Relevância Do Optometrista No Contexto Da Saúde

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INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA

MARCIO AUGUSTO VAZ MATEUS

ANÁLISE DA RELEVÂNCIA DO OPTOMETRISTA NO CONTEXTO DA SAÚDE


VISUAL DA POPULAÇÃO BRASILEIRA: uma leitura a partir do ponto de vista dos
egressos do curso de Bacharelado em Optometria da Universidade do Contestado

JOINVILLE

AGOSTO 2019
MARCIO AUGUSTO VAZ MATEUS

ANÁLISE DA RELEVÂNCIA DO OPTOMETRISTA NO CONTEXTO DA SAÚDE


VISUAL DA POPULAÇÃO BRASILEIRA: uma leitura a partir do ponto de vista dos
egressos do curso de Bacharelado em Optometria da Universidade do Contestado

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso Superior de Tecnologia em Gestão Hospitalar
Campus Joinville do Instituto Federal de Santa
Catarina para obtenção do diploma de Tecnólogo em
Gestão Hospitalar.

Orientador: Fernando Soares da Rocha Júnior. M.Sc.

JOINVILLE

AGOSTO 2019
Mateus, Marcio Augusto Vaz
ANÁLISE DA RELEVÂNCIA DO OPTOMETRISTA NO
CONTEXTO DA SAÚDE VISUAL DA POPULAÇÃO BRASILEIRA: uma
leitura a partir do ponto de vista dos egressos do curso de Bacharelado
em Optometria da Universidade do Contestado / Marcio Augusto Vaz
Mateus - Joinville: Instituto Federal de Santa Catarina, 2019. 82p.

Trabalho de Conclusão de Curso - Instituto Federal de Santa


Catarina, 2019. Graduação. Curso Superior de Tecnologia em Gestão
Hospitalar. Modalidade: Presencial.

Orientador: Fernando Soares da Rocha Júnior.

1. Optometria 2. Saúde 3. Profissão


À minha esposa Mayara Batista Vaz
Mateus, que me acompanha nesta
jornada. Eres la persona que me hace feliz
al compartir un compromiso de por vida por
el amor que nos tenemos.
AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer ao Professor Josemar Santos de Miranda, pela sua


imensa ajuda e generosidade em auxiliar-me no início desta pesquisa.

À Prof. Esp. Suellen Cristine Haensch, bem como à Universidade do


Contestado, pelo apoio e receptividade durante o andamento desta pesquisa.

Ao Conselho Regional de Óptica, Optometria e Contatologia do Estado de


Santa Catarina, por fornecer informações fidedignas que nortearam os resultados
obtidos.

Ao M.Sc. Fernando Soares da Rocha Júnior, cujas orientações foram de


suma importância para a finalização desta pesquisa.
RESUMO

A Optometria apresenta registros de sua aplicabilidade desde os primórdios da


natureza humana. Voltada à saúde humana, está diretamente relacionada ao sistema
visual, pois estuda o estado refrativo dos olhos e eventuais anomalias. O profissional
regulamentado promove qualidade de vida realizando procedimentos reconhecidos e
praticados internacionalmente. No Brasil, está prevista na Classificação Brasileira de
Ocupações e é ofertada a nível superior em universidades. Esta profissão vem
ganhando espaço na sociedade brasileira nos últimos anos, porém, por meio de um
Decreto criado em 1934, o poder público é incapaz de contratar estes profissionais
para atuarem diretamente com a faixa de população menos favorecida, o que impacta
diretamente no desenvolvimento do país. Embasados no mesmo Decreto, adjunto à
Constituição Federal vigente, trâmites no âmbito jurídico advindos de outras classes
profissionais influenciam diretamente no desenvolvimento da profissão em nosso país.
Dadas as circunstâncias, esta pesquisa foi elaborada com intuito de diagnosticar a
relevância da atuação do optometrista em meio a atual conjuntura do sistema público
de saúde. Para esta pesquisa survey, foi criado um questionário cujo conteúdo foi
analisado e aprovado previamente pela Universidade do Contestado e pelo Conselho
Regional da categoria, que por sua vez autorizou e forneceu os dados. A análise das
respostas comprovou que a população desconhece os benefícios da Optometria
aplicados à saúde, todavia, os resultados alcançados foram satisfatórios, chegou-se
à conclusão de que estes profissionais estão exercendo sua atividade laborativa
seguindo suas premissas. São essenciais para o desenvolvimento populacional, pois
esta ciência cumpre seu papel social quando aplicada.

Palavras-chave: Optometria. Saúde. Profissão.


ABSTRACT

Optometry presents records of its applicability from the earliest days of human nature.
Focused on human health, it is directly related to the visual system, because it studies
the refractive state of the eyes and eventual anomalies. The regulated professional
promotes quality of life by performing procedures recognized and practiced
internationally. In Brazil, it is foreseen in the Brazilian Classification of Occupations and
is offered at a higher level in universities. This profession has been gaining ground in
Brazilian society in recent years. However, through a decree created in 1934, the public
power is unable to hire these professionals to work directly with the less favored
population, which directly impacts the development of parents. Based on the same
Decree, attached to the Federal Constitution in force, legal procedures arising from
other professional classes directly influence the development of the profession in our
country. Given the circumstances, this research was elaborated in order to diagnose
the relevance of the optometrist's performance amid the current conjuncture of the
public health system. For this survey, a questionnaire was created, the content of which
was analyzed and approved previously by the University of Contestado and by the
Regional Council of the category, which in turn authorized and provided the data. The
analysis of the answers proved that the population does not know the benefits of
optometry applied to health, however, the results achieved were satisfactory, it was
concluded that these professionals are exercising their work activity Following their
premises. They are essential for population development, as this science fulfills its
social role when applied.

Keywords: Optometry. Health. Profession.


RESUMEN

La optometría presenta registros de su aplicabilidad desde los primeros días de la


naturaleza humana. Enfocado en la salud humana, está directamente relacionado con
el sistema visual, porque estudia el estado refractivo de los ojos y las eventuales
anomalías. El profesional regulado promueve la calidad de vida realizando
procedimientos reconocidos y practicados internacionalmente. En Brasil, está previsto
en la Clasificación de Ocupaciones de Brasil y se ofrece a un nivel superior en las
universidades. Esta profesión ha ido ganando terreno en la sociedad brasileña en los
últimos años. Sin embargo, a través de un decreto creado en 1934, el poder público
no puede contratar a estos profesionales para que trabajen directamente con la
población menos favorecida, lo que afecta directamente el desarrollo de país basados
en el mismo Decreto, adjunto a la Constitución Federal vigente, los procedimientos
legales derivados de otras clases profesionales influyen directamente en el desarrollo
de la profesión en nuestro país. Dadas las circunstancias, esta investigación fue
elaborada con el fin de diagnosticar la pertinencia de la ejecución del optometrista en
medio de la coyuntura actual del sistema de salud pública. Para esta encuesta, se
creó un cuestionario cuyo contenido fue analizado y aprobado previamente por la
Universidad de Contestado y por el Consejo Regional de la categoría, que a su vez
autorizó y proporcionó los datos. El análisis de las respuestas demostró que la
población no conoce los beneficios de la optometría aplicada a la salud, sin embargo,
los resultados obtenidos fueron satisfactorios, se llegó a la conclusión de que estos
profesionales están ejerciendo su actividad laboral Siguiendo sus instalaciones. Son
esenciales para el desarrollo de la población, ya que esta ciencia cumple su papel
social cuando se aplica.

Palabras clave: Optometría. Salud. Profesión.


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Dados recebidos pelo CROO-SC..............................................................52


Gráfico 2 – Participações............................................................................................53
Gráfico 3 – Fatores sócios demográficos....................................................................54
Gráfico 4 – Identidade de gênero e idade....................................................................54
Gráfico 5 – Escolha da profissão.................................................................................55
Gráfico 6 – Atuação na área........................................................................................56
Gráfico 7 – Reconhecimento na sociedade.................................................................56
Gráfico 8 – Questão 3, causas apontadas...................................................................57
Gráfico 9 – Resistência ao trabalho do optometrista...................................................58
Gráfico 10 – Qual setor da sociedade......................................................................... 58
Gráfico 11 – Atividade necessita ser melhor divulgada...............................................59
Gráfico 12 – A quem cabe a tarefa..............................................................................60
Gráfico 13 – Entidades/associações que defendem a categoria, além do CROO-
SC...............................................................................................................................61
Gráfico 14 – Conhecimento quanto a Legislação que regula a atividade do
optometrista................................................................................................................61
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................10
1.1 Justificativa...........................................................................................................12
1.2 Definição do problema..........................................................................................14
1.3 Objetivos...............................................................................................................14
1.3.1 Objetivo geral....................................................................................................14
1.3.2 Objetivos específicos.........................................................................................14
2. UMA ABORDAGEM SOBRE A CIÊNCIA DA OPTOMETRIA................................15
2.1 Optometria no mundo, compartilhada por cientistas e curiosos.............................22
2.2 Optometria no Brasil e suas aplicabilidades contemporâneas..............................25
2.3 Optometria X Oftalmologia, ciências distintas com um mesmo propósito..............30
2.4 Disfunções no sistema visual e suas características.............................................28
2.5 Medicina no Brasil e a Lei do Ato Médico...............................................................35
2.6 Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental e o Supremo Tribunal
Federal.......................................................................................................................45
2.7 ADPF 131.............................................................................................................48
3 METODOLOGIA......................................................................................................50
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS...............................................................................55
5 CONCLUSÃO..........................................................................................................63
REFERÊNCIAS..........................................................................................................65
APÊNDICE A..............................................................................................................78
APÊNDICE B..............................................................................................................79
10

1. INTRODUÇÃO

A visão faz parte dos cinco sentidos dos seres vivos, e é um dos mais
importantes para a sobrevivência das espécies. Órgão vital para a maioria dos
animais, a função dos olhos no ser humano vai além da forma como a imagem
é convertida em mensagem. Ela permite admirar belezas, e ter, através dela,
uma percepção do mundo e da vida.
Desde os primórdios da humanidade, os olhos são considerados
instrumentos de desenvolvimento do pensamento e da comunicação,
principalmente no campo da interpretação, pois permitem entender diversos
elementos do ambiente ao redor.
Astrônomos, físicos e matemáticos foram os primeiros e principais
interessados por essa ciência, que aplicada à saúde humana, tem se tornado
vital para o avanço de tecnologias que auxiliam em procedimentos voltados ao
benefício da sociedade.
“No Brasil, ainda são poucos os trabalhos acadêmicos e científicos sobre
a optometria, e a sua produção literária em comparação com outras profissões
da saúde ainda é muito incipiente” (Silva, W.S., 2017, p. 18).
De inestimável valor para a humanidade, os benefícios proporcionados
pela Optometria são pouco divulgados à sociedade brasileira, e a atuação dos
profissionais nesta atividade ainda sofre com entraves legais ao livre exercício
da profissão, a partir de restrições que remontam ao ano de 1934, com a
promulgação do Decreto 24.492/34, e que até os dias atuais repercute nos
embates acerca do tema, protagonizados especialmente por representações de
oftalmologistas e optometristas, impactando na abrangência da prestação de
serviços de saúde à população.
O Brasil possui instituições de ensino devidamente reconhecidas, com
departamento dedicado à formação técnica e acadêmica de optometristas.
Todavia, pelas razões aqui já introduzidas, o trabalho desta categoria de
profissionais ainda carece de divulgação na sociedade.
De acordo com a versão vigente da Classificação Brasileira de Ocupações
(BRASIL, 2002), os optometristas possuem as seguintes prerrogativas:
11

Realizam exames optométricos; confeccionam lentes; adaptam lentes


de contato; montam óculos e aplicam próteses oculares. Promovem
educação em saúde visual; vendem produtos e serviços ópticos e
optométricos; gerenciam estabelecimentos. Responsabilizam-se
tecnicamente por laboratórios ópticos, estabelecimentos ópticos
básicos ou plenos e centros de adaptação de lentes de contato. Podem
emitir laudos e pareceres ópticos-optométricos.

Na primeira etapa desta pesquisa é apresentada uma breve descrição


sobre o principal órgão do sistema visual humano, o olho, bem como sobre a
ciência que o estuda. A apresentação da ciência denominada Optometria
desenvolve-se a partir das suas áreas de estudos, sua etimologia e relevância
da profissão de optometrista, embasado nas atividades laborais.
A seguir, abordar-se-á cronologicamente a evolução da Optometria no
mundo, a partir do ponto de vista de diversos estudiosos no assunto, são
apresentadas algumas características que diferem esta ciência das outras. São
apontados alguns países, que por sua vez, contam com o reconhecimento e
chancela de organizações internacionais.
O referencial teórico segue na abordagem ao tema explorando as
distinções entre o exercício da optometria e o da medicina oftalmológica, a fim
de dirimir dúvidas sobre a existência ou não de sobreposição entre os escopos
das atividades em questão. São apontadas algumas semelhanças quanto a
procedimentos e instrumentos utilizados durante os exames.
No tópico relativo a disfunções no sistema visual e suas características, é
justificada a importância dos cuidados com a saúde visual desde a infância,
partindo do pressuposto de que disfunções no sistema visual quando não
tratadas antecipadamente, tendem a impactar diretamente na vida do cidadão,
independentemente da idade.
Concomitante ao desmembramento histórico da Optometria, esta
pesquisa apresenta a chegada dos primeiros médicos no Brasil durante o
período colonial, aborda o reconhecimento da Medicina como profissão e
desmembra a Lei do Ato Médico.
Esta pesquisa adentra no âmbito jurídico com intuito de esclarecer os
meios jurídicos percorridos pelos optometristas para garantir a aplicabilidade de
sua atividade laborativa de forma lícita. Nesta etapa, é apontado o recurso em
última instância, sua descrição, origem e o local de julgamento.
12

Consecutivamente, o referencial teórico discorre acerca da ação judicial que


aguarda julgamento e pode definir o futuro da profissão em nosso país.
De natureza aplicada, esta pesquisa survey foi desenvolvida seguindo
uma abordagem quali-quantitativa. Vale ressaltar o reconhecimento e a
participação do Conselho Regional da categoria, bem como da Universidade do
Contestado. Ambos foram vitais para o desenvolvimento do referencial teórico,
coleta dos dados a serem analisados, e desfecho do tema escolhido.
Todas as informações fidedignas coletadas pelo pesquisador surgiram a
partir de uma consulta com o optometrista no ano de 2016. Com a informação
de que o profissional somente exercia sua atividade laborativa mediante uma
liminar expedida judicialmente, surgiu a ideia de pesquisar o por que de tal
situação.

