Undrr 2030 Guia de Estudos

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO DA EQUIPE .................................................................................2


2. APRESENTAÇÃO DO TEMA ....................................................................................4
2.2 Impactos sociais e econômicos dos desastres ..........................................................11
2.3 Contextualização da pauta ambiental no ambiente político..................................14
2.4 Adaptação e resiliência às mudanças do clima .......................................................15
3. APRESENTAÇÃO DO COMITÊ .............................................................................16
4. POSICIONAMENTO DOS PRINCIPAIS ATORES ..............................................18
4.1 Kiribati .......................................................................................................................18
4.2 Estados Unidos ..........................................................................................................19
4.3 China ..........................................................................................................................19
4.4 Índia ............................................................................................................................20
5. QUESTÕES RELEVANTES PARA A DISCUSSÃO..............................................20
6. REFERÊNCIAS...........................................................................................................22
7. ANEXOS.......................................................................................................................28
Figura 1: Gráfico – Quem está sendo prejudicado pelas mudanças climáticas ........28
Figura 2: Gráfico – Quem causou as mudanças climáticas historicamente ..............28
Figura 3: Gráfico – Quem está causando as mudanças climáticas hoje em dia ........29
8. TABELA DE DELEGAÇÕES ...................................................................................30
2

1. APRESENTAÇÃO DA EQUIPE

Diretora – Maria Clara Gonçalves

Senhoras e senhores delegados, o comitê UNDRR (2030): 4° Conferência Mundial


da ONU para Redução de Riscos de Desastres lhes deseja boas vindas! Meu nome é Maria
Clara Gonçalves de Souza, tenho 21 anos e estarei cursando o 7° período de Relações
Internacionais na PUC Minas nos dias de simulação. Minha trajetória no MINIONU é
relativamente recente, sendo que participei do projeto pela primeira vez como voluntária,
em 2018.
Ser voluntária do CMA, comitê de meio ambiente que tratava sobre a
regulamentação e implementação do Acordo de Paris, foi o que permitiu a minha
aproximação com a temática ambiental inserida na área de RI e também foi o que me abriu
as portas para o mundo das simulações e pesquisa. Um ano depois, participei como diretora
assistente do comitê ONU Mulheres (2019) que tratava de desenvolvimento
socioeconômico das mulheres e mais uma vez me vi apaixonada pelo projeto. Ser diretora
assistente foi uma das melhores experiências da minha vida.
A temática ambiental tem grande importância para mim por não ser tão levada a
sério por vários segmentos de RI e pela sociedade em geral. Se preocupar com o Meio
Ambiente é imprescindível e é urgente a necessidade de falar sobre isso. A sustentabilidade
tem que estar presente na nossa vida cotidiana e o meu objetivo aqui é mostrar o que pode
acontecer caso esse assunto continue negligenciado.
Hoje, me apresentar como diretora de comitê é quase inacreditável. Mal posso
esperar para os dias de debates! Tenho certeza de que essa experiência irá me marcar para
sempre. Espero que as senhoras e os senhores tenham uma ótima experiência,
academicamente e pessoalmente. Estamos nos esforçando muito para que tudo corra bem
nos dias de simulação, com muito aprendizado e também diversão. Até outubro e bons
estudos!

Diretora Assistente – Ana Luiza Oliveira


Senhoras e senhores delegados, meu nome é Ana Luiza, tenho 20 anos e durante a
simulação estarei cursando o quinto período do curso de Relações Internacionais. Gostaria
de, primeiramente, dar boas vindas a todos vocês e dizer que é com grande alegria que me
3

apresento como diretora assistente do comitê UNDRR-2030. O meu primeiro contato com
o projeto foi no ensino médio, e assim como muitos de vocês, participei como delegada.
Foi uma experiência que me proporcionou uma nova forma de enxergar o mundo,
despertando meu interesse por áreas que até então eu desconhecia, sendo esta a razão de
eu ter escolhido, posteriormente, o curso de Relações Internacionais.
Na 20ª edição participei como voluntária no comitê de logística, o que me
proporcionou uma perspectiva distinta do projeto, já que pude auxiliar na sua
materialização, assim como permitiu que eu obtivesse maior aproximação do que é o
MINIONU. As questões ambientais são uma temática relativamente recente na minha
jornada acadêmica e é um assunto sobre o qual possuo bastante interesse, pois acredito ser
de fundamental importância que afeta a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo e
falar sobre isso pode promover mudanças inimagináveis.
Encontro-me bastante ansiosa para conhecê-los, assim como o comitê UNDRR
(2030), que está se empenhando ao máximo para proporcionar à vocês uma ótima
experiência. Estudem bastante e nos vemos em outubro!

Diretora Assistente – Isadora Vieira


Olá, senhores delegados! Chamo-me Isadora Vieira, tenho 20 anos, atualmente
estou cursando o 4º período de Relações Internacionais e esta será minha terceira
participação no MINIONU. Em 2018, pude participar como voluntária no comitê de
logística, onde aprendi a importância do trabalho em equipe para o bom desempenho do
projeto. Em 2019, minha participação foi como voluntária interna, no comitê COPUOS
sobre (2017), que discutiu o uso pacífico do Espaço Exterior. Neste comitê, pude entender
mais de perto como acontecem as dinâmicas ao longo das simulações, fato que fez com que
eu me interessasse ainda mais pelo projeto e tudo o que ele representa.
Por isso, nesse ano decidi que tentaria participar como diretora assistente e passei
para o UNDRR (2030), o que me deixou realmente muito feliz, pois era uma das minhas
primeiras opções! Escolhi esse comitê porque, em minha vida pessoal, a pauta
ambientalista sempre esteve presente, então me sinto realizada em poder estudar sobre a
mudança do clima e suas consequências. Acredito que, principalmente nos dias atuais, a
temática ambiental é de extrema pertinência para o desenvolvimento da sociedade.
Creio que as questões levantadas e as discussões dentro do comitê vão de alguma
forma impactar o nosso pensamento acerca das atitudes que tomamos no nosso dia-a-dia.
Por fim, gostaria de dizer que nossa equipe está empenhada em entregar um ótimo trabalho
4

para vocês! Estou muito ansiosa para nossas simulações, espero encontrá-los bem em
outubro, até lá!

