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Brazilian Journal of Development 11116

ISSN: 2525-8761

Cisto de Bartholin, uma revisão bibliográfica

Bartholin's Cyst, a bibliographic review


DOI:10.34117/bjdv9n3-147

Recebimento dos originais: 17/02/2023


Aceitação para publicação: 17/03/2023

Luiz Roberto Eisenberg Pires


Residência Medica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital e
Maternidade Santa Brígida
Instituição: Hospital e Maternidade Santa Brígida
Endereço: Marechal Floriano Peixoto, 681, Centro, Mafra - SC, CEP: 89300-168
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Hellen Fernanda Justi de Souza


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Cruz de la Sierra, Bolívia
Instituição: Universidade Cristiana (UCEBOL), Santa Cruz de la Sierra, Bolívia
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CEP: 19960-000
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Luiz Fernando de Souza Justi


Graduado em Medicina pela Universidade de Aquino (UDABOL), Santa
Cruz de la Sierra, Bolívia
Instituição: Universidade de Aquino (UDABOL) - Santa Cruz de la Sierra, Bolívia
Endereço: Rua Marechal Deodoro da Fonseca, 325, Campos Novos Paulista - SP,
CEP: 19960-000
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José Ignacio Aiquel Bellolio


Graduando em Medicina pela Universidade do Contestado
Instituição: Universidade do Contestado
Endereço: Av. Presidente, Av. Nereu Ramos, 1071, Jardim do Moinho, Mafra - SC,
CEP: 89300-000
E-mail: [email protected]

André Pontes Gonçalves


Graduando em Medicina pela Universidade do Contestado
Instituição: Universidade do Contestado
Endereço: Av. Presidente, Av. Nereu Ramos, 1071, Jardim do Moinho, Mafra - SC,
CEP: 89300-000
E-mail: [email protected]

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Guilherme de Oliveira
Graduando em Medicina pela Universidade do Contestado
Instituição: Universidade do Contestado
Endereço: Avenida Prefeito Frederico Heysen, 1370, Alto de Mafra, Mafra - SC,
CEP: 89300-000
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Keirla Marlene Aquino Horbach


Graduanda em Medicina pela Universidade do Contestado
Instituição: Universidade do Contestado
Endereço: Av. Presidente, Av. Nereu Ramos, 1071, Jardim do Moinho, Mafra – SC,
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Pablo Clovis Serafim Santos Servino


Graduando em Medicina pela Universidade do Contestado
Instituição: Universidade do Contestado
Endereço: Av. Presidente, Av. Nereu Ramos, 1071, Jardim do Moinho, Mafra – SC,
CEP: 89300-000
E-mail: [email protected]

RESUMO
Os cistos ou abscessos de Bartholin são predominantemente encontrados em mulheres
em idade fértil, sua incidência é mais frequente e observada no início da puberdade
aumentando com a idade até a menopausa, podendo afetar significativamente a vida de
uma mulher. A dor e o inchaço podem impedir atos do cotidiano como sentar, caminhar
e ter relações sexuais. O diagnóstico é frequentemente clínico porém massas atípicas
podem exigir imagens adicionais, biópsia de tecido ou excisão completa. Em alguns
casos, os cistos podem ficar aumentados e dolorosos ou infectados. As opções de
tratamento estão disponíveis para alívio dos sintomas, bem como para preocupações
cosméticas. Antibióticos podem ser necessários em caso de infecção
secundária. Pacientes na pós-menopausa podem precisar de mais investigações para
descartar a possibilidade de câncer. Cistos e abscessos de Bartholin sintomáticos são
responsáveis por um número significativo de todas as consultas ginecológicas por ano.

Palavras-chave: cisto, abcesso, Bartolin, vulva, mulher.

