21-01-06 SBCP
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ARTIGO ORIGINAL
RESUMO SUMMARY
O autor relata sua experiência com uma técnica pessoal que, The author presents his experience with a personal technique
inicialmente, foi utilizada para correção de ptose da pele da used, in the initial cases, for correction of sub-eyebrow skin
reborda orbitária (pele subsuperciliar) sobre a pálpebra, a qual é ptosis over the upper eyelid, a frequent occurrence after an
resultado insatisfatório de blefaroplastia superior, executada iso- upper blepharoplasty performed without a concomitant
ladamente em pacientes com indicação de ritidoplastia fronto- temporal and frontal lifting. Initially, the author makes a brief
temporal. Inicialmente, o autor faz algumas considerações histó- historical report about the incisions in blepharoplasty. The
ricas sobre os acessos utilizados na blefaroplastia. A via de acesso access way for this procedure is a sub-eyebrow zigzag
da técnica também facilita o acesso às regiões frontal e glabelar incision that can be used for frontal and glabelar procedures
e pode, em certos pacientes, ser utilizada para blefaroplastia and also for primary blepharoplasties in some patients. It is
primária. É uma incisão em ziguezague ou W, junto aos pêlos a zigzag or W sub-eyebrow incision, below and between the
inferiores do supercílio, seguida de descolamento supra-orbicular inferior eyebrow hairs, followed by a subcutaneous under-
e, por este campo, são realizados os demais tempos para o mining and orbicularis muscle incisions to treat the fat pads
tratamento de bolsas, excessos de gordura retro-orbicular (Roof), and Roof excesses, to ascend the eyelid’s lateral corner and
levantamento do canto lateral e ressecção do excesso cutâneo, to perform a resection of the skin excess, making a true upper
fazendo um verdadeiro lifting da pálpebra superior. Ao longo dos eyelid lifting. In the studied period along the past 6 years, 42
últimos 6 anos, foram operados 42 pacientes por esta técnica e, patients were submitted to this technique and the author
durante o período estudado, o autor ampliou as indicações. Estas extended the indications, listed in a selection of patients.
estão relacionadas na seleção dos pacientes para o método High satisfaction levels with the initial results and few
utilizado. Os resultados iniciais foram altamente satisfatórios, com complications were observed. All the patients had
baixo índice de complicações e, no acompanhamento tardio, important aesthetic improvement. The author concludes
todos os pacientes obtiveram melhora estética importante. O that this new method is a simple and safe solution for
autor conclui que esta nova abordagem representou uma solu- correction of bad results in eyelid surgery and a new
ção simples e segura para correção de maus resultados em cirurgia alternative to upper blepharoplasty.
palpebral e uma nova alternativa para a blefaroplastia superior.
Descritores: Pálpebras, cirurgia. Blefaroplastia. Cirurgia plástica. Descriptors: Eyelids, surgery. Blepharoplasty. Surgery, plastic.
1. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e Membro do Staff do Serviço Credenciado da Clínica Fluminense de Cirurgia Plástica.
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A aponeurose epicraniana noFranco
Blefaroplastia
segundoT ettempo
superior al.
ascendente
da reconstrução de orelha
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Figura 1 - A e B: Incisão em ziguezague, com as pontas superiores entre os pêlos superciliares, em bisel frontal acentuado para
preservação folicular. C: Área de descolamento supra-orbicular limitado ao total da ressecção calculada pela tração mostrada em D.
A B
C D
Figura 2 - Acesso às bolsas orbitárias interna e média. A: tratamento de bolsas após ressecção do Roof. No canto externo,
vê-se a sutura do músculo. B: Acesso às bolsas antes da exérese da gordura retro-orbicular.
A B
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Blefaroplastia superior ascendente
Figura 3 - A: Incisão muscular abaixo da reborda orbitária. B: Descolamento retro-orbicular. C e D: Exérese de excesso lateral do Roof. E:
Completando a exérese mais medialmente. F: Ressecado o excesso de gordura vê-se a reborda e septo orbitários ao fundo.
A B
C D
E F
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Figura 4 - A: Ressecção de cunha lateral de músculo orbicular. B: Passando fio de nylon incolor 5-0, no periósteo da reborda
orbitária e na borda inferior do músculo orbicular. C: Fechando segundo ponto de fixação ao periósteo. D: Na comparação,
observa-se ascensão do canto lateral da pálpebra superior direita. Observar a diferença sofrida na marcação
do sulco palpebral direito em relação ao lado esquerdo.
