Introdução Ao Direito - Albina Cuna

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INTRODUÇÃO AO

DIREITO

Dra Abina Cunha


CONTEXTUALIZAÇÃO

Ser livre é estar no direito e, no entanto, o direito também nos


oprime e tiranos a liberdade. Por isso, compreender o direito não é
um empreendimento que se reduz facilmente a conceituações
lógicas e racionalmente sistematizadas.
O direito é um mistério, o mistério do princípio e do fim da
sociabilidade humana. Suas raízes estão enterradas nesta força
oculta que nos move a sentir remorso quando agimos indignamente
e que se apodera de nós quando vemos alguém sofrer uma injustiça.
O DIREITO NO CONTEXTO DAS
DIFERENTES ORDENS NORMATIVAS
O homem é um ser gregário, por natureza sociável, ou seja,
elemento de uma sociedade, dai que é objecto do direito, pois o
direito é um fenómeno social, com objectivo de pautar a conduta dos
indivíduos naquilo que influencia a sociedade.
Há necessidade de Direito porque a Sociedade gera conflitos,
surgindo a necessidade de deliberação conjunta de códigos de
conduta para o estabelecimento de “ordem” que permite a
convivência saudável entre os homens que necessitam uns dos
outros para sobreviver.
O DIREITO NO CONTEXTO DAS
DIFERENTES ORDENS NORMATIVAS
Na Sociedade coabitam diversas ordens (todas elas tem o seu campo de
acção):
Moral
Religiosa
Trato Social
Jurídica
O DIREITO NO CONTEXTO DAS
DIFERENTES ORDENS NORMATIVAS
Na Sociedade coabitam diversas ordens (todas elas tem o seu campo de
acção):
Moral
Religiosa
Trato Social
Jurídica
O DIREITO NO CONTEXTO DAS
DIFERENTES ORDENS NORMATIVAS
Moral
visa o aperfeiçoamento do individuo dirigindo-o para o bem, regula a
consciência ética.
A violação da ordem Moral pode não significar a censura apenas por
parte da vítima mas de toda a sociedade. Ordem ligada ao saber Ser.
O DIREITO NO CONTEXTO DAS
DIFERENTES ORDENS NORMATIVAS
Na Sociedade coabitam diversas ordens (todas elas tem o seu campo de
acção):
Moral
Religiosa
Trato Social
Jurídica
O DIREITO NO CONTEXTO DAS
DIFERENTES ORDENS NORMATIVAS
Religiosa
É a ordem de fé, só se aplica a quem a tem, logo não pode regular a
sociedade, regula a apenas a relação entre o crente e o seu Deus.
Ainda que seja uma ordem normativa, é-o sendo apenas
intra-individual e intra-subjetiva. Afasta se do Direito por ser
meramente instrumental, vigora apenas como um instrumento para
atingir um fim, a vida eterna.
O DIREITO NO CONTEXTO DAS
DIFERENTES ORDENS NORMATIVAS
Na Sociedade coabitam diversas ordens (todas elas tem o seu campo de
acção):
Moral
Religiosa
Trato Social
Jurídica
O DIREITO NO CONTEXTO DAS
DIFERENTES ORDENS NORMATIVAS
Trato Social
É a ordem do protocolo, dos usos ou convencionalismos sociais, regula
as formas de apresentação.
Continua a existir por permitir o fácil convívio. As suas normas não
foram criadas por nenhum organismo legislativo. A reprovação é
apenas por parte da comunidade que a convenciona. Ordem ligada ao
saber Estar.
O DIREITO NO CONTEXTO DAS
DIFERENTES ORDENS NORMATIVAS
Na Sociedade coabitam diversas ordens (todas elas tem o seu campo de
acção):
Moral
Religiosa
Trato Social
Jurídica
O DIREITO NO CONTEXTO DAS
DIFERENTES ORDENS NORMATIVAS
Jurídica
É a única ordem assistida de coercibilidade e força sancionaria.
RELAÇÕES ENTRE AS ORDENS
SOCIAIS E O DIREITO
Existem 3 tipos de relações entre a Ordem Jurídica e as restantes:
semelhança, conflito e indiferença.
Moral
Há largas coincidências entre a Moral e o Direito porque não seria
concebível um Direito imoral, o conjunto de regras morais que
permitem a vivência em sociedade são validades por ambas as Ordens,
o Direito dá, no entanto, coercibilidade aos princípios da ordem Moral.
Existem preceitos jurídicos que são irrelevantes á moral e vice-versa,
constituindo as relações de indiferença.
Existem regras que se encontram em conflito, como é o caso da
despenalização do aborto.
RELAÇÕES ENTRE AS ORDENS
SOCIAIS E O DIREITO
Existem 3 tipos de relações entre a Ordem Jurídica e as restantes:
semelhança, conflito e indiferença.
Religiosa
Predominância de relações de indiferença. As relações de conflito são
semelhantes ás da Moral, como é o caso do aborto.
RELAÇÕES ENTRE AS ORDENS
SOCIAIS E O DIREITO
Existem 3 tipos de relações entre a Ordem Jurídica e as restantes:
semelhança, conflito e indiferença.
Trato Social
Predominância de Relações de indiferença. Existem relações de
conflito como é o caso dos duelos defendidos pelo Trato Social.
Acontece que a ordem jurídica eleva á categoria de norma jurídica,
usos que se desenvolveram na prática, como é o caso da gorjeta
(relação de semelhança).
Normas Jurídicas

