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10/08/2021 Decreto 15317 2013 de Belo Horizonte MG

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DECRETO Nº 15.317, DE 02 DE SETEMBRO DE 2013

INSTITUI O PLANO DIRETOR DE MOBILIDADE URBANA DE


BELO HORIZONTE - PLANMOB-BH - E ESTABELECE AS
DIRETRIZES PARA O ACOMPANHAMENTO E O
MONITORAMENTO DE SUA IMPLEMENTAÇÃO,
AVALIAÇÃO E REVISÃO PERIÓDICA.

O Prefeito de Belo Horizonte, no exercício da atribuição que lhe confere o inciso VII do artigo 108 da Lei
Orgânica do Município, em conformidade com o disposto na Lei Municipal nº 10.134, de 18 de março de
2011, que instituiu a Política Municipal de Mobilidade Urbana, e considerando, ainda, o disposto na Lei
Federal nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012, que instituiu as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade
Urbana,

considerando o compromisso do Município de Belo Horizonte com o constante aprimoramento do


planejamento da mobilidade urbana;

considerando a necessidade de orientar a atualização periódica estabelecida pelo inciso XI, do art. 24 da
Lei Federal nº 12.587/12, DECRETA:

Capítulo I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Este Decreto institui o Plano Diretor de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte - PlanMob-BH e
estabelece as diretrizes para o acompanhamento e o monitoramento de sua implementação, avaliação e
revisão periódica, com o objetivo de efetivar a Política Municipal de Mobilidade Urbana instituída pela Lei
nº 10.134, de 18 de março de 2011.

Parágrafo Único - O PlanMob-BH tem por finalidade orientar as ações do Município de Belo Horizonte no
que se refere aos modos, serviços e infraestrutura viária e de transporte que garantem os deslocamentos
de pessoas e cargas em seu território, com vistas a atender as necessidades atuais e futuras de
mobilidade da população de Belo Horizonte.

Art. 2ºO PlanMob-BH guarda compatibilidade com o Plano Diretor do Município de Belo Horizonte,
estabelecido pela Lei nº 7.165, de 27 de agosto de 1996, com as normas e condições para parcelamento,
ocupação e uso do solo urbano no Município, previstas pela Lei nº 7.166, de 27 de agosto de 1996, e com
as normas de acessibilidade do Decreto Federal nº 5.296, de 02 de dezembro de 2004.

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SEÇÃO I
DOS CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Art. 3º Para os efeitos deste Decreto, ficam estabelecidos os seguintes conceitos e definições:

I - ACESSIBILIDADE: facilidade de acesso das pessoas às áreas e atividades urbanas e aos serviços de
transporte, considerando-se os aspectos físicos e/ou econômicos;

II - ACESSIBILIDADE AMBIENTAL: possibilidade e condições de alcance para utilização, com segurança e


autonomia, de edificações, espaços, mobiliários e equipamentos urbanos;

III - ACESSIBILIDADE UNIVERSAL: facilidade disponibilizada às pessoas que possibilite a todos autonomia
nos deslocamentos desejados, respeitando-se a legislação em vigor;

IV - BICICLETÁRIO: local destinado ao estacionamento de bicicletas, com características de longa duração,


grande número de vagas e controle de acesso, podendo ser público ou privado;

V - BRT (Bus Rapid Transit): sistema de transporte coletivo por ônibus de média e/ou alta capacidade, com
alto desempenho e qualidade, assegurados pela elevada velocidade operacional em pistas ou faixas
exclusivas, pelo pagamento antecipado da passagem e o embarque e desembarque em nível, pela
informação sobre o funcionamento do sistema aos usuários, e pelos equipamentos tecnológicos nos
ônibus, estações e garagens que possibilitam o seu monitoramento em tempo real através de Centros de
Controle Operacional, proporcionando regularidade, pontualidade, confiabilidade e segurança;

VI - CICLOFAIXA: espaço destinado à circulação de bicicletas, contíguo à pista de rolamento de veículos,


sendo dela separado por pintura e/ou dispositivos delimitadores;

VII - CICLOROTAS OU ROTA CICLÁVEL: caminhos ou rotas identificados como agradáveis, recomendados
para uso de bicicletas que complementam a rede de ciclovias e ciclofaixas, minimamente preparados para
garantir a segurança de ciclistas, sem tratamento físico, podendo receber sinalização específica;

