Resumos Decretos de Leis

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Conhecimentos específicos MPA

Leis
DECRETO N°7.077, DE do óleo diesel na refinaria, sem incluir o ICMS.)
26 DE JANEIRO DE 2010. Subvenção Econômica: Ajuda financeira fornecida.
Limite: Não pode exceder vinte e cinco por cento do
Regulamenta a Lei n° 9.445, de 14 de março de 1997, preço de venda do óleo diesel na refinaria.
que concede subvenção econômica ao preço do óleo ICMS: Imposto estadual sobre circulação de mercadorias,
diesel consumido por embarcações pesqueiras nacionais. que não é considerado no cálculo do valor da subvenção
(Esta lei regulamenta a concessão de ajuda financeira ao econômica.
preço do óleo diesel usado por embarcações pesqueiras
brasileiras) Art. 2° São beneficiários da subvenção econômica os
proprietários, armadores ou arrendatários, pessoas
físicas ou jurídicas, de embarcações de pesca nacionais.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição
que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e § 1° Equiparam-se aos beneficiários de que trata o caput
TENDO EM VISTA o disposto na Lei n°9.445, de 14 de às pessoas jurídicas brasileiras arrendatários de barcos de
março de 1997, Decreta: pesca estrangeiros nos termos da legislação. (Empresas
brasileiras que alugam ou arrendam barcos de pesca
Art. 1° A subvenção econômica de que trata a Lei n° estrangeiros são consideradas como beneficiárias das
9.445, de 14 de março de 1997, equivalerá a percentual mesmas vantagens ou direitos estabelecidos para os
do preço de faturamento do óleo diesel na refinaria, beneficiários originais descritos anteriormente na lei. Isso
sem a incidência do Imposto Sobre Circulação de implica que elas podem receber benefícios ou subvenções
Mercadorias e Serviços - ICMS. econômicas semelhantes aos concedidos diretamente às
empresas proprietárias de barcos de pesca brasileiros.)
§ 1° A subvenção econômica não poderá, em nenhuma
hipótese, superar o valor da diferença entre os valores § 2° Para habilitação e ressarcimento da subvenção
pagas por embarcações de pesca nacionais e estrangeiras, econômica, os beneficiários poderão ser representados
respeitadas as dotações orçamentárias específicas por federação ou colônia de pescadores, cooperativa de
alocadas no Orçamento Geral da União, os limites de pesca, sindicato de armadores ou de pescadores e
movimentação e empenho, bem como os limites de associações de armadores ou de pescadores. (os
pagamento da programação orçamentária e financeira beneficiários da subvenção econômica têm a opção de
anual. (o valor da ajuda financeira (subvenção serem representados por diferentes tipos de entidades
econômica) concedida não pode ser maior do que a organizacionais, tais como federações ou colônias de
diferença entre os valores pagos por embarcações de pescadores, cooperativas de pesca, sindicatos de
pesca brasileiras e estrangeiras.) armadores ou pescadores, e associações de armadores ou
Para garantir isso, há algumas condições: pescadores. Essas entidades podem atuar em nome dos
Dotações Orçamentárias Específicas: A subvenção está beneficiários para realizar o processo de habilitação (que
limitada aos valores previstos e reservados no Orçamento pode envolver a apresentação de documentos ou
Geral da União para esse fim específico. requisitos específicos) e para receber o ressarcimento da
subvenção econômica (o pagamento ou compensação
Limites de Movimentação e Empenho: Refere-se às financeira prevista pela legislação). Essa possibilidade
restrições orçamentárias que determinam até que ponto visa facilitar o acesso dos beneficiários aos recursos da
os recursos podem ser comprometidos e autorizados para subvenção através de representação organizada e
uso. legalmente reconhecida no setor da pesca.)

Limites de Pagamento Anual: Estabelece o máximo que


pode ser pago durante o ano, seguindo a programação Art. 3° Compete ao Ministério da Pesca e Aqüicultura,
financeira e orçamentária anual do governo. responsável pelo pagamento da subvenção econômica:

Em resumo, a subvenção econômica para as embarcações I - estabelecer cota anual de óleo diesel, quantificada em
de pesca nacionais não pode exceder a diferença de litros, por embarcação, tendo como base o consumo
custos entre essas embarcações e as estrangeiras, médio do combustível no último ano e a demanda
respeitando os limites financeiros e orçamentários presumível para o período de pesca; (quantidade máxima
impostos pela legislação e pela programação de óleo diesel que cada embarcação pode receber durante
governamental. o ano calculado com base no consumo médio de
combustível do ano anterior e na estimativa de demanda
§ 2° O valor da subvenção econômica de que trata o para o próximo período de pesca).
caput será de até vinte e cinco por cento do faturamento
do óleo diesel na refinaria, sem a incidência do ICMS. (A II - publicar anualmente a cota de óleo diesel que couber
subvenção econômica será de até 25% do preço de venda a cada embarcação, bem assim o valor da subvenção de
que trata o art. 1°; sejam consideradas equivalentes pela legislação
pertinente. Esse requisito visa garantir que os recursos
III - publicar anualmente relação de fornecedores públicos destinados à subvenção sejam direcionados
habilitados para fornecimento do óleo diesel às exclusivamente para apoiar a atividade pesqueira
embarcações de pesca cadastradas no Ministério da Pesca nacional ou que tenha um status equiparado dentro das
e Aqüicultura; normativas estabelecidas).
(Divulgar anualmente uma lista de fornecedores
autorizados a vender óleo diesel para as embarcações de
pesca registradas no órgão. Isso garante que apenas Art. 5° O beneficiário ou sua entidade representativa terá
fornecedores regulamentados possam fornecer o prazo máximo de três meses, contados a partir do término
combustível subsidiado às embarcações beneficiárias da do mês de referência das notas fiscais, para protocolar no
subvenção). Ministério da Pesca e Aqüicultura o pedido de
ressarcimento, acompanhado da planilha de cálculo do
IV - registrar e controlar os pagamentos efetuados e benefício, as notas fiscais e as respectivas Requisições de
gerenciar o provimento dos recursos necessários à Óleo Diesel Eletrônicas - RODEs.
concessão da subvenção econômica; e
V - formalizar acordos de cooperação com os Estados Parágrafo único. O pedido de ressarcimento de que trata o
objetivando estabelecer procedimentos operacionais de caput deverá ser acompanhado de relação escrita,
controle da concessão da subvenção econômica. contendo ainda:

Art. 4°A concessão da subvenção econômica fica I - nome do beneficiário;


condicionada a que: II - CPF ou CNPJ do beneficiário;
I - o Estado do domicílio do fornecedor de óleo diesel III - nome da embarcação com sua inscrição no
tenha celebrado protocolo de adesão a convênio que o Registro Geral da Atividade Pesqueira do Ministério
autorize concederisenção do ICMS nas saídas de óleo da Pesca e Aqüicultura;
diesel destinado a embarcações de pesca nacionais ou
equiparadas; (O estado onde o fornecedor de óleo diesel IV - número e data das notas fiscais;
está localizado deve ter celebrado um acordo que permita V - quantidade em litros e valor do combustível fornecido;
a isenção do ICMS nas vendas de óleo diesel destinado a
embarcações de pesca brasileiras ou equivalentes. Isso VI - valor da subvenção econômica pleiteada; e
significa que o estado concorda em não aplicar o imposto VII - demais informações exigidas pelo Ministério da
estadual sobre essas transações.) Pesca e Aqüicultura.
II - o beneficiário esteja habilitado junto ao Ministério da
Pesca e Aqüicultura a adquirir óleo diesel
Art. 6° O pedido de ressarcimento protocolado pelo
subvencionado; (O beneficiário deve estar devidamente
beneficiário será analisado pelo Ministério da Pesca e
registrado e autorizado pelo Ministério da Pesca e
Aqüicultura no prazo máximo de quarenta e cinco dias,
Aquicultura para adquirir óleo diesel subsidiado).
contados a partir da data do protocolo e, caso esteja de
III - o beneficiário comprove sua capacidade jurídica e acordo, o pagamento da subvenção econômica, nos limites
regularidade fiscal; (O beneficiário deve demonstrar das cotas anuais, será feito diretamente às refinarias pelo
que possui a capacidade legal para participar do Ministério da Pesca e Aqüicultura.
programa de subvenção e que está em dia com suas
obrigações fiscais perante as autoridades competentes). Art. 7° Após análise e pagamento da subvenção
econômica pelo Ministério da Pesca e Aquicultura às
IV - o fornecedor do óleo diesel às embarcações de refinarias credenciadas, estas efetivarão o pagamento
pesca cadastradas esteja devidamente habilitado ao
final ao beneficiário ou sua entidade representativa,
fornecimento do combustível, comprovando a sua
respeitadas as cotas anuais por embarcação e de acordo
regularidade fiscal; e (O fornecedor de óleo diesel às
com o disposto no § 1°do art. 1°.
embarcações de pesca cadastradas deve estar autorizado
oficialmente a fornecer o combustível. Além disso, ele
Art. 8°As refinarias deverão manter em seus arquivos
precisa demonstrar que está em conformidade com suas
uma via das notas fiscais emitidas pelos fornecedores,
obrigações fiscais. Isso significa que o fornecedor deve
contendo no verso o atestado do beneficiário de
estar registrado ou licenciado de acordo com os requisitos
recebimento do óleo diesel ao preço do mercado interno,
legais e ter suas finanças regularizadas perante as
deduzidos os valores do ICMS dispensado pelo Estado e
autoridades competentes).
da subvenção econômica, sempre respeitados os limites
V - O óleo diesel subvencionado seja utilizado, estabelecidos pelo art. 1°.
exclusivamente, em embarcações de pesca nacionais ou
equiparadas. (O óleo diesel que recebe subsídio só pode Parágrafo único. Os documentos comprobatórios de
ser utilizado em embarcações de pesca brasileiras ou que que trata o caput deverão ser mantidos em boa ordem,
no próprio lugar onde forem contabilizadas as operações,
à disposição dos agentes incumbidos do controle interno
e externo e dos órgãos ou entidades responsáveis pela
subvenção econômica de que trata este Decreto.

Art. 9° O descumprimento de qualquer obrigação


assumida para obtenção da subvenção econômica de que
trata este Decreto, bem como a sua utilização indevida,
sem prejuízo das sanções penais cabíveis, implicam:

I - suspensão, pelo prazo de um ano, dos direitos de obter


subvenção econômica daqueles que extrapolarem os
limites de suas respectivas cotas anuais de óleo diesel; e
II - cancelamento dos direitos à subvenção econômica,
pelo prazo máximo de cinco anos, daqueles que
reincidirem na infração de que trata o inciso I ou
desviarem o combustível para outros fins que não os
previstos neste Decreto.

Parágrafo único. A aplicação da penalidade de


cancelamento referida no inciso II será fundamentada em
decisão motivada do Ministro de Estado da Pesca e
Aqüicultura, observados os critérios para o julgamento
administrativo estabelecidos em instrução normativa.

Art. 10° O Ministério da Pesca e Aqüicultura


estabelecerá, em instrução normativa, os procedimentos
administrativos para operacionalização da concessão da
subvenção econômica de que trata este Decreto.

Art. 11°Este Decreto entra em vigor na data de sua


publicação.
Art. 12° Ficam revogados os Decretos n°s 4.969, de 30
de janeiro de 2004, e 5.320, de 23 de dezembro de 2004.

Brasília, 26 de janeiro de 2010; 189o da


Independência e 122° da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Altemir Gregolin
DECRETO Nº 8.425, DE 31 DE MARÇO DE 2015 exerce a pesca com fins comerciais de forma autônoma ou
em regime de economia familiar, com meios de produção
Regulamenta o parágrafo único do art. 24 e o art. 25 da próprios ou mediante contrato de parceria, podendo atuar
Lei nº 11.959, de 29 de junho de 2009, para dispor sobre de forma desembarcada ou utilizar embarcação de pesca
os critérios para inscrição no Registro Geral da Atividade com arqueação bruta menor ou igual a vinte;
Pesqueira e para a concessão de autorização, permissão ou
licença para o exercício da atividade pesqueira. (Regula os II – pescador e pescadora profissional industrial - pessoa
critérios para inscrição no Registro Geral da Atividade física, brasileira ou estrangeira, residente no País, que
Pesqueira e para a concessão de autorização, permissão ou exerce a pesca com fins comerciais, na condição de
licença para o exercício da atividade pesqueira). empregado ou empregada ou em regime de parceria por
cotas-partes em embarcação de pesca com qualquer
Lei nº 11.959, de 29 de junho de 2009 : arqueação bruta;

Ordenar, fomentar e fiscalizar a atividade III - armador e armadora de pesca - pessoa física ou
pesqueira. jurídica que apresta embarcação própria ou de terceiros
para ser utilizada na atividade pesqueira, pondo-a ou não a
Preservar, conservar e recuperar os recursos operar por sua conta;
pesqueiros e os ecossistemas aquáticos.
IV - embarcação de pesca - aquela pertencente a pessoa
física ou jurídica, brasileira ou estrangeira, que opera, com
Promover o desenvolvimento socioeconômico, exclusividade, em uma ou mais das seguintes atividades:
cultural e profissional dos pescadores e suas
comunidades." a) pesca;

DECRETA : b) aquicultura;

Art. 1º Este Decreto dispõe sobre os critérios para c) conservação do pescado;


inscrição no Registro Geral da Atividade Pesqueira - RGP
e para a concessão de autorização, permissão ou licença d) processamento do pescado;
para o exercício da atividade pesqueira, nos termos do
parágrafo único do art. 24 e do art. 25 da Lei nº 11.959, de e) transporte do pescado; e
29 de junho de 2009 . (regula a inscrição no Registro Geral
da Atividade Pesqueira (RGP) e a concessão de f) pesquisa de recursos pesqueiros;
autorização, permissão ou licença para o exercício da
atividade pesqueira) V - pescador amador ou esportivo e pescadora amadora ou
esportiva - pessoa física, brasileira ou estrangeira, que
§ 1º O RGP é o instrumento prévio que habilita a pessoa pratica a pesca com finalidade de lazer ou desporto, com
física ou jurídica e a embarcação de pesca ao exercício da equipamentos ou petrechos previstos em legislação
atividade pesqueira no Brasil. (é um registro necessário específica, sem fins comerciais;
para que pessoas físicas, jurídicas e embarcações possam
exercer atividades pesqueiras de forma legal e VI - aquicultor e aquicultora - pessoa física ou jurídica que
regulamentada). exerce a aquicultura com fins comerciais;