Diretora Assistente – Maria Isabel Moreira

Olá delegados e delegadas, sejam bem vindos ao 21º MINIONU! Meu nome é
Maria Isabel Moreira, tenho 20 anos e durante o evento estarei cursando o quinto período
do curso de Relações Internacionais da PUC Minas. Sou de Campo Belo – MG e nesse ano
vou compor a mesa diretora como assistente no UNDRR 2030!
Minha passagem pelo MINIONU é relativamente recente, considerando que minha
primeira vez tendo contato com o projeto foi no segundo semestre do ano passado (2019)
como voluntária no Comitê Internacional de Imprensa. A experiência de participar do
comitê de imprensa foi, ao mesmo tempo, um desafio e uma fonte de aprendizagem pra
mim. Naquela oportunidade tive a obrigação de guiar meus delegados durante o evento,
então tive que assumir uma postura que não havia assumido antes, no sentido que nunca
tive tal responsabilidade. Também foi um momento muito divertido, fiz muitas amizades,
tanto com meus colegas de comitê quanto com os delegados, sem dúvidas o projeto me
ajudou muito a crescer na minha vida pessoal.
A questão ambiental está sendo uma boa surpresa pra mim, não imaginei que seria
tão bom falar sobre o assunto, infelizmente não tive muito contato com essa área antes o
que não me permitiu despertar certo interesse, o que tem acontecido agora que estou nesse
comitê. Ademais, um tema futurista é algo que me atrai muito, tenho especial apreço por
esse tipo de temática e logo me apaixonei pelo UNDRR 2030. Pesquisar e conhecer mais
sobre a redução de riscos de desastres e o papel da cooperação internacional nesse campo
tem sido muito interessante e tenho aprendido muito com essa experiência. Espero que
vocês também estejam animados para o nosso evento, estou ansiosa pra conhecê-los e
quero poder dividir momentos ótimos com vocês!

2. APRESENTAÇÃO DO TEMA

A ocorrência de desastres tem sido frequente ao redor do mundo. De acordo com


artigo publicado na revista Le Soir pela Universidade Católica de Lovaina (Bélgica), em
2019 mais de 8.000 pessoas morreram por conta de inundações, deslizamentos de terra e
ciclones e se calcula em mais de 135 bilhões de euros em danos foram gerados. Além disso,
5

quase 98 milhões de pessoas foram atingidas de alguma forma por catástrofes no mesmo
período, sendo os mais afetados os países da Ásia e da África (LE SOIR, 2019).
Para o Escritório das Nações Unidas para a Redução de Riscos de Desastres
(UNDRR, sigla em inglês), desastre é uma “grave ruptura do funcionamento de um (...)
sociedade envolvendo amplas perdas e impacto humanos, materiais, econômicos ou
ambientais, que excedem a capacidade da comunidade ou sociedade afetada para lidar
usando seus próprios recursos” (UNDRR, 2009, p. 9, versão livre)1. Segundo o a UNDRR
(2019), desastres podem ser causados pelo que a agência chama de perigos naturais.
Os perigos naturais são definidos pela UNDRR como “fenômeno natural que pode
causar perdas de vida, ferimentos ou outros impactos à saúde, danos à propriedade, perda
de meios de subsistência serviços, perturbações sociais e econômicas, ou danos ambientais”
(UNDRR, 2009, p. 20, versão livre) 2. Nesse comitê, o foco serão os desastres provocados
por perigos naturais3, resultado da mudança global do clima.
De acordo com relatório do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da
ONU (2019), 1.3 milhões de perderam suas vidas e 4.4 bilhões foram feridas nos últimos
vinte anos por conta de desastres, além das milhões de pessoas desabrigadas, deslocadas e
que precisaram de ajuda emergencial. Ainda segundo o mesmo relatório, 60 milhões de
pessoas foram afetadas por desastres apenas no ano de 2018 (DEPARTAMENTO DE
ASSUNTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DA ONU, 2019).
A frequência desses desastres tem aumentado nas últimas décadas, tendo como uma
das influências a mudança do clima e o aquecimento global, intensificados pela ação
humana (IPCC, 2012). Conforme relatório do IPCC (2012), a tendência, no entanto, é que
esses desastres se agravem e se tornem cada vez mais frequentes por conta alto nível de
emissão de gases poluentes (GEE) e consequente aquecimento da Terra.

Gráfico 1 - Aumento da temperatura global (1850 a 2018)

1
A serious disruption of the functioning of (…) a society involving widespread human, material,
economic or environmental losses and impacts, which exceeds the ability of the affected community
or society to cope using its own resources (UNDRR, 2009, p.9).
2
Natural process or phenomenon that may cause loss of life, injury or other health impacts,
property damage, loss of livelihoods and services, social and economic disruption, or environmental
damage (UNDRR, 2009, p. 20).
3
A partir desse momento, todas as vezes que o texto se referir a desastres causados por perigos
naturais será usado apenas o termo desastre.
6

Fonte: IPCC, Climate Change and Land (2019), p. 4, figura A.