1.1 Justificativa

No Brasil, expressiva parcela da população desconhece a profissão do


optometrista. Um dos motivos que contribui para este quadro remete à
resistência na comunidade médica em reconhecer a inexistência de prática de
exercício ilegal da medicina por estes profissionais. Tal convicção na
comunidade médica advém da interpretação do Decreto nº 24.492, de 28 de
junho de 1934 (BRASIL, 1934). A legislação em questão limita e restringe as
atividades realizadas pelos optometristas, o que acaba por tornar morosos os
processos de cuidados com a saúde visual dos cidadãos que dependem do
Sistema Único de Saúde.
Segundo o Conselho Regional de Óptica e Optometria do Estado de São
Paulo (2017), na faixa da população menos favorecida, a espera para conseguir
realizar um exame de visão chega a durar até 200 dias na fila do Sistema Único
de Saúde (SUS). Desta forma, comprovado cientificamente, anomalias no
sistema visual tendem a evoluir e influenciar negativamente na qualidade de
vida, podendo levar à cegueira se não tratados corretamente de maneira
preventiva.
O profissional habilitado no curso de Optometria desenvolve ações em
saúde visual e ocular, indica métodos para correção de defeitos refrativos e
13

disfunções visuais, além de atuar em parceria e cooperação com outras áreas,


como a própria medicina. O optometrista está apto para trabalhar em
estabelecimentos comerciais de óptica; instituições de saúde; centros de
medicina do trabalho, clínicas privadas e em campos voltados à pesquisa e
desenvolvimento em saúde ocular.
A escolha do tema é embasada na crescente demanda de pacientes com
algum tipo de anomalia visual no mundo. Partindo deste pressuposto, sabe-se
que a Optometria vem ganhando destaque no âmbito da promoção à saúde em
outros países, apoiada pelo reconhecimento de organizações internacionais
como Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS); Organização das Nações
Unidas (ONU); Organização Mundial da Saúde (OMS); Organização
Internacional do Trabalho (OIT); Organização das Nações Unidas para
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) (CRUZ, 2017; FILHO e ALMEIDA,
2005).
No ano de 2017, adjunto ao Dia Mundial da Visão, comemorado no mês
de outubro, o World Council of Optometry (2017, p. 1, tradução nossa) – com
sede nos Estados Unidos – divulgou nota à imprensa demonstrando
preocupação com a saúde visual da população em nível mundial. Também
salientou sobre os desafios e esforços realizados pelos optometristas, devido ao
fato de que esta categoria de profissionais enfrenta “barreiras” para atuação em
diversos países.
No documento, a organização afirma que, paralelo ao aumento da
expectativa de vida do Homem, casos de cegueira e deficiência visual
apresentaram crescimento em seus índices no mundo todo.
Além de explorar as variáveis que influenciam no desenvolvimento da
atividade laborativa destes profissionais, a análise dos resultados obtidos ao final
visa identificar se os optometristas estão realizando sua atividade laborativa,
embasados nas premissas do curso.
Esta pesquisa busca apontar que a ausência deste profissional na rede
pública de saúde pode vir a causar grande impacto na qualidade de vida da
população como um todo.
14

1.2 Definição do problema

Devido a tramitações de ordem judicial, optometristas deparam-se com


alguns obstáculos para exercerem o preceito constitucional fundamental do livre
exercício da profissão, contribuindo para a baixa abrangência dos serviços de
saúde ocular entregues para a população brasileira.
Tal contexto remete ao problema da pesquisa em análise, qual seja:
como tem sido a amplitude de atuação do profissional optometrista no Estado de
Santa Catarina, desde que a Optometria passou a ser ofertada a nível superior
no Brasil?

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

Avaliar importância do profissional optometrista, a partir do ponto de vista


dos egressos do Curso de Bacharelado em Optometria, ministrado pela
Universidade do Contestado.

1.3.2 Objetivos específicos

São objetivos específicos da pesquisa:

• Distinguir a Optometria de outras ciências voltadas à saúde


humana, bem como sua aplicabilidade;
• Identificar os desafios enfrentados pelos optometristas, para o
exercício da profissão.
15

2. UMA ABORDAGEM SOBRE A CIÊNCIA DA OPTOMETRIA

De acordo com Cansian Jr. e Gheno Jr. (2004, p.12), a complexidade dos
órgãos denominados olhos é embasada na evolução do sistema visual, a partir
de “pontos primitivos sensíveis à luz na superfície dos invertebrados”. Helene,
O. e Helene, F. (2011, p. 2) afirmam que “em cerca de 95% das espécies animais
são encontrados órgãos especializados para a detecção de luz”.
Extremamente relevante para a progressão da humanidade, de acordo
com Volchan (et. al., 2011), a estimulação visual pode ser considerada um dos
fatores fundamentais na evolução e desenvolvimento do comportamento do
indivíduo. Os autores ressaltam que, dentre os sistemas sensoriais do corpo
humano (conjunto de órgãos dotados de células especiais chamadas de
receptores):
Visão é o que ocupa maior área cortical e o que apresenta um maior
número de áreas especializadas descritas. Estímulos visuais podem
revestir-se de conteúdo emocional de valência positiva ou negativa,
atributos que se situam em uma dimensão distinta dos atributos visuais
de cor, forma e complexidade visual (VOLCHAN et. al., 2011, p.30).

Ramos (2006) descreve o olho humano como uma esfera transparente,


constituído por vários elementos ópticos, cada qual com sua complexidade e
função específica na finalidade de promover a formação de imagens. Simultâneo
a esse processo, o sistema óptico comunica-se com o cérebro através de
reações químicas, a fim de estimular o córtex visual quanto à interpretação dos
dados. Desta forma, desenvolve-se um dos principais sentidos do corpo humano,
a visão. “O olho humano é um órgão complexo responsável pelo sentido mais
precioso, a visão” (OPTIVISTA, 2019, p. 1).
Ao longo do tempo, os processos evolutivos propiciaram o surgimento
de órgãos visuais adequados à formação de imagens. Um desses é
um olho no qual a luz penetra por um pequeno orifício, permitindo a
formação de imagens [...] (HELENE, O., e HELENE, F., 2011, p. 2).

Helene e Helene (2011) descrevem o órgão visual como


aproximadamente esférico e predominantemente opaco. Na parte frontal e
transparente situa-se a córnea e uma lente interna, também conhecida como
cristalino. Internamente o globo ocular é preenchido por materiais transparentes,
onde, entre a córnea e a lente, há um líquido denominado humor aquoso e,
consecutivamente após a lente, o humor vítreo preenche o globo ocular.
16

O elemento básico da nossa visão é o globo ocular, que se assemelha


a uma máquina fotográfica. Sua caixa é esférica, possui um sistema de
lentes à frente e uma membrana fotossensível no fundo, onde se forma
a imagem (GASPAR, 2009, p. 176).

Para Cansian Jr. e Gheno Jr. (2004, p.13), “a boa visão consiste na
combinação de um olho estruturalmente saudável, uma via visual neurológica
intacta e um foco apropriado”. Bruno e Carvalho (2008, p. 39) sustentam que
“existem vários defeitos comuns de visão, decorrentes unicamente de uma
relação incorreta entre os diversos elementos constitutivos do globo ocular”.
Bardisa et al. (1981, apud Martin e Bueno, 2003) enfatiza a necessidade
dos cuidados com a visão desde a infância, ao afirmar que problemas não
identificados de forma antecipada, tem impacto direto no desenvolvimento das
atividades básicas, e reflexo no dia-a-dia, tais como “a preensão, o arrastar-se,
atirar objetos, engatinhar, falar, caminhar, etc., próprios dos primeiros estágio do
desenvolvimento” (Ibid., 2003, p. 155). Malta et. al. (2006, p. 571) afirmam que a
problemas no sistema visual “impõe restrições à capacidade de movimento livre,
seguro e confiante da criança no ambiente”.
Graziano e Leone (2005, p. 95) afirmam que “em recém-nascido
prematuro, as funções visual, motora e cognitiva, quando comparadas às de
crianças de termo em idade escolar, são prejudicadas”. De acordo com os
autores, nos primeiros anos de vida das crianças, a visão é primordial para o
desenvolvimento físico e cognitivo normal da criança. Para Hertel, R. e Hertel, S.
(2004), na idade escolar o ritmo do desenvolvimento das atividades intelectuais
e sociais é mais intenso, este fator está atrelado às capacidades psicomotoras e
visuais de cada indivíduo.

As crianças que não enxergam bem têm um rendimento escolar


medíocre, com elevados níveis de repetência, os quais acabam por
desestimular a continuidade de seus estudos. Milhões de adultos têm
sua produtividade reduzida ou até interrompida e os idosos detêm uma
queda brusca de qualidade de vida pela falta de uso de um simples par
de óculos. A nação brasileira perde muito dinheiro e talento por
questões relacionadas à visão (FILHO e ALMEIDA, 2005, p.27).

É comprovado cientificamente que, em crianças na fase escolar, com


algum problema de visão não tratado corretamente, o rendimento escolar torna-
se deficitário, o que contribui com a elevação dos níveis de baixo rendimento
escolar, podendo até ser fator de desestímulo à continuidade dos estudos. De
acordo com José (apud Hertel,R., e Hertel,S., 2004, p. 12), “85% do aprendizado
17

é obtido por meio da visão”. Finello, Hanson e Kekelis (1994) e Leal et al. (1995),
apud Remígio et al. (2006, p. 931) afirmam que “a deficiência visual em idade
precoce altera o desenvolvimento motor, da cognição e linguagem durante os
períodos sensíveis do desenvolvimento da criança”.
Toledo et. al. (2010, p. 415) afirmam que:

os distúrbios oftalmológicos constituem importante causa de limitação


na idade escolar, tendo em vista o processo de ensino-aprendizagem.
As causas mais comuns de acuidade visual reduzida em escolares são
os erros de refração (hipermetropia, astigmatismo e miopia),
estrabismo e ambliopia, sendo os erros de refração não corrigidos uma
das principais causas de deficiência visual nas crianças no Brasil. A
detecção precoce de vícios de refração possibilita sua correção ou
minimização, visando o melhor rendimento global da criança em idade
escolar.

Zapparoli, Klein e Moreira (2009, p. 783) apontam que “Donders, em 1861,


inventou o termo ‘acuidade visual’ (AV) para descrever a qualidade da visão
humana”. De acordo com Messias, Jorge e Cruz (2010, p.96), “a medida da
acuidade visual é a principal ferramenta clínica para a avaliação funcional da
visão.”
Para Regis-Aranha et al. (2017), o teste de acuidade visual destaca-se
pela praticidade na realização do procedimento, de modo a proporcionar ao
paciente mais conforto e segurança. Acuidade Visual, nas palavras de Gallahue,
Ozmun e Goodway (2013, p. 293), está relaciona a “capacidade de distinguir
detalhes em objetos. Quanto mais finos são os detalhes distinguidos, melhor é a
acuidade visual da pessoa e vice-versa.”
De acordo com Laignier, Castro e Cabral de Sá (2010, p. 114), “a medida
mais comum e utilizada para avaliar se há normalidade ou déficit da acuidade
visual central é a cartela de Snellen, [...] Tabela Optométrica de Snellen”. Esta
tabela é utilizada como uma das principais referência para medição da acuidade
visual, pode conter uma variação de letras, desenhos ou símbolos de diferentes
proporções, agrupados por linhas, em sequência decrescente, é exposta ao
paciente a determinada distância, então, ele é orientado a ler as linhas. Cada
elemento da tabela corresponde a um coeficiente, tendo o optometrista
autonomia para realizar os cálculos, embasado em seu conhecimento científico
(LAIGNIER, CASTRO e CABRAL DE SÁ, 2010).
A Optometria envolve conhecimentos relativos à Óptica, sendo assim, tem
seus fundamentos e princípios embasados nas leis da Física. Entretanto, Dome
18

(1999, pg. 7), salienta que o termo optometria diz respeito à medida da acuidade
visual, desta forma, envolve outras áreas de estudos que devem ser aprimoradas
pelo acadêmico durante sua formação profissional: anatomia, fisiologia e
distúrbios. Segundo o autor, estes fatores possibilitam a compreensão do
profissional quanto a complexidade e a fragilidade do organismo humano,
justificado pelo fato de que seus objetos de estudos estão interligados e são
dependentes entre si.

A optometria emana, portanto, da óptica, pois estuda todos os


fenômenos relacionados à física óptica, bem como todas as
implicações desta com o comportamento da luz, que produz o sentido
da visão, não deixando dúvida quanto à sua aplicação fora da medicina
(MONDADORI e CARVALHO, 2004, p. 15).

Esta ciência estuda os fenômenos relativos à refração da luz e sua


propagação, ou seja, quando a luz adentra no globo ocular, tende a sofrer
alterações de acordo com as diferentes partes do olho. Para D. e Roper (1980,
p. 13), “o EXAME GERAL do olho exige pouco mais do que boa iluminação, uma
lente de aumento (‘lupa’) e um oftalmoscópio; os princípios do exame são
evidentes”.
A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (2019, p.1) afirma que as
alterações no sistema visual, mais frequentes, estão relacionadas a defeitos de
refração. Este tipo de anomalia não permite que as imagens sejam focadas de
forma adequada na retina. A SPO corrobora com o fato de que estes casos
quando identificados “são, na grande maioria, facilmente corrigidos com óculos
ou lentes de contato”.
Uma das formas de aplicar os conhecimentos da Optometria é no intuito
de promover qualidade de vida das pessoas. Neste sentido, o papel dos
profissionais denominados Optometristas ganha importância crucial.

O estudo da óptica tem um papel importante atualmente, seja pela


natureza da luz, de riqueza conceitual fantástica com aplicações em
inúmeras tecnologias baseadas no laser (acrônimo para “amplificação
da luz por emissão estimulada da radiação”, em inglês), seja por
permitir a compreensão de importantes instrumentos de observação,
começando pelo olho humano, formado por um sistema óptico
adaptativo de alta performance, chegando a microscópios ópticos
utilizados em vários campos do conhecimento (BARROSO et al., 2017,
p. e2501).

De acordo com Silva, W.S. (2017, p.21) a etimologia da palavra


“optometria” advém da língua grega, “ópsis [visão] e metron [medida] que juntos
19

significam, literalmente, a medida da visão”. Adjunto ao termo, tem-se o


substantivo feminino óptica relacionado à ação de mensurar, medir ou aferir a
intensidade e amplitude da visão com o auxílio de equipamentos específicos.
Apresenta-se como uma “profissão da área da saúde” (DOME, 1999, p.
7), e com base nas Leis da Física, trabalha com a refração da luz através das
diferentes “camadas” do olho. Este campo de estudo é responsável pela
promoção e prevenção da saúde do sistema visual, não do ponto de vista
médico, e sim dos parâmetros de medição.
Wright e Spiegel (1999) e Snir et al. (2004), apud Graziano e Leone (2005,
p. 96), afirmam que “olho da criança recém-nascida tem aproximadamente 16
mm de diâmetro ântero-posterior (DAP) e deve atingir, na idade adulta, 23 mm”.
Os autores sintetizam o desenvolvimento do órgão em etapas ao sustentar que,
“em média, o olho atinge 20,3 mm de DAP nos primeiros 18 meses de vida, de
2 a 5 anos cresce 1,1 mm e, entre 5 e 13 anos, cresce outros 1,3 mm”.
O Conselho de Óptica e Optometria do Estado do Rio de Janeiro -
COOERJ (2017) define a profissão como livre e independente, com a justificativa
de que auxilia na saúde visual, porém, não se caracteriza como atividade
médica. O COOERJ (2017, p. 1) salienta que “a saúde não é privativa de
nenhuma profissão”, e afirma que o optometrista é apto a “resolver alterações
visuais não patológicas”. Ribeiro (2006, p.17) enfatiza que, devido a
“possibilidade de interdisciplinaridade, tal profissional executa o atendimento
visual primário o que vem, indiscutivelmente, melhorar a qualidade visual da
população”.
Para Freidson (1998 apud Freitas, 2007, p. 16) “é a combinação entre o
treinamento no conhecimento formal e o credenciamento que garante às
profissões um acesso exclusivo às suas posições no mercado de trabalho”. A
partir deste ponto de vista, o óptico-optometrista é um profissional da saúde com
formação superior, sua qualificação o induz a ministrar processos a fim de
compreender e interpretar anomalias no globo ocular embasado em seus
aspectos funcionais e comportamentais. Especialista em identificar e corrigir
alterações visuais de origem não patológicas, sua análise realizada em uma
primeira instância tem por fim diagnosticar disfunções específicas determinando
e medindo cientificamente os defeitos de refração, para posteriormente
20

compensar a deficiência visual, comumente através do uso de óculos ou lentes


de contato.
O optometrista determina cientificamente o estado refrativo dos olhos,
avalia a visão binocular, a acomodação e, obviamente, prescreve as
soluções para melhorar a capacidade visual das pessoas, quer sejam
óculos, lentes de contato ou exercícios terapêuticos em casos de
ambliopia, desvios oculares e diplopias, por exemplo ( SILVA, W.S.,
2017, p. 24).

