3 BJHR 30-11 Doi 135
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ISSN: 2595-6825
DOI:10.34119/bjhrv5n6-135
RESUMO
Introdução: A colecistite aguda é a segunda causa mais comum de abdome agudo fora da
gestação e na gravidez tem uma incidência de um para 1.600 a 10.000, a gravidez é um fator de
risco devido as mudanças fisiológicas e pelo aumento dos hormônios reproduzidos, conforme
o aumento da secreção de estrogênio e diminuição da progesterona ocorre a diminuição da
velocidade de esvaziamento da vesícula favorecendo a formação dos cálculo. Objetivo:
Descrever a ocorrência da colecistite durante a gravidez.Métodos: Este estudo configura-se
como uma revisão integrativa realizada por meio delevantamento bibliográfico nos diretórios:
Google Scholar e Scientific Eletronic LibraryOn-line (SciELO). Desta busca, forame
encontrados 25 artigos, posteriormente submetidos aos critérios de seleção. Os critérios de
inclusão foram: artigos publicados entre os anos de 2016 e 2022, todos nas línguas portuguesa,
inglesa e espanhola, que abordavam a temática da relação entre a gravidez e a ocorrência de
colecistite, bem como a eventual realização de uma colecistectomia. Os critérios de exclusão
foram: resumos em eventos, artigos que não cumpriam os critérios de inclusão supracitados e
artigos duplicados. Com isso, a seleção resultou em 6 artigos que foram submetidos à análise
seletiva, exploratória e interpretativa para os dados para este estudo.Conclusão: Portanto,
conclui-se que para o tratamento é indicado cirurgia, apesar de muitos estudos indicarem que a
melhor conduta para gestante e para o feto é a realização da cirurgia após o parto, as diretrizes
da Sociedade Americana de Cirurgiões Gastrointestinais e Endoscópicos (SAGES) abordam
que a videolaparoscopia pode ser realizada com segurança em qualquer trimestre da gestação.
ABSTRACT
Introduction: Acute cholecystitis is the second most common cause of acute abdomen outside
of pregnancy and in pregnancy it has an incidence of one in 1,600 to 10,000, pregnancy is a risk
factor due to physiological changes and the increase in hormones reproduced, according to the
increase in estrogen secretion and decrease in progesterone, there is a decrease in the speed of
vesicle emptying, favoring the formation of stones. Objective: To describe the occurrence of
cholecystitis during pregnancy.Methods: This study is an integrative review carried out by
means of a bibliographic survey in the directories: Google Scholar and Scientific Electronic
LibraryOn-line (SciELO). From this search, 25 articles were found, later submitted to the
selection criteria. The inclusion criteria were: articles published between 2016 and 2022, all in
Portuguese, English and Spanish, which addressed the issue of the relationship between
pregnancy and the occurrence of cholecystitis, as well as the possible performance of a
cholecystectomy. The exclusion criteria were: abstracts in events, articles that did not meet the
aforementioned inclusion criteria and duplicate articles. With this, the selection resulted in 6
articles that were submitted to selective, exploratory and interpretive analysis for the data for
this study. Conclusion: Therefore, it is concluded that surgery is indicated for the treatment,
although many studies indicate that the best conduct For pregnant women and the fetus is
performing surgery after delivery, guidelines from the American Society of Gastrointestinal
and Endoscopic Surgeons (SAGES) address that videolaparoscopy can be performed safely in
any trimester of pregnancy.
1 INTRODUÇÃO
As doenças da vesícula biliar ocorrem quando há formação de cálculos na vesícula ou
nos ductos, dentre as principais temos a colitíase, colecistite, colédocolitíase e colangite. Visto
isso, a colecistite é uma das doenças mais frequentes nas emergências em todo o mundo e ocorre
quando há obstrução biliar por um cálculo que leva a inflamação aguda da vesícula podendo
cursar com sinal de murphy positivo, náuseas, vômitos e febre na maioria dos pacientes ou ser
assintomática (MAYA,2009). O tratamento é feito de forma cirúrgica, caso não tratada, pode
evoluir para colangite, que é uma infecção de emergência médica ou até pancreatite aguda.
