Acido Urico e DCV
Acido Urico e DCV
Acido Urico e DCV
Qian Nie,1 Xuemei Zhang,1 Zhihua Hao,2 Liqin Wang,3 Huanxin Liu,2 Chenghao Liu,2 Zhongli Wang,2 Guangyao Song1,4
Hebei Medical University - Department of Internal Medicine,1 Shijiazhuang City - China
Hebei General Hospital - Physical Examination Center,2 Shijiazhuang, Hebei - China
Hebei Medical University - School of Public Health,3 Shijiazhuang City, Hebei - China
Hebei General Hospital - Hebei Key Laboratory of Metabolic Diseases,4 Shijiazhuang - China
Resumo
Fundamento: Os resultados de estudos anteriores sobre a relação entre ácido úrico sérico (AUS) e o risco de doença
cardiovascular (DCV) até agora são inconsistentes devido aos fatores de confusão causados por outros fatores de
risco cardiovascular conhecidos.
Objetivos: Este estudo tem o objetivo de avaliar a relação entre o AUS e as DCV incidentes em chineses de meia-
idade e idosos, que foram estratificados de acordo com o índice de massa corporal (IMC).
Métodos: Recrutamos 5.721 participantes com idades entre 40 e 75 anos que não tinham diagnóstico de DCV na
linha de base, e que foram monitorados de 2008 a 2017. Os participantes foram categorizados em quintis de AUS.
A regressão de Cox e a análise de sobrevivência de Kaplan-Meier foram utilizadas para comparar a incidência de
DCV entre os grupos de AUS. As correlações entre AUS e a incidência de DCV em grupos com IMC e circunferência
de cintura (CC) variados também foram analisadas. Um P valor <0,05 foi considerado estatisticamente significativo.
Resultados: Durante um período médio de monitoramento de 7,6 anos, a incidência de DCV aumentou com o AUS
(teste de Log-rank p<0,001). Em comparação com o primeiro quintil, as razões de risco padronizadas (intervalos
de confiança de 95%) para p desenvolvimento de DCV foram 1,08 (0,78–1,65), 1,17 (0,88–1,77), 1,47 (1,12–2,21),
e 1,68 (1,28–2,44) para o segundo, terceiro, quarto e quinto quintis, respectivamente. Essa relação ficou mais clara
em participantes com IMC e CC normais. A razão de risco ajustada para cada aumento de 100 μmol/L de AUS foi
de 1,13 (intervalo de confiança de 95%: 1,02–1,39) para eventos de DCV.
Conclusões: O AUS alto é um fator de risco de DCV independente em pessoas de meia-idade e idosas do norte
da China. Esse efeito é mantido mesmo depois da estratificação de acordo com medidas de magreza/obesidade.
Palavras-chave: Hiperuricemia; Ácido Úrico; Doenças Cardiovasculares/incidência; Fatores de Risco; Peso Corporal.
Abstract
Background: The results of previous studies of the relationship between serum uric acid (SUA) and the risk of cardiovascular disease
(CVD) have been inconsistent due to confounding factors caused by other known cardiovascular risk factors.
Objectives: This study aimed to evaluate the relationship between SUA and incident CVD in middle-aged and elderly Chinese people,
who were stratified according to body mass index (BMI).
Methods: This study recruited 5,721 participants of 40–75 years of age, who were free of CVD at baseline and who underwent follow-
up from 2008 to 2017. Participants were categorized in SUA quintiles. Cox proportional hazard and Kaplan-Meier survival analysis
were used to compare CVD incidence among the SUA groups. The correlations between SUA and CVD incidence in groups with
differing BMI and waist circumference (WC) were also analyzed. A P value <0.05 was considered statistically significant.
Results: During a mean follow-up period of 7.6 years, CVD incidence increased with SUA (log-rank test p<0. 001). Compared with
the first quintile, the adjusted hazard ratios (95% confidence interval (CI)) for the development of CVD were 1.08 (0.78–1.65), 1.17
(0.88–1.77), 1.47 (1.12–2.21), and 1.68 (1.28–2.44) for the second to fifth quintiles, respectively. This relationship was clearer in
participants with normal BMI and WC. The adjusted hazard ratio for each 100 μmol/L increase in SUA was 1.13 (95% CI: 1.02–1.39)
for CVD events.
DOI: https://doi.org/10.36660/abc.20200378
Artigo Original
Conclusions: High SUA is an independent risk factor for CVD in middle-aged and elderly northern Chinese people. This effect is maintained
even after stratification according to measures of leanness/obesity.
Keywords: Hypeuricemia; Uric Acid; Cardiovascular Diseases/incidence; Risk Factors; Body Weight.