Para que uma Norma seja Jurídica tem que ter 4 características:

Imperatividade: munida de Jus Imperium, impõem-se.


Generalidade: destina-se a todos e não a singulares.
Abstracção: diz respeito a um número indeterminado de casos e
não a situações concretas.
Coercibilidade: força sancionaria.
FIM
ACTIVIDADE PRATICA
DIREITO

É o conjunto de normas de conduta social emanadas pelo Estado e


garantidas pelo seu poder, Está munido de ordem imperativa, social e
coerciva.

O termo Direito apresenta dois sentidos, o sentido Objectivo e o


sentido Subjectivo:
Objectivo (objecto) – conjunto de normas que vigoram num
determinado território.
Subjectivo (sujeito) – poder/faculdade que o individuo tem de poder
exigir de outro determinado comportamento.
DIREITO

É o conjunto de normas de conduta social emanadas pelo Estado e


garantidas pelo seu poder, Está munido de ordem imperativa, social e
coerciva.

O termo Direito apresenta dois sentidos, o sentido Objectivo e o


sentido Subjectivo:
Objectivo (objecto) – conjunto de normas que vigoram num
determinado território.
Subjectivo (sujeito) – poder/faculdade que o individuo tem de poder
exigir de outro determinado comportamento.
DIREITO

Valores Fundamentais
Justiça
Segurança
Equidade
Bem-estar Social
DIREITO

Valores Fundamentais
Justiça
Segurança
Equidade
Bem-estar Social
DIREITO

Justiça (principio máximo do valor do Direito)


Justiça distributiva: repartição dos bens comuns pelos critérios de igualdade.
Justiça comutativa: pretende restabelecer/corrigir desequilíbrios.
Justiça Geral (legal): sendo esta a que vigora, justo será cada um ter aquilo
que merece consoante o que faz para o merecer e não todos termos igual.
DIREITO

Valores Fundamentais
Justiça
Segurança
Equidade
Bem-estar Social
DIREITO

Segurança (triplo sentido)


Segurança com o sentido de ordem e paz social: missão pacificadora do Direito de não
permitir que cada Estado de intrometa nos assuntos internos de outro, respeitando o
principio da independência nacional.
Segurança como sentido de certeza jurídica: É necessário ter segurança no Direito,
acreditar que este funciona, ter garantia que o conteúdo da lei é cumprido e não
depende da vontade do homem para que cada um possa prever as consequências dos
seus actos e orientar a sua conduta. (principio da “não retroactividade da lei” e
principio do “caso julgado”)
Segurança no sei sentido mais amplo: Pretende-se que o Direito proteja os direitos e
liberdades fundamentais dos cidadãos e os defenda das arbitrariedades dos poderes
públicos e abusos de poder. Assim, tem como objectivo assegurara ao cidadão
condições materiais de vida dignas.
DIREITO

Valores Fundamentais
Justiça
Segurança
Equidade
Bem-estar Social
DIREITO

Equidade (Justiça do caso concreto)


