E-Book de Psicologia Da Aprendizagem
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REFLEXÕES INICIAIS
O INÍCIO DE UM PERCURSO
Por fim, na presente introdução, temos que ressaltar que não podemos
nos restringir a área da Psicologia, do fazer profissional do psicólogo. Sabemos
que o interesse em conhecer e entender a aprendizagem, no seu sentido
amplo, vai além do preconizado no processo de ensino e aprendizagem
escolar. A aprendizagem está presente no nosso cotidiano, nas nossas
relações interpessoais, nos diferentes espaços sociais.
Conceituando Teoria
Vamos a mais alguns exemplos: quando tento explicar para uma criança
de três anos o que significa sentir saudades, ela vai entender plenamente?
Quando meu paciente não adere ao tratamento ou abandona e não dá
nenhuma explicação... Quando eu percebo que não consigo prestar a atenção,
durante horas seguidas, em um assunto que não tenho interesse... Mas por
outro lado, quando me deparo estudando uma matéria que eu não gosto, mas
o professor/ instrutor me passa uma confiança, e eu me vejo estudando e
conhecendo aprendendo o que não aprendia antes e começa a parecer tão
fácil!
Todas as situações apresentadas anteriormente apresentam algo em
comum. Conseguem perceber? Elas nos levam a refletir sobre o processo de
construção do conhecimento, de como se dá este processo na sua imensa
complexidade. Complexidade que vamos buscar compreender juntos.
Referências
Os Modelos Pedagógicos
Um exemplo de como diferentes concepções do processo de ensino e
aprendizagem gera práticas diversas podem ser percebidas na pesquisa de
Becker (2003; 2004; 2012). O autor relata que, a partir dos seus estudos
podemos ter três modelos pedagógicos que abarcariam quase a totalidade das
relações que se estabelecem em sala de aula, expressando as práticas dos
educadores observados e entrevistados por ele (BECKER, 2004; 2012). São os
modelos: diretivo, não diretivo e o relacional.
Modelo Diretivo
Não-diretivo
Modelo relacional
O terceiro modelo descrito por Becker (2003, 2004, 2012), o relacional,
preconiza um processo de ensino e aprendizagem escolar, em que todos estão
implicados para que o conhecimento seja construído. Assim, tanto o professor,
quanto o aluno são ativos na com o objeto cognoscente.
A partir dos três modelos preconizados por Becker, podemos pensar nas
características de uma sala de aula e em como se dá o processo de ensino e
aprendizagem escolar. Podemos pensar na concepção de cada escola e de
cada educador sobre a globalidade do processo. Instituições de ensino que
estão inseridas em comunidades e acabam influenciando a forma como cada
aluno irá conceber a aprendizagem nas suas vivências na e fora do ambiente
escolar.
Atividade: Procura pensar em uma sala de aula na qual você gosta de estar e
aprender.
Referências
ALVES, Rubem. A escola com que sempre sonhei sem imaginar que
pudesse existir. São Paulo: Papirus, 2003.
Principais teóricos
A fundação do behaviorismo
Friedman e Schustack (2004, p. 220) vão nos dizer que: o mais importante
é que os behavioristas recusam-se a levar em conta conceitos “não científicos”
tais como liberdade, dignidade e auto-satisfação. Assim, a liberdade que temos
é, segundo os autores (Ibid, 2004), uma liberdade regrada pelo meio e suas
ações. Os indivíduos com isso acreditam ser livres, pois não percebem que
estão sendo monitorados. Temos como exemplo, o ensino, que busca
domesticar o nosso comportamento, através do que chamam de objetivo da
aprendizagem.
Outro exemplo pode ser vislumbrado no monitoramento da vida urbana,
através de centrais que estão monitorando nossa trajetória nas ruas, nos
prédios, nas casas. As câmeras que são instaladas pelas pessoas no intuito de
“monitorar” o viver coletivo, a partir de uma visão de manutenção da ordem,
mas que acabamos sendo vistos por todos que controlam nosso ir e vir.
Conceitos principais
O problema pode ser percebido, por exemplo, quando a criança não quer
mais o brinquedo ou o doce. Ela não aprendeu o comportamento desejado,
mas sim sabe que ao chorar para não ir ao médico, vai ganhar doce. Acabará
sendo condicionada a chorar, a reclamar, cada vez que precisar ir ao
consultório de um profissional da área da saúde. Pode-se verificar, portanto,
que é possível que ocorra uma mesma forma de se comportar cada vez que a
pessoa precise ir consultar em um local onde ela enxergue alguém de jaleco,
por exemplo!