Full texts in English - http://www.arquivosonline.com.br
Artigo Original
N=6,950 Sujeitos
N=5,721 Sujeitos
Figura 1 – Descrição da população do estudo. Os participantes de cada sexo foram alocados separadamente em cinco grupos (Q1 a Q5) com base em
sua concentração de AUS.
leves e descalços. Essas medições foram feitas duas vezes durante padronizados, com um analisador bioquímico automático
os exames físicos e os valores médios foram utilizados para as (Beckman Coulter AU5800, Tóquio, Japão). A taxa de filtração
análises subsequentes. glomerular estimada (TFG) foi calculada utilizando-se a equação
de modificação da dieta em doença renal para pacientes chineses
Exames laboratoriais com doença renal crônica.14
Artigo Original
Hipertensão foi definida como uma PAS ≥ 140 mmHg e/ de gráficos P-P. Comparações entre dois grupos foram realizadas
ou PAD ≥ 90 mmHg, ou uso atual de medicamentos anti- usando o teste t de Student não pareado para dados normalmente
hipertensivos.16 Diabetes foi definida como um diagnóstico de distribuídos, e teste qui-quadrado para dados categóricos. Foram
diabetes feito por um médico, relatado pelo participante, uma realizadas comparações múltiplas utilizando-se ANOVA de uma
FPG ≥ 7,0 mmol/L, ou uso atual de medicamentos antidiabetes.9 via, e o P valor foi corrigido pelo teste post hoc de Bonferroni.
De acordo com os critérios recomendados para chineses, um A análise de sobrevivência de Kaplan-Meier e o teste de Log-rank
IMC de 18,5–23,9 kg/m2 foi considerado normal, um IMC de foram utilizados para comparar a incidência de DCV entre os
24,0–27,9 kg/m2 foi considerado indicativo de sobrepeso, e um grupos de AUS. A regressão de Cox foi utilizada para avaliar a
IMC ≥ 28 kg/m2 foi considerado indicativo de obesidade. Gordura relação entre AUS e a incidência de DCV. As análises estatísticas
abdominal foi definida como uma circunferência de cintura (CC) foram realizadas utilizando-se o software SPSS versão 22.0 (IBM
>90 cm nos homens e >85 cm nas mulheres.17 Os principais Inc., Armonk, NY, EUA) para Windows. Um p valor <0,05 foi
desfechos foram o desenvolvimento de DCI (Classificação considerado estatisticamente significativo.
Internacional de Doenças-10 códigos I20–25), acidente vascular
cerebral hemorrágico (I61), ou acidente vascular isquêmico (I63).
Resultados
Análises estatísticas
As características de linha de base dos participantes foram Características de linha de base dos participantes
analisadas de acordo com o quintil de AUS, utilizando-se estatísticas As características de linha de base dos participantes do
descritivas. Variáveis contínuas são expressas como médias ± coorte, categorizadas de acordo com sexo e quintil de AUS, são
desvio padrão (DP) e variáveis categóricas, como porcentagens. As apresentadas nas Tabelas 1 e 2. IMC, CC, PAS, PAD, colesterol total,
variáveis contínuas foram testadas quanto à normalidade por meio triglicérides, LDL-C, ALT, Cr, FPG, e a prevalência de consumo de
Tabela 1 – Características de linha de base dos participantes do sexo masculino, categorizadas de acordo com o quintil de
concentração de ácido úrico sérico
Todos Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 p
N (participantes) 3156 635 631 632 631 627 -
AUS (μmol/L) 334,3±40,5 240,2±28,9 296,2±11,8 337,5±13,3 384,4±13,4 456,3±40,7 0,000
Idade (anos) 53,8±9,6 53,2±9,5 52,9±9,6 52,0±9,3 52,4±9,5 51,7±9,4 0,009
IMC (kg/m ) 2
25,6±2,9 24,5±3,2 25,4±2,8 25,7±2,8 26,2±2,7 26,9±2,6 0,000
CC (cm) 89,1±8,3 85,9±8,9 88,3±7,7 89,2±8,2 90,2±7,9 92,0±8,3 0,000
PAS (mmHg) 123,8±16,9 122,2±16,5 122,3±17,0 123,4±16,8 123,0±16,6 124.8±16,7 0,012
PAD (mmHg) 79,5±10,5 78,1±11,3 78,2±10,3 79,8±10,5 80,2±9,8 81,9±10,6 0,004
CT (mmol/L) 4,92±0,85 4,67±0,85 4,76±0,80 4,92±0,83 5,00±0,89 5,12±0,85 0,000
TG (mmol/L) 1,85±0,97 1,55±0,91 1,66±1,01 1,80±1,04 2,06±1,12 2,39±1,23 0,000
HDL-C (mmol/L) 1,27±0,27 1,32±0,28 1,26±0,24 1,25±0,26 1,24±0,25 1,23±0,27 0,000
LDL-C (mmol/L) 2,8±0,77 2,83±0,72 2,85±0,74 2,82±0,82 2,83±0,91 2,86±0,83 0,132
ALT (U/L) 25,0±11,8 23,3±10,5 23,4±10,8 25,4±11,5 28,2±11,3 28,7±11,9 0,000
AST (U/L) 22,7±8,5 22,2±9,3 21,9±6,7 23,1±10,7 23.8±10,2 23,9±6,8 0,097
Cr (μmol/L) 81,0±9,2 75,5±9,8 78,9±9,6 82,4±10,7 83,4±10,6 87,0±11,2 0,000
FPG (mmol/L) 5,96±1,05 5,31±1,81 5,96±0,89 5,97±0,91 6,02±1,11 6,05±0,85 0,000
TFG (ml/min·1,73m2) 93,4±12,4 97,8±10,8 95,2±10,9 92,8±11,7 91,8±12,4 87,5±14,8 0,000
Fumantes (%) 40,67 40,39 42,77 41,83 39,98 41,48 0,326
Consumidor atual (%) 37,23 35,69 36,66 38,02 41,86 42,78 0,000
Obesidade (%) 20,8 13,72 16,08 19,44 24,42 31,82 0,000
Hipertensão (%) 16,98 11,76 12,86 14,36 20,16 25,48 0,000
Diabetes (%) 11,08 7,42 8,38 9,79 9,98 13,23 0,000
AUS: ácido úrico sérico; IMC: índice de massa corporal; CC: circunferência de cintura; PAS: pressão arterial sistólica; PAD pressão arterial diastólica;
CT: colesterol total; TG: triglicérides; LDL-C: lipoproteína de baixa densidade-colesterol; HDL-C: lipoproteína de alta densidade-colesterol; ALT: alanina
aminotransferase; AST: aspartato aminotransferase; Cr: creatinina; FPG: glicemia plasmática em jejum; TFG: taxa de filtração glomerular estimada. Os
dados são expressos como médias ± desvio padrão (DP), se forem contínuos, e como números (porcentagens), se forem categóricos. Foram realizadas
comparações utilizando-se o ANOVA de uma via ou o teste qui-quadrado para dados categóricos. As concentrações de ácido úrico sérico para cada
quintil foram <278, 278–324, 324–362, 362–417, e ≥417 μmol/L.
