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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO


DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO GERAL
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TEORIAS E METODOLOGIAS NA EDUCAÇÃO
BÁSICA

CURRÍCULO ADAPTADO: UMA FERRAMENTA DE INCLUSÃO NO


ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS DA EMEF PADRE JOSÉ
DE ANCHIETA - MARAJÓ

LINHA DE PESQUISA: CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Orientador

Prof ª

Março de 2022
1- JUSTIFICATIVA

O interesse pela temática surgiu no decorrer da disciplina de “Educação Especial” do


curso de Licenciatura em Pedagogia, muitos foram os relatos históricos de como ocorreu a
implantação das políticas de educação inclusiva no Brasil e no mundo, todos os discursos feitos
pelos mestres e doutores causou-me a inquietação de buscar conhecer como se deu o processo
de implementação do currículo adaptado e flexível nas turmas regulares de ensino fundamental
anos iniciais na Escola Padre José de Anchieta que possuem alunos com deficiência do
município de São Sebastião da Boa Vista.

Cepellini (2018) defende que as adaptações curriculares, podem ser estendidas como
uma estratégia didático pedagógica que considera as diferenças acadêmicas e os ritmos de
aprendizagens dos estudantes.

A temática é relevante no contexto do município, para fazer a sociedade e profissionais


da educação conhecer a importância da adaptação curricular para a inclusão, pois além da
mesma proporcionar aos alunos oportunidades de aprender, constitui-se de possibilidades
educacionais de atuar frente às dificuldades de aprendizagem que cada um apresenta.

Diante do exposto, a escolha pela temática, se deve pela necessidade que o pesquisador
sentiu em perceber, atualmente a enorme preocupação que rodeia o mundo da inclusão no
âmbito escolar, em especial a inquietação de muitos profissionais frente á adaptação curricular
para a inclusão do aluno com deficiência na turma regular.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, Lei nº 9.394 de 20 de


dezembro de 1996, estabelece em seu artigo 59, inciso I, que os sistemas de ensino assegurarão
aos alunos com deficiência, currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização
específicos para atender as suas necessidades.

Sendo assim, acredita-se que esse é um tema importante, tendo em vista que as
adaptações curriculares se referem á eliminação de barreiras metodológicas, que servem de pré-
quesitos para que o aluno com deficiência possa frequentar a escola regular com autonomia e
participar das atividades acadêmicas propostas aos demais alunos.
2- PROBLEMÁTICA

Como se da o processo de implementação do currículo adaptado e flexível nas turmas


regulares do ensino fundamental anos iniciais da Escola Municipal de Ensino Fundamental
Padre José de Anchieta no município de São Sebastião da Boa Vista?

Hipótese: Acredita-se que o currículo adaptado não vem sendo implementado e


planejado de forma adequada, acarretando prejuízos no processo de ensino aprendizagem dos
alunos com deficiência matriculados na rede municipal de ensino. O professor enfrenta muitas
dificuldades para incluir um aluno com deficiência na turma regular e que estas dificuldades
em muito estão relacionadas com a formação inicial que não promove ao professor um
conhecimento adequado sobre o tema. Desse modo suspeita-se que quando o professor, de fato,
tem informação adequada sobre o assunto, consequentemente, encontra mais possibilidades de
realizar a inclusão do aluno com deficiência na turma, pois, utiliza meios, recursos, e
planejamentos adequados para promover sua socialização, aprendizagem e interação.

3- OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Investigar o processo de implementação do currículo adaptado e flexível na escola


Municipal de Ensino Fundamental Padre José de Anchieta, em São Sebastião da Boa Vista.

3.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Explicitar o que as legislações em vigor exigem e recomendam com relação ao currículo


escolar adaptado;
• Realizar uma reconstrução histórica do processo de implementação da educação
especial em São Sebastiao da Boa Vista;
• Analisar as práticas pedagógicas realizadas em sala de aula no ensino fundamental anos
iniciais na escola padre José de Anchieta.
4- METODOLOGIA

Para se conseguir o objetivo de realizar um estudo investigativo sobre o currículo


adaptado voltado para as turmas de ensino fundamental – anos iniciais no município de São
Sebastião da Boa Vista – Pará, esta pesquisa seguiu, por meio de um estudo de caso,
considerando ser o mais apropriado para o tipo de análise proposto.

Para Stake (1983), a pesquisa qualitativa é caracterizada:

[...] por dados obtidos a partir de um pequeno número de casos sobre um grande
número de variáveis [...] se os dados qualitativos forem adequadamente apresentados,
o leitor achar-se-á em condições de aceitar ou rejeitar as conclusões dos
pesquisadores, em posição de modificar ou aprimorar suas próprias generalizações
(p.20-22)

Este estudo foi voltado a uma abordagem qualitativa, uma vez que aborda o
“conhecimento”, o “saber” das pessoas, o que pertence ao mesmo universo que Minayo (2002,
p.9 21) descreve como: “universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e
atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo de relações, dos processos e dos
fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis”; que atribui o caráter
qualitativo a um trabalho em detrimento dos valores quantitativos e mensuráveis.

