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Unidade IV

Unidade IV
7 INTEGRAL – PRIMEIROS CONCEITOS

Por vezes, conhecemos a derivada de uma função, mas precisamos determinar a função.

Por exemplo, a equação da velocidade de um móvel é dada pela derivada da equação do espaço. Se
você conhece a função velocidade e precisa determinar a posição do móvel em um instante t, vai utilizar
a noção de antiderivação.

Mas, afinal, o que é uma primitiva?

7.1 Primitiva ou antiderivada

Tomemos f como uma função real contínua em um intervalo I. Chamamos de primitiva de f no


intervalo I à função F, derivável em I, tal que F’(x) = f(x), ∀x ∈l .

Assim, para determinar a integral de uma função f, você deve pensar em qual é a expressão que
quando calculamos a sua derivada o resultado é f.

Vejamos agora alguns exemplos para compreender melhor essa definição.

Exemplos:

Determinar as primitivas das funções:

a) f(x) = 2x

Para determinar a primitiva da função f(x) = 2x, você deve procurar a função que quando derivamos
temos como resposta 2x.

A função F(x) = x2 é primitiva de f(x) = 2x, pois F ’ (x) = (x2)’ = 2x.

Note que:

F(x) = x2 + 1 também é primitiva de f (x) = 2x, pois F’(x) = (x2 + 1)’ = 2x

F(x) = x2 + 3 também é primitiva de f (x) = 2x, pois F’(x) = (x2 + 3)’ = 2x

F(x) = x2 - 10 também é primitiva de f (x) = 2x, pois F’(x) = (x2 – 10)’ = 2x


190
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

b) f(x) = 10

Agora você está procurando uma função que tem derivada igual a 10.

A função F(x) = 10 x é primitiva de f(x) = 10, pois F’ (x) = (10 x)’ = 10.

Note que:

F(x) = 10 x + 1 também é primitiva de f (x) = 10, pois F’ (x) = (10x + 1)’ = 10

F(x) = 10 x – 5 também é primitiva de f (x) = 10, pois F’ (x) = (10x - 5)’ = 10

( )
F( x ) = 10x + 2 também é primitiva de f (x) = 10, pois F ’( x ) = 10x + 2 ’ = 10

Lembrete

Uma vez determinada a primitiva de uma função f, temos uma


família de funções que também são primitivas de f, diferem apenas
por constantes.

Assim temos:

No exemplo a, a primitiva de f(x) = 2x é qualquer função do tipo F(x) = x2 + c, em que c é uma constante.

No exemplo b, a primitiva de f(x) = 10 é toda função do tipo F(x) = 10 x + c, em que c é uma constante.

c) f(x) = - 3

As primitivas de f(x) são do tipo F(x) = - 3 x + c.

7.2 Integral indefinida

Chamamos de integral indefinida de uma função f ao conjunto das primitivas de f.

Para indicar a integral indefinida da função f(x), usaremos a notação de Leibniz (mais utilizada), em
que F(x) indica a primitiva de f(x), dx indica a variável em relação a qual devemos fazer a antiderivada,
c é a constante de integração. O símbolo de integração será utilizado enquanto não determinamos a
primitiva de f.

∫ f(x ) dx = F (x) + c

A função f(x) é chamada de integrando ou função integrada.

191
Unidade IV

Observação

Lê-se: integral de f(x) dx.

Nem sempre é fácil determinar a primitiva de uma função.

Temos vários métodos para facilitar o cálculo de integrais; neste texto, estudaremos o cálculo de
integrais imediatas, integrais por substituição e integrais por partes.

Inicialmente vamos estudar as integrais que podem ser resolvidas diretamente por meio de regras de
integração, integrais imediatas.

7.3 Integral imediata

Para as integrais imediatas, fazemos uso de uma tabela de integrais que tem como base as
propriedades e regras de derivadas. Pode-se demonstrar cada uma das regras por meio das derivadas.

Vejamos algumas delas:

a) integral de uma constante, y = K

∫k dx = k x + c

Exemplos

1) ∫ 2 dx

O integrando é uma constante, assim, segundo a regra, teremos como resultado 2 x + c.

Podemos escrever então:

∫2 dx = 2 x + c

Note que derivando F(x) = 2x + c (primitiva), temos F’(x) = (2x + c) ’ = 2 = f(x), desta forma é possível
verificar se efetuamos corretamente.

Lembrete

Ao resolvermos a integral, isto é, ao colocarmos a expressão da primitiva,


não utilizaremos mais a notação de integral nem o símbolo nem dx.

192
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

2) ∫ −3 dx

O integrando é uma constante, logo, segundo a regra, teremos como resultado

-3 x + c.

Podemos então escrever:

∫ −3 dx = - 3 x + c

Se derivarmos F(x) = - 3x + c (primitiva), teremos F’(x) = (- 3x + c) ’ = - 3 = f(x).

3) ∫ dx

Observe que neste caso a constante K é igual a 1, assim, segundo a regra, temos ∫ dx = 1.x + c , isto
é, ∫ dx = x + c .

b) integral da potência y = x n, (n ≠ - 1)

n xn + 1
∫ x dx = n +1
+ c, (n ≠ -1)

Exemplos

1) ∫ x 3 dx

O integrando é uma potência, assim você deve utilizar a regra de integral da potência para determinar
o valor da integral da função.

Assim teremos:

3 x3 + 1 x4
∫ x dx = 3 +1
+c=
4
+c

x4
Note que se derivarmos a função F( x ) = + c , teremos:
4

 x4   4 x3  x4
F ’( x ) =  + c =  3
 = x = f( x ) , isto é, F ( x ) = + c é a primitiva de f(x).
 4   4  4

2) ∫ x − 2 dx

193
Unidade IV

Novamente temos a integral de uma potência, assim:

−2 x- 2 + 1 x- 1
∫ x dx = -2 +1
+c=
-1
+c

Pelas propriedades de potência, temos:


1
x - 1=
x
Logo podemos escrever:

−2 -1
∫x dx =
x
+c

3) ∫ 3
x dx

Pelas propriedades de potência, temos:


n m m 1
3
a =a n, assim, x =x 3

Reescrevendo a integral, encontramos:


1 4
1 +1 4
x 3 x3
3 3
∫ 3
x dx = ∫ x 3 dx =
1
+ c =
4
+c =
4
x +c
+1
3 3

Lembrete

Você usará a propriedade de potência sempre que a função tiver uma raiz.

c) Integral da potência, quando n = -1, y = x -1

1
∫ x - 1 dx = ∫
x
dx = Ln | x | + c

d) Integral da função exponencial de base a (a > 0, a ≠ 1)

 1   ax 
∫ ∫
x x x
a dx =   . a + c ou a dx =  + c
 Ln a   Ln a 
 

194
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

Exemplos:

1) ∫ 2x dx

Queremos calcular a integral de uma função exponencial com base 2, assim, segundo a regra, temos:

x  1  x
∫2 dx = 
 Ln 2 
.2 +c

Ou

x 2x
∫ 2 dx = Ln 2
+c

2) ∫ 5 x
dx

Agora queremos calcular a integral de uma função exponencial com base 5. Segundo a regra, temos:

x  1 
∫5 dx =  . 5x + c
 Ln 5 
Ou
x 5x
∫ 5 dx = Ln 5 + c
e) Integral de algumas funções trigonométricas:

∫ sen x dx = - cos x + c

∫ cos x dx = sen x + c

Resumindo, temos:

∫k dx = k x + c

n xn + 1
∫ x dx = n + 1 + c, (n ≠ -1)
1
∫ x - 1 dx = ∫
x
dx = Ln | x | + c

 ax 
∫ ax dx =  +c
 Ln a

∫ sen x dx = - cos x + c

195
Unidade IV

∫ cos x dx = sen x + c

Outras regras podem ser encontradas nos livros indicados nas referências textuais.

Saiba mais

Na internet, você encontrará mais regras em:

<http://fisicalivre.org/resumos/matematica/Derivadas_tabela.pdf>

Além das integrais imediatas que vimos anteriormente, veremos também algumas propriedades.

