Cecília Meireles Biografia, Obras, Poemas, Frases - Português

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Cecília Meireles

Cecília Meireles
Por Warley Souza

Cecília Meireles é uma poetisa carioca. Suas


poesias fazem parte da segunda fase do
Modernismo brasileiro. Sua obra mais famosa é o
livro Romanceiro da Inconfidência.

Cecília Meireles é um dos grandes nomes da literatura


brasileira.

Cecília Meireles é uma escritora brasileira. Ela


nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 07 de
novembro de 1901. Mais tarde, atuou como
professora do ensino primário e universitário. Ela
também dirigiu uma revista, escreveu para rádios
e se aposentou como diretora escolar.

A poetisa, que faleceu em 9 de novembro de


1964, no Rio de Janeiro, é um dos principais
nomes da segunda geração modernista. Suas
obras são marcadas pelo conflito existencial e
apresentam tom melancólico. Sua narrativa em
versos Romanceiro da Inconfidência é o livro
mais famoso da autora.

Leia também: Clarice Lispector — outro grande


nome da literatura brasileira

Resumo sobre Cecília Meireles


A escritora Cecília Meireles nasceu em 1901 e
faleceu em 1964.

Além de poetisa, foi professora e fundadora da


primeira biblioteca infantil brasileira.

Ela faz parte da segunda geração do


Modernismo brasileiro.

Suas poesias apresentam um tom melancólico


e reflexões de caráter existencial.

Sua obra mais conhecida é o livro Romanceiro


da Inconfidência.

Videoaula sobre Cecília Meireles

Cecília Meireles | Mulheres da…

Biografia de Cecília Meireles


Cecília Meireles nasceu em 7 de novembro de
1901, na cidade do Rio de Janeiro. Órfã de pai e
mãe, passou a ser criada pela avó materna
quando tinha dois anos de idade. Mais tarde,
tornou-se professora do ensino primário e
publicou seu primeiro livro — Espectros — em
1919.

Ela se casou, em 1922, com o artista plástico


Fernando Correia Dias (1892-1935). Nos três
anos que se seguiram, deu à luz três filhas.
Assim, conciliava a criação das meninas, a escrita
e o trabalho como professora. Escrevia não só
textos literários, mas também artigos sobre
educação, publicados no Diário de Notícias a
partir de 1930.

A poetisa foi responsável pela criação da


primeira biblioteca infantil do Brasil, em 1934.
Nesse mesmo ano, viajou a Portugal, onde
participou de conferências. Ficou viúva no ano
seguinte, pois o marido, que era depressivo,
acabou se suicidando. Já em 1936, Cecília
assumiu o cargo de professora de Literatura
Luso-brasileira e de Técnica e Crítica Literária na
Universidade do Distrito Federal.

Em 1940, a escritora atuou como professora do


curso de Literatura e Cultura Brasileiras na
Universidade do Texas, nos Estados Unidos.
Nesse ano, casou-se pela segunda vez, agora
com Heitor Grillo (1902-1972). No ano seguinte,
dirigiu a revista Travel in Brazil. Aposentou-se em
1951, como diretora escolar.

Nos anos seguintes, fez viagens à Índia (1953),


Europa (1954), Porto Rico (1957) e participou de
conferências em Israel (1958). No fim de sua vida,
também escreveu para as rádios Ministério da
Educação e Cultura, em 1961, e Roquette-Pinto,
em 1963. Faleceu em 9 de novembro de 1964,
no Rio de Janeiro.

→ Homenagens a Cecília Meireles

Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de


Letras (1938).

Grau de Oficial da Ordem do Mérito, no Chile


(1952).

Título de doutora honoris causa pela


Universidade de Delhi (1954).

Prêmio Machado de Assis, da Academia


Brasileira de Letras (1965).

Características da obra de
Cecília Meireles
Pertencente à segunda geração modernista,
Cecília Meireles produziu obras com estas
características:

conflito existencial e espiritual;

temas contemporâneos;

elementos sociais e políticos;

uso de versos regulares, brancos e livres;

equilíbrio entre inovação e tradição;

aspecto melancólico;

evasão;

uso de sinestesia;

temáticas de amor, solidão e saudade;

reflexões sobre religião e morte;

observações sobre a efemeridade da


existência.

Obras de Cecília Meireles


Espectros (1919).

Criança, meu amor (1923).

Nunca mais (1923).

Poema dos poemas (1923).

Baladas para el-rei (1925).

O espírito vitorioso (1929).

Saudação à menina de Portugal (1930).

Batuque, samba e macumba (1933).

A festa das letras (1937).

Viagem (1939).

Olhinhos de gato (1940).

Vaga música (1942).

Mar absoluto (1945).

Rute e Alberto (1945).

Rui: pequena história de uma grande vida


(1948).

Retrato natural (1949).

Problemas de literatura infantil (1950).

Amor em Leonoreta (1952).