Nesse sentido, foi utilizado o Estudo de Caso que é uma estratégia metodológica de se
fazer pesquisa nas ciências sociais e nas ciências da saúde. Trata-se de uma metodologia
aplicada para avaliar ou descrever situações dinâmicas em que o elemento humano está
presente. Busca-se aprender a totalidade de uma situação e, criativamente, descrever,
compreender e interpretar a complexidade de um caso concreto, mediante um mergulho
profundo e exaustivo em um objeto delimitado. (MARTINS, 2008).

LOCAL

O estudo será realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre José de


Anchieta do Município de São Sebastião da Boa Vista, Marajó – PA.

PARTICIPANTES

Participarão da pesquisa os professores das turmas de ensino fundamental anos iniciais


que possuem alunos com deficiência.

COLETA DE DADOS
O procedimento de coletas de dados para a pesquisa será constituído por questionários
com perguntas semiabertas elaborados pela pesquisadora e pesquisa participante.

Assim, de acordo com Gil (1999), os questionários podem ser caracterizados como um
método de investigação, constituído por uma ou mais questões, desenvolvidos por escrito a
indivíduos, com o fito de externar suas opiniões, crenças, sentimentos, entre outros.

Antes da aplicação deste instrumento, será encaminhado um ofício à Secretaria


Municipal de Educação solicitando autorização da pesquisa. Após a aprovação será entregue
aos participantes termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para que seja cumprido
os cuidados éticos que precisam ser seguidos durante a coleta. Em seguida será posto em
execução a aplicação dos questionários aos participantes aqui elencados.

Ainda, se utilizará também de procedimentos metodológicos pautados no estudo


bibliográfico e documental com intenção de complementar em nível da literatura cientifica, as
informações e dados e dados que corroborem ao progresso seguro da pesquisa.

5- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
5.1 ASPECTOS HISTORICOS, LEGAIS E CONCEITUAIS

Sabe-se que a educação especial no Brasil é institucionalizada desde a implementação


da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1961, quando por força de lei foram
criadas políticas públicas que atendam ao estabelecido legalmente. No entanto, no que tange a
implementação das políticas de educação inclusiva, nos municípios e suas escolas, o
desenvolvimento educacional para pessoas com deficiências não seguiu o mesmo curso da
institucionalização Federal. Nesse contexto, Lobato (2019 p.22) em seu discurso sobre a
implementação da educação especial em Breves, um município do Marajó afirma que o
contexto histórico da educação especial remete a meados dos anos de 1980.

[...] antes da educação especial ser implantada no munícipio, as pessoas com


deficiência eram atendidas somente por ações familiares e outras instituições sociais
como hospitais, ou, até mesmo, em postos de saúde, porém foi com a implantação da
educação especial em Breves que essas pessoas foram atendidas no âmbito
educacional e passaram a ser escolarizadas em classes especiais. (LOBATO, 2019
p.22)
A implementação da educação inclusiva é um passo desafiador para Governos e
Estados, pois mesmo, estando institucionalizada em decretos, leis e declarações, como a
Declaração de Salamanca, que reconhece “a necessidade e urgência do providenciamento de
educação para as crianças, jovens e adultos com necessidade educacionais especiais dentro do
sistema regular de ensino” (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994, p. 1), ainda são muitos
os desafios a serem enfrentados, para que a inclusão seja efetivada.

Kassar (2011, p.75) nos alerta para realizarmos um olhar mais atento neste ramo

Educacional, pois no que tange a implantação de uma política nacional de educação inclusiva
os desafios são muitos.

Estes desafios tornam-se evidentes mesmo quando estão cumpridas as exigências que
os programas e projetos explicitam: salas reduzidas, acompanhamento em salas de
recursos, adequação do espaço escolar, formação de professores, acolhimento da
escola etc.

Neste sentido o processo histórico da implementação da educação especial é de suma


importância para conhecermos quais passos foram decisivos no processo de estruturação da
educação, e assim compreendermos o processo de inclusão de alunos com deficiências e qual
foi o papel dos documentos legais para a garantia e implementação desses direitos.

Historicamente as discussões sobre políticas inclusivas perpassam também pela


formação de professores para trabalharem com a inclusão dos sujeitos atípicos no contexto
sócio educacional, destacando que tal necessidade é de fundamental importância para se
alcançar o sucesso na implementação dessas políticas, segundo Mendes (2002, p.11) “a maioria
dos estudiosos concorda sobre a necessidade de investir na capacitação e sensibilização de
professores da educação para que ocorra a diminuição gradativa da exclusão escolar”.