Artigo Original
Tabela 2 – Características de linha de base dos participantes do sexo feminino, categorizadas de acordo com o quintil de concentração
de ácido úrico sérico
Todos Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 p
N (participantes) 2565 515 513 513 514 510 -
AUS (μmol/L) 259,8±40,9 186,2±18,2 226,0±8,5 255,3±10,9 290,5±13,4 365,2±30,7 0,000
Idade (anos) 52,1±9,0 48,6±7,7 50,3±8,7 52,0±8,6 53,5±8,9 57,1±9,2 0,000
IMC (kg/m ) 2
24,2±3,1 22,8±2,6 23,7±3,0 24,4±3,3 24,7±3,2 25,5±3,1 0,000
CC (cm) 79,3±9,5 75,1±7,2 77,9±8,3 79,6±8,7 81,2±8,6 83,6±7,4 0,000
PAS (mmHg) 118,6±19,3 110,7±15,1 116,7±17,6 118,8±18,5 123,6±19,6 124,0±19,5 0,000
PAD (mmHg) 72,3±9,7 69,1±8,3 71,8±9,8 73,0±9,5 74,2±10,0 74,6±9,8 0,000
CT (mmol/L) 5,15±0,92 4,86±0,90 4,99±0,86 5,21±0,86 5,22±0,93 5,58±0,92 0,000
TG (mmol/L) 1,46±0,95 1,03±0,52 1,22±0,61 1,45±0,59 1,64±0,60 2,09±0,92 0,000
HDL-C (mmol/L) 1,56±0,33 1,61±0,32 1,60±0,31 1,57±0,32 1,50±0,33 1,48±0,36 0,006
LDL-C (mmol/L) 2,92±0,78 2,89±0,73 2,95±0,73 2,99±0,79 3,01±0,81 3,04±0,90 0,056
ALT (U/L) 16,3±10,5 17,9±8,6 17,9±10,3 19,0±8,6 20,6±11,6 21,9±9,3 0,013
AST (U/L) 21,6±10,0 21,3±9,8 20,6±6,9 21,4±7,1 22,3±9,5 22,9±6,0 0,087
Cr (μmol/L) 61,3±9,1 58,6±8,1 59,6±8,4 60,9±8,6 61,9±9,0 66,8±10,02 0,000
FPG (mmol/L) 5,81±1,00 5,61±0,77 5,76±0,91 5,87±1,05 6,00±1,15 6,18±1,00 0,000
TFG (ml/min·1,73m ) 2
97,7±12,3 101,9±11,3 99,9±11,5 96,5±12,6 94,2±12,9 87,1±14,0 0,000
Fumante (%) 4,06 3,72 4,08 3,93 4,70 4,16 0,079
Consumidores atuais (%) 4,73 2,53 5,22 4,01 4,85 6,08 0,000
Obesidade (%) 14,54 3,80 7,23 13,71 16,36 17,51 0,000
Hipertensão (%) 20,34 8,86 16,87 18,39 23,05 26,72 0,000
Diabetes (%) 8,78 2,11 6,02 6,45 10,41 11,30 0,000
AUS: ácido úrico sérico; IMC: índice de massa corporal; CC: circunferência de cintura; PAS: pressão arterial sistólica; PAD pressão arterial diastólica;
CT: colesterol total; TG: triglicérides; LDL-C: lipoproteína de baixa densidade-colesterol; HDL-C: lipoproteína de alta densidade-colesterol; ALT: alanina
aminotransferase; AST: aspartato aminotransferase; Cr: creatinina; FPG: glicemia plasmática em jejum; TFG: taxa de filtração glomerular estimada.
Os dados são expressos como médias ± desvio padrão (DP), se forem contínuos, e como números (porcentagens), se forem categóricos. Foram
realizadas comparações utilizando-se o ANOVA de uma via ou o teste qui-quadrado para dados categóricos. As concentrações de ácido úrico sérico
para cada quintil foram <210, 210–241, 241–272, 272–328, e ≥328 μmol/L.