ABSTRACT
Bartholin's cysts or abscesses are predominantly found in women of childbearing age,
their incidence is more frequent and observed at the onset of puberty, increasing with age
until menopause, and can significantly affect a woman's life. Pain and swelling can
prevent everyday activities like sitting, walking and having sex. Diagnosis is often
clinical, but atypical masses may require additional imaging, tissue biopsy, or complete
excision. In some cases, the cysts can become enlarged and painful or become infected.
Treatment options are available for symptom relief as well as cosmetic concerns.
Antibiotics may be needed in case of secondary infection. Postmenopausal patients may
need further investigations to rule out the possibility of cancer. Symptomatic Bartholin's
cysts and abscesses account for a significant number of all gynecological consultations
per year.

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Keywords: cyst, abscess, Bartholin, vulva, woman.

1 MATERIAL E MÉTODOS
A metodologia de escolha para realização da seguinte pesquisa, foi uma revisão
bibliográfica de abordagem integrativa.
Para Marconi e Lakatos (2019), as revisões bibliográficas têm a finalidade de
colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre
o assunto. Não sendo mera repetição do assunto, mas proporcionando análise do tema sob
outra visão ou abordagem, para chegar a novas conclusões1.
A pesquisa seguiu os métodos recomendados, após escolha do tema e pesquisa
preliminar. Realizou-se a leitura, seleção, avaliação e análise das amostras pesquisadas.
Definiu-se as características da pesquisa para então discutir, interpretar e apresentar os
resultados alcançados.
A pergunta norteadora foi: Qual o método de tratamento mais efetivo para cistos
de Bartholin?
Para a seguinte pesquisa foram utilizadas bibliografias digitais, como forma de
coletar dados e realizar analises críticas das mesmas, discutir os resultados e apresentar a
revisão integrativa.
Os artigos foram coletados até fevereiro de 2023 levantando-se trabalhos
especificamente relacionados ao tema proposto resultando em 15 artigos. Os critérios de
inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: artigos publicados em português,
inglês, espanhol e francês; que retratassem a temática. A base de dados utilizada foi a
Medline.
A utilização do laboratório de anatomia da Universidade do Contestado (Campus
Mafra) como forma de complementar o estudo foi de extrema importância para a
conclusão do trabalho, assim como a experiencia clinica ambulatorial dos autores.

2 BREVE HISTÓRICO
Entre 1585 e 1738, quatro membros da família Bartholin fizeram contribuições
significativas para a ciência anatômica e para a medicina. Serviram na faculdade de
medicina da Universidade de Copenhague e ajudaram a ganhar reconhecimento
internacional para a instituição2,3.

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Caspar Bartholin (o mais velho), dois de seus filhos (Thomas e Rasmus) e seu
neto Caspar Bartholin (o mais novo), o qual nasceu em 1655 em Copenhague, teve a sorte
durante sua estada em Paris de conhecer Joseph Guichard Duverney, um anatomista
francês que havia descoberto a glândula vestibuloris major. De volta a Copenhague, foi
nomeado professor de anatomia aos 21 anos, em 1677 descreveu a fisiologia da glândula
vestibuloris major. Ele realizou dissecações meticulosas em bovinos, em que tais
glândulas já haviam sido identificadas, e propôs que elas também podiam estar presentes
em humanos fêmeas, mais tarde conhecida como glândula de Bartholin. Enobrecido,
carregado de honras, mais tarde foi nomeado médico pessoal do rei da Dinamarca até sua
morte em 17382,3,4.
Ao longo de três gerações, os Bartholin uma família renomada, desafiaram as
ideias tradicionais sobre a ciência e o corpo humano, e descobriram estruturas e
fenômenos anatômicos que seriam cruciais para a prática da medicina moderna2,3.
Alguns autores atribuem as honras a Duverney, e o termo glândulas de Duverney
pode ser encontrado11.

