Seminário Iii - 20.09

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Módulo Incidência e Crédito Tributário

Aluno: Mateus Padovan Siviero

SEMINÁRIO III - AÇÕES TRIBUTÁRIAS ANTIEXACIONAIS:


DECLARATÓRIA, ANULATÓRIA E CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

Leitura básica
• CONRADO, Paulo Cesar. Processo Tributário. São Paulo: Quartier Latin, Capítulo
3, itens 3.1 e 3.2, e Capítulo 9, itens 9.3.1.1; 9.3.2.2.1 e 9.3.2.3.3.
• CONRADO, Paulo Cesar. Execução Fiscal. São Paulo: Noeses, Item 7.6.
• DALLA PRIA, Rodrigo. Direito Processual Tributário. São Paulo: Noeses.
Título I, Capítulo II, itens 2.1.3 a 2.1.4.2; e Título II, Capítulo I, itens 1.1 a
1.3.3.2.3.

Vídeo básico

• CONRADO, Paulo Cesar. Canal PPGD UNIMAR. Constructivismo Lógico-


Semântico e Processo. Disponível em: https://www.youtube.com/live/qJO-
FWTf1-I?si=w8PPhPSf6EJT4WYp. Acesso em 26 de janeiro de 2024.
• CONRADO, Paulo Cesar; PRIA, Rodrigo Dalla; VERGUEIRO, Camila;
GONÇALVES, Carla de Lourdes; COSTA, Juliana. Canal PPGD UNIMAR.
Constructivismo Lógico-Semântico e Teoria do Processo. Disponível em:
https://www.youtube.com/live/aPtSRwbvTX4?si=mLkjZsqP5m-_Z2eV .
Acesso em 30 de janeiro de 2024.

Leitura complementar
• CANTANHEDE, Luís Cláudio Ferreira. Exceção de pré-executividade e seu
julgamento: impacto em outros processos (administrativo, declaratório e anulatório).
In: CONRADO, Paulo Cesar. Processo tributário analítico, volume II. São Paulo:
Noeses.
 CONRADO, Paulo Cesar. Transação antiexacional (contencioso) e sua possível
incidência sobre a tese jurídica de fundo. In: CONRADO, Paulo Cesar; ARAUJO,
Juliana Furtado Costa. Transação Tributária na prática da lei nº 13.988/2020. São
Paulo: Revista dos Tribunais.
• GONÇALVES, Carla de Lourdes. A suspensão da “exigibilidade” nas ações
preventivas. In: CONRADO, Paulo Cesar. Processo tributário analítico, volume II.
São Paulo: Noeses.
• OLIVEIRA, Julio M. Ação anulatória de débito fiscal. In: CONRADO, Paulo Cesar.
Processo tributário analítico, volume I. São Paulo: Noeses.
• DALLA PRIA, Rodrigo. A constituição e a cobrança das contribuições
previdenciárias pela Justiça do Trabalho: aspectos processuais relevantes. In:
CONRADO, Paulo Cesar. Processo Tributário Analítico. 2.ed. v. 2. São Paulo:
Noeses.
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• DALLA PRIA, Rodrigo. O processo de positivação da norma jurídica tributária e a


fixação da tutela jurisdicional apta a dirimir os conflitos havidos entre contribuinte e
fisco. In: CONRADO, Paulo Cesar. Processo tributário analítico. v. 1. São Paulo:
Noeses, 2015.
• VERGUEIRO, Camila Campos. A ação de consignação em pagamento e a
extinção do crédito tributário. In: CONRADO, Paulo Cesar. Processo tributário
analítico. v. 1. São Paulo: Noeses.
• CONRADO, Paulo Cesar. Processo Tributário e Instrumentalidade.
Endereço: https://www.conjur.com.br/2021-mar-02/paulo-conrado-
processo-tributario-instrumentalidade
• CONRADO, Paulo Cesar. Medidas exacionais e antiexacionais: muito
além das conveniências classificatórias. https://www.conjur.com.br/2021-
mai-04/paulo-conrado-medidas-exacionais-antiexacionais
• DALLA PRIA, Rodrigo. Processo de positivação, ações e conflitos
tributários. Endereço: https://www.conjur.com.br/2021-mar-09/opiniao-
processo-positivacao-acoes-conflitos-tributarios
• DALLA PRIA, Rodrigo. Ações antiexacionais preventivas. Endereço:
https://www.conjur.com.br/2021-mai-16/processo-tributario-acoes-
tributarias-antiexacionais-preventivas
• DALLA PRIA, Rodrigo. Ações tributárias declaratórias negativas: aspectos
procedimentais. Endereço:
https://www.conjur.com.br/2021-jul-18/processo-tributario-acoes-
tributarias-declaratorias-negativas-aspectos-procedimentais
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Questões