álcool, obesidade, hipertensão e diabetes aumentaram com níveis entre os participantes, com incidências de 13,9% (n=438)
mais altos de ácido úrico sérico em ambos os sexos. Os homens em homens e 14,9% (n=383) em mulheres. Além disso,
com os níveis mais altos de concentração de AUS tenderam a comparados a participantes que não desenvolveram DCV,
ser mais jovens, enquanto as mulheres eram mais velhas. Além os que desenvolveram tinham IMC, CC, PAS, PAD, CT,
disso, uma concentração de AUS alta estava associada a TFG TG, LDL-C, ALT e FPG mais altos. Não houve diferença
e HDL-C baixos. significativa entre os dois grupos em relação à Cr.
Conforme mostrado na Figura 3A, a análise de Kaplan-
Relação entre AUS e o risco de DCV. Meier da incidência de DCV nos quintis de AUS durante
As concentrações de AUS na linha de base e no os 10 anos do estudo demonstrou diferenças significativas
monitoramento são comparadas para cada um dos entre os grupos (teste de Log-rank p <0,001). Os aumentos
sexos na Figura 2. O AUS aumentou significativamente de AUS foram associados a incidência de DCV mais alta.
do Q1 para o Q5, tanto na linha de base quanto no Como o AUS é afetado pela função renal, em seguida, os
período de monitoramento, de acordo com o ANOVA. participantes foram categorizados de acordo com TFG,
A concentração média de AUS foi mais baixa no final e os dados foram analisados novamente. Identificou-se
do estudo do que na linha de base nos homens do Q5, que a relação entre AUS e DCV permaneceu intacta em
mas, ainda assim, atendendo ao critério diagnóstico participantes que tinham valores de TFG dentro da faixa
de hiperuricemia. As características de linha de base normal (teste de Log-rank p <0,001; Figura 3B).
dos participantes, categorizadas de acordo com DCV A regressão de Cox foi utilizada para avaliar a relação
incidente, são apresentadas na Tabela 3. O período médio entre a concentração de AUS e a incidência de DCV em
de monitoramento foi de 7,6 anos, durante os quais a mais detalhes. (Tabela 4). No modelo bruto, em comparação
incidência cumulativa de DCV foi de 14,3% (n=821) com o Q1 de AUS, as razões de risco (RR) para DCV nos
Artigo Original
A B
600 600
500 500
Níveis de AUS (mmol/L)
100 100
0 0
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q1 Q2 Q3 Q4 Q5
Grupos Grupos
Figura 2 – Concentrações de linha de base e de monitoramento de ácido úrico sérico em participantes de cada um dos sexos. AUS, ácido úrico sérico.
Foram realizadas comparações múltiplas utilizando-se ANOVA de uma via, e o p valor foi corrigido pelo teste post hoc de Bonferroni. Tanto em homens
(A) quanto em mulheres (B), houve diferenças significativas entre os cinco grupos na linha de base e durante o monitoramento. *p<0,05 (Q1 vs. outros
quintis nas concentrações de AUS na linha de base), #p<0,05 (Q1 vs. outros quintis nas concentrações de AUS durante o período de monitoramento).
Tabela 3 – Características de linha de base dos participantes do sexo masculino, categorizadas por doença cardiovascular desenvolvida
ou não
DCV (-) DCV (+) p
AUS (μmol/L) 299,4±75,1 319,5±73,6 0,012
Idade (anos) 52,2±9,2 59,6±9,1 0,000
Homens (%) 47,1 53,4 –
IMC (kg/m²) 24,9±3,1 25,7±3,2 0,001
CC (cm) 84,4±9,7 87,4±9,5 0,000
PAS (mmHg) 120,9±18,1 131,9±19,0 0,000
PAD (mmHg) 76,1±10,7 77,8±10,6 0,037
CT (mmol/L) 5,0±0,8 5,3±0,9 0,001
TG (mmol/L) 1,6±0,7 2,0±1,0 0,000
HDL-C (mmol/L) 1,41±0,3 1,27±0,3 0,000
LDL-C (mmol/L) 2,86±0,7 3,1±0,8 0,034
Cr (μmol/L) 71,8±14,3 72,1±14,1 0,061
FPG (mmol/L) 5,9±1,0 6,4±1,2 0,000
Tabagismo
Nunca (%) 67,3 58,4
Ex-fumante (%) 11,6 17,7
Fumante (%) 21,0 23,8 0,000
Consumo de álcool
Nunca (%) 76,1 69,5
Ex-consumidor (%) 3,2 8,6
Consumidor atual (%) 20,6 21,8 0,000
AUS: ácido úrico sérico; IMC: índice de massa corporal; CC: circunferência de cintura; PAS: pressão arterial sistólica; PAD pressão arterial diastólica;
CT: colesterol total; TG: triglicérides; LDL-C: lipoproteína de baixa densidade-colesterol; HDL-C: lipoproteína de alta densidade-colesterol; Cr: creatinina;
FPG: glicemia plasmática em jejum. Comparações entre os grupos foram realizadas usando o teste t de Student para variáveis contínuas e teste
qui-quadrado para dados categóricos. Os dados são expressos como médias ± desvio padrão (DP), se forem variáveis contínuas, e como números
(porcentagens), se forem variáveis categóricas.
