Aula 4 - Metabolismo e Controle Do Crescimento

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Disciplina: Microbiologia e Imunologia

Aula 4: Metabolismo e controle do crescimento


microbiano
Apresentação
Todo ser vivo depende de reações bioquímicas complexas para se desenvolver.

Nesta aula, você reconhecerá que muitas reações de síntese e produção de moléculas de ATP encontradas em células
procarióticas estão adaptadas a micro-organismos eucarióticos e organismos pluricelulares.

Por isso, conhecer os fatores e as condições de crescimento auxilia no cultivo de células no laboratório e no conhecimento
das nossas próprias células. A biotecnologia pode ser considerada a aplicação direta desses conhecimentos.

Objetivos

De nir reações catabólicas e anabólicas nos micro-organismos;

Reconhecer as vias para obtenção de energia em bactérias;

Classi car as condições para o crescimento de micro-organismos.


Metabolismo: quebras e sínteses
Todo organismo precisa colocar em ação um número x de reações para se manter vivo. São reações para retirar energia de algum
nutriente, repor algum componente consumido e estocar algum composto energético. São muitas - e todas elas, importantes.

Não existe desperdício nos sistemas biológicos. Por isso, muitas dessas reações estão conectadas com outras vias de reação
para fornecer mais de uma ação para a célula. O conjunto dessas reações é denominado metabolismo. Uma reação que gera a
quebra de uma molécula maior, como, por exemplo, um polissacarídeo, automaticamente vai estar acoplada com uma reação de
construção de alguma estrutura.

Em bioquímica, há as reações de:

1 2

Quebra Síntese
Catabólicas ou degradativas 1 . Anabólicas ou biossintéticas.

O metabolismo ideal existe quando as reações de quebra estão em equilíbrio com as


reações anabólicas.

Nas reações que envolvem a quebra de ligações químicas, ocorre a liberação da


energia.
Mas como ela pode ser consumida pela célula?
Se uma ligação química é rompida, essa energia condicionada não sai simplesmente como um gás. Uma possibilidade seria
transferir a energia para uma reação de síntese, correto? Para isso, é preciso que exista um elo entre essas duas condições. A
resposta está na molécula de ATP: trifosfato de adenosina.
 Fonte: Shutterstock

Molécula de ATP: trifosfato de adenosina


No metabolismo energético da célula, a molécula de ATP libera o último fosfato inorgânico, transformando-se em ADP e Pi, o
fosfato inorgânico. Não existe estoque de ATP porque o processo é extremamente dinâmico: a todo momento, uma molécula de
ADP está se ligando a um Pi para reter (ou quebrar) uma ligação altamente energética.

Dica

Lembre-se das reações que precisam de uma entrada de energia: as endergônicas. São elas que utilizam o ATP, rompendo essa
última ligação covalente para fornecer a energia de ligação para a síntese de alguma molécula.
Síntese e clivagem da molécula de ATP. | Fonte: Shutterstock

O ATP pode ser formado de duas maneiras:

1. Fosfato é retirado de um substrato e se liga a um ADP : processo conhecido como fosforilação em nível de substrato;

2. Com o auxílio de uma enzima ATPase 2 : cujo rendimento de moléculas de ATP é bem superior.

Glicólise
A melhor forma de compreender o conceito de catabolismo é explorar uma de suas principais vias metabólicas: a glicólise 3

A glicólise é o carboidrato que a maioria dos micro-organismos utiliza como fonte


primária para obtenção de energia – em seguida, vêm os lipídeos e as proteínas.

Para produzir energia, os micro-organismos utilizam dois processos:

1. Fermentação;

2. Respiração celular (ou, simplesmente, respiração).


Ambos começam a partir do mesmo ponto: glicólise. Trata-se de uma via metabólica com várias reações que transformam um
carboidrato de seis carbonos em duas moléculas de três carbonos, o ácido pirúvico. Nas onze reações que levam à formação de
ácido pirúvico, são produzidas duas moléculas de:

1. ATP (através de fosforilações em nível de substratos);

2. NADH.

A glicólise consiste de dois passos básicos:

Clique nos botões para ver as informações.


