Cirurgia Plástica - Unidade 1 - Dr. Sérgio Penazzi
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Sérgio Penazzi
Cirurgia Plástica
Unidade 1 - Dr. Sérgio Penazzi
Enxertos e retalhos
- Cirurgia plástica trabalha com a superfície corporal, pele e tecidos superficiais (gordura,
fáscias, músculos, nervos, vasos, cartilagens, ossos), mas não cavidades
- Tentativa de reparar uma forma
Aqui começa a cirurgia plástica, sempre teremos enxertos e retalhos na cirurgia plástica!
__ Enxertos __________________________________________________________________
• Fragmentos de tecidos transferidos de uma área doadora para outra receptora separados
completamente de seu leito original, perdendo completamente a vascularização e, dependendo
totalmente de um novo suprimento sanguíneo que se formará a partir do leito receptor
(fenômeno de integração tecidual)
Classificação
● Quanto à espessura -> mais específica aos enxertos de pele
Total: envolve toda a pele (epiderme e toda a derme). A área doadora não se
regenera, não se reepiteliza. Melhor resultado e estético e funcional e maior
dificuldade de integração
- Feitos para áreas que precisam de resistência
- Ex: Lesões, queimaduras em áreas de atrito
- Não se consegue áreas doadoras grandes de espessura total, pois ela
precisa ser fechada (quando você leva toda a pele não tem como
cicatrizar)
- Usado para pequenas reconstruções de face, cabeça e pescoço
Parcial: envolve parte da pele (epiderme e camadas mais superficiais da derme, sem chegar a
derme profunda). A área doadora se regenera, ela continuará existindo, logo cicatriza (os
elementos dérmicos deixados se reconstituem). Pior resultado estético e funcional e maior
facilidade de integração
- Delgado: até 0,275 mm (7 dias para a reepitelização da área doadora, é tão fininho que
não tem muita resistência, mas mais fácil de se integrar a área receptora )
- Intermediário: 0,276 a 0,400 mm (10 dias para reconstituição da área doadora)
- Espesso: 0,401 a 0,750mm (boa resistência, se aproximando do enxerto de pele total, mas
14 dias para reconstituição da área doadora e risco maior de não integração por
necrose)
- Ex: raspagem de toda a coxa para enxerto de pele parcial em paciente queimado
- Quanto maior a quantidade de derme, mais demorada a reepitelização da área doadora
- Ex: na área que tem atrito, vamos privilegiar o espesso, na área que não tem atrito, pode
jogar o delgado
● Quanto à composição:
- Simples: somente um tipo de tecido -> só pele, só osso, só cartilagem, só gordura
- Composto: dois tipos de tecido no máximo, pois os enxertos não têm suprimento
sanguíneo, dependendo do fenômeno de integração tecidual (caso haja
necessidade de mais tecidos, deve-se fazer um retalho). Ex: pele e gordura, pele e
cartilagem. Obs: nesse caso, a pele sempre vai ser total
● Quanto à origem
- Auto-enxertos: do mesmo indivíduo - cobertura temporária ou reparação de área
cruenta. É o mais usado, o preferencial, o melhor de todos
- Homo-enxertos: de indivíduos diferentes da mesma espécie
- Iso-enxertos: do gêmeo univitelino
- Hétero-enxertos (xenoenxertos): de espécie diferente. Utilizados
temporariamente -> cobertura de áreas extensas como cobertura biológica,
estimulando o tecido de granulação
● Quanto à dimensão/forma
- Tiras: pele parcial obtida com aparelho próprio e implantada diretamente na
área receptora — confere melhor resultado estético com superfície contínua. A
maioria dos enxertos são em tiras
- Estampilhas: pequenos fragmentos de pele parcial e implantada em grandes
áreas de perda de substância — confere estética pobre, cicatrizes hipertróficas
entre fragmentos
- Malhas: pele parcial com expansor que amplia o fragmento de 1,5 a 9X para
implantar extensas áreas — quanto maior a expansão, pior o resultado estético. É
uma tira de tecido expandida com furinhos no meio. Usada quando temos
desproporção entre área receptora e doadora
Indicações
● Curativo temporário de ferimentos extensos
● Cobertura de ferimentos extensos quando escassez de tecidos adjacentes
● Cobertura de ferimentos secundários ao tratamento oncológico
● Opção aos tratamentos complexos, quando maior morbidade,
risco e potencial de complicação
Caso clínico 1:
● Fasceíte necrotizante (Síndrome de Fournier)
● Tratamento: desbridamento - pele embaixo está toda comprometida, é como se
embaixo da pele estivesse tudo comprometido (60 dias fazendo curativo até o tecido de
granulação aparecer, demonstrando que não há mais infecção)
● O tecido de granulação recebe bem o enxerto de pele
● Perianal, perineal e bolsa escrotal
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Integração do Enxerto
Quando o enxerto é retirado, as células dele começam a morrer e a integração tecidual leva
tempo para ocorrer -> se o sangue não chegar a tempo o tecido morre
● Fase de Embebição Plasmática — até 6h pós-implantação — ocorre a formação de pontes
de fibrina entre o tecido implantado e o leito receptor, que facilitam a passagem do O2 do
exsudato para chegar na célula. A formação de um exsudato (líquido intersticial -
edema) permite a chegada de nutrientes e de O2. Nessa fase, se você traumatizar o
enxerto e ele se deslocar, não vai dar mais tempo dele se reintegrar;
● Fase de Inosculação — até 48h — crescimento de brotos vasculares (microcapilares) que
se projetam do leito receptor para dentro do tecido enxertado. Começa a chegar sangue,
em pequena quantidade, no tecido transplantado. Além disso, o edema começa a drenar
- A partir da 6°h começam a a aparecer pequenos brotos vasculares, como
pequenas árvores crescendo e tentando penetrar o tecido implantado, levando
mais O2
- Com a passagem de tempo, maior a formação de brotos vasculares
- A partir de 24h os pequenos brotos vasculares vão aumentando o seu diâmetro e
se transformando em capilares (um fluxo bem maior que os brotos)
● Fase de Revascularização — a partir de 48h, transformação dos brotos em verdadeira
malha capilar, i.e. estabelecimento de fluxo sanguíneo de fato, adequado à sobrevivência
do tecido
- O O2 chega plenamente agora e o tecido é aliviado
Complicações
● Imediatas — a principal causa de perda total ou parcial (não integração) do enxerto é a
formação de coleções líquidas abaixo do tecido (seromas), impedindo a formação de
pontes de fibrina e, portanto, impedindo a integração. Pode ocorrer também por
mobilização precoce, trauma direto (arranca o enxerto), infecção, erro técnico, leito
receptor inadequado (se o leito é pobre, como em diabéticos, há maior dificuldade de
formação de pontes de fibrina e de revascularização)
- Hematomas: acúmulo de sangue, formação de coágulo e impedimento a nutrição
do enxerto
- Mobilização precoce: quebra das pontes de fibrina
- Infecção: uma pele transplantada funciona quase como um meio de cultura para
a bactéria
- Erro técnico: ex: curativo errado, fixação incorreta
● Tardias — discromia (alterações de cor do enxerto, tecidos ficam mais claros ou mais
escuros, podendo-se tratar com abrasão, maquiagem, tatuagem ou outro enxerto
superposto), retração secundária (o enxerto pode retrair ao longo dos meses), depressão
local, hipertrofia da área doadora (usar malha compressiva)
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__ Retalhos __________________________________________________________________
Definição: fragmentos de tecidos transferidos de uma área doadora para uma área receptora,
mantendo sua vascularização (não há interrupção do fluxo sanguíneo ao tecido transplantado)
em seu leito original ou sendo implantados cirurgicamente ao suprimento sanguíneo receptor
através de microcirurgia (Não precisa de integração tecidual)
Obs: retalhos microcirúrgicos são muito mais susceptíveis à perdas, a anastomoses, requerem
uma técnica muito específica e uma avaliação próxima!
Classificação
● Quanto à forma:
• Plano
• Tubular — perdeu o uso, após a microcirurgia; não se usa mais
● Quanto à composição
• Simples — único tecido
• Composto — mais de um, podendo ser mais de dois, inclusive seis tecidos, pois há
suprimento sanguíneo próprio
● Quanto ao pedículo
Pedículo = artéria + veia
• Monopediculados
• Bipediculados
• Multipediculados
● Quanto a irrigação
• Randomizados (ao acaso) — não tem eixo vascular, não há uma artéria nem uma veia
principais que vão transportar o sangue. Depende dos capilares existentes no próprio
tecido (plexos subdérmicos e dérmicos), sem eixo principal (pedículo) definido.