Grosvenor (2004) aponta o optometrista como um dos responsáveis pela


atenção primária à saúde da população. Na obra, o autor expõe teorias, fórmulas
e cálculos utilizados para detectar problemas na estrutura do sistema óptico,
como na córnea, retina, no cristalino, músculos ciliares, fibras zonulares
(membrana localizada no cristalino), acuidade visual, alterações visuais não
patológicas como miopia, espasmos ciliares, pseudomiopia, hipermetropia,
astigmatismo, anisometropia, dentre outras.

O atendimento adequado aos casos de urgências oculares tem


impacto na saúde e no bem-estar dos pacientes devido ao risco
potencial de perda visual irreversível. Na maioria das vezes, em muitas
situações o prognóstico visual está relacionado à rapidez e à
efetividade do atendimento inicial (HUSSEIN, et al., 2015, p.90).

Ribeiro (2006) afirma que o optometrista não utiliza medicamentos, sua


metodologia consiste em observar o paciente e, ao detectar que a anomalia é de
origem patológica, a obrigação do profissional consiste em encaminhar o
paciente ao Oftalmologista. De acordo com a autora, o trabalho também consiste
em especificar, ou prescrever, ações e medidas corretivas não intrusivas ao
paciente, sem a utilização de drogas ou intervenções cirúrgicas.
De acordo com Grosvenor (2004), três grupos de agentes farmacológicos
podem ser ministrados pelos optometristas: anestésicos tópicos (cuja função
consiste em anestesiar a córnea para realização de exames específicos), os
midriáticos (para dilatar a pupila) e os cicloplégicos (dilata a pupila e paralisa a
musculatura dos olhos durante determinado período).
Furlan, Monreal e Escrivá (2009) recomendam que o exame refrativo
ocular seja realizado de duas maneiras: objetiva e subjetiva. Na objetiva, os
resultados devem ser obtidos através de medidas realizadas com o auxílio de
instrumentos optométricos, e, após esta etapa, a maneira subjetiva é
desenvolvida por meio da comunicação entre o profissional e o paciente.
21

A exemplo do atendimento extrusivo, Buratto e Cardoso (2005) referem-


se à fabricação e adaptação de próteses oculares. De acordo com os autores
tais técnicas podem ser utilizadas por optometristas não apenas para corrigir
problemas estéticos, mas para aprimorar os cuidados em certas estruturas
danificadas do olho, como em casos de perda do(s) órgão(s) advindos de
traumas, patologias ou tumores. Os autores salientam que os profissionais
devem ter incumbência sob os aspectos influenciadores na adaptação do
paciente, tais como a cirurgia, o implante, classe de prótese, material utilizado
na fabricação, possibilidade de modificações e assepsia para garantir a
qualidade do atendimento e possibilitar maior praticidade e aceitação para o
paciente (BURATTO e CARDOSO, 2005).

A optometria avalia todas as estruturas do globo ocular, para isso lança


mão de ciências como anatomia, fisiologia, biologia, citologia etc.,
separando, desta forma, os problemas oculares (patologias), dos
visuais (ametropias). Para solucionar os problemas visuais, utiliza-se
de todas as ciências compatíveis com seu mister, mas principalmente
da física óptica (MONDADORI e CARVALHO, 2004, p. 15).

Para Luft (2002, p. 450), Medicina está relacionada a saúde humana,


fundamenta-se como “arte e ciência de curar ou atenuar as doenças”, e a base
da Optometria, a Física (Ibidem, p. 330) aplicada ao sistema ocular, define-se
como “ciência que estuda os fenômenos naturais a fim de formular um conjunto
de leis e teorias capaz de regê-los e explica-los”.
O Sindicato Nacional dos Optometristas (2011) afirma que a “optometria
é uma ciência especializada no estudo da visão, especificamente nos cuidados
primários e secundários da saúde visual”, devendo-se enfatizar que em nenhum
momento dos exames optométricos utiliza-se equipamentos médicos, e sim, do
ramo da óptica, específicos e não invasivos ao corpo humano.

O Optometrista é um profissional preparado para examinar e avaliar a


função visual quando esta não for de ordem patológica. Ele identifica,
e prescreve soluções ópticas que irão compensar as ametropias,
porém sem utilizar qualquer técnica invasiva ao corpo humano (LINO,
2007 apud MARINHO 2014).

A instrumentação utilizada conduz à avaliação quantitativa e qualitativa do


sentido da visão com objetivo oferecer o máximo de rendimento do órgão e,
consequentemente, relativa melhoria no desenvolvimento social e qualidade de
vida da população.
22

A Optometria, como nova categoria [...], tem possibilidade de


interdisciplinaridade. Tal profissional executa o atendimento visual
primário o que vem, indiscutivelmente, melhorar a qualidade visual da
população (RIBEIRO, 2006, p.17).

De acordo com Holden (2002, apud Pincelli e Nogueira, 2006, p.7),


mundialmente, o optometrista é um dos responsáveis pela inserção comunitária,
devido ao fato de que promove o atendimento primário à saúde visual da
população. Atua de forma multidisciplinar, ou seja, em parceria com profissionais
de outras áreas, embasados em programas de saúde autossustentáveis.
Segundo Filho e Almeida (2005), outra das atribuições do optometrista
consiste em identificar alterações visuais de ordem patológica ocular ou
sistêmica, quando isto ocorre, obrigatoriamente deve encaminhar o indivíduo a
um profissional da área médica, constatando seu trabalho de prevenção. Devido
ao fato de ser uma profissão sanitária, suas ações são desenvolvidas em
parceria com outros profissionais da saúde. Tais características tornam a
categoria um dos elos fundamentais em benefício da saúde da população.

2.1 Optometria no mundo, compartilhada por cientistas e curiosos

Menendez (2008, apud Leal 2008, tradução nossa), diretor do Southern


College of Optometry no ano de 2008 (Memphis, Estados Unidos) organiza a
“Evolução da Optometria no Mundo” em três períodos: Pré-Optometria (antes do
ano 1300), começo da Optometria (entre 1300 e 1900) e Optometria moderna
(depois de 1900). Na pré-Optometria, o autor destaca o interesse do homem por
fenômenos ópticos desde os tempos remotos, e o avanço nas descobertas
relativas à refração da luz, bem como os idealizadores dos primeiros modelos de
lentes e óculos.
Para o começo da Optometria, Menendez (Ibid., 2008) apresenta o
aprimoramento dos óculos, das lentes e suas particularidades, das ferramentas
criadas a partir de teorias da refração da luz (lentes de contato, telescópios), e
as descobertas dos problemas do sistema visual, bem como suas correções. A
Optometria moderna discorre sobre o avanço da tecnologia para aperfeiçoar os
diversos tipos de lentes e suas diferentes funções.
23

Rocha (2016, p.1) afirma que “o primeiro par de lentes com graus unido
por aros de ferro e rebites surge na Alemanha em 1270”. Para Furlan, Monreal
e Escrivá (2009, tradução nossa), alguns dos defeitos da visão, como a miopia
e a presbiopia, já eram conhecidos na antiguidade, e hoje em dia são
denominados genericamente ametropias. Porém, somente no século XIV foi
descoberto que estes defeitos poderiam ser compensados com lentes.
Em 1508 Leonardo da Vinci foi o primeiro a descrever um dispositivo
semelhante a lente de contato que conhecemos hoje, seu intuito era corrigir a
superfície irregular do olho (SANCHEZ FERREIRO, MUNOZ BELLIDO, 2012).
De acordo com Filho e Almeida (2005), mundialmente, a primeira
instituição voltada à formação de optometristas surgiu no século XIII nos Estados
Unidos da América, com o nome de Associação Profissional de Optometristas,
que serviu de base para posteriormente, em 1888, ser criada a Associação
Americana de Optometria.
Segundo Giovedi Filho (2001, p.485), no ano de 1963, o químico Otto
Wichtterle “apresentou as primeiras lentes hidrofílicas (gelatinosas), o que
aumentou consideravelmente o número de usuários de lentes de contato em
todo o mundo, devido principalmente ao seu conforto e facilidade de adaptação”.
Silva, W.S. (2017) afirma que, no século XIX, a optometria dissipava-se
por meio de grupos de estudos entre os praticantes da ciência na época. Os que
tinham conhecimento e atuavam na área, recebiam informações fidedignas
advindas das indústrias. Por ainda não haver formações específicas na área,
qualquer pessoa poderia aplicar as técnicas, pois não existiam padrões
previamente especificados para a prática. Desta forma, havia os que se
dedicavam veementemente à ciência e seus benefícios para a saúde,
conhecidos como ópticos refracionistas ou oculistas, bem como os que se
aproveitavam da população desinformada, na época, denominados ‘oculistas
itinerantes’.
De acordo com Silva, W.S. (Ibidem, 2017) os ‘oculistas itinerantes’ mais
preocupados em fornecer qualidade eram munidos de kit para testes do sistema
visual, acompanhados de itens para os pacientes testarem lentes e armações,
com o propósito da venda de óculos. Estes praticantes da optometria também
possuíam outros equipamentos para auxiliar a determinar a correção visual dos
pacientes. Os que prestavam o serviço de forma precária, levavam consigo
24

variedades de óculos montados sem embasamentos específicos a cada usuário,


ou seja, as pessoas escolhiam de acordo com sua própria vontade.
Aguilar e Mateos (1994, p.3, tradução nossa) afirmam que o surgimento
de instrumentos ópticos é de rápida difusão e popularidade, possibilitando a
criação de novos modelos mais precisos, objetivando coadunar melhores
resultados.
Leal (2008, p.10, tradução nossa) sintetiza que a história da optometria
passou por “processos de trocas e evolução, devido à preocupação com a saúde
visual, que vem aumentando no decorrer dos anos”.

Surgida nos primórdios da humanidade, mais precisamente no antigo


Egito, com a descoberta do vidro, os primeiros sinais da Optometria
começam a sair da crisálida da evolução do vidro para a lente, não
parando até os dias atuais (FILHO e ALMEIDA, 2005, p. 5).

Benazzi (2018) afirma que organizações espalhadas pelo mundo apoiam


as práticas optométricas em benefício da população como um todo. A Volunter
Optometric Services to Humanity (VOSH, organização não governamental com
sede nos Estados Unidos) possui foco na atenção primária referente à saúde
visual, no intuito de viabilizar este tipo de atendimento às pulações mais
carentes, em nível mundial. A Organização Mundial da Saúde (OMS), o
Conselho Mundial de Optometria (WCO) e a Agência Internacional de Prevenção
à Cegueira (IAPB) são alguns dos exemplos que defendem a categoria dos
optometristas.
Escobar (2012, p. 47) defende que:
[...] existem mais de 180 países no mundo que contam com o
Optometrista e com cursos de formação tecnológica e bacharelado, e
organizações mundiais como a IAPB e a OMS que trabalham para que
mais países contem com a Optometria como uma ferramenta na luta
contra a cegueira. [...]

Atualmente, a Optometria é uma profissão completamente difundida e


respeitada no mundo inteiro, livre, sanitária, não médica, independente na
assistência visual primária e que estuda o complexo sistema visual afim de obter
máxima eficácia da visão. De acordo com a Associação de Profissionais
Licenciados de Optometria (2018), o organismo regulador da categoria, a nível
mundial, é o Conselho Mundial de Optometria. Este, por sua vez, dedica-se à
divulgação e ao desenvolvimento das práticas optométricas ao redor do mundo.
Para os 50 países integrantes do conselho, esta ferramenta é vital, pois auxilia
25

na troca de informações entre os projetos e serviços realizados entre os


membros, amparados por uma gestão de saúde eficiente.
Segundo o Sindicato Nacional dos Optometristas (2011), alguns dos
países que aderem à Optometria são: Estados Unidos; Canadá; México; Cuba;
Panamá; Colômbia; Inglaterra; Alemanha; Itália; Portugal; Costa Rica; Espanha;
Rússia; Japão; China; Índia; África do Sul; Israel; Líbano; Nova Zelândia; dentre
outros.
Há séculos estes profissionais da saúde prestam serviços de cuidados
primários de alta qualidade, de forma menos restritiva e a um custo
consideravelmente mais baixo do que usar habilidades profissionais restritas aos
médicos.

2.2 Optometria no Brasil e suas aplicabilidades contemporâneas

Segundo Filho e Almeida (2005), a história da colonização do Brasil


aponta que os portugueses trouxeram consigo lentes corretoras quando aqui
desembarcaram pela primeira vez. Os autores afirmam que no ano de 1808
ocorreu a “abertura formal dos portos brasileiros às nações amigas” (ibid., 2005,
p. 9), fato histórico que colaborou com a importação dos itens ópticos advindos
da Europa, para serem manufaturados em solo brasileiro (FILHO e ALMEIDA
2005).
De acordo com Silva, W.S. (2017, p. 18):

Há registros de que no Brasil a optometria chegou em meados do


século XIX, sendo que na legislação brasileira ela marca presença
como profissão desde a década de 1930. Entretanto, sua atuação e
difusão, ainda limitadas por diversos fatores, têm contribuído para que
grande parte da população conheça muito pouco sobre ela.