VIII - CICLOVIA: espaço destinado à circulação exclusiva de bicicletas, segregada da via pública de tráfego
motorizado e da área destinada a pedestres;

IX - DIVISÃO MODAL: participação de cada modo de transporte no total de viagens realizadas para os
diversos fins;

X - ESTACIONAMENTO DISSUASÓRIO: estacionamento público ou privado, integrado ao sistema de


transporte urbano, com o objetivo de dissuadir o uso do transporte individual;

XI - FAIXA COMPARTILHADA: faixa de circulação aberta à utilização pública, caracterizada pelo


compartilhamento entre modos diferentes de transporte, tais como veículos motorizados, bicicletas e
pedestres, sendo preferencial ao pedestre, quando demarcada na calçada, e à bicicleta, quando
demarcada na pista de rolamento;

XII - FAIXA EXCLUSIVA PARA ÔNIBUS: faixa da via pública destinada, exclusivamente, à circulação dos
veículos de transporte coletivo, separada do tráfego por meio de sinalização e/ou segregação física;

XIII - FAIXA PREFERENCIAL PARA ÔNIBUS OU PARA ALGUM TIPO DE SERVIÇO: faixa da via pública
destinada à circulação preferencial do transporte coletivo ou para determinados veículos, identificados
por sinalização na via, indicando a preferência de circulação;

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XIV - GESTÃO DA DEMANDA OU GERENCIAMENTO DA DEMANDA: medidas para direcionamento da


demanda de cada modo de transporte, com vistas a uma distribuição modal mais equilibrada;

XV - LOGÍSTICA URBANA: estratégia de distribuição de cargas urbanas, sua regulamentação, mediante


otimização do uso da infraestrutura existente, e adoção de tecnologia para operação e controle;

XVI - METRÔ: sistema de transporte que utiliza trens de alta performance, com carros operando em vias
exclusivas, sem cruzamentos em nível, possuindo estações com plataformas elevadas e com controle
centralizado;

XVII - MOBILIDADE URBANA: conjunto de deslocamentos de pessoas e bens, com base nos desejos e nas
necessidades de acesso ao espaço urbano, mediante a utilização dos vários meios de transporte;

XVIII - MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL: realização dos deslocamentos sem comprometimento do


meio ambiente, das áreas e atividades urbanas e do próprio transporte;

XIX - MODOS DE TRANSPORTE MOTORIZADOS: modalidades que se utilizam de veículos automotores;

XX - MODOS DE TRANSPORTE NÃO MOTORIZADOS: modalidades que se utilizam do esforço humano ou


tração animal;

XXI - MONOTRILHO: ferrovia constituída por um único trilho, em oposição às ferrovias tradicionais que
possuem dois trilhos paralelos;

XXII - OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA: conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo Poder
Executivo, com a participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores
privados, com o objetivo de alcançar transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e
valorização ambiental, podendo ocorrer em qualquer área do Município;

XXIII - PARACICLO: local destinado ao estacionamento de bicicletas, de curta ou média duração, de


pequeno porte, como número reduzido de vagas, sem controle de acesso, equipado com dispositivos
capazes de manter os veículos de forma ordenada, com possibilidade de amarração para garantir mínima
segurança contra furto;

XXIV - PISTA EXCLUSIVA: faixa(s) exclusiva(s) destinada(s) à circulação dos veículos de transporte coletivo
de forma segregada, dispondo de delimitação física (barreiras, canteiros, etc.) que as separa do tráfego
geral, com sinalização de regulamentação específica;

XXV - POLÍTICA DE PREÇO: política pública que envolve critérios de definição de preços dos serviços
públicos, a precificação dos serviços de transporte coletivo, individual e não motorizado, assim como da
infraestrutura de apoio, especialmente estacionamentos;

XXVI - REDE ESTRUTURANTE DO TRANSPORTE PÚBLICO COLETIVO: compreende os sistemas de média e


alta capacidade de transporte, operados por diferentes tecnologias (ônibus, VLT, metrô, etc);

XXVII - SISTEMA DE ALTA E MÉDIA CAPACIDADE: sistemas, nas diversas modalidades de transporte, com
capacidade variando entre 10.000 (dez mil) a 80.000 (oitenta mil) passageiros/hora/sentido;

XXVIII - SISTEMA MUNICIPAL DE MOBILIDADE URBANA: conjunto organizado e coordenado dos modos de
transporte, dos serviços e da infraestrutura que garanta os deslocamentos de pessoas e de cargas no
território do Município;