§ 2º A atividade pesqueira no Brasil só poderá ser exercida VII - empresa pesqueira - pessoa jurídica, constituída de
por pessoa física, jurídica e embarcação de pesca inscrita acordo com a legislação, que se dedica, com fins
no RGP e que detenha autorização, permissão ou licença comerciais, ao exercício da atividade pesqueira;
para o exercício da atividade pesqueira. (Além da inscrição
no RGP, é necessário possuir um documento legal que VIII - trabalhador e trabalhadora de apoio à pesca artesanal
autorize a realização da atividade pesqueira. Esses - pessoa física que, de forma autônoma ou em regime de
documentos podem variar em termos de especificidades e economia familiar, com meios de produção próprios ou
permitem que o pescador ou empresa pesqueira opere de mediante contrato de parceria, exerce trabalhos de
acordo com as regulamentações e limitações impostas confecção e de reparos de artes e petrechos de pesca, de
pelas autoridades competentes). reparos em embarcações de pesca de pequeno porte ou
atua no processamento do produto da pesca artesanal; e
§ 3º Compete ao Ministério da Pesca e Aquicultura as (Revogado pelo Decreto nº 8.967, de 2017)
ações previstas no caput .
IX - aprendiz de pesca - pessoa física com mais de
Art. 2º São categorias de inscrição no RGP: quatorze e menos de dezoito anos que atua de forma
desembarcada ou embarcada como tripulante em
I - pescador e pescadora profissional artesanal - pessoa embarcação de pesca, observadas as legislações
física, brasileira ou estrangeira, residente no País, que trabalhista, previdenciária, de proteção à criança e ao
adolescente e as normas da autoridade marítima. de autorização de embarcações pesqueiras pequenas que
estejam inativas, naufragadas, clonadas ou alteradas sem
Parágrafo único. A pessoa jurídica registrada nas seguir as normas do Título de Inscrição de Embarcação
categorias de aquicultor ou de armador de pesca estará (TIE) emitido pela autoridade marítima serão canceladoS).
automaticamente inscrita na categoria empresa pesqueira.
Art. 4 º O pedido de inscrição no RGP será dirigido às
Art. 3º As pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou Superintendências Federais da Pesca e Aquicultura - SFPA
estrangeiras, e os proprietários ou responsáveis pelas ou aos Escritórios Regionais do Ministério da Pesca e
embarcações de pesca deverão solicitar, ao Ministério da Aquicultura da unidade da federação em que o interessado
Pesca e Aquicultura, a inscrição no RGP em uma das ou interessada reside ou possui domicílio.
categorias previstas no art. 2º e a concessão de
autorização, permissão ou licença para exercer atividade Art. 4º O pedido de inscrição no RGP será dirigido à
pesqueira no Brasil. Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento da unidade da federação mais próxima do
Parágrafo único. Ficam dispensados da inscrição de que seu local de domicílio. (Redação dada pelo Decreto
trata o caput : (Revogado pelo Decreto nº 8.967, de nº 8.967, de 2017)
2017)
Parágrafo único. O pescador e a pescadora profissional
I - pescadores e pescadoras de subsistência que praticam artesanal deverão informar, em seu pedido de inscrição no
da atividade de pesca com fins de consumo doméstico ou RGP, se exercem a pesca como atividade exclusiva,
escambo sem fins de lucro e utilizando petrechos previstos principal ou subsidiária, na forma de ato conjunto do
em legislação específica; (Revogado pelo Decreto Ministério da Pesca e Aquicultura e do Ministério da
nº 8.967, de 2017) Previdência Social. (Revogado pelo Decreto nº
8.967, de 2017)
II - pescadores amadores e pescadoras amadoras que
utilizam linha de mão ou caniço simples; e § 1º O RGP deverá identificar se o pescador profissional
(Revogado pelo Decreto nº 8.967, de 2017) artesanal dispõe de outra fonte de renda diversa da
decorrente da atividade pesqueira, qualquer que seja a sua
III - índios e índias que praticam a atividade pesqueira origem e o seu valor. (Incluído pelo Decreto nº 8.967, de
para subsistência. (Revogado pelo Decreto nº 2017) (O Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP)
8.967, de 2017) deve verificar se o pescador artesanal possui outra fonte de
renda, independente da origem e do valor.)
§ 1º Ficam dispensados da inscrição de que trata o caput :
(Incluído pelo Decreto nº 8.967, de 2017)
§ 2º O RGP deverá informar a categoria profissional
I - pescadoras e pescadores de subsistência que praticam a artesanal para embarcações de pequeno porte e a categoria
atividade de pesca com fins de consumo doméstico ou pesca industrial para embarcações classificadas como de
escambo sem fins de lucro e que utilizem petrechos pequeno, médio ou grande porte, nos termos do § 1º do art.
previstos em legislação específica; (Incluído pelo 10 da Lei nº 11.959, de 2009 . (Incluído pelo Decreto nº
Decreto nº 8.967, de 2017) (escadores e pescadoras de 8.967, de 2017) (Deve indicar a categoria de pesca
subsistência são aqueles que pescam para consumo próprio artesanal para embarcações pequenas e a categoria de
ou troca, sem visar lucro, usando equipamentos permitidos pesca industrial para embarcações de pequeno, médio ou
por lei específica). grande porte)

II - pescadoras e pescadores amadores que utilizem linha § 3º O RGP deverá conter informações que identifiquem
de mão ou caniço simples; e (Incluído pelo Decreto individualmente, em cada uma das embarcações de
nº 8.967, de 2017) pequeno porte, os pescadores profissionais artesanais que
exercem sua atividade pesqueira. (Incluído pelo
III - índias e índios que pratiquem a atividade pesqueira Decreto nº 8.967, de 2017)
para subsistência. (Incluído pelo Decreto nº 8.967,
de 2017) § 4º A verificação do atendimento dos critérios de
elegibilidade e permanência dos pescadores profissionais
§ 2º Deverão ser cancelados os certificados de artesanais no programa seguro desemprego poderá ser
autorizações de embarcações pesqueiras classificadas realizada, a qualquer tempo, por meio do cruzamento de
como de pequeno porte, nos termos do art. 10, § 1º, inciso informações constantes do RGP confrontadas com os
I, da Lei nº 11.959, de 2009 , que estejam inativas, registros administrativos oficiais. (Incluído pelo
naufragadas, que tenham sido clonadas ou alteradas em Decreto nº 8.967, de 2017) (A verificação dos critérios
desacordo com o Título de Inscrição de Embarcação - TIE para elegibilidade e manutenção dos pescadores artesanais
expedido pela autoridade marítima, observados os no programa seguro-desemprego pode ser feita a qualquer
procedimentos administrativos pertinentes. momento, utilizando o cruzamento de informações do
(Incluído pelo Decreto nº 8.967, de 2017) (Os certificados Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP) com os
registros administrativos oficiais.) II - documentos definidos em ato do Ministério da Pesca e
Aquicultura; e

III - comprovante do pagamento de taxa prevista no


Decreto-Lei nº 221, de 28 de fevereiro de 1967 .
Art. 5 º Para o exercício da atividade pesqueira,
observadas as regras de ordenamento e do uso sustentável § 1º A obtenção de autorização, permissão ou licença não
dos recursos pesqueiros, o Ministério da Pesca e exime o interessado ou a interessada do cumprimento das
Aquicultura poderá conceder: demais normas aplicáveis ao exercício da atividade a ser
realizada.

