Prova P2
Prova P2
Prova P2
Questão 02
Fuselagem é, em termos leigos, o corpo de uma aeronave. É o componente onde
se é fixada grande parte do restante da aeronave, como as asas, a empenagem e, em
grande parte de aviões de pequeno porte, o motor e seus acessórios. Além de ser
utilizada para fixação dos outros componentes da aeronave, esta tem a finalidade de
alojar a carga paga a ser transportada. A fuselagem é feita de forma oca devido a
redução de massa e, como dito, para que seu espaço interno seja utilizado para o
transporte da carga paga.
Este componente também serve para posicionar superfícies de controle e
estabilização em relações específicas com as superfícies de sustentação, o que é
importante para manutenção da estabilidade e manobrabilidade da aeronave, ou seja, a
forma da fuselagem é um parâmetro importante de projeto não somente em relação a
carga paga suportada mas também visando maior estabilidade do avião em questão. A
Figura 5 apresenta uma aeronave e em destaque a sua fuselagem.
Figura 5 - Representação da fuselagem em uma aeronave
Assim como outras partes da aeronave, o formato da fuselagem é normalmente
determinado pela característica de operação da aeronave em projeto. Um avião
supersônico, por exemplo, apresente uma fuselagem fina e esguio para se reduzir o
arrasto associado à alta velocidade; aviões para transporte de passageiros, no entanto,
apresentam fuselagens largas para que seja possível o transporte do máximo número
de pessoas.
O tipo de operação do avião também define como os componentes estão
dispostos pela fuselagem. Aviões para transporte de passageiros apresentam o cockpit
dos pilotos à frente da fuselagem, os passageiros são posicionados na parte traseira e
os motores (juntamente do combustível) são colocados nas asas. Em contraponto,
aviões de combate normalmente apresentam o cockpit na parte superior da fuselagem
e os motores e combustível alocados na parte traseira da mesma, sendo as asas
utilizadas para o transporte das armas utilizadas em combate. A Figura 6 apresenta os
dois tipos de aeronaves citadas para melhor visualização da comparação entre os tipos
de fuselagens.
(a) (b)
Figura 6 - Aeronaves do tipo (a) de transporte de passageiros e (b) de combate
A classificação dos tipos de fuselagens pode ser dada em relação ao tipo de
estrutura, sendo então divididas em três grupos: fuselagem de estrutura treliçada,
monocoque e geodésica.
i. Fuselagem treliçada - ainda em uso em diversas aeronaves de carga, esse tipo de
estrutura é feita utilizando treliças, ou tubos sem costura. A armação total, ou seja,
o conjunto de treliças formando a fuselagem, pode ser construída utilizando-se
madeira, geralmente revestida de comprensada, porém, nos casos utilizados para
aeronaves de carga citadas, se tem a utilização de treliças de aço soldadas. Podem
ser utilizadas também longarinas como suporte da fuselagem treliçada,
possibilitando o revestimento da estrutura e assim gerando uma forma com
melhor eficiência aerodinâmica. A Figura 7 apresenta uma estrutura do tipo
treliçada para melhor representação.
(a) (b)
Figura 9 - (a) Vickers Welligton e (b) secção da fuselagem do avião Warwick
Obs.: A evolução lógica deste tipo de estrutura de fuselagens utilizando madeira
comprensada, onde múltiplas camadas são dispostas em direções opostas foi a criação
da fuselagem tipo monocoque, já apresentada acima.
Questão 03
Figura 10 - Altímetro
A cápsula aneroide sofre variações da pressão atmosférica que circula pelo
instrumento e, dessa forma, produzem um movimento de dilatação e contração da
cápsula que é transmitido, através de um mecanismo e convertido o valor da pressão
estática para uma escala linear de altitude (representada geralmente em pés). A
dilatação da cápsula aneroide aumenta com a diminuição da pressão ambiente que é
convertida para a escala do mostrador, indicando altitudes maiores; enquanto a
contração ocorre com o aumento da pressão ambiente e, consequentemente a
indicação de altitudes menores.
A Figura 11 apresenta um esquemático de um altímetro, indicando seus principais
componentes.