XXIX - TRANSPORTE PRIVADO COLETIVO: serviço de transporte de passageiros não aberto ao público para

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a realização de viagens com características operacionais específicas;

XXX - TRANSPORTE PRIVADO INDIVIDUAL: meio motorizado de transporte de passageiros utilizado para a
realização de viagens individualizadas por intermédio de veículos particulares;

XXXI - TRANSPORTE PÚBLICO COLETIVO: serviço público de transporte de passageiros acessível a toda a
população mediante pagamento individualizado, com itinerários e preços fixados pelo Poder Público;

XXXII - TRANSPORTE PÚBLICO COLETIVO INTERMUNICIPAL: serviço de transporte público coletivo entre
Municípios que tenham contiguidade nos seus perímetros urbanos ou que integrem a mesma região
metropolitana;

XXXIII - TRANSPORTE PÚBLICO INDIVIDUAL: serviço remunerado de transporte de passageiros aberto ao


público, por intermédio de veículos de aluguel, para a realização de viagens individualizadas;

XXXIV - TRANSPORTE URBANO DE CARGAS: serviço de transporte de bens, animais ou mercadorias;

XXXV - VEÍCULO LEVE SOBRE TRILHOS (VLT): sistema sobre trilhos, caracterizado por sua habilidade de
operar com carros únicos ou pequenas composições em vias exclusivas em nível, em nível elevado,
subterrâneo ou, ocasionalmente, em tráfego partilhado nas vias urbanas;

XXXVI - VIA: superfície por onde transitam veículos e pessoas, compreendendo a pista, a calçada, ilha e
canteiro central;

XXXVII - VIA EXCLUSIVA DE PEDESTRE: via destinada à circulação exclusiva de pedestres, com tratamento
específico, podendo permitir acesso a veículos de serviço ou acesso aos imóveis lindeiros.

SEÇÃO II
DOS PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E OBJETIVOS GERAIS DO PLANMOB-BH

Art. 4º O PlanMob-BH obedece aos seguintes princípios:

I - reconhecimento do espaço público como bem comum, titularizado pelo município;

II - universalidade do direito de se deslocar e de usufruir a cidade;

III - acessibilidade ao portador de deficiência física ou de mobilidade reduzida;

IV - desenvolvimento sustentável da cidade, nas dimensões socioeconômica e ambiental;

V - gestão democrática e controle social de seu planejamento e avaliação;

VI - justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do uso dos diferentes modos de transporte e
serviços;

VII - equidade no uso do espaço público de circulação, vias e logradouros;

VIII - segurança nos deslocamentos para promoção da saúde e garantia da vida;

IX - eficiência, eficácia e efetividade na circulação urbana e na prestação do serviço de transporte urbano.

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Art. 5º O PlanMob-BH orienta-se pelas seguintes diretrizes:

I - priorização dos pedestres e dos modos de transporte não motorizados sobre os motorizados e dos
serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado;

II - criação de medidas de desestímulo à utilização do transporte individual motorizado;

III - integração com a política municipal de desenvolvimento urbano e respectivas políticas setoriais de
habitação, saneamento básico, planejamento e gestão do uso do solo no âmbito do Município;

IV - integração com a política metropolitana e respectivas políticas setoriais, de forma a assegurar


melhores condições de mobilidade, acessibilidade e conectividade em todo o espaço urbano e contribuir
para seu aprimoramento em âmbito metropolitano;

V - mitigação dos custos ambientais, sociais e econômicos dos deslocamentos de pessoas e cargas no
Município;

VI - priorização dos projetos de transporte público coletivo estruturadores do território e indutores do


desenvolvimento urbano integrado;

VII - desenvolvimento do sistema de transporte coletivo do ponto de vista quantitativo e qualitativo;

VIII - integração dos diversos meios de transporte;

IX - planejamento da mobilidade urbana orientado pelo gerenciamento de demanda;

X - estímulo ao uso de combustíveis renováveis e menos poluentes;

XI - fomento a pesquisas relativas à sustentabilidade ambiental e à acessibilidade no trânsito e no


transporte;

XII - busca por alternativas de financiamento para as ações necessárias à implementação do PlanMob-BH;

XIII - promoção de ações educativas capazes de sensibilizar e conscientizar a população sobre a


importância de se atender aos princípios do PlanMob-BH;

XIV - priorização do investimento público destinado à melhoria e expansão do sistema viário para a
implantação da rede estruturante de transporte público coletivo.