Faculdade dada ao juiz de se desviar da norma, para que, atendendo às
particularidades de cada caso, encontrasse a solução mais justa. Assim, a
solução segundo a equidade adapta-se melhor ao caso concreto, se bem que se
afasta da solução normalmente estabelecida pela lei.
A Equidade só pode ser aplicada quando há disposição legal (a lei exprime a
possibilidade de se poder julgar de acordo com a equidade)
DIREITO

Valores Fundamentais
Justiça
Segurança
Equidade
Bem-estar Social
DIREITO

Bem estar social


É o fim Direito
NORMA JURÍDICA

Norma jurídica em sentido lacto – é o preceito no seu todo, é a


disposição legal que impõe um procedimento jurídico ligado ou não
a previsão e estatuição, ou seja é o artigo no seu todo.
Ex: art.º 566 c.c

Norma jurídica em sentido restrito – é cada elemento da norma


singularmente considerada, isto é, norma jurídica em sentido restrito
é a ligação duma previsão a uma estatuição.
NORMA JURÍDICA
CARACTERÍSTICAS
Imperatividade (obrigatoriedade) – norma jurídica é injuntiva, isto é, não depende da vontade do
destinatário.
Estataliadade ou estadualidade – as normas jurídicas são produto de estado
Generalidade ou impessoalidade – significa que as normas jurídicas aplicam-se a todos os
membros dentro dum território.
Hipotéticas ou abstratas – significam que as normas jurídicas descrevem hipóteses que
possivelmente possam ocorrer na vida real das pessoas e bens.
Coercibilidade – porque ela já que é de comprimento obrigatório, o seu incumprimento acarreta
sanções que se podem fazer cumprir a forca (forca jurídica e não forca física)
Bilateralidade – significa que as normas jurídicas têm dois destinatários, onde o primeiro é o
titular de direitos, prerrogativas ou vantagens e o outro é portador de obrigações ou deveres
Heteronomia ou externalidade – a norma jurídica preocupa-se com a parte exterior das pessoas
humanas, isto é, com o seu comportamento exterior que são as acções ou omissões que ferem o
direito.
NORMA JURÍDICA
ELEMENTOS
A norma jurídica é composta por uma previsão ou estatuição:

Previsão pode também ser chamada de hipótese;


Estatuição pode também ser chamada de tese.
NORMA JURÍDICA
Exemplo 1: o Art.º 465 C.P
“ Aquele que convencionar a venda ou a entrega de fundos
do governo, ou de fundos estrangeiros, ou dos
estabelecimentos públicos, ou de sociedades anonimas, se
não provar que ao tempo da convenção tinha esses fundos a
sua disposição, ou que os devia ter a tempo da entrega, será
punido com pena de prisão de quinze dias e seis meses, e
multa correspondente.
NORMA JURÍDICA
Exemplo 2: Art.º 130 C.C.
“aquele que perfizer os vinte e um anos de idade, adquire
plena capacidade de exercício de direitos, ficando habilitado
a reger a sua pessoa e a dispor dos seus bens”
NORMA JURÍDICA
Exemplo 3: Art.º 311 CP
“será punido com a pena de prisão maior de 20 anos a 24
anos, o crime de homicídio voluntario, declarado no art.º
249, quando ocorrerem as circunstâncias seguintes”
FIM
?
ACTIVIDADE PRATICA
NORMA JURÍDICA
Natureza da Norma Juídica
É imposta por comandos das normas jurídicas que podem ser
positivos e negativos:
Os positivos são aqueles que consistem em ordenar os
destinatários da norma para que ajam de um certo modo,
isto é, que pratiquem uma acção. Ex. Deve recensear, deve
denunciar os actos de corrupção.
Os negativos são aqueles que ordenam os destinatários a se
absterem de agir de um certo modo, isto é, trata-se de
omissões. Ex. Não deve matar, não deve roubar, não deve
cabular.
NORMA JURIDICA