Murcia (2017) aponta que, no Brasil, a instituição precursora dos


ensinamentos relativos à ciência supracitada neste trabalho, chama-se
Universidade do Contestado, localizada na cidade de Canoinhas-SC. Após a
UNC, outras instituições passaram a ofertar o Curso de Optometria a nível
superior, tal qual: Universidade Luterana do Brasil (Rio Grande do Sul),
Universidade Brás Cubas (São Paulo), Faculdade Ratio (Ceará) e Faculdade de
Saúde de Paulista (Pernambuco). A nível técnico são 6 instituições: Filadélfia
26

(diversos estados), OWP (São Paulo), IPS (Rio de Janeiro), Colégio Nacional
(Gioânia), CIEP (Bahia) e IOPE (Pernambuco) (MURCIA, 2017).
A UNC é autorizada a ofertar o Curso de Bacharelado em Optometria
mediante publicação no Diário Oficial de Santa Catarina de nº 17.320, de
22.01.2004, processo no Conselho Estadual de Educação nº 408/034, Parecer
nº 358 de 09.12.2003 (FILHO e ALMEIDA, 2005).
Como forma de aplicabilidade prática do curso em questão, os
acadêmicos realizam atendimentos gratuitos à população municipal e seus
vizinhos, na Clínica Universitária de Saúde Visual (localizada a poucos metros
da UNC). De acordo com Pamplona e Freitas (2006), a partir de fevereiro de
2004 iniciaram os atendimentos à população, e desde o ano de 2006 a clínica
conta com um Banco de Óculos, onde são distribuídos gratuitamente óculos para
os mais necessitados. Essa ideia surgiu após percepção – por parte dos
acadêmicos – da fragilidade das pessoas mais carentes, em que após o
atendimento, algumas pessoas não possuíam condições financeiras para
aquisição de óculos, causando agravamento na condição de sua saúde visual.
Pamplona e Freitas (ibid., 2006) apontam que durante a elaboração e
instalação do projeto Banco de Óculos, foram confeccionadas propagandas no
intuito de divulgar a ação e incentivar a população quanto à doação de itens,
sendo que em outubro do mesmo ano, as doações somavam a quantia de 998
peças. De fevereiro de 2004 a setembro de 2006, foram atendidos, em média,
7.300 pacientes por aproximadamente 220 acadêmicos da UNC. Na época em
questão, o município contava com 52.871 habitantes.
Buratto e Cardoso (2005, p. 10) afirmam que, entre os anos de 2004 e
2006, a Clínica de Saúde Visual da UNC “atendeu em média 7.300 pessoas,
englobando toda a região de Canoinhas e municípios vizinhos, visando apenas
o melhoramento da saúde visual de seus pacientes”. Atualmente, entre 2016 e
2018, o Banco de Óculos da Clínica Universitária Saúde Visual promoveu 227
doações de armações à população, sendo beneficiadas crianças, jovens, adultos
e idosos (CATAFESTA, 2019).
De acordo com Buratto e Cardoso (2005), na Clínica Universitária de
Saúde Visual da UNC, quando o paciente é diagnosticado com algum problema
visual passível de correção, obrigatoriamente o caso é registrado na instituição.
Com base nos dados do paciente, se comprovada sua condição de
27

vulnerabilidade social, ele pode solicitar ao banco de óculos e formalizar seu


pedido de doação.
Freitas (2007, p. 24), sustenta que “desde os tempos mais remotos na
história das civilizações o trabalho é uma atividade central para garantir a
sobrevivência de homens e mulheres e para a organização e o funcionamento
das sociedades”.
A Presidência da República do Brasil, através do artigo 5º da Constituição
Federal de 1988 em seu inciso XIII, declara que “é livre o exercício de qualquer
trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
estabelecer” (BRASIL, 1988).
Fux (2008 apud Cunha Filho, 2012, p. 1) relembra um dos princípios
constitucionais ao ressaltar que:

A valorização do trabalho humano e a liberdade profissional são


princípios constitucionais que, por si sós, à mingua de regulação
complementar, e à luz da exegese pós-positivista admitem o exercício
de qualquer atividade laborativa lícita.

Filho e Almeida (2005) afirmam que diversas entidades reconhecem a


atividade do optometrista, tais como: Lions, Rotary Club, Prefeituras, Marinha,
etc.). Em parceria com os Conselhos Regionais visam promover e divulgar a
profissão, no intuito de garantir aos menos favorecidos condições para uma
melhor qualidade de vida.
O Conselho Regional de Óptica, Optometria e Contatologia do Estado de
Santa Catarina (CROO-SC, 2017, p.1) define Ópticos e Optometristas da
seguinte forma:

Óptico é um profissional de nível médio, habilitado através de diversos


Centros de Formação Técnica, que tem por objetivo a qualificação para
a fabricação, manuseio, surfaçagem, montagem, distribuição e
aviamento das prescrições de lentes de contato e sua adaptação bem
como das lentes oftálmicas. O Optometrista é o profissional não médico
especialista da visão e habilitado especificamente para o exercício da
Optometria plena ou para qualquer uma das suas especialidades, com
autonomia e responsabilidade.

Madeiro (2016, p.1), presidente em exercício da Comissão de Saúde da


OAB do Ceará, no ano de 2016, declarou que “[...] o profissional optometrista
não substitui o oftalmologista, já que ele não pode diagnosticar e tratar um
paciente”. Em contrapartida, o Instituto THEA (2018, p. 1) afirma que estes
profissionais são aptos a trabalhar com pacientes de qualquer faixa etária, e com
28

outros tipos de dificuldades ou alterações causadas a partir do sistema visual,


incluindo problemas de: desenvolvimento, aprendizagem, binoculares,
ambliopia, estrabismos e problemas visuais derivados de lesões cerebrais.

A optometria como profissão está prevista no decreto 20.931/32, mas


paradoxalmente, é de formação nova, e matéria de discórdia por atingir
um nicho de mercado até então era exercido exclusivamente por
médicos com especialização em oftalmologia (CARVALHO, 2009, p.
26).

Devido ao fato de que a profissão ainda não é regulamentada, prefeitos


não podem contratar esses profissionais para o atendimento básico, pois
caracteriza-se como ilegalidade. Sendo assim, não existe forma legal de
contratar este profissional pelo poder público (PEREIRA, 2016, p. 1).

É da competência do optometrista determinar cientificamente o estado


refrativo dos olhos, avaliar a visão binocular, a acomodação e,
obviamente, prescrever as soluções para melhorar a capacidade
visual, quer sejam óculos, lentes de contato ou exercícios terapêuticos
em casos de ambliopia, desvios oculares e diplopias, bem como
orientar normas de higiene e ergonomia visual. Em sua rotina, o
optometrista busca oferecer ao indivíduo o máximo de rendimento
visual com a menor fadiga, por métodos objetivos e subjetivos (SALES,
2017).

Um exemplo de ação destes profissionais pode ser citado em relação a


ofertar atendimento à saúde visual de crianças em idade pré-escolar –
especialmente no seu aspecto primário – por meio de programas, promovendo
correções de problemas refrativos e detecção de outros males que acometem o
sistema visual. Dantas, Pagliuca e Almeida (2008) enfatizam esta etapa e
afirmam que, nesta faixa etária, é comum identificar crianças com algum tipo de
disfunção no sistema visual, fato que tende a influenciar diretamente no
desenvolvimento e estilo de vida.

O comprometimento da saúde ocular representa um importante inibidor


do desenvolvimento da criança, com potencial para cursar com
sequelas na vida adulta. Quanto mais tardia a detecção dos distúrbios
visuais na infância, mais graves as sequelas. Dessa forma, ações
preventivas ou de diagnóstico e recuperação precoces das afecções
visuais na infância, representam grande impacto na área da saúde
coletiva (BRETAS; CORDEIRO, 2010, p.18).

Outra especialidade da área denomina-se Optometria Comportamental.


Também conhecida como Neuro-optometria, em que o profissional se dedica à
análise e melhora do sistema visual como um todo, ou seja, além dos problemas
29

refrativos, também possui cabedal científico para decompor o sistema visual em


relação ao cérebro e inerente ao o corpo.
Como a própria nomenclatura revela, este nicho de mercado desenvolve-
se embasado no pressuposto de que a visão influencia diretamente na
personalidade e no comportamento do indivíduo, impactando diretamente no
desenvolvimento do cidadão diante à sociedade. É comprovado cientificamente
que problemas visuais interferem no rendimento pessoal, profissional,
acadêmico e nos esportes.

O Optometrista Comportamental trabalha com pacientes de todas as


idades e com diferentes tipos de dificuldades, incluindo problemas de
desenvolvimento e de aprendizagem relacionados com a visão,
problemas binoculares, ambliopia, estrabismos e problemas visuais
derivados de lesões cerebrais. Utiliza uma ampla variedade de técnicas
terapêuticas, entre as quais se encontram a Terapia Visual, a Terapia
de Movimentos Rítmicos, a integração dos reflexos primitivos, lentes
de rendimento e lentes de contato (ANDRADE, 2017).

A Optometria Comportamental aplica-se além do olho, é voltada ao


paciente em que o problema não está na imagem, mas sim, na constituição da
mesma no cérebro, e/ou os olhos não trabalham em conjunto adequadamente.
Além de impacto direto na vida da pessoa, disfunções no sistema visual podem
influenciar para desenvolvimento de outros transtornos.
De acordo com Murcia (2017), a troca de informações entre os
mecanismos neurológicos e fisiológicos do corpo humano, “faz com que se
enxergue não somente com os olhos mas, também, com o cérebro. Kandel et al.
(2000, apud Trotta 2008, p. 2) interpretam a complexidade no processo para
formar a visão ao afirmar que:

As imagens do lado direito do campo visual dos dois olhos projetam-se


no córtex visual do hemisfério esquerdo enquanto que as imagens do
lado esquerdo do campo visual dos dois olhos projetam-se no
hemisfério direito (KANDEL et al, 2000).

Mondadori (2003) afirma que, se a visão consiste em um aprendizado


contínuo, esta capacidade pode ser melhorada através de intervenções externas
ao organismo, de forma a melhorar o desempenho com foco na função visual, e
não no órgão visual.
30

2.3 Optometria X Oftalmologia, ciências distintas com um mesmo propósito

Semelhanças entre as áreas de estudo e atuação, e a ignorância relativa


ao assunto, acabam por ampliar as discriminações enfrentadas pelos
optometristas, desta forma, culminam com investidas do Ministério Público e o
descaso das Vigilâncias Sanitárias. Também há a colaboração das demais
autoridades que, por desconhecerem a profissão, acabam por interferir na
inclusão social da população menos favorecida.

Quando uma pessoa não consegue ler e lhe é fornecido um par de


óculos, o problema de leitura é resolvido, não clínica ou cirurgicamente,
mas sim através da óptica e da optometria. A optometria avalia todas
as estruturas do globo ocular, para isso lança mão de ciências como
anatomia, fisiologia, biologia, citologia etc., separando, desta forma, os
problemas oculares (patologias), dos visuais (ametropias). Para
solucionar os problemas visuais, utiliza-se de todas as ciências
compatíveis com seu mister, mas principalmente da física óptica
(MONDADORI e CARVALHO, 2004, p. 15)

Geralmente, o Estado leva em torno de 6 anos para qualificar um médico


oftalmologista (sem contar as especializações), um optometrista pode concluir
sua formação superior em 5 anos (MALDONADO, 2016, p. 1).
Nos primórdios do ensino de oftalmologia no século passado, e até talvez
nas primeiras décadas deste século, os serviços especializados da área eram
realizados nas Faculdades de Medicina de forma artesanal, onde o médico
recém-formado ou não, frequentava a clínicas oftalmológicas durante certo
tempo. As técnicas desenvolvidas eram inicialmente ambulatoriais e, com o
passar do tempo, o médico passava a ajudar em cirurgias cada vez mais
complexas para posteriormente ser guiado por outrem mais experiente (PORTAL
EDUCAÇÃO, 2013).
A Optometria é uma ciência nova no Brasil e ainda carente de dados
estatísticos e epidemiológicos sobre a sua área de atuação. O
profissional que ingressa no mercado de atendimento visual precisa ter
conhecimento da população que irá atender, tanto para cumprir com o
seu papel de profissional no atendimento visual como também
promover o desenvolvimento social da comunidade que esteja inserido
(PINCELLI e NOGUEIRA, 2006, p. 7).

A Optometria caracteriza-se como um comportamento profissional para


resolver problemas de pacientes com algum tipo de anomalia no sistema visual.
Partindo do pressuposto das habilidades profissionais, do conhecimento das
ciências relacionadas à óptica, anatomia e matemática. O rápido
31

desenvolvimento de técnicas profissionais relativas à área converge à ampliação


da preocupação com o paciente, sobretudo relativo à qualidade do exame visual.
“A visão abrange um largo aglomerado de funções e mecanismos neurológicos
e fisiológicos que são muito mais do que simplesmente a acuidade visual
(MURCIA, 2017, p. 21).
Filho e Almeida (2005), afirmam que, nos países que optam pela prática
da Optometria, nota-se uma distribuição mais efetiva dos profissionais de forma
capilar, facilitando o atendimento à população, principalmente aos que mais
necessitam; ou seja; os menos favorecidos. Ao exercer a atividade laborativa de
forma lícita, os profissionais contam com qualificação específica, bem como
atuam em harmonia com outros profissionais sanitários e médicos
O optometrista também é responsável pela orientação técnica e estética
ao usuário de óculos e lentes de contato, proporciona às pessoas com algum
tipo de problema visual viver de forma mais digna. Como alternativa mais eficaz
e menos onerosa, à exemplo das crianças em idade escolar, são vitais os
cuidados primários com a visão para garantir rendimento escolar satisfatório.
A reciprocidade do atendimento prestado pelo optometrista ao cliente
torna-se fator psicológico no decorrer de sua função, pois ele contempla a
satisfação por seu ofício bem executado, fator que garante melhoria na qualidade
de vida das pessoas.
Buratto e Cardoso (2005, p. 10) afirmam que “as despesas relacionadas
com problemas visuais são imensas, nos países em desenvolvimento um exame
oftalmológico pode custar o equivalente a um mês de salário”. De acordo com
Regis-Aranha et al. (2017, p. 2), no Brasil, “o custeio da Oftalmologia pelo SUS
representa o terceiro maior orçamento por especialidade, sendo ultrapassado
apenas pelo custeio da cardiologia e oncologia.”
Para a maioria das especialidades, o propósito inicial de se pagar por uma
consulta médica especializada consiste em prevenir doenças e certificar-se que
esteja gozando de boa saúde. Bicas e Gonçalves (2004, p. 854) observam que:

Um médico poderia, eventualmente, optar por não usar drogas em


seus exames ou tratamentos, mas o oposto é vedado a paramédicos.
Um psicólogo não tem permissão para prescrever psicotrópicos, nem
um fisioterapeuta está autorizado a medicar alguém para fazer-lhe
diagnóstico de miastenia grave. Assim, também, um óptico, por mais
bem informado que fosse em questões de refração ocular, não poderia
realizar suas medidas do modo como elas devam ser perfeitas.
32

A aplicação da Optometria, e realização de pesquisas relativas a esta


ciência, estão relacionadas com os aspectos da qualidade visual. Neste sentido,
um optometrista, ao descobrir uma queixa visual que requeira tratamento médico
ou cirúrgico, obrigatoriamente deve encaminhar o paciente para um médico
clínico geral, ou a um oftalmologista.

O oftalmologista lida com o globo ocular e seus anexos, agindo


também de forma preventiva, como o optometrista, porém podendo
este tratar terapeuticamente, através de cirurgias e/ou medicamentos.
A atividade destes dois profissionais, OFTALMOLOGISTA e
OPTOMETRISTA em conjunto, beneficiam a toda a população (FILHO
e ALMEIDA, 2005, p. 28).