P1. A integral da soma ou da diferença de duas funções é a soma ou diferença das integrais:

∫ (f ± g) (x ) dx = ∫ f( x ) dx ± ∫ g (x) dx

Exemplo

1) ∫ (2 + x ) dx

Observando a função, temos que ela é formada por f(x) = 2 e g(x) = x, pela propriedade P1, temos:

∫ (2 + x ) dx = ∫ 2 dx + ∫ x dx

As duas integrais são imediatas, logo, utilizando a tabela de integrais, temos:

∫2 dx = 2 x + c1

x2
∫ x dx = 2 + c2
Assim:

x2 x2
∫ (2 + x ) dx = ∫ 2 dx + ∫ x dx = 2 x + c1 + + c2 = 2 x + + c
2 2

Note que escrevemos a constante c apenas uma vez para representar as constantes das primitivas
de f e de g.
2
2) ∫ ( x + sen x ) dx

196
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

Observando a função, temos que ela é formada por f( x ) = x2 e g( x ) = sen x . Pela propriedade
P1, temos:
2
∫ (x + sen x ) dx = ∫ x2 dx + ∫ sen x dx

As duas integrais são imediatas, logo, utilizando a tabela de integrais, temos:

2 x3
∫ x dx = 3
+ c1

∫ sen x dx = − cos x + c2

Assim:

2 2 x3 x3
∫ (x + sen x) dx = ∫ x dx + ∫ sen x dx = 3
+ c1 + ( − cos x ) + c2 =
3
− cos x + c

x 4
3) ∫ (e − x ) dx
x 4
Temos as funções f( x ) = e e g( x ) = x . Pela propriedade P1, temos:
x
∫ (e − x 4 ) dx = ∫ ex dx - ∫ x 4 dx

Utilizando a tabela de integrais (integrais imediatas), temos:

x
∫e dx = ex + c1

4 x5
∫x dx = + c2
5

Assim:
x 4 x x5 4 x
∫ (e − x ) dx = ∫ e dx - ∫ x dx = e - 5 + c
P2. A integral do produto de uma constante por uma função é o produto da constante pela integral
da função:

∫ (k . f ) (x ) dx = k . ∫ f( x ) dx

Exemplo:

1) ∫ 3 . x dx

Observando a função, temos k = 3 e f(x) = x, assim:


197
Unidade IV

∫3 . x dx = 3 . ∫ x dx

A integral a ser calculada é imediata, logo, pela tabela de integrais:

x2
∫3 . x dx = 3 . ∫ x dx = 3 .
2
+ c

2) ∫ 5 . ex dx

Observando a função, temos k = 5 e f(x) = eX, assim:

x
∫5 . e dx = 5 ∫ ex dx = 5 ex + c

A integral a ser calculada é imediata, logo, pela tabela de integrais:

x2
∫ 3 . x dx = 3 . ∫ x dx = 3 . 2
+ c

1 3
3) ∫ − x dx
2

Neste caso, temos:


1
k=− e f(x) = x3
2

Assim:

1 1
∫−2 x 3 dx = − ∫x
3
dx
2

Pela tabela de integrais:

1 3 1 3 1 x4 x4
∫− 2
x dx = −
2 ∫ x dx = − .
2 4
+c= −
8
+c

P3. Propriedade da linearidade (é uma junção das propriedades P1 e P2)

∫ ( k1 f + k2 g) ( x ) dx = k1 ∫ f( x ) dx + k2 ∫ g ( x ) dx

198
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

Observação

Essas propriedades podem ser estendidas a um número qualquer de


funções.

Veremos a seguir alguns exemplos, nos quais aplicaremos as regras e as propriedades vistas
até agora.

Exemplos:
2
1) ∫ ( x − 3x ) dx

Pela propriedade P3, temos:

2
∫ (x − 3x ) dx = ∫ x dx − 3 ∫ x2 dx

Calculando as integrais imediatas:

2 x2
2 x3
∫ (x − 3x ) dx = ∫ x dx − 3 ∫ x dx = 2 − 3 3 + c
Simplificando, vem:
2 x2
∫ (x − 3x ) dx = − x3 + c
2
2) ∫ (5 . cos x − 3x − 1 ) dx

Pela propriedade P3, temos:

∫ (5 . cos x + 3x − 1 ) dx = 5 ∫ cos x dx + 3 ∫ x dx − ∫ dx

Calculando as integrais imediatas, temos:

x2
∫ (5 . cos x + 3x − 1 ) dx = 5 sen x + 3 2
−x+c

Vejamos agora mais alguns exemplos. Neles, você utilizará os conceitos estudados. Refaça todos,
pois isso facilitará seu estudo.

199
Unidade IV

7.4 Ampliando seu leque de exemplos

Calcular as integrais indefinidas (imediatas).

1) ∫ −3 dx

Devemos utilizar a propriedade P2 para determinar a integral desta função, assim:

∫ −3 dx = -3∫ dx

Utilizando agora a tabela de integrais, temos:

∫ −3 dx = -3∫ dx = - 3 x + c
1
2) ∫2 dx

Novamente vamos utilizar a propriedade P2:

1 1
∫2 dx =
2 ∫ dx

Pela tabela de integrais, temos:

1 1 1
∫2 dx =
2 ∫ dx = 2 x + c
1
3) ∫ 5 x2 − x dx
3
Nesta função, deveremos utilizar as propriedades P1 e P2, pois temos a soma de duas funções e elas
estão multiplicadas por um número, assim:

Pela propriedade P1:

1 1
∫5 x2 − x dx = ∫ 5 x2 dx − ∫ 3x dx
3
Pela propriedade P2:

1 1 1
∫5 x2 − x dx = ∫ 5 x2 dx − ∫ 3x dx = 5∫ x2 dx −
3∫
x dx
3

200
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

Você percebe agora que as integrais a serem calculadas são imediatas, e pela tabela de integrais temos:
2 1 x 3 1 x2
∫ 5 x −
3
x dx = 5 −
3 3 2
+c

1 5 1
∫5 x2 − x dx = x 3 − x2 + c
3 3 6

5
4) ∫x dx

Vamos inicialmente reescrever a integral dada de forma mais conveniente, isto é:

5 1
∫x dx = ∫ 5 .
x
dx

Agora você consegue identificar a propriedade a ser utilizada e a regra conveniente para essa função.
Assim, pela propriedade P2:

5 1 1
∫x dx = ∫ 5 .
x
dx = 5 ∫x dx

Pela tabela de integrais, temos:

5 1 1
∫x dx = ∫ 5 .
x
dx = 5 ∫x dx = 5 . Ln | x | + c

ex
5) ∫ 2
- 3 sen x dx

Novamente temos a soma de duas funções. Assim, pela propriedade P3, temos:

ex 1
∫ - 3 sen x dx = ∫ ex dx − 3 ∫ sen x dx
2 2

Utilizando a tabela de integrais:

ex 1 x
∫ 2
- 3 sen x dx =
2
e − 3 (-cos x ) + c

Utilizando a regra de sinais, podemos escrever:

ex 1 x
∫ 2
- 3 sen x dx =
2
e + 3 cos x + c

201
Unidade IV

dS
6) Sabendo que a velocidade é uma taxa de variação, V(t) = , determine a equação do espaço de
dt
um móvel no instante t, sendo conhecida a equação da velocidade S(t) = − t2 + 8t

Resolução:

Como a velocidade é uma taxa de variação, utilizaremos a derivada de S(t) para determinar a
velocidade do móvel.

Calculando a derivada de S(t), temos:

(
V(t) = S ’(t) = − t2 + 8 t ’ )
V(t) = - 2 t + 8

Saiba mais

Para saber mais sobre a historia do cálculo e das integrais, acesse:

<http://ecalculo.if.usp.br/historia/historia_integrais.htm>

8 MÉTODOS PARA O CÁLCULO DE INTEGRAIS (NÃO IMEDIATAS)

8.1 Integração por substituição

Quando temos a integral de uma função que não é elementar (isto é, tabelada), precisamos modificar
a função para recair numa integral imediata.