Fase preparatória 

Duas moléculas de ATP são utilizadas para que a glicose se reestruture e se transforme em gliceraldeído 3-fosfato (GP) e
diidroxiacetona-fosfato (DHAP). A DHAP é convertida em gliceraldeído 3-fosfato. São as etapas 1 a 5.

Fase de recuperação de energia 

Há a oxidação dessas moléculas em duas moléculas de ácido pirúvico com ganho nal de duas moléculas de ATP.
 Visão geral das reações da glicólise. | Fonte: Shutterstok

Se o micro-organismo é aeróbio, o ácido pirúvico será guiado para reações que transferem
elétrons até o oxigênio. Se o micro-organismo é anaeróbio, no lugar do oxigênio entra outra
molécula, como, por exemplo, o íon nitrato (NO3-) no gênero Pseudomonas 4 .

Ciclo de Krebs
A etapa seguinte à da glicólise é o ciclo do ácido cítrico ou ciclo de Krebs. Nele, o ácido pirúvico reage com a coenzima A (CoA),
perdendo 1C e formando acetil-CoA. O oxaloacetato, um composto renovável do ciclo de Krebs, reage com o acetil-CoA, formando
o ácido cítrico e liberando a coenzima A, que será utilizada novamente. São 10 reações que recuperam ao nal o oxaloacetato,
gerando, a cada entrada de molécula de ácido cítrico, a liberação de:
1 2

Quatro moléculas de CO2 para o ambiente. Seis moléculas de NADH.

3 4

Duas moléculas de FADH2. Duas moléculas de ATP (geradas em nível de substrato).

O ciclo de Krebs, na verdade, é uma encruzilhada metabólica que gera produtos utilizados
pela bactéria para os mais variados ns. E uma das funções mais importante dessa etapa é
a saída das coenzimas reduzidas NADH e FADH2 para entregar esses elétrons a um sistema
de moléculas carreadoras.

Veja a sequência das reações do ciclo de Krebs na gura a seguir e con rme se o mais importante é mesmo a geração de energia
pelo ATP. Parece que não. Há dez reações e produção de duas moléculas de ATP.

Na gura, repare que as enzimas desidrogenases trabalham com as


coenzimas NAD+ e FAD+, tornando-as reduzidas. As moléculas
carreadoras de elétrons podem até ser diferentes entre os procariotos,
mas ao nal sempre vai existir uma enzima ATPase.

 Visão geral do ciclo do ácido cítrico ou ciclo de Krebs. | Fonte:


Shutterstock

Como já foi comentado neste curso, a ATPase é um dos ganhos evolutivos mais conservados entre os seres vivos: tamanha é a
sua importância que nós e as bactérias aeróbias compartilhamos o mesmo processo em relação a ela. Quando os H+ alcançam
essa enzima, ela torna-se ativada, fazendo a ligação entre ADP e Pi. É a fosforilação oxidativa, pois a formação de ATP está
acoplada às reações de oxidação. A con guração dessa enzima é tão especial que permite que os H+ passem pelo seu interior,
mudando a sua con guração inativa para ativa. São produzidas 38 moléculas de ATP por hexose.
Micro-organismos anaeróbios

Não existem todas as reações do ciclo de Krebs porque eles não possuem todos os aceptores dos aeróbios. Isso faz com que
esses micro-organismos produzam menos energia, o que explica seu crescimento ser mais lento que o dos aeróbios.

Organismos fermentadores

Não há o ciclo de Krebs nem a cadeia de transporte de elétrons. Grande parte da energia ca na estrutura da molécula nal (álcool
ou lactato), gerando somente uma ou duas moléculas de ATP.

Fermentação lática

Os gêneros Streptococcus e Lactobacillus realizam a fermentação lática, utilizando NADH para reduzir duas moléculas de
ácido pirúvico a duas de ácido lático. Como só produzem ácido lático, eles são denominados homoláticos. São esses micro-
organismos que deterioram os alimentos, mas eles também geram o iogurte a partir do leite e outros alimentos
comercializados pela indústria alimentícia.