3 ANATOMIA E FUNÇÃO
As glândulas de Bartholin, também conhecidas como glândulas vestibulares
maiores, são um par de glândulas com formato oval de 0,5 cm localizadas no vestíbulo
vulvar, nas porções inferior direita e esquerda nas posições de 4 horas e 8 horas do intróito
vaginal adjacente ao hímen, sendo órgãos essenciais do sistema reprodutor feminino. A
glândula de Bartholin é uma glândula secretora de muco, que desempenha um papel na
lubrificação vaginal e vulvar durante a relação sexual, lubrificando e hidratando a porção
distal da vagina4,5,6,10.
Durante a embriogênese, o seio urogenital dá origem às glândulas de Bartholin, a
parte inferior da vagina e a maior parte de seu epitélio. O corpo de cada glândula de
Bartholin é composto por ácinos mucinosos revestidos por epitélio colunar simples. Seus
ductos eferentes são compostos de epitélio de transição, que se funde em epitélio
escamoso à medida que os orifícios se abrem na vagina4.
A artéria pudenda externa fornece o suprimento sanguíneo para as glândulas de
Bartholin. Ambas as glândulas drenam para os linfonodos inguinais e pélvicos
superficiais. O nervo pudendo inerva as glândulas de Bartholin4.

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As glândulas de Bartholin possuem um ducto eferente de 2 a 2,5cm de


comprimento os quais conectam cada glândula ao aspecto posterolateral do orifício
vaginal (entre o hímen e os pequenos lábios) 4,6.
As glândulas de Bartholin tornam-se ativas após a menarca e são homólogas às
glândulas bulbouretrais (de Cowper) nos homens. São revestidas por células mucinosas
cúbicas, e os ductos são revestidos por epitélio de transição. A superfície do ducto contém
epitélio escamoso4,5,6.
Geralmente não são palpáveis quando as mesmas não estão obstruídas, propensas
a infecções e formação de abscessos, podem resultar em dor vestibular e dispareunia,
desta forma o bloqueio pode resultar em uma massa cística, resultando no cisto de parede
fina chamado de cisto da glândula de Bartholin. Esses cistos representam 2% de todas as
consultas ginecológicas por ano, representando um dilema comum em ginecologia4,5,6,8,10.

4 CISTO DA GLÂNDULA DE BARTHOLIN


Segundo Illingworth et al. (2020) cistos e abscessos da glândula de Bartholin são
relativamente comuns tendo uma prevalência entre dois e três em cada 100 mulheres13.
O exame visual da vulva é o principal método de diagnóstico. Muitos pacientes
com cistos da glândula de Bartholin são assintomáticos, causando apenas assimetria
vulvar. Cistos e abscessos são frequentemente encontrados após o início da puberdade e
há uma diminuição na incidência após a menopausa4,5,6.
Um cisto da glândula de Bartholin pode se formar quando os dutos ficam
bloqueados devido a trauma, muco ou edema secundário à infecção. Menos comumente
podem surgir devido à uma infecção primária da própria glândula e são geralmente
devidas a culturas bacterianas do líquido cístico retido por constituintes da glândula de
Bartholin, a flora vaginal, tipicamente Escherichia coli ou Staphylococcus sp7,10.
Massas sintomáticas podem apresentar sensibilidade intensa, eritema circundante
e edema. Cistos e abscessos geralmente se formam em mulheres em idade reprodutiva e
não requerem tratamento. Sintomas dolorosos associados a uma cisto ou abscesso da
glândula de Bartholin pode interferir na vida cotidiana. Sem tratamento, outras
morbidades graves podem ocorrem com pouca frequência, incluindo infecção grave,
sepse e fístula retovaginal4,7.
Lesões sólidas benignas da glândula de Bartholin são muito raras e a sua
Histopatologia apresenta hiperplasia nodular e adenomas4,15.

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Ainda que raro o carcinoma primário da glândula de Bartholin aparece em 1 a 5%


de todas as malignidades da vulva. Sendo prevalente em mulheres na faixa dos 60
anos. Apresentações atípicas devem levantar a suspeita de um possível carcinoma, e isso
merece consideração no diagnóstico diferencial de qualquer massa vulvar assintomática
em crescimento em uma mulher na pós-menopausa, mulheres acima de 40 anos uma
biópsia deve ser considerada4,5.