Para podermos utilizar o método de substituição, é necessário que a função a ser integrada possa ser
du
dividida em uma função u(x) e sua derivada u’(x). Usaremos a notação u ’ = para indicar a derivada de u.
dx
du
Para decidir qual será a expressão de u, devemos verificar se está na expressão a ser integrada.
dx
Você deve estar curioso para saber como decidir se devemos resolver a integral por substituição ou
se ela é imediata.

Para saber isso, você deve primeiro verificar se alguma das regras se aplica à função a ser integrada,
isto é, se ela é imediata.

Caso não seja imediata, devemos verificar se é possível transformar a expressão em uma integral
imediata, substituindo parte dela por uma letra auxiliar, geralmente u.
202
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

Vejamos a seguir alguns exemplos em que as funções a serem integradas são parecidas com as que
encontramos na tabela com as regras de derivação, porém são funções compostas.

Exemplos:

1) ∫ 2 .e 2 x dx

Note que na tabela temos ∫ ex dx (função elementar), mas no nosso exemplo o expoente é 2x.

Devemos então resolver a integral por substituição, chamemos o expoente de u, isto é, u = 2x.

Calculando a derivada de u:

u = 2x.
du
= 2 , isto é, du = 2 dx.
dx

Substituindo no enunciado, temos:

∫ 2 .e 2 x dx

du
Figura 1

Assim:

∫ 2 .e 2 x dx = ∫ e u du
Essa integral é imediata (está na tabela). Temos então:

∫ 2 .e 2 x dx = ∫ e u du = e u + c
Voltando à variável original (do enunciado), temos:

∫ 2 .e 2 x dx = e 2 x + c
2
2) ∫ ( x + 3) 5 . 2 x dx

Note que conhecemos ∫ x5 dx

203
Unidade IV

Devemos, então, fazer a substituição de modo a chegar numa função deste tipo.

Tomemos

u = x 2 + 3,

du
= 2x, isto é, du = 2 x dx.
dx
Substituindo no enunciado, temos:

u6
∫ (x
2
+ 3) 5
. 2 x dx = ∫ u du =
5
+c
6

Voltando à variável do enunciado, temos:

2 5 ( x2 + 3) 6
∫ (x + 3) . 2 x dx =
6
+c

2
3) ∫ x . cos ( x ) dx
du
= 2 x,
Conhecemos ∫ cos x dx , assim a substituição a ser feita é u = x2. Encontramos, então,
dx
isto é, du = 2 x dx.
du
Como o número 2 não está na função a ser integrada, devemos escrever = x dx e substituir no
enunciado. 2

u=x2
du du
= 2 x, isto é, = x dx
dx 2

Assim:

du 1
∫x cos( x2 ) dx = ∫ cos u
2 2 ∫
= cos u du

Resolvendo a integral imediata:


1
∫x cos( x2 ) dx =
sen u + c
2
1
Voltando para a variável do enunciado: ∫ x cos( x2 ) dx = sen x2 + c
2
1
4) ∫ dx
3x + 1
204
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

1
∫ x dx no nosso exemplo, porém, o denominador agora é
Da tabela de integrais sabemos calcular
igual a 3 x + 1. Chamaremos esse denominador de u, isto é, u = 3 x + 1.

Calculando a derivada de u:

u=3x+1

du du
= 3 , isto é, = dx
dx 3
du
Como 3 não está na função a ser integrada novamente, devemos isolar dx, assim dx = .
3
Substituindo na integral, temos:
1 1 du 1 1
∫ 3x + 1 dx = ∫ =
u 3 3 ∫u du

Resolvendo a integral imediata:


1 1
∫ 3x + 1 dx = 3 Ln | u | + c
Voltando para a variável do enunciado:
1 1
∫ 3x + 1 dx = 3
Ln | 3x + 1| + c

3x
5) ∫ x2 − 1
dx

Tomemos u = x 2 – 1

Assim
du
=2x
dx

Então:

u = x2 – 1

du
= 2 x , isto é, du = dx
dx 2x

205
Unidade IV

Substituindo dx na integral, temos:

3x x x du
∫ x2 − 1 dx = 3 ∫ x2 − 1 dx = 3 ∫ u 2x

Simplificando:

3x 1 du 3 1
∫ x2 − 1 dx = 3 ∫ u 2
=
2 ∫ u
du

Resolvendo a integral imediata em u:

3x 3
∫ x2 − 1 dx =
2
Ln | u | + c

Voltando para a variável original:


3x 3
∫ x2 − 1dx = Ln | x2 − 1| + c
2

6) ∫ 5 x + 2 dx

Pela propriedade de potência, temos:


1’
5 x + 2 = (5 x + 2) 2

Assim:
1
∫ 5 x + 2 dx = ∫ ( 5 x + 2) 2 dx

Como a função a ser integrada é uma potência, tomaremos a base como u, isto é, u = 5 x + 2.
du
Então: =5
dx
Novamente vamos isolar dx, assim du = dx
5
u = 5 x + 2.
du du
= 5 , isto é, = dx
dx 5
Substituindo no enunciado, temos:
1 1 du 1 1
∫ 5 x + 2 dx = ∫ ( 5 x + 2) 2 dx = ∫u 2
5
=
5 ∫u 2 du

206
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

Calculando a integral imediata:


1
+ 1 3
1 1 1 u2 1 u 2
∫ 5 x + 2 dx =
5 ∫
u 2 du =
5 1
+ c =
5 3
+ c
+1
2 2
Retornando à variável original:

1 2 3 2 3
∫ 5 x + 2 dx = .
5 3
. ( 5 x + 2) 2 + c =
15
. ( 5 x + 2) 2 + c

8.2 Integração por partes

Nem sempre é possível utilizar o método da substituição para o cálculo da integral de uma função.

Se tivermos a integral de um produto de funções em que uma das parcelas não é a derivada da
outra, deveremos utilizar a integração por partes.

A fórmula da integração por partes é:

∫ f(x) . g(x) dx = ∫ u . dv = u.v - ∫ v . du


Este método consiste em separar o produto f por g em duas partes: uma chamaremos de u e outra
de dv:

• u é a parte que será derivada.


• dv é a parte que será integrada.

Veremos a seguir algumas funções cujas integrais não são imediatas e também não podem ser
resolvidas por substituição.

Exemplos:
x
1) ∫ x . e dx

Temos duas funções f(x) = x e g(x) = e x.

Observe que não é uma integral imediata e não é possível resolver por substituição.

Vamos resolver então por partes. Inicialmente devemos escolher quem chamaremos de u e quem
chamaremos de dv.

Geralmente verificamos de qual função conhecemos a integral e a chamamos de dv.

207
Unidade IV

Neste caso, conhecemos a integral das duas funções. Quando isso acontece, o mais conveniente é
chamarmos de u a função f(x) = x.

Tomemos u = x e dv = e x dx. Devemos agora derivar a função u e integral dv, isto é,

u = x dv = ex dx
du
= 1 ∫ dv = ∫ ex dx
dx

du = dx v = ex

Substituindo na fórmula

∫ u . dv = u.v - ∫ v . du
temos:
x
∫
x . e dx = 
 ex - ∫ 
x .  ex 
dx (I)
u dv u v v du

Calculando a integral imediata, temos:


x
∫e dx = ex + c

Substituindo na expressão (I), vem:


x
∫x . e dx = x . ex - ex + c

Colocando a expressão ex em evidência, temos:


x
∫x . e dx = ex ( x - 1) + c

Caso tivéssemos escolhido u = ex e dv = x dx, o que aconteceria com a nossa integral? Será que é
indiferente a ordem de escolha?

Para podermos responder a esta questão, vamos refazer o exemplo, agora utilizando u = e x e dv = x
dx e ver o que acontece com a integral.