I - permissão de regularização de embarcações pesqueiras, § 2º No ato da concessão de autorização, permissão ou


para: (Redação dada pelo Decreto nº 8.967, de licença, o Ministério da Pesca e Aquicultura orientará os
2017) interessados e as interessadas sobre os procedimentos
adicionais que deverão adotar, inclusive junto aos demais
a) transferência de propriedade da embarcação ou de órgãos de fiscalização, visando ao exercício regular de
modalidade de pesca; suas atividades.

b) construção, transformação e importação de embarcações § 3º Os documentos a serem exigidos no pedido de


de pesca; e renovação de autorização, permissão ou licença de
atividade pesqueira serão definidos em ato do Ministério
c) arrendamento de embarcação estrangeira de pesca; da Pesca e Aquicultura.

II - autorização de atividade pesqueira, para: § 4º Para fins de comprovação das subcategorias dispostas
no parágrafo único do art. 4º, o Ministério da Pesca e
Aquicultura poderá, a qualquer tempo, solicitar
a) operação de pesca pelas embarcações; (Redação documentos complementares para comprovar o exercício
dada pelo Decreto nº 8.967, de 2017) da atividade pesqueira do pescador ou pescadora
profissional artesanal.
b) realização de torneios ou gincanas de pesca amadora; e
Art. 7º Caso o pedido de inscrição no RGP seja deferido e
c) coleta, captura e transporte, por aquicultor e aquicultora, a autorização, permissão ou licença seja concedida, o
de organismos aquáticos silvestres com finalidade de interessado ou interessada receberá carteira de pescador ou
reposição de plantel de reprodutores e de cultivo de pescadora profissional ou certificado de registro referente
moluscos aquáticos e macroalgas; e à autorização, à licença ou à permissão de atividade
pesqueira.
III - licença de atividade pesqueira, para:
Parágrafo único. Os documentos comprobatórios da
a) pescador e pescadora profissional artesanal; inscrição no RGP e da obtenção de autorização, permissão
ou licença para o exercício da atividade pesqueira referidos
b) pescador e pescadora profissional industrial; no caput terão validade em todo o território nacional.

c) pescador amador ou esportivo e pescadora amadora ou Art. 8º Os documentos comprobatórios da inscrição no


esportiva; RGP e da obtenção de autorização, permissão ou licença
para o exercício da atividade pesqueira referidos no caput
d) aquicultor e aquicultora; do art . 7 º terão validade :

e) armador e armadora de pesca; I - de até dois anos para permissão, contados da data de
expedição;
f) instalação e operação de empresa pesqueira;

g) trabalhador e trabalhadora de apoio à pesca artesanal; e II - de cinco anos para autorização, contados da data de
expedição; e (Redação dada pelo Decreto nº
h) aprendiz de pesca. 10.170, de 2019)

Art. 6º Para obtenção de autorização, permissão ou licença III - de acordo com cada categoria para licença, desde que
de atividade pesqueira, o interessado ou interessada deverá comprovado o cumprimento das obrigações e o exercício
entregar no pedido de inscrição no RGP: da atividade pesqueira no prazo definido em ato do
Ministério da Pesca e Aquicultura .
I - formulário preenchido;
§ 1º Os pedidos de prorrogação de permissão e de III - autorização para operação de embarcação de esporte e
autorização deverão ser apresentados ao Ministério da recreio, quando utilizada na pesca esportiva; e
Agricultura, Pecuária e Abastecimento até trinta dias antes
do final do prazo de sua vigência. (Redação dada IV - cessão para uso de espaços físicos em corpos d’água
pelo Decreto nº 8.967, de 2017) sob jurisdição da União, dos Estados e do Distrito Federal,
para fins de aquicultura.
§ 2º A autorização concedida para realização de torneios
ou gincanas de pesca amadora terá validade equivalente ao Art. 12. A pesquisa pesqueira será objeto de portaria
período de duração do evento informado no pedido. conjunta do Ministério da Pesca e Aquicultura e do
Ministério do Meio Ambiente, sem prejuízo do disposto no
§ 3º A licença de pescador profissional estrangeiro ou art. 30 da Lei nº 11.959, de 2009 .
pescadora profissional estrangeira terá validade
equivalente ao período concedido na autorização de Art. 13. O Ministério da Pesca e Aquicultura poderá
trabalho no País, respeitado o prazo previsto para cada expedir atos complementares necessários à aplicação deste
categoria de licença. Decreto.

§ 4º A licença de pescador amador ou pescadora amadora Art. 14. A inscrição no RGP não isenta o interessado de:
terá validade máxima de um ano.
I - estar regularmente cadastrado no Cadastro Técnico
§ 5º Aplica-se o disposto no inciso II do caput às Federal para a realização da atividade pesqueira;
autorizações expedidas até a data de publicação deste
Decreto. (Incluído pelo Decreto nº 10.170, de II - possuir habilitação certificada pela autoridade
2019) marítima, caso opere embarcação em caráter profissional;

Art. 9º Qualquer modificação ou alteração das condições III - ter autorização para o exercício de atividade
ou dados constantes de autorização, permissão ou licença profissional no País, no caso de pessoas físicas
de atividade pesqueira concedida deverá ser comunicada estrangeiras; e
pelo interessado ou interessada, no prazo máximo de
sessenta dias de sua ocorrência, ao SFPA ou ao Escritório IV - observar a legislação referente a povos e terras
Regional do Ministério da Pesca e Aquicultura da unidade indígenas.
da federação que o concedeu, por meio de requerimento
instruído com documentação comprobatória.

Parágrafo único. O não atendimento do disposto no caput Art. 15. Este Decreto entra em vigor cento e cinco dias
poderá acarretar o cancelamento do ato administrativo após a data de sua publicação. (Redação dada pelo
concedido. Decreto nº 8.467, de 2015)

Art. 10. A não comprovação do exercício da atividade Brasília, 31 de março de 2015; 194º da Independência e
pesqueira ou o descumprimento das obrigações definidas 127º da República.
em ato do Ministério da Pesca e Aquicultura poderá
ensejar o cancelamento da autorização, permissão ou DILMA ROUSSEFF
licença de atividade pesqueira. Izabella Mônica Vieira Teixeira
Helder Barbalho
Art. 11. Este Decreto não se aplica às seguintes hipóteses
previstas no art. 25 da Lei nº 11.959, de 2009 :

I - concessão para exploração por particular de


infraestrutura e de terrenos públicos destinados à
exploração de recursos pesqueiros;

II - permissão:

a) para o exercício de aquicultura em águas públicas;

b) para importação de espécies aquáticas para fins


ornamentais e de aquicultura, em qualquer fase do ciclo
vital; e

c) para instalação de armadilhas fixas em águas de


domínio da União;
Decreto n° 10.736, de 29 de junho de 2021:

Institui a Rede Nacional Colaborativa para a


Gestão Sustentável dos Recursos Pesqueiros -
Rede Pesca Brasil.

CAPÍTULO I

DA REDE NACIONAL COLABORATIVA PARA A


GESTÃO SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS
PESQUEIROS

Art. 1º Fica instituída a Rede Nacional Colaborativa para


a Gestão Sustentável dos Recursos Pesqueiros - Rede
Pesca Brasil, de caráter consultivo e de assessoramento,
com o objetivo de subsidiar a gestão para o uso sustentável
dos recursos pesqueiros.

Parágrafo único. A Rede Pesca Brasil será composta por


representantes:

I - de órgãos e entidades da administração pública federal,


estadual, distrital ou municipal; e

II - da sociedade envolvida com a atividade pesqueira.

