Livro Texto - Unidade IV
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Unidade IV
7 INTEGRAL – PRIMEIROS CONCEITOS
Por vezes, conhecemos a derivada de uma função, mas precisamos determinar a função.
Por exemplo, a equação da velocidade de um móvel é dada pela derivada da equação do espaço. Se
você conhece a função velocidade e precisa determinar a posição do móvel em um instante t, vai utilizar
a noção de antiderivação.
Assim, para determinar a integral de uma função f, você deve pensar em qual é a expressão que
quando calculamos a sua derivada o resultado é f.
Exemplos:
a) f(x) = 2x
Para determinar a primitiva da função f(x) = 2x, você deve procurar a função que quando derivamos
temos como resposta 2x.
Note que:
b) f(x) = 10
Agora você está procurando uma função que tem derivada igual a 10.
A função F(x) = 10 x é primitiva de f(x) = 10, pois F’ (x) = (10 x)’ = 10.
Note que:
( )
F( x ) = 10x + 2 também é primitiva de f (x) = 10, pois F ’( x ) = 10x + 2 ’ = 10
Lembrete
Assim temos:
No exemplo a, a primitiva de f(x) = 2x é qualquer função do tipo F(x) = x2 + c, em que c é uma constante.
No exemplo b, a primitiva de f(x) = 10 é toda função do tipo F(x) = 10 x + c, em que c é uma constante.
c) f(x) = - 3
Para indicar a integral indefinida da função f(x), usaremos a notação de Leibniz (mais utilizada), em
que F(x) indica a primitiva de f(x), dx indica a variável em relação a qual devemos fazer a antiderivada,
c é a constante de integração. O símbolo de integração será utilizado enquanto não determinamos a
primitiva de f.
∫ f(x ) dx = F (x) + c
191
Unidade IV
Observação
Temos vários métodos para facilitar o cálculo de integrais; neste texto, estudaremos o cálculo de
integrais imediatas, integrais por substituição e integrais por partes.
Inicialmente vamos estudar as integrais que podem ser resolvidas diretamente por meio de regras de
integração, integrais imediatas.
Para as integrais imediatas, fazemos uso de uma tabela de integrais que tem como base as
propriedades e regras de derivadas. Pode-se demonstrar cada uma das regras por meio das derivadas.
∫k dx = k x + c
Exemplos
1) ∫ 2 dx
∫2 dx = 2 x + c
Note que derivando F(x) = 2x + c (primitiva), temos F’(x) = (2x + c) ’ = 2 = f(x), desta forma é possível
verificar se efetuamos corretamente.
Lembrete
192
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA
2) ∫ −3 dx
-3 x + c.
∫ −3 dx = - 3 x + c
3) ∫ dx
Observe que neste caso a constante K é igual a 1, assim, segundo a regra, temos ∫ dx = 1.x + c , isto
é, ∫ dx = x + c .
b) integral da potência y = x n, (n ≠ - 1)
n xn + 1
∫ x dx = n +1
+ c, (n ≠ -1)
Exemplos
1) ∫ x 3 dx
O integrando é uma potência, assim você deve utilizar a regra de integral da potência para determinar
o valor da integral da função.
Assim teremos:
3 x3 + 1 x4
∫ x dx = 3 +1
+c=
4
+c
x4
Note que se derivarmos a função F( x ) = + c , teremos:
4
’
x4 4 x3 x4
F ’( x ) = + c = 3
= x = f( x ) , isto é, F ( x ) = + c é a primitiva de f(x).
4 4 4
2) ∫ x − 2 dx
193
Unidade IV
−2 x- 2 + 1 x- 1
∫ x dx = -2 +1
+c=
-1
+c
−2 -1
∫x dx =
x
+c
3) ∫ 3
x dx
Lembrete
Você usará a propriedade de potência sempre que a função tiver uma raiz.
1
∫ x - 1 dx = ∫
x
dx = Ln | x | + c
1 ax
∫ ∫
x x x
a dx = . a + c ou a dx = + c
Ln a Ln a
194
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA
Exemplos:
1) ∫ 2x dx
Queremos calcular a integral de uma função exponencial com base 2, assim, segundo a regra, temos:
x 1 x
∫2 dx =
Ln 2
.2 +c
Ou
x 2x
∫ 2 dx = Ln 2
+c
2) ∫ 5 x
dx
Agora queremos calcular a integral de uma função exponencial com base 5. Segundo a regra, temos:
x 1
∫5 dx = . 5x + c
Ln 5
Ou
x 5x
∫ 5 dx = Ln 5 + c
e) Integral de algumas funções trigonométricas:
∫ sen x dx = - cos x + c
∫ cos x dx = sen x + c
Resumindo, temos:
∫k dx = k x + c
n xn + 1
∫ x dx = n + 1 + c, (n ≠ -1)
1
∫ x - 1 dx = ∫
x
dx = Ln | x | + c
ax
∫ ax dx = +c
Ln a
∫ sen x dx = - cos x + c
195
Unidade IV
∫ cos x dx = sen x + c
Outras regras podem ser encontradas nos livros indicados nas referências textuais.
Saiba mais
<http://fisicalivre.org/resumos/matematica/Derivadas_tabela.pdf>
Além das integrais imediatas que vimos anteriormente, veremos também algumas propriedades.