SANÃO JURÍDICA
E um efeito imposto pela ordem juridica, geralmente uma consequencia negative face ao
incomprimento de uma norma.
É um ponto fundamental de garantia de eficacia de direito, embora as normas sejam
voluntarmente acatadas, nao sendo necessario o recurso a sanção .
Alem disso, já vimos que nem sempre as normas juridicas tem sanção.
TIPOS DE SANÇÃO
Sanço reconstrutiva
Sancao rescontrutiva de inderminizacao
sancao compensatoria
Sancao punitiva
Sancao punitiva disciplinar
Sancao preventive
Sancao compolsatoria
SANCAO RECONSTRUTIVA
Visa-se a reposição que existiria se a norma não tivesse sido violada. Mas concretamente na
modalidade de reconstrução. Uma vez que se procede a essa reconstrução sem recurso a um
bem que não existia antes da violação.
SANCAO RECOSTRUTIVA DE INDIMINIZACAO
E a qual se repõe a situação que existiria se se a norma não fosse violada através do recurso a
um bem que, não sendo o mesmo que foi danificado , permite a mesma função: os vidros não
são os que foram partidos mais permitem vedar as janelas, tal como estes faziam. Art. 562 do
CC.
SANCAO COMPENSATORIA
Visa-se colocar ao lesado uma situação que e diferente mas que se considera equivalente
aquela que existiria sem o incumprimento da norma jurídica. Acontece através da
indeminização por mero equivalente, isto e, uma soma pecuniária de que cubra os danos
emergentes e os lucros cessantes sofridos pelo ofendido. Art. 564 e 566
SANCAO PUNITIVA
Estamos perante uma penalização, um castigo a aplicar perante a violação de uma norma.
Aplica-se a uma pena de prisão ( ou outra hipótese de multa) Art. 130 CP
SANCAO PUNITIVA DISCIPLINAR
Pois e um castigo que aplica-se a alguém que violou deveres que estava obrigado enquanto
membro de uma categoria profissional. EFUD 28L
SANCAO PREVENTIVA
SANCAO COMPULSORIA
RAMOS DO DIREITO

TIPOS DE RAMOS DE DIREITO


Com o objectivo de facilitar a compriecao do mundo juridico, os ramos do Direito sao classificados
em duas formas:
Direito Público: regula as questoes relacionadas ao interesse da colectividade
Direito Privado: Regula as questoes relacionadas ao interesse dos particulares
CONT.
Dto
Constitucional

Dto
Administrativo

Dto Economico

Direito Público
Dto Penal

Dto Processual
Ramos de Direito
Dto Fiscal

Dto Civil
Direito Privado
Dto Comercial
RAMOS DE DIREITO

Criterio para defenir regras do D.PUP e D.PRIV.

Critérios de distinção Direito público Direito privado

Interesse Público Privado

Qualidade dos sujeitos Intervenção do estado ou outros entes


públicos na relação jurídica

Posição dos sujeitos O estado age como soberano com jus O estado age como os demais sujeitos
imperium
FIM
?
ACTIVIDADE PRATICA
FONTES DE DIREITO

A fonte de direito significa o modo de formação e revelação das normas


jurídicas, isto é, como é que elas nascem e como é que elas se apresentam.
EM SENTIDO MATERIAL

Sentido Material – a expressão fontes do direito significa, o modo como as


normas jurídicas nascem, se exteriorizam, ou seja, se as normas jurídicas
aparecem em forma de Leis, Decretos e Diplomas Ministeriais
Constituição da
Republica

Leis
Escritas
Decretos

Tratados
Fontes de Direito Internacionais

Doutrina

Não Escritas Jurisprudência

Costume
EM SENTIDO ORGANICO

Sentido orgânico ou político – neste sentido, refere-se aos órgãos ou instituições que
têm a competência de produzir normas jurídicas. Assim a fonte formal das leis é a
Assembleia da República, que é o órgão legislativo por excelência, assim como, o
Conselho de Ministros, Ministérios, são instituições que produzem normas jurídicas sob
a forma de decreto. Outras entidades criam também normas, porem, não jurídicas.
Constituição da
Republica
Assembleia da
República
Leis

Conselho de
Ministros Decretos

Comunidade Tratados
Fontes de Direito Internacional Internacionais

Academico Doutrina

Tribunais Jurisprudencia

Sociedade Costume
Sentido Instrumental – fontes do Direito designa o Diploma ou
o texto da lei que contem as normas jurídicas por exemplo: A lei
da nacionalidade, tem como fonte a Constituição da Republica,
a lei de Família, tem como fonte o Código Civil, a lei de Terras,
tem sua fonte o Boletim da Republica.

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