1. Quanto à ação declaratória de inexistência de relação jurídica tributária,


pergunta-se:
a) Quando nasce o interesse processual para sua propositura?
RESPOSTA: O nascimento do interesse processual para a propositura da
ação declaratória da inexistência de relação jurídica tributária, nasce quando
o sujeito passivo passa a ter incerteza sobre a inexistência ou não da
relação jurídica tributária perante o Fisco, sem que haja a devida provocação
da máquina judiciária.
Nesta senda, é quando ocorre a divergência na incidência da aplicação da
norma tributária, bem como no lançamento do tributo e a obrigação entre
fisco e contribuinte;

b) O manejo do referido instrumento processual em momento anterior à


constituição do crédito configura questionamento de “lei em tese”? Aponte o
que é questionamento de “lei em tese”.
RESPOSTA: Não. O manejo do instrumento processual em momento
anterior não se configura, posto que a lei se encontra entabulada no
ordenamento jurídico, sendo, o contribuinte quem deve demonstrar o motivo
da lei afetar negativamente a sua operação, para que então, o julgador, a
partir da demonstração das provas pelo contribuinte possa ser capaz de
determinar se há ou não perigo de dano.

c) Há interesse jurídico na sua propositura após a expedição do ato


constitutivo do crédito tributário? Em caso afirmativo, quais seriam os efeitos
da referida tutela jurisdicional? (Vide anexos I e II)
RESPOSTA: Através da expedição, o meio viável para combater a relação
jurídica tributária formada é através da ação anulatória, haja vista que o
provimento jurisdicional obtido descontruiria o objeto do processo, caso a
ação seja declarada procedente.
Ademais, podemos vislumbrar que após a expedição do ato constitutivo do
crédito tributário, há o interesse jurídico para o manejo da ação declaratória
de inexistência de relação jurídica, posto que o sujeito passivo alcançaria por
fim, com a procedência da ação, que o Fisco estivesse impossibilitado de
proceder o lançamento tributário.

d) O que pode justificar a escolha pela propositura de uma ação declaratória


de inexistência de relação jurídica tributária ao invés de um mandado de
segurança preventivo?
RESPOSTA: O mandado de segurança preventivo exige que haja direito
líquido e certo, portanto, não haverá a necessidade de produção de provas
neste tipo de ação. Há a necessidade de que se tenha provas previamente
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constituídas, posto que, se o caso em concreto solicitar a produção de


provas, o meio adequado e o instrumento processual cabível se torna
incapaz de sanar a demanda, sendo, portanto, o mandado de segurança
preventivo o instrumento incorreto para esse tipo de ação.

2. Quanto à ação anulatória de débito fiscal, pergunta-se:


a) É viável a propositura de ação anulatória para desconstituição de relação
jurídica constituída pelo próprio contribuinte com a apresentação de
informações ao Fisco no cumprimento de um dever instrumental, no qual foi
apurado o valor do tributo devido, mas esse valor ainda não foi pago?
RESPOSTA: Sim. O fato do contribuinte ser responsabilizado pelo
pagamento do crédito tributário, ainda que este crédito não tenha sido pago,
faz com que este tenha a legitimidade para promover a ação anulatória de
débito fiscal.

b) É possível buscar a anulação de crédito tributário que foi inserido em


parcelamento, considerando que o sujeito passivo precisou assinar termo de
confissão dessa dívida para aderir a esse parcelamento? E se esse crédito
já estava prescrito no momento do parcelamento? Sob qual fundamento
seria possível questionar esses créditos já confessados? (Vide anexos III, IV
e V)
RESPOSTA: O parcelamento é imparcial nas ações anulatórias, posto que a
confissão não impede que ocorra uma demanda judicial, sendo respeitados
os prazos prescricionais para que essa ação ocorra.
Ademais, o fundamento para que esta ação tramite, está na comprovação do
erro de fato, passível de invalidade pela confissão posterior, bem como, ato
jurídico nulo.

c) Qual é o prazo prescricional para a propositura da ação anulatória de


débito fiscal? É possível ingressar com ação anulatória de débito após a
propositura da ação executiva fiscal? E após o transcurso do prazo para
apresentação dos embargos à execução?
RESPOSTA: O prazo prescricional para propositura da ação é de 05 (cinco)
anos, sendo possível impetrar ação anulatória de débitos após a propositura
de ação de execução fiscal.