P1. A integral da soma ou da diferença de duas funções é a soma ou diferença das integrais:
∫ (f ± g) (x ) dx = ∫ f( x ) dx ± ∫ g (x) dx
Exemplo
1) ∫ (2 + x ) dx
Observando a função, temos que ela é formada por f(x) = 2 e g(x) = x, pela propriedade P1, temos:
∫ (2 + x ) dx = ∫ 2 dx + ∫ x dx
∫2 dx = 2 x + c1
x2
∫ x dx = 2 + c2
Assim:
x2 x2
∫ (2 + x ) dx = ∫ 2 dx + ∫ x dx = 2 x + c1 + + c2 = 2 x + + c
2 2
Note que escrevemos a constante c apenas uma vez para representar as constantes das primitivas
de f e de g.
2
2) ∫ ( x + sen x ) dx
196
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA
Observando a função, temos que ela é formada por f( x ) = x2 e g( x ) = sen x . Pela propriedade
P1, temos:
2
∫ (x + sen x ) dx = ∫ x2 dx + ∫ sen x dx
2 x3
∫ x dx = 3
+ c1
∫ sen x dx = − cos x + c2
Assim:
2 2 x3 x3
∫ (x + sen x) dx = ∫ x dx + ∫ sen x dx = 3
+ c1 + ( − cos x ) + c2 =
3
− cos x + c
x 4
3) ∫ (e − x ) dx
x 4
Temos as funções f( x ) = e e g( x ) = x . Pela propriedade P1, temos:
x
∫ (e − x 4 ) dx = ∫ ex dx - ∫ x 4 dx
x
∫e dx = ex + c1
4 x5
∫x dx = + c2
5
Assim:
x 4 x x5 4 x
∫ (e − x ) dx = ∫ e dx - ∫ x dx = e - 5 + c
P2. A integral do produto de uma constante por uma função é o produto da constante pela integral
da função:
∫ (k . f ) (x ) dx = k . ∫ f( x ) dx
Exemplo:
1) ∫ 3 . x dx
∫3 . x dx = 3 . ∫ x dx
x2
∫3 . x dx = 3 . ∫ x dx = 3 .
2
+ c
2) ∫ 5 . ex dx
x
∫5 . e dx = 5 ∫ ex dx = 5 ex + c
x2
∫ 3 . x dx = 3 . ∫ x dx = 3 . 2
+ c
1 3
3) ∫ − x dx
2
Assim:
1 1
∫−2 x 3 dx = − ∫x
3
dx
2
1 3 1 3 1 x4 x4
∫− 2
x dx = −
2 ∫ x dx = − .
2 4
+c= −
8
+c
∫ ( k1 f + k2 g) ( x ) dx = k1 ∫ f( x ) dx + k2 ∫ g ( x ) dx
198
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA
Observação
Veremos a seguir alguns exemplos, nos quais aplicaremos as regras e as propriedades vistas
até agora.
Exemplos:
2
1) ∫ ( x − 3x ) dx
2
∫ (x − 3x ) dx = ∫ x dx − 3 ∫ x2 dx
2 x2
2 x3
∫ (x − 3x ) dx = ∫ x dx − 3 ∫ x dx = 2 − 3 3 + c
Simplificando, vem:
2 x2
∫ (x − 3x ) dx = − x3 + c
2
2) ∫ (5 . cos x − 3x − 1 ) dx
∫ (5 . cos x + 3x − 1 ) dx = 5 ∫ cos x dx + 3 ∫ x dx − ∫ dx
x2
∫ (5 . cos x + 3x − 1 ) dx = 5 sen x + 3 2
−x+c
Vejamos agora mais alguns exemplos. Neles, você utilizará os conceitos estudados. Refaça todos,
pois isso facilitará seu estudo.
199
Unidade IV
1) ∫ −3 dx
∫ −3 dx = -3∫ dx
∫ −3 dx = -3∫ dx = - 3 x + c
1
2) ∫2 dx
1 1
∫2 dx =
2 ∫ dx
1 1 1
∫2 dx =
2 ∫ dx = 2 x + c
1
3) ∫ 5 x2 − x dx
3
Nesta função, deveremos utilizar as propriedades P1 e P2, pois temos a soma de duas funções e elas
estão multiplicadas por um número, assim:
1 1
∫5 x2 − x dx = ∫ 5 x2 dx − ∫ 3x dx
3
Pela propriedade P2:
1 1 1
∫5 x2 − x dx = ∫ 5 x2 dx − ∫ 3x dx = 5∫ x2 dx −
3∫
x dx
3
200
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA
Você percebe agora que as integrais a serem calculadas são imediatas, e pela tabela de integrais temos:
2 1 x 3 1 x2
∫ 5 x −
3
x dx = 5 −
3 3 2
+c
1 5 1
∫5 x2 − x dx = x 3 − x2 + c
3 3 6
5
4) ∫x dx
5 1
∫x dx = ∫ 5 .
x
dx
Agora você consegue identificar a propriedade a ser utilizada e a regra conveniente para essa função.
Assim, pela propriedade P2:
5 1 1
∫x dx = ∫ 5 .
x
dx = 5 ∫x dx
5 1 1
∫x dx = ∫ 5 .
x
dx = 5 ∫x dx = 5 . Ln | x | + c
ex
5) ∫ 2
- 3 sen x dx
Novamente temos a soma de duas funções. Assim, pela propriedade P3, temos:
ex 1
∫ - 3 sen x dx = ∫ ex dx − 3 ∫ sen x dx
2 2
ex 1 x
∫ 2
- 3 sen x dx =
2
e − 3 (-cos x ) + c
ex 1 x
∫ 2
- 3 sen x dx =
2
e + 3 cos x + c
201
Unidade IV
dS
6) Sabendo que a velocidade é uma taxa de variação, V(t) = , determine a equação do espaço de
dt
um móvel no instante t, sendo conhecida a equação da velocidade S(t) = − t2 + 8t
Resolução:
Como a velocidade é uma taxa de variação, utilizaremos a derivada de S(t) para determinar a
velocidade do móvel.
