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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E HUMANAS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS – MOSSORÓ-RN

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (2019)

FATORES QUE DETERMINAM O PROCESSO DE ENSINO-


APRENDIZAGEM SOB A PERSPECTIVA DE ESTUDANTES DO CURSO
DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA GERAÇÃO Y
Yara Mikaelly Moreira da Cunha1, Caritsa Scartaty Moreira2

RESUMO

Os discentes que hoje ingressam em Instituições de Ensino Superior (IES) pertencem a uma
geração com características diferentes das gerações anteriores. Geração essa que ficou
mais exposta à tecnologia, o que influenciou seu comportamento, suas atitudes e
preferências. A Geração Y caracteriza-se por aqueles que nasceram de 1978 até os anos de
1999, essa geração nasceu no mesmo período que se iniciava as evoluções tecnológicas, e
por consequência, a globalização, eventos esses que vieram a influenciar nos
comportamentos e ideais de cada indivíduo. Considerando esse contexto, a presente
pesquisa objetivou identificar os fatores que determinam o processo de ensino-
aprendizagem sob a perspectiva de estudantes do curso de Ciências Contábeis da Geração
Y. A pesquisa foi realizada por meio da aplicação de questionário, totalizando 142 respostas
válidas. Quanto aos resultados obtidos, diante das variáveis que mais influenciam o aluno
da Geração Y em seu processo de ensino-aprendizagem, conforme a perspectiva dos
próprios estudantes obteve-se: “didática do professor (forma como o professor conduz a
aula, interage com os alunos e proporciona um ambiente de aprendizado)”; “desejo de
aprender o assunto”; “programa de disciplina bem planejado”; e “biblioteca equipada com
extenso acervo de livros e instalações adequadas”, cada variável, pertencendo
respectivamente às dimensões: professor, aluno, assunto e instituição. Além disso, foram
escolhidas as quatro atitudes que influenciam negativamente o processo de aprendizagem,
em relação ao aluno, a “falta de interesse” e “falta de dedicação fora da sala de aula”; e
quanto ao professor, aquele que possui “falta de domínio do assunto a ser explanado” e o
“professor que não se propõe a sanar as dúvidas dos alunos”. Dessa forma, infere-se que
discussões sobre a melhoria no processo de ensino-aprendizagem em contabilidade podem
ser fomentadas a partir da análise das variáveis elencadas.

Palavras-chave: Ensino-aprendizagem. Geração Y. Discentes. Professores.

1 INTRODUÇÃO

O cenário contábil apresenta-se envolto em uma série de transformações nas últimas


décadas, e essas transformações muitas vezes são advindas da necessidade do mercado
por constantes mudanças. A promulgação da Lei nº 11.638/2007, da Medida Provisória n.º
449/2008, que em 2009 foi convertida na Lei nº. 11.941/2009 e a criação do Comitê de
Pronunciamentos Contábeis (CPC) são alguns dos exemplos que ilustram o cenário de
transformação em que o profissional de contabilidade está inserido (PAVIONE et al., 2016).
Nessa perspectiva, observa-se que o ensino também está em constante adaptação e
evolução, à medida que novas necessidades vão surgindo, leis, ferramentas, diretrizes,
softwares, vão sendo remodelados ou construídos. Dessa forma, verifica-se que a dinâmica
do mercado, assim como outros fatores exigem uma maior capacitação e dedicação por
parte do acadêmico e profissional de contabilidade (CRUZ et al., 2017).

1
Bacharelanda em Ciências Contábeis.
2
Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
De acordo com Andere e Araújo (2008), a educação é o suporte essencial para
formação de um cidadão e profissional, já que a mesma é capaz de fornecer habilidades
para utilizar o conhecimento, com condições de refletir, criticar e criar. Os autores ainda nos
apresentam o ambiente de ensino, capaz de proporcionar interação e troca de experiência
entre alunos e professores de gerações distintas, com a capacidade de despertar conflitos
devido a visões de mundos diferentes.
Com o ingresso de alunos nas Instituições de Ensino Superior (IES), algumas
dificuldades são encontradas, de modo a se tornarem capazes de atrapalhar o desempenho
acadêmico. Diversos fatores, como: características do corpo docente e dos próprios
acadêmicos, estrutura oferecida pela instituição de ensino e organização do tempo, são
capazes de influenciar negativamente o processo de ensino-aprendizagem (MIRANDA et al.,
2014).
Compreender esses fatores é essencial para a formação de um profissional de
qualidade, já que atualmente somente a presença dos acadêmicos no curso de graduação
não é mais suficiente para uma carreira profissional promissora (MIRANDA et al., 2014).
Entender os fatores que podem influenciar o desempenho acadêmico de um curso superior
é de suma importância para entender melhor a didática de ensino e outras variáveis que
podem afetar sua forma de aprendizagem (MOLETA et al., 2017).
O perfil do vínculo dos discentes nos cursos de graduação, em meio a dados
registrados pelo Censo no ano de 2017, aponta que a idade média para conclusão dos
cursos de ensino superior presencial é de 23 anos de idade (considerando a moda do
atributo idade) (INEP, 2017). Desse modo, percebe-se que existe uma maior concentração
de jovens nas IES, embora esses se encontrem nas mesmas estatísticas quando falado
sobre a dificuldade de ingressar em uma IES, de maneira que esse fator consegue
influenciar na opinião discente, quanto à geração em que os alunos pertencem, tornando um
importante ponto a ser analisado (NOGUEIRA, 2012).
Nessa faixa etária, se encontram os integrantes da Geração Y (também chamados
Nativos Digitais ou Millenials) que apresentam características típicas de sua época, pois
tiveram contato com a tecnologia desde a infância, além de outros eventos que marcaram
seu desenvolvimento, e de forma direta podem implicar alterações em suas motivações e
estilos de aprendizagem quando comparados às gerações anteriores (NOGUEIRA, 2012).
Alguns estudos brasileiros já investigaram aspectos relacionados à temática ensino-
aprendizagem, tais como: Mazzioni (2013), Beck e Rausch (2014), Pavione, Avelino e
Francisco (2016), Souza, Avelino e Takamatsu (2017), Silva, Melo e Delfino (2017), que em
seus estudos analisaram fatores que influenciam o processo de ensino-aprendizagem
dentro das universidades em diferentes localidades do Brasil. Outros autores, como:
Nogueira, Casa Nova e Carvalho (2012), Rocha, Bittencourt, Desiderio e Sobrinho (2018),
em seus estudos analisaram o estilo de ensino-aprendizagem por meio da distinção das
gerações. Já no âmbito internacional, Martin (2012), Garcia, Alvarado e Murcia (2017),
abordaram em seus estudos os conceitos de competência na formação superior no caso da
disciplina contábil a partir das perspectivas institucionais e suas diretrizes na educação.
No entanto, a geração Y que ingressa no ensino superior defronta-se com docentes
de outras gerações (Geração X ou Baby Boomers), que não tiveram a mesma formação
tecnológica por terem se desenvolvido em épocas diferentes, que não prevalecia profusa
tecnologia (NOGUEIRA, 2012). Diante dos expostos, tem-se o seguinte problema de
pesquisa: Quais os fatores que determinam o processo de ensino-aprendizagem sob a
perspectiva de estudantes do curso de Ciências Contábeis da geração Y? Para
responder ao problema proposto, a pesquisa terá como objetivo analisar os fatores que
determinam o processo de ensino-aprendizagem sob a perspectiva de estudantes do curso
de Ciências Contábeis da geração Y.
Apesar de existirem pesquisas no âmbito nacional e internacional, sobre a temática
ensino-aprendizagem em Contabilidade, na perspectiva dos estudantes que fazem parte em
específico da Geração Y, não foram identificados estudos na qual integrem as duas
temáticas, sendo assim um diferencial para a pesquisa em questão, já que se propõe a
verificar fatores que determinam o processo de ensino-aprendizagem sob a perspectiva de