Menendez (2008, apud Leal, 2008) afirma que oftalmologistas e


optometristas utilizam, desde 1862, a ferramenta criada por Hermann Snellen, o
Optotipo (também conhecido como Tabela Optométrica de Snellen).

Nas unidades básicas de saúde do município de Joinville, Santa


Catarina, é realizado o exame. O usuário passa por consulta com os
profissionais da unidade e o mesmo solicita o teste de Snellen. É
agendado conforme rotina e demanda, os exames retornam para uma
pasta da médica que solicitou e os alterados são encaminhados para
consultas com oftalmologista. As escolas quando sinalizam alteração
visual das crianças solicitam consulta com a pediatra da unidade e a
mesma solicita o exame que entra na rotina (SCHIOCHET, 2019).

A seguir, são apresentados alguns dos modelos de optotipos utilizados


por oftalmologistas e optometristas:
33

Figura 1 - Optotipo letras

Fonte: Kelley (2016, p. 1).

Figura 2 - Tabela “E”.

Fonte: MORÁS et al. (2011, p. 1).


34

Na realização do exame por meio da Tabela E, " se pede à pessoa que


indique para que lado a letra está” (MORÁS et al., 2011, p. 1).

Figura 3 - Optotipo de Pigassou, utilizado em crianças a partir de 2 anos, devido à temática de


simples compreensão.

Fonte: Clínica Oftalmológica Dyto (2019, p. 1).

O exame de acuidade visual pode ser realizado por oftalmologistas ou


optometristas em crianças, partindo do pressuposto de que “aproximadamente
aos quatro anos de idade, uma criança já pode ser submetida a uma avaliação
de optotipos com imagens de objetos, números ou sinais reconhecidos
verbalmente” (CANSIAN JR. e GHENO JR., 2004, p.13).
Além do teste de acuidade visual, outros procedimentos ofertados por
oftalmologistas em seus consultórios, podem ser realizados por optometristas,
tais como:
Mapeamento da retina - exame detalhado do fundo do olho (vasos, nervo
óptico, retina central e periférica). Para o exame é utilizado um aparelho
denominado Oftalmoscópio Indireto, e uma lente específica para o procedimento
(convergente de aumento). O oftalmoscópio emite uma forte luz, e com o auxílio
da lente, o profissional consegue visualizar as estruturas internas do olho. É um
“exame fundamental para análise de alterações oculares” (LUZ, 2015, p. 1).
35

Paquimetria - por meio de aparelho de ultrassom, utiliza-se para medir a


espessura da córnea. “É um exame indolor, de rápida execução e não altera a
visão. Utilizado em casos de [...] doenças que podem ocasionar alteração na
espessura corneana” (INSTITUTO DE OFTALMOLOGIA DO RIO DE JANEIRO,
2019, p. 1).
Teste de Ishihara - de acordo com Vilar (2019, p. 1) especificamente
utilizado em pacientes com diagnóstico de daltonismo, neste, são utilizados
cartões coloridos contendo “vários círculos feitos de cores ligeiramente
diferentes das cores daqueles situados nas proximidades”, no centro dos
cartões, alguns círculos agrupados podem conter números visíveis somente por
pessoas com visão considerada normal. “O número de acertos pode variar
conforme o grau e o tipo de daltonismo” (Ibid., 2019, p.1).

2.4 Disfunções no sistema visual e suas características

“Certos problemas oftalmológicos se não descobertos e tratados


precocemente, como por exemplo a ambliopia e o estrabismo, podem ser causa
de problemas permanentes e irreversíveis” (JOSE e TEMPORINI, 1980, p. 206).
Laignier, Castro e Cabral de Sá (2010, p. 119) consideram “a deficiência visual
como um agente que interfere de maneira significativa no processo de
aprendizagem e no desenvolvimento psicossocial das crianças.
De acordo com o Decreto Nº 5.296 de 2 de dezembro de 2004, artigo 5º,
parágrafo 1º, inciso I:

Deficiência visual: cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor


que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão,
que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a
melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do
campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a
ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores
(BRASIL, 2004).

Segundo Batista e Enumo (2000, apud Cunha e Enumo, 2003, p. 36), a


deficiência visual pode ser classificada em níveis, sendo estes definidos por meio
de testes, tais como acuidade visual, “campo visual (amplitude de estímulos que
a pessoa tem condições de perceber), da visão de cores, além de outros
aspectos”.
36

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2016, p. 43), por


meio da Pesquisa Nacional de Saúde 2013, afirma que a baixa visão diz respeito
ao “comprometimento do funcionamento visual dos olhos, mesmo após
tratamento ou correção. As pessoas com baixa visão podem ler textos impressos
ampliados ou com uso de recursos óticos especiais. “A baixa visão coloca o
indivíduo em um tipo de área cinzenta, entre a visão normal e a cegueira
completa” (MATOS, M.; MATOS, C. e OLIVEIRA, 2010, p. 362).
De acordo com Regis-Aranha et al. (2017, p. 2), o último censo realizado
no Brasil, pelo IBGE no ano de 2010, aponta que “23,9% da população brasileira
possui algum tipo de deficiência visual, auditiva ou motora. Constatou, ainda,
que 5,3% das crianças entre 0 e 14 anos apresentam deficiência visual.”

O desenvolvimento motor e a capacidade de comunicação são


prejudicados na criança com deficiência visual porque gestos e
condutas sociais são aprendidos pelo feedback visual. O diagnóstico
precoce de doenças, um tratamento efetivo e um programa de
estimulação visual precoce permitem que a criança possa ter uma
integração maior com seu meio (GRAZIANO e LEONE, 2005, p. 95).

Gallahue, Ozmun e Goodway (2013, p. 297) afirmam que “crianças


pequenas precisam formar uma base ampla de experiências motoras para que
o aprendizado superior desenvolva-se de modo adequado”. Segundo os autores,
o estímulo das atividades motoras na infância, quanto mais cedo possível, é
fundamental para o desenvolvimento motor, e perceptivo-motor. Colus (2019,
p.1) declara que os processo de desenvolvimento nos primeiros anos de vida
ocorrem por meio de “competências, tais como a construção de relações
afetivas, manifestações emocionais, aquisição da linguagem e recursos
comunicativos, significação e interação”.

As crianças que não podem ver as outras brincando ou aquelas que


são privadas disto tendem a se isolarem, ficarem à margem e
prejudicarem acentuadamente o seu desenvolvimento. O manipular
brinquedos, irá colaborar de maneira riquíssima para o aprendizado de
conceitos como forma, tamanho, organização espaço temporal,
esquema corporal, causalidade e pensamento lógico-matemático. Para
a criança que não possui o sentido da visão, esses conceitos só serão
adquiridos através de objetos concretos e manipuláveis, adaptados
para seu uso (SOUZA, PASSOS e SANTOS, 2013, p. 1869).

Mauerberg-deCastro et al. (2004) sustentam que a deficiência visual afeta


consideravelmente a função de orientação do cérebro. De acordo com os
autores, adultos com problemas visuais não corrigidos na infância, não
37

apresentam dificuldades em definir o ambiente ao seu redor. Todavia, o senso


de direção tende a acarretar alterações devido ao longo prazo sem o auxílio
correto. “Particularmente, a falta da visão tem um impacto grave na navegação
em ambientes complexos e com rotas irregulares” (MAUERBERG-DECASTRO
et al., 2004, p. 201).
Finello, Hanson e Kekelis (1994) e Leal et al. (1995), apud Remígio et al.
(2006, p. 931) afirmam que

A visão é para o ser humano, o sentido mais importante,


proporcionando a interação com o ambiente, portanto sua ausência ou
diminuição pode causar uma série de dificuldades que se iniciam em
muitos casos quando do nascimento ou mesmo numa fase mais adulta.

“No mundo de hoje é inevitável que a visão seja o sentido predominante.


Computadores, aparelhos de televisão, DVD, revistas, entre outros meios de
comunicação, são todos baseados no sentido visual” (ALVES, TELES e
PEREIRA, 2011, p. 10).
De acordo com Freitas Júnior e Barela (2006), a informação visual
influencia no funcionamento do sistema de controle postural do corpo humano
desde o nascimento. Biologicamente, as trocas de informações entre os
sistemas sensoriais e o sistema motor tendem a sofrer os reflexos da idade
avançada, podendo causar transtornos principalmente em idosos, como no caso
de um tombo acidental, este pode evoluir para um agravo no quadro clínico.
Com o passar dos anos, o sistema visual passa por alterações biológicas,
que causam diminuição da acuidade visual, do campo visual, mudanças na
acomodação dos olhos quando da troca de ambiente claro para o escuro, e
“aumento de limiar de percepção luminosa” (Gazzola et al., 2005, p. 41).
Messias, Jorge e Cruz (2010, p. 96) afirmam que o termo limiar é utilizado
cientificamente “para denotar a menor quantidade de estímulo capaz de gerar
uma resposta. No caso da acuidade visual, o limiar é o menor ângulo que permite
a discriminação de dois pontos como separados”.
“A deficiência visual afeta a função física e cognitiva a partir de uma certa
idade e levantamentos apontam que cerca de 65% dos adultos com 50 anos ou
mais têm problemas de visão” (O SUL, 2019, p. 1). De acordo com Centurion
(2019, apud O ESTADO, 2019, p. 1) “quando a visão dos idosos diminui
38

drasticamente, sua participação em atividades físicas e mentais também


diminui”.
Vieira e Leão (2018, p. 71) enfatizam a importância da participação da
família nos cuidados da saúde visual do idoso ao propor a necessidade de ações
de mudanças e transformações na rotina diária.

É importante a busca por recursos de cuidados à saúde do idoso com


deficiência visual, para que desfrute de seus desejos, vontades e
escolhas, e que seu núcleo familiar tenha acesso também a assistência
para um desenvolvimento saudável de todos (VIEIRA e LEÃO, 2018,
p. 71).

Segundo Medina et al. (1993, p. 276), os serviços de assistência à saúde


ocular devem priorizar atendimento aos idosos “devido à grande prevalência de
baixa visual e cegueira por doenças oculares preveníveis e tratáveis na maioria
dos casos”.

2.5 Medicina no Brasil e a Lei do Ato Médico

De acordo com Rezende (2009), a efetiva presença de médicos no Brasil


teve início a partir do século XIX, durante o período colonial. Os que aqui
aportavam eram inicialmente denominados de físicos e, de acordo com o autor,
a maioria era constituída de judeus fugindo da Inquisição. Também eram
conhecidos como cristãos-novos (recém-convertidos). Inicialmente, em sua
maioria destacavam-se os cirurgiões. Devido a um fato fundamental na evolução
humana, a curiosidade, alguns dos habitantes do local absorveram técnicas
utilizadas pelos profissionais e começaram a reproduzi-las, sendo denominados
de cirurgiões-barbeiros.
Apesar de condições precárias e totalmente despreparados, cidadãos
eram designados a aprendizagem e, após determinado tempo, eram avaliados
e recebiam documento habilitando-os na profissão. As práticas realizadas
consistiam no cuidado de fraturas, luxações, feridas, sangria, aplicação de
métodos envolvendo sanguessugas e extração de dentes. A manipulação de
remédios era baseada em receitas manuscritas advindas de coleções e, quando
não havia médico, o boticário encarregava-se a respeito da medicação
39

(REZENDE, 2009). Tal prática ainda pode ser encontrada nos dias de hoje em
algumas regiões de nosso país, caracterizada como uma cultura popular.

Pelo punho de diversos médicos do século vinte, empenhados em


recontar a história do que passou a ser denominado como “ciência
médica”, repetiu-se a notícia de que antes da emergência da clínica e
do ensino especializado, nessas terras só era possível tratar os males
do corpo pela ação de curandeiros e práticos de parcos conhecimentos
(VIOTTI, 2012).

Campos (2006 apud Mota e Schraiber,2009, p. 10) afirma que estudos


voltados à medicina, no país, não eram tidos como rotineiros até o início do
século XX e, a respeito parte interessada “com os assuntos relativos à medicina
e à saúde pública, mesmo sendo bastante numerosa, ‘tem concentrado sua
atenção especialmente no período 1870-1930’, resultando em poucos ‘trabalhos
que se aventuraram pelo período colonial’ [...]”.

Esta situação só começou a se modificar com a vinda de D. João VI


para o Brasil, quando foram criadas, em 1808, as duas escolas médico-
cirúrgicas, uma na Bahia e outra no Rio de Janeiro. Na realidade,
somente a partir de 1832, quando as duas escolas foram
transformadas em faculdades de medicina, começaram a formar
médicos brasileiros, os quais, aos poucos, foram assumindo o
exercício da medicina em concorrência com os cirurgiões-barbeiros e
os curandeiros (REZENDE, 2009, p. 116).

Em 11 de janeiro de 1932 foi consolidado o Decreto nº 20.931 (BRASIL,


1932), este por sua vez norteia o exercício das seguintes profissões: medicina,
odontologia, medicina veterinária, farmacêutico, parteira e enfermeira no Brasil,
também estabelece penas aos transgressores. Tais diretrizes são reconhecidas
e aplicadas até a atualidade, podendo ser consideradas como a maior mudança
na profissão desde então. Partindo deste pressuposto, o ato médico foi definido
como o conjunto de atividades relativas ao diagnóstico, tratamento,
encaminhamento de pacientes, prevenção de agravos, perícia e direção de
equipes médicas.
Por meio do Decreto-lei nº 7.955, de 13 de setembro de 1945, foram
criados os Conselhos de Medicina, porém, em de 30 de setembro de 1957, este
decreto foi revogado pela Lei 3.268, onde foi criado o Conselho Federal de
Medicina com o propósito de ser o órgão encarregado das atribuições
constitucionais de fiscalização e normatização do exercício da medicina
(BRASIL, 1945). No ano seguinte, em 19 de julho, foi oficializado o Decreto
40

44.045, o qual aprova o Regulamento do Conselho Federal e Conselhos


regionais de Medicina referidos a lei anteriormente citada (BRASIL, 1958).
Em 23 de outubro de 2001, o Conselho Federal de Medicina (2001)
estabelece a Resolução CFM 1.627 e resolve em seu “Artigo 1 º - Definir o ato
profissional de médico como todo procedimento técnico-profissional praticado
por médico legalmente habilitado e dirigido”. Anexo a esta resolução, encontra-
se a exposição de motivos, onde está registrado que o ato profissional arremete
a uma ação, procedimento ou atividade devidamente reconhecida e
regulamentada pela legislação vigente, indo de encontro ao art. 5 º, inciso XIII,
da Constituição Federal de 1988.