A B
C D
procurando identificar vasos e evitando ultrapassar a ocorre com a tração da pele, para evitar hipocorreção.
reborda para a preservação de ramos nervosos. Nesta área, A ressecção acompanha o formato em ziguezague da incisão
realiza-se minuciosa hemostasia por eletrocoagulação, de- original (Figuras 5A e 5B).
vido ao rico plexo vascular. Pontos simples de nylon 6-0 aproximam as pontas do retalho
As bordas do orbicular são, então, suturadas. Se for desejada aos seus respectivos pontos de encaixe e uma sutura contínua
ascensão do canto lateral, pode-se ressecar um segmento completa o fechamento (Figuras 5C e 5D). O curativo é feito
calculado para a ascensão desejada, de músculo orbicular apenas com fita cirúrgica. Após a retirada da sutura, é recomen-
(Figura 4A), e ancorar a borda inferior do músculo, com um ou dável o uso de fitas, continuamente, por mais 7 dias e, se possível,
dois pontos, ao periósteo da reborda orbitária (Figuras 4B e 4C) ao menos durante a noite até o 30o dia.
e, em seguida, suturar o músculo orbicular. A Figura 4D mostra a
elevação do canto palpebral externo.
O excesso de pele é ressecado sob tração da pele desco-
RESULTADOS
lada para cima, evitando deixar as pálpebras abertas por O grau de satisfação foi elevado sob o ponto de vista dos
ressecção excessiva, mas é prudente entreabrí-las um pouco, pacientes. Sempre resultaram cicatrizes dificilmente perceptí-
para compensar a suave elevação das sobrancelhas que veis. O grau maior de satisfação foi alcançado nos casos em
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A B
C D
que foi feito o ancoramento ao periósteo e ressecada a aumentar espessura ou imitar supercílios e consegue disfarçar
quantidade correta de pele e músculo orbicular. Não ocorre- cicatrizes em casos de pacientes com poucos pêlos nas sobran-
ram maus resultados. Entretanto, em nossa avaliação, conside- celhas (Figura 7).
ramos 7 (16,67%) resultados insuficientes. Em 5 destes pacientes, O desengorduramento retro-orbicular, em todos os ca-
ocorreu menor grau de correção por insuficiente ressecção e sos em que foi feito, proporcionou excelentes resultados
falta de ancoramento, e, em 2, a cicatriz da blefaroplastia estéticos.
primária, que não era de boa qualidade, ficou visível após a Não ocorreu rebaixamento dos supercílios. Com freqüên-
cirurgia. Deve-se examinar, portanto, cuidadosamente, a qua- cia observou-se pele mais escurecida, temporariamente, logo
lidade da cicatriz anterior, pois a ascensão desta cicatriz, acima abaixo dos supercílios. Isto se deve ao fato de que a pele
do sulco órbito-palpebral, poderá ser motivo de queixas. ressecada é mais clara do que a pele situada acima do sulco
Em duas pacientes com supercílios artificiais por micropig- palpebral que ascende para ser suturada ao supercílio. Dentro
mentação e em outra em que estes eram finos e com pêlos dos primeiros 6 meses, esse efeito desaparece. Resultados
esparsos, e havia a intenção de micropigmentar, foram feitas imediatos e tardios podem ser observados nas Figuras 6 a 10.
incisões lineares também com bons resultados, mas não as Como complicações, tivemos dois casos de hematoma em
recomendamos para pacientes com supercílios normais. A uma das pálpebras, no espaço criado pela ressecção do Roof,
micropigmentação constitui-se em bom método auxiliar para devido a insuficiente hemostasia.
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A B
C D
Figura 7 - A: Paciente de 66 anos, duas blefaroplastias anteriores, queixa de excesso sobre os sulcos palpebrais. B: Cirurgia realizada
com incisão linear, pois a paciente desejava pigmentação das sobrancelhas, que realizada posteriormente disfarçou as cicatrizes.
Resultado de 1 ano de pós-operatório.
A B
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A B
C D
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Figura 9 – A e C: Paciente com 28 anos, queixa de insatisfação com o formato e espessura das pálpebras
superiores. B e D: Resultado obtido após 1 ano com a blefaroplastia ascendente. Realizada
ressecção de orbicular lateral com ancoramento ao periósteo e sem exérese de Roof.
A B
C D
Figura 10 – Paciente de 32 anos queixando-se de insatisfação indefinida com suas pálpebras superiores.
A e B: Aspectos pré-operatórios de frente e oblíqua esquerda.
A B
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Figura 10 – C e D: Resultado obtido 5 anos após a cirurgia com exérese de Roof e mínima ressecção cutânea. O detalhe da Figura D
mostra a difícil percepção da cicatriz e a naturalidade das sobrancelhas.
C D
Trabalho realizado na Clínica Fluminense de Cirurgia Plástica - Niterói, RJ. Apresentado no 42º Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica, em 13 de novembro de 2005.
Artigo recebido: 11/01/2006
Artigo aprovado: 23/03/2006
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