Como demonstrado no gráfico 1 com o passar das décadas a temperatura média


global teve um aumento significativo, considerando os níveis pré-industriais (1850-1900).
De acordo com o IPCC (2019), apesar de parecer irrisório, esse “aquecimento resultou no
aumento da frequência, intensidade e duração de eventos relacionados ao calor4” (IPCC,
2019, p. 4, versão livre)5, além de secas, e chuvas fortes em várias regiões do mundo.
Ainda segundo o IPCC (2018), “estima-se que as atividades humanas causaram
aproximadamente 1,0°C do aquecimento global acima dos níveis pré-industriais, com um
intervalo provável de 0,8°C a 1,2°C” (IPCC, 2018, p. 4, versão livre)6. Esse aquecimento é
sentido em várias regiões terrestres (geralmente o aquecimento é maior na terra do que no
oceano), principalmente nos polos, onde esse fenômeno é duas a três vezes mais intensa.
De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC,
sigla em inglês), as mudanças climáticas são “uma alteração no estado do clima que pode
ser identificada por mudanças na média e/ou na variabilidade de suas propriedades, e que
persiste por um período prolongado, geralmente décadas ou mais” (IPCC, 2012, p. 29,
versão livre)7, que pode ser provocada “devido a processos internos ou pressões externas,
ou a alterações antropogênicas persistentes na composição da atmosfera ou no uso da terra”
(IPCC, 2012, p. 557, versão livre) Essas mudanças são observadas por cientistas há décadas
e o aquecimento da Terra tem sido pauta de debate entre tomadores de decisão em todo o
mundo.
4
[e.g.] Ondas de calor e secas prolongadas.
5
“Warming has resulted in an increased frequency, intensity and duration of heat related events”. (IPCC,
2019, p. 4.)
6
“Human activities are estimated to have caused approximately 1.0°C of global warming above pre-industrial
levels, with a likely range of 0.8°C to 1.2°C.” (IPCC, 2018, p. 4.)
7
“(…) alteration in the state of the climate that can be identified by changes in the mean and/or the variability
of its properties, and that persists for an extended period, typically decades or longer (…)”. (IPCC, 2012, p.
29.)
7

O gráfico 2 mostra a relação entre a temperatura terrestre (linha vermelha) e a


atividade solar (linha amarela) no período de 1880 a 2020. Nele, percebe-se que a
temperatura da Terra disparou em meados dos anos 1970, enquanto a irradiação solar
continuou estável. Isso significa que o sol não foi responsável pelo aumento da temperatura
terrestre observada no período estudado.
Gráfico 2 - Temperatura e Atividade Solar

Fonte: NASA/JPL-Caltech (2019).

Das causas apontadas pelos cientistas para o aquecimento sem precedentes que o
planeta vem sofrendo nas últimas décadas estão, principalmente, a queima de combustíveis
fósseis e a consequente emissão de gases de efeito estufa. De acordo com o PNUMA
(2019), a poluição do ar e as mudanças do clima estão profundamente relacionadas, visto
que a poluição causada por atividades humanas intensifica o efeito estufa que,
consequentemente, acelera o processo de aquecimento da temperatura terrestre.
O efeito estufa é um fenômeno natural que mantém a superfície terrestre aquecida o
suficiente para que a vida, da forma que conhecemos, seja possível. Esse fenômeno resulta
da presença de gases como o gás carbônico (CO2), metano (CH4) e dióxido de nitrogênio
(NO2) na atmosfera que absorvem o calor do sol. A emissão desses gases pela ação humana
intensifica o fenômeno e causam o aumento da temperatura da terra (USP, 2006), como
citado acima. De acordo com relatório do IPCC (2018), se não houver uma diminuição de
8

45% do nível de emissão de gases de efeito estufa até 2030 e a diminuição total dessas
emissões até 2050, as consequências ambientais e, como resultado, a ameaça à vida humana
serão irreversíveis (O Globo, 2018).
O objetivo deste comitê é discutir a questão ambiental e as consequências de um
estilo de vida predatório e poluidor no qual vivemos hoje. Partiremos, então, da abordagem
sobre vulnerabilidade e responsabilidade climática, pois as consequências do aquecimento
terrestre atingem os países de maneiras diferentes e, da mesma forma, cada um dispõe (ou
não) de meios diversos para lidar com os desastres. A questão dos responsáveis pelo
aumento sem precedentes de emissão de gases de efeito estufa também será abordada, visto
que é preciso identificar a causa dos problemas para que se possa resolvê-lo.
Em seguida, discutiremos os impactos dos desastres para as populações e para as
economias dos países. Esses impactos vão muito além de danos materiais e envolvem
questões como pobreza, imigração, fome, falta de recursos e etc. A partir disso,
discutiremos as melhores formas para lidar com os problemas decorrentes dos desastres.
Nesse comitê, a Terra já está sofrendo as graves consequências do aumento da temperatura
e é de extrema urgência a necessidade de encontrar uma solução.

2.1 Vulnerabilidade e Responsabilidade Climática


A vulnerabilidade climática de um país corresponde ao “grau de suscetibilidade de
um sistema aos efeitos adversos da mudança climática, ou sua incapacidade de administrar
esses efeitos” (IPCC, 2001, p. 6, tradução própria)8. Essas características variam de acordo
com sua localização geográfica, como também de sua situação social e econômica e
condições ambientais. Elas se apresentam na forma como os governos e a população dos
países lidam com os danos, dificuldades e mortes provocados pelos desastres (IPCC, 2001).
De acordo com o Índice Global de Risco Climático 2019 (GLOBAL CLIMATE
RISK INDEX 2019, 2019), os países em desenvolvimento, principalmente os mais pobres,
são os mais suscetíveis a sofrer com as consequências da mudança global do clima e,
portanto, são os mais vulneráveis. Os países ricos, por sua vez, são os mais preparados para
lidar com esses desastres (ECKSTEIN; HUTFILS; WINGES, 2019).
Apesar dos impactos que as mudanças do clima trazem, é fato que os índices de
emissão de gases na atmosfera diferem entre os países. Essa diferença é reconhecida pelo
Acordo de Paris (2015), o mais atual regime climático, no qual é reconhecido que os países

8
“ (…) the degree to which a system is susceptible to, or unable to cope with, adverse effects of
climate change, including climate variability and extremes.” (IPCC, 2001, p. 6)
9

têm “responsabilidades comuns porém diferenciadas e respectivas capacidades” (Acordo de