2
estudantes do curso de Ciências Contábeis da Geração Y na Universidade Federal Rural do
Semi-Árido (UFERSA).
Avaliar quais fatores influenciam no processo de aprendizagem dos alunos que
pertencem a uma geração muitas vezes diferente do seu docente, poderá fornecer um
importante feedback ao corpo docente da instituição na qual a pesquisa será realizada,
servindo como indicativo para a adequação de metodologias que auxiliem os discentes a
otimizarem suas capacidades, apontando variáveis que possam prejudicar seu desempenho
acadêmico. Como contribuição científica, esse estudo visa preencher lacunas sobre o
ensino da Contabilidade, apresentando contribuições para o contexto científico, por trazer
estudos sobre esse aspecto que ainda não foi tratado, além de expandir os já existentes.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ENSINO E APRENDIZAGEM

O processo de ensino-aprendizagem é definido por um complexo sistema de


interações comportamentais entre professores e alunos (SOUZA et al., 2017). Esse
processo apresenta-se de forma bem constante não apenas entre os educadores da área
didático-pedagógica, como nas demais áreas de ensino, fortalecendo, a necessidade de se
estudar como acontece essa atuação na contabilidade (MENDES, 2000).
Para Pavione, Avelino e Francisco (2016), o ensino é definido pelo processo
deliberado de facilitar que outra pessoa ou pessoas possam aprender e crescer
intelectualmente e moralmente. Nesse sentido, verifica-se que o processo de ensino, deve
ser tratado como algo costumeiro, de forma que venha a possibilitar o alcance de objetivos,
sendo este aprendizado por parte do aluno (PAVIONE et al., 2016).
O processo de ensino é caracterizado por um mecanismo com a finalidade do
alcance de certos objetivos e para tal, é necessária uma organização estratégica e lógica
(BECK et al., 2009). Por sua vez, o processo de aprendizagem refere-se à resposta do
indivíduo ao estímulo que o ambiente produz diante de uma situação problema, de forma a
considerar aspectos e hábitos da vida do mesmo (BECK et al., 2009).
O ensino ao ser compreendido numa perspectiva dialógica tem como intenção ajudar
ao aluno a entender as diferentes relações de saberes do sujeito histórico (LAFFIN, 2002).
O ensino consiste na resposta planejada às exigências naturais do processo de
aprendizagem, de forma que é visto como resultado de uma relação pessoal do professor
com o aluno (SANTOS, 2001). Para Santos (2001), o acompanhamento do professor com a
aprendizagem do aluno, se torna mais importante do que o assunto ensinado, ou mesmo
das técnicas didáticas.
Nessa perspectiva, entende-se que ensinar não significa e não é apenas aprender,
embora ambos precisão estar interligados, de forma que por mais que o professor possua o
desejo de ensinar para o seu aluno, o mesmo não pode obrigá-lo (PAVIONE et al., 2016).
No estudo sobre a temática ensino-aprendizagem, o aluno passa a ter posição de destaque,
de forma que se destinam a eles as estratégias a serem tomadas, pois a partir de suas
capacidades e conhecimentos anteriores que as atividades são indicadas (SOUZA et al.,
2017)
Para que o processo de ensino-aprendizagem ocorra de forma efetiva, é necessária
a presença de alguns fatores para que se possa ter o resultado esperado, tais como: a
estrutura da instituição de ensino, as condições de trabalho dos docentes, as condições
sociais dos alunos, os recursos disponíveis e de que maneira o conteúdo é transmitido ao
aluno (MAZZIONI, 2013). Nos tópicos que seguem, serão analisadas as dimensões que
podem influenciar o resultado do processo de ensino-aprendizagem.

2.1.1 Dimensão Professor


O professor como figura central no processo de ensino é desafiado ao possuir a
necessidade de analisar o aluno em sua totalidade e realidade (OLIVEIRA et al., 2016).
Segundo Pavione, Avelino e Francisco (2016), o corpo docente é considerado o pilar que

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assegura uma educação de qualidade, de modo a afirmar que um bom professor é
primordial no processo de ensino-aprendizagem.
A competência adquirida pelo professor é conquistada aos poucos, conforme
relacionamento diário com o seu corpo discente (SILVA et al., 2017). Porém, um professor
universitário de acordo com Pavione, Avelino e Francisco (2016), deve possuir requisitos
básicos legais, pessoais e técnicos. Como requisito legal é estabelecido que as
universidades possuam um terço do seu corpo docente, pelo menos, com titulação
acadêmica de mestre ou doutor, conforme a Lei nº. 9.394/1996, que fala das Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB).
Como requisitos pessoais um bom professor deve dominar e gostar da disciplina que
leciona, se identificando com a profissão a qual exerce, precisa gostar dos alunos e de se
relacionar com eles, ter senso de humor, humildade para reconhecer que não possui o
conhecimento de tudo e força de vontade (PAVIONE et al., 2016).
Segundo Beck e Rausch (2012), a adequada comunicação verbal das instruções
quando direcionadas ao aluno, facilitará a interpretação quando se fala da didática do
professor; o feedback ao aluno quanto o seu progresso; a boa relação entre ambos; e a
atitude com a matéria ensinada, fazem parte dos requisitos técnicos do docente. O professor
de Ciências Contábeis em específico, deve conciliar suas habilidades e conhecimentos da
profissão a sua didática, de modo a alinhar a teoria e a prática, tornando o teórico algo
importante e significativo (RODRIGUES et al., 2015).
Como forma de avaliar a dimensão professor, foram consideradas variáveis
conforme segue no Quadro 1, relacionadas à: didática do professor (forma como o professor
conduz a aula, interage com os alunos); nível de exigência em provas condizentes com o
conteúdo ensinado; uso de linguagem adequada em sala de aula; vocação do professor
para dar aula; domínio e gosto pela disciplina lecionada; bom relacionamento com o aluno
(ouvi-los, conhecer o aluno, compreende-lo); organização na prática de ensino (utilização de
recursos, cumprimento dos horários, condução de processo avaliativo); disposto a sempre
sanar as dúvidas dos alunos; e por fim, se o docente concentra-se no aprendizado dos
alunos, ao invés do cumprimento da ementa.

Quadro 1 - Fatores do Processo de Ensino-Aprendizagem – Dimensão Professor


Assertivas
Dimensão Professor
Didática do professor (forma como o professor conduz a aula, interage com os alunos)
Nível de exigência em provas condizentes com o conteúdo ensinado
Uso de linguagem adequada em sala de aula
Vocação do professor para dar aula
Domínio e gosto pela disciplina lecionada
Bom relacionamento com o aluno (ouvi-los, conhecer os alunos, compreende-los)
Organização na prática de ensino (utilização de recursos, cumprimento dos horários, condução de
processo avaliativo)
Disposto a sempre sanar as dúvidas dos alunos
Concentra-se no aprendizado dos alunos, ao invés do cumprimento da ementa
Fonte: Adaptado de Pavione et al. (2016).

Dessa forma, verifica-se que o corpo docente é considerado o pilar que assegura
uma educação de qualidade, de modo a afirmar que um bom professor é primordial no
processo de ensino-aprendizagem (PAVIONE et al., 2016). Essas assertivas são de suma
importância para a adequada avaliação nesse processo, tendo em vista que a análise de
fatores como a didática do professor, trarão melhorias nas metodologias utilizadas, desde
que seja feito uso dos resultados obtidos.