Refazendo o exemplo, temos:

u = ex dv = x dx
du x
= e ∫ dv = ∫ x dx
dx
2
du = ex dx v=x
2
208
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

Substituindo na fórmula

∫ u . dv = u.v - ∫ v . du
temos:

x2 x2
ex . 
∫ x dx
 ex .
= -∫ e x dx

 

u dv u 2
 2
 du
v v

x2 x
Note que a integral ∫ e dx a ser calculada agora não é imediata e é mais complicada que a
original. 2

Não fizemos uma boa escolha. Devemos então recomeçar, fazendo outra escolha para u e dv.

2) ∫ x cos x dx

Novamente devemos decidir quem é u e quem é dv.

Tomemos u = x e dv = cos x dx.

u = x dv = cos x dx
du
= 1 ∫ dv = ∫ cos x dx
dx
du = dx v = sen x

Substituindo na fórmula

∫ u . dv = u.v - ∫ v . du
temos:

∫
x . cos
 dx = 
x sen x - ∫ 
x .  sen
 x 
dx (I)
u dv u v v du

Calculando a integral imediata, temos:

∫ sen x dx = - cos x + c

Substituindo na expressão (I), vem:

∫
x . cos
 dx = x . sen x - (- cos x ) + c
x
u dv

209
Unidade IV

∫x . cos x dx = x . sen x + cos x + c

3) ∫ Ln x dx

Note que não conhecemos a integral de Ln x, isto é, ela não é imediata.

Assim, só temos uma opção a escolher: u = Ln x e dv = dx

u = Ln x dv = dx
du 1
= ∫ dv = ∫ dx
dx x
1
du = dx v=x
x
Substituindo na fórmula

∫ u . dv = u.v - ∫ v . du
temos:
1
∫ 
u
dx = 
Ln x .  Ln
dv
x . 
x -
v
∫ x

v x

dx
  
(I)
u
du

Calculando a integral imediata, temos:


1
∫ x
x
dx = ∫ dx = x + c

Substituindo na expressão (I), vem:

∫ dx = Ln x . x - x + c
Ln x . 

u dv

Colocando x em evidência, temos:

∫ Ln x . dx = x ( Ln x - 1 ) + c

8.3 Integração de algumas funções trigonométricas

Inicialmente vamos listar algumas identidades trigonométricas que serão úteis em nossos exercícios:

1) sen2 x + cos2 x = 1

2) sen2 x = 1 - cos2 x

210
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

3) cos2 x = 1 - sen2 x
1 + cos(2x )
4) cos2 x =
2

5) sen2 x = 1 − cos(2x )
2
6) tg2 x = sec2 x – 1

7) cotg2 x = cossec2 x – 1

Nos próximos exemplos, teremos integrais de funções trigonométricas que só poderão ser resolvidas
se utilizarmos as identidades citadas para transformar a expressão em uma integral imediata ou que
possam ser resolvidas por substituição ou por partes.

Exemplos:

1) Vamos utilizar um artifício que será usado sempre que o expoente for par. Utilizaremos a identidade
trigonométrica 4.

1 + cos(2x )
cos2 x =
2
Vamos então reescrever nossa integral:
1 + cos(2x )
∫ cos x dx = ∫
2
dx
2
Para resolver essa integral, você vai separar a fração em duas partes:

1 cos(2x ) 1 1
∫ cos x dx = ∫ dx = ∫ + cos(2x ) dx
2
+
2 2 2 2
Pelas propriedades de integral, podemos separar a função em duas integrais, uma imediata e outra
que deve ser resolvida por substituição:

1 1 1 1
∫ cos x =∫ + cos(2x ) dx = ∫ dx + ∫
2
dx cos(2x ) dx (a)
2 2 2 2
Resolvendo a integral trigonométrica por substituição, temos:

u = 2x
du du
=2 = dx
dx 2

211
Unidade IV

2 1 1 du 1
∫ cos x dx =
2 ∫ cos (2 x ) dx = ∫ cos u
2 2
= ∫ cos u du
4
Calculando a integral imediata:
1 1
2 ∫ cos u dx = sen u + c
4

Voltando para a variável do enunciado:


1 1
2 ∫ cos (2x ) dx = sen (2x ) + c
4

Calculando a integral imediata e substituindo o resultado anterior em (a):

2 1 1
∫ cos x dx = x + sen (2x ) + c
2 4
2) ∫ tgx dx
sen x
Sabemos que tg x = , então podemos reescrever a função do enunciado
cos x
sen x
∫ tgx dx = ∫
cos x
dx

A nova integral deve ser resolvida por substituição.

u = cos x
du
= - sen x du = - sen x dx
dx

Temos então:
sen x -1
∫ tgx dx = ∫
cos x
dx = ∫
u
du

Calculando a integral imediata:


sen x -1
∫ tgx dx = ∫
cos x
dx = ∫
u
du = − Ln | u | + c

Voltando para a variável original:

∫ tgx dx = − Ln | cos x | + c

212
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

Utilizando as propriedades de logaritmos, podemos escrever:

∫ tgx dx = − Ln | cos x | + c = Ln |(cos x )−1 | + c

Podemos escrever também:

∫ tgx dx = Ln | sec x | + c

3) ∫ sen3 x dx

Vamos utilizar um artifício que será usado sempre que o expoente for ímpar. Devemos fatorar o
integrando e aplicar a identidade 2.

sen2 x = 1 - cos2 x

Fatorando o integrando:

sen3 x = sen2 x . sen x

Agora você deve aplicar a identidade 2 e depois a distributiva:

sen3 x = (1 - cos2 x) . sen x

sen3 x = sen x - cos2 x . sen x

Substituindo na integral do enunciado:

∫ sen3 x dx = ∫ (sen x - cos2 x . sen x) dx


Pela propriedade de integral, podemos separar a função e calcular duas integrais, assim:

∫ sen3 x dx = ∫ sen x dx - ∫ cos2 x . sen x dx (1)


A primeira integral é imediata e a segunda deve ser resolvida por substituição.

Vamos inicialmente resolver a segunda integral, utilizando o que já sabemos do método de


substituição:
3 3
∫ cos2 x . sen x dx = - ∫ u 2 . du = - u + c = - cos x + c
3 3
u = cos x
du
= -sen x du = - sen x dx
dx
213
Unidade IV

Substituindo em (1), vem:


cos3 x
∫ sen3 x dx = ∫ sen x dx - ∫ cos2 x . sen x dx = - cos x + +c
3

Saiba mais

Para saber mais sobre métodos de integração, acesse o site <http://


ecalculo.if.usp.br/>, clique em “Integrais” e depois em “Técnicas de
Primitivação”. Lá você encontrará exemplos e exercícios de Integração
(ou Primitivação) por substituição, por partes e por frações parciais. Bons
estudos e boa navegação!

Porém, primeiro você deve estudar os exemplos a seguir.

8.4 Ampliando seu leque de exemplos

Veremos agora uma nova leva de integrais para que você possa estudar e esclarecer suas dúvidas.
Nesses exemplos teremos integrais imediatas, por substituição e por partes.

Lembrete

É importante que você estude os exemplos e depois tente refazê-los,


isso o auxiliará em seus estudos.

Calcule as integrais:

a) ∫ 2 + cos x dx

Pelas propriedades de integral, podemos dividir a função em duas partes e calcular a integral de cada
uma delas.