A colecistite aguda é a segunda causa mais comum de abdome agudo fora da gestação
e na gravidez tem uma incidência de um para 1.600 a 10.000, a gravidez é um fator de risco
devido as mudanças fisiológicas e pelo aumento dos hormônios reproduzidos, conforme o
aumento da secreção de estrogênio e diminuição da progesterona ocorre a diminuição da
velocidade de esvaziamento da vesícula favorecendo a formação dos cálculos
(CHAVES,2019).
Contínuo á isso, a apendicite, colecistite, pancreatite e obstrução intestinal são as
principais queixas abdominais não obstétricas que necessitam de abordagem cirúrgica na
gestação, devido a uma série de modificações fisiológicas que ocorrem no organismo materno,
deixando a mulher mais propicia a inúmeras alterações anatômicas e afecções agudas (SILVA
FILHO, te al. 2005).
2 METODOLOGIA
Este estudo configura-se como uma revisão integrativa realizada por meio
delevantamento bibliográfico nos diretórios: Google Scholar e Scientific Eletronic LibraryOn-
line (SciELO). Os descritores utilizados na pesquisa seguiram o DeCs (Descritoresem Saúde)
e o Medical Subject Headings (MeSH), nos idiomas português e inglês, utilizando os seguintes
termos: “Colecistite” (Cholecystitis) “Colecistectomia” (Cholecystectomy),
“Gravidez”(Pregnancy), “Gestantes”(Pregnant women). Desta busca, forame encontrados 25
artigos, posteriormente submetidos aos critérios de seleção. Os critérios de inclusão foram:
artigos publicados entre os anos de 2016 e 2022, excetuando-se dois que foram publicados em
1999, todos nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola, que abordavam a temática da relação
entre a gravidez e a ocorrência de colecistite, bem como a eventual realização de uma
colecistectomia. Os critérios de exclusão foram: resumos em eventos, artigos que não cumpriam
os critérios de inclusão supracitados e artigos duplicados. Com isso, a seleção resultou em 6
artigos que foram submetidos à análise seletiva, exploratória e interpretativa para os dados para
este estudo. Os resultados foram apresentados em um quadro, de forma a identificar as obras e
ordenar o conteúdo estudado. No tocante aos aspectos éticos, este projeto de pesquisa não será
submetido ao Comitê de Ética correspondente à região, conforme os aspectos éticos e legais
dispostos na Resolução Nº 466, de 12 de dezembro de 2012, na qual está dispensado o parecer
em casos de pesquisas com dados secundários em banco de dados público. Portanto, este
trabalho não necessita de aprovação em Comitê de Ética em pesquisa, por utilizar dados
públicos e secundários.
3 RESULTADOS
Os resultados dos artigos pesquisados apresentam-se no quadro 1. Dessa forma, a
escolha dos artigos usados para essa revisão integrativa foi realizada por meio da literatura do
título, resumo e dos artigos completos encontrados conforme a metodologia dessa revisão de
literatura. Dessa maneira, de acordo com o mecanismo de busca foram encontrados 25 artigos.
Porém, dentre esses, apenas 6 artigos foram utilizados para a produção do presente estudo, uma
vez que os outros não se encaixavam nos critérios de inclusão e exclusão estabelecidos. T
Quadro 1
Autor, Ano Título Objetivo Observações
Thainara Missassi Colecistite aguda O relato de caso aborda A gravidez, devido suas
Helle; Rafaela Lais e alitiásica em uma uma complicação rara de alterações hormonais, pode
Silva Pesenti gestante com pré- uma patologia obstétrica, a contribuir para o
Sandrin; Luigi eclâmpsia temida síndrome HELLP desenvolvimento da colecistite
Rodrigues Brianez; (Hemolysis, Elevated Liver aguda alitiásica devido a maior
João Felipe Federici enzymes and Low agregação de colesterol e
de Almeida; Platelets), tendo como redução do tônus da
Wemerson José objetivo principal associar musculatura lisa da vesícula
Corrêa de Oliveira; possíveis cenários clínicos biliar. A pré-eclâmpsia e, nos
Karoline Aparecida da doença supracitada ao casos mais graves, a síndrome
Janones. 2022. quadro de colecistite aguda HELLP pode causar danos
alitiásica. como infarto hepático, necrose
dos hepatócitos e hemorragias
intraparenquimatosas.