5 TRATAMENTO
Existem muitas opções para tratamento, incluindo antibióticos e imersão, simples
drenagem, fistulização para criar uma nova abertura do ducto, marsupialização e excisão
da glândula, vaporização a laser de dióxido de carbono, ablações com nitrato de prata,
punção de trocarte entre outras opções6,8.
Os cistos de Bartholin assintomáticos não requerem tratamento adicional. Cistos
ou abscessos de Bartholin que drenam espontaneamente podem ser tratados de forma
conservadora com banhos de assento e analgésicos5.
Apesar das opções de tratamento disponíveis, as recorrências relatadas são
comuns e a cicatrização prolongada interrompe as atividades diárias e a relação sexual,
devido a isso a escolha do tratamento para cistos e abcessos continua difícil, no entanto
sem tratamento, outras morbidades graves podem ocorrem como infecção grave, sepse e
fístula retovaginal8,13.

6 TIPOS DE TRATAMENTO
6.1 ABLAÇÃO COM NITRATO DE PRATA
Tratamento simples e eficaz, quase sempre ambulatorial e realizado com anestesia
local. Após uma incisão linear de 1 a 2 cm na parede do cisto, o cisto do ducto de Bartholin
ou abscesso é penetrado e evacuado. Um bastão de 1 cm de nitrato de prata é inserido na
cavidade, sem suturas. Após 48 horas o nitrato de prata residual e a cápsula do cisto
coagulado são removidos ou expelido espontaneamente. O tratamento com nitrato de
prata geralmente leva 15 minutos ou menos. A cicatrização após o procedimento leva em
torno de 10 dias, as queixas mais frequentes no pós-operatório são a sensação de
queimação no sitio da incisão, hematoma e dispareunia8,12.

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6.1.1 Laser de dióxido de carbono


A cirurgia com laser de CO2 são efetivas para o tratamento do cisto da glândula
de Bartholin, com mínima ou nenhuma complicação, podendo ser realizada em ambiente
ambulatorial. O laser é utilizado para criar uma abertura na pele vulvar na área do orifício
do ducto. O cisto do ducto de Bartholin é evacuado e então vaporizado, extirpado , ou
deixado intacto após a fenestração. A anestesia local é utilizada em quase todos os
pacientes. O procedimentos dura em média 17 minutos ou menos. A cicatrização ocorre
em média de 2,2 semanas4,8,12.

6.1.2 Marsupialização
É realizada uma pequena incisão no formato elíptico de 1,5 a 3 cm sobre o
abscesso para minimizar cicatrizes e permitir a drenagem da secreção da glândula. Após
a drenagem, a cápsula do cisto é suturada com as bordas fixadas para o exterior pontos
absorvíveis interrompidos são utilizados, a fim de evitar o fechamento e a formação de
um novo cisto; com o tempo, o processo sofre reepitelização. Este procedimento forma
uma bolsa aberta permanente. A cavidade deve ser irrigada com soro fisiológico e
antibiótico. Este procedimento normalmente é feito sob anestesia - bloqueio geral, local
ou do nervo pudendo, a duração média do procedimento é de 25 minutos, incluindo
anestesia4,5,8,12.

6.1.3 Aspiração por agulha


Tratamento ambulatorial de Cistos e abscessos do ducto de Bartholin por
aspiração com agulha, a anestesia consiste em cloreto de etila local em spray ou mesmo
sem8.

6.1.4 Escleroterapia com Álcool


Procedimento rápido, alta taxa de cura e com cicatrização mais rápida quando
comparada à ablação com nitrato de prata. Após a incisão da pele e evacuação, as
cavidades do cisto são irrigadas com álcool 70% por aproximadamente 5 minutos e, em
seguida, re-evacuado. Com uma cicatrização em 1 semana e sinal pós-operatório mais
comum a hiperemia transitória8,12.