Tipos de reforçadores
Extinção operante
Extinguir um comportamento que foi adquirido anteriormente pode ser
realizado, na medida em que não reforçarmos mais a resposta emitida pelo
indivíduo, na apresentação de um reforçador. Estaremos com isso buscando
extinguir um comportamento que desejamos que não se emitido novamente.
Segundo Ries (2003, p. 61): “como resultado deste processo verificar-se-á que
o comportamento condicionado enfraquecerá gradativamente e, se for mantida
a extinção, voltará ao nível operante, isto é, antes de ser sido condicionado”.
Modelagem
Punição
Behaviorismo e Aprendizagem
Dica de Livro: Huxley, Aldous. Admirável mundo novo. São Paulo: Globo,
3003.
Referências
A terapia cognitiva, de acordo com Rangé (2001, p. 113) surgiu por volta
dos anos 60, a partir dos estudos de Aaron Beck, Richard Lazarus, Magda
Arnold e Albert Ellis.
Cabe ressaltar que Knapp e Beck (2008) referem que podemos utilizar as
denominações terapia cognitiva (TC) e terapia cognitivo-comportamental
(TCC), para nos referirmos as psicoterapias que tem como fundamento o
modelo cognitivo do processamento mental. Assim, segundo os autores, o
termo TCC também é utilizado para um grupo de técnicas nas quais há uma
combinação de uma abordagem cognitiva e de um conjunto de procedimentos
comportamentais (ibid, p.S55).
Conceitos Principais
Crenças básicas
O modelo cognitivo
O trabalho do terapeuta
Princípios
Segundo Beck (2013, p. 27) são 10 os princípios que embasam a terapia
cognitivo-comportamental. São eles:
Referências
Origem da Gestalt
Significado de Gestalt
O mais próximo da tradução que temos, na língua portuguesa, para
gestalt (Gestalten em alemão) é “dar forma, dar estrutura significante”
(GINGER E GINGER, 1995 apud NUNES E SILVEIRA, 2011, p.24).
A Percepção
O Campo Psicológico
Figura e fundo
Heidbreder (1981, apud NUNES, 2011, p. 304) vai referir que “a percepção
que temos de um determinado objeto no mundo é de uma totalidade separada
de um fundo. Deste modo, há uma figura, que é o elemento que se evidencia,
se destaca, pois, “o fundo é apenas vazio”. Temos os casos de gravuras, nas
quais não temos a clareza do que estão representando, assim pode haver
diferentes interpretações da mesma, de acordo com a leitura que cada um faz,
não havendo certo ou errado (NUNES, 2011). Com isso, “a tendência da nossa
percepção em buscar a boa-forma permitirá a relação figura-fundo” (BOCK;
FURTADO; TEIXEIRA, 2002, p. 59).
Insight
Podemos pensar que quando uma pessoa está à frente de uma situação
qualquer e não sabe como resolvê-la, mas de repente, como que
magicamente, a resposta aparece na “sua frente”. Geralmente pode comentar
ou pensar: como resolvi tal problema? “Quando o sujeito encontra uma
situação problemática e consegue estruturá-la, isto é, formar uma gestalt, diz
que ocorreu o “insight”, ou seja, discernimento ou compreensão súbita
(CAMPOS, 1996, p. 211).
Um discípulo de Köhler, Karl Dunker (1903-1940), aplicou os estudos do
seu mestre, realizadas com os animais, e buscou aplicá-las na resolução de
dificuldades apresentadas pelos homens. Suas pesquisas foram desenvolvidas
junto a alunos de cursos superiores, a partir da apresentação de questões,
para que os estudantes resolvessem e ele pudesse fazer uma análise criteriosa
sobre os processos cognitivos que foram utilizados pelos mesmos (NUNES,
2011).
Gestalt e a aprendizagem
Campos (1996, p. 218) aponta que existem cinco (5): “Elementos que
facilitam a obtenção do “insight” a serem considerados no ensino”. O primeiro é
um aluno que apresenta uma capacidade intelectual maior, talvez consiga,
aprender mais rapidamente ensinamentos mais complexos. O segundo
elemento a ser levado em consideração é as experiências anteriores do
discente são importantes e podem facilitar o “insight”. O terceiro versa sobre a
obtenção do “insight, que só se efetivará, quando o essencial for organizado
para que seja observável. E por fim, o quinto elemento que ressalta a
importância do sujeito utilizar-se de diversas tentativas de elucidação de um
problema, para que ele possa ter “insight”.