d) A propositura de ação anulatória depende da realização do depósito do


valor do crédito tributário que está sendo discutido?
RESPOSTA: Para a propositura da ação não depende de depósito judicial
no valor do crédito tributário, somente será feito se o contribuinte optar pela
garantia do juízo, com o fim de ter a incidência do efeito suspensivo sob a
ação.
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3. O que caracteriza os institutos da conexão, da continência e da


prejudicialidade? Quais dessas relações podem existir entre a ação
anulatória de débito, a ação executiva fiscal e os embargos à execução
fiscal? Qual é o juízo competente para julgá-las? Deverão ser reunidas para
julgamento conjunto? Responder a essa pergunta, com base nas
disposições do código de processo civil de 2015 que tratam da modificação
da competência (artigos 54 a 63). (Vide os anexos VI, VII, VIII e IX)
RESPOSTA: Na conexão, as causas afetam a mesma relação jurídica sem
identificar as partes, enquanto na continência apenas uma das partes é
afetada pela causa. A prejudicialidade é quando uma oportunidade é perdida
e uma ação não pode ser apreciada.
Neste contexto, pode haver uma conexão entre a ação anulatória de débito,
a execução fiscal e os embargos à execução, pois os processos judiciais na
anulatória questionarão a legitimidade de débitos tributários que estão
registrados como dívida ativa e que podem ser cobrados por meio da
execução fiscal.
O prevento, de acordo conforme redige os artigos 58 e 59 do Código de
Processo Civil, será pelo juízo competente. Caso as competências sejam
relativas e nenhum dos processos tenha sido decidido, eles podem se
reunidos para julgamento.

4. Você é procurado pela empresa AZT Foods do Brasil Ltda que lhe apresenta
o seguinte caso concreto:
Em função de sua atividade a empresa AZT Foods do Brasil Ltda. está
sujeita ao pagamento de determinado tributo pela venda de seu produto.
Nos últimos 3 anos, em função de algumas dificuldades financeiras, ela não
pagou o tributo devido (e sequer informou seus débitos ao Fisco),
pretendendo fazê-lo agora por se encontrar em melhores condições
financeiras. Contudo, em função do inadimplemento, a confissão do débito
para fins de “denúncia espontânea” está sujeita a multa de 45% do valor da
operação (venda de seu produto), cuja instituição se deu por ato normativo
infralegal.
A AZT solicita um parecer em que você deverá apontar:
(a) a estratégia processual (a medida judicial ou medidas judiciais) a ser
adotada para a defesa dos seus interesses, devendo ser justificada a opção
da(s) medida(s), com a indicação do dispositivo de lei que determina o seu
cabimento;
(b) o(s) fundamento(s) jurídico(s) que poderá(ão) ser(em) utilizado(s) para
afastar a exigência dessa multa – causa de pedir;
(c) a necessidade, ou não, de efetivação do depósito judicial;
(d) o pedido da ação (ou ações);
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(e) o efeito da sentença pretendido com a ação (ou ações).


RESPOSTA: A ação judicial a ser adotada no caso em tela será a ação
anulatória, pelo fundamento do artigo 151, II do CTN, será ainda, suspensa a
exigibilidade do crédito tributário quando houver depósito em juízo do
montante integral do crédito, sendo, portanto, necessário a efetivação do
depósito para que surja os efeitos suspensivos.
Neste sentido, para o pagamento da multa que se deu através de ato
normativo infra – legal, poderá se afastado através do veículo qual fora
utilizado, já que o artigo 97, V e artigo 113, §2º do CTN determinam que
somente a lei pode estabelecer penalidades. Portanto, a obrigação acessória
decorre da legislação tributária, sendo, ainda, a sentença judicial que
produzirá os efeitos, para declarar os tributos devidos ou não, afastando a
multa sem que ocorra sua incidência.

5. Na ação de consignação em pagamento, o que extingue a obrigação


tributária: (i) a consignação em pagamento; (ii) a conversão em renda do
valor consignado; (iii) a sentença que julga procedente a ação de
consignação em pagamento; ou (iv) a decisão judicial de procedência da
ação transitada em julgado? Fundamente sua resposta.
RESPOSTA: Conforme expõe o artigo 164, §2º do CTN, a ação de
consignação em pagamento extingue a obrigação quando se há o
julgamento procedente da demanda, qual posteriormente será convertida em
renda.

6. Contribuinte sediado no Estado de São Paulo tem lavrado em seu desfavor


auto de infração de ICMS pelo Estado do Mato Grosso (problemas atinentes
à documentação fiscal que acompanhava a mercadoria, bem como ao não
destaque do diferencial de alíquotas supostamente devido ao Estado do
Mato Grosso). Inconformado com essa situação, referido contribuinte lhe
procura para que ajuíze ação anulatória, questionando-lhe, nessa ocasião,
acerca do foro competente no qual deve ser processada a referida ação.
Apresente, de forma fundamentada, sua resposta a esse questionamento,
analisando o caso à luz da regra veiculada no parágrafo único do artigo 52
do Código de Processo Civil/15.
RESPOSTA: O foro competente para as causas em que o Autor da ação
seja o Estado, é o foro de domicílio do Réu, conforme verifica-se no artigo 52
do CPC. Nesta senda, no caso em tela o domicílio é o da empresa
declarante do tributo, ou ainda, o local do fato ou fato da situação.

