Engenharia Do Trânsito - Sinalização, Características E Classificações
Engenharia Do Trânsito - Sinalização, Características E Classificações
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Sumário
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 25
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MOBILIDADE E CIRCULAÇÃO
https://useargo.com/mobilidade-urbana-os-desafios-de-se-locomover-nos-principais-
centros-urbanos/
Em nosso país e no mundo, a questão da mobilidade urbana e circulação dos usuários das
vias vem ocupando a agenda do setor público e gerando preocupação na população em geral. Não
se trata de um problema específico de uma região, um Estado ou um país, mas sim, do mundo
globalizado como um todo uma vez que o processo de urbanização está cada vez mais acelerado.
Portanto, se torna difícil a missão de se desenvolver uma civilização sustentável, principalmente em
países que não têm um bom planejamento infraestrutural.
Até as primeiras décadas do século 20, apenas 20% da população brasileira morava nas
cidades, e o restante estava nas áreas rurais. Hoje a situação é oposta, e mais de 80% da população
mora nas cidades, principalmente nas regiões metropolitanas, que, em alguns casos, sofreram um
crescimento desordenado com baixos investimentos em transporte e descuidos na construção de
edificações e calçadas, prejudicando as condições de acessibilidade e mobilidade. Nesse sentido, os
assuntos ligados à mobilidade urbana e circulação têm se destacado como um dos maiores desafios
encontrados, uma vez que seus impactos estão diretamente ligados à qualidade de vida da
população, inclusão social e fontes geradoras de poluição.
Considerando o trânsito em geral como um elemento básico da mobilidade urbana e
circulação e o conceituando como um compartilhamento do espaço, área que as pessoas dividem
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com o intuito de se locomoverem (RIGER, 2017), pode-se chegar à conclusão de que o Agente da
Autoridade de Trânsito possui papel importante nesse ciclo e necessita conhecer conceitos de
mobilidade e circulação para que possa efetivamente atuar em prol de um trânsito seguro.
O trânsito seguro é baseado em um tripé que está sustentado pela Engenharia, pela
Educação e pelo Esforço Legal (ROZESTRATEN, 1988). Podemos encontrar esse tripé evidenciado
nos capítulos VI e VII da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito
Brasileiro (CTB). Ao se referir ao CTB quanto a conceitos e definições ligados à mobilidade, à
circulação e, consequentemente, ao trânsito, não podemos deixar de citar o Anexo I do referido
Código, que trata dos conceitos e das definições.
Praticamente uma leitura obrigatória para o Agente da Autoridade de Trânsito, o Anexo I do
CTB nos apresenta uma lista de termos utilizados na legislação pertinente ao trânsito e suas
definições e conceitos. Vejamos abaixo algumas delas:
• Agente da Autoridade de Trânsito - pessoa, civil ou policial militar credenciado pela
autoridade de trânsito para o exercício das atividades de fiscalização, operação, policiamento
ostensivo de trânsito ou patrulhamento.
• Autoridade de Trânsito - dirigente máximo de órgão ou entidade executivo integrante
do Sistema Nacional de Trânsito ou pessoa por ele expressamente credenciada.
Por fim, podemos concluir que existe uma série de conceitos e definições ligados ao tema e
que aqui apresentamos alguns que são considerados mais relevantes. Porém, o assunto não se
limita ao então abordado neste tópico. Nesse sentido, é importante que o Agente da Autoridade de
Trânsito esteja sempre atento à utilização de termos adequados á situação e que, em caso de
dúvida, saiba pesquisar a respeito filtrando informações para obter conceitos e definições
adequados e corretos.
Grande parte das cidades não desenvolveu bons sistemas de transporte coletivo e se
preocupou em construir ruas e avenidas para os carros. Por causa disso, as condições do trânsito
estão progressivamente se agravando devido à quantidade de automóveis e motocicletas em
circulação.
O que preocupa muito a população são os acidentes e suas consequências. Anualmente
ocorre mais de 1 milhão de acidentes, com 30 mil mortos e 350 mil feridos. No total, são mais de
120 mil acidentados com sequelas permanentes.
Do total de mortos, 50% são pedestres, ciclistas ou motociclistas, sem falar que a falta de
punição imediata reforça o desrespeito pela vida. Todo dia ouvimos alguma notícia envolvendo
acidentes de trânsito e, muitas vezes, os motoristas desrespeitam a lei, estão alcoolizados ou sem
cinto de segurança.