(
V(t) = S ’(t) = − t2 + 8 t ’ )
V(t) = - 2 t + 8
Saiba mais
<http://ecalculo.if.usp.br/historia/historia_integrais.htm>
Quando temos a integral de uma função que não é elementar (isto é, tabelada), precisamos modificar
a função para recair numa integral imediata.
Para podermos utilizar o método de substituição, é necessário que a função a ser integrada possa ser
du
dividida em uma função u(x) e sua derivada u’(x). Usaremos a notação u ’ = para indicar a derivada de u.
dx
du
Para decidir qual será a expressão de u, devemos verificar se está na expressão a ser integrada.
dx
Você deve estar curioso para saber como decidir se devemos resolver a integral por substituição ou
se ela é imediata.
Para saber isso, você deve primeiro verificar se alguma das regras se aplica à função a ser integrada,
isto é, se ela é imediata.
Caso não seja imediata, devemos verificar se é possível transformar a expressão em uma integral
imediata, substituindo parte dela por uma letra auxiliar, geralmente u.
202
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA
Vejamos a seguir alguns exemplos em que as funções a serem integradas são parecidas com as que
encontramos na tabela com as regras de derivação, porém são funções compostas.
Exemplos:
1) ∫ 2 .e 2 x dx
Note que na tabela temos ∫ ex dx (função elementar), mas no nosso exemplo o expoente é 2x.
Devemos então resolver a integral por substituição, chamemos o expoente de u, isto é, u = 2x.
Calculando a derivada de u:
u = 2x.
du
= 2 , isto é, du = 2 dx.
dx
∫ 2 .e 2 x dx
du
Figura 1
Assim:
∫ 2 .e 2 x dx = ∫ e u du
Essa integral é imediata (está na tabela). Temos então:
∫ 2 .e 2 x dx = ∫ e u du = e u + c
Voltando à variável original (do enunciado), temos:
∫ 2 .e 2 x dx = e 2 x + c
2
2) ∫ ( x + 3) 5 . 2 x dx
203
Unidade IV
Devemos, então, fazer a substituição de modo a chegar numa função deste tipo.
Tomemos
u = x 2 + 3,
du
= 2x, isto é, du = 2 x dx.
dx
Substituindo no enunciado, temos:
u6
∫ (x
2
+ 3) 5
. 2 x dx = ∫ u du =
5
+c
6
2 5 ( x2 + 3) 6
∫ (x + 3) . 2 x dx =
6
+c
2
3) ∫ x . cos ( x ) dx
du
= 2 x,
Conhecemos ∫ cos x dx , assim a substituição a ser feita é u = x2. Encontramos, então,
dx
isto é, du = 2 x dx.
du
Como o número 2 não está na função a ser integrada, devemos escrever = x dx e substituir no
enunciado. 2
u=x2
du du
= 2 x, isto é, = x dx
dx 2
Assim:
du 1
∫x cos( x2 ) dx = ∫ cos u
2 2 ∫
= cos u du
1
∫ x dx no nosso exemplo, porém, o denominador agora é
Da tabela de integrais sabemos calcular
igual a 3 x + 1. Chamaremos esse denominador de u, isto é, u = 3 x + 1.
Calculando a derivada de u:
u=3x+1
du du
= 3 , isto é, = dx
dx 3
du
Como 3 não está na função a ser integrada novamente, devemos isolar dx, assim dx = .
3
Substituindo na integral, temos:
1 1 du 1 1
∫ 3x + 1 dx = ∫ =
u 3 3 ∫u du
3x
5) ∫ x2 − 1
dx
Tomemos u = x 2 – 1
Assim
du
=2x
dx
Então:
u = x2 – 1
du
= 2 x , isto é, du = dx
dx 2x
205
Unidade IV
3x x x du
∫ x2 − 1 dx = 3 ∫ x2 − 1 dx = 3 ∫ u 2x
Simplificando:
3x 1 du 3 1
∫ x2 − 1 dx = 3 ∫ u 2
=
2 ∫ u
du
3x 3
∫ x2 − 1 dx =
2
Ln | u | + c
6) ∫ 5 x + 2 dx
Assim:
1
∫ 5 x + 2 dx = ∫ ( 5 x + 2) 2 dx
Como a função a ser integrada é uma potência, tomaremos a base como u, isto é, u = 5 x + 2.
du
Então: =5
dx
Novamente vamos isolar dx, assim du = dx
5
u = 5 x + 2.
du du
= 5 , isto é, = dx
dx 5
Substituindo no enunciado, temos:
1 1 du 1 1
∫ 5 x + 2 dx = ∫ ( 5 x + 2) 2 dx = ∫u 2
5
=
5 ∫u 2 du
206
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA
1 2 3 2 3
∫ 5 x + 2 dx = .
5 3
. ( 5 x + 2) 2 + c =
15
. ( 5 x + 2) 2 + c
Nem sempre é possível utilizar o método da substituição para o cálculo da integral de uma função.
Se tivermos a integral de um produto de funções em que uma das parcelas não é a derivada da
outra, deveremos utilizar a integração por partes.
Veremos a seguir algumas funções cujas integrais não são imediatas e também não podem ser
resolvidas por substituição.
Exemplos:
x
1) ∫ x . e dx
Observe que não é uma integral imediata e não é possível resolver por substituição.