Artigo Original
A Q1
Q2
1- Sobrevivência cumulativa
Q4
Q5
Q1 - Censurado
Q2 - Censurado
Q3 - Censurado
Q4 - Censurado
Q5 - Censurado
B Q1
Q2
Teste de Log-rank p<0,001 Q3
1- Sobrevivência cumulativa
Q4
Q5
Q1 - Censurado
Q2 - Censurado
Q3 - Censurado
Q4 - Censurado
Q5 - Censurado
Figura 3 – Curvas de Kaplan-Meier para doença cardiovascular incidente para cada quintil de concentração de ácido úrico sérico (AUS). (A) Todos os
participantes (p-valor >0,01 no teste de Log-rank, Q1 vs. outros quintis). (A) Participantes com TFG normal (p-valor >0,01 no teste de Log-rank, Q1 vs.
outros quintis).
Artigo Original
outros quatro quintis de AUS foram 1,18 (0,82–1,70), 1,41 (1,01– presente estudo, os participantes era pessoas de meia-idade e
1,98), 1,95 (1,40–2,71), e 2,58 (1,84–3,61), respectivamente. idosas que vivem em cidades no norte da China, mas os achados
Os riscos permaneceram significativamente diferentes após a não só são consistentes com achados anteriores, como também
padronização por idade no modelo 2, e por idade e sexo no vão além deles.
modelo 3. A RR diminuiu gradualmente à medida que o número
de covariáveis padronizadas aumentou, mas a associação entre Entretanto, a maioria dos estudos anteriores se concentraram na
AUS e DCV permaneceu significativa após a padronização para relação entre AUS e a mortalidade relacionada a DCV, e somente
idade, sexo, TFG, IMC, PA, colesterol total, triglicérides, FPG, alguns foram voltados para a relação com a incidência de DCV. Vale
tabagismo e consumo de álcool (modelo 4). Em comparação com o ressaltar que um estudo coorte de 10 anos com 128.569 pessoas
Q1, as RR (intervalos de confiança [IC] de 95%) para os quintis Q2– realizado em Taiwan22 demonstrou que a hiperuricemia é um
Q5 foram 1,08 (0,78–1,65), 1,17 (0,88–1,77), 1,47 (1,12–2,21), fator de risco potencial de DCI. Entretanto, um ponto fraco desse
e 1,68 (1,28–2,44). A RR ajustada para cada aumento de 100 estudo foi o fato de o AUS ter sido dividido apenas entre os grupos
μmol/L de AUS foi de 1,13 (IC de 95%: 1,02–1,39) para eventos de AUS alto e AUS normal, e a relação foi padronizada apenas
de DCV. Em seguida, os dados foram analisados novamente após em relação ao histórico de hipertensão ou diabetes, tabagismo,
a estratificação por IMC e CC, e identificou-se que a associação consumo de álcool, e o uso de diuréticos. Dessa forma, outras
significativa entre AUS e DCV ficou mais evidente em participantes covariáveis importantes, tais como o IMC, a idade, e a TFG não
com IMC e CC normais (Tabela 5). foram padronizados. O objetivo do presente estudo foi sanar essas
deficiências. Foram utilizados quintis de AUS para demonstrar a
relação entre AUS e DCV após a padronização para uma ampla
Discussão série de fatores de risco convencionais. Além disso, essa relação foi
No presente estudo coorte, foi identificada uma relação positiva mantida quando o AUS foi tratado como variável contínua. Estudos
significativa entre concentração de AUS e a incidência de DCV em anteriores também demonstraram uma relação contínua entre o
chineses de meia-idade e idosos. Essa relação foi independente dos AUS e as DCV,9 e, no presente estudo, os valores de AUS no Q4,
possíveis fatores de confusão de idade, IMC, PAS, PAD, CT, TG, que não ultrapassaram a faixa de referência, foram associados a
HDL-C, LDL-C, FBG, e histórico de hipertensão ou diabetes. Além um risco de DCV significativamente mais alto.