É criada a Rede Pesca Brasil, que terá membros


do governo e da sociedade ligados à pesca. Ela
oferecerá consultoria para promover o uso
sustentável dos recursos pesqueiros.

Art. 2º A Rede Pesca Brasil será coordenada pela


Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento e terá a seguinte
estrutura:
I - banco técnico-científico; e permanentes de gestão da pesca e uso sustentável
dos recursos pesqueiros, e também, quando
II - dez comitês permanentes de gestão da pesca e do uso aplicável, na administração da Política Nacional
sustentável dos recursos pesqueiros. de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e
Pesca.
A Rede Pesca Brasil será coordenada pela
Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério CAPÍTULO III
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e terá a
seguinte estrutura: DOS COMITÊS PERMANENTES DE GESTÃO DA
PESCA E DO USO SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS
Um banco de dados técnico-científico; PESQUEIROS

Dez comitês permanentes para gerenciar a pesca e Art. 5º Os comitês permanentes de gestão da pesca e do
promover o uso sustentável dos recursos uso sustentável dos recursos pesqueiros, de caráter
pesqueiros. consultivo e de assessoramento, têm o objetivo de
subsidiar a gestão para o uso sustentável dos recursos
pesqueiros.
CAPÍTULO II
Os comitês permanentes são consultivos e têm
DO BANCO TÉCNICO-CIENTÍFICO como objetivo apoiar a gestão sustentável dos
recursos pesqueiros.
Art. 3º Compete ao banco técnico-científico subsidiar a
Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Art. 6º Ficam instituídos:
Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a Rede Pesca
Brasil em suas atribuições relacionadas à atividade I - o Comitê Permanente de Gestão da Pesca e do Uso
pesqueira. Sustentável dos Recursos Pesqueiros Demersais das
Regiões Norte e Nordeste;
§ 1º O banco técnico-científico será integrado por
pesquisadores, técnicos e profissionais de notório saber II - o Comitê Permanente de Gestão da Pesca e do Uso
com atuação comprovada em pesquisa, gestão dos recursos Sustentável dos Recursos Pesqueiros Pelágicos das
pesqueiros ou áreas relacionadas à atividade pesqueira. Regiões Norte e Nordeste;

§ 2º A Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da III - o Comitê Permanente de Gestão da Pesca e do Uso
Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicará no Diário Sustentável dos Recursos Pesqueiros Demersais das
Oficial da União edital de chamamento público para Regiões Sudeste e Sul;
compor o banco técnico-científico.
IV - o Comitê Permanente de Gestão da Pesca e do Uso
O banco técnico-científico tem a função de Sustentável dos Recursos Pesqueiros Pelágicos das
fornecer suporte à Secretaria de Aquicultura e Regiões Sudeste e Sul;
Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, assim como à Rede Pesca Brasil, V - o Comitê Permanente de Gestão da Pesca e do Uso
em questões relacionadas à atividade pesqueira.O Sustentável dos Atuns e Afins; (Eles são alvo de pesca
banco será composto por pesquisadores, técnicos industrial significativa e têm uma gestão específica devido
e profissionais experientes em pesquisa, gestão de à sua importância econômica e ecológica).
recursos pesqueiros ou áreas afins.A Secretaria de
Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, VI - o Comitê Permanente de Gestão da Pesca e do Uso
Pecuária e Abastecimento irá publicar um edital Sustentável das Lagostas; (Comitê de Gestão das Lagostas
no Diário Oficial da União para convocar é separado de outros comitês devido às características
profissionais interessados em participar do banco específicas desses crustáceos, como seu habitat no fundo
técnico-científico marinho, métodos de pesca distintos, importância
econômica significativa e necessidade de regulamentações
Art. 4º A Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério específicas para garantir a sustentabilidade da pesca)
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento selecionará
integrantes do banco técnico-científico para auxiliá-la na
resolução das demandas dos comitês permanentes de
gestão da pesca e do uso sustentável dos recursos VII - o Comitê Permanente de Gestão da Pesca e do Uso
pesqueiros e, no que couber, na gestão da Política Sustentável dos Recursos Pesqueiros Continentais das
Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura Bacias Amazônica e Tocantins-Araguaia;
e da Pesca.
Membros do banco técnico-científico para ajudar VIII - o Comitê Permanente de Gestão da Pesca e do Uso
na resolução das necessidades dos comitês Sustentável dos Recursos Pesqueiros Continentais das
Bacias do São Francisco, Parnaíba, Atlântico Nordeste
Ocidental, Atlântico Nordeste Oriental e Atlântico Leste; I - um da Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que o
IX - o Comitê Permanente de Gestão da Pesca e do Uso coordenará;
Sustentável dos Recursos Pesqueiros Continentais das
Bacias do Paraguai, Paraná, Uruguai, Atlântico Sul e II - até quinze de órgãos e entidades da administração
Atlântico Sudeste; e pública federal, estadual, distrital ou municipal; e

X - o Comitê Permanente de Gestão do Uso Sustentável III - até quinze da sociedade envolvida com a atividade
dos Organismos Aquáticos Vivos para fins de pesqueira.
Ornamentação e Aquariofilia.
§ 1º Cada membro dos comitês permanentes terá um
Recursos pesqueiros demersais são organismos suplente, que os substituirá em suas ausências e seus
marinhos que vivem no fundo do oceano ou do impedimentos.
mar, como peixes, crustáceos e moluscos.
Exemplos incluem linguados, solhas, robalos, § 2º Os membros dos comitês permanentes de que tratam
camarões, caranguejos e mexilhões. os incisos I e II do caput serão indicados pela Secretaria de
Recursos pesqueiros pelágicos são organismos Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária
marinhos que vivem na coluna d'água do oceano e Abastecimento.
ou do mar, não no fundo marinho. Eles se movem
livremente na água aberta, em várias § 3º Os membros dos comitês permanentes de que trata
profundidades e distâncias da costa. Incluem inciso III do caput serão selecionados por meio de edital de
peixes como, sardinhas, anchovas, cavalas, além chamamento público elaborado pela Secretaria de
de alguns crustáceos e moluscos que habitam Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária
essas áreas. e Abastecimento.

Art. 7º Compete aos comitês permanentes subsidiar a § 4º A Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da
Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicará no Diário
Agricultura, Pecuária e Abastecimento na adoção de Oficial da União o edital de chamamento público de que
medidas e na execução de ações destinadas à unidade de trata o § 3º.
gestão, além de auxiliá-la em sua implementação e
avaliação. § 5º Os membros dos comitês permanentes e os
respectivos suplentes serão designados em ato do Ministro
§ 1º A unidade de gestão compreende a espécie ou o de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
grupo de espécies, ecossistemas, áreas geográficas, bacias
hidrográficas, pescarias ou modalidades de pesca. § 6º Os Coordenadores dos comitês permanentes poderão
convidar representantes de outros órgãos e entidades,
§ 2º A unidade de gestão poderá dispor de plano de gestão públicos e privados, para participar de suas reuniões, sem
para estabelecer diretrizes para o desenvolvimento direito a voto.
sustentável, que será discutido no âmbito dos comitês
permanentes. Art. 9º Cada comitê permanente se reunirá, em caráter
ordinário, no mínimo, anualmente e, em caráter
§ 3º O plano de gestão de que trata o § 2º deverá conter, extraordinário, mediante convocação de seu Coordenador.
no mínimo:
§ 1º O quórum de reunião dos comitês permanentes é de
I - diagnóstico; maioria simples.