2.1.2 Dimensão Aluno

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A influência do aluno no processo ensino-aprendizagem é ressaltada por meio da
democratização do ensino e o acesso às escolas de um grupo heterogêneo, que possuem
características diferentes, sejam nas suas motivações, heranças culturais, religiões e
interesses (SILVA et al., 2017).
Mediante tal diversificação, alguns aspectos do aluno são capazes de influenciar o
ensino-aprendizagem, como: a sua motivação para entender o conteúdo, a capacidade de
interação com os colegas de sala e o docente responsável pela disciplina, o interesse de
continuar os estudos e procurar novas fontes de aprendizagem fora da sala de aula
(PAVIONE et al., 2016).
Ao que tange o desempenho do discente, os autores Miranda et al. (2014) afirmam
que o aluno é afetado por características próprias, desde aspectos pessoais, assim como
serviços das instituições de ensino, e até mesmo aspectos socioeconômicos. Variáveis
associadas à motivação profissional e pessoal, o interesse em aprender, o conhecimento
prévio do conteúdo, agregam valor ao desenvolvimento do conhecimento do discente,
colaborando com o processo de ensino-aprendizagem (BECK et al., 2015).
Segundo Beck e Rausch (2012), algumas atitudes podem impedir o processo de
desenvolvimento do aluno, como: falta de interesse com o conteúdo explanado, conversas
paralelas durante as aulas, a falta de empenho enquanto ao estudo extracurricular, a falta
de dedicação com as atividades propostas pelo professor e o pouco comprometimento ao
não levar dúvidas para o professor.
Mediante necessidade de reconhecer quais aspectos levam o aluno a possuir
dificuldades no processo de ensino-aprendizagem, foram consideradas variáveis, conforme
Quadro 2, relacionadas ao: número adequado de alunos em sala de aula e um público
homogêneo; desejo de aprender o assunto (motivação pessoal com a disciplina);
conhecimento prévio do assunto (com o objetivo de aprender melhor o conteúdo); ter
maturidade mediante responsabilidades de um curso superior; ter o hábito de estudar; boa
relação com o professor; estudos extracurriculares; tempo necessário para dedicação nos
estudos; e por fim, a participação em sala de aula.

Quadro 2 - Fatores do Processo de Ensino-Aprendizagem – Dimensão Aluno


Assertivas
Dimensão Aluno
Número adequado de alunos em sala de aula e um público homogêneo
Desejo de aprender o assunto (motivação pessoal com a disciplina)
Conhecimento prévio do assunto (com o objetivo de aprender melhor o conteúdo)
Ter maturidade mediante responsabilidades de um curso superior
Ter o hábito de estudar
Boa relação com o professor
Estudos extracurriculares
Tempo necessário para dedicação nos estudos
Participação em sala de aula
Fonte: Adaptado de Pavione et al. (2016).

Tais aspectos mencionados ressaltam a influência do aluno no processo de ensino-


aprendizagem, de modo que são capazes de influenciar nos resultados por meio do seu
desempenho (SILVA et al., 2017). Sendo o aluno um dos principais instrumentos dessa
pesquisa, é essencial o reconhecimento dos aspectos mencionados para uma adequada
avaliação, de modo que as assertivas citadas nessa dimensão fomentaram os resultados
obtidos.

2.1.3 Dimensão Assunto

A dimensão assunto vem a tratar de outras variáveis que são consideradas


importantes no processo de ensino-aprendizagem como: a forma, a estrutura formada pelos
componentes e relações e a sequência lógica de como ocorrerá (BECK et al., 2015). Os

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tipos de aprendizagem também são aspectos relevantes para o processo, e para serem
aprendidos requerem: conceitos, princípios, simples associações, soluções de problemas e
também as ordens que esses componentes serão explanados aos alunos (BECK et al.,
2015).
O assunto não deve ser resultado do interesse do professor, de modo que o objetivo
seja atender às necessidades de aprendizagem do aluno (PAVIONE et al., 2016). Pavione,
Avelino e Francisco (2016), citam que algumas décadas atrás, existia a dificuldade em
organizar os assuntos das disciplinas, de forma que os mesmos já vinham formatados
segundo a ementa dos livros, e o trabalho do professor consistia em passar o conteúdo em
tempo hábil.
Embora esse método de ensino não seja mais utilizado, e tendo em vista que o
processo de ensino-aprendizagem busca a qualidade, críticas como à falta de interação
entre os conteúdos das diversas disciplinas, que muitas vezes causam repetição; o não
planejamento do assunto a ser lecionado; o tempo gasto com a disciplina, assim como
outros fatores, faz da dimensão assunto, um ponto a ser discutido no processo de ensino-
aprendizagem (BECK et al., 2015).
Nessa perspectiva, no Quadro 3, algumas variáveis para a dimensão assunto foram
levadas em consideração, como: a estrutura do conceito disciplina; ordem da apresentação
dos conteúdos; interação entre os programas de diversas disciplinas; programa da disciplina
bem planejado; e por fim, afinidade dos programas com os fatos do dia a dia.

Quadro 3 - Fatores do Processo de Ensino-Aprendizagem – Dimensão Assunto


Assertivas
Dimensão Assunto
Estrutura do conceito disciplina
Ordem da apresentação dos conteúdos
Interação entre os programas de diversas disciplinas
Programa da disciplina bem planejado
Afinidade dos programas com os fatos do dia a dia
Fonte: Adaptado de Pavione et al. (2016).

Segundo Beck e Rausch (2015), as variáveis citadas acima são consideradas


importantes no processo de ensino-aprendizagem, de modo que deve ser analisada a
estrutura formada pelos componentes e relações e a sequência lógica de como ocorrerá.
Pressupõe-se que as assertivas citadas sobre a dimensão assunto, irão variar de acordo
com o período em que o respondente se encontre, e quais disciplinas já foram cursadas
pelo mesmo, podendo haver uma significante variação nos resultados obtidos.

2.1.4 Dimensão Institucional

As Instituições de Ensino Superior (IES) são definidas como o espaço físico onde
acontece todo o processo de ensino-aprendizagem, de forma a promover o conhecimento e
toda competência humana, se tornando primordial a promoção de um ambiente criativo e
inovador (PAVIONE et al., 2016). Miranda et al. (2014) trazem em seu estudo que o
ambiente acadêmico e a instituição de ensino, por propiciar diversas interações com o
aluno, é capaz de redefinir o compromisso acadêmico, assim como os objetivos
profissionais do discente.
Ensinar é a principal tarefa da Instituição de Ensino, é essencial que além da
qualidade, o ensino possa preparar o aluno para o mercado de trabalho (PAVIONE et al.,
2016). Para Pavione, Avelino e Francisco (2016), as instituições devem garantir adequadas
condições de ensino aos docentes, de forma que quando preciso, o professor possa contar
com o auxílio de um monitor da disciplina, capaz de dar continuidade ao assunto iniciado em
sala de aula, assim como a redução de burocracia nos setores administrativos.
De forma a levantar questionamento perante aspectos importantes na instituição, o
Quadro 4 traz alguns pontos, como: existência de auxiliares de ensino e de monitores;

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assistência para os professores na elaboração do material didático e na sua orientação
pedagógica; assistência e orientação psicológica e vocacional para os estudantes; salas de
aula arejadas e equipadas com recursos audiovisuais; e por fim, biblioteca equipada com
extenso acervo de livros e instalações adequadas.

Quadro 4 - Fatores do Processo de Ensino-Aprendizagem – Dimensão Institucional


Assertivas
Dimensão Institucional
Existência de auxiliares de ensino e de monitores
Assistência para os professores na elaboração do material didático e na sua orientação pedagógica
Assistência e orientação psicológica e vocacional para os estudantes
Salas de aula arejadas e equipadas com recursos audiovisuais
Biblioteca equipada com extenso acervo de livros e instalações adequadas
Fonte: Adaptado de Pavione et al. (2016).

A instituição propicia diversas interações com o aluno, redefinindo o compromisso


acadêmico, assim como os objetivos profissionais do discente (PAVIONE et al., 2016). A
estrutura que a instituição oferece ao aluno é capaz de motiva-lo a frequentar a universidade
não só nos horários letivos, incentivando o mesmo a participar de projetos de extensão e
outros eventos que garantam além de seu crescimento intelectual, melhorias para a IES.