Paris, 2015), isto é, as responsabilidades de cada país em relação às mudanças climáticas
diferem a partir das características de cada país e da capacidade de estabelecerem um
desenvolvimento sustentável. É importante frisar que o modelo de desenvolvimento dos
países já desenvolvidos não foi pautado pela sustentabilidade, portanto, sua
responsabilidade para com a mitigação das mudanças climáticas e seus impactos são ainda
maiores.
Dentre os gases de efeito estufa mais emitidos, o gás carbônico (CO2) se destaca.
Segundo a Agência de Proteção Ambiental (Environmental Protection Agency – EPA9,
2019), agência estadunidense, desde os anos 1970, as emissões vindas da queima de
combustíveis fósseis e de processos industriais aumentaram em 90%, tendo contribuído com
78% do aumento da emissão total de gases de efeito estufa, GEE. Outros fatores que
contribuíram para esse aumento são, também, advindos da ação humana, como a agricultura,
desmatamento e outras mudanças no uso da terra (EPA, 2019).
Segundo o Word Economic Forum (2015), “a industrialização do mundo em
desenvolvimento está criando níveis insustentáveis de poluição.” (World Economic Forum,
2015, p. 23, versão livre)10. Os países desenvolvidos são responsáveis pela maior parte das
emissões de GEE. No gráfico 3, pode-se perceber que a China – país que mais vem
crescendo economicamente na atualidade – é o maior emissor de GEE, seguida por Estados
Unidos, União Europeia (composta por 28 países até então) e Índia.

Gráfico 3 - Emissões de gases de efeito estufa, por país

9
Sigla em inglês.
10
“The industrialization of the developing world is creating unsustainable pollution levels”. (World Economic
Forum, 2015)
10

Fonte: World Resource Institute (2019).

Ainda segundo o relatório do World Economic Forum (2015), os países em


desenvolvimento serão os mais atingidos por desastres relacionados ao clima e com
problemas relacionados à água, ambas consequências do aquecimento global. Isso significa
que aqueles que serão mais afetados pelas mudanças climáticas são os que têm menos
responsabilidade sobre causas do problema e menor capacidade de lidar com suas
consequências.
Segundo a OXFAM INTERNATIONAL (2017),

As mudanças climáticas estão ampliando o risco de desastres


climáticos extremos, aumentando o poder destrutivo de tempestades
e inundações. Ao mesmo tempo, o aumento do mar, a mudança dos
padrões das chuvas, a seca e outras mudanças de início lento estão
corroendo a terra, os recursos naturais e a segurança das pessoas e
ampliando as vulnerabilidades existentes (OXFAM
INTERNATIONAL, 2017, p. 4, versão livre) 11.

Ainda de acordo com a Oxfam International (2017), aproximadamente 21.8 milhões


de pessoas tiveram que se deslocar internamente em razão de desastres a cada ano, entre o
período de 2008 e 2016. Além de os habitantes de países mais pobres serem mais
propensos à obrigatoriedade de se deslocar por conta dos desastres (Oxfam International,
2017), “para os 2,6 bilhões de pessoas que vivem com menos de US $ 2 por dia os choques
climáticos podem desencadear espirais poderosas no desenvolvimento humano” (World
Health Organization, 2015, p. 25, versão livre) 12.
A vulnerabilidade dos países mais pobres será, então, ainda maior na medida em
que as consequências das mudanças do clima se tornarem mais severas. Segundo relatório
do IPCC (2011), os impactos econômicos dos desastres aumentariam ainda mais a
disparidade no bem-estar entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Isso se deve à
capacidade de adaptação desses países às mudanças do clima e suas consequências. Além

11
“Climate change is amplifying the risk of extreme weather disasters by increasing the destructive power of
storms and floods. At the same time, rising seas, shifting rainfall patterns, drought and other slow-onset
changes are eroding people‟s land, natural resources and security, and magnifying existing vulnerabilities.”
(OXFAM INTERNATIONAL, 2017, p. 4.)
12
“For the 2.6 billion people who live on less than US$ 2 a day, climate shocks can trigger powerful
downward spirals in human development” (WHO, 2015, p.25)
11

disso, segundo o WHO, “certas características como idade, sexo, etnia, classe social e casta
estão fortemente associadas à vulnerabilidade social” (WHO, 2015, p. 26, versão livre) 13.

2.2 Impactos sociais e econômicos dos desastres

Dentre os principais impactos dos desastres, os que se destacam são as perdas


econômicas e as perdas humanas. Segundo o Escritório das Nações Unidas para a Redução
do Risco de Desastres (UNDRR), entre os anos de 2000 a 2012, 2.9 bilhões de pessoas
foram afetadas por algum tipo de evento climático extremo (seca, terremotos, temperaturas
extremas, inundações, tempestades, atividades vulcânicas, etc.), havendo 1.2 milhão de
mortes nesses eventos. Esses desastres também geraram um prejuízo de cerca de US$ 1.7
trilhão de dólares, nesse intervalo de tempo.
Estima-se que, em longo prazo, ocorrerá diminuição e derretimento das calotas
polares, além do aumento da quantidade de ondas de calor e de precipitações fortes e
localizadas. Recursos como água potável ficarão mais escassos, principalmente em regiões
áridas e semiáridas.
Além disso, segundo o IPCC (2014), as mudanças do clima também afetarão a neve
das montanhas, a produtividade da agricultura, a biodiversidade de florestas e animais, a
geração de energia, o aumento no nível do mar e o aumento na ocorrência de doenças
causadas por exposição a inundações e secas. O número de mortes decorrentes desses
acontecimentos irá aumentar, principalmente entre crianças, idosos, comunidades de baixa
renda e grupos minoritários (NRDC, 2016).
Esses impactos intensificam ainda mais problemas já existentes na sociedade, como
a pobreza, fome, crises de refugiados, crises monetárias, etc.. Esses fatores impedem o
desenvolvimento sustentável dos países, visto que, nessas ocasiões, eles “enfrentam o
aumento dos níveis de possíveis custos e desafios ocultos para cumprir suas obrigações
financeiras e de outros tipos”. (UNDRR, 2015, p. 4)
As mudanças do clima afetam diretamente a disponibilidade e distribuição de
alimentos, assim como o acesso a eles, podendo levar a uma crise alimentar. De acordo
com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2011), “em 2050, o risco de fome deverá