HAVES, Eclésio José Colecistite no ciclo Descrever o perfil Foi constatado que as
Vascurado. 2019. grávido – puerperal. sociodemográfico, clínico, participantes avaliadas tiveram
obstétrico, manejo e os benefícios no diagnóstico
desfechos maternos e precoce da patologia e
perinatais de mulheres com abordagem adequada de
colecistite aguda no ciclo acordo com sua condição
gravídico-puerperal. clínica. A partir da amostra
avaliada, a abordagem
cirúrgica das pacientes
mostrou-se segura em todos os
trimestres da gestação.
Heytor dos Santos Estudo dos fatores de Investigar Os resultados mostram que, em
Flora1;Heuller risco devido à alta fatores de risco que relação a gravidez, apenas 6
Alexandre prevalência de estejam relacionados com o pacientes com colecistite
MertelineBendia; colecistite aumento da prevalência da negaram, e 29 afirmaram terem
Thais Caroline colecistite. engravidado ao longo da vida.
Botelho de Aguiar1,
Alexia Silva
Vicente1, Juliana
Santiago Silva. 2018.
Renam Catharina Colescistite Aguda Denotar a importância do O tratamento cirúrgico da
Tinoco, Augusto C. Litiásica Durante a uso da ultra-sonografia colecistite aguda por
4 DISCUSSÃO
A colecistite aguda é uma doença comum em emergências em todo o mundo. Na maioria
dos casos, é causada pela inflamação da parede da vesícula secundária à impactação de um
cálculo no ducto cístico, obstruindo-o, o que causa um ataque de dor repentino e muito agudo.
(MAYA, 2009)
É uma complicação em 96% dos casos, cabendo os 4% restantes, a várias causas
infrequentes como tumor, gânglio, brida, aderência, arterite, fatores metabólicos, infecção,
Ascaris lumbricoides e outras. Assim, não é considerada uma doença infecciosa. Quando a
colesterol e a progesterona reduz a secreção de ácido biliar, o que faz com que a bile fique
supersaturada com o colesterol. A progesterona diminui o esvaziamento da vesícula biliar,
promovendo mais intensa formação de cálculos, causando estase biliar. (CHAVES, 2019)
Dentre os fatores de risco para cálculos biliares tem-se a obesidade prévia, sendo mais
observada em multíparas do que nulíparas e o somatório dessas condições à predisposição
genética pode gerar progressão dos cálculos durante a gestação (CHAVES, 2019)
A apresentação clínica da colecistite durante a gravidez é, no geral, semelhante a do
estado não gravídico, podendo as pacientes apresentar-se sintomáticas ou assintomáticas; como
quase todas as gestantes são submetidas a um exame ultrassonográfico obstétrico que inclua o
quadrante superior esquerdo abdominal, não é incomum uma descoberta incidental de cálculos
biliares. (CHAVES, 2019)
A incidência de abdome agudo em gestantes é de aproximadamente 1 a cada 500
gestações. A colecistite aguda alitiásica (CAA) é uma das causas de abdome agudo, e raramente
ocorre de forma isolada, habitualmente surgindo após quadro clínico de um paciente grave,
como cirurgias de grande porte, traumas e, como no caso a ser apresentado, em pós-operatório
de uma cesárea com óbito fetal e síndrome HELLP. (De Almeida et al., 2022)
A gravidez, devido suas alterações hormonais, pode contribuir para o desenvolvimento
da colecistite aguda alitiásica devido a maior agregação de colesterol e redução do tônus da
musculatura lisa da vesícula biliar. A pré-eclâmpsia e, nos casos mais graves, a síndrome
HELLP pode causar danos como infarto hepático, necrose dos hepatócitos e hemorragias
intraparenquimatosas. Além disso, os casos de CAA podem estar presentes em pacientes graves
devido à resposta inflamatória sistêmica e a estase biliar. A associação desses fatores pode
propiciar a formação de CAA. A CAA apresenta-se com dor em quadrante superior direito do