∫ 2 + cos x dx = ∫ 2 dx + ∫ cos x dx
Resolvendo cada uma das integrais pela regra de integração conveniente, temos:

∫ 2 + cos x dx = ∫ 2 dx + ∫ cos x dx = 2 x + sen x + c

b) ∫ 3 + x2 dx

214
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

Novamente você vai dividir a função em duas e calcular a integral de cada uma:

∫ 3 + x2 dx = ∫ 3 dx + ∫x
2
dx

Agora você tem duas integrais imediatas:


x3
∫ 3 + x2 dx = 3 x +
3
+c

c) ∫ x ( x2 - 5) 6 dx

Essa integral deve ser resolvida por substituição, vamos então chamar x2 – 5 de u:

u = x2 - 5 du = 2 x dx
du
Logo, dx =
2x
Substituindo no enunciado:

du
∫ x ( x2 - 5)6 dx = ∫ x (u)6
2x
Simplificando:
1
∫ x ( x2 - 5)6 dx =
2 ∫ (u)6 du

Calculando a integral imediata:

1 u6 1 u7
∫ ∫
2 6
x ( x - 5) dx = +c = . +c
2 6 2 7
Retornando ao enunciado original:

( x2 - 5)7

2 6
x ( x - 5) dx = +c
14
 x2 
d) ∫  3  dx
 ( x + 10)2 
Vamos resolver a integral novamente por substituição, sendo u = (x3 + 10),

u = x3 + 10 du = 3 x2 dx
du
Logo, dx =
3x2

215
Unidade IV

Substituindo no enunciado, temos:


x2 x2 du
∫ dx = ∫
(x )
2 2
3
+ 10 u 3x2

Simplificando:
x2 x2 du 1 du 1 −2
∫ dx = ∫ u2 = ∫ u2 = 3 ∫ u du
(x )
2 2 3
3
+ 10 3x

Calculando a integral imediata:

x2 1 u-2 +1 1 u−1
∫ dx = = . +c
(x )
3 2 3 -2 + 1 3 −1
+ 10

Voltando para a variável do enunciado:

x2 −1
∫ dx = +c
(x )
2
3
+ 10 3.( x 3 + 10)

e) (por partes) ∫ 2 x ex dx

Neste caso, devemos resolver a integral por partes e teremos

u = 2 x e dv = e x dx. Assim:

u = 2x dv = ex dx

∫ dv = ∫ ex dx
du = 2 dx v = ex

Substituindo na integral, temos:

∫ 2x 
u
ex − ∫ 
ex dx = 2x .  ex 2
u
dx
dv v v du

∫ ex dx = 2 x . ex - 2 ∫ ex dx
2x 
u dv

Resolvendo a integral imediata:

∫ ex dx = 2 x . ex - 2 ex + c
2x 
u dv

216
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

9 INTEGRAL DE RIEMANN

No cálculo de áreas de figuras planas não convencionais é comum utilizarmos o método da exaustão,
isto é, utilizar aproximação por meio de outras figuras cujas áreas são conhecidas. A soma destas áreas
fornece um valor aproximado da área que se deseja calcular.

Consideremos uma função contínua e f(x) ≥ 0, num intervalo fechado [a,b]. Queremos determinar a
área A da região plana formada pelo gráfico da função, pelo eixo x e as retas x = a e x = b.

Conforme a figura a seguir:

f(x)

a b x

Figura 2

A área da região não é conhecida da geometria elementar, vamos então dividir esta região em outras
figuras conhecidas, por exemplo, em retângulos.

Para isso faremos uma partição no intervalo [a,b].

O que vem a ser uma partição em um intervalo?

Vamos então definir partição para podermos entender o que é uma integral definida.

9.1 Partição

Chamamos de partição de um intervalo ao conjunto de pontos {x0, x1, . . ., xn} que dividem o
intervalo em n intervalos menores, com a = x0 e b = xn . Estes subintervalos não são necessariamente do
mesmo tamanho.

Em nosso exemplo, veremos o que acontece quando n = 3 e quando n = 12. Para facilitar, tomaremos
as divisões com mesmo tamanho (∆x).

217
Unidade IV

y y

f(x) f(x)

a b x a b x
∆x

Figura 3 Figura 4

Note que a área sob o gráfico de f(x) é aproximadamente igual à soma das áreas dos retângulos.
Neste caso, os retângulos foram formados com altura igual ao valor de f(xi), extremidade direita do
subintervalo. O mesmo pode ser feito com a extremidade direita, com o ponto médio ou com qualquer
ponto do intervalo, em todos os casos teremos resultados semelhantes.

Observe que, no caso de n = 3, a diferença entre a região marcada, a área real e a soma das áreas dos
retângulos é maior do que no caso de n = 12. Em alguns casos, a área do retângulo é maior que a região
correspondente marcada e em outros é menor.

Lembrete

Quanto maior o número de divisões do intervalo [a,b], menor o valor de


∆x e menor o erro cometido com a aproximação pela soma das áreas dos
retângulos.

Cada retângulo tem base igual a ∆x e altura igual a f(x i). Neste caso, xi é a extremidade direita
do intervalo correspondente. A área de cada um deles é dada por (∆x . f(xi) ) e a soma destas áreas é
n
Sn = ∑ ∆x. f( xi ) .
i=1

9.2 Soma de Riemann


n
A soma Sn = ∑ ∆xi . f( xi ) é chamada de soma de Riemann da função f(x).
i=1
Note que agora estamos utilizando ∆xi para indicar a base dos retângulos, isto é, as bases não
precisam ser necessariamente do mesmo tamanho, como ocorreu no nosso exemplo.

218
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

Queremos o valor mais próximo da área A. Para isso, devemos colocar a menor base possível, isto é,
∆xi tendendo a zero (∆xi → 0), o que ocorre quando n tende a infinito.

9.3 Integral definida ou integral de Riemann


n
Seja f uma função definida em [a,b] e L um número real tal que L = Lim ∑ ∆xi .f( xi ) .
∆xi→0 i=1

b
Chamamos de integral definida de f de a até b ao número L e indicamos ∫ a f(x ) dx . Assim temos
por definição:

n
b
∫ a
f( x ) dx = Lim ∑ ∆xi .f(xi )
∆x →0
i i=1

Observação

Lê-se: integral de a até b de f(x) dx.

Se este limite existe, dizemos que a função é integrável no intervalo [a,b].

Na notação de integral definida, os números a e b são chamados de limites de integração, a é o


limite inferior e b o superior.

Quando a função f for contínua e f(x) ≥ 0 no intervalo [a,b], temos que a integral definida é a área
da região sob o gráfico de f de a até b.

Não faremos cálculos de integrais definidas utilizando limites. Utilizaremos o Teorema Fundamental
do Cálculo Integral para resolver essas integrais por meio de primitivas.

9.4 Teorema Fundamental do Cálculo Integral (TFCI)

Se f é contínua em um intervalo fechado I e F é uma primitiva de f neste intervalo, isto é, F(x) = f ’(x),
então para quaisquer a, b de I temos:
b
∫ a f(x ) dx = F(b) - F(a)
∫ a f(x ) dx = [F(x) ] a
b b
Podemos também escrever = F(b) - F(a)
b b
ou ainda ∫ a f(x ) dx = F(x) a
= F(b) - F(a)

Assim, para o cálculo das integrais definidas vamos utilizar as regras e métodos das integrais
indefinidas para encontrar as primitivas.
219
Unidade IV

Exemplos:

1) Calcular as integrais definidas (utilizando o TFCI)


2
a) ∫ 1 x dx
x2
Inicialmente determinamos a primitiva de f(x) = x. Pelas regras, sabemos que F(x) = + c.
2
Assim, calculando a integral, temos:
2
2  x2 
∫ 1
x dx =  + c
 2  1

Substituindo os extremos de integração:

2
2  x2   22   12  4 1 3
∫ 1
x dx =  + c
 2 
= F(2) - F(1) =  + c −  + c = − =
2  2  2 2 2
1

Observação

Na integral definida, a constante c será cancelada após a distribuição do


sinal de menos, sempre. Por esse motivo, vamos utilizar a primitiva sempre
sem a constante, para integrais definidas.
3
b) ∫ 0 2 x - 1 dx
Inicialmente determinamos a primitiva de f(x) = 2 x – 1. Pelas regras, temos:
x2
∫ 2 x – 1 dx = 2. −x =x2–x.
2
Note que não escrevemos a constante c.