13
“Certain characteristics such as age, gender, ethnicity, social class and caste are strongly associated with
social vulnerability” (WHO, 2015, p. 26)
12

aumentar de 10 a 20% em comparação a um cenário sem mudanças climáticas, apenas


devido a perdas de produtividade” (OMS, 2011, p. 25, versão livre) 14.
Ainda segundo a OMS (2011), é esperado um aumento de 21% na quantidade de
crianças desnutridas ao redor do mundo, sendo grande parte dessa porcentagem localizada
na África Subsaariana. O cenário pode ser ainda pior se considerarmos o aumento dos
preços dos alimentos devido às perdas de produtividade. Até 2060, os preços de produtos
alimentícios básicos como arroz, milho e trigo podem aumentar até 150%, graças ao
declínio da produção e diminuição das oportunidades de renda e do poder de compra dos
pequenos produtores. O número de trabalhadores sazonais dependentes da colheita e do
processamento da mesma também reduzirá (OMS, 2011).
Os desastres e suas consequências, como a falta de recursos, por exemplo, também
são a causa de grandes fluxos de migração. Segundo a Organização Internacional de
Migração (OIM, 2019), apenas em 2018 houve cerca de 28 milhões de deslocamentos em
148 países devido à desastres ambientais (ONU, 2019). No mesmo ano (2019), o Banco
Mundial estimou que, somente entre as regiões da América Latina, África Subsaariana e
sudeste Asiático serão mais de 143 milhões de migrantes por razões climáticas em 2050
(PODESTA, 2019).
Além disso, segundo Podesta (2019),

Embora os dois terços restantes dos deslocamentos sejam resultado


de outras crises humanitárias, está se tornando óbvio que as
mudanças climáticas estão contribuindo para os chamados eventos
de início lento, como desertificação, elevação do nível do mar,
acidificação dos oceanos, poluição do ar, mudanças no padrão das
chuvas e perda de biodiversidade (PODESTA, 2019, p.2, versão
livre)15.
Os desastres também afetarão a economia de todos os países, em vários quesitos.
Consideraremos, por exemplo, o PIB (Produto Interno Bruto) que, de maneira simplificada,
é “a medida padrão do valor adicionado criado pela produção de bens e serviços em um
país durante um determinado período” (OCDE, 2020, versão livre)16, ou seja, é a soma de

14
“By 2050, the risk of hunger is projected to increase by 10 to 20% compared to a no climate change
scenario, solely due to productivity losses.” (WHO, 2011, p. 25.)
15
“While the remaining two-thirds of displacements are the results of other humanitarian crises, it is
becoming obvious that climate change is contributing to so-called slow onset events such as desertification,
sea-level rise, ocean acidification, air pollution, rain pattern shifts and loss of biodiversity” (PODESTA, 2019,
p.2).
16
“Gross domestic product (GDP) is the standard measure of the value added created through the production
of goods and services in a country during a certain period. As such, it also measures the income earned from
that production, or the total amount spent on final goods and services (less imports)” (OCDE, 2020)
13

todos os valores de produção de bens e serviços produzidos por um país em um


determinado período de tempo.
O gráfico 4 mostra a tendência de crescimento de PIB de cada região, numa
perspectiva sem danos. Observa-se que todas as regiões têm crescimento significativo,
embora sejam em graus diferentes:

Gráfico 4 – Tendência de crescimento do PIB, projeção sem danos.

Fonte: OCDE (2015).

Em 2060, diferentemente das previsões apresentadas acima e como consequência


dos resultados dos desastres ambientais, as estimativas apontam perdas de 3,8% no PIB da
África Subsaariana, seguido por 3,7% no sul e sudeste Asiático, 3,3% no Oriente Médio e
norte da África. Considerando que grande parte dos países localizados nessas regiões são
relativamente pobres e com pouca capacidade de lidar com resultados tão bruscos, além das
previsões de que os países mais atingidos serão aqueles dos grupos com maiores taxas de
crescimento relativo nesse gráfico, essas porcentagens significam perdas expressivas
(OCDE, 2015). É importante frisar também que as projeções indicam que as mudanças
climáticas irá desacelerar o crescimento econômico, mas não irá pará-lo completamente até
2060.
14

2.3 Contextualização da pauta ambiental no ambiente político

Não é recente a discussão sobre as consequências do aumento da temperatura


terrestre e as consequências dos desastres ambientais decorrentes dela. A pauta ambiental,
porém, começou a ganhar importância no âmbito político apenas nas últimas décadas com a
criação de instituições como o IPCC (criado em 1988) e o UNFCCC (criado em 1992),
instituições que surgiram devido à necessidade de pesquisa e análise no que tange a pauta
climática e os resultados de mudanças climáticas (ONU, 2019).
Nesse contexto, foi criado mais tarde o Protocolo de Quioto, que foi estabelecido
em 1997 e tinha a expectativa de “estabilizar as concentrações atmosféricas de gases de
efeito estufa em um nível que impeça interferências perigosas no sistema climático”
(UNFCCC, 2008, p.12, versão livre)17. O Protocolo falhou em reduzir significativamente a
emissão de GEE (THE GUARDIAN, 2012), mas foi um passo muito importante para a
visibilidade da pauta no ambiente político e permitiu a criação do Acordo de Paris (2015),
seu sucessor.
O Acordo de Paris (2015) tem como objetivo “fortalecer a resposta global à ameaça
das mudanças climáticas, mantendo um aumento da temperatura global neste século abaixo
de 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais” (UNFCCC, 2019). O Acordo também
reconhece a assimetria de vulnerabilidade climática entre os países, assim como suas
também assimétricas responsabilidades climáticas. Esse foi vigorado a partir do ano de
2016 e foi assinado por 197 países e ratificado por 187, havendo apenas um país desistente.
O Escritório das Nações Unidas para a Redução de Riscos de Desastres (UNDRR,
sigla em inglês)18, criado em 2000, é resultado de várias décadas de discussões acerca de
desastres e tem por objetivo dar suporte para a implementação da Estratégia Internacional
das Nações Unidas para Redução de Desastres, além gerenciar ações relativas à redução de
desastres e diminuir a vulnerabilidade de comunidades aos perigos naturais para que os
países – principalmente os mais vulneráveis – consigam lidar com as consequências de
desastres cada vez mais frequentes. (SANCHES, 2018)
Fazem parte dessa Estratégia Internacional três documentos que foram escritos
sucessivamente, cada complementando ao antecessor. O primeiro deles foi a Estratégia de
Yokohama (1994 - 2004) e o Plano de Ação para um Mundo Mais Seguro que descrevem

