1a Avaliação Historia Contemporanea I
1a Avaliação Historia Contemporanea I
1a Avaliação Historia Contemporanea I
1) Analise os três trechos abaixo destacando como cada um deles estabelece a relação
entre a industrialização e o surgimento da classe operária. Estabeleça, também,
aproximações e diferenças entre eles.
Com o progresso do capitalismo, "o povo” e os “trabalhadores pobres” - i.e. os homens que
construíram as barricadas - podiam ser cada vez mais identificados com o novo proletariado
industrial como a “classe operária”. Portanto, um movimento revolucionário socialista passou a
existir.
HOBSBAWM, Eric. As revoluções. In: A Era das Revoluções (1789-1848). RJ: Paz e Terra, 2014
[1977], 34ª ed., p. 135.
Também não devemos deixar de mencionar a ascensão e a queda do muito difamado Movimento
Luddita. A origem do termo é obscura; alguns acreditam que ele se refere às ações de um jovem
chamado Ludlum, que, ao receber a ordem de seu pai para consertar uma máquina de tecer, fez o
contrário, destruindo-a. Em todo caso, entre 1811 e 1816 surgiu um amplo apoio para operários
que se ressentiram, com amargura, dos cortes da nova era, do trabalho de crianças e da
eliminação das leis e costumes que no passado protegeram os operários qualificados. Seu
descontentamento foi expressado pela destruição de máquinas, em geral na indústria de tecidos e
roupas; desde então o termo "Luddite" passou a significar urna oposição infantil e, com certeza,
ingênua contra a tecnologia. Mas os luddites históricos não foram nem infantis nem ingênuos.
Eram pessoas que tentavam, desesperadamente, preservar direitos, privilégios, leis e costumes
que lhes haviam dado justiça na antiga visão de mundo.
POSTMAN, Neil. Da tecnocracia ao tecnopólio. In Tecnopólio: a rendição da cultura à tecnologia.
São Paulo: Nobel, 1994, p. 52.
Estou tentando resgatar o pobre tecelão de malhas, o meeiro luddita, o tecelão do “obsoleto” tear
manual, o artesão “utópico” e mesmo o iludido seguidor de Joanna Southcott, dos imensos ares
superiores de condescendência da posteridade. Seus ofícios e tradições podiam estar
desaparecendo. Sua hostilidade frente ao novo industrialismo podia ser retrógrada. Seus ideais
comunitários podiam ser fantasiosos. Suas conspirações insurrecionais podiam ser temerárias.
Mas eles viveram nesses tempos de aguda perturbação social, e nós não. Suas aspirações eram
válidas nos termos de sua própria experiência.
THOMPSON, E. P. A formação da classe operária inglesa. V.1(4. ed.). São Paulo: Companhia das
Letras, 2004, p. 13.
2) Analise os dois trechos abaixo destacando como cada um deles estabelece a crítica
da sociedade capitalista, burguesa e industrial. Explicite, também, qual é a importância
que as mulheres possuem na crítica elaborada pelas duas autoras.
Em nenhum lugar a mulher é tratada de acordo com o mérito de seu trabalho, mas apenas como
sexo. Portanto, é quase inevitável que ela deva pagar por seu direito a existir, a manter uma
posição seja onde for, com favores sexuais. Assim, é apenas uma questão de grau se ela vende a
si mesma a apenas um homem, dentro ou fora do matrimônio, ou a vários homens. Quer os
nossos reformadores o admitam ou não, a inferioridade econômica e social da mulher é a
responsável pela prostituição.
GOLDMAN, Emma. Tráfico de mulheres. Cadernos Pagu (37), julho-dezembro de 2011, p. 249.
Em todo caso, na luta contra as máquinas, as mulheres estão presentes, e duplamente presentes.
Como mulheres de operários, elas desempenham nas agitações seu papel tutelar de donas de
casa que defendem o nível de vida da família, a qual necessita de “trabalho e pão”. E isso tanto
mais que motins por alimentos às vezes misturam-se ao luddismo. Citemos Francine Gaillott que
as vê em ação. “Em Vienne (1819), elas deram o sinal para a destruição com os gritos: ‘Abaixo a
tosadeira!’ A filha de Claude Tonnegnieux, açougueiro, jogava pedras nos dragões e instigava os
operários com os gritos: ‘Quebremos, despedacemos, ânimo.’ Marguerite Dupont, fiandeira de
Saint-Freny, chamou o tenente-coronel de ‘bandido’. A mulher de Garanda gritava: ‘Tem que se
quebrar a tosadeira.’ Um dragão dizia ao povo da rua: ‘Vamos, meus amigos, somos todos
franceses, retirem-se’, e às mulheres: ‘Vamos, senhoras, retirem-se, aqui não é seu lugar. As
senhoras deviam estar perto dos seus filhos.’ Elas responderam: ‘Não, não, nosso lugar é aqui’, e
se retiraram resmungando. Duas delas foram presas.
PERROT, Michelle. Os excluídos da História. RJ: Paz e Terra, 1988, p. 25.
Seria talvez preciso também renunciar a toda uma tradição que deixa imaginar que só pode haver
saber onde as relações de poder estão suspensas e que o saber só pode desenvolver-se fora de
suas injunções, suas exigências e seus interesses. Seria talvez preciso renunciar a crer que o
poder enlouquece e que em compensação a renúncia ao poder é uma das condições para que se
possa tornar-se sábio. Temos antes que admitir que o poder produz saber (e não simplesmente
favorecendo-o porque o serve ou aplicando-o porque é útil); que poder e saber estão diretamente
implicados; que não há relação de poder sem constituição correlata de um campo de saber, nem
saber que não suponha e não constitua ao mesmo tempo relações de poder. Essas relações de
“poder-saber” não devem então ser analisadas a partir de um sujeito do conhecimento que seria
ou não livre em redação ao sistema do poder; mas é preciso considerar ao contrário que o sujeito
que conhece, os objetos a conhecer e as modalidades de conhecimentos são outros tantos efeitos
dessas implicações fundamentais do poder-saber e de suas transformações históricas.
Resumindo, não é a atividade do sujeito de conhecimento que produziria um saber, útil ou arredio
ao poder, mas o poder-saber, os processos e as lutas que o atravessam e que o constituem, que
determinam as formas e os campos possíveis do conhecimento.
FOUCAULT, Michel. O corpo dos condenados. In: Vigiar e Punir: o nascimento da prisão.
Petrópolis: Vozes, 2005, p. 27.
RECOMENDAÇÕES:
Número de páginas: 5-7
Times New Roman, letra 12, espaçamento 1,5
Utilizar as regras de citação da ABNT