Vamos resolver então por partes. Inicialmente devemos escolher quem chamaremos de u e quem
chamaremos de dv.
207
Unidade IV
Neste caso, conhecemos a integral das duas funções. Quando isso acontece, o mais conveniente é
chamarmos de u a função f(x) = x.
u = x dv = ex dx
du
= 1 ∫ dv = ∫ ex dx
dx
du = dx v = ex
Substituindo na fórmula
∫ u . dv = u.v - ∫ v . du
temos:
x
∫
x . e dx =
ex - ∫
x . ex
dx (I)
u dv u v v du
Caso tivéssemos escolhido u = ex e dv = x dx, o que aconteceria com a nossa integral? Será que é
indiferente a ordem de escolha?
Para podermos responder a esta questão, vamos refazer o exemplo, agora utilizando u = e x e dv = x
dx e ver o que acontece com a integral.
u = ex dv = x dx
du x
= e ∫ dv = ∫ x dx
dx
2
du = ex dx v=x
2
208
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA
Substituindo na fórmula
∫ u . dv = u.v - ∫ v . du
temos:
x2 x2
ex .
∫ x dx
ex .
= -∫ e x dx
u dv u 2
2
du
v v
x2 x
Note que a integral ∫ e dx a ser calculada agora não é imediata e é mais complicada que a
original. 2
Não fizemos uma boa escolha. Devemos então recomeçar, fazendo outra escolha para u e dv.
2) ∫ x cos x dx
u = x dv = cos x dx
du
= 1 ∫ dv = ∫ cos x dx
dx
du = dx v = sen x
Substituindo na fórmula
∫ u . dv = u.v - ∫ v . du
temos:
∫
x . cos
dx =
x sen x - ∫
x . sen
x
dx (I)
u dv u v v du
∫ sen x dx = - cos x + c
∫
x . cos
dx = x . sen x - (- cos x ) + c
x
u dv
209
Unidade IV
3) ∫ Ln x dx
u = Ln x dv = dx
du 1
= ∫ dv = ∫ dx
dx x
1
du = dx v=x
x
Substituindo na fórmula
∫ u . dv = u.v - ∫ v . du
temos:
1
∫
u
dx =
Ln x . Ln
dv
x .
x -
v
∫ x
v x
dx
(I)
u
du
∫ dx = Ln x . x - x + c
Ln x .
u dv
∫ Ln x . dx = x ( Ln x - 1 ) + c
Inicialmente vamos listar algumas identidades trigonométricas que serão úteis em nossos exercícios:
1) sen2 x + cos2 x = 1
2) sen2 x = 1 - cos2 x
210
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA
3) cos2 x = 1 - sen2 x
1 + cos(2x )
4) cos2 x =
2
5) sen2 x = 1 − cos(2x )
2
6) tg2 x = sec2 x – 1
7) cotg2 x = cossec2 x – 1
Nos próximos exemplos, teremos integrais de funções trigonométricas que só poderão ser resolvidas
se utilizarmos as identidades citadas para transformar a expressão em uma integral imediata ou que
possam ser resolvidas por substituição ou por partes.
Exemplos:
1) Vamos utilizar um artifício que será usado sempre que o expoente for par. Utilizaremos a identidade
trigonométrica 4.
1 + cos(2x )
cos2 x =
2
Vamos então reescrever nossa integral:
1 + cos(2x )
∫ cos x dx = ∫
2
dx
2
Para resolver essa integral, você vai separar a fração em duas partes:
1 cos(2x ) 1 1
∫ cos x dx = ∫ dx = ∫ + cos(2x ) dx
2
+
2 2 2 2
Pelas propriedades de integral, podemos separar a função em duas integrais, uma imediata e outra
que deve ser resolvida por substituição:
1 1 1 1
∫ cos x =∫ + cos(2x ) dx = ∫ dx + ∫
2
dx cos(2x ) dx (a)
2 2 2 2
Resolvendo a integral trigonométrica por substituição, temos:
u = 2x
du du
=2 = dx
dx 2
211
Unidade IV
2 1 1 du 1
∫ cos x dx =
2 ∫ cos (2 x ) dx = ∫ cos u
2 2
= ∫ cos u du
4
Calculando a integral imediata:
1 1
2 ∫ cos u dx = sen u + c
4
2 1 1
∫ cos x dx = x + sen (2x ) + c
2 4
2) ∫ tgx dx
sen x
Sabemos que tg x = , então podemos reescrever a função do enunciado
cos x
sen x
∫ tgx dx = ∫
cos x
dx
u = cos x
du
= - sen x du = - sen x dx
dx
Temos então:
sen x -1
∫ tgx dx = ∫
cos x
dx = ∫
u
du
∫ tgx dx = − Ln | cos x | + c
212
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA
∫ tgx dx = Ln | sec x | + c
3) ∫ sen3 x dx
Vamos utilizar um artifício que será usado sempre que o expoente for ímpar. Devemos fatorar o
integrando e aplicar a identidade 2.
sen2 x = 1 - cos2 x
Fatorando o integrando:
Saiba mais
Veremos agora uma nova leva de integrais para que você possa estudar e esclarecer suas dúvidas.
Nesses exemplos teremos integrais imediatas, por substituição e por partes.
Lembrete
Calcule as integrais:
a) ∫ 2 + cos x dx
Pelas propriedades de integral, podemos dividir a função em duas partes e calcular a integral de cada
uma delas.