17
“The Kyoto Protocol shares the ultimate objective of the Convention to stabilize atmospheric
concentrations of GHGs at a level that will prevent dangerous interference with the climate system”.
(UNFCCC, 2008, p.12)
18
Antes o escritório tinha o nome de UNISDR - United Nations International Strategy for Disaster
Reduction. (SANCHES, 2018)
15

diretrizes para prevenção e mitigação de desastres, juntamente com o documento


estratégico (1999) chamado Um Mundo Mais Seguro no Século que descrevia metas para a
Estratégia Internacional para Redução de Riscos de Desastres. Em seguida, em 2005, após
o desastre ocorrido no Oceano Indico no final de 2004, foi criado o Quadro de Ação de
Hyogo (2005 - 2015) que tinha como algumas de suas principais metas a priorização da
redução de riscos, incentivo ao planejamento do desenvolvimento socioeconômico e uso da
terra e de recursos naturais como formas de prevenir os desastres. (SANCHES, 2018)
Em 2015, na Terceira Conferência Mundial das Nações Unidas para a Redução de
Riscos de Desastres, foi criado o Marco de Sendai (2015 - 2030), que tem por objetivo
“construir a resiliência das nações e comunidades frente aos desastres”, além de

(...) identificar modalidades de cooperação com base nos


compromissos para implementar um quadro pós-2015 para a
redução do risco de desastres [e] considerar a experiência adquirida
com estratégias/instituições e planos regionais e nacionais para a
redução do risco de desastres e suas recomendações, bem como
acordos regionais relevantes no âmbito da implementação do Marco
de Ação de Hyogo (seu antecessor) (MARCO DE SENDAI PARA
A REDUÇÃO DO RISCO DE DESASTRES 2015-2030, 2015)

O Acordo de Paris e a Estratégia da ONU para a Redução de Riscos e Desastres são


documentos complementares, já que “reduzir a exposição a riscos, diminuir a
vulnerabilidade de pessoas e propriedades, manejar com sabedoria (...) o meio ambiente e
melhorar a preparação e o alerta precoce para eventos adversos são exemplos de redução de
riscos de desastres” (UNDRR, 2019). O não cumprimento das metas estabelecidas em
ambos pode agravar ainda mais a situação das mudanças climáticas nos próximos anos.

2.4 Adaptação e resiliência às mudanças do clima

O conceito de adaptação, dentro da pauta climática, se refere às “mudanças nos


processos, práticas e estruturas para moderar possíveis danos ou se beneficiar de
oportunidades associadas às mudanças climáticas” (UNFCCC, 2020, versão livre)19. Isso
quer dizer que para lidar com as consequências das mudanças climáticas é necessário que
adaptemos nosso modo de vida e de produção como um todo.

19
“(…) changes in processes, practices, and structures to moderate potential damages or to benefit
from opportunities associated with climate change” (UNFCCC, 2020).
16

Essa adaptação é extremamente necessária para que os danos provocados por


desastres sejam minimizados, ao mesmo tempo em que comunidades se tornam resilientes20
a eles. No entanto, a adaptação depende de um processo longo de conscientização, assim
como descrito pela UNFCCC:
A adaptação bem-sucedida não depende apenas dos governos, mas
também do engajamento ativo e sustentado das partes interessadas,
incluindo organizações nacionais, regionais, multilaterais e
internacionais, setores público e privado, sociedade civil e outras
partes interessadas relevantes, bem como uma gestão eficaz do
conhecimento (UNFCCC, 2020, versão livre)21.
A necessidade de adaptação é detalhada no Acordo de Paris, de forma a reconhecer
também que os países têm necessidades diferentes de adaptação, já que os processos de
desenvolvimento, estilo de vida e produção foram/são diferentes. O Marco de Sendai
também usa do conceito para promover medidas de redução de riscos de desastres.
Ademais, está estipulado no Marco de Sendai sete metas “entre as quais se destacam
a redução substancial da mortalidade global em desastres, a diminuição do número de
pessoas afetadas e das perdas em relação ao produto interno bruto (PIB) global, entre
outras” (NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2015) a serem alcançadas nos próximos 15 anos, ou
seja, até a data limite do marco.

3. APRESENTAÇÃO DO COMITÊ

O Escritório das Nações Unidas para a Redução de Riscos de Desastres (UNDRR,


sigla em inglês) foi criado em 1999 como um secretariado dedicado para facilitar a
implementação da Estratégia Internacional para Redução de Desastres das Nações Unidas22
(UNDRR, 2019). É uma unidade organizacional do Secretariado da Organização das
Nações Unidas (ONU) que é presidida pela Representante Especial do Secretário Geral da
instituição para a Redução de Riscos de Desastres, Mami Mizutori.