Fermentação alcoólica

Já a produz duas moléculas de acetaldeído e duas de CO2 do ácido pirúvico. O acetaldeído vai dar origem ao etanol. Dois
exemplos: a levedura Saccharomyces cervisae, que serve para a produção de álcool e bebidas, e o CO2, para o crescimento
do pão. Segundo bons padeiros italianos, a lievitazione (fermentação do pão) deve levar no mínimo oito horas. Repare como
a massa dobra de tamanho, cando bem fofa e volumosa. A fermentação, há muito tempo, é estudada e controlada.
Exemplos: seleção de uvas, tempo de fermentação dos vinhos 5 e extrato de malte para as cervejas.
 Fonte: Shutterstock

Características dos Micro-organismos


Micro-organismos são classi cados de acordo com:

1) Fonte de energia:

1 2

Fototró cos Quimiotró cos


Fonte primária de energia é a luz. Utilizam compostos orgânicos e inorgânicos que serão
reduzidos.

2) Fonte de carbono:
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Autotró cos 

Termo signi ca alimentação própria. São todos aqueles que utilizam CO2.

Heterotró cos ou organotró cos 

Dependem de outros seres para obter carbono.


São todos os animais, a maioria dos fungos, os protozoários e as bactérias.

A maioria é patogênica para o homem.

A combinação dessas duas classi cações (fonte de energia e fonte de carbono) dá origem a quatro seres vivos:

Fotoautotró cos

Fotoheterotró cos

Quimioautotró cos

Quimioheterotró cos

3) Temperatura

Fator determinante para o crescimento de micro-organismos, e todos possuem uma temperatura mínima, ótima e máxima.

Temperatura mínima que funciona como barreira: abaixo dela, não é possível ele se dividir. Já a temperatura máxima acabaria
desnaturando suas proteínas, levando o micro-organismo à morte.
 Fonte: Shutterstock.


HÁ EXCEÇÕES

Existem micro-organismos adaptados para viver em ambientes que a maioria dos seres vivos não suportaria. São os micro-
organismos extremó los. Eles vivem, por exemplo, em zonas vulcânicas ou hidrotermais marinhas do planeta.

Vamos conhece-los?
Temperaturas baixas

Psicró los 6 : crescem a 4 °C ;

Psicrotolerantes: podem crescer em temperaturas de 0 °C.

Comentário

Ambos podem crescer em ambientes refrigerados sendo responsáveis pela deterioração da carne, frango e peixe.

Temperaturas mais elevadas

Mesó los: crescem entre 25 e 40 °C 7 . Estão os microrganismos mais comuns;

Termó los: são os que habitam o solo e águas termais com temperatura ótima entre 50 e 60 °C.

Termó los extremos, ou hipertermó los: temperatura ainda mais elevada, próxima a 80ºC, como as
arquibactérias. Habitam as águas quentes ricas em enxofre perto do vulcão.

Isolada de um gêiser no parque nacional Yellowstone, nos


Estados Unidos, a bactéria Thermus aquaticus revolucionou a
biotecnologia, fornecendo a enzima polimerase, que não
desnatura nas etapas da técnica chamada de reação em
cadeia da polimerase (PCR).

 Parque Nacional de Yellowstone | Fonte: Wikipedia


<https://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Nacional_de_Yellowstone>

4) PH

O pH é uma escala logarítmica da concentração de H+ livres. Seu excesso interfere na estrutura das proteínas, desnaturando-as
8
. Por isso, ele é um fator químico importante de ser observado nos meios de cultivo para células eucarióticas e procarióticas.

A maioria dos micro-organismos cresce em ambientes numa faixa de pH que varia


entre 6,5 e 7,5.

Vamos ver a classi cação dos micro-organismo de acordo com a taxa de PH?
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Acidó los 

Crescem em de pH abaixo de 6. Fungos são mais tolerantes que as bactérias.