∫ 2 + cos x dx = ∫ 2 dx + ∫ cos x dx
Resolvendo cada uma das integrais pela regra de integração conveniente, temos:
b) ∫ 3 + x2 dx
214
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA
Novamente você vai dividir a função em duas e calcular a integral de cada uma:
∫ 3 + x2 dx = ∫ 3 dx + ∫x
2
dx
c) ∫ x ( x2 - 5) 6 dx
Essa integral deve ser resolvida por substituição, vamos então chamar x2 – 5 de u:
u = x2 - 5 du = 2 x dx
du
Logo, dx =
2x
Substituindo no enunciado:
du
∫ x ( x2 - 5)6 dx = ∫ x (u)6
2x
Simplificando:
1
∫ x ( x2 - 5)6 dx =
2 ∫ (u)6 du
1 u6 1 u7
∫ ∫
2 6
x ( x - 5) dx = +c = . +c
2 6 2 7
Retornando ao enunciado original:
( x2 - 5)7
∫
2 6
x ( x - 5) dx = +c
14
x2
d) ∫ 3 dx
( x + 10)2
Vamos resolver a integral novamente por substituição, sendo u = (x3 + 10),
u = x3 + 10 du = 3 x2 dx
du
Logo, dx =
3x2
215
Unidade IV
Simplificando:
x2 x2 du 1 du 1 −2
∫ dx = ∫ u2 = ∫ u2 = 3 ∫ u du
(x )
2 2 3
3
+ 10 3x
x2 1 u-2 +1 1 u−1
∫ dx = = . +c
(x )
3 2 3 -2 + 1 3 −1
+ 10
x2 −1
∫ dx = +c
(x )
2
3
+ 10 3.( x 3 + 10)
e) (por partes) ∫ 2 x ex dx
u = 2 x e dv = e x dx. Assim:
u = 2x dv = ex dx
∫ dv = ∫ ex dx
du = 2 dx v = ex
∫ 2x
u
ex − ∫
ex dx = 2x . ex 2
u
dx
dv v v du
∫ ex dx = 2 x . ex - 2 ∫ ex dx
2x
u dv
∫ ex dx = 2 x . ex - 2 ex + c
2x
u dv
216
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA
9 INTEGRAL DE RIEMANN
No cálculo de áreas de figuras planas não convencionais é comum utilizarmos o método da exaustão,
isto é, utilizar aproximação por meio de outras figuras cujas áreas são conhecidas. A soma destas áreas
fornece um valor aproximado da área que se deseja calcular.
Consideremos uma função contínua e f(x) ≥ 0, num intervalo fechado [a,b]. Queremos determinar a
área A da região plana formada pelo gráfico da função, pelo eixo x e as retas x = a e x = b.
f(x)
a b x
Figura 2
A área da região não é conhecida da geometria elementar, vamos então dividir esta região em outras
figuras conhecidas, por exemplo, em retângulos.
Vamos então definir partição para podermos entender o que é uma integral definida.
9.1 Partição
Chamamos de partição de um intervalo ao conjunto de pontos {x0, x1, . . ., xn} que dividem o
intervalo em n intervalos menores, com a = x0 e b = xn . Estes subintervalos não são necessariamente do
mesmo tamanho.
Em nosso exemplo, veremos o que acontece quando n = 3 e quando n = 12. Para facilitar, tomaremos
as divisões com mesmo tamanho (∆x).
217
Unidade IV
y y
f(x) f(x)
a b x a b x
∆x
Figura 3 Figura 4
Note que a área sob o gráfico de f(x) é aproximadamente igual à soma das áreas dos retângulos.
Neste caso, os retângulos foram formados com altura igual ao valor de f(xi), extremidade direita do
subintervalo. O mesmo pode ser feito com a extremidade direita, com o ponto médio ou com qualquer
ponto do intervalo, em todos os casos teremos resultados semelhantes.
Observe que, no caso de n = 3, a diferença entre a região marcada, a área real e a soma das áreas dos
retângulos é maior do que no caso de n = 12. Em alguns casos, a área do retângulo é maior que a região
correspondente marcada e em outros é menor.
Lembrete
Cada retângulo tem base igual a ∆x e altura igual a f(x i). Neste caso, xi é a extremidade direita
do intervalo correspondente. A área de cada um deles é dada por (∆x . f(xi) ) e a soma destas áreas é
n
Sn = ∑ ∆x. f( xi ) .
i=1
218
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA
Queremos o valor mais próximo da área A. Para isso, devemos colocar a menor base possível, isto é,
∆xi tendendo a zero (∆xi → 0), o que ocorre quando n tende a infinito.
b
Chamamos de integral definida de f de a até b ao número L e indicamos ∫ a f(x ) dx . Assim temos
por definição:
n
b
∫ a
f( x ) dx = Lim ∑ ∆xi .f(xi )
∆x →0
i i=1
Observação
Quando a função f for contínua e f(x) ≥ 0 no intervalo [a,b], temos que a integral definida é a área
da região sob o gráfico de f de a até b.
Não faremos cálculos de integrais definidas utilizando limites. Utilizaremos o Teorema Fundamental
do Cálculo Integral para resolver essas integrais por meio de primitivas.
Se f é contínua em um intervalo fechado I e F é uma primitiva de f neste intervalo, isto é, F(x) = f ’(x),
então para quaisquer a, b de I temos:
b
∫ a f(x ) dx = F(b) - F(a)
∫ a f(x ) dx = [F(x) ] a
b b
Podemos também escrever = F(b) - F(a)
b b
ou ainda ∫ a f(x ) dx = F(x) a
= F(b) - F(a)
Assim, para o cálculo das integrais definidas vamos utilizar as regras e métodos das integrais
indefinidas para encontrar as primitivas.
