Aula 02 - Introdução Ao Direito

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AULA 02 – INTRODUÇÃO AO DIREITO

CONCEITO DE DIREITO

‘é o conjunto das normas gerais e positivas, que regulam a vida social.’ Radbruch, citado por
Washington de Barros Monteiro (Carlos Roberto Gonçalves).

‘el Derecho refiere al conjunto de normas que regulan la vida en sociedad de manera obligatoria y con
justicia.’ (Manuel O. Cobras – Jorge A. Zago – Derecho Civil – Parte General).

‘conjunto de normas, gerais e positivas, ditadas por um poder soberano e que disciplinam a vida social.’
(Washington de Barros Monteiro – Curso de Direito Civil – Parte Geral).

NATUREZA – mundo do ‘ser’ JURÍDICO – mundo do ‘dever ser’

DISTINÇÃO ENTRE DIREITO E MORAL

Direito e Moral têm em comum o fato de constituírem regras de comportamento.

Distinções:
DIREITO MORAL
Sanção Imposta pelo próprio
Imposta pelo Estado, através de indivíduo, traduzida pelo
meios coercitivos remorso, arrependimento,
sem coerção
Campo de Atuação Foro exterior, ensejando medidas Foro íntimo das pessoas,
repressivas do aparelho estatal encontrando reprovação na
sua consciência

Teorias Sobre a Relação Entre Direito e Moral

- mínimo ético (ou dos círculos concêntricos) – Bentham e Jellinek: o direito é constituído somente de
normas morais; existem normas morais que não são reguladas pelo Direito, enquanto toda norma jurídica
seria regulada pela Moral.
- intercomunicabilidade (ou dos círculos secantes) – Claude Du Pasquer: reconhece-se que o Direito e
a Moral, assim como a religião, são ciências éticas independentes, porém não se desconhece que há vários
pontos de convergência entre elas nos Estados laicos e que se tornam mais acentuados nos Estados que
contam com uma religião oficial. Há várias normas morais no universo jurídico, e vice-versa.

- círculos independentes – Hans Kelsen: Direito é o que está normatizado e Moral são os atos que são
praticados de acordo com princípios éticos, ainda que haja aspectos morais que sejam normatizados,
Direito é Direito e Moral é Moral.

DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO

Direito Objetivo é o conjunto de normas impostas pelo Estado, de caráter geral, a cuja observância os
indivíduos podem ser compelidos mediante coerção (norma agendi).

Direito Subjetivo é o poder que a ordem jurídica confere a alguém de agir e de exigir de outro
determinado comportamento (facultas agendi).
DIREITO POSITIVO E DIREITO NATURAL

Direito Positivo é o ordenamento jurídico em vigor em determinado país e numa determinada época.

Direito Natural é a ideia abstrata do Direito, o ordenamento ideal, correspondente a uma justiça superior
e suprema. Serve de base e estrutura para o direito positivo.
DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO

Direito Público é o destinado a disciplinar os interesses gerais da coletividade. A ele compete a


organização do Estado; a disciplina de sua atividade na consecução de seus fins políticos e financeiros,
cuidando da hierarquia entre seus órgãos, das relações com seus funcionários; a repressão aos delitos; as
regras de direito processual, etc. Pertencem ao Direito Público: Direito Constitucional, Direito
Administrativo, Direito Processual, Direito Penal, Direito Internacional, Direito Ambiental.

Direito Privado é o que regula as relações entre os homens, tendo em vista o interesse particular dos
indivíduos, ou a ordem privada. Pertencem ao Direito Privado: Direito Civil, Direito do Consumidor,
Direito Comercial, Direito do Trabalho.
DIREITO CIVIL

Conceito de Direito Civil

‘Direito Civil é o direito comum, o que rege as relações entre os particulares. Disciplina a vida das
pessoas desde a concepção – e mesmo antes dela, quando permite que se contemple a prole eventual –
até a morte, e ainda depois dela, reconhecendo a eficácia post mortem do testamento, e exigindo respeito
à memória dos mortos.’ Carlos Roberto Gonçalves.

‘ramo do Direito destinado a regulamentar as relações de família e as relações patrimoniais que se


formam entre os indivíduos encarados como tal, isto é, tanto quanto membros da sociedade.’ Serpa
Lopes

A Codificação do Direito Civil Brasileiro

- período colonial: Ordenações Filipinas


- 1822: independência do Brasil – continuou vigorando a legislação portuguesa
- CF/1824: referiu-se à organização de um Código Civil
- 1865: Teixeira de Freitas foi encarregado da elaboração de um Código Civil para o Brasil
- após a proclamação da república (1889): Clóvis Beviláqua foi indicado para elaborar um Código Civil
para o Brasil, que, encaminhado ao Presidente da República, foi por este remetido ao Congresso Nacional
em 1900
- pouco antes, Coelho Rodrigues foi escolhido para elaborar o Código Civil, não obtendo êxito
- novamente Clóvis Beviláqua foi convidado a elaborar o Código Civil, com recomendações de
aproveitar, ao máximo, o projeto de Coelho Rodrigues
- com alterações sofridas na Câmara dos Deputados, por uma comissão especialmente nomeada para
examinar o projeto de Beviláqua, foi encaminhado ao Senado Federal
- 1916: o Código Civil é aprovado, entrando em vigor em 01.01.1917

O Código Civil de 1916 (CC/16)

- continha 1.807 artigos, sendo antecedido da Lei de Introdução ao Código Civil (Decreto-lei 4.657/42)
- sofreu influência dos Códigos Napoleão (França, 1804) e alemão (1896)
- era composto de uma Parte Geral e uma Parte Especial, esta dividida em quatro livros: Direito de
Família, Direito das Coisas, Direito das Obrigações e Direito das Sucessões
- era um Código de acentuado rigor científico
- era um Código individualista
O Código Civil de 2002 (CC/2002)

- contém 2.046 artigos


- Parte Geral: manteve a estrutura do CC/16
- Parte Especial: foi reformulada, com base em valores éticos e sociais
- Parte Especial: Direito das Obrigações, Direito de Empresa, Direito das Coisas, Direito de Família e
Direito das Sucessões

PRINCÍPIOS do CC/2002

- socialidade: prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, sem perda do valor
fundamental da pessoa humana

- eticidade: prioriza a equidade, a boa-fé, a justa causa e demais critérios éticos

- operabilidade: leva em conta que o Direito é feito para ser efetivado, executado. Nesse
princípio encontra-se implícito o princípio da concretude, que é a obrigação do legislador
de não legislar em abstrato, mas, tanto quanto possível, legislar para o indivíduo situado:
para o homem enquanto marido; para a mulher enquanto esposa; para o filho enquanto ser
subordinado ao poder familiar.

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