Sugestão para pesquisa suplementar


Módulo Incidência e Crédito Tributário

• VERGUEIRO, Camila Campos; CONRADO, Paulo Cesar; PRIA, Rodrigo


Dalla (Coord.). Processo Tributário Analítico - Estudos em comemoração
aos 25 anos do grupo de pesquisa: uma jornada de construção e
aplicação prática da instrumentalidade do processo no direito tributário em
115 artigos. São Paulo: Noeses.
• MARINS, James. Título III, capítulo 11, item 3 e capítulo 15 do livro Direito
processual tributário brasileiro (administrativo e judicial). São Paulo: Dialética.
• Artigo: “Ação de consignação em pagamento no direito tributário, de James
Marins, in Processo judicial tributário. São Paulo: MP editora.
• Capítulo 10 do livro Introdução à teoria geral do processo civil, de Paulo Cesar
Conrado. São Paulo: Max Limonad.
• Capítulos 8 e 9 do livro Fundamentos do direito processual tributário, de Rafael
Pandolfo. São Paulo: Saraiva.
• Livro I, Capítulo VIII, “A (des) construção das normas tributárias nas ações
(reações) antiexacionais”, de Júlio M. de Oliveira, in Curso de Especialização em
direito tributário – homenagem a Paulo de Barros Carvalho, coord. Eurico Marcos
Diniz de Santi. São Paulo: Forense.
 SOUZA, Fernanda Donnabella Camano de. Os requisitos e os efeitos da
transação por adesão no contencioso tributário de relevante e disseminada
controvérsia jurídica. In: CONRADO, Paulo Cesar; ARAUJO, Juliana Furtado
Costa. Transação Tributária na prática da lei nº 13.988/2020. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2020.

Anexo I
REsp 862.230/DF

PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO. CRÉDITO FISCAL CONSTITUÍDO


AINDA NÃO EXECUTADO. AÇÃO DENOMINADA DE DECLARATÓRIA, MAS
COM CONTEÚDO ANULATÓRIO. NATUREZA DA AÇÃO. IRRELEVÂNCIA DA
NOMINAÇÃO DADA PELO AUTOR.
1. O pedido inicial formulado na ação ordinária, ajuizada antes da
propositura do executivo fiscal, que objetiva a declaração de ilegalidade da
inscrição da dívida no rol da Dívida Ativa do Distrito Federal e o conseqüente
reconhecimento da inexistência do débito fiscal referente a IPTU, ostenta
conteúdo constitutivo negativo de lançamento tributário supostamente eivado
de ilegalidade, revestindo a demanda de natureza anulatória, malgrado o
nomen iuris atribuído pelos autores (Precedentes do STJ: EDcl no REsp
894.545/DF, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em
17.05.2007, DJ 31.05.2007; AgRg nos EREsp 509.300/SC, Rel. Ministro Jorge
Scartezzini, Segunda Seção, julgado em 08.02.2006, DJ 22.02.2006; REsp
392.599/CE, Rel. Ministro Fernando Gonçalves, Quarta Turma, julgado em
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06.04.2004, DJ 10.05.2004; e REsp 100.766/SP, Rel. Ministro Sálvio de


Figueiredo Teixeira, Quarta Turma, julgado em 15.06.1999, DJ 16.08.1999).
2. É cediço que, em sede tributária, faz-se mister distinguir a ação
declaratória negativa da ação anulatória de débito fiscal, porquanto seus efeitos
são diversos. Esta última tem como objetivo precípuo a anulação total ou
parcial de um crédito tributário definitivamente constituído, sendo este, portanto
seu pressuposto. Sua eficácia é, desse modo, constitutiva negativa.
3. "Como afirma Carreira Alvim, a "distinção que se há de fazer entre ação
anulatória e declaratória é que a anulatória pressupõe um lançamento, que se
pretende desconstituir ou anular; a declaratória não o pressupõe. Através desta
pretende-se declarar uma relação jurídica como inexistente, pura e
simplesmente" (Cleide Previtalli Cais, in O Processo Tributário, Ed. Revista dos
Tribunais, 4ª ed., págs. 495/496).
4. Destarte, à luz dos princípios da mihi factum, dabo tibi ius e iura novit
curia, não se revela escorreito encerrar o feito sem "resolução"do mérito, tão-
somente pelo fundamento de que, nomeada a ação ordinária de declaratória,
faleceria aos autores o necessário interesse de agir, máxime na hipótese em
que ainda não ajuizado o executivo fiscal pertinente.
5. Recurso especial desprovido.
(REsp n. 862.230/DF, relator Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em
5/8/2008, DJe de 11/9/2008.)