219
Unidade IV
Exemplos:
2
2 x2 22 12 4 1 3
∫ 1
x dx = + c
2
= F(2) - F(1) = + c − + c = − =
2 2 2 2 2
1
Observação
Assim:
3
∫
3
0
2x ( 2
- 1 dx = x − x ) 0
= F(3) - F(0) = (32 − 3) − (02 − 0) = 9 − 3 = 6
0 2
c) ∫ -1 x - 3x dx
220
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA
2+1 2 3 2
∫ x 2 - 3 x dx = x − 3. x = x − 3 x
2 +1 2 3 2
Portanto:
0
0 2 x 3 3 x2
∫ -1
x - 3x dx = −
3 2
= F(0) - F(-1) (a)
-1
Observe que nos exemplos a) e b), os cálculos de F(a) e F(b) foram feitos diretamente na integral, já
no exemplo c) os cálculos foram feitos separadamente e só depois colocados na integral.
O modo mais conveniente depende da função com que se está trabalhando, para funções com
expressões mais simples é indiferente um ou outro modo, porém, para expressões mais longas ou
complicadas, o cálculo separado facilita o processo.
π
d) ∫ 0 2 sen x dx
F( π 2 ) = - cos ( π 2 ) = - 0 = 0
F(0) = - cos 0 = - 1
221
Unidade IV
2 x
e) ∫ 0 x 2− 2 dx
Note que esta integral não é imediata, deve ser resolvida por substituição.
x 1 du 1
∫ 2
dx = ∫ = ∫ 1 du = 1 . Ln |u| = 1 . Ln | x2 – 2 | + c
x −2 u 2 2 u 2 2
u = x2 – 2
du du
= 2x , isto é, = x dx
dx 2
Pelo TFCI, temos:
2
2 x 1 1 1
∫ dx = . Ln | x 2 + 2 | = . Ln | 22 + 2 | - . Ln | 02 + 2 | =
0 2 2 2 2
x +2 0
1 1 1 1
= . Ln | 6 | - . Ln | 2 | = . 1, 792 - . 0, 693 = 0, 550
2 2 2 2
2 2
f) ∫ 1 (2 x + 3) dx
1 1 3 1
∫ (2 x + 3) 2 dx = ∫ u 2 du = ∫ u 2 du = . u du = . (2 x + 3)3
2 2 2 6 3
u=2x+3
du du
= 2 , isto é, = dx
dx 2
1 1 1 1
= . (2 . 2+ 3)3 - . (2 . 1 + 3)3 = . 73 - . 53 = 36,33
6 6 6 6
222
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA
Saiba mais
Veremos a seguir mais exemplos de integrais, alguns resolvidos utilizando o método de substituição
outros utilizando partes e, ainda, algumas integrais definidas utilizando o TFCI.
Para definir qual dos métodos será usado, você deverá analisar a função antes de começar a resolver,
isso agiliza o processo, evitando enganos.
Exemplos:
1) Resolva as integrais
Ln x
a) ∫ x2
dx temos:
Devemos calcular a integral por partes; como a integral de Ln x não é imediata, devemos escolher u
1
= Ln x e dv = 2 dx .
x
u = Ln x 1
dv = 2 dx
x
1 −2
du = dx
x ∫ dv = ∫ x dx
x -2+1 -1
v= ⇒ v=
-2 + 1 x
Substituindo na integral, temos:
Ln x -1 -1 1
∫ x 2
dx = Ln x . -
x ∫ x . dx
x
Arrumando a expressão:
Ln x − Ln x
∫ 2
dx = + ∫ x −2 dx
x x
Resolvendo a integral imediata e substituindo na expressão:
223
Unidade IV
Ln x − Ln x x −2+1 − Ln x x −1
∫ x2
dx =
x
+
−2 + 1
+c=
x
+
−1
+c
Você pode ainda deixar a expressão de forma mais usual, não é comum deixar o sinal negativo no
denominador:
Ln x − Ln x 1
∫ x 2
dx =
x
− +c
x
b) ∫ Ln x2 dx
u = Ln x2 dv = dx
1
du = 2 x dx ∫ dv = ∫ dx
x2
v= x
2
du = dx
x
Substituindo na integral, temos:
2
∫ Ln x2 dx = x . Ln x2 - ∫x . dx
x
Simplificando a função:
∫ Ln x2 dx = x . Ln x2 − 2 ∫ dx
Calculando a integral e substituindo na expressão:
∫ Ln x2 dx = x . Ln x2 − 2 x + c
∫
c) sen2x . cos x dx
u = sen x
du = cos x dx
224
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA
Inicialmente devemos escrever cos5 x = cos2x . cos2x . cos x, depois vamos substituir cos2x por 1 – sen2
x, temos então:
u = sen x
du = cos x dx
Calculando a integral:
u3 u5
∫
5
cos x dx = u - 2 + +c
3 5
Voltando para a variável do enunciado:
sen3x sen5 x
∫ cos5 x dx = sen x - 2
3
+
5
+c
225
Unidade IV
Assim:
3
3 x2
∫ 0
3 x - 2 dx = 3
2
− 2 x
0
3 32 0 15
∫ 0
3 x - 2 dx = F(3) - F(0) = 3
2
− 2 . 3 − 3 − 2 . 0 =
2 2
0
b) ∫ -1 x 3 - x dx
x 3+1 x2 x 4 x2
∫ x − x dx =
3
− = −
3 +1 2 4 2
Portanto:
0
0 3 x 4 x2
∫ -1
x - x dx = −
4 2
= F(0) - F(-1) (a)
-1
0 04 02 ( −1)4 (-1)2 1 1 1
∫ x 3 - x dx = − − 4 − 2 = 0- − =
-1
4 2 4 2 4
0
0 2 x 3 3 x2 1 1
∫ -1
x - 3x dx = −
3 2
= 0-− =
4 4
-1
π
2
c) O valor da integral definida é: ∫ x . senx dx
0
226
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA
u = x e dv = sen x dx
u = x dv = sen x dx
du = dx ∫dv = ∫sen x dx
v = - cos x
∫ x
u
sen
= x .