Referências
Gestaltpedagogia
A Gestalt-terapia surge nos Estados Unidos, por volta dos anos de 1960,
pelas contribuições de Frederick Salomon Perls – ou Fritz Perls (FREITAS,
2016). Nas palavras da autora:
Ensino Gestaltpedagógico
Objetivos educacionais
1) O autoencontro,
2) A autorrealização/ autossatisfação;
3) A recuperação de partes perdidas e reprimidas da pessoa;
4) O crescimento pessoal;
5) O desenvolvimento do potencial humano como um todo;
6) A Autorresponsabilidade,
7) O estímulo da consciência;
8) A concentração sobre o aqui e agora.
Referências
Humanismo
Principais conceitos
Cliente
Rogers, ao longo de sua obra, muda a forma de nominar o paciente. Este
passa a ser chamado por ele de cliente. Nye (1975, apud MOREIRA, 2003) vai
salientar que tal mudança foi efetuada no intuito de tirar a noção de doente da
pessoa que iria buscar atendimento psicológico. Além disso, há uma tentativa
de destacar uma maior colaboração do cliente, sendo este último também
responsável nas relações que irão se estabelecer entre ele e seu terapeuta.
Eu
O Campo de Experiência
Self
Para Hall e Lindzey (1984) o conceito de self pode ser considerado um dos
mais relevantes da teoria rogeriana. “O self ou autoconceito é a visão que uma
pessoa tem de si própria, baseada em experiências passadas, estimulações
presentes e expectativas futuras” (FADIMAN; FRAGER, 1986, p. 226-227). Nas
palavras de Rogers (1959, apud HALL; LINDZEY, 1984, p. 62): a Gestalt
conceitual organizada e consistente, composta de percepções das
características do “eu”, de percepções das relações deste ‘eu’ com os outros e
com vários aspectos da vida, e dos valores atribuídos a estas percepções.
Self Ideal
Congruência e incongruência
Congruência pode ser descrita como uma fidedignidade entre o que a
pessoa verbaliza e as suas percepções sobre as experiências vivenciadas.
Assim, “um alto grau de congruência significa que a comunicação (o que você
está expressando), a experiência (o que está ocorrendo em seu campo) e a
tomada de consciência (o que você está percebendo) são todas semelhantes.
Suas observações e as de um observador externo seriam consistentes”
(FADIMAN; FRAGER, 1986, p. 229).
Obstáculos ao crescimento
Os percalços que ocorrem durante o crescimento de uma pessoa são
originários da vida infantil da mesma e, são considerados por Rogers, como
pertencentes ao desenvolvimento normal de cada um de nós (FADIMAN;
FRAGER, 1986). Friedman e Schustack (2004, p. 485) ressaltam que:
Relacionamentos interpessoais
O ensino escolar
O ensino escolar para Rogers, segundo Moreira (2003) deve ser através
da uma aprendizagem facilitada, a partir dos seguintes princípios, decorrentes
da terapia centrada no cliente, que são em número de 10, mas que será por
nós resumidos, tendo em vista suas características mais relevantes para o
presente momento, até porque já foram explorados na unidade anterior,
quando abordamos a gestaltpedagogia. As características reforçam a
importância da responsabilidade e atividade do aluno no seu processo de
aprendizagem, que deve ser preferencialmente através de atos sendo
significativa para o aluno e que, consequentemente, desperte o interesse em
novos conhecimentos. O aluno não terá receio de buscar aprender, quando
não se sentir ameaçado pelo ambiente.
Referências
Epistemologia genética
Construtivismo
Conhecimento
Sujeito
Objeto
Visão Interacionista
Função do desenvolvimento
Referências
Conceitos fundamentais
Adaptação
Assimilação
Acomodação
Esquema
Equilibração
Estágios do Desenvolvimento
Piaget (2003) ao abordar o período que compreende dos sete aos 12 anos,
referindo que existe uma diferença nítida em relação ao período anterior. Caso
entrássemos em uma sala de aula que aceitasse a conversa entre os alunos e
a aprendizagem fosse colaborativa, veríamos crianças com uma capacidade de
concentração maior, quando ela está só, trabalhando individualmente. Mas
também observaríamos, no grande grupo, a contribuição de cada um para o
desenvolvimento grupal, aspecto que não era encontrado anteriormente,
quando elas não conseguiam ainda fazer trabalhos em grupo, apesar de
estarem muito mais próximas umas das outras no seu brincar.
O educador vai ser aquele que irá proporcionar desafios que irão
desestruturar as certezas pré-existentes do sujeito cognoscente, fazendo com
que ele saia em busca de um reequilíbrio (LERNER, 2003). Não é
apresentando o conteúdo, verbalmente, pelo professor que o outro vai adquirir
conhecimento. “Se no plano do desenvolvimento não forem construídas
estruturas capazes de assimilações de conteúdos, progressivamente
complexos, a aprendizagem estagna; não consegue avançar” (BECKER, 2012,
p. 33). Rangel (2002) também contribui para este ponto ao assinalar que a
principal responsabilidade do adulto é estar ao lado do infante ou do
adolescente, fazendo com que eles sejam desafiados, em diferentes áreas do
conhecimento humano, para que possam se desenvolver integralmente.