No entanto, não basta somente garantir o acesso à escola e a formação de professores, é


necessário também, fornecer subsídios para que a permanência e formação dos sujeitos sejam
atendidas. Para tal nos últimos anos surgiram novos recursos e métodos de ensino mais
sofisticados e eficazes, que proporcionam as pessoas com deficiência mais condições de
acessibilidade e inserção na sociedade, possibilitando uma superação das suas dificuldades e
uma participação mais ativa na vida social (GLAT e FERNANDES, 2005).
5.2 O CURRICULO E A RESIGNIFICAÇÃO CURRICULAR NA ESCOLA
INCLUSIVA

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998), enfatiza que “[...] o plano


teórico-ideológico da escola inclusiva requer a superação dos obstáculos impostos pelas
limitações do sistema regular de ensino”. Assim, “[...] a educação eficaz supõe um projeto
pedagógico que enseje o acesso e a permanência – com êxito – do aluno no ambiente escolar;
que assuma a diversidade dos educandos, de modo a contemplar as suas necessidades e
potencialidades”. Entretanto, por isso é essencial destacar importância da ressignificação
curricular na escola inclusiva, pois direcionam a prática pedagógica para alternativas
exclusivamente especializadas, ou seja, para alunos com deficiência, a resposta educacional
adequada consiste em serviços e recursos especializados.

As escolas devem incluir nos seus projetos educativos as ressignificações curriculares


relativas ao processo de ensino e aprendizagem, necessárias para responder adequadamente aos
sujeitos com deficiência, com vista a aperfeiçoar a sua participação nas atividades escolares
(CRÓ, 2009).

A esse respeito, Omote (2003) vem advertir que “[...] a educação inclusiva é, antes de
mais nada, ensino de qualidade para todos os educandos, cabendo à escola a tarefa de
desenvolver procedimentos de ensino e adaptações no currículo”. Nesta perspectiva, de acordo
com as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial (BRASIL, 2001), a ressignificação
curricular, se torna fundamental, pois são através dela que os alunos com deficiência terão
acesso as atividades que irão possibilitar o acesso ao ensino, à cultura, ao exercício da cidadania
e à inserção escolar e social produtiva.

Uma escola inclusiva é aquela que educa todos os alunos em salas de aula
regulares. Educar todos os alunos em salas de aula regulares significa que todos os
alunos recebem oportunidades educacionais adequadas, que são desafiadoras, porém
ajustadas às suas habilidades e necessidades; recebem todo o apoio e ajuda de que eles
ou seus professores possam da mesma forma, necessitar para alcançar sucesso nas
principais atividades. Mas uma escola inclusiva vai, além disso. Ela é um lugar do qual
todos fazem parte, em que todos são aceitos, onde todos ajudam e são ajudados por seus
colegas e por outros membros da comunidade escolar, para que suas necessidades
educacionais sejam satisfeitas (STAINBACK; STAINBACK, 2007).

Os alunos com necessidades educacionais diferenciadas têm assegurado na Constituição


Federal de 1988, o direito a educação realizada em classes comuns e ao atendimento
educacional especializado complementar ou suplementar escolarização, que deve ser realizado
preferencialmente em salas de recursos na escola onde estejam matriculados, em outra escola,
ou em centros de atendimento educacional especializado. Esse direito também está segurado na
LDBEN - Lei nº. 9.394/96, no parecer do CNE/CEB nº. 17l 01, na Resolução CNE/CEB nº. 2,
de 11 de setembro de 2001.

LDB, lei nº 9.394/96 – estabelece em seu artigo 59, inciso I, que os sistemas de ensino
assegurarão aos alunos com deficiência, currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e
organização específicos para atender as suas necessidades. Parâmetros Curriculares Nacionais
propõe para a educação especial um modelo de currículo adaptado que permita ajustar o fazer
pedagógico às necessidades dos alunos.
6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Especial. Parâmetros


Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEESP, 1998.

BRASIL. Ministério da Educação. Declaração de Salamanca: Sobre Princípios e Práticas na


Área das Necessidades Educativas Especiais. Disponível em:
Http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf.

BRESSAN, Luiza Liene; BUSS, Beatriz Schueroff; LEWCOWICZ, Alexandra Aline. inclusão
em foco: um estudo de caso sobre um deficiente que possui surdo cegueira no ensino regular.
Revista Educação Especial, Santa Maria, v. 32, p. ,2019.

CRÓ, M. D. L. Adaptações curriculares para alunos com necessidades educacionais especiais


(NEE): formação no ensino superior. Reflexão & Ação, v. 17, n. 1, p. 140-163, 2009.

GLAT Rosana, FERNANDES Edicléia Mascarenhas. Da segregação a educação inclusiva: uma


breve reflexão sobre os paradigmas educacionais no contexto da educação especial brasileira,
Publicado na Revista Inclusão n° 1,2005 MEC/SEESP.

KASSAR, Mônica de Carvalho Magalhães. Educação Especial na perspectiva da educação


inclusiva. Desafios da implantação de uma política nacional. Educar em Revista, Curitiba,
Editora: UFPR, Brasil, n 41, p.61-79,2011.

LOBATO, Huber Kline Guedes. A educação especial em Breves- Pará de 1985 a 2018. São
Carlos: Pedro e João Editores, 2019.

OMOTE, S. A formação do professor de educação especial na perspectiva da inclusão. In.:


BARBOSA, Raquel L.L. (Org.). Formação de educadores: desafios e perspectivas. São Paulo:
Editora UNESP, 2003.

STAINBACK, S.; STAINBABACK, W. Inclusão: Um guia para educadores; Tradução Magda


França Lopes. Potro Alegre: Artmed, 2007.

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