abdome, febre, náuseas e vômitos. Os achados à USG incluem espessamento de parede e
aumento de volume da vesícula biliar, hiperecogenicidade, “Murphy ultrassonográfico” e gás
intramural. (De Almeida et al., 2022)
Os critérios diagnósticos da doença biliar em grávidas são os mesmos aplicados a não
grávidas: cólica biliar, colecistite aguda, coledocolitíase, colangite aguda e sinais de pancreatite
biliar. Este diagnóstico pode ser feito com o auxílio de exames laboratoriais e de imagem. Uma
boa rotina laboratorial se mostra útil tanto na exclusão de condições no diagnóstico diferencial,
quanto em casos de doença complicada. 100% da amostra de pacientes analisada teve
solicitação de rotina laboratorial, sendo 90,9% apresentando ao menos uma alteração
laboratorial sugestiva de colecistite. Tais exames devem ser solicitados de acordo com a
suspeita clínica. (CHAVES, 2019)
5 CONCLUSÃO
Mediante o exposto, os estudos apontam que a colelitíase é uma das ocorrências mais
frequentemente associadas à gestação, este fato está ligado ao aumento de hormônios
reprodutivos durante a gravidez, o estrogênio aumenta a secreção de colesterol e a progesterona
reduz a secreção de ácido biliar, o que faz com que a bile fique supersaturada com o colesterol
,além disso, a progesterona diminui o esvaziamento da vesícula biliar, promovendo mais
intensamente a formação de cálculos, causando estase biliar. Dentre os fatores de risco para
cálculos biliares tem-se a obesidade prévia, sendo mais observada em multíparas do que
nulíparas e o somatório dessas condições à predisposição genética pode gerar progressão dos
cálculos durante a gestação.
Contínuo a isso, os sintomas que ocorrem em 70% dos casos sintomáticos são febre, dor
intensa no hipocôndrio direito, náuseas e vômitos, porém em grande parte dos casos pode se
apresentar assintomático. Quanto aos exames de imagem, os achados na ultrassonografia de
abdômen incluem espessamento de parede e aumento de volume da vesícula biliar,
hiperecogenicidade, “Murphy ultrassonográfico” e gás intramural.
Portanto, conclui-se que para o tratamento é indicado cirurgia, apesar de muitos estudos
indicarem que a melhor conduta para gestante e para o feto é a realização da cirurgia após o
parto, as diretrizes da Sociedade Americana de Cirurgiões Gastrointestinais e Endoscópicos
(SAGES) abordam que a videolaparoscopia pode ser realizada com segurança em qualquer
trimestre da gestação. Dessa forma, pode ser usada a abordagem da cirurgia
videolaparoscópica, com base em estudos que demonstram a possibilidade de reduzir o risco de
irritabilidade uterina, aborto espontâneo ou trabalho de parto precoce, por consequência ao
menor trauma cirúrgico.
REFERÊNCIAS
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de internação em Terapia de Unidade Intensiva: uma revisão sistemática. Brazilian Journal
of Development, 8(9), 60842–60854. https://doi.org/10.34117/bjdv8n9-029
3.TOQUETON, T. R. et. al. (2022). Colicistite aguda alitiásica condutas que reduzem a taxa
de internação em Terapia de Unidade Intensiva: uma revisão sistemática. Brazilian Journal
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8.DIAS, D. M. et. al. (2022). Disfagia em idosos após a ocorrência de Acidente Vascular
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e563111134130. https://doi.org/10.33448/rsd-v11i11.34130
9.GOMES, J. B. et. al. (2022). Implicações da radiação na saúde dos profissionais que
utilizam a fluoroscopia na prática diária. Implications of radiation on the health of
professionals who use the fluoroscopy in daily practice. Brazilian Journal of Development, 8(8),
56737–56749. https://doi.org/10.34117/bjdv8n8-125