Ato médico ou ato profissional de médico (grifo do autor), que


também pode ser denominado procedimento médico ou procedimento
técnico específico de profissional da Medicina, é a ação ou o
procedimento profissional praticado por um médico com os objetivos
gerais de prestar assistência médica, investigar as enfermidades ou a
condição de enfermo ou ensinar disciplinas médicas. Como prática
clínica, é sempre exercido em favor de paciente que lhe solicitou ajuda
ou está evidente que dela necessita, mediante contrato implícito ou
explícito, utilizando os recursos disponíveis nos limites da previsão
legal, da codificação ética, da possibilidade técnico-científica, da
moralidade da cultura e da vontade do paciente. Essa ação ou
procedimento deve estar voltada para o incremento do bem-estar das
pessoas, a profilaxia ou o diagnóstico de enfermidades, a terapêutica
ou a reabilitação de enfermos (CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA,
2001, p. 1).

Prette e Nascimento (2010) enfatizam que, no ano de 2002, o Conselho


Federal de Medicina apresentou o Projeto de Lei do Senado nº 25 (PLS 25/2002),
sob justificativa de que a categoria necessita “regulamentar o exercício de suas
práticas profissionais, utilizando o argumento histórico de que há dois mil anos
não existia um rol de profissões ligadas à saúde, ficando todo diagnóstico e
prevenção sob controle dos médicos.”
O propósito do CFM, segundo os autores, foi de regulamentar os atos
destes profissionais e enaltar conceitos relativos à saúde, respeitadas as
limitações do desenvolvimento da atividade laboral. Já no primeiro artigo fica
clara a intenção de seu propósito, pois este define o ato médico como “todo
procedimento técnico-profissional praticado por médico habilitado e dirigido para
a prevenção primária, secundária e terciária” (PRETTE; NASCIMENTO, 2010).
Posteriormente, ainda em 2002, o PLS 25/2002 foi revogado pelo Projeto
de Lei do Senado (PLS) 268/2002, onde foram feitas correções na redação e, a
41

partir de então, o exercício da medicina passou a ser regido por tal Lei. No ano
de 2006, a categoria apresentou ao Senado Federal o Projeto de Lei (PL) 7703
(BRASIL, 2006), que dispões sobre o exercício da medicina e atuação do
profissional médico, no âmbito de regulamentar o trabalho do médico. Na
indexação do documento fica clara a proposta de reserva de mercado, pois este
Projeto de Lei atinge várias classes de profissionais que atuam em torno dos
serviços médicos.
Devido ao fato de que ambos os projetos apresentam o mesmo tema, tem-
se que o PLS 268/2002 deu origem ao PL 7703/2006 e, a partir de 2006, a
tramitação foi realizada de forma conjunta. Em relação a apresentação do PL
7703/06 e explicação da ementa, o autor da proposta no Senado Federal foi o
senador Benício Sampaio, descreve que esta ferramenta “define a área de
atuação, as atividades privativas e os cargos privativos de Médico resguardadas
as competências próprias das diversas profissões ligadas à área de saúde.
Projeto chamado de ‘Ato Médico’ (BRASIL, 2006).
Um dos objetivos deste projeto de lei defende que seja privativo do médico
o diagnóstico e a prescrição de tratamento ao paciente, desta forma, tais
mudanças poderiam impactar além do campo do profissional da medicina,
estendendo-se a classes associadas a sua atividade laboral. As propostas
apresentadas alcançam os três níveis de atenção à saúde – primário, secundário
e terciário – e direcionam aos médicos atividades como gestão, promoção e
prevenção da saúde, ensino, graduação, fiscalização dentre outros. Tais
processos podem e/ou são realizados por uma gama extensa de diversos
profissionais devidamente formados dentro de suas limitações.

Não se pode deixar passar ao largo o fato de a medicina em si mesma


não se constituir em uma ciência na plena acepção da palavra. É uma
tecnologia que recebe aporte da biologia, da física, da química, dentre
muitas outras, o que não lhe causa demérito algum. Sublinhe-se o fato
que tais circunstâncias não justificam, acima de tudo, a postura
onipotente reativa que lhe serve de traço característico, exercido pela
maioria dos quadros médicos (SILVA; ROCHA, 2008).

Justificando a promulgação das legislações favoráveis à causa, a classe


médica alegava que não existia uma especificação norteadora relativa aos
procedimentos executados por profissionais clínicos, bem como acerca de suas
responsabilidades no desenvolvimento da atividade laborativa, e que essa era
direcionada pelo código de ética médica. Em síntese, a Lei do Ato Médico pode
42

ser compreendida como a legislação que delimita as atividades desses


profissionais e, devido a suas particularidades e restrições, acaba por discriminar
outras categorias de profissionais voltados à atenção em saúde.
Tema polêmico entre diversas categorias profissionais da saúde, o Ato
Médico foi aprovado por comissão, em decisão terminativa na Câmara dos
Deputados de Brasília, DF. Teve sua tramitação encerrada através da Lei
Numerada 12.842, em 10 de julho de 2013, a ementa dispões sobre o exercício
da medicina e foi formalmente apelidada de Lei do Ato Médico (BRASIL, 2013).
Aciole (2006) refere-se ao tema como “produto da disputa das
corporações profissionais pela hegemonia e controle do mercado de trabalho:
principal, senão única, racionalidade da proposta”, pois tal lei pode influenciar
atividades de profissionais de áreas distintas da medicina. Tomando a exemplo
os praticantes da acupuntura e os tatuadores, a Lei 12.842/13, em seu Art. 4º,
inciso II, refere-se a invasão da pele com ou sem o uso de agentes químicos ou
físicos; já o inciso III determina que são privativas do médico atividades como
procedimentos invasivos, sejam terapêuticos ou estéticos.
De acordo com Rodrigues (2013, p. 1), as tramitações relacionadas à Lei
do Ato Médico preocupavam “enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos,
nutricionistas, fonoaudiólogos, assistentes sociais e outras categorias que
temiam ter algumas de suas funções limitadas pela nova legislação”. Devido a
este fato, a presidente em exercício na época, Dilma Rousseff, vetou alguns
trechos sobre a norma aprovada com o objetivo de preservar as atividades de
outras ocupações.
A Lei Nº 12.482 de 10 julho de 2013 entrou em vigor 60 dias após sua
data de publicação (Art. 8º), e sua promulgação foi acompanhada da Mensagem
Nº 287 (BRASIL, 2013), de 10 de julho de 2013. Esta discorre sobre os trechos
vetados e suas razões, de acordo com os termos do § 1º do art. 66 da
Constituição Federal (BRASIL, 1988), o qual salienta que o Presidente da
República – ao considerar um projeto de lei inconstitucional ou contrário aos
interesses públicos – é o único que pode vetá-lo de forma parcial ou totalmente.
O mais polêmico (e motivo de protestos) entre diversas categorias da
saúde foi o Artigo 4º, este especifica as atividades privativas do médico e teve 9
trechos vetados. Para a classe médica tal artigo era considerado a essência da
lei, já para outros profissionais da saúde, representava um retrocesso. Sendo
43

assim, os vetos apresentados pela Presidência da República através da


Mensagem Nº 287 (BRASIL, 2013) são esclarecidos diante justificativas:

Tabela 01 – Trechos vetados e justificativas, Mensagem nº 287

Inciso I do caput e § 2º do art. 4º: estes inviabilizam as ações do Sistema


Único de Saúde e impedem a continuidade de inúmeros programas
desenvolvidos a partir da integração dos diferentes profissionais da saúde.
Exemplo: prevenção e controle à malária, tuberculose, hanseníase.

Incisos VIII e IX do art. 4º: acerca da indicação e prescrição de órteses e


próteses, o presente dispositivo exerce influência nas atividades de
profissionais que já atuam em seu entorno. Exemplo: calçados ortopédicos,
cadeiras de rodas, próteses auditivas.

Incisos I e II do § 4º do art. 4º: quanto ao uso de produtos químicos ou


abrasivos em procedimentos que invadam a pele. Este trecho foi vetado devido
a não clareza sobre o que seriam procedimentos invasivos, sendo solicitada
nova proposta ao Poder Executivo para esclarecimentos.

Incisos I, II e IV do § 5º do art. 4º: ambos procedimentos são caracterizados


como intrusivos e condicionados a prescrição médica, sendo assim podem
impactar no desenvolvimento de políticas públicas de saúde, como
campanhas de vacinação.

Inciso I do art. 5º: sobre a gestão dos serviços médicos, o artigo não define o
termo serviços médicos, fato que não deixa clara sua amplitude.

Fonte: adaptado da Mensagem Nº 287 (BRASIL, 2013).

A Presidente da República na ocasião, Dilma Rousseff, encerra o


documento direcionado ao Presidente do Senado Federal com a seguinte frase:
“Essas, Senhor Presidente, as razões que me levaram a vetar os dispositivos
acima mencionados do projeto em causa, as quais ora submeto à elevada
apreciação dos Senhores Membros do Congresso Nacional” (BRASIL, 2013).
Sancionada a Lei com seus respectivos vetos presidenciais, ficou
determinado que outros profissionais de saúde também poderão formular
44

diagnósticos e respectivas prescrições terapêuticas, além de indicar e/ou


prescrever o uso de órteses, próteses e materiais específicos. De acordo com
Rousseff (2013), “da forma como foi redigido, impediria a continuidade de
inúmeros programas do Sistema Único de Saúde que funcionam a partir da
atuação integrada dos profissionais de saúde”.

A regulamentação legal das profissões de nível superior de criação


mais recente deixam a desejar no tocante aos direitos, atribuições,
deveres e limitações dos profissionais nas suas respectivas áreas de
atuação. Na realidade, transferem ao Conselho Federal e aos
Conselhos Regionais de cada uma delas a competência de promover
sua auto-regulamentação em seus Códigos de Ética e resoluções
normativas da própria corporação (REZENDE, 2009).

Desde sua regulamentação, em 1931, a aprovação da Lei do Ato Médico


é considerada pela classe médica como a maior mudança nas diretrizes da
profissão, pois discorre acerca dos procedimentos privativos de médicos, dos
passíveis aos demais profissionais de saúde e aos exclusivos de outros
profissionais. Sua última alteração, ou atualização, foi em 13 de abril de 2016.
Desta vez, no Congresso Nacional, onde a Lei foi decretada, a
Presidência da República sancionou a alteração do “art. 6º da Lei nº 12.842, de
10 de julho de 2013, que dispõe sobre o exercício da Medicina” (BRASIL,2016).
Na alteração é firmado que somente será titulado médico o graduado através de
instituições de educação devidamente reconhecidas pelos órgãos competentes,
de acordo com o art. 46 da Lei nº 9.394, de 1996.

[...] todas as profissões que atuam na área de saúde são dignas, úteis
e necessárias e não surgiram por acaso; são fruto do atual estado da
civilização e muito podem contribuir para o bem-estar da população,
tanto na preservação da saúde, como no tratamento e recuperação dos
enfermos. Devemos todos trabalhar em harmonia visando ao bem
comum (REZENDE, 2009).

É fundamental ressaltar que a parte mais atingida em meio a todas estas


discussões diz respeito ao cidadão que depende dos serviços de saúde, pois em
qualquer uma de suas esferas, este encontra-se no centro das atenções. Cabe
aos profissionais da saúde comprometimento de seu objetivo quanto ao
tratamento eficaz de seus pacientes. Quando os processos biológicos de
manutenção da vida não o fazem de maneira natural, é dever dos devidamente
habilitados empreender procedimentos no intuito de colocar em cena seu saber
45

e praticar intervenções necessárias para recuperar o órgão em mau


funcionamento.

2.6 ADPF e o Supremo Tribunal Federal

A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) foi


incorporada à Constituição Federal de 1988 no intuito de auxiliar no controle da
constitucionalidade. É a denominação dada, no Direito brasileiro, à “ferramenta”
que tem por objetivo evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante
de atos normativos ou não. A decisão monocrática da ADPF produz efeito erga
omnes (contra todos) e vinculantes em relação aos demais órgãos do poder
público (TAVARES, 2019).
De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
(BRASIL, 1988):
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda
da Constituição, cabendo-lhe:
§ 1º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente
desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da
lei (Emenda Constitucional nº 3, de 1993).
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional
por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;

Em síntese: a ADPF pode ser compreendida, na sua modalidade mais


conhecida, como uma ação do controle concentrado, destinada a
combater o desrespeito aos conteúdos mais importantes da
Constituição, praticados por atos normativos ou não normativos,
quando não houver outro meio eficaz (MARQUES, 2015).

Carrilho Júnior (2011, p. 1) afirma que, com base no § 1º do Art. 102 da


Constituição Federal, no ano de 1993 a ADPF foi introduzida no ordenamento
jurídico brasileiro através de Emenda Constitucional, a EC n. 03/93, que discorre
a respeito da substituição tributário no país.
Devido à relevância e alta complexidade das tramitações, observou-se a
necessidade de regulamentar tal ferramenta. Então, em 03 de dezembro de
1999, o Congresso Nacional decretou e sancionou a Lei nº 9.882/99.
46

Regulada pela Lei n. 9.882/99, tem como principal objetivo, assim


como todas as ações de controle de constitucionalidade, a prevalência
da rigidez constitucional e a segurança jurídica. [...] Pelo princípio
apresentado caberá ADPF sempre que não couber nenhum outro meio
eficaz para sanar a lesividade, no caso, a preceito fundamental.
Observa-se, que o art. 1º, parágrafo único, I, da Lei n. 9.882/99, dispõe
que também caberá ADPF quando for relevante o fundamento da
controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual
ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição (CARRILHO
JÚNIOR, 2011).

Uma vez que a Constituição Federal deixa clara a responsabilidade dos


órgãos públicos envolvidos, a ADPF somente é aplicada quando não houver
recursos cabíveis, o que torna a decisão do magistrado imediatamente
autoaplicável. Sendo assim, o presidente do Superior Tribunal Federal (STF)
pode determinar de imediato seu cumprimento. Após encerrados os trâmites, a
decisão é publicada no Diário da Justiça e no Diário Oficial da União no prazo de
10 dias.

Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal em sede de Recurso


Extraordinário (art. 103, III, a, b, c, d, da Constituição da República)
julga “as causas decididas em única ou última instância”, ou seja, julga
a aplicação dada à Constituição em situações jurídicas concretas, e
não meras teses sobre a constitucionalidade ou inconstitucionalidade
de leis e de atos normativos (STRECK, LIMA e OLIVEIRA, 2013).

Um dos princípios para adentrar com pedido de arguição consiste na


relevância quanto ao fundamento da controvérsia constitucional, sobre lei ou ato
normativo, resultante de ato do Poder Público (União, estados, Distrito Federal
e municípios), incluídos os atos anteriores à promulgação da Constituição
vigente.

Por fim, a arguição de descumprimento de preceito fundamental é o


mecanismo mais pragmático para proteger a higidez do ordenamento
jurídico, pois, quando todos os outros meios não sejam capazes de
proteger os fundamentos lógico-jurídicos (espalhados na forma de
normas e princípios) da Constituição Federal entra em tela a ADPF
(CARRILHO JÚNIOR, 2011).

Costa (2013, p. 1), detalha que os ministros do Supremo Tribunal Federal


reconhecem como preceitos fundamentais:
47

Tabela 02 – Preceitos Fundamentais conforme CF 1988

A dignidade humana

A legalidade e autonomia da vontade

A legalidade e autonomia da vontade

O direito à saúde

A legalidade administrativa

A moralidade administrativa

O federalismo e a separação de poderes

A vedação de vincular o salário mínimo como base de reajustes

A eficiência pública e a repartição dos tributos entre os entes federados

A não obrigatoriedade de permanecer ou ingressar em associações

A democracia

A liberdade de expressão

A inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem

A liberdade do exercício do trabalho

O direito de acesso à informação e resguardo da fonte


Fonte: adaptada de Costa, 2013.