O art. 6º da Lei nº 12.587 define que a Política Nacional de Mobilidade Urbana é orientada
pelas seguintes diretrizes:
I - integração com a política de desenvolvimento urbano e respectivas políticas setoriais
de habitação, saneamento básico, planejamento e gestão do uso do solo no âmbito dos entes
federativos;
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Segurança no Trânsito.
Já o conceito de Engenharia de Tráfego é a área do conhecimento que tem como objeto o
planejamento, o projeto geométrico e a operação de tráfego em vias, suas redes, terminais, lotes
lindeiros e relações com outros modos de transporte.
Diferentemente da maioria das outras áreas da engenharia, a Engenharia de Tráfego trata
de problemas que não dependem apenas de fatores físicos, mas frequentemente incluem o
comportamento humano do motorista e do pedestre e suas inter-relações com a complexidade do
ambiente.
A Engenharia de Tráfego visa proporcionar a movimentação segura, eficiente e conveniente
de pessoas e mercadorias. Um conceito mais moderno para Engenharia de Tráfego seria
Engenharia da Mobilidade, que se baseasse em três fatores (VIERA, 1999): engenharia
veicular, engenharia viária e fatores humanos.
Para compreender como funcionam as engenharias de trânsito e de tráfego, é importante
que se conheçam os elementos do sistema de trânsito que serão tratados a seguir.
Agora que você já sabe diferenciar os conceitos de Engenharia de Trânsito e de Tráfego,
vamos conhecer os elementos da Engenharia de Tráfego.
Em muitas bibliografias, o sistema de trânsito é dividido em três partes: a via, o veículo e o
ser humano (usuário). No CTB compõe o trânsito as pessoas, os veículos e os animais, isolados ou
em grupos, conduzidos ou não. Neste tópico aprofundaremos o conhecimento sobre a via, visto
que o veículo e usuário serão apresentados em temas mais à frente do conteúdo.
A via, segundo o Anexo I do CTB, é definida como a superfície por onde transitam veículos,
pessoas e animais, compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, a ilha e o canteiro central.
Para efeito do CTB, as ruas, avenidas, logradouros, caminhos, passagens estradas e rodovias,
as praias abertas à circulação pública, e as vias internas pertencentes aos condomínios constituídos
por unidades autônomas são consideradas vias terrestres e seu uso deve ser regulamentado pelo
órgão ou pela entidade com circunscrição sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e
circunstâncias especiais.
As vias, segundo o art. 60 do CTB, são assim classificadas:
Art. 60 - As vias abertas à circulação, de acordo com sua utilização, classificam-se em:
I - vias urbanas
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II - vias rurais:
b) estradas.
Podemos utilizar o Anexo I do CTB para entendermos melhor a diferença entre as vias.
É interessante conhecer a classificação das vias, tendo em vista que, nas vias onde não
exista sinalização, a velocidade máxima permitida será de acordo com o art. 61 do CTB que prevê:
VIAS
URBANAS RURAIS
Via de Trânsito Rápido 80 Km/h Rodovia de pista simples: 100 Km/h - A u t o m ó v eis,
Via Arterial 60 Km/h camionetas e motocicletas; e
Via Coletora 40 Km/h 90 Km/h - Demais veículos.
Via Local 30 Km/h Rodovia de pista dupla: 110 Km/h - A u t o m ó v eis,
camionetas e motocicletas; e
90 Km/h - Demais veículos.
Estradas: 60 Km/h
Por fim, entende-se por malha viária o conjunto das vias do município, classificadas e
hierarquizadas. Essa tem como função a mobilidade e acessibilidade, considerando os aspectos de
infraestrutura, do uso e da ocupação do solo, dos modais de transporte e do tráfego veicular. Na
malha viária, incluem-se, além das vias de trânsito rápido, arterial, coletora e local, as ciclovias,
ciclofaixas, passeios, calçadas, corredores e faixas exclusivas do transporte coletivo, entre outras.
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SISTEMA VIÁRIO
Sistema viário é o conjunto de estradas e rodagens de uma região ou Estado. O sistema
viário compreende as vias e os elementos da sinalização viária que se utilizam, tais como placas,
marcas viárias, equipamentos de controle luminoso e eletrônicos em geral, dispositivos auxiliares,
destinados a ordenar ou dirigir o trânsito de pedestres e veículos. É também espaço onde são
instaladas as redes de distribuição e coleta de energia elétrica, telefonia, água, esgoto, lixo, etc.