Doze noturnos da Holanda e O aeronauta


(1952).

Romanceiro da Inconfidência (1953).

Poemas escritos na Índia (1953).

Pequeno oratório de Santa Clara (1955).

Pistoia, cemitério militar brasileiro (1955).

Panorama folclórico de Açores (1955).

Canções (1956).

Giroflê, giroflá (1956).

Romance de Santa Cecília (1957).

A rosa (1957).

Metal rosicler (1960).

Poemas de Israel (1963).

Solombra (1963).

Ou isto ou aquilo (1964).

Escolha o seu sonho (1964).

Crônica trovada da cidade de Sam Sebastiam


(1965).

O menino atrasado (1966).

Poemas italianos (1968).

Flor de poemas (1972).

Elegias (1974).

Flores e canções (1979).

Romanceiro da Inconfidência

Capa do livro Romanceiro da Inconfidência, de Cecília


Meireles, publicado pela Global Editora.[1]

Romanceiro da Inconfidência, livro mais famoso


de Cecília Meireles, foi publicado, pela primeira
vez, em 1953. Possui caráter narrativo, apesar de
ser escrito em versos, e tem como principal
temática a Inconfidência Mineira. A obra é
dividida em cinco partes e possui 85 romances,
escritos em versos regulares (redondilhas e
decassílabos).

O narrador faz reflexões sobre o tempo e sobre a


ambição relacionada ao ouro de Minas. Também
conta outras histórias ocorridas no estado, de
forma a traçar uma identidade mineira, a partir de
suas tradições e personagens históricos. O
principal espaço da narrativa é a cidade de Vila
Rica, atual Ouro Preto.

Nela, o herói Tiradentes é situado no ano de 1789,


acusado de traição. O relato evidencia a
perseguição ao herói e dá nome aos
inconfidentes e aos delatores. Dessa forma, a
autora revisita essa parte da história de Minas
Gerais e faz reflexões sobre ela. Por fim,
menciona o suposto suicídio do poeta Cláudio
Manuel da Costa, o enforcamento de Tiradentes e
o desterro de Tomás Antônio Gonzaga, o autor de
Marília de Dirceu.

Leia também: Cinco escritoras brasileiras para ler


antes de morrer

Poemas de Cecília Meireles


É do livro Mar absoluto o poema “Primeiro
motivo da rosa”, composto em versos
hexassílabos (seis sílabas poéticas). Sua temática
principal é a efemeridade. Desse modo, o eu lírico
mostra a fragilidade e a beleza efêmera de uma
rosa. Porém, por meio de seus versos, a rosa
nunca será esquecida e pode alcançar a
eternidade:

Vejo-te em seda e nácar,


e tão de orvalho trêmula,
que penso ver, efêmera,
toda a Beleza em lágrimas
por ser bela e ser frágil.

Meus olhos te ofereço:


espelho para a face
que terás, no meu verso,
quando, depois que passes,
jamais ninguém te esqueça.

Então, de seda e nácar,


toda de orvalho trêmula,
serás eterna. E efêmero
o rosto meu, nas lágrimas
do teu orvalho... E frágil.|1|

Já o poema “Serenata”, composto em versos


octossílabos (oito sílabas poéticas), faz parte da
obra Retrato natural. Nele, o eu lírico conversa
com a solitária “montanha dura”, “onde nenhum
rebanho pasce”, e com a também solitária
“palmeira fina”, “onde nenhum pássaro canta”. Por
fim, indaga o céu acerca da dor e da efemeridade
das coisas:

Dize-me tu, montanha dura,


onde nenhum rebanho pasce,
de que lado na terra escura
brilha o nácar de sua face.

Dize-me tu, palmeira fina,


onde nenhum pássaro canta,
em que caverna submarina
seu silêncio em corais descansa.

Dize-me tu, ó céu deserto,


dize-me tu se é muito tarde,
se a vida é longe e a dor é perto
e tudo é feito de acabar-se!|2|

Frases de Cecília Meireles


A seguir, vamos ler algumas frases de Cecília
Meireles, extraídas de suas crônicas Sabiás
românticos, Chegada da primavera, Jardins,
Semana santa e Colombo:

“As aves desapareceram com as muralhas de


cimento armado.”

“Cada pequena flor é um reino maravilhoso,


diante do qual paramos, confusos de ignorância.”

“Eu sei o que é, sobre qualquer rosto, a passagem


de cada dia.”

“O destino do homem é ser bom.”

“Os homens são volúveis e trocam as antigas


admirações pelas mais novas.”

“A infância venera os seus primeiros ídolos, que a


História não destrói.”

Notas

|1| MEIRELES, Cecília. Antologia poética. São


Paulo: Global, 2013.

|2| MEIRELES, Cecília. Antologia poética. São


Paulo: Global, 2013.

Créditos da imagem

[1] Global Editora (reprodução)

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assunto:

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