Anexo II
AgRg no AgRg no REsp 1.025.893/RJ

AGRAVO REGIMENTAL. PROCESSUAL CIVIL. IPTU. PRETENSÃO DE


ANULAÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL A
PARTIR DA NOTIFICAÇÃO. ART. 1º DO DECRETO N. 20.910/32.
1. "Considerando que na ação anulatória de débito fiscal ocorre o efeito
constitutivo, são diferentes os reflexos provocados pela ação declaratória
negativa e pela ação anulatória de débito fiscal. Como já foi assinalado, a ação
anulatória demanda um lançamento contra o qual é voltada, enquanto a ação
declaratória pode ser proposta, entre outros casos, visando declarar a
inexistência de obrigação tributária; declarar a não incidência de determinado
tributo;declarar a imunidade tributária; declarar isenção fiscal; declarar
ocorrência de prescrição etc. Quando outorga a feição de declaratória negativa
ao seu pedido, o autor não está pretendendo desconstituir o crédito tributário,
mas, antecipando-se à sua constituição, requer uma sentença que afirme não
ser devido determinado tributo. Como afirma Carreira Alvim, a 'distinção que se
há de fazer entre ação anulatória e declaratória é que a anulatória pressupõe
um lançamento, que se pretende desconstituir ou anular; a declaratória não o
pressupõe. Através desta pretende-se declarar uma relação jurídica como
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inexistente, pura e simplesmente.' (in O Processo Tributário, Ed. Revista dos


Tribunais, 4ª ed., p. 495/496).
Conseqüentemente, afasta-se a tese do acórdão recorrido acerca da
imprescritibilidade da presente demanda, posto que, conforme evidenciado,
trata-se de hipótese cuja sentença é constitutiva negativa. Assim, na ausência
de norma específica a regular a matéria, o prazo prescricional a ser observado
é qüinqüenal, nos moldes do art. 1º do Decreto 20.910/32." (EDcl no REsp
894.981/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 6.11.2008, DJe
27.11.2008).
2. O termo a quo para se questionar a constitucionalidade e legalidade do
IPTU, e das taxas a ele vinculadas, é a notificação fiscal do lançamento, que,
no presente caso, deu-se em período anterior a cinco anos, contados do
ajuizamento da ação.
Agravo regimental provido.
(AgRg no AgRg no REsp n. 1.025.893/RJ, relator Ministro Humberto
Martins, Segunda Turma, julgado em 17/2/2009, DJe de 24/3/2009.)

Anexo III
REsp n. 1.133.027/SP

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. Recurso Especial representativo de


controvérsia (art. 543-C, § 1º, do CPC). AUTO DE INFRAÇÃO LAVRADO COM
BASE EM DECLARAÇÃO EMITIDA COM ERRO DE FATO NOTICIADO AO
FISCO E NÃO CORRIGIDO. VÍCIO QUE MACULA A POSTERIOR
CONFISSÃO DE DÉBITOS PARA EFEITO DE PARCELAMENTO.
POSSIBILIDADE DE REVISÃO JUDICIAL.
1. A Administração Tributária tem o poder/dever de revisar de ofício o
lançamento quando se comprove erro de fato quanto a qualquer elemento
definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória (art. 145,
III, c/c art. 149, IV, do CTN).
2. A este poder/dever corresponde o direito do contribuinte de retificar e ver
retificada pelo Fisco a informação fornecida com erro de fato, quando dessa
retificação resultar a redução do tributo devido.
3. Caso em que a Administração Tributária Municipal, ao invés de corrigir o
erro de ofício, ou a pedido do administrado, como era o seu dever, optou pela
lavratura de cinco autos de infração eivados de nulidade, o que forçou o
contribuinte a confessar o débito e pedir parcelamento diante da necessidade
premente de obtenção de certidão negativa.
4. Situação em que o vício contido nos autos de infração (erro de fato) foi
transportado para a confissão de débitos feita por ocasião do pedido de
parcelamento, ocasionando a invalidade da confissão.
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5. A confissão da dívida não inibe o questionamento judicial da obrigação


tributária, no que se refere aos seus aspectos jurídicos.
Quanto aos aspectos fáticos sobre os quais incide a norma tributária, a
regra é que não se pode rever judicialmente a confissão de dívida efetuada
com o escopo de obter parcelamento de débitos tributários. No entanto, como
na situação presente, a matéria de fato constante de confissão de dívida pode
ser invalidada quando ocorre defeito causador de nulidade do ato jurídico (v.g.
erro, dolo, simulação e fraude). Precedentes: REsp. n. 927.097/RS, Primeira
Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 8.5.2007; REsp
948.094/PE, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em
06/09/2007; REsp 947.233/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em
23/06/2009; REsp 1.074.186/RS, Rel. Min. Denise Arruda, Primeira Turma,
julgado em 17/11/2009; REsp 1.065.940/SP, Rel. Min. Francisco Falcão,
Primeira Turma, julgado em 18/09/2008.
6. Divirjo do relator para negar provimento ao recurso especial.
Acórdão submetido ao regime do art. 543-C, do CPC, e da Resolução STJ
n. 8/2008.
(REsp n. 1.133.027/SP, relator Ministro Luiz Fux, relator para acórdão
Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, julgado em 13/10/2010,
DJe de 16/3/2011.)