Referências
Cronologia
Teses básicas
Abordagem Genética
Linguagem
Mediação Social
Interiorização
Referências
Cronologia de Freud
Inconsciente
Podemos concluir que também não podemos garantir qual o uso e qual
interpretação que as pessoas farão com o nosso dizer, pois elas também têm
um inconsciente que não é controlável e que exerce sua força constantemente.
Kupfer (2002, p. 96-97) reforça que “em qualquer atividade humana, o
imponderável, o imprevisto, o que se desvanece, o que nos escapa” precisa ser
considerado, quando acreditamos na existência de um inconsciente.
Sintoma
Pulsão
Cabe salientar que Freud não localiza a pulsão como sendo de origem
orgânica ou psíquica, mas sim situada entre os dois (CHEMAMA, 1998;
GARCIA-ROZA, 2008; BIRMAN, 2018). GARCIA-ROZA (2008, p. 82) vai dizer
que: “no mesmo parágrafo em que introduz a ideia de “representante psíquico”,
declara, num acréscimo feito em 1915, que a pulsão é um conceito que se situa
na fronteira entre o anímico e o corporal” e Birman (2018) salienta que tal
referência implica em considerar a pulsão na fronteira entre um e outro.
Instâncias Psíquicas
Laplanche e Pontalis (1999) reforçam que o termo foi descrito por Freud
no seu trabalho intitulado o Ego e o Id, datado de 1923 e que podemos
considerá-lo de duas formas: econômico e dinâmico. A primeira consideraria o
id como um depósito inaugural da força psíquica dos seres humanos e a
segunda forma como a instância que entra em atritos com as outras duas
instâncias psíquicas.
Agora falaremos sobre o ego. Freud (2015) vai referir que o Ego surge a
partir de uma diferenciação do id que este ao ter contato com o mundo externo,
no advento do nosso nascimento, acaba por se constituir. “O eu dispõe dos
movimentos voluntários. Ele tem a tarefa de autoconservação; cumpre-a para
fora (...) cumpre-a para dentro em relação ao isso obtendo o domínio sobre as
exigências dos impulsos (FREUD, 2015, p. 48).
Fases do desenvolvimento
Iniciaremos pela fase oral, que compreende o primeiro e o segundo ano de vida
do bebê. Freud (2015) vai referir que no início da vida dos seres humanos a
boca é a zona erógena que dará prazer ao bebê. “No sugar da criança, em que
ela insiste com obstinação, mostra-se muito cedo uma necessidade de
satisfação que (...) aspira pelo ganho de prazer independentemente da nutrição
e que por isso pode e deve ser chamada de sexual” (FREUD, 2015, p.64).
A fase anal, que ocorre no 2º ano de vida da criança até por volta dos
três anos e meio, quem assume como zona erógena é o ânus (SHIRAHIGE,
HIGA, 2004). Segundo Freud (2015) a gratificação é oriunda do expulsar e
controlar as fezes. Nas palavras de Laplanche e Pontalis (1999, p. 185): “a
relação de objeto está impregnada de significações ligadas à função de
defecação (expulsão-retenção) e o valor simbólico das fezes”.
A seguir, temos a fase fálica, que ocorre por volta dos três ou quatro
anos de idade da criança. Aqui, os órgãos genitais assumem como zona que
dá prazer a criança, sendo considerado o foco de descobertas pelo infante.
“Denomina-se fase fálica porque o pênis (=falo) é o principal objeto de
interesse da criança de ambos os sexos. Na menina, o clitóris é o
correspondente feminino de pênis” (SHIRAHIGE, HIGA, 2004, p. 28).
Laplanche e Pontalis (1999) vão referir que na fase fálica a uma junção das
pulsões parciais, que acabam por perder a prioridade para os órgãos genitais.
Complexo de Édipo
Referências
Mecanismos de defesa
Cabe ressaltar que são processos inconscientes. Isto é o ego não tem a
consciência que utiliza determinados mecanismos de defesa para se proteger
das ameaças que o assolam. Rappaport e colegas (2003) salientam que eles
são observados nos escritos de Freud, mas quem se dedica a explicá-los mais
detalhadamente é sua filha, Ana Freud, no livro intitulado “O Ego e os
Mecanismos de Defesa”.
Transferência
Referências