2.2 CARACTERÍSTICAS DOS DISCENTES DA GERAÇÃO Y

As gerações podem ser conceituadas como um grupo que compartilha além dos
mesmos anos de nascimento, os acontecimentos sociais significativos no desenvolvimento
histórico, de modo que eventos ocorridos nesse processo foram capazes de influenciar seus
valores e sua visão de mundo (COMAZZETO et al., 2016).
A geração Y, também conhecida como: Millennials, Net Generation, Generation N,
Dot Coms, Echo-Boomers, iGeneration, Me Generation, entre outros (FEIERTAG et al.,
2008), nasceram de 1978 até os anos de 1999, e já cresceram em contato com as
tecnologias, tendo em vista que as pessoas dessa geração nasceram no mesmo período
que se iniciava as evoluções tecnológicas, e por consequência, a globalização, eventos
esses que vieram a influenciar nos comportamentos e ideais de cada indivíduo
(COMAZZETTO et al., 2016).
Segundo Nogueira, Casa Nova e Carvalho (2012), características como: a
superproteção vinda de seus pais; a orientação para trabalhar em equipe; a confiança;
serem considerados multitarefas; realizarem atividades com o objetivo do sucesso; e serem
proficientes em tecnologia, são considerados aspectos importantes que marcam essa
geração. Além disso, indivíduos dessa geração, geralmente são impacientes, educados,
possuem senso de justiça apurado e sabem trabalhar em grupo (WORLEY, 2011).
Embora muitos aspectos sejam associados a essa geração, a característica
marcante é a utilização de tecnologia (NOGUEIRA et al., 2012). A geração Y possui uma
necessidade maior ao uso das redes sociais, computadores, smartphones, entre outros
recursos tecnológicos, que na maioria das vezes gastam horas de seu dia (NOGUEIRA et
al., 2012). Tendo em vista o uso desses recursos são utilizados desde a infância, como
consequência, foram alteradas características de aprendizagem, de modo que raramente se
utilizam de manuais para desenvolver algum processo, a tentativa a erro é o método mais
comumente utilizado por eles (FEIETARG et al., 2016).
A geração Y pode ser considerada composta por indivíduos que estão sempre
voltados ao trabalho em equipe, possuem autoconfiança, muita vontade de vencer, e
desenvoltos a tecnologia, por essas características são diferenciados das demais gerações
(NOGUEIRA et al., 2012). Pode-se esperar que a geração Y determine quais fatores
influenciam no processo de ensino-aprendizagem, de modo a terem uma visão diferente das
outras gerações, o que reforça relevância dessa pesquisa.

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2.3 ESTUDOS CORRELATOS AO TEMA

Alguns autores ao longo dos anos utilizaram pesquisas e estudos que envolviam o
processo de ensino-aprendizagem a fim de identificar quais aspectos contribuiriam ou
prejudicaria esse processo.
Nogueira, Casa Nova e Carvalho (2012), em seu estudo buscaram verificar quais as
características do bom professor (ou professor exemplar) de acordo com a percepção dos
discentes do curso de graduação em Ciências Contábeis. A coleta de dados foi realizada
por meio de questionário eletrônico e os alunos foram convidados via e-mail. Em seus
resultados foi obtido que o bom professor é caracterizado pelos estudantes quando possui
domínio do conteúdo e a capacidade de explicá-lo claramente.
Mazzioni (2013) em seu estudo buscou compreender as estratégias de ensino-
aprendizagem mais significativas a partir das perspectivas dos alunos com aquelas
utilizadas pelos professores do curso de graduação em Ciências Contábeis. Em sua coleta
de dados foi realizada o uso de questionários com perguntas abertas e fechadas,
direcionadas a docentes e discentes do curso de graduação em Ciências Contábeis. Os
resultados desse estudo apontaram para uma convergência de estratégias preferidas pelos
universitários pesquisados com aquelas utilizadas pelos docentes.
Beck e Rausch (2014) verificaram a percepção dos discentes do curso de Ciências
Contábeis da Universidade Regional de Blumenau em relação aos fatores que influenciam o
processo ensino-aprendizagem. A pesquisa caracterizou-se como descritiva realizada por
meio de levantamento, com abordagem quantitativa. Utilizou-se da estatística descritiva, e
da escala aproximativa Best-Worst para análise dos dados coletados. Conclui que a
melhoria no processo ensino-aprendizagem em contabilidade pode ser desenvolvida por
meio da identificação e aperfeiçoamento das variáveis caracterizadas pelos alunos como de
maior importância.
Pavione, Avelino e Francisco (2016), buscou identificar os fatores que influenciam o
processo de ensino-aprendizagem sob a perspectiva de estudantes do curso de Ciências
Contábeis de uma Instituição de Ensino Superior (IES) de Minas Gerais. Os resultados
foram consubstanciados e confrontados com as percepções obtidas também por outras
pesquisas já realizadas. Quatro das atitudes listadas foram mais pontuadas em relação ao
aluno, dentre elas: “falta de interesse” e “falta de dedicação fora da sala de aula”; quanto ao
professor, “não se propor a sanar as dúvidas dos alunos” e não ter “domínio do assunto a
ser explanado”.
Souza, Avelino e Takamatsu (2017) identificaram os estilos de aprendizagem, ou
seja, as diferentes preferências para perceber e processar as informações, de discentes do
curso de Ciências Contábeis de uma Instituição de Ensino Superior Federal localizada em
Minas Gerais. Os resultados foram confrontados com as percepções obtidas também por
outras pesquisas já realizadas. Observou-se que a amostra é composta por maioria de
respondentes com preferências para os estilos de aprendizagem: ativo, visual, sensorial e
sequencial, sendo que, em cada um desses polos, a intensidade leve foi a mais frequente
entre os estudantes, exceto no âmbito sensorial, no qual a preferência moderada foi a mais
comum.
Cruz et al. (2017) buscaram identificar e comparar os atributos que na percepção de
alunos de cursos de Ciências Contábeis ofertados no Brasil e em Portugal definem o bom
professor. Empregou-se a técnica de análise fatorial para análise dos dados. Concluíram
que os principais atributos para definir um bom professor estão ligados ao planejamento,
conhecimento, didática, características de relacionamento e motivação, que explicam 94%
do perfil do bom professor.
Moleta, Ribeiro e Clemente (2017), identificaram os fatores que determinam o
desempenho dos acadêmicos do curso de Ciências Contábeis da UNICENTRO, em
Prudentópolis e Irati. A pesquisa caracterizou-se como descritiva e quantitativa. Verificou-se
que o nível de procrastinação influencia negativamente o desempenho, enquanto, a
motivação intrínseca tende a se relacionar positivamente com tal variável. Outro achado
interessante refere-se à influência do gênero no desempenho, uma vez que, conforme