II - objetivo; § 2º As recomendações dos comitês permanentes serão


aprovadas, preferencialmente, por consenso.
III - ponto de referência;
§ 3º Na impossibilidade de consenso entre os membros, a
IV - medidas de ordenamento e de monitoramento; e recomendação será submetida à votação durante a reunião
do comitê permanente.
V - planos de implementação e de revisão.
Art. 10. Cada comitê permanente terá a seguinte estrutura:
§ 4º O plano de gestão de que trata o § 2º será aprovado e
publicado por ato do Ministro de Estado da Agricultura, I - secretaria-executiva;
Pecuária e Abastecimento.
II - grupo de trabalho; e
Art. 8º Cada comitê permanente será composto pelos
seguintes representantes: III - grupo técnico-científico.
grupos técnico-científicos.
Seção I
§ 1º Os grupos técnico-científicos serão compostos por
Das secretarias-executivas integrantes do banco técnico-científico e serão
coordenados pela secretaria-executiva do comitê
Art. 11. Cada secretaria-executiva coordenará as permanente.
atividades de seu comitê permanente e será composta por:
§ 2º Os grupos técnico-científicos:
I - Secretário-Executivo;
I - serão instituídos e compostos na forma de ato do
II - Secretário Adjunto; e Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento;
III - equipe de apoio.
II - serão compostos por, no máximo, vinte e cinco
Parágrafo único. As funções das secretarias-executivas membros; e
dos comitês permanentes serão exercidas por servidores
lotados na Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério III - terão caráter temporário e duração não superior a um
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. ano.

Seção II § 3º Os grupos técnico-científicos poderão convidar


especialistas para participar de suas atividades.
Dos grupos de trabalhos
§ 4º Cada grupo técnico-científico deverá apresentar o
Art. 12. Os comitês permanentes poderão instituir grupos relatório final de suas atividades ao comitê permanente.
de trabalho, de caráter consultivo e de assessoramento,
para tratar de temas específicos no âmbito de cada comitê CAPÍTULO IV
permanente.
DISPOSIÇÕES FINAIS
§ 1º Os grupos de trabalho:
Art. 14. Os membros dos comitês permanentes, dos
I - serão instituídos e compostos na forma de ato do grupos de trabalho e dos grupos técnico-científicos que se
Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e encontrarem no Distrito Federal se reunirão
Abastecimento; presencialmente ou por videoconferência, nos termos do
disposto no Decreto nº 10.416, de 7 de julho de 2020, e os
II - serão compostos por, no máximo, dez membros; membros que se encontrarem em outros entes federativos
participarão da reunião por meio de videoconferência.
III - terão caráter temporário e duração de cento e oitenta
dias; e Art. 15. A participação nos comitês permanentes, nos
grupos de trabalho e nos grupos técnico-científicos da
IV - estarão limitados a, no máximo, três em operação Rede Pesca Brasil será considerada prestação de serviço
simultânea. público relevante, não remunerada.

§ 2º Os grupos de trabalho serão compostos por Art. 16. As despesas com diárias e passagens dos
integrantes dos comitês permanentes e por especialistas servidores da Secretaria de Aquicultura e Pesca do
com comprovada experiência no tema a ser tratado. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e dos
integrantes do banco técnico-científico serão custeadas
§ 3º Os grupos de trabalho serão coordenados por com dotações orçamentárias consignadas ao Ministério da
membros dos comitês permanentes. Agricultura, Pecuária e Abastecimento na hipótese de a
reunião não ser realizada por meio de videoconferência
§ 4º O prazo de duração do grupo de trabalho de que trata por inviabilidade ou inconveniência.
o inciso III do § 1º poderá ser prorrogado uma vez, por
igual período. Parágrafo único. Os demais membros serão responsáveis
por custear as despesas com diárias e passagens
§ 5º Cada grupo de trabalho deverá apresentar o relatório necessárias para participar das atividades das Rede Pesca
final de suas atividades ao comitê permanente. Brasil.

Seção III Art. 17. O Ministério da Agricultura, Pecuária e


Abastecimento poderá editar normas, estabelecer
Dos grupos técnico-científicos critérios e padrões e adotar medidas de gestão
independentemente das recomendações emitidas pela Rede
Art. 13. Os comitês permanentes serão assessorados por Pesca Brasil.
políticas públicas e estabelecer agenda de ações
Art. 18. O regimento interno da Rede Pesca Brasil será prioritárias, construída de forma participativa, destinadas à
elaborado pela Secretaria de Aquicultura e Pesca do defesa, à promoção e ao fortalecimento das comunidades
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. pesqueiras artesanais no território nacional.

Parágrafo único. A Secretaria de Aquicultura e Pesca do Parágrafo único. O Programa será coordenado pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Ministério da Pesca e Aquicultura.
publicará o regimento interno da Rede Pesca Brasil. O Programa Povos da Pesca Artesanal é instituído
com o objetivo de criar e executar políticas
Art. 19. Este Decreto entra em vigor na data de sua públicas e estabelecer uma agenda de ações
publicação. prioritárias, desenvolvidas de maneira
participativa, para defender, promover e fortalecer
Brasília, 29 de junho de 2021; 200º da Independência e as comunidades de pescadores artesanais em todo
133º da República. o país.

JAIR MESSIAS BOLSONARO Art. 2º São objetivos do Programa:


Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias
I - o fortalecimento e a capacitação de pescadoras e
Este texto não substitui o publicado no DOU de 30.6.2021. pescadores das comunidades pesqueiras artesanais no
território nacional, para:

a) o enfrentamento de desafios socioeconômicos e


ambientais; e

b) o aperfeiçoamento da produção e da comercialização de


pescados e de seus modos organizativos na gestão dos
recursos pesqueiros;

O Programa visa fortalecer e capacitar pescadores


das comunidades pesqueiras artesanais no Brasil
para enfrentar desafios socioeconômicos e
ambientais, além de melhorar a produção,
comercialização de pescados e a gestão dos
recursos pesqueiros.

II - a valorização das atividades desenvolvidas por


pescadoras e pescadores artesanais e das suas
manifestações culturais;

III - o estímulo à pesquisa, à formação e ao


desenvolvimento de recursos humanos e inovação
tecnológica para, em parceria com instituições de ensino,
pesquisa e extensão, aprimorar as atividades pesqueiras de
forma sustentável;

IV - a garantia da segurança alimentar e nutricional do


País; e

V - a promoção da justiça socioambiental no âmbito da


pesca artesanal.