Obrigatoriamente, para o tema adentrar nas pautas do STF, deve ser


exacerbada a divergência constitucional sobre a aplicação do ato, existência de
demanda concreta a respeito da controvérsia, comprovada legitimação ativa e
capacidade postulatória. Estas informações fidedignas possibilitam ao relator da
ADPF, e a qualquer momento, solicitar informações às autoridades responsáveis
pelo ato questionado.
48

Streck, Lima e Oliveira (2013) afirmam que, no Brasil, o Supremo Tribunal


não funciona apenas como corte de cassação. Por ser a última instância, sua
decisão é a final, caracterizando-o como corte de apelação, desta forma, o efeito
da ação do STF não evidencia o julgamento de uma tese e, por conseguinte, não
provem teoria, mas decisão. Nesta decisão, o caso concreto deve subentender
inconstitucionalidade, remetido por meio de recurso. Seu não cumprimento pode
ser compreendido como negação de jurisdição.

2.7 ADPF 131

A centésima trigésima primeira Arguição de Descumprimento de Preceito


Fundamental (ADPF 131) foi protocolada no Supremo Tribunal Federal em 19
de fevereiro de 2008, esta ação questiona os artigos 038, 039 e 041 do Decreto
nº 20931, de 1932, e artigos 013 e 014, do Decreto nº 24492, de 1934. Envolve
o Conselho Brasileiro de Óptica e Optometria - CBOO na condição de requerente
(propôs a ação), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Conselho Brasileiro de
Oftalmologia (CBO), sendo estes dois últimos a parte requerida (que se opõe a
ação) (SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, 2019).
O Conselho Brasileiro de Óptica e Optometria (2019, p. 1) afirma que a
ADPF 131 “busca esclarecer se os artigos dos decretos de 1932 e 1934 que
tratam dos profissionais conhecidos como Ópticos práticos podem ou não ser
aplicados aos Optometristas.” Devido a complexidade do tema, o CBOO aponta
que “esse julgamento é um divisor de águas, pois o seu resultado pode
simplesmente extinguir a Optometria ou garantir sua liberdade de atuação”
(CBOO, 2019, p.1).
O Conselho Regional de Óptica e Optometria do Estado de São Paulo
(2017) afirma que o propósito de uma ADPF visa reconhecer a incompatibilidade
de uma Lei criada antes da Constituição Federal de 1988. Segundo o CROO-
SP, o objetivo da ADPF 131 é garantir aos “optometristas que possam prescrever
óculos e lentes de contato, atendendo pacientes e estabelecendo consultórios,
como já é feito em diversos países” (CROO-SP, 2017, p.1).
49

Não que tal situação não possa ser alterada no futuro, mediante lei que
autorize o profissional de optometria a atuar na área médica. Mas, para
tanto, é necessário que essa hipotética regulamentação legal leve em
consideração o respeito ao direito fundamental à saúde (SANTOS,
2009).

Após anos de tramitações, a ADPF 131 foi incluída pela última vez no
calendário oficial de pautas a serem julgadas, especificamente para a data de 22
de novembro de 2017. Contudo, na data prevista, a pauta foi adiada, estando
até hoje aguardando seu julgamento (SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, 2019).
50

3. METODOLOGIA

3.1 Tipo de pesquisa

Quanto à abordagem, trata-se de uma pesquisa quali-qualitativa, partindo


do pressuposto de que esta pesquisa não possui foco direcionado a traduzir em
valores o tema abordado, todavia, visa a compreensão de determinado grupo
social (Gerhardt; Silveira, 2009) no intuito de explicar o porquê das coisas
mediante conhecimento parcial e limitado.
De acordo com Piovesan e Temporini (1995), ações voltadas à saúde da
população dependem das condições de vida dos mesmos, desta forma, o
objetivo exploratório justifica-se através da familiaridade com o tema e análise
de exemplos decorrentes das situações apuradas.
Quanto aos procedimentos, pesquisa survey, uma vez que visa
determinado grupo de interesse.
De natureza aplicada, de modo a esclarecer o trabalho do optometrista
em benefício da população. A aplicação tem por finalidade a elaboração de
instrumento de pesquisa adequado à realidade.

3.2 População e amostra

A população delimita-se aos profissionais registrados no Conselho


Regional De Óptica, Optometria e Contatologia do Estado de Santa Catarina
(CROO-SC), egressos ou com passagem pela instituição que oferta o Curso de
Bacharelado em Optometria, a Universidade do Contestado (UNC). O campus
do curso em destaque, localiza-se na cidade de Canoinhas, Santa Catarina.
Quanto a amostra, mediante consentimento da UNC, foi enviada ao
CROO-SC solicitação para aplicação de questionário (apêndice A), bem como
divulgação restrita relativa aos dados dos profissionais devidamente registrados
no Conselho Regional de Óptica, Optometria e Contatologia do estado de Santa
Catarina. Partindo deste pressuposto, o conselho disponibilizou os dados
necessários para contato prévio.
51

3.3 Coleta de dados

Aplicação de questionário à população determinada. Realização de


contato prévio para conscientização do profissional a respeito da pesquisa, bem
como solicitação do mesmo para envio do questionário a ser respondido e
devolvido eletronicamente no prazo de sete dias corridos. A troca de informações
foi registrada formalmente através de e-mail.
Foi elaborada e enviada ao Conselho Regional de Óptica, Optometria e
Contatologia do Estado de Santa Catarina (CROO-SC), solicitação formal para
continuidade desta pesquisa. Após autorização do CROO-SC, iniciaram-se os
trabalhos de conscientização e autorização de envio do questionário aos
profissionais. Este processo foi realizado através ligações, por um período de 35
dias, aos telefones especificados em tabela emitida pelo conselho da categoria.
Foram recebidos dados de 122 profissionais, escolhidos aleatoriamente pelo
conselho.
Dentre estes, 92 foram contatados com sucesso (que representa 75,4%
do total), na ocasião, o(a) profissional compreendeu o propósito da pesquisa e
demonstrou interesse em colaborar com o trabalho, bem como responder o
questionário. Os que não atenderam as ligações somam a quantia de 11 (9%)
profissionais, vale ressaltar que as ligações foram realizadas em horário
comercial, entre segunda e sexta-feira, horário em que geralmente o profissional
está exercendo sua atividade laborativa.
Devido a impossibilidade de contato telefônico com algumas pessoas,
estas foram avisadas através da ferramenta WhatsApp, dos que se ausentaram
em estabelecer contato, totalizam seis (4,9%). 26 (21,6%) dos contatos
realizados optaram por não responder o questionário, exercendo seu direito em
não participar. Previsto de acordo com o regime das leis trabalhistas, dois (1,6%)
profissionais estiveram de férias durante o período de coleta de dados, desta
forma, para ambos não foi possível estabelecer contato.
Dos 122 profissionais, seis (4,9%) não possui telefones nos dados
repassados pelo CROO-SC, e sete (5,7%) das ligações realizadas resultaram
em outras pessoas atendendo, não correspondendo ao nome relacionado ao
número da lista, afirmando desconhecer. Este fato leva a crer que 13 (10,6%)
52

dos profissionais listados não mantêm seu cadastro atualizado junto ao


Conselho da categoria.

Gráfico 1 - Dados recebidos pelo CROO-SC

6
13

11 Com sucesso

Não atenderam

Dados desatualizados

92 Avisados via mensagem,


não retornaram

Fonte: Conselho Regional de Óptica, Optometria e Contatologia do Estado de Santa Catarina


(CROO-SC).

O gráfico 1 representa a divulgação da pesquisa aos profissionais da área,


bem como a receptividade dos mesmos. Quanto aos dados desatualizados,
correspondem aos profissionais registrados no CROO-SC, porém, seus dados
para contato não coincidem com o nome cadastrado (em caso de ligação
realizada) e/ou não possui outra forma de contato (e-mail). Alguns não
atenderam as ligações, e outros não retornaram a mensagem enviada.
53

Gráfico 2 - Participações

23 Responderam

Optaram por não responder


no ato da solicitação
41

Estiveram de férias durante


26 o período de coleta de dados

Não enviaram suas


respostas
2

Fonte: CROO-SC.

O gráfico 2 está diretamente relacionado ao anterior, indica as proporções


dos participantes que: enviaram suas respostas eletronicamente (e-mail e/ou
WhatsApp); não quiseram responder ao questionário; durante o período da
aplicação do questionário, estavam de férias; não enviaram os dados para
análise.
Quanto ao âmbito da pesquisa e a metodologia de trabalho, estes foram
apresentados no início da abordagem, para que o profissional entenda a
relevância da ocasião. Devido ao fato de existirem poucos estudos seguindo a
mesma linha deste, alguns profissionais demonstraram surpresa e interesse,
como forma de apoio. Todos foram instruídos sobre o tema e informados sobre
o prazo estipulado para devolução do documento, contendo sete perguntas: uma
apenas descritiva, uma apenas de assinalar a resposta, e o restante, com opção
de assinalar a resposta desejada, bem como uma breve justificativa (apêndice
B).
O conteúdo das alternativas foi elaborado pelo pesquisador com auxílio
do professor orientador, em consentimento com a Coordenadora do Curso de
Bacharelado em Optometria da Universidade do Contestado (UNC, Campus
Canoinhas, Santa Catarina) Profª. Esp. Suellen Cristine Haensch (HAENSCH,
2018), e aprovado pelo Diretor do Conselho Regional de Óptica, Optometria e
54

Contatologia do Estado de Santa Catarina, Esp. Juan Pablo Garcia Bretas


(Conselho Regional de Óptica, Optometria e Contatologia do Estado de Santa
Catarina, 2018).

3.4 Análise dos dados

Em relação aos fatores sócios demográficos, destaque para a


participação do gênero masculino, 17 (73,9%). Dos 23 que responderam, com
idade entre 25 e 59 anos, um (4,3%) optou em não revelar esta informação,
portanto, a média aritmética simples das idades corresponde a 41 anos.

Gráficos 3 e 4 - Fatores sócios demográficos: identidade de gênero e idade

Identidade de gênero Idade

17
22

Mascuino Feminino Entre 25 e 59 anos Não responderam

Fonte: autor (2019).

O gráfico 3 aponta o sexo masculino como maioria, dentre os profissionais


que responderam. De acordo com o gráfico quatro, a faixa etária dos
optometristas, entre 25 e 59 anos, indica que a profissão pode ser exercida por
diferentes perfis profissionais.
Após a análise dos questionários, contidos no roteiro e respondidos pelos
optometristas, foi realizada minuciosa comparação entre as respostas. Para
dados qualitativos, a metodologia foi desenvolvida através da análise de
conteúdo e análise do discurso.
55

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Com relação a análise dos dados, referente à primeira pergunta, “O que


o levou a escolher a profissão de optometrista”, 10 (43,5%) afirmam ter escolhido
a profissão devido ao histórico familiar, tendo como referência principalmente o
lado paterno, bem como influência de outros parentes e/ou amigos que já atuam
na área. Seis (26,1%) referem-se à relevância da profissão, no intuito de
contribuir para o atendimento primário à saúde visual da população. Cinco
(21,7%) dos profissionais atuava na área antes de ingressarem no curso de
bacharel. Dois (8,7%) investiram em ampliar conhecimentos.

Gráfico 5 - Escolha da profissão

Histórico familiar

5 Relevância da profissão
10

Atuava na área antes de


ingressarem no curso

Ampliar conhecimentos
6

Fonte: autor (2019).

O gráfico 4 apresenta a família na escolha da profissão como maior fator


de influência para ingresso na vida acadêmica. A relevância da profissão é
apontada partindo do pressuposto da promoção da saúde e prevenção de
doenças. Alguns dos profissionais já atuavam na área, então, optaram pelo
ingresso em curso superior. Ampliar conhecimentos foi indicado por profissionais
que já possuem outros cursos na área, a exemplo de curso técnico.
Na segunda questão, “Você atua na área. Onde”, 22 (95,6%)
responderam positivamente, em consultório próprio. Destes, cinco (22,7%)
realizam sua atividade laborativa em mais de uma cidade.
56

Gráfico 6 - Atuação na área

5
SIM, consultório
1 próprio

NÃO

Em mais de uma
22 cidade

Fonte: autor (2019).

O gráfico 6 comprova que as premissas da Optometria estão sendo


postas à prova por meio dos egressos, que exercem sua profissão em
consultórios, vale ressaltar que alguns em mais de uma localidade. Apenas um
dos profissionais (que responderam) afirmou não estar atuando na área.
A terceira pergunta, em sua primeira parte, “Como você enxerga a
receptividade da população aos trabalhos do optometrista”. Para esta alternativa,
contendo três opções de respostas, seguem as proporções: 14 (60,9%) pouco
reconhecida, oito (34,8%) reconhecida e um (4,3%) muito reconhecida.

Gráfico 7 - Reconhecimento na sociedade

Pouco reconhecida

8
Reconhecida

14

Muito reconhecida

Fonte: autor (2019).


57

De acordo com o gráfico 7, a maioria dos optometristas acredita que a


população desconhece os benefícios da Optometria, outro grupo aponta para a
consciência do paciente mediante a ciência supracitada nesta pesquisa.
Atrelado à terceira questão, “Por que”, 10 (43,5%) relacionam ao fato de
que a maior parte da população desconhece a profissão. Quatro (17,5%) dos
profissionais aponta que a população reconhece a profissão, e os procura a partir
deste pressuposto, três (13%) apontam para a desinformação referente ao curso
de nível superior, para a área, que é recente em nosso país, seis (26%)
apontaram causas diversas.
Os dados expostos anteriormente estão representados pelo gráfico 8 da
seguinte forma:

Gráfico 8 - Questão 3, causas apontadas

Desconhece a
6
profissão

10 Reconhece a
profissão, e procura o
profissional
Desinformação
3

Causas diversas
4

Fonte: autor (2019).

O gráfico 8, a partir do ponto de vista dos optometristas quanto a


receptividade da população, aponta o desconhecimento relativo à Optometria
como principal fator na inserção da profissão no Brasil. Dos que apontaram
causas diversas: resistência da classe médica oftalmológica, poucos
profissionais no mercado, poucas instituições voltadas ao ensino da ciência.
Considerável quantia afirma que seus clientes reconhecem a profissão, por isso
os procuram. Os que indicam a desinformação, referem-se ao fato de que a
ciência da Optometria é relativamente recente em nosso país (abordado
anteriormente nesta pesquisa).
58

Para a quarta pergunta, “Você acredita que possa existir algum tipo de
resistência ao trabalho do optometrista. Caso sua resposta seja SIM, de qual
setor da sociedade”, 21 (91,3%) optaram pela alternativa (múltipla escolha) SIM,
sendo destes, 19 (91,3%) indica resistência por parte do setor médico
oftalmológico, um (4,35%) aponta para a desinformação da população, um
(4,35%) atribui aos gestores do Estado. Vale ressaltar que o termo ‘reserva de
mercado’ foi citado por cinco (23,8%) dos profissionais.