Art. 6º O PlanMob-BH possui como objetivos gerais:

I - proporcionar o acesso amplo e democrático ao espaço urbano, priorizando os meios de transporte


coletivos e não motorizados, de forma inclusiva e sustentável;

II - contribuir para a redução das desigualdades e para a promoção da inclusão social;

III - promover o acesso aos serviços básicos e equipamentos sociais;

IV - proporcionar melhoria das condições urbanas no que se refere à acessibilidade e à mobilidade;

V - promover o desenvolvimento sustentável com a mitigação dos custos ambientais e socioeconômicos


dos deslocamentos de pessoas e cargas no Município; e

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VI - consolidar a gestão democrática como instrumento de garantia da construção contínua do


aprimoramento da mobilidade urbana.

Capítulo II
DO PLANO DIRETOR DE MOBILIDADE URBANA DE BELO HORIZONTE - PLANMOB-BH

SEÇÃO I
DO CONTEÚDO DO PLANMOB-BH

Art. 7º O PlanMob-BH contemplará:

I - os objetivos estratégicos coerentes com os princípios e diretrizes da Política Municipal de Mobilidade


Urbana;

II - as metas de curto, médio e longo prazo;

III - os indicadores de desempenho e de monitoramento do sistema de mobilidade urbana;

IV - ações e políticas que associam o uso e a ocupação do solo à capacidade de transporte, de forma a
contribuir para o desenvolvimento econômico e urbano da cidade e a garantir retorno social e econômico
dos investimentos em infraestrutura, propondo alterações na legislação, quando necessário;

V - medidas que contribuam para a diminuição do impacto ambiental do sistema de mobilidade urbana,
tanto na redução de emissões de poluentes locais e globais, quanto na diminuição do impacto nas áreas e
atividades urbanas, bem como para a racionalização da matriz de transportes do Município, priorizando
os modos de transporte que acarretam menor impacto ambiental;

VI - programas, projetos e infraestruturas destinados aos modos de transporte não motorizados, que
deverão contemplar a sua integração aos demais modos de transporte e adequação à política municipal
de promoção da saúde da população e conter:

a) a identificação das vias prioritárias para circulação de pedestres no acesso ao transporte coletivo, com
vistas à sua melhoria por meio da ampliação e manutenção dos passeios;
b) a previsão de implantação de infraestrutura para circulação de bicicletas, contemplando ciclofaixas,
ciclovias e ciclorrotas;
c) ações de estímulo à circulação a pé, contemplando a iluminação de travessias e de calçadas, a
sinalização indicativa para o pedestre, bem como ações educativas focadas em segurança, dentre outras;
d) ações de estímulo ao uso da bicicleta, contemplando a sinalização indicativa para o ciclista, ações
educativas focadas em segurança, implantação de paraciclos, bicicletários e sistema de informação para o
deslocamento por bicicletas, dentre outras;

VII - os serviços de transporte coletivo em suas diversas escalas, contendo:

a) a rede estruturante do transporte público coletivo e suas tecnologias;


b) a composição das linhas do sistema convencional;
c) as linhas de vilas e favelas;
d) o sistema suplementar de transporte coletivo;
e) demais serviços de transporte coletivo, tais como o transporte escolar, as linhas executivas, o
transporte fretado, e outros possíveis serviços que vierem a ser implantados;

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VIII - as infraestruturas do sistema de mobilidade urbana voltadas para o transporte coletivo,


especificando as áreas prioritárias a serem definidas por meio de:

a) construção de vias, pistas e faixas exclusivas e preferenciais para o transporte público coletivo;
b) implantação de terminais, estações de embarque e desembarque, bem como abrigos para pontos de
parada;

IX - o sistema viário em conformidade com o mapa de hierarquização do sistema viário previsto na


legislação urbanística municipal, contendo:

a) circulação viária;
b) sinalização viária;
c) projeto paisagístico;
d) revitalização da infraestrutura do sistema viário;
e) pavimentação;
f) áreas e horários de acesso e circulação restrita ou controlada;

X - a garantia de acessibilidade física para pessoas com deficiência e restrição de mobilidade e de


acessibilidade econômica, com vistas a ampliar a mobilidade da população de baixa renda, especialmente
no que se refere aos modos de transporte coletivo;