Acidó los obrigatórios 

São conhecidos pela resistência a ambientes extremos para a maioria dos micro-organismos. aparecem em vários gêneros
Archaea.

Acidó los extremos 

Localizados localizados em regiões de vulcões ácidos e mantém seu pH intracelular em 4,5. Temos como exemplo o
Picrophilus oshimae.

Neutró los 

Mantem a faixa de pH entre 6 e 8;

Alcalinó los 

A indústria utiliza as lipases e proteases produzidas por eles para sabão em pó. Já deve estar reconhecendo na prateleira do
supermercado aquela marca pioneira nesse uso, não é?

Outras formas de crescimento

- Sal

Haló los são micro-organismos que crescem bem na água do mar, rica em cloreto de sódio. Eles dividem-se em:

Haló los moderados (concentração de NaCl varia entre 7 a 15%);

Haló los discretos (1 a 6 % de NaCl);

Haló los extremos (concentração de 15 a 30%);

Atenção

Existem também os halotolerantes, micro-organismos que podem viver com certa redução de moléculas de água.

- Açúcar

Micro-organismos que vivem em ambientes ricos em açúcar são chamados de osmó los.
- Ambiente seco

Organismos xeró los são aqueles que vivem em ambientes extremamente secos por falta de água.

- Oxigênio

Já sabemos que alguns utilizam o oxigênio como aceptor nal na respiração celular para a produção de ATP, enquanto outros
micro-organismos preferem outro tipo de aceptor nal.

Na realidade, esta classi cação (utilizar ou não o oxigênio) seria muito simples frente à enorme diversidade de organismos no
nosso planeta. Por isso mesmo, existe uma escala de utilização de oxigênio que divide os micro-organismos em:

Microaeró lo (sobrevive com pouco oxigênio);

Aeróbio facultativo (fermenta sem oxigênio. Exemplos: Escherichia coli e leveduras);

Tolerante.

Atenção

Os micro-organismos chamados de aeróbios crescem em ambiente com grande tensão de oxigênio, algo em torno de 21%. No
entanto, como o oxigênio é pouco solúvel, alguns micro-organismos se adaptaram para fazer a fermentação quando o oxigênio
não estiver disponível. Por outro lado, os anaeróbios obrigatórios não crescem se o oxigênio estiver presente, pois ele é
considerado toxico. É o caso dos gêneros Clostridium e Botulinum, formadores de endósporos.

A capacidade de sobreviver na presença de oxigênio depende da presença de algumas enzimas que processam os radicais
superóxidos (O2-) ou ânions superóxidos do metabolismo do oxigênio. Do ponto de vista evolutivo, a presença das enzimas
superóxido dismutase e catalase garantiu a sobrevivência de todos os seres vivos aeróbios no nosso planeta. Veja as reações a
seguir:
Repare que o oxigênio molecular reage com elétrons, produzindo o ânion superóxido (O-2). A presença do elétron não pareado é
tóxico porque ele é capaz de interagir com elétrons de outro elemento químico, alterando proteínas e outros alvos celulares.
Assim, a ação da enzima superóxido dismutase devolve o oxigênio molecular, embora também produza o peróxido de hidrogênio.
Além disso, a enzima catalase transforma H2O2 em produtos que serão aproveitados pela bactéria.

Exemplo

O teste da catalase é um teste bioquímico muito comum no laboratório de bacteriologia. Mesmo sem conhecê-lo, você já deve ter
observado surgirem bolhas na pele com feridas ao aplicarmos água oxigenada no local. Essas bolhas são do oxigênio liberado
pela ação da catalase.

Portanto, micro-organismos anaeróbios obrigatórios não possuem esse sistema


detox, enquanto anaeróbios aerotolerantes possuem a enzima superóxido dismutase.

 Fonte: Shutterstock
Macronutrientes para o crescimento dos micro-organismos
Para crescer os microrganismos necessitam em primeiro lugar de quantidades de água e macronutrientes.

O carbono é considerado um dos macronutrientes mais importante. Sendo utilizado para a


síntese de proteínas, açúcares e lipídeos.