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indicam os resultados, o gênero feminino apresenta desempenho significativamente
superior.
Silva, Melo e Delfino (2017), investigaram em sua pesquisa os fatores que
influenciam o processo de ensino-aprendizagem na percepção dos discentes do curso de
ciências contábeis de três Instituições de Ensino Superior, sendo elas, Universidade Federal
de Campina Grande – Campus Sousa, Universidade Estadual da Paraíba - Campus
Campina Grande e uma Instituição de Ensino Superior Privada. As variáveis que se
destacaram como as mais influenciadoras no processo de ensino-aprendizagem na
perspectiva dos alunos foram: a didática do professor, referente ao fator professor; o
programa da disciplina bem planejado, referente ao fator assunto; o desejo de aprender o
assunto, fator aluno; e com relação ao aspecto institucional da IES Federal, predominou a
resposta de existência de auxiliares de ensino e de monitores, enquanto que, na Estadual e
Privada, biblioteca equipada com um extenso acervo de livros e instalações adequadas.
No âmbito internacional, Garcia, Alvarado e Murcia (2017) abordaram a discussão
em torno do conceito de competências na formação superior no caso da disciplina contábil a
partir das perspectivas institucionais de ambas as diretrizes internacionais de educação, a
partir das normas e regulamentos em contabilidade. Assim como, os projetos internacionais,
as posturas educativas, até as disposições normativas sobre o tema, e alguns dos principais
questionamentos à formação deste tipo. As competências relacionadas com cada área de
estudo são de vital importância para obtenção de qualquer diploma profissional e são
relacionados à especificidade de um campo de estudo, destacam-se as competências
genéricas os elementos usuais que podem ser comuns a qualquer profissão.
Rocha et al. (2018), analisaram por meio do Inventário dos Estilos de Aprendizagem
de Kolb, quais são os estilos de aprendizagem e modalidades didáticas de preferência entre
os alunos de acordo com a geração a que pertencem. Em relação ao estilo de
aprendizagem foram identificados os quatro estilos, com predominância dos estilos
acomodados e divergente, em ambas as gerações. Verificou-se que a maioria dos alunos
que afirmaram não estarem satisfeitos com o curso não conseguem entender a matéria pela
forma como é ministrada a disciplina, pela exigência de um alto grau de abstração, por ser
cansativa e pelo conteúdo ser mal trabalhado.

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

Esta pesquisa teve como objetivo analisar quais os fatores que determinam o
processo de ensino-aprendizagem sob a perspectiva de estudantes do curso de Ciências
Contábeis da Geração Y. Para tanto, procedeu-se com um estudo descritivo quanto ao
objetivo, que segundo Richardson et al., (2002), esse tipo de pesquisa se propõe a
investigar as características de um fenômeno ou população e, ainda, a análise do papel das
variáveis que causam e se associam a situação.
As pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial a descrição das características
de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis
(GIL, 2008). São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de
suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta
de dados (GIL, 2008).
O estudo em questão enquadrou-se como survey ou levantamento, uma vez que teve
por objetivo explorar variáveis e fatores influentes sobre um determinado fenômeno por meio
da aplicação de um questionário estruturado (MOREIRA, 2019).
As pesquisas deste tipo se caracterizam pela interrogação direta das pessoas cujo
comportamento se desejam conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de
informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para em
seguida, mediante análise quantitativa, obter as conclusões correspondentes dos dados
coletados (GIL, 2008).
No que se refere à abordagem do problema, destaca-se a natureza quanti-
qualitativa, tendo em vista a utilização de ferramentas estatísticas e a utilização de
instrumentos que a caracterizem dessa forma. Geralmente a utilização dessa abordagem é

9
feita quando se procura descobrir e classificar a relação entre variáveis, bem como para
investigar a relação de causalidade entre fenômenos (RICHARDSON, 2011).
Em relação à população do estudo, encontraram-se todos os discentes com
matrícula ativa no curso Ciências Contábeis no primeiro período até o nono período do
curso na Universidade Federal Rural do Semi-Árido, campus Mossoró. Optou-se pela
escolha desses estudantes pela acessibilidade na coleta.
O questionário tratou-se de uma adaptação de Pavione, Avelino e Francisco (2016),
composto por 28 questões localizadas na parte II que remeteram aos fatores que
influenciam o processo de ensino-aprendizagem, de forma a estarem subdivididas nas
dimensões: professor, aluno, assunto e institucional. Conforme pode ser visualizado no
Apêndice I. O questionário foi dividido em cinco partes, como pode ser observado no
Quadro 5.

Quadro 5 - Representação do instrumento de pesquisa.


PARTE DESCRIÇÃO OBJETIVO
Os motivos para a escolha do Listar quais seriam os principais motivos da escolha do
I
curso. curso.
Identificar os fatores que, na opinião dos componentes
Os fatores que influenciam o
II da amostra, influenciam o processo de ensino-
processo de aprendizagem.
aprendizagem.
As atitudes que influenciam Identificar quais seriam as atitudes dos alunos e
III negativamente o processo de professores, na visão aluno, que influenciam
aprendizagem. negativamente o processo de aprendizagem.
Os tipos de professores e a Identificar quais são os tipos de professores, na visão
IV influência no processo de do aluno, que promovem melhor seu aprendizado.
aprendizagem.
Traçar o perfil dos respondentes participantes da
V O perfil da amostra.
pesquisa.
Fonte: Adaptado de Pavione et al. (2016).

Após a aplicação dos questionários nos períodos do curso abrangidos pela pesquisa,
obteve-se um total de 195 questionários respondidos. Durante a apuração da coleta de
dados, foi possível identificar a ausência de algumas informações que seriam importantes
para o resultado da pesquisa. Por esse motivo, 10 desses questionários foram excluídos.
Posteriormente, foi verificado que 43 pessoas não fariam parte da pesquisa por não se
enquadrarem na idade determinada pela Geração Y. Portanto, foram consideradas 142
respostas que foram analisadas, levando assim a amostra final.
Para a análise dos dados foi utilizada média e desvio padrão. A média é um dado
estatístico na qual é calculada a soma dos elementos de uma amostra dividida pela
quantidade de elementos da mesma amostra (SANTOS et al., 2015). O desvio padrão visa
medir o distanciamento de seus dados ou observações em relação à média (SANTOS et al.,
2015). Com o auxílio desses métodos estatísticos, realizou-se o levantamento dos dados
obtidos, a fim de verificar quais os fatores que influenciam o processo de ensino-
aprendizagem sob a perspectiva de estudantes do curso de Ciências Contábeis da Geração
Y.

4 ANÁLISES DOS DADOS

Nesta seção da pesquisa apresenta-se a análise dos dados, que inicialmente


caracterizam a amostra. Na sequência, verificaram-se quais motivos levaram os discentes
da Geração Y, a escolha do curso de Ciências Contábeis. Em seguida, por meio da análise
das médias, de acordo com as notas obtidas, foram analisados quais os fatores que
influenciam o processo de ensino-aprendizagem, por meio de variáveis nas dimensões
professor, aluno, assunto e institucional. Logo após, verificou-se quais atitudes que
influenciam negativamente o processo de ensino-aprendizagem, avaliando professor e
aluno. Por fim, foram obtidos resultados mediante quais tipos de professores que estão

10
presentes no curso de Ciências Contábeis na UFERSA e qual a influência dos mesmos no
processo de aprendizagem.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

A coleta realizada permitiu identificar o perfil dos entrevistados por meio do gênero,
da faixa etária e o estado civil com o objetivo de verificar a qual público a pesquisa estava
sendo aplicada. Os resultados obtidos se encontram na Tabela 1.

Tabela 1 - Perfil dos respondentes – Discentes


Perfil dos entrevistados Qtde %
Gênero 142 100%
Masculino 81 57%
Feminino 61 43%
Faixa Etária 142 100%
20 a 25 92 65%
26 a 30 33 23%
31 a 35 14 10%
36 a 41 3 2%
Estado Civil 142 100%
Solteiro 110 77%
Casado 23 16%
União Estável 7 5%
Divorciado 1 1%
Viúvo 1 1%
Fonte: Dados da pesquisa (2019)

Como pode ser observado pela Tabela 1, a coleta de dados foi composta por 142
respondentes, sendo constituída, em sua maioria, pelo gênero masculino (57%), e 43%
constituída pelo gênero feminino. De acordo com as respostas obtidas, verifica-se que 65%
da amostra é composta por pessoas com idade entre 20 a 25 anos, tendo em vista que
nessa pesquisa, as idades dos estudantes irão variar de 20 a 41 anos, sabendo que para
ser considerado da Geração Y, o respondente deve ter nascido entre 1978 até os anos de
1999. Com relação ao estado civil, 77% dos alunos informaram estarem solteiros, 16%
casados, 5% em união estável, 1% divorciado e 1% viúvo. Dessa forma, é possível verificar
que a maioria dos respondentes possui estado civil solteiro.
Com base nos dados obtidos foi possível identificar que a maioria dos alunos do
curso de Ciências Contábeis da UFERSA já realizam atividades remuneradas, conforme
mostra a Tabela 2.