XI - a integração dos modos de transporte público e destes com os privados e os não motorizados,
incluindo medidas que permitam minimizar os conflitos intermodais;

XII - a operação e o disciplinamento do transporte de carga na infraestrutura viária, a partir do conceito


de logística urbana, de forma a compatibilizar a movimentação de passageiros com a distribuição das
cargas, respeitando e garantindo o espaço de circulação das mesmas de forma eficiente e eficaz no
espaço urbano;

XIII - ações referentes aos polos geradores de tráfego, de forma a equacionar estacionamento e operações
logísticas, porém sem estimular o acesso por modos de transporte individual, e melhorar o acesso por
modos de transporte coletivos e não motorizados, incluindo espaços internos para o estacionamento de
bicicletas;

XIV - política de estacionamento integrada às diretrizes do planejamento urbano municipal, que contribua
para a racionalização da matriz de transportes do Município e defina as áreas de estacionamentos
dissuasórios integrados ao sistema de transporte urbano;

XV - os mecanismos e instrumentos de financiamento do transporte público coletivo e da infraestrutura


de mobilidade urbana; e

XVI - a identificação dos meios institucionais que assegurem a implantação e a execução do planejamento
da mobilidade urbana.

SEÇÃO II
DOS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

Art. 8º O PlanMob-BH contemplará, no mínimo, os seguintes objetivos estratégicos:

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I - tornar o transporte coletivo mais atrativo do que o transporte individual, tendo como meta ampliar o
percentual de viagens em modos de transporte coletivos em relação ao total de viagens em modos
motorizados;

II - promover a melhoria contínua dos serviços, equipamentos e instalações relacionados à mobilidade;

III - promover a segurança no trânsito;

IV - assegurar que as intervenções no sistema de mobilidade urbana contribuam para a melhoria da


qualidade ambiental e estimulem o uso de modos não motorizados;

V - tornar a mobilidade urbana um fator positivo para o ambiente de negócios da cidade;

VI - tornar a mobilidade urbana um fator de inclusão social.

Art. 9º Para o atendimento dos objetivos estratégicos estabelecidos no art. 7º deste Decreto, o PlanMob-
BH estabelecerá metas de curto, médio e longo prazo, cuja observância será monitorada por meio de
indicadores de desempenho, em consonância com a normatização estabelecida neste Decreto.

Art. 10 Com vistas a atingir o objetivo estratégico de tornar o transporte público mais atrativo frente ao
transporte individual, o Poder Executivo priorizará as seguintes estratégias:

I - implantação de rede estruturante do transporte coletivo, com integração dos sistemas de alta e média
capacidade;

II - ampliação das ações relacionadas ao transporte coletivo no sistema viário;

III - modernização dos sistemas de informação relacionados ao transporte coletivo;

IV - ampliação da integração física, operacional e tarifária do transporte coletivo em Belo Horizonte e na


Região Metropolitana de Belo Horizonte;

V - diversificação dos modos de transporte coletivo;

VI - desestímulo ao uso do transporte individual de modo articulado à melhoria do transporte coletivo;

VII - promoção de ações educativas centradas no objetivo de mudança da percepção da população


quanto aos usos do transporte individual e coletivo;

VIII - promoção da modernização tecnológica dos equipamentos de monitoramento e controle do


transporte coletivo e de orientação aos usuários.

Art. 11 Com vistas a atingir o objetivo estratégico de promover a melhoria contínua dos serviços,
equipamentos e instalações relacionados à mobilidade, o Poder Executivo priorizará as seguintes
estratégias:

I - fomento à implantação de sistemas de gestão da qualidade e certificação dos prestadores de serviços


de mobilidade;

II - modernização dos métodos e processos de fiscalização dos serviços de transporte, tornando-os mais
eficazes;

III - monitoramento sistemático do grau de satisfação da população em relação aos serviços de transporte
e trânsito;

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IV - disseminação de informações sobre o sistema de mobilidade urbana e sua operação, propiciando a


escolha otimizada, pela população, dos meios de deslocamento;

V - modernização dos equipamentos e instalações relacionados ao transporte coletivo.