20
“A capacidade de um sistema, comunidade ou sociedade exposta a riscos de resistir, absorver, acomodar,
adaptar, transformar e recuperar dos efeitos de um perigo de maneira oportuna e eficiente, inclusive através da
preservação e restauração de suas estruturas básicas essenciais e funções através da gestão de riscos”
(UNDRR, 2020, versão livre).
21
“Successful adaptation not only depends on governments but also on the active and sustained engagement
of stakeholders including national, regional, multilateral and international organizations, the public and
private sectors, civil society and other relevant stakeholders, as well as effective management of knowledge.”
(UNFCCC, 2020)
22
Originalmente a sigla para se referir ao Escritório era UNISDR e passou a ser UNDRR em 2019.
17

A UNDRR organiza e convoca conferências (Global Plataforms) de dois em dois


anos para “stakeholders”23 debaterem sobre a redução de riscos de desastres,
desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas. As conferências mundiais, também
organizadas pela UNDRR e convocadas pela Assembleia Geral da ONU, acontecem com a
presença de líderes e representantes de países, acadêmicos, ONGS, etc., com o objetivo de
encontrar soluções para lidar com desastres, além de estimular a divulgação e
compartilhamento de boas práticas relacionadas à gestão de desastres.
Houve apenas três conferências mundiais até hoje, a primeira em 1994 (que deu
origem a Estratégia de Yokohama), a segunda em 2005 (que deu origem ao Quadro de
Ação de Hyogo) e a última tendo ocorrido em 2015 na cidade de Sendai, no Japão. Nela foi
estabelecida o “Marco de Sendai” para Desastres e Redução de Riscos (Sendai Framework
for Disaster and Risk Reduction), documento que tem como objetivo principal estabelecer
orientações acerca da prevenção e mitigação de desastres, assim como medidas para
aumentar a resiliência dos países frente a esses perigos, como também tornar a resposta dos
países a esses desastres mais rápida e efetiva. Esse acordo será válido até 2030 (UNDRR,
2019; SANCHES, 2018).
Sobre o comitê UNDRR (2030): Segundo relatório de 2018 do IPCC, no ano de
2030 o planeta irá ficar 1,5° Celsius mais quente, o que irá causar em pouco tempo “seca
extrema, incêndios, inundações e escassez de alimentos para centenas de milhões de
pessoas” (CNN, 2018). Esse é o mesmo ano que se encerra o prazo de efetividade do Marco
de Sendai e prazo limite para cumprimento das metas estabelecidas no Acordo de Paris
(2015) para Mudanças Climáticas.
O UNDRR (2030): 4° Conferência Mundial da ONU para Redução de Riscos de
Desastres é um comitê futurista que ocorrerá numa circunstância pessimista sobre a
efetividade dos acordos citados acima. Nele, a previsão do IPCC está se concretizando e é
iminente a incidência de desastres causados por desastres. Planos para reduzir os efeitos dos
mesmos devem ser feitos com urgência.
O comitê ocorrerá no ano de 2030 em Genebra, Suíça, e terá vinte e três (23)
delegações, tendo, dentre elas, dois (2) membros observadores24, além da delegação de
imprensa. Ele será em língua portuguesa e irá seguir o modelo tradicional de moderação

23
A tradução que mais se encaixa a esse termo é partes interessadas. No âmbito ambiental, além
de influenciar diretamente nas mesmas, visto que esse grupo normalmente é formado por
pesquisadores e Think Tanks em sua maioria também darão legitimidade para as discussões e
decisões tomadas no campo (UN environment, 2019).
24
Vide Tabela de Delegações, p. 30.
18

(por lista). As resoluções propostas serão de caráter recomendatório, o que não anula a
urgência da situação e a necessidade de se tomar uma decisão rapidamente.

4. POSICIONAMENTO DOS PRINCIPAIS ATORES

Nessa seção algumas posições chave serão descritas. É importante frisar, porém,
que essas posições representam vários países. Esse comitê não faz diferenciação de
importância, sendo todos os países igualmente relevantes para as discussões.

4.1 Kiribati

As mudanças climáticas ameaçam profundamente as ilhas de Kiribati. Estima-se


que em aproximadamente 15 anos esse conjunto de ilhas se tornará inabitável por conta,
principalmente, do aumento do nível do mar, desencadeado pelas mudanças climáticas e o
aumento da temperatura terrestre. O país e seus habitantes estão em estado de alerta desde
1989, visto que muitas áreas das ilhas habitadas já estão sendo invadidas pela água do mar.
O arquipélago tem índices de poluição insignificantes e, mesmo assim, já está sofrendo
com as consequências das mudanças climáticas (EL PAÍS, 2018).
Em razão de todas as ameaças que o país e seus habitantes sofrem, Kiribati tem sido
ativo na luta contra as mudanças climáticas. Uma figura notável seria Ioane Teitiota,
morador do arquipélago que buscou asilo como refugiado climático e com isso iniciou
debates sobre o tema, inclusive na ONU. Seu pedido de refúgio foi negado pela Nova
Zelândia e assim, Teitiota teve que retornar para Kiribati, onde vive em situações precárias
com sua família.
Apesar de tudo que a população vem passando, o presidente do país, Taneti
Maamau não acredita que as mudanças climáticas estão acontecendo por conta da ação
humana (THE WASHINGTON POST, 2018) e, por isso, “anunciou a intenção oficial de
seu governo de „deixar de lado o cenário enganoso e pessimista de uma nação deserta e
afundando‟” (THE WASHINGTON POST, 2018, versão livre)25.

25
“(…) has announced his government’s official intention to “put aside the misleading and
pessimistic scenario of a sinking, deserted nation” (THE WASHINGTON POST, 2018)
19

4.2 Estados Unidos

Os Estados Unidos são o segundo maior emissor de gases de efeito estufa do


mundo, tendo contribuído com 16% da emissão total desses gases (UCS, 2019). Em 4 de
novembro de 2019, o presidente Donald Trump anunciou a saída do país do Acordo de
Paris (2015), seguindo suas promessas eleitorais e a onda cética às mudanças climáticas. O
Climate Action Tracker (CAT) considera os esforços americanos de combate às mudanças
climáticas como “criticamente insuficientes”.
Ainda que as responsabilidades sobre as emissões atuais sejam conferidas ao país,
o governo atual não reconhece esse fato. Segundo o New York Times (2017), a
administração Trump acredita que fazer parte do Acordo de Paris para Mudanças
Climáticas (2015) prejudicaria a economia e o mercado de trabalho.
O país, que tem apenas 4% da população mundial, é responsável por um terço do
excesso de dióxido de carbono na atmosfera, sendo que foram emitidas 16,2 toneladas de
CO2, por pessoa, apenas no ano de 2014 (New York Times, 2017). De acordo com o
Climate Interactive (Climate Interactive apud New York Times, 2017), os EUA esgotaram
sua “cota” de poluição em 1944.