Gráfico 9 - Resistência ao trabalho do optometrista

SIM

NÃO

21

Fonte: autor (2019).

Segundo o gráfico 9, a maioria dos optometristas percebe resistência


quanto às suas atividades.

Gráfico 10 - Qual setor da sociedade

.
1
1

Setor médico
oftalmológico

Desinformação

Estado (gestores)

19

Fonte: autor (2019).


59

No gráfico 10 são apresentadas as possíveis causas para a resistência


ao trabalho dos optometristas, advindas da classe médica, desinformação da
sociedade, gestores estaduais e municipais.
Todos os participantes responderam SIM para a quinta questão, “Você
acha que a atividade do optometrista poderia ser melhor divulgada. A quem cabe
esta tarefa”. Dentre estes, sete (30,4%) acreditam que a divulgação da profissão
é de responsabilidade dos optometristas. Seis (26,1%) atribuem aos próprios
profissionais e ao Governo, quatro (17,4%) apontam para os profissionais e aos
Conselhos, outros quatro (17,4%) afirmam ser responsabilidades dos conselhos.
Dois (8,7%) indicam outros meios de divulgação.

Gráfico 11 - Atividade necessita ser melhor divulgada

23

SIM NÃO

Fonte: autor (2019).

O gráfico 11 afirma que a Optometria, assim como outras


ciências/profissões, necessita de divulgação. A seguir, de acordo com os
optometristas, o gráfico 12 aponta que esta tarefa cabe principalmente aos
optometristas, bem como ao Governo, aos Conselhos e outros meios, a exemplo
das mídias digitais.
60

Gráfico 12 - A quem cabe a tarefa

Optometristas
7
4
Optometristas e Governo

Optometristas e Conselhos

Conselhos
4
Outros meios de
6 divulgação

Fonte: autor (2019).

A sexta questão pergunta se, além do CROO-SC, o profissional mantém


algum tipo de contato com entidade ou associação que represente os interesses
dos optometristas, sendo a resposta SIM, qual entidade ou associação. 15
(65,2%) associados ao Conselho Regional de Óptica, Optometria e Contatologia
do Estado de Santa Catarina (CROO-SC), cinco (21,7%) ao CROO-SC e ao
Conselho Brasileiro de Óptica e Optometria (CBOO), um (4,3%) ao CBOO, um
(4,3%) ao CROO-SC e ao Sindicato Nacional dos Optometristas (SNO) e um
(4,3%) ao CBOO e a Câmara Estadual de Óptica e Optometria de Santa
Catarina.
61

Gráfico 13 - Entidades/associações que defendem a categoria, além do CROO-SC

1
1
Conselho Regional de Óptica,
1 Optometria e Contatologia do Estado de
Santa Catarina (CROO-SC)

CROO-SC e Conselho Brasileiro de


Óptica e Optometria (CBOO)

5 CBOO

15 CROO-SC e ao Sindicato Nacional dos


Optometristas (SNO)

CBOO e Câmara Estadual de Óptica e


Optometria de Santa Catarina

Fonte: autor (2019).

O gráfico 13 indica quais as organizações que os optometristas integram:


Conselho Regional de Óptica, optometria e Contatologia do Estado de Santa
Catarina (CROO-SC), Conselho Brasileiro de Óptica e Optometria (CBOO),
sindicato Nacional dos Optometristas (SNO) e Câmara Estadual de Óptica e
Optometria de Santa Catarina.
Por fim, na questão “Você conhece a Legislação que regula a atividade
do optometrista”, 22 (95,6%) responderam SIM, consecutivamente, um (4,4%)
optou pela alternativa NÃO.

Gráfico 14 - Conhecimento quanto a Legislação que regula a atividade do optometrista

SIM
NÃO

22

Fonte: autor (2019).


62

O gráfico 14 aponta que a maioria dos profissionais está ciente acerca da


Legislação que regula sua atividade laborativa.
O quadro a seguir apresenta uma síntese das respostas do questionário
aplicado:

Quadro 1 – Síntese das respostas do questionário aplicado.

Fatores sócio demográficos: 17 do gênero masculino, seis do gênero feminino.


Média aritmética simples das idades: 41 anos (um não preencheu este item no
questionário).

1- O que o levou a escolher a profissão de optometrista?


Histórico familiar (principalmente o lado paterno); influência de terceiros que já atuam na
área; relevância da profissão; desenvolvimento profissional e ampliação do conhecimento,
foram os fatores indicados pelos profissionais.

2- Você atua na área? Onde?


22 atuam em consultórios, sendo destes, cinco em mais de uma cidade. Um não atua como
optometrista.

3- Como você enxerga a receptividade da população aos trabalhos do optometrista?


Por quê?
14 pouco reconhecida, oito reconhecida e uma muito reconhecida.
De acordo com os profissionais, grande parte da população desconhece a profissão, porém,
há os que reconhecem e os procuram a partir deste pressuposto. Também foi apontado para
a desinformação referente ao curso de nível superior.

4- Você acredita que possa existir algum tipo de resistência ao trabalho do


optometrista? Caso sua resposta seja SIM, de qual setor da sociedade?
Apenas dois optaram pela alternativa NÃO. Sendo apontada a classe médica oftalmológica,
a desinformação da sociedade, bem como gestores estaduais e municipais, os fatores
impactantes no exercício da Optometria.

5- Você acha que a atividade do optometrista poderia ser melhor divulgada? A quem
cabe esta tarefa?
Todos afirmam que a Optometria, assim como outras ciências/profissões, necessita de
divulgação. Sendo esta tarefa atribuída aos optometristas, bem como ao Governo, aos
Conselhos e outros meios, a exemplo das mídias digitais.

6- Além do CROO-SC, você mantém algum tipo de contato com entidade ou


associação que represente os interesses dos optometristas? Não Caso sua resposta
seja SIM, qual entidade ou organização?
Todos responderam positivamente, sendo apontados: Conselho Regional de Óptica,
Optometria e Contatologia do Estado de Santa Catarina (CROO-SC), Conselho Brasileiro de
Óptica e Optometria (CBOO), Sindicato Nacional dos Optometristas (SNO) e Câmara
Estadual de Óptica e Optometria de Santa Catarina.

7- Você conhece a Legislação que regula a atividade do optometrista?


Apenas um apontou para a alternativa NÃO.
Fonte: autor (2019).
63

CONCLUSÃO

Sob a perspectiva de uma análise cronológica, esta pesquisa exploratória


permitiu uma experiência mais ampla e adequada sobre a realidade acerca da
ciência denominada Optometria, e da atividade laborativa desenvolvida
profissionalmente em diversos países. Embasado em fontes fidedignas e visita
in loco à instituição que aplica o curso de nível superior, foi possível compreender
os desafios da realidade ainda imperceptível diante o modelo de gestão da
saúde impregnado no Brasil, relacionada à profissão.
Desde os primórdios da humanidade o sentido da visão caracteriza-se de
suma importância para o desenvolvimento da espécie, principalmente no quesito
qualidade de vida. A Optometria desenvolveu-se por meio dos estudos relativos
à ciência óptica, a partir da compreensão do funcionamento das partes que
compõem o olho humano, partindo deste pressuposto, esta ciência agrega
qualidade de vida.
Apesar de a Optometria ser reconhecida e aplicada internacionalmente,
no Brasil, a classe profissional enfrenta entraves no âmbito jurídico ao livre
exercício da profissão, que por sua vez está previsto na Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988, artigo 5º inciso XIII, também
reconhecido pela Classificação Brasileira de Ocupações sob título de Óptico
Optometrista, código 3223-05.
No Brasil, restrições que remontam ao ano de 1934 impõe limitações à
prática da Optometria, com impacto direto na qualidade da saúde da população,
uma vez que o crescimento populacional exige maior demanda por serviços
públicos e privados de atenção à saúde, principalmente em seu aspecto primário.
Este conjunto de fatores contribui para a cultura da desinformação em nosso
país, porém, através da aplicação do questionário, foi possível comprovar que
os entrevistados atuam de forma direta ou indireta, de forma a promover e
proporcionar qualidade de vida.
A análise do questionário, a partir do ponto de vista dos profissionais,
comprova que a população ainda desconhece os benefícios da Optometria
aplicados à saúde, embora esteja sendo praticada em nosso país a mais de cem
anos. A maior parte dos optometristas acredita haver resistência por parte do
64

setor médico oftalmológico ao trabalho do optometrista, e está diretamente


relacionada à pouca divulgação da atividade exercida.
Todos mantêm vínculo, principalmente com o Conselho Regional da
categoria, portanto, são reconhecidos por sua profissão diante o Estado. Apesar
disso, é impossível a contratação destes profissionais para atuarem na rede
pública, devido ao fato de que a profissão ainda não é regulamentada, prefeitos
não podem contratar esses profissionais para o atendimento básico, pois pode
vir a ser julgado como ilegalidade.
Até a data de conclusão desta pesquisa, encontra-se no Superior Tribunal
Federal a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental Nº 131 (ADPF
131), esta, por sua vez, após julgada e dada por encerrada tende a definir se a
população terá acesso gratuito a esse profissional extremamente necessário
para o desenvolvimento do país. Sem estes obstáculos jurídicos, os
optometristas exerceriam sua profissão livremente sem depender de liminares
(em alguns casos) no intuito de promover qualidade de vida, não somente por
meio de seus consultórios particulares, mas também por meio do poder público,
a partir do interesse do Estado em agregar esta classe profissional para o bem
comum.
65

REFERÊNCIAS

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para a educação médica. Rev. bras. educ. med., Rio de Janeiro, v.30, n.1, p.47-
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<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
55022006000100008&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 20 abr. 2018.

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Propostas para um modelo brasileiro de audiodescrição para deficientes visuais.
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(Portugal). Optometria no Mundo. 2013. Disponível em:
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do método gráfico de Pierre Lucie. Rev. Bras. Ensino Fís., São Paulo, v. 40, n.
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BENAZZI, Luciane. O papel da Optometria no mundo. 2018. Disponível em:


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______. Decreto nº 5.296 de 2 de dezembro DE 2004. Regulamenta as Leis nos


10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às
pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece
normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das
pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras
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APÊNDICE A – Solicitação ao CROO-SC

Joinville, 21 de agosto de 2018

Ao

Conselho Regional de Óptica, Optometria e Contatologia do Estado de Santa Catarina

Prezado Senhor Diretor,

Eu, Marcio Augusto Vaz Mateus, responsável principal pelo projeto de Trabalho
de Conclusão de Curso, o qual pertence ao Curso Superior de Tecnologia em Gestão
Hospitalar do Instituto Federal de Santa Catarina, venho pelo presente, solicitar
autorização do Conselho Regional de Óptica, Optometria e Contatologia do Estado de
Santa Catarina para realização da coleta de dados através do banco de dados desta
organização. Sob o título ANÁLISE DA RELEVÂNCIA DO OPTOMETRISTA NO
CONTEXTO DA SAÚDE VISUAL DA POPULAÇÃO BRASILEIRA: uma leitura a
partir do ponto de vista dos egressos do curso de Bacharelado em Optometria da
Universidade do Contestado, esta pesquisa conta com a colaboração da Universidade
do Contestado (UNC), especificamente a coordenadora do Curso de Optometria, Sra.
Suellen Haensch.
Quanto aos objetivos da pesquisa, busca-se identificar os desafios enfrentados
pelos optometristas, compreender as formas de organização da categoria para garantia
do exercício profissional, bem como verificar os conhecimentos dos atores envolvidos
em relação à profissão e seu campo de atuação. Partindo deste pressuposto, e com
sugestão da Prof. Suellen, para continuação da pesquisa e levantamento de dados, foi
elaborado e adaptado questionário (aprovado pela coordenadora citada anteriormente)
a ser aplicado exclusivamente aos egressos da UNC. Esta pesquisa está sendo
orientada pelo Professor Josemar Miranda, cuja colaboração têm sido vital para o
desenvolvimento da pesquisa.
Para esclarecimento, tal autorização para coleta de dados é uma pré-condição
bioética para execução de qualquer estudo envolvendo seres humanos, sob qualquer
forma ou dimensão, em consonância com a resolução 196/96 do Conselho Nacional de
Saúde. Sendo assim, há o comprometimento em preservar a privacidade dos sujeitos
da pesquisa, cujos dados serão coletados.
Os dados solicitados, para envio eletrônico de questionário, referem-se ao
nome e endereços de e-mail dos egressos da UNC, com registro no CROO-SC.
Agradeço antecipadamente o apoio e compreensão, contando com a
autorização desta instituição para o desenvolvimento da pesquisa científica, coloco-me
à disposição para qualquer esclarecimento.

Att,
Marcio Vaz
79

APÊNDICE B – Questionário aplicado na pesquisa

A presente pesquisa, elaborada pelo acadêmico Marcio A. Vaz Mateus,


concluinte do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Hospitalar do Instituto
Federal de Santa Catarina, Campus Joinville, apresenta 7 questões
desenvolvidas com a finalidade de constituir-se num instrumento para a coleta
de dados que possibilitem uma melhor compreensão da amplitude de atuação
do profissional optometrista, bem como a adesão social à importante
contribuição que este profissional de saúde pode entregar à população.
O foco principal da pesquisa consiste em apurar a relevância do
optometrista em meio ao contexto da saúde visual da população brasileira.
Todavia, a amostragem contemplará inicialmente egressos do Curso de
Bacharelado em Optometria, ofertado pela Universidade do Contestado, no
Campus de Canoinhas/SC.
Esta interação entre pesquisador e sujeito de pesquisa permitirá uma
visão mais clara das possíveis dificuldades de atuação enfrentadas por
optometristas no Estado de Santa Catarina, possibilitando um desfecho do
Trabalho de Conclusão de Curso alinhado com a realidade conjuntural da
profissão de optometrista, podendo até mesmo servir de parâmetro para estudos
mais avançados do tema.
A seguir são apresentadas as questões a serem respondidas:
Identidade de gênero
(__) Masculino
(__) Feminino
Idade _________

1- O que o levou a escolher a profissão de optometrista?


_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

2- Você atua na área?


(__) Sim
(__) Não
Onde?_______________
80

3- Como você enxerga a receptividade da população aos trabalhos do


optometrista?
(__) Pouco reconhecida
(__) Reconhecida
(__) Muito reconhecida
Por quê?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

4- Você acredita que possa existir algum tipo de resistência ao trabalho do


optometrista?
(__) Sim
(__) Não
Caso sua resposta seja SIM, de qual setor da sociedade?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

5- Você acha que a atividade do optometrista poderia ser melhor divulgada?


(__) Sim
(__) Não
A quem cabe esta tarefa?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

6- Além do CROO-SC, você mantém algum tipo de contato com entidade ou


associação que represente os interesses dos optometristas?
(__) Sim
(__) Não
Caso sua resposta seja SIM, qual entidade ou organização?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
81

7- Você conhece a Legislação que regula a atividade do optometrista?


(__) Sim
(__) Não
82

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