Art. 12 Com vistas a atingir o objetivo estratégico de promover a segurança no trânsito, o Poder
Executivo priorizará as seguintes estratégias:

I - reestruturação da atividade fiscalizatória com ênfase na garantia da segurança, orientação aos usuários
e operação do trânsito;

II - garantia de espaços adequados e de direitos preferenciais aos pedestres nas intervenções no sistema
de mobilidade urbana;

III - promoção da modernização tecnológica dos equipamentos de monitoramento, controle do tráfego e


orientação aos usuários, com vistas à melhoria da segurança no trânsito;

IV - desenvolvimento de projetos de educação no trânsito, com foco nos públicos mais vulneráveis, em
especial, os pedestres, os idosos, os motociclistas e os jovens condutores;

V - priorização de iniciativas, projetos e investimentos que potencializem a segurança no trânsito.

Art. 13 Com vistas a atingir o objetivo estratégico de assegurar que as intervenções no sistema de
mobilidade urbana contribuam para a melhoria da qualidade ambiental e estimulem o uso dos modos de
transporte não motorizados, o Poder Executivo priorizará as seguintes estratégias:

I - difusão do conceito de mobilidade urbana sustentável, enfatizando a sua importância para o meio
ambiente e qualidade de vida;

II - monitoramento da evolução tecnológica dos meios de transporte e indução da adoção de tecnologias


limpas ou menos poluentes pelos prestadores de serviços de transporte público;

III - atuação articulada com órgãos reguladores e gestores do meio ambiente, com vistas a reduzir as
emissões veiculares e a poluição sonora e visual;

IV - garantia da valorização do espaço urbano nas intervenções de mobilidade, atuando em parceria com
os demais órgãos e entidades da Administração Pública;

V - estímulo ao uso de transportes não motorizados, por meio do gerenciamento da demanda, da


integração aos demais modos de transporte e da melhoria da oferta de equipamentos e infraestrutura,
especialmente calçadas e ciclovias.

Art. 14 Com vistas a atingir o objetivo estratégico de tornar a mobilidade urbana um fator positivo para o
ambiente de negócios da cidade, o Poder Executivo priorizará as seguintes estratégias:

I - regulação dos serviços de mobilidade urbana no sentido de torná-los economicamente viáveis,


garantindo a sua qualidade para os usuários e a modicidade das tarifas;

II - adequação do planejamento, ordenamento e operação da logística urbana, atuando em cooperação


com entidades públicas e privadas, e em consonância com as políticas de uso e ocupação do solo,
desenvolvimento econômico e gestão da mobilidade;

III - aprimoramento dos métodos e processos de licenciamento de empreendimentos geradores de

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tráfego.

Art. 15 Com vistas a atingir o objetivo estratégico de tornar a mobilidade urbana um fator de inclusão
social, o Poder Executivo priorizará as seguintes estratégias:

I - implantação da política tarifária do transporte coletivo com vistas a proporcionar maior inclusão social;

II - adequação da infraestrutura e da frota de veículos, em conformidade com os requisitos de


acessibilidade universal;

III - garantia de cobertura espacial e temporal para atendimento aos usuários de transporte público.

SEÇÃO III
DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO

Art. 16 Para viabilizar as estratégias definidas na Seção II deste Capítulo, poderão ser adotados
instrumentos de gestão do sistema municipal de mobilidade urbana, tais como:

I - restrição e controle de acesso e circulação, permanente ou temporário, de veículos motorizados em


locais e horários predeterminados;

II - estipulação de padrões de emissão de poluentes para locais e horários determinados, podendo


condicionar o acesso e a circulação aos espaços urbanos sob controle;

III - aplicação de tributos sobre os modos e serviços de transporte urbano pela utilização da infraestrutura
urbana, visando a desestimular o uso de determinados modos e serviços de mobilidade, vinculando-se a
receita à aplicação exclusiva em infraestrutura urbana destinada ao transporte público coletivo e ao
transporte não motorizado e no financiamento do subsídio público da tarifa de transporte público, na
forma da lei;

IV - dedicação de espaço exclusivo nas vias públicas para os serviços de transporte público coletivo e
modos de transporte não motorizados;

V - implantação de estacionamentos dissuasórios;

VI - controle do uso e operação da infraestrutura viária destinada à circulação e operação do transporte


de carga, concedendo prioridades ou restrições;

VII - monitoramento e controle das emissões dos poluentes atmosféricos e dos gases de efeito estufa dos
modos de transporte motorizado, facultando a restrição de acesso a determinadas vias em razão da
criticidade da qualidade do ar constatada;