- Ex: retalhos em avanço, por rotação
• Axiais — temos uma A. e V. anatomicamente conhecidas, havendo um eixo vascular
(pedículo) definido
- Peninsulares: retalho é levado sem visualização do eixo vascular, que se sabe que
está lá devido apenas à anatomia. Com isso há continuidade da pele da base até a
ponta do retalho
- Em ilha: retalho é levado após a dissecção e
visualização dos vasos do eixo vascular
principal, sem se ligar o eixo vascular. Com
isso, não tem continuidade da pele,
promovendo melhor mobilidade para rotações
- Livres: eixo vascular é ligado e posteriormente
se faz uma micro-anastomose com uma artéria
e veia da área receptora que anatomicamente
eu sei que existe
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● Quanto à localização
• Vizinhança/Locais — adjacentes ao defeito, geralmente têm mesmos cor, textura,
espessura, pelos. Muito mais práticos e muito mais realizados no dia a dia
- Avanço/Deslizamento — será um retalho de avanço todas as vezes em que uma
das margens do retalho coincide totalmente com uma das bordas do defeito, e este
retalho se deslocar em direção retilínea;
- Rotação — será um retalho de rotação todas as vezes em que uma das margens do
retalho coincide totalmente com uma das bordas do defeito, e este retalho se
deslocar em movimento rotativo ou lateral em direção ao defeito; Incisão
circunferencial;
- Transposição — quando uma das margens do retalho coincide parcialmente com
uma das borda do defeito, e o movimento ultrapassa ou pula uma área de tecido
são. Isso só é feito quando a área ao redor é extremamente frouxa. Ex: pacientes
idosos (mais fácil de fazer pois está sobrando mais tecido)
- Interpolação — quando as margens do retalho não coincidem em nada com as
bordas do defeito, e o retalho realiza um movimento de pular toda a área de tecido
são. Algum tempo depois, você secciona o pedículo inicial (o retalho vai crescer
para dentro da área receptora agora)
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Indicações
- Substituição de cicatrizes
- Cobertura de estruturas pouco vascularizadas
- Cobertura de superfícies ósseas (espessura melhor que o enxerto)
- Reconstruções de face e tronco (resultado estético melhor)
- Cobertura de grandes vasos e nervos
Complicações
- Hematoma — aumenta a pressão local e colaba os vasos
- Infecções — dificilmente ocorre, por ser mais resistente que o enxerto, devido ao pedículo.
Ocorre apenas em imunodeprimidos
- Insuficiência arterial ou venosa — pode haver necrose ou perda parcial
- Tensão na sutura — colaba vasos, isquemiando
- Compressão do pedículo — mobilização precoce pode comprimir o pedículo e isquemiar
Sobre retrações:
A retração primária (retração das fibras elásticas da derme quando retiramos o enxerto) é
maior no enxerto de pele total; e a retração secundária (chegada dos miofibroblastos na
cicatrização do enxerto) é maior no enxerto de pele parcial
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Reconstrução mamária
● Malformações (Mamas tuberosas, Síndrome de Poland)
● Traumas -> Queimaduras: ter muito cuidado com queimaduras em meninas, pois pode
haver comprometimento do broto mamário que iria se desenvolver
● Infecções (destruição de parênquima)
● Cirurgia
● Tumores benignos ou malignos
Mamas tuberosas ou cilíndricas: acontecem por fragilidade da pele areolar, que enfraquece e a
mama se projeta e cresce por dentro da aréola, formando mamas com aspecto nem tão
agradável -> necessidade de reconstruções parciais
Síndrome de Poland: malformação congênita da parede torácica que pode acometer apenas a
glândula, mas pode se estender ao peitoral maior e até aos arcos costais, provocando atrofia
glandular, atrofia muscular e aplainamento dos arcos costais
- Associada ao pectus excavatum
- Na maioria das vezes unilateral
- A cirurgia envolve tanto a mama quanto a parede torácica
Câncer de Mama
● É o 2° ca mais comum do mundo
● É o mais comum entre mulheres (22%)
● tras 9 em cada 10 pacientes ao consultório para reconstrução mamária
● 90% é multifatorial e 10% são genéticos propriamente ditos
● 200.000 novos casos e 40.00 mortes em mulheres