Além do carbono, os micro-organismos utilizam o nitrogênio para a síntese de DNA e RNA, aminoácidos e todos os nucleotídeos,
ATP, GTP, UTP e CTP. Esse macronutriente é recuperado da atmosfera pelos microrganismos presentes no solo, os chamados
xadores de nitrogênio associados a raízes de plantas.

O fósforo também é necessário para a síntese de ácidos nucléicos, bases nitrogenadas e nucleosídeos. E o enxofre é utilizado
para os aminoácidos cisteína e metionina.

Outras exigências para o crescimento são os elementos traço como ferro, zinco, manganês, magnésio, cobalto, cloro, sódio e
cobre que atuam como coenzimas e cofatores igualmente em todos os seres vivos e são necessários em baixa concentração.

Os micronutrientes são fatores de crescimento pois são importantes para a composição de várias proteínas, estruturas celulares
entre outras funções celulares. A exigência desses fatores varia muito, e em alguns microrganismos, como os Lactobacillus, as
concentrações são até maiores que em humanos.

A partir de agora estudaremos as fases de crescimento em uma população de


bactérias, veri cando todas as condições necessárias para uma bactéria crescer.
 Fonte: Shutterstock

Crescimento e controle de bactérias


No laboratório, quando um inóculo microbiano for semeado em um meio de cultura especí co, ocorrerá inicialmente um período
de adaptação.

Em seguida, a população irá realizar múltiplas divisões até a redução dos nutrientes tornar impossível seu crescimento, levando-a
à morte. Essas etapas ou fases de crescimento microbiano são divididas em:
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Lag 

A primeira fase é de adaptação. As células quase não se dividem, ativando vários genes necessários para metabolizar os
constituintes adquiridos do meio ou para a síntese de novos compostos.
Esta fase de latência pode durar horas ou até mesmo dias dependendo de:

Número de células viáveis no inóculo;

Meio de cultura;

Própria espécie microbiana.

Log (ou exponencial) 

Quando ocorrem as divisões celulares com o tempo de geração constante. O tempo de geração é o período necessário para
uma célula se duplicar.
Como os nutrientes estão em excesso nesta fase, as células se dividem bastante de acordo com seu(s):

Metabolismo;

Meio de cultura;

Outros fatores (temperatura, pH e água).

Estacionária 

Fase também caracterizada pelo crescimento microbiano, embora, ao mesmo tempo, se observe um aumento no número de
células mortas. O esgotamento de nutrientes do meio de cultivo leva ao acúmulo de resíduos. Por isso, o pH do meio torna-
se ácido, causando danos para as células.

Declínio 

Se for crescente, a situação descrita no item acima leva à morte da população de bactérias quando todos os recursos forem
consumidos.

Observe o grá co a seguir:


Perceba no grá co da fugira, o aumento dos valores de densidade ótica à direita. De um valor aproximado de 0,13 de turbidez, a
fase exponencial eleva o valor em seis vezes. A medida da turbidez é um recurso laboratorial de fácil veri cação do crescimento
de bactérias em meio líquido. Ao crescerem, as bactérias tornam os frascos mais turvos; com isso, a luz atravessa com menos
intensidade do que antes, fornecendo os valores de densidade ótica. A curva de crescimento só poderá ser observada em
experiência se não houver nenhuma interferência. Exemplos: repor os nutrientes consumidos ou acertar o pH do meio de cultura.
 Curva de crescimento típica de uma população de bactérias. | Fonte: (MADIGAN et al., 2016)

Diante de tantos micro-organismos presentes no ambiente, é muito importante controlar o crescimento deles utilizando agentes
físicos e químicos. Eles podem atuar eliminando totalmente a população microbiana ou impedindo o seu crescimento.

Exemplo

Para controle de populações microbianas há algumas ações que podemos utilizar. Como por exemplo:
Controle físico: como: uso de chama em objetos contaminados, calor seco e úmido, radiações gama e ultravioleta e ltração.

Controle químico: álcool, fenóis, detergentes e agentes oxidantes.