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6.1.5 Fistulização
Técnica para criar uma nova via de saída, um corpo estranho em uma ferida
impede seu fechamento natural o que cria uma via epitelizada para um ducto de Bartholin
obstruído, podendo ser colocado cateter Foley, um Anel Jacobi, ou um cateter Word.
Cateteres Words são colocados através de uma incisão de 5 mm no interior do lábio
mínimo (externo ao hímen) na região do ducto da glândula de Bartholin. O balonete ou
cuff do cateter é inflado com até 3 ml de solução salina estéril, e o cateter é deixado no
local por 4 a 6 semanas, A colocação de um cateter Word é a técnica mais frequente
empregada para gerenciamento de consultório e departamento de emergência, já o anel
de Jacobi é um cateter de borracha, moldado em um anel de um tubo que entra e sai do
cisto ou abscesso através de 2 incisões separadas. a cicatrização ocorre em 3 semanas,
essa técnica de usar esse loop de tubulação tem várias vantagens sobre a colocação de um
cateter Word, incluindo facilidade de colocação, disponibilidade do equipamento na
maioria das unidades básicas de saúde e, além disso, o dispositivo é menos provável de
desalojar. Além disso, o dispositivo cria dois tratos de drenagem, em comparação com
um trato criado com o Cateter da Word. As desvantagens incluem necessidade de repouso
pélvico e desconforto relativo de um corpo estranho. As vantagens dos dois métodos
incluem a reduções na utilização de recursos como leitos hospitalares e uso de salas de
cirurgia. A história de alergia deve ser obtida antes de iniciar os procedimento de
fistulização, pois a haste do cateter Word é composta de látex, e a marsupialização é o
procedimento de escolha nos pacientes alérgicos ao látex4,5,7,8,9,12.

6.1.6 Excisão da glândula


Tratamento cirúrgico de excisão de cistos e abscessos da glândula de Bartholin,
realizado de forma eletiva, em ausência de infecção e utilizado após falhas de outras
técnicas. As possíveis complicações incluem um risco aumentado de sangramento,
infecção pós-cirúrgica, dor secundária ao tecido cicatricial e complicações da anestesia
geral4,8,12.

7 RESULTADOS
As recorrências são relatadas em 20% ou menos dos pacientes, com poucas
exceções. A maior recorrência é o tratamento só com aspiração ou drenagem pois os
mesmos não criam uma trilha de drenagem reepitelizada o que permite uma nova oclusão
ou tamponamento5,8,9.

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Gestantes com cisto de Bartholin devem ser submetidas a tratamento igual as não
gestantes, exceto se tratando da excisão da glândula devido ao risco de sangramento
aumentado5.
Patógenos microbianos mais comuns associados são Escherichia coli, seguido
por Staphylococcus aureus, Streptococcus do grupo B e Enterococcus spp. As infecções
sexualmente transmissíveis raramente são as causadoras. A cobertura antibiótica deve ser
utilizada em pacientes com sintomas sistêmicos, incluindo febre, pacientes com suspeita
de sepse e aqueles considerados de alto risco de recorrência, assim como antibióticos de
amplo espectro são aconselhados em resistência microbianas4,5.
O diagnóstico histopatológico é interessante em pacientes acima dos 40 anos, o
Leiomioma vulvar, pode ser facilmente confundido com cistos de Bartholin. As
características macroscópicas das lesões císticas dificultam o diagnóstico diferencial, de
modo que o exame histopatológico é frequentemente recomendado nesta faixa etária15,16.

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Representando em torno de 2% de todas as consultas ginecológicas por ano os
cistos e abscessos sintomáticos de Bartholin predominam entre as mulheres em idade
reprodutiva e são frequentemente observados no início da puberdade aumentando com a
idade até a menopausa.
É de suma importância o reconhecimento e a capacidade do médico e sua equipe
de solucionar a afecção. A equipe multidisciplinar desempenha um papel fundamental na
educação dos pacientes e suas famílias sobre sua condição e tratamento. As mulheres
devem ser instruídas a observar sinais de infecção, corrimento vaginal fétido ou
sangramento anormal e incentivá-la a relatar imediatamente quaisquer eventos adversos
ou preocupações como forma de evitar complicações. Educar o paciente sobre a adesão
ao tratamento com agentes antimicrobianos assim como a realização de banhos de assento
e manter a higiene perineal são muito importantes no acompanhamento até a cura
completa.
O tratamento mais utilizado nas unidades de saúde deve ser aquele em que o
médico está mais familiarizado e está associado com os menores índices de recorrência,
levando sempre em consideração a disponibilidade de material.
Todos os pacientes precisam de um acompanhamento para garantir que a cura
tenha ocorrido de forma satisfatória.

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