Para que o sistema viário tenha funcionalidade, é necessário realizar a gestão de todos os
seus elementos. Para compreendermos melhor sobre esta gestão, apresentaremos a seguir o tema
Gerenciamento de Tráfego.
• classificação funcional do sistema viário e uso do solo: delimita a área a ser estudada e
classificam-se as vias quanto à sua função;
• circulação e movimentos nas interseções principais: na planta deverá ser anotado o
sentido de direção existente da área e, nas interseções, os movimentos possíveis a fim de identificar
o fluxo dos veículos e dos pedestres;
• contagens: são as quantificações dos fluxos de movimentos de veículos e pedestres. Um
documento de suma importância nesse sentido é o Plano Diretor do município, que é um
planejamento do desenvolvimento municipal.
Considerando as ações pertinentes à engenharia de tráfego, podemos destacar algumas
regulamentações específicas estabelecidas pelo CONTRAN que definem competências e
normatizam a utilização de sinalização viária. Dentre elas, podemos citar:
• Art. 24 do CTB, incisos II e III: define a competência do Município para planejar,
regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais e promover a segurança do
ciclista, bem como para implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos e os
equipamentos de controle viário.
• Capítulo VIII, art. 91 a 95 do CTB, da Engenharia de Tráfego: estabelece que o CONTRAN
regulamentará normas para a engenharia de tráfego em todo o território nacional. Define ainda
que nenhum projeto de edificação que possa se transformar em polo gerador de tráfego poderá ser
aprovado sem anuência do órgão com circunscrição sobre a via e sem que conste área para
estacionamento e indicação de vias de acesso adequadas. Define também quanto à autorização
para obras e eventos na via pública.
SINALIZAÇÃO VIÁRIA
A sinalização pode ser considerada um fator crítico na gestão da mobilidade urbana se
levarmos em consideração que, se a sinalização for inadequada, a sinergia entre os usuários poderá
ser prejudicada. O sistema de sinalização de trânsito pode ser entendido como o conjunto de sinais
e informações direcionados a condutores e pedestres, permitindo a fluidez no trânsito e
proporcionando segurança, conforto e eficiência nos deslocamentos dos usuários.
Segundo o art. 87 do CTB, os sinais de trânsito classificam-se em: verticais; horizontais;
dispositivos de sinalização auxiliar; luminosos; sonoros; gestos do agente de trânsito e do condutor.
É imprescindível ao Agente da Autoridade de Trânsito conhecer integralmente a sinalização
de trânsito tendo em vista que ele, além de executar gestos e sinais, precisa de uma sinalização
eficiente para executar a fiscalização dentro do princípio constitucional da legalidade.
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Sinalização vertical
Esse tipo de sinalização viária utiliza placas em que o meio de comunicação (sinal) está na
posição vertical, fixada ao lado ou suspensa sobre a pista, transmitindo mensagens de caráter
permanente e, eventualmente, variáveis, por meio de legendas e/ou símbolos conhecidos e
legalmente instituídos.
a) Sinalização de regulamentação
Tem por objetivo informar aos usuários as condições, proibições, obrigações ou restrições
no uso das vias. Suas mensagens são imperativas, e o desrespeito a elas constitui infração.
Sua forma padrão é a circular, e suas cores são vermelho, preto e branco. Alguns dos sinais
mais importantes que o motorista deve conhecer são:
b) Sinalização de advertência
Tem por finalidade alertar os usuários da via para condições potencialmente perigosas,
indicando sua natureza. Sua forma-padrão é quadrada, devendo uma das diagonais ficar na posição
vertical, e as cores são amarelo e preto.
Esteja especialmente atento às placas de advertência que indicam as travessias de pedestres
e de escolares, bem como à sinalização indicativa de área escolar.
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Ao circular com o ônibus por rodovias e estradas, fique atento às placas que sinalizam curvas
perigosas, estreitamentos e entroncamentos, como mostram os exemplos a seguir.
c) Sinalização de indicação
Tem por finalidade identificar as vias e os locais de interesse, bem como orientar condutores
de veículos quanto aos percursos, destinos, distâncias e serviços auxiliares, podendo também ter
como função a educação do usuário. Suas mensagens possuem caráter informativo ou educativo.
As placas de indicação estão divididas nos seguintes grupos:
• Placas de Identificação: que posicionam o condutor ao longo do seu deslocamento, ou
com relação a distâncias ou ainda aos locais de destino.