Assim:
3


3
0
2x ( 2
- 1 dx = x − x ) 0
= F(3) - F(0) = (32 − 3) − (02 − 0) = 9 − 3 = 6

0 2
c) ∫ -1 x - 3x dx

Determinando a primitiva de f(x) = x 2 - 3 x pelas regras, temos:

220
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

2+1 2 3 2
∫ x 2 - 3 x dx = x − 3. x = x − 3 x
2 +1 2 3 2
Portanto:
0
0 2  x 3 3 x2 
∫ -1
x - 3x dx =  −
 3 2 
= F(0) - F(-1) (a)
-1

Determinando os valores de F(0) e F(-1), temos:


03 3 . 02
F(0) = − =0−0=0
3 2
3 2
F(-1) = ( −1) − 3 . (-1) = −1 − 3 . 1 = − 1 − 3 = −2 − 9 = − 11
3 2 3 2 3 2 6 6

Substituindo em (a), temos:


0
0 2  x 3 3 x2   11 11
∫ -1
x - 3x dx =  −
 3 2 
= F(0) - F(-1) = 0 -  −  =
 6 6
-1

Observe que nos exemplos a) e b), os cálculos de F(a) e F(b) foram feitos diretamente na integral, já
no exemplo c) os cálculos foram feitos separadamente e só depois colocados na integral.

O modo mais conveniente depende da função com que se está trabalhando, para funções com
expressões mais simples é indiferente um ou outro modo, porém, para expressões mais longas ou
complicadas, o cálculo separado facilita o processo.
π
d) ∫ 0 2 sen x dx

Já sabemos que ∫ sen x dx = - cos x, logo


π
π 2
∫0 2 sen x dx = ( − cos x ) = F(0) - F( π 2 ) (a)
0

Determinando os valores de F( π 2 ) e F(0), temos:

F( π 2 ) = - cos ( π 2 ) = - 0 = 0

F(0) = - cos 0 = - 1

Substituindo em (a), vem: π


π 2
∫0 2 sen x dx = ( − cos x ) = F(0) - F( π 2 ) = 0 -(-1) = 1
0

221
Unidade IV

2 x
e) ∫ 0 x 2− 2 dx

Note que esta integral não é imediata, deve ser resolvida por substituição.

Resolvendo a integral indefinida, temos:

x 1 du 1
∫ 2
dx = ∫ = ∫ 1 du = 1 . Ln |u| = 1 . Ln | x2 – 2 | + c
x −2 u 2 2 u 2 2

u = x2 – 2

du du
= 2x , isto é, = x dx
dx 2
Pelo TFCI, temos:
2
2 x 1 1 1
∫ dx = . Ln | x 2 + 2 | = . Ln | 22 + 2 | - . Ln | 02 + 2 | =
0 2 2 2 2
x +2 0

1 1 1 1
= . Ln | 6 | - . Ln | 2 | = . 1, 792 - . 0, 693 = 0, 550
2 2 2 2
2 2
f) ∫ 1 (2 x + 3) dx

Esta integral não é imediata, deve ser resolvida por substituição.

Resolvendo a integral indefinida, temos:

1 1 3 1
∫ (2 x + 3) 2 dx = ∫ u 2 du = ∫ u 2 du = . u du = . (2 x + 3)3
2 2 2 6 3
u=2x+3
du du
= 2 , isto é, = dx
dx 2

Pelo TFCI, temos:


2
2 2 1 1 1
∫ 1
(2 x + 3) dx =
6
. (2 x + 3)3
6
. (2 . 2+ 3)3 - . (2 . 1 + 3)3 =
6
1

1 1 1 1
= . (2 . 2+ 3)3 - . (2 . 1 + 3)3 = . 73 - . 53 = 36,33
6 6 6 6

222
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

Saiba mais

Para saber mais sobre soma de Riemann, acesse <http://ecalculo.if.usp.


br/>, clique em ”Integrais” e, em seguida, em “Soma de Riemann”.

9.5 Ampliando seu leque de exemplos

Veremos a seguir mais exemplos de integrais, alguns resolvidos utilizando o método de substituição
outros utilizando partes e, ainda, algumas integrais definidas utilizando o TFCI.

Para definir qual dos métodos será usado, você deverá analisar a função antes de começar a resolver,
isso agiliza o processo, evitando enganos.

Exemplos:

1) Resolva as integrais
Ln x
a) ∫ x2
dx temos:

Devemos calcular a integral por partes; como a integral de Ln x não é imediata, devemos escolher u
1
= Ln x e dv = 2 dx .
x
u = Ln x 1
dv = 2 dx
x
1 −2
du = dx
x ∫ dv = ∫ x dx

x -2+1 -1
v= ⇒ v=
-2 + 1 x
Substituindo na integral, temos:
Ln x  -1  -1  1
∫ x 2
dx = Ln x .   -
 x ∫  x  .   dx
 x

Arrumando a expressão:
Ln x − Ln x
∫ 2
dx = + ∫ x −2 dx
x x
Resolvendo a integral imediata e substituindo na expressão:

223
Unidade IV

Ln x − Ln x x −2+1 − Ln x x −1
∫ x2
dx =
x
+
−2 + 1
+c=
x
+
−1
+c

Você pode ainda deixar a expressão de forma mais usual, não é comum deixar o sinal negativo no
denominador:
Ln x − Ln x 1
∫ x 2
dx =
x
− +c
x
b) ∫ Ln x2 dx

Devemos calcular a integral por parte, assim u = Ln x2 e dv = dx

u = Ln x2 dv = dx

1
du = 2 x dx ∫ dv = ∫ dx
x2
v= x
2
du = dx
x
Substituindo na integral, temos:
 2
∫ Ln x2 dx = x . Ln x2 - ∫x .   dx
 x
Simplificando a função:

∫ Ln x2 dx = x . Ln x2 − 2 ∫ dx
Calculando a integral e substituindo na expressão:

∫ Ln x2 dx = x . Ln x2 − 2 x + c


c) sen2x . cos x dx

Devemos calcular a integral por substituição. Seja u = sen x, temos:

u = sen x

du = cos x dx

Substituindo no enunciado, temos:


2
∫ sen2x . cos dx = ∫ u du
 x
 
du

224
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

Calculando a integral imediata:


u2+1 u3
∫ sen2x . cos

 x dx =
 2 +1 + c =
3
+c
du
Voltando para a variável original:
sen3x
∫ sen2x . cos dx =
 x
  3
+c
du
d) ∫ cos x dx 5

Inicialmente devemos escrever cos5 x = cos2x . cos2x . cos x, depois vamos substituir cos2x por 1 – sen2
x, temos então:

∫ cos x dx = ∫ cos2 x cos2 x cos x dx


5

∫ cos5 x dx = ∫ (1- sen2 x ) . (1- sen2 x ) . cos x dx

Calculando a integral por substituição, fazendo u = sen x, temos:

u = sen x

du = cos x dx

Substituindo no enunciado, temos:

∫ cos5 x dx = ∫ (1 − u ).(1 − u ).du = ∫ 1 − u − u2 + u4 du = ∫ 1 − 2 u2 + u4 du


2 2 2

Calculando a integral:
u3 u5

5
cos x dx = u - 2 + +c
3 5
Voltando para a variável do enunciado:
sen3x sen5 x
∫ cos5 x dx = sen x - 2
3
+
5
+c

2) Resolva as integrais definidas


3
a) ∫0 3 x - 2 dx

Inicialmente determinamos a primitiva de f(x) = 3 x – 2. Pelas regras, temos:


x2
∫ 3 x - 2 dx = 3 .
2
−2 x

225
Unidade IV

Note que não escrevemos a constante c.

Assim:
3
3  x2 
∫ 0
3 x - 2 dx =  3
 2
− 2 x
 0

Substituindo os extremos de integração:

3  32   0  15
∫ 0
3 x - 2 dx = F(3) - F(0) =  3
 2
− 2 . 3 −  3 − 2 . 0  =
  2  2
0
b) ∫ -1 x 3 - x dx

Determinando a primitiva de f(x) = x 3 - x pelas regras, temos:

x 3+1 x2 x 4 x2
∫ x − x dx =
3
− = −
3 +1 2 4 2
Portanto:
0
0 3  x 4 x2 
∫ -1
x - x dx =  −
 4 2 
= F(0) - F(-1) (a)
-1

Determinando os valores de F(0) e F(-1), temos:


04 02
F(0) = − =0
4 2
( −1)4 (-1)2 1 1 1 1 1
F(-1) = F( −1) = − = − =− − =−
4 2 4 2 4 2 4
Substituindo em (a), temos:
0
0 3  x 4 x2 
∫ -1
x - x dx =  −
 4 2 
= F(0) - F(-1)
-1

0  04 02   ( −1)4 (-1)2   1 1 1
∫ x 3 - x dx =  − −  4 − 2  = 0-  −  =
-1
 4 2    4 2 4
0
0 2  x 3 3 x2   1 1
∫ -1
x - 3x dx =  −
 3 2 
= 0-−  =
 4 4
-1
π
2
c) O valor da integral definida é: ∫ x . senx dx
0
226
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

Devemos resolver a integral indefinida e depois substituir os extremos de integração.