Tabela 2 – Atuação Profissional – Discentes


Perfil dos respondentes Qtde %
Você desenvolve alguma atividade remunerada? 142 100%
Não 54 38%
4 horas diárias 5 4%
6 horas diárias 14 10%
8 horas diárias 69 49%
Fonte: Dados da pesquisa (2019)

11
Com base na Tabela 2, em relação ao tempo de ocupação dos alunos, apenas 4%
desenvolve atividades com carga horária de 4 horas diárias, do tipo projeto de iniciação
científica. Um percentual de 10% realiza atividades com carga horária de 6 horas do tipo
estágio, 38% dos respondentes não participam de nenhum dos tipos de atividades
mencionadas no questionário. E como maioria da amostra, verificou-se que 49% dos alunos
já trabalham com a carteira assinada no regime de 8 horas diárias.

4.2 MOTIVOS PARA A ESCOLHA DO CURSO

As motivações e expectativas iniciais dos alunos podem ser consideradas um


importante fator no processo de ensino-aprendizagem (BECK et al., 2014). Desse modo, por
meio do conhecimento citado, foram demonstrados no questionário itens que pudessem ser
considerados pelos alunos a principal motivação para a escolha do curso de Ciências
Contábeis. Na Tabela 3 é possível verificar os motivos listados para a escolha do curso.

Tabela 3 - Motivação para a escolha do curso


Motivação Qtde %
Pretendo conduzir a empresa da família 4 3%
É uma carreira que proporciona autonomia de atuação,
preparando-me para ter meu próprio negócio 33 23%
Fui influenciado por amigos e/ou familiares 10 7%
A profissão me permite atuar em diferentes áreas
(segmentos) da empresa 44 31%
É um curso que se mantém atualizado com as evoluções do
mercado 6 4%
A profissão oferece maiores ofertas de emprego 33 23%
Reconhecimento social pela obtenção de um diploma superior 4 3%
Facilidade para ingresso no curso (reduzido número de
candidatos por vaga) 3 2%
Outra. Qual? 5 4%
Total 142 100%
Fonte: Dados da pesquisa (2019)

Após análise dos resultados da Tabela 3, configurou-se a opção “A profissão me


permite atuar em diferentes áreas (segmentos) da empresa” como a mais escolhida entre os
respondentes, recebendo o percentual de 31%. A contabilidade atual vem trazendo muitas
oportunidades para aqueles que estão inseridos na profissão, de modo que o profissional
passou a ser considerado um agente importante na tomada de decisões da empresa, pelo
fato de entender e ter conhecimento de todos os departamentos.
De acordo com a Resolução CFC nº 560/83, diversas funções podem ser atribuídas
ao profissional da contabilidade, podendo desempenhar o papel de: contador, analista
financeiro, perito contábil, consultor, auditor, assim como outras atividades que envolvam a
gestão e conhecimentos contábeis.
Diferente do que foi evidenciado nos estudos realizados por Pavione, Avelino e
Francisco (2016), na qual em seus resultados obtiveram como principal motivação a
pretensão de participar de concursos públicos. Os estudantes que fazem parte da Geração
Y, não optarem por essa variável como a favorita, de modo que dos 142 respondentes,
apenas um deles, assinalou a alternativa “Outra”, e sugeriu a opção dos concursos públicos.
Outras motivações significativas, que obtiveram percentual de 23% das respostas,
foram: “É uma carreira que proporciona autonomia de atuação, preparando-me para ter meu
próprio negócio” e “A profissão oferece maiores ofertas de emprego”. Percebemos que
concomitante a variável mais escolhida entre os respondentes (“A profissão me permite
atuar em diferentes áreas (segmentos) da empresa”), esses resultados afirmam que o curso

12
de Ciências Contábeis está em ascensão, de modo que o profissional podendo atuar em
diversas áreas, consegue ver no mercado um maior número de oportunidades em
comparação aos demais cursos.
Com base no estudo realizado por Pavione, Avelino e Francisco (2016), verificou-se
que as variáveis apresentadas estão em conformidade quando observado que a profissão
oferece maiores ofertas de emprego, demonstrando uma preocupação do estudante com o
futuro profissional.
O motivo que menos influenciou os estudantes na escolha, foi à facilidade para
ingresso no curso (reduzindo número de candidatos por vaga), não sendo este um fator tão
significativo como preferência dos mesmos. É possível perceber que apesar da facilidade
para ingressar em uma IES, o curso de Ciências Contábeis é escolhido pelos estudantes da
Geração Y dessa pesquisa pelas diversas oportunidades que o mesmo oferece.

4.3 FATORES QUE INFLUENCIAM O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM


DOS DISCENTES

Este tópico tem como objetivo apresentar a análise das variáveis que influenciam o
processo de ensino aprendizagem na Geração Y. Como forma de aplicação das dimensões
que serão retratadas a seguir, foi utilizado uma escala pontuada entre 0 (zero) e 10 (dez).
Dessa forma, foi solicitado aos respondentes que atribuíssem uma nota de 0 a 10 a cada um
dos fatores elencados (0 quando considerassem a variável totalmente irrelevante para o seu
processo de aprendizagem; e 10 quando considerassem a variável extremamente
importante para o seu processo de aprendizagem).
Na Tabela 4 encontram-se as variáveis que foram consideradas quanto à influência
do professor no processo de ensino-aprendizagem. Tais variáveis ajudaram a entender
quais possíveis fatores são considerados importantes para os alunos, de forma que as
médias obtidas evidenciaram qual a percepção dos estudantes da Geração Y.

Tabela 4 - Dimensão Professor


Desvio
Média Mediana Moda
Padrão
1. Didática do professor (forma como o professor conduz a
9,25 10,00 10,00 1,25
aula, interage com os alunos)
2. Nível de exigência em provas condizentes com o conteúdo
8,34 9,00 10,00 1,51
ensinado
3. Uso de linguagem adequada em sala de aula 8,74 9,00 10,00 1,61
4. Vocação do professor para dar aula 8,37 9,00 10,00 1,77
5. Domínio e gosto pela disciplina lecionada 8,77 9,00 10,00 1,42
6. Bom relacionamento com o aluno (ouvi-los, conhecer os
8,32 9,00 10,00 1,85
alunos, compreende-los)
7. Organização na prática de ensino (utilização de recursos, 8,66 9,00 10,00 1,45
cumprimento dos horários, condução de processo avaliativo)
8. Disposto a sempre sanar as dúvidas dos alunos 8,94 10,00 10,00 1,58
9. Concentra-se no aprendizado dos alunos, ao invés do
8,56 9,00 10,00 1,88
cumprimento da ementa
Fonte: Dados da Pesquisa (2019)

Como resultado da análise da Dimensão Professor e de suas variáveis, conforme


Tabela 4, os alunos pontuaram, em média, como 9,25 a variável “didática do professor”,
considerando esse item importante para o processo de aprendizagem. Mediante resultado
obtido, entende-se que caso o professor não consiga ser didático em sala de aula,
conduzindo bem a matéria e possuindo uma boa interação com a turma, ficará
comprometido o ensino.