Nesta aula, você aprendeu sobre os tipos de metabolismo dos principais grupos microbianos. A importância desse conhecimento
reside em sua aplicação em vários processos industriais, como a biotecnologia.

Atividade
1. Com relação ao metabolismo de seres vivos, assinale a opção que represente, respectivamente, a síntese de moléculas
complexas a partir de formas mais simples e a construção das moléculas complexas:

a) Anabolismo e catabolismo.
b) Metabolismo aeróbio e anaeróbio.
c) Fase log e declínio.
d) Catabolismo e anabolismo.
e) Fase lag e log.
2. Micro-organismos aeróbios toleram a presença de oxigênio porque possuem uma enzima chamada:

a) ATPase
b) NADH
c) Oxigenase
d) Superóxido dismutase.
e) Cadeia transportadora de elétrons.

3. Em relação às condições de temperatura para crescimento, as temperaturas elevadas normalmente levam a (à):

a) Taxas de crescimento mais elevado.


c) Um estado de equilíbrio.
d) Morte da bactéria.
d) Morte da bactéria.
e) Situações específicas dependendo da espécie.

Notas

degradativas 1

Nas reações degradativas, muitas vezes são utilizadas moléculas de água para quebrar essas ligações. Trata-se da chamada
hidrólise.

ATPase2

No processo com a ATPase, algumas enzimas desidrogenases especí cas retiram prótons e elétrons, transferindo-os para
coenzimas do tipo NAD+ ou FAD+. Elas os encaminham para uma série de aceptores numa cadeia de transporte de elétrons até o
oxigênio ou outro tipo de aceptor nal. A cada H+ transportado, a enzima ATPase presente na membrana citoplasmática é ativada,
promovendo a ligação entre ADP e o fosfato inorgânico (Pi).

glicólise3

A glicólise é chamada também de Embden-Meyerhoff em homenagem aos pesquisadores Gustav Embden e Otto Meyerhoff, mas
um dos primeiros a estudá-la foi Pasteur, em 1860, com a fermentação de leveduras.

Pseudomonas4

Essas bactérias reduzem o nitrato a nitrito (NO2-), oxido nitroso (N2O) ou gás CO2.
fermentação dos vinhos5

Provavelmente, você deve lembrar que, na primeira aula, Louis Pasteur de niu o chamado Efeito Pasteur. Ele viu que o número de
micro-organismos presentes nas uvas amassadas aumentou logo no início desse processo, mas, com a redução da
concentração de oxigênio, eles começavam a produzir etanol. Ele associou o fermento à concentração de oxigênio: quanto mais
oxigênio, menos etanol. É o que hoje se faz nos tonéis de vinho, não permitindo a entrada de oxigênio para não reduzir a
fermentação. Somos grandes produtores de álcool a partir do açúcar da cana pelo controle do mesmo processo.

psicró los6

Recentemente, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) identi cou a bactéria psicró la
Deinococcus sp. Ela é capaz de resistir a radiações. Cientistas acreditam que isso pode ser útil na indústria de cosméticos e na
busca por novos medicamentos.

25 e 40 °C7

Para as bactérias patogênicas a temperatura ótima de crescimento é 37 °C, igual ou próxima a dos animais que colonizam.

desnaturando-as8

Por essa razão também que a maioria dos alimentos ácidos são protegidos da deterioração por microrganismos.

Referências

TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L.Microbiologia. Porto Alegre: Artmed, 2010.

MADIGAN, M. T.; MARTINKO, J. M.; BENDER, K. S.; B., D. H.; STAHL, D. A. Microbiologia de Brock. Porto Alegre: Artmed, 2016.

Próxima aula

Tipos de metabolismo microbiano;

Condições para crescimento de populações de bactérias.

Explore mais

Sugestões de vídeo:
Bactérias que degradam petróleo <https://www.youtube.com/watch?v=kqx0zdmvbSA> .

Bactérias que comem plástico <https://www.ted.com/talks/two_young_scientists_break_down_plastics_with_bacteria#t-160867> .

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