disso, demonstrou-se que um incremento de 100 μmol/L de AUS O mecanismo pelo qual o AUS alto pode aumentar o risco de
aumenta o risco de DCV em 13%. Esses resultados demonstram DCV ainda não pode ser determinado. Entretanto, com frequência
que a concentração de AUS é um fator de risco independente as DCV são intimamente relacionadas à aterosclerose, e alguns
para DCV. estudos anteriores demonstraram que uma concentração de AUS
Estudos anteriores também demonstraram uma relação entre alta acelera seu desenvolvimento.23,24 Um grande estudo anterior
AUS e DCV em outros países e regiões. Uma meta-análise anterior da relação entre AUS e a aterosclerose precoce demonstrou que,
demonstrou que a hiperuricemia aumenta o risco de DCV, que era em comparação com o quartil de AUS mais baixo, a espessura
2,1 vezes mais alto em pessoas com AUS alto do que naquelas com íntima-média da carótida (EIMC) era 37% mais alta em homens
AUS baixo.18 Outra meta-análise de 16 estudos coorte demonstrou e 48% mais alta em mulheres no quartil de AUS mais alto.25
que a hiperuricemia está associada a um risco mais alto de acidente Vários possíveis mecanismos podem explicar a relação entre
vascular cerebral (razão de risco: 1,41, IC 95%: 1,05–1,76) e AUS e EIMC alta e DCV. Primeiramente, uma concentração
mortalidade relacionada a acidente vascular cerebral mais alta alta de AUS pode levar à disfunção endotelial, e, portanto, ao
(razão de risco: 1,36, IC de 95%: 1,03–1,69), e essas relações desenvolvimento de DCV. Alguns estudos anteriores detectaram
se mantiveram significativas após a padronização em relação a que reduções de AUS induzidas por alopurinol estão fortemente
outros fatores de risco, tais como, sexo, idade e a presença de relacionadas à melhoria da função endotelial.26 Em experimentos
hipertensão ou diabetes.19 Há também uma quantidade crescente com animais, identificou-se que um nível de AUS alto pode
de evidências de que a hiperuricemia aumenta o risco de doenças causar disfunção endotelial por meio de redução da produção
cardiovasculares e cerebrovasculares, e de mortalidade.9,11,20-22 No de óxido nítrico.27-29 Segundo, o AUS pode induzir o aumento da
Tabela 5 – Razões de risco padronizadas para risco de DCV associada a concentração de ácido úrico sérico, estratificadas de acordo
com índice de massa corporal e circunferência de cintura
Razões de risco (IC 95%)
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5
IMC (≤23,9) Referência 1,15(0,92-1,29) 1,21(0,98-1,56) 1,26(1,01-1,64) 1,32(1,08-1,82)
IMC (24,0-27,9) Referência 1,08(0,78-1,67) 1,13(0,69-1,89) 1,15(0,87-1,65) 1,18(0,98-1,83)
IMC (≥28) Referência 0,92(0,74-1,56) 1,01(0,85-1,85) 0,98(0,78-1,49) 1,08(0,95-1,77)
CC (homens <90, mulheres <85) Referência 0,89(0,78-1,45) 1,08(0,88-1,37) 1,12(1,01-1,43) 1,21(1,03-1,59)
CC (homens ≥90, mulheres ≥85) Referência 1,02(0,72-1,78) 1,15(0,83-1,85) 1,23(0,75-1,91) 1,30(0,91-1,89)
As razões de risco padronizadas foram calculadas no Modelo 4 e foram estratificadas de acordo com índice de massa corporal (IMC (kg/m²) e
circunferência de cintura (CC, cm). O Q1 de AUS foi utilizado como grupo de referência. As covariáveis utilizadas no Modelo 4 foram idade, sexo, TFG,
índice de massa corporal, pressão arterial, colesterol total, triglicérides, glicemia plasmática em jejum, tabagismo, e consumo de álcool.
Artigo Original
secreção de substâncias pró-inflamatórias, levando a aumentos é necessário que se realizem estudos posteriores em grande escala
na inflamação vascular e na aterosclerose.23,30,31 Em terceiro lugar, e multicêntricos. Além disso, embora uma variedade de possíveis
um estudo longitudinal realizado no Instituto Nacional de Saúde fatores de confusão tenham sido padronizadas, ainda existe uma
demonstrou uma correlação positiva entre o AUS e a velocidade possibilidade de fatores de confusão residuais, tais como exercícios
da onda de pulso em homens, o que pode ter sido mediado diários, dieta, stress e histórico familiar, que não foram avaliados
por meio de um efeito pró-inflamatório e/ou pela indução da no presente estudo. Entretanto, apesar das limitações acima,
proliferação de células do músculo liso.32 Portanto, o AUS alto pode acredita-se que nossos achados fazem uma contribuição valiosa
não somente ter efeitos indiretos no avanço da aterosclerose, por ao conhecimento da ligação entre AUS e a incidência de DCV.
sua associação com obesidade, hipertensão, diabetes, síndrome
metabólica e outros fatores de risco cardiovascular convencionais,
como também aumentar a incidência e a mortalidade associada Conclusão
a eventos cardiovasculares.33,34 Em resumo, o presente estudo confirmou que a alta
No presente estudo, uma correlação positiva mais forte foi concentração de AUS é um fator de risco independente para DCV
demonstrada entre a concentração de AUS e a incidência de em pessoas de meia-idade e idosos. A hiperuricemia deve ser
DCV nos participantes com idade ≥40 anos. Isso pode ser considerada um risco potencial e levada em consideração como
mediado pelo efeito de exposição em longo prazo à hiperuricemia alternativa para a prevenção e o tratamento de DCV.
no avanço da aterosclerose. Vale ressaltar que, no presente
estudo, em comparação com participantes no Q1, os homens e Contribuição dos autores
mulheres no Q4, com concentrações médias de AUS de 384,4
μmol/L e 290,5 μmol/L, respectivamente, que ficam abaixo dos Concepção e desenho da pesquisa e Obtenção de
critérios diagnósticos de hiperuricemia, ainda assim, tinham riscos financiamento: Nie Q, Song G; Obtenção de dados, Análise e
significativamente mais altos de DCV. Portanto, deve-se estar interpretação dos dados e Análise estatística: Nie Q, Zhang X, Hao
atento para o caso de pacientes que possam ter concentrações Z, Wang L, Liu H, Liu C, Wang Z; Redação do manuscrito: Nie
de AUS normais-altas. Notadamente, a relação entre AUS e a Q; Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual
incidência de DCV estava presente em participantes com IMC importante: Zhang X, Hao Z, Song G.
e CC normais. Os mecanismos subjacentes ainda não estão
claros, mas, considerando que a obesidade é um fator de risco Potencial conflito de interesse
importante de DCV, ela ainda pode ocultar um efeito do AUS alto
Não há conflito com o presente artigo
na incidência de DCV em uma população obesa.