Art. 3º São diretrizes do Programa Povos da Pesca


Artesanal:

DECRETO Nº 11.626, DE 2 DE AGOSTO DE 2023 I - defesa e promoção de pescadoras e pescadores


Institui o Programa Povos da Pesca Artesanal. artesanais, de modo a considerar as particularidades e a
diversidade sociocultural da comunidade pesqueira
artesanal;
Art. 1º Fica instituído o Programa Povos da Pesca
Artesanal, com a finalidade de elaborar e implementar II - combate ao racismo e a todas as formas de
discriminação, de modo a garantir a inclusão humanos e a inovação tecnológica para aprimorar as
socioeconômica da comunidade pesqueira artesanal; atividades pesqueiras de forma sustentável, em parceria
com instituições de ensino, pesquisa e extensão; e
III - respeito à pluralidade dos costumes dos povos da
pesca artesanal, tais como: IX - promover e articular ações que contribuam para o
fortalecimento do patrimônio sociocultural dos povos da
a) os jangadeiros; pesca artesanal.

b) as marisqueiras; § 1º Serão priorizadas as regiões com maior quantitativo


de pescadoras e pescadores artesanais e maior
c) os vazanteiros; vulnerabilidade social, a fim de assegurar o seu acesso
inclusivo e equilibrado entre as regiões do País.
d) as caiçaras;
§ 2º O Programa poderá ser executado por meio de
e) os extrativistas; parcerias com entidades públicas e privadas, inclusive com
organismos internacionais, observada, em qualquer caso, a
f) os ribeirinhos; e precedência da legislação brasileira.

g) as demais formas tradicionais de pesca; Art. 5º Compete à Secretaria Nacional de Pesca Artesanal
do Ministério da Pesca e Aquicultura:
IV - promoção da sustentabilidade socioambiental e da
preservação dos ecossistemas costeiros e marinhos, I - coordenar, monitorar e avaliar a execução do Programa;
respeitados os conhecimentos tradicionais dos povos da
pesca artesanal; e II - estabelecer a forma de funcionamento do Programa, no
âmbito de suas competências; e
V - respeito aos modos organizativos das comunidades
tradicionais pesqueiras na gestão dos recursos pesqueiros, III - promover a articulação com órgãos e entidades,
dos territórios tradicionais e dos seus trabalhos. públicas e privadas, parceiras e os movimentos e as
organizações da pesca artesanal, com o objetivo de
Art. 4º O Programa será desenvolvido por meio das assegurar a execução das ações do Programa.
seguintes ações, entre outras:
Art. 6º O Programa será custeado por meio de:
I - promover e articular políticas públicas para o
desenvolvimento da cadeia produtiva da pesca artesanal; I - dotações consignadas no Orçamento Geral da União ao
Ministério da Pesca e Aquicultura, observados os limites
II - articular com órgãos governamentais a concessão de de movimentação de empenho e de pagamento
linhas de crédito diferenciadas às pescadoras e aos estabelecidos anualmente;
pescadores artesanais e às suas organizações produtivas;
II - fontes de recursos destinadas:
III - promover e articular ações para a oferta de serviços de
assistência técnica e extensão pesqueira às pescadoras e a) pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios;
aos pescadores artesanais e às suas organizações; e

IV - desenvolver programas de pesquisa e tecnologias b) por entidades públicas e privadas;


apropriadas para a pesca artesanal, considerados os
aspectos como eficiência energética, baixo impacto III - recursos provenientes de doações, de qualquer
ambiental e custos acessíveis; natureza, de pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou
internacionais; e
V - promover e articular políticas públicas de saúde para
as pescadoras e os pescadores artesanais; IV - recursos provenientes de outras fontes compatíveis
com a legislação brasileira.
VI - fomentar a gestão participativa e integrada dos
recursos pesqueiros e dos territórios pesqueiros; Art. 7º Este Decreto entra em vigor na data de sua
publicação.
VII - estabelecer agenda de ações prioritárias, construída
de forma participativa, em consonância com as demandas Brasília, 2 de agosto de 2023; 202º da Independência e
e as necessidades das comunidades e dos territórios 135º da República.
pesqueiros, garantida a segurança alimentar e nutricional
do País; LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

VIII - estimular a pesquisa, a formação de recursos André Carlos Alves de Paula Filho
finalidade de promover:
Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.8.2023.
I - a geração de emprego e renda;

II - o desenvolvimento sustentável;

III - o aumento da produção brasileira de pescados;

IV - a inclusão social; e

V - a segurança alimentar.

CAPÍTULO II

DAS DEFINIÇÕES

Art. 3º Para fins do disposto neste Decreto, entende-se


por:

I - área aquícola - espaço físico contínuo e delimitado em


corpos d’água de domínio da União, destinado a projetos
de aquicultura, individuais ou coletivos, de interesse
econômico, social ou científico;

II - parque aquícola - espaço físico delimitado em meio


aquático, que compreende um conjunto de áreas aquícolas
afins, em cujos espaços físicos intermediários podem ser
desenvolvidas outras atividades compatíveis com a prática
da aquicultura;

III - formas jovens - sementes de moluscos bivalves,


girinos, imagos, ovos, alevinos, larvas, pós-larvas,
náuplios ou mudas de algas marinhas destinados ao
cultivo; e

IV - outorga de direito de uso de recursos hídricos - ato


administrativo por meio do qual a Agência Nacional de
Águas e Saneamento Básico - ANA concede ao outorgado
o direito de uso de recurso hídrico em corpos d’água de
domínio da União, por prazo determinado, nos termos e
nas condições estabelecidas no respectivo ato.
I - Área aquícola: Espaço delimitado em corpos
d’água de domínio da União destinado à
DECRETO Nº 10.576, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2020 aquicultura para fins econômicos, sociais ou
científicos, tanto individualmente quanto
coletivamente.
Dispõe sobre a cessão de uso de espaços físicos em corpos
d’água de domínio da União para a prática da aquicultura. II - Parque aquícola: Área delimitada em meio
aquático que engloba um conjunto de áreas
CAPÍTULO I aquícolas relacionadas, onde podem ser realizadas
outras atividades compatíveis com a aquicultura.
DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO
III - Formas jovens: Incluem sementes de
Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a cessão de uso de moluscos bivalves, girinos, imagos, ovos,
espaços físicos em corpos d’água de domínio da União alevinos, larvas, pós-larvas, náuplios ou mudas de
para a prática da aquicultura. algas marinhas utilizados para cultivo.

Art. 2º Os espaços físicos em corpos d’água de domínio IV - Outorga de direito de uso de recursos
da União poderão ser objeto de cessão para a prática da hídricos: Ato administrativo onde a Agência
aquicultura, observados os critérios de localização, com a Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)
concede ao beneficiário o direito de utilizar
recursos hídricos em corpos d’água de domínio da § 3º As áreas aquícolas de pesquisa ou extensão são
União, por um período específico e sob condições destinadas às instituições brasileiras com comprovado
determinadas. reconhecimento científico ou técnico e têm como objetivo
o desenvolvimento científico, técnico e tecnológico.
CAPÍTULO III
§ 4º Para as áreas aquícolas de interesse econômico, a
DOS PROCEDIMENTOS DE CESSÃO DE USO cessão será onerosa e os custos serão estabelecidos na
forma prevista no ato de cessão do imóvel.
Art. 4º O uso de espaços físicos em corpos d’água de
domínio da União a ser destinado à prática da aquicultura § 5º Para as áreas aquícolas de interesse social e de
poderá ser requerido por pessoa física ou jurídica junto à pesquisa e ou extensão, a cessão será gratuita.
Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da Art. 6º A Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério
apresentação de projeto técnico, que conterá: da Agricultura, Pecuária e Abastecimento adotará os
seguintes critérios de desempate, nesta ordem, quando
I - as coordenadas geográficas; houver mais de um requerente com projetos apresentados e
previamente aprovados para uso do mesmo espaço físico
II - a justificativa para a escolha do local; em corpos d’água de domínio da União para a prática da
aquicultura:
III - a descrição do sistema produtivo; e
I - oferta à União do valor mínimo global superior ao
IV - o responsável técnico habilitado. informado no parecer final de autorização de uso de
espaços físicos em corpos d’água de domínio da União
§ 1º A Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da para a prática da aquicultura; e
Agricultura, Pecuária e Abastecimento realizará análise
preliminar do projeto técnico para avaliar a viabilidade do II - maior geração de empregos diretos ao informado no
pedido formulado. parecer final de autorização de uso de espaços físicos em
corpos d’água de domínio da União para a prática da
§ 2º Concluída a análise de que trata o § 1º, a Secretaria aquicultura.
de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento encaminhará a solicitação de Parágrafo único. Na hipótese de os requerentes
uso da área de domínio da União e os demais documentos permanecerem empatados após observados os critérios
necessários à Autoridade Marítima, para análise quanto à previstos nos incisos I e II do caput, será realizado sorteio
segurança ao trafego aquaviário, e à Secretaria de como critério de desempate.
Coordenação e Governança do Patrimônio da União da
Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e Art. 7º O descumprimento dos termos da cessão do espaço
Mercados do Ministério da Economia, para adoção de físico em corpos d’água de domínio da União para a
medidas necessárias à entrega da área ao Ministério da prática da aquicultura ensejará o seu cancelamento, sem
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que realizará a direito a indenização, nas seguintes hipóteses:
cessão de uso ao beneficiário.
I - se for dado ao imóvel, no todo ou em parte, uso diverso
Art. 5º As áreas aquícolas são classificadas, de acordo daquele a que houver sido destinado;
com o objetivo ao qual se destinam, da seguinte forma:
II - se o cessionário não implantar o seu projeto e tornar a
I - de interesse econômico; área cedida improdutiva;

