Lei 4129-2023 66939
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CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DO SISTEMA DE PROTEÇÃO SOCIAL
DOS MILITARES DO ESTADO
Art. 1º Esta Lei estabelece o modelo de gestão do Sistema de Proteção Social dos
Militares da Polícia e Corpo de Bombeiros do Estado do Tocantins - SPSM/TO, além de outras
disposições necessárias a regular o direito à proteção social do militar, instituído pela Lei
Federal nº 13.954, de 16 de dezembro de 2019.
CAPÍTULO II
DAS REGRAS DE INATIVIDADE E DE PENSÃO MILITAR
Seção I
Da Inatividade
Art. 2º A remuneração paga aos militares na inatividade terá como base de cálculo a
remuneração paga ao posto ou graduação que possuir por ocasião da transferência para a
inatividade e será:
I - integral, desde que cumprido o tempo mínimo de trinta e cinco anos de serviço, dos
quais no mínimo trinta anos de exercício de atividade de natureza militar;
II - proporcional, com base em tantas quotas de remuneração do posto ou da graduação
quantos forem os anos de serviço, se transferido para a inatividade sem atingir o
tempo mínimo a que se refere o inciso I deste artigo.
§1º A remuneração do militar reformado por invalidez em razão ou decorrente do
exercício da função será integral, calculada com base na remuneração do posto ou da graduação
que possuir por ocasião da transferência para a inatividade remunerada, deferida nos termos e
condições do Estatuto dos Militares do Estado do Tocantins.
§2º A transferência para a reserva remunerada, ex officio, ao alcançar a idade-limite do
posto ou graduação, deverá obedecer aos limites estabelecidos no Estatuto dos Militares do
Estado do Tocantins, observada como parâmetro mínimo a idade-limite estabelecida para os
militares das Forças Armadas do correspondente posto ou graduação.
§3º A remuneração na inatividade é irredutível e será atualizada automaticamente na
mesma data da revisão da remuneração dos militares da ativa, preservando a equivalência com
o militar da ativa ocupante do mesmo posto ou graduação do inativo.
Subseção I
Das Regras de Transição
Subseção II
Da Contagem do Tempo de Contribuição
Subseção I
Do Processo de Habilitação dos Beneficiários
Subseção II
Da Declaração de Beneficiários
Art. 12. Todo militar é obrigado a fazer sua declaração de beneficiários que, salvo prova
em contrário, prevalecerá para qualificação destes à pensão militar devidamente acompanhada
de documentos comprobatórios das informações apresentadas, em especial do registro civil que
comprove o grau de parentesco dos beneficiários enumerados.
§1º A declaração de que trata este artigo deverá ser feita no ato do ingresso na Instituição
Militar, e atualizada anualmente no mês de aniversário do militar, sob pena de suspensão
provisória da remuneração, a partir de noventa dias após a data natalícia, após instauração de
procedimento administrativo, assegurada ampla defesa.
§2º Ato do Comandante-Geral da respectiva Instituição Militar definirá formulário
padronizado, a ser disponibilizado por meio eletrônico para cumprimento da exigência do caput
deste artigo.
§3º O militar deverá informar imediatamente qualquer fato posterior que importe em
alteração da declaração feita na conformidade deste artigo.
Art. 13. Constatada a falta de declaração de beneficiário ou se estiver incompleta ou
oferecer margem a dúvidas, a repartição competente exigirá dos interessados certidões ou
quaisquer outros documentos necessários à comprovação dos requisitos para a habilitação.
Parágrafo único. Se, não obstante a documentação apresentada, persistirem as dúvidas, a
prova será feita mediante justificação administrativa, cujos critérios serão estabelecidos em
regulamento.
Subseção III
Da Suspensão e da Perda da Pensão
Art. 14. A pensão será suspensa provisoriamente quando:
I - o beneficiário deixar de atualizar seu cadastro a cada dois anos, contados a partir de
noventa dias da data de nascimento do beneficiário;
II - quando o beneficiário inválido deixar de se submeter-se à perícia médica, quando
convocado pela Junta Médica da respectiva corporação.
Art. 15. Perderá o direito à pensão militar o beneficiário que:
I - atinja, se válido e capaz, os limites de idade estabelecidos nesta Lei;
II - renuncie expressamente ao direito;
III - tenha sido condenado por crime de natureza dolosa, do qual resulte a morte do
instituidor da pensão militar;
IV - tenha seu vínculo matrimonial com o militar instituidor anulado por decisão judicial
proferida após a concessão da pensão ao cônjuge;
V - sendo cônjuge, companheiro ou companheira, se comprovada, em processo judicial,
a qualquer tempo, simulação ou fraude no casamento ou na união estável, ou a
formalização desses com o fim exclusivo de constituir benefício de pensão militar;
VI - tenha o seu vínculo de união estável com o militar instituidor afastado por sentença
judicial exarada após o deferimento da pensão militar àquele que alegou ser
companheiro;
VII - venha a ser destituído do poder familiar, no tocante às quotas-partes dos filhos, as
quais serão revertidas para estes filhos.