● 2000 novos casos e 430 mortes em homens
Diagnóstico:
● Auto-exame: lesões palpáveis são
facilmente identificadas (mas detecta somente as palpáveis)
● USG: abaixo dos 40 anos, ultrassonografia anual a partir dos 20 anos
● Mamografia: acima dos 40 anos, deve ser anual
● Ressonância magnética: para mamas de tecido muito denso
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Reconstruções parciais
• Rotações de retalhos glandulares — mamas maiores e cujo resíduo
permite apenas rodar retalhos. A depender do grau de acometimento, a
mastectomia retira apenas glândula ou glândula e pele, o que diferencia
o tipo de retalho (glandular ou cutâneo-glandular)
- Esse tipo de retalho também é usado em cirurgias estéticas
• Colocação de próteses/expansores: quando não temos retalhos
glandulares suficientes para devolver o volume adequado! Podemos
associar retalhos glandulares
- expansores são próteses vazias com um sistema de válvulas,
então depois no pós operatório, ocorre a injeção de soro
fisiológico e crescimento da prótese, ajustando o volume para o
defeito criado -> permite versatilidade no método de
reconstrução
• Rotação de retalhos cutâneos de vizinhança
Caso: Quadrantectomia
- Cicatriz importante do lado esquerdo, perdendo aréola e mamilo
- Prótese para repor volume + retalho cutâneo de vizinhança (transposição)
- Retalho cutâneo torácico lateral
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Reconstruções Totais
• A mama foi toda retirada e há 3 formas de retirar essa mama
- Situação 1: Esvaziamento de toda a glândula - Se preserva toda a pele, aréola e mamilo
-> , não precisa de retalho à distância. Há a possibilidade de não trazer pele, usando
expansores, colocações diretas de prótese, uso de matrizes dérmicas com próteses;
(métodos que não criam uma área doadora, pois não trarão pele de outra região)
- Situação 2: Esvaziamento da mama, preservando a pele, mas retirando aréola e mamilo.
Há a possibilidade de não trazer pele
- Situação 3: Esvaziamento da mama retirando muita pele -> nesse caso, terá que trazer
pele, deve trazer uma área doadora a distância. Existem 2 áreas básicas de doação, a
área abdominal e a área dorsal
• Retalhos à distância — levar pele
- Retalho abdominal (M. reto abdominal) (TRAM) -> oferece além da transferência de pele,
grande quantidade de gordura, então via de regra não precisa de prótese
- Retalho dorsal (M. grande dorsal) -> só oferece cobertura, então precisa de próteses
- Retalhos microcirúrgicos que podem ser abdominais ou do grande dorsal -> representa a
evolução do TRAM, o retalho é o mesmo só que são feitas anastomoses microcirúrgicas
• Colocação de próteses/expansores: é uma exceção nas reconstruções totais ?
Observações:
- Mamas mais próximas a “ideal” são mais fáceis de tornar simétricas com próteses
- A pele do dorso geralmente é mais bronzeada, mas com o tempo clareia
Obs: Paciente que não queria que tocasse na outra mama -> a favor do grande dorsal ?, que
promove uma mana mais flácida e mais caída
Colocação de próteses/expansoras
• Quando se retira apenas glândula ou glândula e complexo aréolo-mamilar, com preservação
da pele, preferir a colocação de próteses (Cirurgias mais rápidas e com menores taxas de
complicação)
• Expansores: próteses com ajustes sucessivos de volume no pós-operatório. Utilizado
submuscular (subcutâneo mostraria as imperfeições da prótese), então abaixo do M. peitoral
maior. Com isso, este não aguenta uma inserção grande de volume, pois ele é colocado ao gradil
costal e a mastologia retira sua fáscia, deixando-o mais frágil
Evoluções
• Matriz dérmica trata-se de uma derme cadavérica ou porcina que permite desinserir e reinserir
o M. peitoral. Isso permite colocar próteses maiores em implantes submusculares
Considerações finais:
- Mamas menores são sempre mais fáceis de reconstruir
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Reconstrução nasal
Como um órgão central na face o nariz é muito acometido por traumas e radiações, então as
reconstruções nasais são frequentes na cirurgia plástica
Anatomia nasal