Um motor a reação, também conhecido como motor a jato ou ainda apenas como
reator, é um motor que expele um jato rápido de algum fluido para gerar uma força de
impulso, utilizando-se do princípio imposto pela Terceira Lei de Newton. Esta
caracterização de motores incluem os motores turbojato, turbofan, pulso jato, ramjets
(estado jato), scramjets e até mesmo foguetes.
O princípio de funcionamento destes tipos de motores se baseia, como dito
anteriormente, na terceira Lei de Newton: “Toda ação aplicada provoca uma reação
de igual intensidade e direção, e sentido contrário”. Dessa maneira, motores dessa
categoria propulsionam aeronaves liberando fluídos em alta velocidade em um sentido
e, consequentemente, a aeronave é impulsionada no sentido oposto. A Figura 12
apresenta o principio mencionado.
Figura 25 - Antonov An-25, avião com asa alta para transporte de carga
Também se encontra este tipo de configuração em aeronaves de treinamento de
pilotos iniciantes devido ao fato de aeronaves desse tipo apresentarem um maior nível
de estabilidade em voo, ou seja, manobrabilidade reduzida, fazendo assim com que
comandos possam ser facilmente revertidos e que a aeronave realize um voo com
poucas perturbações devido a fatores internos. Outra vantagem dessa configuração em
relação as aeronaves de asa baixa é na aplicação de voos panorâmicos; quando se tem
o posicionamento da asa na parte inferior da fuselagem esta atrapalha a visão tanto do
piloto quanto de passageiros. Também devido a esse fator que operar aeronaves de asa
alta apresenta um nível de segurança maior, principalmente para pilotos iniciantes, já
que não há a obstrução da vista do piloto devido a asa.
A configuração de aeronaves com asas altas apresentam algumas desvantagens
em relação à suas contrapartes. Em relação a visibilidade, enquanto apresentam
melhor visibilidade para os passageiros da região sobre a qual estão sobrevoando, faz
com que o piloto tenha visão reduzida, algo que não ocorre no caso de outras
configurações, principalmente para asas baixas, onde a asa permanece praticamente
fora do plano de vista do piloto, possibilitando maior visibilidade em manobras ou até
mesmo em combate, por esse motivo que aviões para essa aplicação não utilizam
deste tipo de configuração de posicionamento de asa, Figura 26.
Questão 07
Questão 08
Questão 09
Questão 10
Hélices com passo variável são o tipo de hélices que apresentam um mecanismo
que é capaz de girar as pás ao redor de seu eixo longitudinal afim de mudar o passo da
hélice. O objetivo de variar o ângulo da pá com uma hélice de passo variável, é
manter um ângulo ótimo (maximizando o a razão de sustentação por arrasto) nas pás
da hélice enquanto a velocidade do avião varia. Este tipo de controle que era no início
feito manualmente pelo piloto, passou a ser feito por sistemas automáticos que
compensam o momento provocado pela centrifugação nas pás com contrapesos numa
mola e com as forças aerodinâmicas nas pás.
O principio de funcionamento desta configuração é dado da mesma forma que o
principio da própria hélice. Como tem-se que o passo de uma hélice é dependente do
ângulo que a pá faz com a direção de deslocamento, aumentando este ângulo tem-se
um aumento no passo e, da mesma forma, ao diminuir este ângulo, temos uma
redução no passo da hélice. Uma representação esquemática deste principio é dado na
Figura 32.
Figura 32 - Principio de funcionamento de uma hélice de passo variável
Existem hélices de passo variável onde as pás podem ser rodadas paralelamente
ao escoamento para reduzir a resistência e aumentar a distância total de planeio em
caso de falha do motor. Isto é denominado feathering, que corresponde, do inglês, a
deixar o avião mais leve em aspectos aerodinâmicos, oferecendo menos resistência
aerodinâmica de modo a poder planar por uma maior distância. As hélices com
feathering foram desenvolvidas para caças militares antes da Segunda Guerra por
estarem mais sujeitos a falhas e panes em combates.
Conclusão do trabalho