Anexo IV
AgInt no REsp n. 1.867.672/MG

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO


ESPECIAL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. NULIDADE DA CDA.
REDIRECIONAMENTO. ADESÃO À PROGRAMA DE PARCELAMENTO
FISCAL. CONFISSÃO DE DÍVIDA. DISCUSSÃO JUDICIAL SOBRE
ASPECTOS JURÍDICOS DO CRÉDITO EXCUTIDO. POSSIBILIDADE.
PRECEDENTES.
1. Este Superior Tribunal de Justiça firmou a orientação sob o rito dos recursos
repetitivos de que a confissão de dívida, para efeito de adesão ao
parcelamento, não impede que o devedor acione o Poder Judiciário para
discutir os seus aspectos jurídicos, uma vez que os elementos da relação
jurídica tributária obrigatoriamente encontram fundamento de validade na
legislação ordinária e constitucional, não podendo ser afastados por simples
acordo de vontade entre as partes.
2. Também é entendimento consagrado no âmbito desta Corte Superior que
questões formais inerentes à constituição do crédito tributário confessado
podem estar atreladas com sua validade no mundo jurídico, e nessa condição,
passíveis de discussão no âmbito judicial, o que não traduz, necessariamente,
uma ampliação da regra estabelecida no julgamento do precedente repetitivo
em epígrafe para alcançar questionamentos sobre aspectos fáticos da dívida.
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3. Agravo interno a que se nega provimento.


(AgInt no REsp n. 1.867.672/MG, relator Ministro Og Fernandes, Segunda
Turma, julgado em 15/2/2022, DJe de 25/2/2022.)
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Anexo V
REsp n. 1.355.947/SP

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA


CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. CONFISSÃO DE DÉBITOS TRIBUTÁRIOS
PARA EFEITO DE PARCELAMENTO APRESENTADA APÓS O PRAZO PREVISTO
NO ART. 173, I, DO CTN. OCORRÊNCIA DE DECADÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE
CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.
1. Não cumpre ao Superior Tribunal de Justiça analisar a existência de "jurisprudência
dominante do respectivo tribunal" para fins da correta aplicação do art. 557, caput, do
CPC, pela Corte de Origem, por se tratar de matéria de fato, obstada em sede especial
pela Súmula n. 7/STJ: "A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso
especial".
2. É pacífica a jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça no sentido de que o
julgamento pelo órgão colegiado via agravo regimental convalida eventual ofensa ao art.
557, caput, do CPC, perpetrada na decisão monocrática. Precedentes de todas as
Turmas:
AgRg no AREsp 176890 / PE, Primeira Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado
em 18.09.2012; AgRg no REsp 1348093 / RS, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, julgado em 19.02.2013; AgRg no AREsp 266768 / RJ, Terceira
Turma, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 26.02.2013; AgRg no AREsp 72467 / SP,
Quarta Turma, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 23.10.2012; AgRg no RMS 33480 /
PR, Quinta Turma, Rel. Min. Adilson Vieira Macabu, Des. conv., julgado em 27.03.2012;
AgRg no REsp 1244345 / RJ, Sexta Turma, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
13.11.2012.
3. A decadência, consoante a letra do art. 156, V, do CTN, é forma de extinção do
crédito tributário. Sendo assim, uma vez extinto o direito, não pode ser reavivado por
qualquer sistemática de lançamento ou auto-lançamento, seja ela via documento de
confissão de dívida, declaração de débitos, parcelamento ou de outra espécie qualquer
(DCTF, GIA, DCOMP, GFIP, etc.).
4. No caso concreto o documento de confissão de dívida para ingresso do Parcelamento
Especial (Paes - Lei n. 10.684/2003) foi firmado em 22.07.2003, não havendo notícia
nos autos de que tenham sido constituídos os créditos tributários em momento anterior.
Desse modo, restam decaídos os créditos tributários correspondentes aos fatos
geradores ocorridos nos anos de 1997 e anteriores, consoante a aplicação do art. 173, I,
do CTN.
5. Recurso especial parcialmente conhecido e nessa parte não provido. Acórdão
submetido ao regime do art. 543-C, do CPC, e da Resolução STJ n. 8/2008.
(REsp n. 1.355.947/SP, relator Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção,
julgado em 12/6/2013, DJe de 21/6/2013.)

Anexo VI

Conflito de Competência n. 105.358/SP


Módulo Incidência e Crédito Tributário

PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA.