13
Conforme estudos realizados por Pavione, Avelino e Francisco (2016), percebemos
que houve semelhança nos resultados obtidos pelos autores e a pesquisa em questão com
os alunos da Geração Y. A variável “didática do professor” é tida como principal fator no
processo de ensino-aprendizagem em ambas pesquisas.
Embora os resultados das médias tenham sido próximos, outra variável com média
alta foi “disposto a sempre sanar as dúvidas dos alunos” (média = 8,94). Podemos afirmar
que o auxílio ao aluno, ajudando-o a entender de forma mais clara o assunto abordado, é
considerado um fator importante, pois existindo a disposição do professor em ajudar, a
contribuição ao ensino ocorrerá de forma efetiva.
Os autores Cruz et al. (2017), apontam em suas pesquisas que o bom professor é
descrito como um profissional justo, paciente, claro em suas explicações, de modo que
aceite a explicar quantas vezes forem necessárias até que o aluno entenda o conteúdo,
sendo capaz de demonstrar interesse pelos estudantes.
A variável “bom relacionamento com o aluno” obteve média de 8,32, indicando que
entre as demais variáveis, tenha essa uma menor influência no processo de aprendizagem.
Nesse contexto, analisa-se que conhecer os alunos, ouvi-los e compreende-los, talvez não
influencie tanto quanto os demais pontos citados.
Com as médias 8,74 e 8,77, respectivamente, encontram-se as variáveis “uso de
linguagem adequada em sala de aula”; e “domínio e gosto pela disciplina lecionada”.
Quando falamos da linguagem utilizada pelo professor, nos deparamos com o cenário atual
da educação brasileira, na qual inúmeros problemas na comunicação entre professor e
aluno, comprometem o aprendizado; por meio das linguagens inapropriadas ou até mesmo
o tom de voz inadequado. É importante que o professor seja claro e objetivo, conheça a
linguagem do aluno, demonstrando motivação ao se comunicar.
A motivação do professor também é importante quando retratada a variável “domínio
e gosto pela disciplina lecionada”, pois conforme a Lei nº. 9.394/1996, que fala das
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), um dos requisitos técnicos pessoais para
um bom professor, é dominar e gostar da disciplina que leciona, se identificando com a
profissão que exerce.
A próxima dimensão estudada será o “fator” aluno, na qual os respondentes dessa
pesquisa poderão se auto avaliar, determinando quais possíveis variáveis comprometem no
processo de ensino-aprendizagem, conforme detalhado na Tabela 5.

Tabela 5 - Dimensão Aluno


Desvio
Média Mediana Moda
Padrão
10. Número adequado de alunos em sala de aula e um
7,28 8,00 8,00 2,40
público homogêneo
11. Desejo de aprender o assunto (motivação pessoal com a
8,90 9,00 10,00 1,42
disciplina)
12. Conhecimento prévio do assunto (com o objetivo de
7,25 8,00 8,00 2,20
aprender melhor o conteúdo)
13. Ter maturidade mediante responsabilidades de um curso
8,50 9,00 10,00 1,87
superior
14. Ter o hábito de estudar 8,53 9,00 10,00 1,70
15. Boa relação com o professor 7,90 8,00 10,00 1,82
16. Estudos extracurriculares 7,65 8,00 8,00 2,08
17. Tempo necessário para dedicação nos estudos 8,49 9,00 10,00 1,68
18. Participação em sala de aula 7,16 7,16 8,00 2,26
Fonte: Dados da Pesquisa (2019)

Os resultados encontrados na Tabela 5 apontam a média de 8,90 na variável “desejo


de aprender o assunto (motivação pessoal com a disciplina)”. Em concordância a este
ponto, foi apresentada também nos resultados da pesquisa a média de 8,53 para a variável

14
“ter o hábito de estudar”. Dessa forma, a pesquisa aponta que a motivação do aluno é uma
variável fundamental para o processo de ensino-aprendizagem. Apesar de o processo
acontecer entre o professor e o aluno, será o aluno responsável pelo seu aprendizado.
Segundo Cruz et al, (2017), a motivação pode ser definida como um impulso, capaz
de fazer com que os alunos criem um sentimento que os tornem capazes de alcançar seus
objetivos, tal sentimento deve ser estimulado pelos professores.
Em comparação aos resultados obtidos na pesquisa de Pavione, Avelino e Francisco
(2016), verificamos que em sua pesquisa o desejo de aprender o assunto também foi
considerado fator importante para o aluno, de modo que os estudantes da Geração Y,
também consideraram a motivação essencial para um melhor processo de aprendizagem.
Outra variável importante nos resultados obtidos foi “ter maturidade mediante
responsabilidades de um curso superior” (média=8,50). Dessa forma, podemos confrontar o
resultado com o estudo realizado por Nogueira, Casa Nova e Carvalho (2012), que afirmam
que a Geração Y, apesar da idade que possuem e da forma rápida que desejam alcançar
seus objetivos, são considerados multitarefas, possuem confiança e realizam atividades com
o objetivo do sucesso, de modo que desenvolvem suas atividades com responsabilidade e
dedicação.
A variável “tempo necessário para dedicação nos estudos” obteve média de 8,49. De
acordo com a pesquisa desenvolvida, identificamos que 49% dos entrevistados
desenvolvem atividades remuneradas com duração de oito horas diárias. Nessa
perspectiva, levando em consideração que esses estudantes desenvolvem as atividades no
período diurno, e frequentam a universidade no período noturno, possuem um tempo
reduzido para desenvolverem atividades extracurriculares, assim como para se dedicar as
disciplinas que estão cursando.
A próxima análise a ser realizada trata-se da Dimensão Assunto, possuindo como
objetivo verificar quais fatores influenciam o processo de aprendizagem, por meio de como o
assunto é conduzido em sala de aula. Os resultados obtidos foram apresentados na Tabela
6.

Tabela 6 - Dimensão Assunto


Desvio
Média Mediana Moda
Padrão
19. Estrutura do conceito disciplina 8,31 9,00 9,00 1,50
20. Ordem da apresentação dos conteúdos 8,56 9,00 10,00 1,43
21. Interação entre os programas de diversas disciplinas 8,08 8,00 8,00 1,59
22. Programa da disciplina bem planejado 8,94 9,00 10,00 1,22
23. Afinidade dos programas com os fatos do dia a dia 8,47 9,00 10,00 1,69
Fonte: Dados da Pesquisa (2019)

Por meio das médias obtidas nessa dimensão, conforme Tabela 6, conseguimos
verificar resultados similares, de forma a indicar que os alunos evidenciam a relevância do
assunto no aprendizado. A variável “programa da disciplina bem planejado” (média=8,94),
com a maior média entre as demais, trata a importância de um bom planejamento da
ementa a ser utilizada.
Com frequência, os professores gastam mais tempo do que o previsto para
desenvolver as primeiras partes do programa, e posteriormente avançam de forma mais
acelerada para cumprir o restante do assunto programado, não preocupados efetivamente
com a ocorrência ou não da aprendizagem (PAVIONE et al., 2016).
Embora com a menor média obtida, a “interação entre os programas de diversas
disciplinas” (média=8,08), é avaliada como significativa para o processo de ensino
aprendizagem, de modo que a interdisciplinaridade pode agregar conhecimento ao aluno.
Por fim, os fatores da Dimensão Institucional, que identificam quais variáveis dentro
da Instituição de Ensino são capazes de influenciar no processo de ensino-aprendizagem,

15
por meio das instalações da universidade e os recursos que a mesma disponibiliza. Seguem
resultados conforme a Tabela 7.