O presente estudo tem algumas limitações. O AUS foi medido
somente uma vez, na linha de base, como em quase todos os Fontes de financiamento
estudos anteriores, e, portanto, não se pode excluir a possibilidade O presente estudo foi parcialmente financiado pela Bolsa Nº
de que alguns desses participantes tenham tido apenas um 20200731 da Organização de Pesquisa Científica da Província
aumento temporário de AUS no momento do cadastro. Foi de Hebei
estudada uma população residente nas cidades do norte da China
que trabalha em universidades, hospitais, órgãos governamentais,
ou empresas, e, portanto, com grau de escolaridade alto e renda Vinculação acadêmica
estável. Dessa forma, não se pode ter certeza de que esses Este artigo é parte de tese de doutorado de Qian Nie pelo
resultados poderiam ser extrapolados para outras regiões. Portanto, Hebei Medical University.
Referências
1. Qiu L, Cheng XQ, Wu J, Liu JT, Xu T, Ding HT, et al. Prevalence of 6. Guan T, Ma J, Li M, Xue T, Lan Z, Guo J, et al. Rapid transitions in the
hyperuricemia and its related risk factors in healthy adults from Northern epidemiology of stroke and its risk factors in China from 2002 to 2013.
and Northeastern Chinese provinces. BMC Public Health. 2013 Jul Neurology. 2017;89(1):53-61.
17;13:664.
7. Yang G, Wang Y, Zeng Y, Gao GF, Liang X, Zhou M, et al. Rapid health transition
2. Liu H, Zhang XM, Wang YL, Liu BC. Prevalence of hyperuricemia among in China, 1990-2010: findings from the Global Burden of Disease Study 2010.
Chinese adults: a national cross-sectional survey using multistage, stratified Lancet. 2013;381(9882):1987-2015.
sampling. J Nephrol. 2014;27(6):653-8.
8. Culleton BF, Larson MG, Kannel WB, Levy D. Serum uric acid and risk for
3. Kuwabara M, Kuwabara R, Hisatome I, Niwa K, Roncal-Jimenez CA,
cardiovascular disease and death: the Framingham Heart Study. Ann Intern
Bjornstad P, et al. “Metabolically Healthy” obesity and hyperuricemia
Med. 1999;131(1):7-13.
increase risk for hypertension and diabetes: 5-year Japanese Cohort Study.
Obesity (Silver Spring). 2017;25(11):1997-2008. 9. Lai X, Yang L, Légaré S, Angileri F, Chen X, Fang Q, et al. Dose-response
4. Yokoi Y, Kondo T, Okumura N, Shimokata K, Osugi S, Maeda K, et al. relationship between serum uric acid levels and risk of incident coronary
Serum uric acid as a predictor of future hypertension: Stratified analysis heart disease in the Dongfeng-Tongji Cohort. Int J Cardiol. 2016 Dec
based on body mass index and age. Prev Med. 2016 Sep;90:201-6. 1;224:299-304.
5. Bener A, Al-Hamaq A, Öztürk M, Tewfik I. Vitamin D and elevated serum 10. Kanellis J, Feig DI, Johnson RJ. Does asymptomatic hyperuricaemia
uric acid as novel predictors and prognostic markers for type 2 diabetes contribute to the development of renal and cardiovascular disease? An
mellitus. J Pharm Bioallied Sci. 2019;11(2):127-32. old controversy renewed. Nephrology (Carlton). 2004;9(6):394-9.
Artigo Original
11. Purnima S, El-Aal BG. Serum uric acid as prognostic marker of coronary the role of low-grade inflammation: the CODAM study. Rheumatology (Oxford).
heart disease (CHD). Clin Investig Arterioscler. 2016;28(5):216-24. 2014;53(11):2053-62.
12. Sun Y, Zhang H, Tian W, Shi L, Chen L, Li J, et al. Association between 24. Cicero AFG, Salvi P, D’Addato S, Rosticci M, Borghi C, Brisighella Heart Study
serum uric acid levels and coronary artery disease in different Group. Association between serum uric acid, hypertension, vascular stiffness and
age and g e n d e r : a c r o s s - s e c t i o n a l s t u d y. A g i n g C l i n E x p R e s . subclinical atherosclerosis: data from the Brisighella Heart Study. J Hypertens.
2019;31(12):1783-90. 2014;32(1):57-64.
13. Liu R, Han C, Wu D, Xi X, Gu J, Guan H, et al. Prevalence of hyperuricemia 25. Chen Y, Xu B, Sun W, Wang T, Xu Y, Xu M, et al. Impact of the serum uric acid level
and gout in Mainland China from 2000 to 2014: a systematic review and on subclinical atherosclerosis in middle-aged and elderly Chinese. J Atheroscler
meta-analysis. Biomed Res Int. 2015;2015:762820. Thromb. 2015;22(8):823-32.
