Insuficiência de Válvulas Nasais

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INSUFICIÊNCIA DE

VÁLVULAS NASAIS
SERVIÇO DE OTORRINOLARINGOLOGIA – SANTA CASA DE CURITIBA
R3 HENRIQUE DUCHINI
INTRODUÇÃO

 Obstrução nasal pode estar presente em até 1/3 dos adultos


 Existem causas clássicas e outras menos investigadas ou
percebidas
 A rinoplastia tem se tornado uma das cirurgias estéticas mais
realizadas no mundo
 Quando mal indicadas ou mal realizadas, podem causar queixas
obstrutivas em pacientes que não apresentavam anteriormente
 Estima-se que 50% dos pacientes submetidos a rino possam
apresentar algum grau de obstrução que não apresentavam antes
 O conhecimento amplo acerca do assunto assim como uma
avaliação detalhada podem prevenir este acontecimento, assim
como permitir a correção em casos em que ela estiver presente
ANATOMIA E FISIOLOGIA

 As válvulas são os locais de maior resistência na via aérea


superior
 Mínimas reduções na sua área podem levar a obstrução nasal

 A mecânica da inspiração faz com que ocorra uma aceleração do


fluxo de ar por seguimentos estreitos (Lei de Poiseuille)
 Em consequência, ocorre redução da pressão exercida pelo fluxo
sobre as paredes nasais (fenômeno de Bernoulli)
 Estes fenômenos resultam em colapso da parede nasal lateral e
sensação de obstrução nasal
ANATOMIA E FISIOLOGIA

 Válvula nasal interna:


 Medial: porção superior do septo nasal
 Superior/lateral: bordo caudal da cartilagem lateral superior
 Inferior: cabeça do corneto inferior

 Válvula nasal externa:


 Medial: septo caudal e columela
 Anterior: trangulo mole/frágil
 Lateral: rebordo alar (bordo caudal da crura lateral da cartilagem
lateral inferior)
 Inferior: assoalho do vestíbulo nasal
ANATOMIA E FISIOLOGIA

 De forma geral, três estruturas compõe a válvula nasal


 Corneto inferior
 Septo nasal
 Parede nasal lateral

 Os dois primeiros são estáticos e rígidos


 A parede nasal lateral é determinante para a estabilidade das
válvulas nasais, por ser menos rígida
 Porém, nem sempre o colabamento das válvulas é “culpa” da
parede nasal lateral
ANATOMIA
ANATOMIA
CLÍNICA

 Principais alterações anatômicas responsáveis pela insuficiência


de válvula nasal:
 Colapso do rebordo alar
 Colapso do dorso nasal cartilaginoso
 Desvio septal alto
 Hipertrofia de cornetos inferiores

 Ponta nasal severamente mergulhante


 Columela alargada
 Desvio de septo caudal
CLÍNICA E DIAGNÓSTICO

 A principal queixa do paciente é a de obstrução nasal


 Ainda não existe um exame padrão ouro para o diagnóstico da
insuficiência
 O diagnóstico fica por conta da história clínica associada ao
exame físico, com rinoscopia anterior e palpação/inspeção nasal
externa
 A rinomanometria e a nasofibroscopia são de menos utilidade
para avaliação e diagnóstico do caso
CLÍNICA E DIAGNÓSTICO

 Teste com dilatador nasal pode auxiliar a localizar o local de


insuficiências
 Posicionando de forma a sustentar a válvula externa e
posteriormente a interna e verificando em qual momento ocorre
melhora da queixa

 Manobra de Cottle modificada também pode auxiliar no


diagnóstico e planejamento cirúrgico
 Tradicional: tração da região malar
 Modificada: suporte intranasal da parede nasal lateral
VÁLVULA NASAL EXTERNA

 A insuficiência desta válvula está relacionada com alterações


congênitas das estruturas que a formam ou com alterações
adquiridas após cirurgia nasal (iatrogênicas)
 Ressecção excessiva da crura lateral

 Importante identificar o local de alteração anatômica para


planejamento correto da correção do problema
 Columela
 Septo caudal
 Rebordo alar
VÁLVULA NASAL EXTERNA

 As principais opções cirúrguicas são:


 Columeloplastia
 Correção de desvio septal caudal
 Enxerto de Batten
 Exnerto de contorno alar (alar rim graft)
 Strut de crura lateral
 Turn in flap de crura lateral
COLUMELOPLASTIA

 Pode ser realizado sozinho ou em conjunto com a septoplastia


 Geralmente a columela larga ou assimétrica é causada pela crura
medial da cartilagem lateral inferior
 Estar alterações podem comprometer a válvula externa
 Consiste na realização de um ponto transfixante na columela, e
retornando para o lado inicial pelo mesmo local, fechando-se o
nó no lado inicial. Utilizando-se fio inabsorvível
 Pode ser feita uma pequena incisão na columela para que o nó fique
sepultado.
COLUMELOPLASTIA
DESVIO DE SEPTO CAUDAL