Art. 16. A morte do beneficiário que estiver no gozo da pensão, bem como a cessação do
seu direito à mesma, em qualquer dos casos do artigo anterior importará na transferência do
direito aos demais beneficiários da mesma ordem, sem que isto implique em reversão, não os
havendo, a pensão reverterá para os beneficiários da ordem seguinte.
Parágrafo único. Não haverá, de modo algum, reversão em favor de beneficiário
instituído.
CAPÍTULO III
DAS FONTES DE CUSTEIO E DA CONTRIBUIÇÃO
DO MILITAR E DO PENSIONISTA
Seção I
Das Fontes de Custeio
Seção II
Da contribuição e das Obrigações do Estado
CAPÍTULO IV
DO FUNDO DE PROTEÇÃO SOCIAL
Art. 24. Fica criado o Fundo de Proteção Social dos Militares - FPS, com prazo
indeterminado, instrumento de natureza contábil, com a finalidade de manter a remuneração da
inatividade dos militares e os benefícios das pensões militares, nos termos desta Lei e da
legislação vigente.
§1º O FPS será instrumento de gestão orçamentária e financeira, destinado a alocação das
receitas e dos recursos financeiros, bem como a execução das despesas afetas ao pagamento da
remuneração aos militares inativos e dos benefícios das pensões aos seus dependentes.
§2º O FPS é vinculado ao Instituto de Gestão Previdenciária do Estado do Tocantins -
IGEPREV-TO.
§3º O Presidente Instituto de Gestão Previdenciária do Estado do Tocantins - IGEPREV-
TO ordenará as despesas relacionadas ao FPS, podendo efetuar os pagamentos e transferências
dos recursos, por meio da emissão de empenhos, guias de recolhimento e ordens de pagamento.
§4º É permitida a delegação das atribuições previstas no §3º.
§5º A contabilidade do Fundo deve ser realizada com identificação individualizada dos
recursos na escrituração das contas públicas.
Art. 25. Constituem recursos do FPS:
I - as dotações orçamentárias destinadas ao FPS;
II - os decorrentes de contribuições recolhidas pelos militares ativos e inativos e pelos
beneficiários de pensões militares;
III - os decorrentes de contribuição patronal recolhidas pelas corporações militares;
IV - os créditos suplementares, especiais e extraordinários que lhe forem destinados;
V- os saldos de eventuais aplicações financeiras dos recursos alocados no FPS;
VI - o saldo financeiro apurado ao final de cada exercício;
VII - as doações, auxílios, contribuições e legados que lhe venham a ser destinados;
VIII - os destinados à complementação financeira da folha de pagamento dos benefícios
dos pensionistas militares e da remuneração dos militares inativos; e
IX - outros recursos que lhe forem destinados.
§1º Os recursos financeiros destinados ao FPS ficam depositados em conta específica,
segregados por fonte de recursos e unidade orçamentária específica, e movimentados pelo órgão
responsável da estrutura do IGEPREV-TO, integrando o seu orçamento.
§2º O saldo financeiro do FPS, apurado por meio do balanço anual geral será utilizado no
exercício seguinte.
CAPÍTULO V
DAS ALTERAÇÕES NA LEI Nº 2.578/2012
Art. 26. A Lei no 2.578, de 20 de abril de 2012, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
“Art. 4º ................................................................................................................................
Parágrafo único. .................................................................................................................
.............................................................................................................................................
II - ........................................................................................................................................
a) reserva remunerada, quando recebam remuneração do Estado, sujeitos à
prestação de serviços na ativa, mediante aceitação voluntária, após convocação;
b) reformados, quando, tendo passado por uma das situações anteriores, estejam
dispensados definitivamente da prestação de serviço na ativa, mas continuam a
receber a remuneração do Estado.
.............................................................................................................................................
Art. 68. ................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
I- A.- a proteção social, nos termos de lei específica;
.............................................................................................................................................
III – ......................................................................................................................................
a) .........................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
r) o décimo terceiro salário, com base na remuneração integral ou no valor da
remuneração da inatividade;
...........................................................................................................................................”
Art. 68-A. O Sistema de Proteção Social dos militares estaduais é o conjunto integrado
de direitos, serviços e ações, permanentes e interativas, de remuneração, pensão, saúde e
assistência, nos termos desta Lei e das regulamentações específicas.
.............................................................................................................................................
Art. 71. O auxílio-funeral é devido à família do militar ativo ou inativo falecido, no valor
equivalente ao seu subsídio ou remuneração da inatividade.”
.............................................................................................................................................
Art. 80. A remuneração da inatividade é devida ao militar desligado do serviço ativo em
virtude de:
.............................................................................................................................................
Art. 81. Ao transferir-se para a inatividade, o militar tem direito à remuneração
equivalente ao subsídio do posto ou graduação que ocupava na ativa.