A integral indefinida deve ser resolvida por partes, tomemos:

u = x e dv = sen x dx

Assim, derivando u e integrando dv:

u = x dv = sen x dx

du = dx ∫dv = ∫sen x dx
v = - cos x

Substituindo na integral, temos:

∫ x 
u
sen
  = x . 
x
dx (-
cos
u
x) − ∫ 
−
cos dx = - x . cos x +
x 
 ∫ cos x dx
dv v v du

Calculando a integral e substituindo na expressão:

∫ x 
u
sen
  = - x . cos x + sen x + c
x
dx
dv
Agora devemos substituir os extremos de integração:
π
π
2
∫ x . senx dx = (- x . cos x + sen x ) 2

0 0
π
2
 π π π 
∫ x . senx dx =  - . cos   + sen    − ( - 0 . cos 0 + sen 0 )
0  2 2 2 

π
2
 π 
∫ x . senx dx =  -
 2
. 0 + 1 −

(- 0 . 1 + 0) = 1
0

10 APLICAÇÕES

Você deve estar curioso para saber o que podemos fazer com integrais. Como podemos aplicar
esses conceitos?

Nesta unidade, veremos algumas aplicações de integral definida.


227
Unidade IV

10.1 APLICAÇÕES DA INTEGRAL DEFINIDA

10.1.1 Cálculo de áreas

Temos três casos possíveis para calcular a área entre o gráfico da função e o eixo x no intervalo [a,b]:

1º caso:

f(x) ≥ 0 no intervalo [a,b]

f(x)

a b x
Figura 138

b
A = ∫ f( x ) dx
a

Exemplo
f(x) = x
y

0 1 x

Figura 139

Determinar a área da região marcada.

Neste caso, temos f(x) ≥ 0

1 1 x2 1 1
A = ∫ f( x ) dx = ∫ x dx = 1
0 = − 0 = u.a. (unidades de área).
0 0 2 2 2
2º caso:

f(x) ≤ 0 no intervalo [a,b]

228
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

a b x

f(x)

Figura 140

b
Neste caso, temos: A = − ∫ f( x ) dx
a

Exemplo:

1) Determinar a área da região marcada.


Figura 141
y

0 2 x

f(x) = - x
Figura 142

2
Como f(x) ≤ 0 na região marcada, temos que a área será dada pela expressão A = − ∫ f( x ) dx .
0

2 2 2 x2 22 02
Assim: A = − ∫ f( x ) dx = − ∫ − x dx = ∫ x dx = 2
0 = − = 2 u.a. (unidades de área).
0 0 0 2 2 2
2) Determinar a área da região marcada

229
Unidade IV

1
A1 f(x) = sen x
x
-1 A2 2π

Figura 143

Observe que a área a ser calculada está parte acima do eixo x (A1) e parte abaixo do eixo x (A2), e o
gráfico corta o eixo x em 3 pontos: 0, π e 2 π.

Assim temos f(x) ≥ 0 no intervalo [0, π] e f(x) ≤ 0 no intervalo [π, 2 π].

Para calcular a área total A = A1 + A2, devemos determinar cada uma das partes separadamente,
conforme o 1º ou o 2º caso.
π π π
A1 = ∫ f( x ) dx = ∫ sen x dx = − cos x 0 = −(cos π − cos 0) = −( −1 − 1) = −( −2)
0 0

2π 2π
A2 = − ∫ f( x ) dx = − ∫ sen x dx = −  − cos x 2π 
π  = cos x 2π
π = (cos 2π − cos π ) = 1 − ( −1) = 2
π π 

Logo A = 2 + 2 = 4 u. a.

Observação

Sempre que a área a ser calculada tiver parte acima do eixo x e parte
abaixo do eixo x, devemos dividir a área a ser calculada em partes, de modo
que em cada parte a função tenha somente um sinal.

3º caso:

A área a ser calculada é limitada por duas funções, f e g, contínuas em [a,b] e tais que f(x) ≥ g(x), ∀x ∈ [a,b]

y f(x) y
f(x)
A
A
a x
g(x) b
g(x)
a b x
(a) (b)
Figura 144 Figura 145

230
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

y
a b x

f(x)

g(x)
(c)
Figura 146

As funções que limitam a área podem ser só positivas no intervalo [a,b] (figura (a)), uma delas pode
ser negativa no intervalo (figura (b)), ambas podem ser negativas. Em todos os casos, o cálculo da área
entre as curvas será feito por meio da integral definida de a até b da função (f – g).

b
A = − ∫ [ f( x ) − g( x )] dx
a

Lembrete

No cálculo da área de uma região limitada por duas funções, faremos a


integral da função de cima menos a função de baixo.

Veremos agora alguns exemplos para tornar seu estudo mais proveitoso.

1) Determinar a área limitada pelas funções f(x) = 3 e g(x) = x 2 – 1e pela reta x = 0.

Resolução:

Inicialmente devemos representar graficamente a região, esboçando o gráfico das funções,


determinando as abscissas (valores de x) das intersecções e as raízes das funções. Para determinar as
intersecções, igualaremos as funções e resolveremos a equação.

Logo x2 – 1 = 3, isto é, x2 = 4 e daí x = ±2 .

Para esboçar os gráficos, observemos que f é uma função constante, portanto seu gráfico é uma reta
paralela ao eixo x passando em y = 3. A reta x = 0 é paralela ao eixo y. A função g é quadrática, logo
tem como gráfico uma parábola.

Devemos determinar as raízes de g, isto é, resolver a equação x2 – 1 = 0. Resolvendo a equação,


encontramos x = ±1.

231
Unidade IV

Substituindo os dados encontrados, temos a figura a seguir:

y
g(x)
3
f(x)

1 2 x

x=0
Figura 147

Observando a figura, vemos que a função de cima é f e a função de baixo é g, temos também que o
2
intervalo é [0, 2], então para determinar a área A devemos calcular a integral ∫0 [f(x) − g(x)] dx .
Substituindo as expressões de f e g, temos:

2 2 2 2
∫0 [f(x) − g(x)] dx = ∫0 3 − (x − 1) dx = ∫ 3 − x2 + 1 dx = ∫ − x2 + 4 dx
2
0 0

x3
Determinando a primitiva, vem F( x ) = − + 4 x e daí temos:
3
03
F(0) = − + 4. 0 = 0
3

23 8 −8 + 24 16
F(2) = − + 4.2 = − + 8 = =
3 3 3 3

Substituindo na integral:

2 16 16
∫0 3 − ( x2 − 1) dx =
3
− 0 = u. a.
3

2) Determinar a área limitada pelas funções f(x) = x e g(x) = x2.

Resolução:

Inicialmente devemos representar graficamente a região, esboçando o gráfico das funções,


determinando as abscissas (valores de x) das intersecções e as raízes das funções.

Para determinar as intersecções, igualaremos as funções e resolveremos a equação.

232
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

Logo x2 = x, isto é, x2 – x = 0. Colocando x em evidência, temos: x (x – 1) = 0 assim x = 0 ou x = 1.

Para esboçar os gráficos, observemos que f é uma função linear, portanto seu gráfico é uma reta.
Para determinar pontos da reta, utilize tabela de pontos.

A função g é quadrática, logo tem como gráfico uma parábola com concavidade para cima.

Devemos determinar as raízes de g, isto é, resolver a equação x2 = 0. Resolvendo a equação,


encontramos x = 0.