EXECUÇÃO FISCAL. AÇÃO ANULATÓRIA AJUIZADA ANTERIORMENTE.
CONEXÃO. NORMA DE ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA. EXISTÊNCIA DE
VARA ESPECIALIZADA PARA JULGAR EXECUÇÕES FISCAIS. REUNIÃO
DOS PROCESSOS. IMPOSSIBILIDADE. SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO.
GARANTIA DO JUÍZO. NECESSIDADE.
1. Esta Seção, ao julgar o CC 106.041/SP (Rel. Min. Castro Meira, DJe de
9.11.2009), enfrentou situação semelhante à dos presentes autos, ocasião em
que decidiu pela impossibilidade de serem reunidas execução fiscal e ação
anulatória de débito precedentemente ajuizada, quando o juízo em que tramita
esta última não é Vara Especializada em execução fiscal, nos termos
consignados nas normas de organização judiciária. No referido julgamento,
ficou consignado que, em tese, é possível a conexão entre a ação anulatória e
a execução fiscal, em virtude da relação de prejudicialidade existente entre tais
demandas, recomendando-se o simultaneus processus.
Entretanto, nem sempre o reconhecimento da conexão resultará na
reunião dos feitos. A modificação da competência pela conexão apenas será
possível nos casos em que a competência for relativa e desde que observados
os requisitos dos §§ 1º e 2º do art. 292 do CPC. A existência de vara
especializada em razão da matéria contempla hipótese de competência
absoluta, sendo, portanto, improrrogável, nos termos do art. 91 c/c 102 do
CPC. Dessarte, seja porque a conexão não possibilita a modificação da
competência absoluta, seja porque é vedada a cumulação em juízo
incompetente para apreciar uma das demandas, não é possível a reunião dos
feitos no caso em análise, devendo ambas as ações tramitarem
separadamente. Embora não seja permitida a reunião dos processos, havendo
prejudicialidade entre a execução fiscal e a ação anulatória, cumpre ao juízo
em que tramita o processo executivo decidir pela suspensão da execução,
caso verifique que o débito está devidamente garantido, nos termos do art. 9º
da Lei 6.830/80.
2. Pelas mesmas razões de decidir, o presente conflito deve ser conhecido
e declarada a competência do Juízo suscitado para processar e julgar a ação
anulatória de débito fiscal.
(CC n. 105.358/SP, relator Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira
Seção, julgado em 13/10/2010, DJe de 22/10/2010.)

Anexo VII
AgInt no CC n. 159.553/DF

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO CONFLITO DE


COMPETÊNCIA. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015.
APLICABILIDADE. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO TRIBUTÁRIO E
EXECUÇÃO FISCAL. REUNIÃO POR CONEXÃO. NÃO CABIMENTO NO
Módulo Incidência e Crédito Tributário

CASO CONCRETO. APLICAÇÃO DE MULTA. ART. 1.021, § 4º, DO CÓDIGO


DE PROCESSO CIVIL DE 2015. DESCABIMENTO.
I - Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte na sessão realizada em
09.03.2016, o regime recursal será determinado pela data da publicação do
provimento jurisdicional impugnado. Aplica-se, in casu, o Código de Processo
Civil de 2015.
II - Segundo entendimento firmado pela 1ª Seção desta Corte, a ação
anulatória de débito tributário e a execução fiscal poderão tramitar
separadamente quando um dos juízos for incompetente para apreciar uma das
demandas, cabendo ao juízo no qual tramita o executivo fiscal decidir acerca
da sua eventual suspensão.
III - Em regra, descabe a imposição da multa, prevista no art. 1.021, § 4º, do
CPC/2015, em razão do mero improvimento do Agravo Interno em votação
unânime, sendo necessária a configuração da manifesta inadmissibilidade ou
improcedência do recurso a autorizar sua aplicação, o que não ocorreu no
caso.
IV - Agravo Interno improvido.
(AgInt no CC n. 159.553/DF, relatora Ministra Regina Helena Costa, Primeira
Seção, julgado em 1/9/2020, DJe de 8/9/2020.)

Anexo VIII
AgInt no REsp n. 1.731.423/PA

TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO


FISCAL. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CREDITO TRIBUTÁRIO.
AJUIZAMENTO EM MOMENTO POSTERIOR À DECISÃO DE ANTECIPAÇÃO
DE TUTELA, ÓBICE À PROPOSITURA DA EXECUÇÃO FISCAL, QUE,
ACASO AJUIZADA, DEVERÁ SER EXTINTA. REPRESENTATIVO DE
CONTROVÉRSIA. PRECEDENTES.
1. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que os efeitos da suspensão da
exigibilidade do crédito exequendo, quer no bojo de ação anulatória, quer no de
ação declaratória de inexistência de relação jurídico-tributária, ou mesmo no de
mandado de segurança, desde que ajuizados anteriormente à execução fiscal,
têm o condão de impedir a lavratura do auto de infração, assim como de coibir
o ato de inscrição em dívida ativa e o ajuizamento da execução fiscal, a qual,
acaso proposta, deverá ser extinta. Precedentes: REsp 1.140.956/SP, Rel. Min.
Luiz Fux, Primeira Seção, Dje 03/12/2010; REsp 1.712.954/SP, Rel. Min.
Herman Benjamin, Segunda Turma, Dje 22/11/2018.
2. Na hipótese, o acórdão recorrido expressamente afirmou que quando fora
ajuizada a execução fiscal vigorava a causa (tutela antecipada) que suspendeu
a exigibilidade do crédito tributário, sendo assim não havia interesse processual
para o ajuizamento da execução fiscal, sendo acertada a decisão que
determinou a extinção do feito conforme a jurisprudência desta Corte.
Módulo Incidência e Crédito Tributário