4.3 China

Em 2011, o país sofreu com uma grande poluição atmosférica e com isso começou
com um plano nacional de interrupção do crescimento do uso de carvão, o que melhoraria a
qualidade do ar e reduziria as emissões gerais de gases de efeito estufa do país (TIME,
2019). Até 2030, o país se comprometeu a tentar produzir 20% da sua energia de fontes não
poluidoras (ASIA PROGRAM, 2018).
A China atualmente é o maior emissor de gases de efeito estufa em todo planeta,
contribuindo com 29% das emissões totais (UCS, 2019). O país está propenso a vários tipos
diferentes de desastres naturais, como inundações, secas e tufões, que irão afetar,
principalmente, os rios, o suprimento de comida e a infraestrutura chinesas (ASIA
PROGRAM, 2018).
Ao contrário dos Estados Unidos, o país se comprometeu a cumprir as metas do
Acordo de Paris (2015). É o maior investidor em energia renovável do mundo, tendo se
tornado o maior produtor de lâmpadas econômicas, turbinas eólicas, painéis solares,
aquecedores solares e baterias de carro elétricas e menos de duas décadas. Com isso, o país
20

encontrou no mercado “limpo” de energia uma forma muito benéfica de lucrar (ASIA
PROGRAM, 2018).

4.4 Índia

Por conta de seu clima, a Índia é um dos países que mais sofre com inundações e
ciclones. É o terceiro maior emissor de gases poluentes. O país tem o desafio de
desenvolver enquanto tenta cumprir as metas do Acordo de Paris (2015), tendo que lidar
com problemas de pobreza extrema por exemplo. Ao mesmo tempo, a Índia é um dos
maiores produtores e exportadores de carvão do mundo, tendo boa parte da sua matriz
energética pautada nesse produto (Carbon Brief Profile, 2019).
A dificuldade da Índia de diminuir suas emissões está estreitamente ligada ao
desenvolvimento do país, visto que grande parte da sua população depende da agricultura e
silvicultura (UNDP, [2019]), por exemplo, que, por sua vez, são responsáveis por 23% das
emissões de gases de efeito estufa (ONU, 2019).
O país, para cumprir as metas do Acordo de Paris (2015) e diminuir as emissões
indianas, investe fortemente em uso e desenvolvimento de energias renováveis (UNDP,
2009). O Plano Nacional de Ação sobre Mudanças Climáticas (NAPCC) abrange desde
proteção climática até a adaptação às mudanças climáticas: “define oito prioridades como
Missões Nacionais: energia solar; eficiência energética; habitação sustentável; água;
preservação do ecossistema no Himalaia; reflorestamento; Agricultura sustentável; e gestão
estratégica do conhecimento” (UNDP, 2019, versão livre)26.

5. QUESTÕES RELEVANTES PARA A DISCUSSÃO


● Quais são os impactos sociais e econômicos dos desastres resultantes das mudanças
climáticas no cenário proposto?
● Quais são os meios para reduzir os impactos dos desastres ambientais de forma rápida
efetiva?
● Qual o papel dos países desenvolvidos na redução de riscos de desastres?
● Qual o papel das instituições internacionais e regionais na diminuição de riscos e
incidência de desastres?

26
“(…)defines eight priorities as National Missions: solar energy; energy efficiency; sustainable
housing; water; preservation of ecosystem in the Himalayas; reforestation; sustainable agriculture;
and strategic knowledge management.” (UNDP, 2019)
21

● Quais são as implicações da vulnerabilidade dos países para a estratégia de redução de


danos?
● Qual o impacto do processo de desenvolvimento dos países na responsabilidade
climática dos mesmos?
● O que fazer para reverter o processo das mudanças climáticas?
● Quais são as consequências do desaparecimento de países ilha?
● Quais são as melhores formas de lidar com crises relacionadas aos desastres
ambientais?
● De que forma a promoção do desenvolvimento sustentável e da adaptação de países
vulneráveis pode acontecer?
● O que fazer daqui em diante frente ao cenário climático e a incidência de desastres?
● Qual será o tema central do marco sucessor ao Marco de Sendai?
22

6. REFERÊNCIAS

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28

7. ANEXOS

Figura 1: Gráfico – Quem está sendo prejudicado pelas mudanças climáticas

Fonte: Center for Global Development (2015)

Figura 2: Gráfico – Quem causou as mudanças climáticas historicamente


29

Fonte: Center for Global Development (2015)

Figura 3: Gráfico – Quem está causando as mudanças climáticas hoje em dia

Fonte: Center for Global Development (2015)


30

8. TABELA DE DELEGAÇÕES

Delegação Status

Alemanha Membro Oficial

Bangladesh Membro Oficial

Brasil Membro Oficial

Canadá Membro Oficial

China Membro Oficial

Emirados Árabes Membro Oficial

Estados Unidos Membro Oficial

Etiópia Membro Oficial

Filipinas Membro Oficial

Haiti Membro Oficial

Honduras Membro Oficial

Índia Membro Oficial

Indonésia Membro Oficial

Japão Membro Oficial

Kiribati Membro Oficial

Maldivas Membro Oficial

Nova Zelândia Membro Oficial

Organização para a Cooperação e


Membro Observador
Desenvolvimento Econômico (OCDE)

Painel Intergovernamental sobre Mudanças


Membro Observador
Climáticas (IPCC)
31

Quênia Membro Oficial

Reino Unido Membro Oficial

Timor-Leste Membro Oficial

Tuvalu Membro Oficial

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