II - de interesse social; e III - se o cessionário estiver inadimplente quanto ao


pagamento do valor de retribuição devido à União; e
III - de pesquisa ou extensão.
IV - se o cessionário não encaminhar relatório anual de
§ 1º As áreas aquícolas de interesse econômico são produção com as informações referentes à utilização do
destinadas a pessoas físicas ou jurídicas que se enquadrem imóvel e as informações necessárias ao acompanhamento
na categoria de aquicultor e que tenham como objetivo a da produção e da execução do projeto.
produção comercial de pescado.
Parágrafo único. Cancelada a cessão, a Secretaria de
§ 2º As áreas aquícolas de interesse social são destinadas Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária
a povos e comunidades tradicionais, nos termos do e Abastecimento providenciará a reversão da área à
disposto no inciso I do caput do art. 3º do Decreto nº Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da
6.040, de 7 de fevereiro de 2007, e a participantes de União da Secretaria Especial de Desestatização,
programas de inclusão social. Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia.
Art. 8º O cessionário de espaço físico em corpos d’água informações necessárias ao controle da atividade quando
de domínio da União para a prática da aquicultura, solicitado pela ANA.
inclusive de reservatórios de companhias hidroelétricas,
garantirá o livre acesso às áreas cedidas de representantes CAPÍTULO V
de órgãos públicos, de empresas e de entidades
administradoras dos corpos hídricos. DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

CAPÍTULO IV Art. 11. A gestão dos parques aquícolas poderá ser


delegada aos Estados, ao Distrito Federal e aos
DA OUTORGA DE DIREITO DE USO DE RECURSOS Municípios, cumpridos os seguintes critérios:
HÍDRICOS
I - manifestação de interesse;
Art. 9º A Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento solicitará à II - comprovação de corpo técnico qualificado;
ANA, em seu nome, a outorga de direito de uso de
recursos hídricos para a prática da aquicultura. III - apresentação de plano de assistência técnica e
capacitação; e
§ 1º Na hipótese de outorgas de direito de uso em lagos e
reservatórios de domínio da União, o requerimento IV - apresentação de relatório anual das atividades
contemplará toda a capacidade de suporte do reservatório desenvolvidas.
calculada pela ANA para a prática da aquicultura,
descontados os usos correspondentes às outorgas vigentes. Parágrafo único. O relatório anual de que trata o inciso IV
do caput refere-se às atividades desenvolvidas pelo atual
§ 2º Na hipótese de outorgas de direito de uso em rios, o gestor e não exime o cessionário do envio do relatório
pedido contemplará todas as áreas aquícolas a serem anual de produção ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
implantadas em determinado trecho de rio. Abastecimento.

§ 3º A outorga de que trata o caput contemplará o direito Art. 12. As áreas aquícolas cedidas e outorgadas pela
de uso de recursos hídricos para os cessionários de uso de ANA na data de publicação deste Decreto serão mantidas.
espaço físico para a implantação de áreas aquícolas.
Parágrafo único. Na hipótese de cancelamento de cessão
§ 4º A Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da de uso, objeto de outorga individual, emitida ao
Agricultura, Pecuária e Abastecimento será responsável cessionário anteriormente à data de publicação deste
pela avaliação da compatibilidade da produção aquícola e Decreto, a Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério
da carga média de fósforo de cada sistema de cultivo, a ser da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informará a
objeto de cessão de uso de espaço físico, com os limites ANA para adotar providências quanto à transferência ou à
estabelecidos na outorga. desistência da outorga emitida.

§ 5º A Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da CAPÍTULO VI


Agricultura, Pecuária e Abastecimento encaminhará
anualmente à ANA relatório referente à produção aquícola DISPOSIÇÕES FINAIS
instalada (tonelada por ano) e à carga média de fósforo
gerada pelos sistemas de cultivos (quilograma por dia) nos Art. 13. Na prática da aquicultura em águas continentais e
corpos hídricos. marinhas, será permitida a utilização de espécies
autóctones ou, quando se tratar de espécies alóctones e
§ 6º O prazo de vigência da outorga de que trata o caput exóticas, somente aquelas que estejam autorizadas em ato
será de trinta e cinco anos, contado da data de publicação normativo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
do ato de outorga. Recursos Naturais Renováveis - Ibama.

§ 7º As outorgas emitidas poderão ser suspensas parcial Parágrafo único. A introdução de novas espécies ou a sua
ou totalmente, em definitivo ou por prazo determinado, translocação observará o disposto em ato normativo do
nas hipóteses previstas no art. 15 da Lei nº 9.433, de 8 de Ibama.
janeiro de 1997.
Art. 14. O aquicultor é responsável pela comprovação da
Art. 10. O titular de outorga de direito de uso de recursos origem das formas jovens introduzidas nos cultivos.
hídricos para a prática da aquicultura será submetido à
fiscalização da ANA e deverá observar o disposto na Lei § 1º Quando se tratar de formas jovens de algas
nº 9.433, de 1997, e na legislação pertinente. macrófitas, estas podem ser extraídas em ambiente natural
na forma estabelecida na legislação pertinente.
Parágrafo único. Caberá, ainda, ao titular de outorga de
que trata o caput adotar providências e fornecer § 2º Quando se tratar de formas jovens de moluscos, estas
podem ser extraídas em ambiente natural, obtidas por meio
de fixação natural em coletores artificiais, na forma
estabelecida na legislação pertinente.

Art. 15. O cultivo de moluscos bivalves nas áreas em que


o seu uso for autorizado observará a legislação de controle
sanitário.

Art. 16. A sinalização náutica, que obedecerá aos


parâmetros estabelecidos pela Autoridade Marítima, será
de responsabilidade do cessionário, ao qual caberá a
implantação, a manutenção e a retirada dos equipamentos
utilizados.

Art. 17. Fica revogado o Decreto nº 4.895, de 25 de


novembro de 2003.

Art. 18. Este Decreto entra em vigor na data de sua


publicação.

Brasília, 14 de dezembro de 2020; 199º da Independência


e 132º da República.

JAIR MESSIAS BOLSONARO


Fernando Azevedo e Silva
Paulo Guedes
Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias
Rogério Marinho

Este texto não substitui o publicado no DOU de


15.12.2020

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