.............................................................................................................................................
§2º A remuneração da inatividade não pode ser superior aos subsídios da atividade,
ressalvadas as situações previstas em Lei.
§3º A remuneração mencionada no caput deste artigo, reajustável na mesma data e
proporção dos subsídios dos militares da ativa, corresponde ao tempo de contribuição
computável até o máximo de 35 anos para ambos os sexos.
.............................................................................................................................................
§4º A regra disposta no caput deste artigo, não se aplica ao militar reformado que for
promovido pelo critério de invalidez permanente, o qual terá direito ao valor da remuneração
igual ao subsídio do novo posto ou graduação alcançada.
Art. 82. A remuneração da inatividade do militar incapacitado para o serviço ativo é
computada:
.............................................................................................................................................
§1º O militar reformado proporcionalmente ao tempo de contribuição, de acordo com o
inciso III deste artigo, tem direito a revisão da sua remuneração da inatividade se, por junta
médica da Corporação, for constatado o agravamento do quadro clínico que deu origem à sua
reforma.
§2º O militar reformado nos termos do inciso III deste artigo não pode perceber
remuneração inferior ao salário mínimo.
.............................................................................................................................................
Art. 122. A transferência para a reserva remunerada, a pedido, é concedida, mediante
requerimento, ao militar, de ambos os sexos, que contar no mínimo 30 anos de efetivo serviço
de natureza militar e 35 anos de tempo de contribuição.
.............................................................................................................................................
Art. 138. O militar da reserva remunerada ou reformado que houver perdido o posto ou
a patente ou a graduação continua a perceber a remuneração da sua inativação.
.............................................................................................................................................
Art. 162. ..............................................................................................................................
.............................................................................................................................................
§3º Finda a atividade objeto da convocação, recalculam-se a remuneração da
inatividade do convocado, mediante adequação à nova situação e ao tempo efetivo de serviço
prestado.
....................................................................................................................................”(NR.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 27. A gestão do Sistema de Proteção Social dos Militares cabe ao Instituto de Gestão
Previdenciária do Estado do Tocantins - IGEPREV-TO, a quem compete organizar em sistema
informatizado próprio, toda base de dados, forma de arrecadação, geração e pagamento dos
benefícios, realizar estudos, e oferecer os serviços e orientações necessárias aos militares e
pensionistas.
Art. 28. A competência de que trata o artigo anterior, envolve a gestão da remuneração
da inatividade dos militares e das pensões militares de seus dependentes, cabendo ao
IGEPREV-TO a análise, o processamento, a concessão, a publicação do respectivo ato e o
pagamento.
§1º A análise e a concessão da transferência para a inatividade e da pensão militar
ocorrerá no prazo de até 90 dias, contados a partir do registro de entrada do processo no
Instituto.
§2º Cabe à Procuradoria-Geral do Estado a análise jurídica dos processos de concessão
de benefícios, bem como dos recursos sobre os pedidos indeferidos pelo Presidente do
IGEPREV-TO.
§3º Não se aplica ao SPSM/TO a legislação do Regime Próprio de Previdência Social dos
Servidores do Estado do Tocantins - RPPS/TO.
Art. 29. É instituída Taxa de Manutenção para cobertura de despesas de manutenção da
inatividade e da pensão militar, a cargo do IGEPREV-TO, no percentual de 0,5% (zero vírgula
cinco por cento) do valor das remunerações dos militares em atividade, relativo ao exercício
financeiro anterior.
Parágrafo único. As seguintes despesas, desde que vinculadas à gestão da inatividade e
da pensão militar, poderão ser custeadas com a Taxa de Manutenção prevista no caput:
I - de pessoal do IGEPREV-TO, com seus respectivos encargos;
II - de material permanente e de consumo;
III - de manutenção e de aperfeiçoamento dos instrumentos de gestão da inatividade e
pensões militares;
IV - com eventuais despesas bancárias;
V - com seguro de bens permanentes;
VI - com obrigações tributárias e contributivas; e
VII - com outros encargos eventuais, vinculados às suas finalidades essenciais.
Art. 30. Eventuais débitos relativos à devolução de contribuições descontadas
indevidamente até a data de publicação desta Lei serão custeados com recursos do Tesouro
Estadual, por meio do FPS.
Art. 31. Aplicam-se as disposições desta Lei às pensões militares já concedidas, para lhes
conferir o direito à paridade, integralidade e vitaliciedade, observadas as disposições do art. 8º
desta norma.
Art. 32. Fica o Poder Executivo autorizado a alterar a Lei Orçamentária Anual, a abrir os
créditos adicionais indispensáveis ao cumprimento desta Lei e a proceder às alterações
necessárias no Plano Plurianual.
Art. 33. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 34. Revogam-se os incisos I e II do §3º do art. 81 e os incisos I e II do art. 122, todos
da Lei nº 2.578, de 20 de abril de 2012.