VIII - implantação de políticas de uso e ocupação do solo e de desenvolvimento urbano associadas ao


sistema de transporte coletivo, a exemplo das operações urbanas consorciadas no entorno de corredores
viários prioritários, no entorno de corredores de transporte coletivo e em áreas localizadas no entorno
das estações de transporte coletivo existentes - ou das que vierem a ser instaladas -, que terão as
seguintes finalidades para efeito de efetivação da Política Municipal de Mobilidade Urbana:

a) permitir, após a reestruturação dos corredores, a revisão do adensamento, dada a maior capacidade de
suporte do sistema de transporte;

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b) obtenção de recursos para ampliação e melhoria da rede estrutural de transporte público coletivo;
c) implantação e melhoria de espaços públicos, principalmente destinados a modos de transporte não
motorizado, que devem ser estimulados;
d) melhoria e ampliação da infraestrutura e da rede viária estrutural, priorizando os transportes coletivos,
transportes não motorizados e as ligações regionais e perimetrais que contribuem para a
desconcentração e descentralização urbanas.

IX - priorização da aplicação de recursos do Fundo de Transportes Urbanos, criado pela Lei nº 5.953, de 31
de julho de 1991, na execução dos programas de investimento e manutenção em transporte público,
tráfego e trânsito e educação para a mobilidade urbana, em consonância com o PlanMob-BH;

X - priorização das obras relacionadas aos projetos viários prioritários, constante da legislação urbanística
municipal, associada à implantação da rede estruturante do transporte público coletivo;

XI - fiscalização com vistas a garantir a conservação e a implantação de passeios em logradouros públicos,


nos termos do disposto no art. 12 da Lei nº 8.616, de 14 de julho de 2003, que instituiu o Código de
Posturas do Município;

XII - definição de um mapa de classificação de calçadas, de forma a priorizar intervenções públicas ou


privadas voltadas para a melhoria da circulação de pedestres, incluindo-se a identificação de vias
exclusivas de pedestres;

XIII - definição de políticas de preços dos serviços de mobilidade, incluindo políticas tarifárias para o
transporte público, utilização de descontos, subsídios e desoneração tarifária e políticas de preços de
circulação e estacionamento em vias públicas, como instrumentos de direcionamento da demanda para o
transporte público, modos coletivos e não motorizados e tecnologias ambientalmente limpas;

XIV - estabelecimento de consórcios, convênios e acordos com municípios da Região Metropolitana de


Belo Horizonte, com vistas à gestão coordenada dos sistemas de mobilidade urbana, na forma da lei.

Capítulo III
DA SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO E REVISÃO PERIÓDICAS DO PLANMOB-BH

SEÇÃO I
DO MONITORAMENTO E DA AVALIAÇÃO DO PLANMOB-BH

Art. 17Fica instituído o Observatório da Mobilidade Urbana de Belo Horizonte - ObsMob-BH, cujo
objetivo é realizar, com base em indicadores de desempenho estabelecidos em conformidade com este
Decreto, o monitoramento da implementação do PlanMob-BH, no que toca à operacionalização das
estratégias nele previstas e aos seus resultados em relação às metas de curto, médio e longo prazo.

Parágrafo Único - Os indicadores deverão ser apurados anualmente e divulgados no Balanço Anual da
Mobilidade Urbana, a ser disponibilizado na página eletrônica da Empresa de Transportes e Trânsito de
Belo Horizonte S.A. - BHTrans.

Art. 18 O ObsMob-BH possui as seguintes atribuições:

I - definir e rever os indicadores de desempenho a serem tomados como referência para o


monitoramento e a avaliação do PlanMob-BH;

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II - consolidar e permitir acesso amplo e democrático às informações sobre o sistema de mobilidade


urbana no Município;

III - elaborar e divulgar balanço anual relativo à implantação do PlanMob-BH e seus resultados;

IV - promover ações individuais e coletivas de reconhecimento, voltadas para estudos, pesquisas e


divulgação de resultados;

V - contribuir para a realização dos diagnósticos e prognósticos a serem desenvolvidos com vistas à
elaboração das revisões do PlanMob-BH;

VI - elaborar e aprovar, a partir de proposta encaminhada pela BHTrans, seu Regimento Interno, que
deverá ser formalizado por meio de Portaria da entidade descentralizada.

