00
c) R$ 25,00
d) R$ 35,00
e) R$ 40,00

Comentários

Trata-se da mesma questão já resolvida na aula. Apenas a apresentei


novamente para que vocês possam exercitar os conceitos referentes ao
modelo de Gordon.

Inicialmente é apresentado o dividendo que a empresa pagará ESTE ANO (e


não no próximo ano), ou seja, a questão está apresentando D0, mas não D1,
que é o nosso maior interesse para resolver a questão.

A taxa de crescimento esperado dos lucros, a qual denominamos de “g”, é


igual a 9% ou 0,09.

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A questão fala em taxa de retorno de um título de longo prazo sem risco. Esta
taxa representa na questão a taxa mínima exigida pelo investidor para avaliar
a oportunidade de investimento, haja vista que se trata de um título que
apresenta um retorno sem risco.
Por fim o enunciado pede que seja calculado o valor das ações com base no
modelo de Gordon.

Alguma dificuldade aparente? Não, especialmente porque a única pegadinha


que poderia fazer você errar a resolução seria o cálculo do dividendo em D1, e
não em D0 como apresentado pela questão. Assim sendo, temos:

D1 = D0 * (1 + g ) ⇒ 1 * (1 + 0,09) = 1,09

Calculando agora o resultado do valor de cotação da ação, temos:

1,09
P0 = = 27,25
0,13 − 0,09

Gabarito: letra “a”.

15 – (ANALISTA TÉCNICO/SUSEP – ESAF/2010) A metodologia de


cálculo do valor do Índice Bovespa determina que:
a) o preço de cada ação na carteira teórica seja ajustado pelos dividendos
pagos pela ação.
b) a participação de cada ação seja proporcional à sua participação no volume
de negócios da bolsa.
c) a composição da carteira seja atualizada a cada três meses, levando em
conta quais são as ações mais acompanhadas pelos analistas de mercado.
d) os retornos das ações componentes da carteira sejam ajustados pela
alíquota de imposto de renda sobre ganhos de capital.

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e) proventos que não sejam distribuídos em dinheiro, como desdobramentos e
direitos de subscrição, sejam ignorados.

Comentários:

Segundo dispõe o manual que demonstra a metodologia de cálculo do Índice


Bovespa, a participação de cada ativo está associado tanto ao volume quanto a
quantidade de negócios realizados no mercado à vista. Tanto é por isso que a
PETROBRÁS possui a maior representação no índice. Muitas vezes que as
demais ações estão se comportando negativamente no mercado ao longo de
um dia, mas ao mesmo tempo as ações da PETROBRÁS estão se valorizando, o
índice é puxado para cima, em termos de valorização.

Gabarito: Letra “b”.

16 - (ANALISTA/SUSEP – ESAF/2006) Um índice de mercado de ações,


como o IBOVESPA, é construído com a finalidade de
a) representar a composição de uma carteira eficiente de mercado.
b) indicar as melhores oportunidades de investimento em ações disponíveis.
c) identificar para o investidor a carteira mais diversificada possível de ações.
d) mostrar a evolução média dos preços de títulos representativos.
e) avaliar os fluxos de entrada e saída de fundos no mercado de ações.

Comentários:

Conforme descrito no item 5.1, o objetivo do IBOVESPA é a evolução média


dos preços de títulos representativos deste mesmo índice.

Gabarito: letra “d”.

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17 - (ANALISTA/ CVM – FCC/2003) É INCORRETO afirmar que
a) o Ibovespa reflete a variação de preços das ações mais negociadas nos
últimos 12 meses.
b) o Índice FGV-100 exclui as ações de empresas estatais e instituições
financeiras.
c)) a composição da carteira teórica do Ibovespa é reavaliada semestralmente.
d) o IBX-Índice Brasil é composto por 100 ações.
e) o Índice Valor Bovespa seleciona 50 ações a partir da 11a posição de
liquidez.

Comentários:

Conforme verificado, a composição da carteira teórica do Ibovespa é


reavaliada quadrimestralmente.

Gabarito: letra “c”.

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