14. Ma YC, Zuo L, Chen JH, Luo Q, Yu XQ, Li Y, et al. Modified glomerular 26. Doehner W, Schoene N, Rauchhaus M, Leyva-Leon F, Pavitt DV, Reaveley DA, et
filtration rate estimating equation for Chinese patients with chronic al. Effects of xanthine oxidase inhibition with allopurinol on endothelial function
kidney disease. J Am Soc Nephrol. 2006;17(10):2937-44. and peripheral blood flow in hyperuricemic patients with chronic heart failure:
results from 2 placebo-controlled studies. Circulation. 2002;105(22):2619-24.
15. Wei F, Sun N, Cai C, Feng S, Tian J, Shi W, et al. Associations between
serum uric acid and the incidence of hypertension: a Chinese senior 27. Mazzali M, Kanellis J, Han L, Feng L, Xia YY, Chen Q, et al. Hyperuricemia
dynamic cohort study. J Transl Med. 2016;14(1):110. induces a primary renal arteriolopathy in rats by a blood pressure-independent
16. Khera R, Lu Y, Lu J, Saxena A, Nasir K, Jiang L, et al. Impact of 2017 mechanism. Am J Physiol Renal Physiol. 2002;282(6):F991-7.
ACC/AHA guidelines on prevalence of hypertension and eligibility 28. Choi YJ, Yoon Y, Lee KY, Hien TT, Kang KW, Kim KC, et al. Uric acid induces
for antihypertensive treatment in United States and China: nationally endothelial dysfunction by vascular insulin resistance associated with the
representative cross sectional study. BMJ. 2018 Jul 11;362:k2357. impairment of nitric oxide synthesis. FASEB J. 2014;28(7):3197-204.
17. Wei Y, Wang J, Han X, Yu C, Wanf F, Yuan J, et al. Metabolically healthy 29. Khosla UM, Zharikov S, Finch JL, Nakagawa T, Roncal C, Mu W,
obesity increased diabetes incidence in a middle-aged and elderly et al. Hyperuricemia induces endothelial dysfunction. Kidney Int.
Chinese population. Diabetes Metab Res Rev. 2020;36(1):e3202. 2005;67(5):1739-42.
18. Kim SY, Guevara JP, Kim KM, Choi HK, Heitjan DF, Albert DA. 30. Prasad M, Matteson EL, Herrmann J, Gulat R, Rihal C, Lerman LO, et al. Uric
Hyperuricemia and coronary heart disease: a systematic review and acid is associated with inflammation, coronary microvascular dysfunction,
meta-analysis. Arthritis Care Res (Hoboken). 2010;62(2):170-80. and adverse outcomes in postmenopausal women. Hypertension.
19. Kim SY, Guevara JP, Kim KM, Choi HK, Heitjan DF, Albert DA. 2017;69(2):236-42.
Hyperuricemia and risk of stroke: a systematic review and meta-analysis.
31. Valle M, Martos R, Cañete MD, Valle R, Donkelaar EL, Bermudo F, et al.
Arthritis Rheum. 2009;61(7):885-92.
Association of serum uric acid levels to inflammation biomarkers and endothelial
20. Wu J, Qiu L, Cheng XQ, Xu T, Wu W, Zeng XJ, et al. Hyperuricemia and dysfunction in obese prepubertal children. Pediatr Diabetes. 2015;16(6):441-7.
clustering of cardiovascular risk factors in the Chinese adult population.
32. Canepa M, Viazzi F, Strait JB, Ameri P, Pontremoli R, Brunelli C, et al. Longitudinal
Sci Rep. 2017;7(1):5456.
association between serum uric acid and arterial stiffness: results from the
21. Kuwabara M, Niwa K, Hisatome I, Nakagawa T, Roncal-Jimenez CA, Baltimore Longitudinal Study of Aging. Hypertension. 2017;69(2):228-35.
Andres-Hernando A, et al. Asymptomatic hyperuricemia without
33. Kanbay M, Jensen T, Solak Y, Le M, Roncal-Jimenez C, Rivard C, et al. Uric acid
comorbidities predicts cardiometabolic diseases: five-year Japanese
in metabolic syndrome: from an innocent bystander to a central player. Eur J
Cohort Study. Hypertension. 2017;69(6):1036-44.
Intern Med. 2016 Apr;29:3-8.
22. Chuang SY, Chen JH, Yeh WT, Wu CC, Pan WH. Hyperuricemia and
34. Bombelli M, Quarti-Trevano F, Tadic M, Facchetti R, Cuspidi C, Mancia G,
increased risk of ischemic heart disease in a large Chinese cohort. Int J
et al. Uric acid and risk of new-onset metabolic syndrome, impaired fasting
Cardiol. 2012;154(3):316-21.
glucose and diabetes mellitus in a general Italian population: data from
23. Wijnands JM, Boonen A, Dagnelie PC, Greevenbroek MMJ, Kallen CJH, Ferreira the Pressioni Arteriose Monitorate E Loro Associazioni study. J Hypertens.
I, et al. The cross-sectional association between uric acid and atherosclerosis and 2018;36(7):1492-8.
Este é um artigo de acesso aberto distribuído sob os termos da licença de atribuição pelo Creative Commons