Art. 19 O ObsMob-BH, sob coordenação da BHTrans, será constituído por grupo de observadores
integrado por instituições da sociedade civil, que deverão acompanhar os resultados e contribuir para os
estudos e ações voltados para a construção da política de mobilidade urbana sustentável.

§ 1º As instituições interessadas em participar das reuniões do grupo de observadores deverão se


comprometer com os princípios, diretrizes, objetivos e metas da Política Municipal de Mobilidade Urbana
expressos na Lei nº 10.134, de 18 de março de 2011, e neste Decreto.

§ 2º Cada instituição participante do ObsMob-BH poderá indicar 2 (dois) representantes, titular e


suplente, para participarem do grupo de observadores.

§ 3º Será garantido acesso amplo e democrático às reuniões e eventos do ObsMob-BH, bem como às
informações sobre o sistema de mobilidade urbana do Município de Belo Horizonte.

SEÇÃO II
DA REVISÃO DO PLANMOB-BH

Art. 20 As revisões periódicas do PlanMob-BH serão precedidas da realização de diagnóstico e de


prognóstico do sistema de mobilidade urbana do Município, e deverão contemplar minimamente:

I - análise da situação do sistema municipal de mobilidade urbana em relação aos modos, aos serviços e à
infraestrutura de transporte no território do Município, à luz dos objetivos estratégicos estabelecidos,
incluindo a avaliação do progresso dos indicadores de desempenho;

II - avaliação de tendências do sistema de mobilidade urbana, por meio da construção de cenários que
deverão considerar horizontes de curto, médio e longo prazo.

§ 1º A avaliação do progresso dos indicadores de desempenho a que se refere o inciso I deste artigo
deverá levar em consideração os relatórios anuais de balanço relativos à implantação do PlanMob-BH e
seus resultados, realizados pelo ObsMob-BH.

§ 2º A elaboração do diagnóstico e do prognóstico a que se refere o caput deste artigo compete à


BHTrans.

Art. 21 As revisões do PlanMob-BH terão periodicidade de 4 (quatro) anos e serão realizadas

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conjuntamente com o processo de revisão do Plano Diretor de Belo Horizonte, incluindo ampla e
democrática discussão nas Conferências Municipais de Políticas Urbanas, nos termos da legislação
urbanística em vigor.

SEÇÃO III
DA PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL NO PLANEJAMENTO, FISCALIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO PLANMOB-
BH

Art. 22 Sem prejuízo dos instrumentos de participação da sociedade civil no planejamento, na


fiscalização e na avaliação do PlanMob-BH já definidos neste Decreto, outros instrumentos poderão ser
adotados, tais como:

I - órgãos colegiados com a participação de representantes do Poder Executivo, da sociedade civil e dos
operadores dos serviços de transporte;

II - ouvidorias nas instituições responsáveis pela gestão do sistema municipal de mobilidade urbana;

III - audiências públicas;

IV - consultas públicas.

Capítulo IV
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Os relatórios técnicos que integram o PlanMob-BH serão disponibilizados na página eletrônica da


Art. 23
BHTrans, bem como outras informações referentes ao sistema de mobilidade urbana em Belo Horizonte.

Art. 24 A BHTrans deverá realizar, no prazo de 18 (dezoito) meses contados a partir da publicação deste
Decreto:

I - a consolidação e a divulgação estudos relativos aos polos geradores de impacto, com identificação de
padrões para estabelecimento de medidas mitigadoras, a partir da análise dos impactos e medidas dos
empreendimentos implantados no Município de Belo Horizonte;

II - proposta de política de estacionamento para o Município de Belo Horizonte;

III - proposta de política de logística urbana, a incluir as plataformas de logística urbana;

IV - estudos relativos às necessidades de adaptações do PlanMob-BH a partir da aprovação dos Planos


Diretores Regionais e do Plano de Redução de Gases de Efeito Estufa - PREGEE;

V - proposta de política de segurança no trânsito.

Art. 25 O PlanMob-BH e o diagnóstico do sistema de mobilidade urbana utilizado como referencial para a
sua elaboração serão disponibilizados na página eletrônica da BHTrans.

Art. 26 A BHTrans poderá editar outros atos normativos com o objetivo de garantir a eficácia e

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efetividade das disposições do PlanMob-BH.

Art. 27 Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Belo Horizonte, 02 de setembro de 2013

Marcio Araujo de Lacerda


Prefeito de Belo Horizonte

Data de Inserção no Sistema LeisMunicipais: 05/09/2013

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