A pele nasal tem várias espessuras, e isso varia de indivíduo para indivíduo:
- Pele nasal fina: transparece mais a forma da cartilagem e do osso
- Pele nasal grossa: esconde mais a forma da cartilagem e do osso
O nariz é uma pirâmide continua, com estruturas osteocartilaginosas que garantem sua forma
- Ossos nasais: projetam o terço superior do nariz e fazem a separação das cavidades
orbitárias
- Cartilagens triangulares ou laterais superiores: formam quase que o terço médio da
pirâmide nasal de um lado e do outro
- Cartilagem alar: define a ponta nasal e as asas nasais, havendo uma variedade muito
grande de altura, definição, largura
- Septo nasal: divide o nariz em duas cavidades,
Princípio das Subunidades: o nariz, por ser uma pirâmide contínua e longa, de acordo com a sua
projeção, teremos a incidência da subunidade, que rege. De acordo com de como estamos na luz, a
parte direcionada para luz brilha e a parte contra a luz fica escura, então tem sombra e
luminosidade. De acordo com isso, há regiões do nariz que, com a movimentação, vão alternando
com sombra e luminosidade. Tanto a sombra quanto a luminosidade excessiva, escondem
diferenças e cores -> cicatrizes nas áreas tracejadas (que estão exageradamente brilhando ou
escuras) não irão aparecer, isso é o que caracteriza o princípio das subunidades
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- Se você tiver 50% de uma subunidade afetada, você descarta as demais partes dela e a
reconstrói por inteiro, pois as cicatrizes ficarão nas linhas tracejadas
- Se você tiver menos de 50% de uma subunidade afetada, podemos criar um método que
não resseque, mas que avance uma
subunidade
• As subunidades nasais
- Subunidades dorsal, ponta nasal, asas
nasais, triângulos moles, columela e laterais
- Dorso e ponta: ímpares
- De cada lado do dorso: parede lateral
- De cada lado da ponta: cartilagem nasal
- Triângulo mole: junção da pele com a
mucosa, sem o suporte cartilaginoso
• As cicatrizes colocadas nas linhas que dividem as
subunidades do nariz desaparecem
Reconstruções Parciais
• Defeitos superficiais: apenas pele e TSC, mas não acomete ossos nem cartilagens
• Defeitos ósteo-cartilaginosos: atinge camada intermediária
• Defeito de espessura total: pele e, gordura, eventualmente músculos, cartilagens ou osso e
também a mucosa (as 3 camadas de tecido do órgão estão envolvidas)
- Podem ser centrais ou laterais
- Quando acomete também a mucosa, vai haver um buraco no nariz do paciente - a
reconstrução terá que reconstruir as 3 camadas (mucosa, a cartilagem e ou o osso e a
terceira e última camada que cobre tudo isso, a pele)
- O retalhinho da mucosa pode ser por metaplasia de pele externa evertida
Métodos
- Enxertos simples (apenas 1 tipo de tecido): pele, cartilagens, ossos, fáscia, mucosa
- Enxertos compostos (apenas com 2 tipos de tecidos): pele e cartilagens auriculares ->
enxertos de exceção, raramente utilizados*
- Retalhos: médio-frontal, frontolateral, nasolabial, dorsais, bilobulados, mucosas,
mucocartilaginosos, microcirúrgicos — situações mais complexas
- Via de regra utilizamos 90% de retalhos e apenas 10% de enxertos nas reconstruções
mas vários usam as duas técnicas
Técnica cirúrgica:
- Rinoplastia aberta: incisão columelar, elevação da pele-pericôndrio/periósteo e correção ]
• Vantagem: permite melhor visualização em deformidades que requerem exposição 3D
- Rinoplastia fechada: incisão na mucosa entre cartilagens alares e triangulares
• Vantagem: sem cicatriz externa - Delivery: mescla as incisões aberta (marginal) e fechada
(intercartilaginosa), sem incisão externa
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Fragmentos de cartilagem
- Septo, orelhas ou costelas (nessa ordem de preferência)
Áreas doadoras de retalho para o nariz
- Região frontal: preferível (praticamente desaparece cicatrizes na região frontal)
http://www.rbcp.org.br/details/2045/pt-BR/retalho-nasogeniano-de-interpolacao-na-reconstrucao-
da-asa-nasal-apos-resseccao-de-tumores-cutaneos
http://www.rbcp.org.br/details/2940/pt-BR/reconstrucao-das-subunidades-nasais-apos-resseccao-
tumoral