x
dx (-
cos
u
x) − ∫
−
cos dx = - x . cos x +
x
∫ cos x dx
dv v v du
∫ x
u
sen
= - x . cos x + sen x + c
x
dx
dv
Agora devemos substituir os extremos de integração:
π
π
2
∫ x . senx dx = (- x . cos x + sen x ) 2
0 0
π
2
π π π
∫ x . senx dx = - . cos + sen − ( - 0 . cos 0 + sen 0 )
0 2 2 2
π
2
π
∫ x . senx dx = -
2
. 0 + 1 −
(- 0 . 1 + 0) = 1
0
10 APLICAÇÕES
Você deve estar curioso para saber o que podemos fazer com integrais. Como podemos aplicar
esses conceitos?
Temos três casos possíveis para calcular a área entre o gráfico da função e o eixo x no intervalo [a,b]:
1º caso:
f(x)
a b x
Figura 138
b
A = ∫ f( x ) dx
a
Exemplo
f(x) = x
y
0 1 x
Figura 139
1 1 x2 1 1
A = ∫ f( x ) dx = ∫ x dx = 1
0 = − 0 = u.a. (unidades de área).
0 0 2 2 2
2º caso:
228
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA
a b x
f(x)
Figura 140
b
Neste caso, temos: A = − ∫ f( x ) dx
a
Exemplo:
0 2 x
f(x) = - x
Figura 142
2
Como f(x) ≤ 0 na região marcada, temos que a área será dada pela expressão A = − ∫ f( x ) dx .
0
2 2 2 x2 22 02
Assim: A = − ∫ f( x ) dx = − ∫ − x dx = ∫ x dx = 2
0 = − = 2 u.a. (unidades de área).
0 0 0 2 2 2
2) Determinar a área da região marcada
229
Unidade IV
1
A1 f(x) = sen x
x
-1 A2 2π
Figura 143
Observe que a área a ser calculada está parte acima do eixo x (A1) e parte abaixo do eixo x (A2), e o
gráfico corta o eixo x em 3 pontos: 0, π e 2 π.
Para calcular a área total A = A1 + A2, devemos determinar cada uma das partes separadamente,
conforme o 1º ou o 2º caso.
π π π
A1 = ∫ f( x ) dx = ∫ sen x dx = − cos x 0 = −(cos π − cos 0) = −( −1 − 1) = −( −2)
0 0
2π 2π
A2 = − ∫ f( x ) dx = − ∫ sen x dx = − − cos x 2π
π = cos x 2π
π = (cos 2π − cos π ) = 1 − ( −1) = 2
π π
Logo A = 2 + 2 = 4 u. a.
Observação
Sempre que a área a ser calculada tiver parte acima do eixo x e parte
abaixo do eixo x, devemos dividir a área a ser calculada em partes, de modo
que em cada parte a função tenha somente um sinal.
3º caso:
A área a ser calculada é limitada por duas funções, f e g, contínuas em [a,b] e tais que f(x) ≥ g(x), ∀x ∈ [a,b]
y f(x) y
f(x)
A
A
a x
g(x) b
g(x)
a b x
(a) (b)
Figura 144 Figura 145
230
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA
y
a b x
f(x)
g(x)
(c)
Figura 146
As funções que limitam a área podem ser só positivas no intervalo [a,b] (figura (a)), uma delas pode
ser negativa no intervalo (figura (b)), ambas podem ser negativas. Em todos os casos, o cálculo da área
entre as curvas será feito por meio da integral definida de a até b da função (f – g).
b
A = − ∫ [ f( x ) − g( x )] dx
a
Lembrete
Veremos agora alguns exemplos para tornar seu estudo mais proveitoso.
Resolução:
Para esboçar os gráficos, observemos que f é uma função constante, portanto seu gráfico é uma reta
paralela ao eixo x passando em y = 3. A reta x = 0 é paralela ao eixo y. A função g é quadrática, logo
tem como gráfico uma parábola.
231
Unidade IV
y
g(x)
3
f(x)
1 2 x
x=0
Figura 147
Observando a figura, vemos que a função de cima é f e a função de baixo é g, temos também que o
2
intervalo é [0, 2], então para determinar a área A devemos calcular a integral ∫0 [f(x) − g(x)] dx .
Substituindo as expressões de f e g, temos:
2 2 2 2
∫0 [f(x) − g(x)] dx = ∫0 3 − (x − 1) dx = ∫ 3 − x2 + 1 dx = ∫ − x2 + 4 dx
2
0 0
x3
Determinando a primitiva, vem F( x ) = − + 4 x e daí temos:
3
03
F(0) = − + 4. 0 = 0
3
23 8 −8 + 24 16
F(2) = − + 4.2 = − + 8 = =
3 3 3 3
Substituindo na integral:
2 16 16
∫0 3 − ( x2 − 1) dx =
3
− 0 = u. a.