• Inserir banco de imagem – placa_cidade_distância
• Placas de Orientação de Destino: que indicam ao condutor a direção a ser seguida para
atingir determinados lugares, orientando seu percurso e/ou distâncias.
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Sinalização horizontal
Utiliza linhas, marcações, símbolos e legendas, pintados ou apostos sobre o pavimento das
vias. Tem como funções:
• Organizar o fluxo de veículos e pedestres.
• Controlar e orientar os deslocamentos em situações com problemas de geometria,
topografia ou frente a obstáculos.
• Complementar os sinais verticais de regulamentação, advertência ou indicação. Em
casos específicos, tem poder de regulamentação.
Marcas Longitudinais Separam e ordenam as correntes de tráfego, definindo a parte
da pista normalmente à circulação de veículos, a sua divisão em
faixas reversíveis, a separação de fluxos opostos, faixas de uso
exclusivo de um tipo de veículo, além de estabelecer as regras
de ultrapassagens e transposição.
Marcas Transversais Ordenam os deslocamentos frontais dos veículos e os
harmonizam com os deslocamentos de outros veículos e dos
pedestres, assim como informam os condutores sobre a
necessidade de reduzir a velocidade, e indicam travessia de
pedestres e posições de parada.
Marcas e Canalização Orientam fluxos de tráfego e um via, direcionando a circulação
de veículos. Regulamentam as áreas de pavimento não
utilizáveis.
De acordo com o art. 181 do CTB, estacionar o veículo no passeio ou sobre faixa destinada a
pedestre, sobre ciclovia ou ciclofaixa, bem como nas ilhas, refúgios, ao lado ou sobre canteiros
centrais, divisores de pista de rolamento, marcas de canalização, gramados ou jardim público:
• Infração - grave.
• Penalidade - multa.
• Medida administrativa - remoção do veículo.
Dispositivos auxiliares
São elementos aplicados ao pavimento da via, junto a ela ou nos obstáculos próximos, de
forma a tornar mais eficiente e segura a operação da via. São constituídos de materiais, formas e
cores diversos, dotados ou não de refletividade, com as funções de:
• Incrementar a percepção da sinalização, do alinhamento da via ou de obstáculos à
circulação.
• Reduzir a velocidade praticada.
• Oferecer proteção aos usuários.
• Alertar os condutores quanto a situações de perigo potencial ou que requeiram maior
atenção.
Sinalização semafórica
Composta de indicações luminosas acionadas alternada ou intermitentemente por meio de
sistema elétrico/eletrônico, cuja função é controlar os deslocamentos.
Existem dois grupos:
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Sinalização de obras
Sinalização complementar
Gestos
De acordo com a Resolução CONTRAN nº 160/04, os gestos utilizados na sinalização viária se
dividem em:
a) Gestos de Agentes da Autoridade de Trânsito
As ordens emanadas por gestos de agentes da autoridade de trânsito prevalecem sobre as
regras de circulação e as normas definidas por outros sinais.
b) Gestos de Condutores
Sinais que os condutores realizam quando vão executar alguma manobra.
Sinais sonoros
Somente devem ser utilizados em conjunto com os gestos dos agentes. Eles prevalecem
sobre as regras de circulação e as normas de trânsito.
FISCALIZAÇÃO ELETRÔNICA
REFERÊNCIAS
em:https://www.riuni.unisul.br/bitstream/handle/12345/3018/A%20
EDUCA%C3%87%C3%83O%20NA%20D%C3%89CADA%20DE%20A%C3%87%C3%83O%20
PELA%20SEGURAN%C3%87A%20NO%20TR%C3%82NSITO_ARTIGO_CHRISTIAN%20
ANDERSON%20RIGER.pdf?sequence=1&isAllowed=y . Acesso em: 24 out 2017.
ROZESTRATEN, Reinier Johannes Antonius. Psicologia do Trânsito: conceitos e processos básicos.
São Paulo: EDU-EDUSP, 1988.
SeMob. Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana. Política Nacional de Mobilidade
Urbana Sustentável. Princípios e Diretrizes Aprovadas no Conselho das Cidades em setembro de
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rodoviário urbano. Ministério das Cidades, 2008.
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ONU, World Urbanization Prospects: Highlights. Nova Yorque: United Nations, 2014. 27 p.
Disponível em: HTTP://esa.un.org/unpd/wup/Highlights/WUP2014- Highlights.pdf . Acesso em: 27
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