 É um dos principais responsáveis pelo comprometimento da


válvula nasal externa
 Sua correção pode ser feita por septoplastia, geralmente com a
técnica de Metzenbaum, ou associada a rinoplastia
 Ressecção do excesso de tamanho certical
 Fixação correta na espinha nasal anterior
 Incisão de enfraquecimento de memória (ponta de lápis)
 Pontos de retificação
DESVIO DE SEPTO CAUDAL
Enxerto de Batten

 Utilizado quando se observa colapso do rebordo alar decorrente


de fragilidade congênita da crura lateral ou ressecção exagerada
da mesma em cirurgia prévia
 Pode ser confeccionado com cartilagem septal ou conchal
 Quanto maior o colapso do rebordo, mais resistente deve ser o
enxerto
 Deve ser posicionado sobre o local de colabamento, podendo ser
fixado no remanescente da crura lateral ou apenas em um
pocket, quando este for bastante justo
Enxerto de Batten
ENXERTO DE CONTORNO ALAR
(Alar Rim Graft)
 Possui indicações estéticas (retrações alares) e funcionais
(insuficiência de válvula nasal externa)
 Confeccionado com cartilagem septal, deve ser colocado em uma
bolsa dissecada paralelamente ao rebordo alar
 Existe a variação articulada, onde o enxerto é fixado a ponta
septal e a crura lateral da cartilagem lateral inferior
ENXERTO DE CONTORNO ALAR
(Alar Rim Graft)
STRUT DE CRURA LATERAL

 Possui utilidades estéticas e funcionais


 Consiste na confecção de um enxerto de cartilagem que será
posicionado para reforçar a crura lateral inferior
 Pode apenas reforçar a área de colabamento
 Pode ser usado para reposicionar a crura lateral
STRUT DE CRURA LATERAL
“Turn in Flap” DE CRURA LATERAL

 Pode ser utilizada com objetivo estético e funcional


 Permite a correção de uma crura lateral côncavas em excesso,
convexas ou frágeis
 Consiste na dobra da crura lateral sobre ela mesma, reforçando
sua estrutura
 É feito uma incisão parcial longitudionalmente e então se dobra o
fragmento cefálico da crura sob a porção caudal, fixando-o com
sutura
 É necessária uma crura com pelo menos 12 mm de largura para
que após o procedimento, reste 7-8 mm
“Turn in Flap” DE CRURA LATERAL
VÁLVULA NASAL INTERNA

 As principais causas da insuficiência são:


 Desvio de septo alto
 Hipertrofia de cornetos inferiores
 Colapso do dorso cartilaginoso
 Pacientes com maior risco de desenvolver o colapso após rinoplastia:
 Piramide nasal estreita e alta
 Ossos próprios curtos
 Pele fina
 Idade avançada
SPREADER GRAFT

 Um dos principais enxertos para manejo de insuficiência de


válvula interna
 Confeccionados com cartilagem autóloga (septo, costela,
concha), são retangulares com cerca de 2-3mm x 4-6 mm
 Pode ser feito também com a própria cartilagem lateral superior, em
forma de Turn-in Flap
 Devem ser posicionados em um bolsão subpericondreal paralelo
a margem superior do septo, entre a quadrangular e a inserção
septal da cartilagem lateral superior
 É importante que se estendam da junção osteocartilaginosa até o
ângulo septal anterior
 Caso o bolsão não seja justo, é necessário sua fixação com
sutura
SPREADER GRAFT
FLARING SUTURE

 Técnica que não utiliza enxertos


 É realizada com fio não absorvível, buscando aumentar o ângulo
do dorso cartilaginoso
 Inicia-se entrando no bordo caudal da lateral superior, passando
pelo bordo cefálico do mesmo lado, passando-se para o lado
contrário, entrando no bordo cefálico e após, no bordo caudal.
Fechando-se a sutura.
 A medida que se aperta o nó, ocorre aumento no ângulo da
válvula nasal interna bilateralmente
 Existe controvérsia na literatura se este tipo de sutura se
mantém a longo prazo
FLARING SUTURE
ENXERTO ASA DE BORBOLETA

 Baseia-se na colocação de um enxerto de cartilagem sobre um


sulco realizado na cartilagem quadrangular, próxima ao ângulo
septal anterior
 O enxerto é então suturado na porção caudal das cartilagens
laterais superiores dos dois lados
 A memória elástica do enxerto empurraria as laterais superiores
lateralmente, aumentando o ângulo da válvula interna
ENXERTO ASA DE BORBOLETA
INSUFICIÊNCIA DE
VÁLVULAS NASAIS
SERVIÇO DE OTORRINOLARINGOLOGIA – SANTA CASA DE CURITIBA
R3 HENRIQUE DUCHINI
ANATOMIA E FISIOLOGIA

 Válvula nasal interna:


 Medial: porção superior do septo nasal
 Superior/lateral: bordo caudal da cartilagem lateral superior
 Inferior: cabeça do corneto inferior

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