3
Resolução:
232
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA
Para esboçar os gráficos, observemos que f é uma função linear, portanto seu gráfico é uma reta.
Para determinar pontos da reta, utilize tabela de pontos.
A função g é quadrática, logo tem como gráfico uma parábola com concavidade para cima.
g(x)
y
f(x)
0 1 x
Figura 148
Observando a figura, vemos que a função de cima é f e a função de baixo é g, temos também que o
1
intervalo é [0, 1], então para determinar a área A devemos calcular a integral ∫0[f(x) − g(x)] dx .
Substituindo as expressões de f e g, temos:
1 1 1 x 3 x2 1
∫0[f(x) − g(x)] dx = ∫0 x − (x ) dx = ∫0 − x + x dx = − 3 + 2
2 2 1
0 =
6
233
Unidade IV
g(x)
f(x)
-1 A2
1
A1
Figura 149
1
Observe que no intervalo [0, 1], temos f(x) ≥ g(x), daí A2 = ∫0[f(x) − g(x)] dx
0
E no intervalo [-1, 0] temos g(x) ≥ f(x), daí A1 = ∫−1[g(x) − f(x)] dx .
Assim:
0
1) A1 = ∫−1[g(x) − f(x)] dx
0 0 x 4 x2 1 1 1
∫−1[g(x) − f(x) dx = ∫−1x − x dx = 4 − 2
3 0
−1 = 0 − − =
4 2 4
1
logo A1 =
4
1
2) A2 = ∫0[f(x) − g(x)] dx
1 0 x2 x 4 1 1 1’
∫0[f(x) − g(x) dx = ∫−1x − x dx = 2 − 4
3 1
0 = − −0=
2 4 4
1
logo A2 =
4
1 1 1
Portanto A = + =
4 4 2
234
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA
Resumo
Propriedades
∫ kdx = kx + C
xn+1
∫ xdx = n +1
+ C, n ≠ -1
1
∫ x dx = ln | x | + C
∫ e dx = e
x x
+C
∫ senxdx = − cos x + C
235
Unidade IV
Exercícios
Questão 1. No projeto de uma edificação, o arquiteto responsável decidiu revestir parte de uma
parede com um laminado de madeira, como mostra a figura. O laminado tem uma de suas bordas
cortada na forma de uma parábola que, para o sistema indicado na figura, a função é:
0,12 2
y= x + 0,44x
m
y = 0,12 x2 + 0,44x
y
Laminado
de madeira
2m 2m
A) 1,36 m2.
B) 2,72 m2.
C) 1,20 m2.
D) 0,91 m2.
E) 1,82 m2.
Resolução da questão
0,12 2
Para determinar a área (A), basta integrar a função y = x + 0,44x entre os limites 0 e 2 m.
Assim, encontramos: m
2m
0,12 2
A= ∫ m
x + 0,44x dx
0
2m 2m
236 0,12 2
A= ∫ m
x dx + ∫ 0,44x dx
0 0
CÁLCULO
2m COM GEOMETRIA ANALÍTICA
0,12
A= ∫ m
x2 + 0,44x dx
0
2m 2m
0,12 2
A= ∫ m
x dx + ∫ 0,44x dx
0 0
3 2m 2m
0,12 x x2
A= + 0,44
m 3 2
0 0
Questão 2. Oscar Niemeyer foi um dos mais importantes arquitetos brasileiros. Um de seus mais
notórios projetos é o da Igreja São Francisco de Assis, mais conhecida como igreja da Pampulha, que é
um dos cartões postais da capital mineira.
A igreja, encomendada pelo então prefeito Juscelino Kubitscheck de Oliveira, foi inaugurada em
1943 se tornando um marco no modernismo brasileiro.
No projeto foram utilizados arcos e abóbadas para vencer os grandes vãos existentes no interior da
igreja. Dos quatro arcos que compõem a igreja, os dois maiores são o da nave e o do altar. O arco da nave
tem a forma de uma parábola, como pode ser observado na figura.
237
Unidade IV
Tendo como referência o par de eixos (x,y), a parábola destacada na figura é o gráfico da função:
III – A área da parede delimitada pela parábola é aproximadamente igual a 12.000 m2.
238
REFERÊNCIAS
Textuais
BOULOS, P.; OLIVEIRA, I. C. Geometria analítica: um tratamento vetorial. São Paulo: Prentice Hall, 2005.
DODIER, R. Maxima Mínimo. Traduzido por Jorge Barros de Abreu. Disponível em: <http://maxima.
sourceforge.net/docs/tutorial/pt/minimal-maxima.pdf>. Acesso em: 08 jan. 2012.
FLEMMING, D. M.; GONÇALVES, M. B. Cálculo A – funções, limite, derivação, integração. São Paulo:
Makron, 1992.
GIRALDE, E. et. al. Curso de álgebra linear e geometria analítica. Lisboa: McGrawHill, 1995.
KOLMAN, B. Introdução à álgebra linear: com aplicações. São Paulo: LTC, 2006.
MORETTIN, P. A.; HARZZAN, S.; BUSSAB, W. O. Cálculo – funções de uma e várias variáveis. São Paulo:
Saraiva, 2003.
STEINBRUCH, A. Álgebra linear e geometria analítica. São Paulo: Mcgraw-hill do Brasil, 1987.
____. WINTERLE, P. Introdução à álgebra linear. São Paulo: Makron Books, 1990.
WINTERLE, P. Vetores e geometria analítica. São Paulo: Makron Books do Brasil, 2000.
239
240
241
242
243
244
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000