3. Agravo interno não provido.


(AgInt no REsp n. 1.731.423/PA, relator Ministro Benedito Gonçalves, Primeira
Turma, julgado em 11/5/2020, DJe de 13/5/2020.)

Anexo IX1
REsp n. 786.721/RJ

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE


INDICAÇÃO DOS DISPOSITIVOS COM INTERPRETAÇÃO DIVERGENTE
POR PARTE DOS TRIBUNAIS. SÚMULA 284/STF. IPTU, TIP E TCLLP.
SERVIÇOS PÚBLICOS ESPECÍFICOS E DIVISÍVEIS. MATÉRIA
CONSTITUCIONAL. TERMO A QUO DO PRAZO PRESCRICIONAL.
EXECUÇÃO FISCAL EM CURSO. AJUIZAMENTO DE AÇÃO ANULATÓRIA
DO DÉBITO. POSSIBILIDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. REEXAME
DE PROVA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 07/STJ.
1. A ausência de indicação dos dispositivos em torno dos quais teria havido
interpretação divergente por outros Tribunais impede o conhecimento do
recurso especial, quando interposto com base na alínea c do permissivo
constitucional (Súmula 284/STF).
2. Está assentada na Primeira Seção a orientação segundo a qual as
controvérsias acerca da divisibilidade e especificidade de taxas decorrentes da
prestação de serviços públicos são inapreciáveis em sede de recurso especial,
porquanto os arts. 77 e 79 do CTN repetem preceito constitucional contido no
art. 145 da Carta vigente.
Precedentes: AgReg no AG 628773/MG, Segunda Turma, Min. João Otávio de
Noronha, DJ de 23.05.2005; AgReg no Resp 623209/MG, Primeira Turma, Min.
Francisco Falcão, DJ de 25.04.2005.
3. Em se tratando de tributos cujo lançamento se dá de ofício, como é o caso
do IPTU, o prazo qüinqüenal para se pleitear a repetição do indébito tem como
termo inicial a data de extinção do crédito tributário pelo pagamento.
Prevalência da aplicação dos artigos 156, I, 165, I e 168, I, do CTN sobre o
artigo 1º do Decreto 20.910/32.
Jurisprudência pacífica nas 1ª e 2ª Turmas do STJ.
4. Se é certo que a propositura de qualquer ação relativa ao débito constante
do título não inibe o direito do credor de promover-lhe a execução (CPC, art.
585, § 1º), o inverso também é verdadeiro: o ajuizamento da ação executiva
não impede que o devedor exerça o direito constitucional de ação para ver
declarada a nulidade do título ou a inexistência da obrigação, seja por meio de
embargos (CPC, art. 736), seja por outra ação declaratória ou desconstitutiva.
Nada impede, outrossim, que o devedor se antecipe à execução e promova,

1
Muito embora esse julgado tenha sido proferido em período anterior à vigência do CPC/15, sugere-se a leitura em
função da relevância de seu conteúdo.
Módulo Incidência e Crédito Tributário

em caráter preventivo, pedido de nulidade do título ou a declaração de


inexistência da relação obrigacional.
5. Ações dessa espécie têm natureza idêntica à dos embargos do devedor, e
quando os antecedem, podem até substituir tais embargos, já que repetir seus
fundamentos e causa de pedir importaria litispendência.
6. O exercício do direito constitucional de ação, para ver declarada a nulidade
do título ou a inexistência da obrigação, independe da oferta de garantia,
indispensável apenas na hipótese de o devedor pretender obter a suspensão
da exigibilidade do débito impugnado.
7. O questionamento do recorrente acerca do critério adotado para fixação dos
honorários advocatícios (aplicação do art. 21 do CPC) demanda o reexame do
grau de sucumbimento de cada parte para fins de fixação e distribuição da
verba, ensejando análise de matéria fática, incabível em recurso especial
(Súmula 07/STJ).
8. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, desprovido.
(REsp n. 786.721/RJ, relator Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma,
julgado em 21/9/2006, DJ de 9/10/2006, p. 264.)

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