Substituindo os dados encontrados, temos a figura a seguir:

g(x)
y
f(x)

0 1 x

Figura 148

Observando a figura, vemos que a função de cima é f e a função de baixo é g, temos também que o
1
intervalo é [0, 1], então para determinar a área A devemos calcular a integral ∫0[f(x) − g(x)] dx .
Substituindo as expressões de f e g, temos:

1 1 1 x 3 x2 1
∫0[f(x) − g(x)] dx = ∫0 x − (x ) dx = ∫0 − x + x dx = − 3 + 2
2 2 1
0 =
6

3) Determinar a área da região indicada, sendo f(x) = x e g(x) = x3.

233
Unidade IV

g(x)
f(x)

-1 A2

1
A1

Figura 149

1
Observe que no intervalo [0, 1], temos f(x) ≥ g(x), daí A2 = ∫0[f(x) − g(x)] dx
0
E no intervalo [-1, 0] temos g(x) ≥ f(x), daí A1 = ∫−1[g(x) − f(x)] dx .

Assim:
0
1) A1 = ∫−1[g(x) − f(x)] dx
0 0 x 4 x2 1 1 1
∫−1[g(x) − f(x) dx = ∫−1x − x dx = 4 − 2
3 0
−1 = 0 −  − =
 4 2 4
1
logo A1 =
4
1
2) A2 = ∫0[f(x) − g(x)] dx
1 0 x2 x 4 1 1 1’
∫0[f(x) − g(x) dx = ∫−1x − x dx = 2 − 4
3 1
0 = − −0=
2 4 4
1
logo A2 =
4
1 1 1
Portanto A = + =
4 4 2

234
CÁLCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA

Resumo

Nessa unidade, estudamos o conceito de integrais e suas aplicações.


Vamos a alguns itens importantes:

Propriedades

∫ [f(x) ± g(x)]dx = ∫ f(x)dx ± ∫ g(x)dx

∫ k.f(x)dx = k.∫ f(x)dx


Tabela de Algumas Integrais Imediatas

∫ kdx = kx + C
xn+1
∫ xdx = n +1
+ C, n ≠ -1

1
∫ x dx = ln | x | + C
∫ e dx = e
x x
+C

∫ senxdx = − cos x + C

∫ cos xdx = senx + C


b
Integral definida: ∫ f( x )dx = F(b) − F(a)
a

Integral por substituição: ∫ f(g( x ))g ’( x )dx = ∫ f(u)du onde u=g(x).


,

Integrais por partes: ∫ udv = u.v − ∫ v.du

235
Unidade IV

Exercícios

Questão 1. No projeto de uma edificação, o arquiteto responsável decidiu revestir parte de uma
parede com um laminado de madeira, como mostra a figura. O laminado tem uma de suas bordas
cortada na forma de uma parábola que, para o sistema indicado na figura, a função é:

0,12 2
y= x + 0,44x
m
y = 0,12 x2 + 0,44x
y
Laminado
de madeira

2m 2m

Figura – Parede parcialmente revestida com laminado de madeira

Na situação descrita, a área da parede coberta pelo laminado de madeira é:

A) 1,36 m2.

B) 2,72 m2.

C) 1,20 m2.

D) 0,91 m2.

E) 1,82 m2.

Resposta correta: alternativa C.

Resolução da questão
0,12 2
Para determinar a área (A), basta integrar a função y = x + 0,44x entre os limites 0 e 2 m.
Assim, encontramos: m

2m
 0,12 2 
A= ∫  m
x + 0,44x  dx

0
2m 2m
236 0,12 2
A= ∫ m
x dx + ∫ 0,44x dx
0 0
CÁLCULO
2m COM GEOMETRIA ANALÍTICA
0,12  
A= ∫  m
x2 + 0,44x  dx

0
2m 2m
0,12 2
A= ∫ m
x dx + ∫ 0,44x dx
0 0
3 2m 2m
0,12 x x2
A= + 0,44
m 3 2
0 0

0,12 ( 2m) (2m)


3 2
A= + 0,44
m 3 2
0,12 8 m3 4 m2
A= + 0,44
m 3 2
A = ( 0,32 + 0,88 ) m2
A = 1,20m2

Questão 2. Oscar Niemeyer foi um dos mais importantes arquitetos brasileiros. Um de seus mais
notórios projetos é o da Igreja São Francisco de Assis, mais conhecida como igreja da Pampulha, que é
um dos cartões postais da capital mineira.

A igreja, encomendada pelo então prefeito Juscelino Kubitscheck de Oliveira, foi inaugurada em
1943 se tornando um marco no modernismo brasileiro.

No projeto foram utilizados arcos e abóbadas para vencer os grandes vãos existentes no interior da
igreja. Dos quatro arcos que compõem a igreja, os dois maiores são o da nave e o do altar. O arco da nave
tem a forma de uma parábola, como pode ser observado na figura.

Figura – Igreja da Pampulha com o arco da nave em destaque

Disponível em: <http://curtaasferias.com.br/igreja-da-pampulha-belo-horizonte-minas-gerais/>.


Acesso em: 8 abr. 2019. Adaptada.

237
Unidade IV

Tendo como referência o par de eixos (x,y), a parábola destacada na figura é o gráfico da função:

y = −0,015x2 + 2,55x (m)

Considerando a expressão, a figura e seus conhecimentos, analise as afirmativas a seguir:

I – A altura da nave principal é aproximadamente igual a 110 m.

II – As raízes da parábola são zero e 85 m.

III – A área da parede delimitada pela parábola é aproximadamente igual a 12.000 m2.

IV – O vértice da parábola ocorre para x = 85 m.

V – A largura da nave principal, que é a largura da parábola, é aproximadamente igual a 170 m.

Assinale a alternativa correta:

A) Apenas as afirmativas I, III e V estão corretas.

B) Apenas as afirmativas I, III, IV e V estão corretas.

C) Apenas as afirmativas I, II, IV e V estão corretas.

D) Apenas as afirmativas II, III, IV e V estão corretas.

E) Apenas as afirmativas I, II, III e VIII estão corretas.

Resolução desta questão na plataforma.

238
REFERÊNCIAS

Textuais

BOLDRINI, J. L. et al. Álgebra linear. 3 ed. São Paulo: Harbra, 1986.

BOULOS, P.; OLIVEIRA, I. C. Geometria analítica: um tratamento vetorial. São Paulo: Prentice Hall, 2005.

DODIER, R. Maxima Mínimo. Traduzido por Jorge Barros de Abreu. Disponível em: <http://maxima.
sourceforge.net/docs/tutorial/pt/minimal-maxima.pdf>. Acesso em: 08 jan. 2012.

FLEMMING, D. M.; GONÇALVES, M. B. Cálculo A – funções, limite, derivação, integração. São Paulo:
Makron, 1992.

GIRALDE, E. et. al. Curso de álgebra linear e geometria analítica. Lisboa: McGrawHill, 1995.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Rio de Janeiro: LTC, 2002.

KOLMAN, B. Introdução à álgebra linear: com aplicações. São Paulo: LTC, 2006.

MACHADO, A. S. Álgebra linear e geometria analítica. São Paulo: Atual, 1982.

MORETTIN, P. A.; HARZZAN, S.; BUSSAB, W. O. Cálculo – funções de uma e várias variáveis. São Paulo:
Saraiva, 2003.

SANTOS, B. Introdução ao Software Maxima. Univ. of Porto. Disponível em: <http://maxima.


sourceforge.net/docs/Maxima_Bruna_Santos_2009.pdf>. Acesso em: 08 jan. 2012.

STEINBRUCH, A. Álgebra linear e geometria analítica. São Paulo: Mcgraw-hill do Brasil, 1987.

____. WINTERLE, P. Introdução à álgebra linear. São Paulo: Makron Books, 1990.

STEWART, J. Cálculo. v. 1. São Paulo: Pioneira-Thomson Learning, 2001.

WINTERLE, P. Vetores e geometria analítica. São Paulo: Makron Books do Brasil, 2000.

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240
241
242
243
244
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

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