Tabela 7 - Dimensão Institucional


Desvio
Média Mediana Moda
Padrão
24. Existência de auxiliares de ensino e de monitores 8,04 8,50 10,00 2,02
25. Assistência para os professores na elaboração do material
8,26 8,50 10,00 1,66
didático e na sua orientação pedagógica
26. Assistência e orientação psicológica e vocacional para os
8,20 9,00 10,00 1,81
estudantes
27. Salas de aula arejadas e equipadas com recursos
8,94 9,00 10,00 1,45
audiovisuais
28. Biblioteca equipada com extenso acervo de livros e
9,08 10,00 10,00 1,39
instalações adequadas
Fonte: Dados da Pesquisa (2019)

Mediante resultados obtidos por meio das respostas dos estudantes apresentados na
Tabela 7, com média 9,08, a variável “biblioteca equipada com extenso acervo de livros e
instalações adequadas”, foi considerada um dos pontos mais relevantes para o processo, de
forma que é indispensável que dentro da própria Instituição de Ensino o aluno possa
encontrar um local para dar continuidade aos estudos. Como já citado, a instituição propicia
diversas interações com o aluno, redefinindo o compromisso acadêmico, assim como os
objetivos profissionais do discente (PAVIONE et al., 2016).
Pode-se observar que os estudantes demonstram importância quando se trata de
possuir um local para obtenção de informações, de modo que auxiliem contribuindo com os
recursos necessários para concluir o curso, conseguindo por meio de uma biblioteca
equipada e instalações adequadas elevado enriquecimento de conhecimento.

4.4 ATITUDES QUE INFLUENCIAM NEGATIVAMENTE O PROCESSO DE


APRENDIZAGEM

Com a apuração das respostas dos alunos da Geração Y que participaram da


pesquisa foi possível avaliar quais atitudes dos alunos e dos professores influenciam
negativamente o processo de aprendizagem. Para tanto, foi solicitado que cada respondente
escolhesse quatro, das oito variáveis entre atitudes do aluno e atitudes do professor. As
quantidades absolutas e relativas estão demonstradas na Tabela 8.

Tabela 8 - Atitudes que influenciam negativamente o processo de aprendizagem


Atitudes do aluno Qnte %
Falta de interesse 98 19%
Conversas paralelas em excesso 33 6%
Falta de dedicação fora da sala de aula 82 16%
Não desenvolver as atividades propostas pelo professor 33 6%
Atitudes do professor Qnte %
Professor que não se propõe a sanar as dúvidas dos alunos 64 13%
Impontualidade e falta de motivação do professor 46 9%
Falta de domínio do assunto a ser explanado 118 23%
Excesso de aulas expositivas 35 7%
Total 509 100%
Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

16
Ao observar os resultados obtidos na Tabela 8 quanto às atitudes do aluno que
influenciam negativamente o processo de aprendizagem, 19% dos respondentes afirmam
que a “falta de interesse” é a atitude de maior peso e a que mais prejudica o processo.
Dessa forma, podemos levantar hipótese de que esse desinteresse ocorre por se tratar de
uma geração com muito acesso a tecnologia, e em muitos casos, os alunos voltam mais sua
atenção para a internet e programas de televisão do que para os estudos.
Em seguida, com percentual de 16%, a “falta de dedicação fora da sala de aula”, é
indicada como uma atitude ruim para o aprendizado. Podemos verificar que muitas vezes o
aluno é o principal sujeito no processo de ensino-aprendizagem, pois embora a universidade
possua bons professores, com didáticas excelentes e uma infraestrutura adequada, se o
aluno não buscar dentro, mas principalmente fora da IES o conhecimento necessário, o
processo ficará comprometido.
As variáveis “conversas paralelas em excesso” e “não desenvolver as atividades
propostas pelo professor”, ambas com 6%, indicam pouca influência de forma negativa.
Esses fatores além de prejudicarem o aluno que não se propõe a prestar atenção na aula, e
não exercita o que foi ensinado, compromete também o desenvolvimento do professor em
sala de aula, pois não havendo a contribuição dos alunos, não será possível desenvolver o
assunto conforme planejado.
Nas atitudes negativas do professor, a “falta de domínio do assunto a ser explanado”,
foi pontuada por 23% dos respondentes, essa variável pode se dar ao fato de que alguns
professores da instituição não lecionam somente as disciplinas que possuem especialização
efetiva, ou seja, muitas vezes a universidade não possui um professor efetivo para
determinada disciplina, sendo “obrigadas” a realocarem algum docente, que não tem tanto
conhecimento sobre o conteúdo para sanar as necessidades da instituição.
Com percentual de 13%, os alunos consideram a atitude do “professor que não se
propõe a sanar as dúvidas dos alunos”, como negativa, pois não possuindo disposição do
professor para ajudar aos alunos, o ensino poderá será prejudicado.
Aparecendo em segundo plano, sendo considerada também uma atitude negativa,
encontram-se as variáveis “impontualidade e falta de motivação do professor” e “excesso de
aulas expositivas”, respectivamente com 9% e 7%. Esses fatores além de mostrarem o
desinteresse do professor, levam ao aluno a se desmotivar, o que não contribui com o
aprendizado.

4.5 TIPOS DE PROFESSORES E A INFLUÊNCIA NO PROCESSO DE


APRENDIZAGEM

Dentro de uma Instituição de Ensino, podemos identificar professores com perfis


diferenciados, alguns possuem como objetivo apresentar todo o conteúdo da ementa, outros
estão preocupados com o aprendizado do aluno, e outros se preocupam até mesmo com a
pessoa total do aluno. A Tabela 9 demonstra de acordo com o resultado da pesquisa
realizada, o percentual dos perfis de professores, na opinião dos 142 respondentes, em seu
curso atual.

Tabela 9 - Perfis Predominantes


Perfil Predominante Qnte %
O “instrutor” ou professor de autômatos (Perfil A) 14 10%
O professor que se concentra no conteúdo (Perfil B) 51 36%
O professor que se concentra no processo de instrução (Perfil C) 25 18%
O professor que se concentra no intelecto do aluno (Perfil D) 39 27%
O professor que se concentra na pessoa total (Perfil E) 13 9%
Total 142 100%
Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

17
Na percepção dos estudantes que responderam o questionário, o perfil que
predomina no curso de Ciências Contábeis na UFERSA é o perfil B, com 36% das
indicações, na qual se refere ao professor que se concentra no conteúdo, de forma que
possui como primeira tarefa cobrir sistematicamente as matérias de sua disciplina para
assim ajudar os alunos a dominá-las. Nesse perfil, o professor considera sem importância a
opinião de que o processo de ensinar e de aprender deva consistir em uma pesquisa
conjunta.
Nos estudos realizados por Pavione, Avelino e Francisco (2016), obtiveram como
perfil mais escolhido entre os respondentes, o perfil C, na qual o professor é descrito como
aquele que se concentra no processo de instrução. Em sua pesquisa, com maioria e
percentual de 37,10%, os respondentes possuíam faixa etária de 22 a 25 anos, o que
determina que a maior parte dos estudantes faziam parte da Geração Y. Dessa forma,
podemos verificar que o perfil escolhido pelos alunos, não são considerados de acordo com
a idade que possuem, mas sim, pelos professores que compõem a instituição. Esse perfil
poderá variar se aplicado em outras universidades.
Com percentual de 27%, os respondentes determinaram o perfil D, como o segundo
mais comum na IES. Esse perfil corresponde ao professor que se concentra no intelecto do
aluno, considerando que o processo de ensino e de aprendizagem deve se concentrar na
própria atividade racional. O professor que possui esse perfil, não dá importância às atitudes
e emoções do estudante, o que faz desse perfil coerente, pois embora não se tenha um bom
aprendizado quando carregado de preocupações, não haveria ensino caso o professor se
importasse com os problemas que cada aluno possa a vim estar passando.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve como objetivo analisar quais são os fatores que determinam
o processo de ensino-aprendizagem sob a perspectiva de estudantes do curso de Ciências
Contábeis da geração Y. Para o alcance desse propósito, inicialmente, realizou-se estudos
dos aspectos teóricos que proporcionaram a base para a realização da pesquisa. Em
seguida, analisaram-se os dados coletados por meio de um questionário, no qual o perfil da
amostra foi constituído somente por estudantes que fizessem parte da Geração Y (20 a 41
anos de idade).
O perfil caracterizou-se pela idade de 20 a 25 anos, com maioria de representantes
do gênero masculino, solteiros, e que praticam atividades remuneradas que demandam de 4
a 8 horas diárias. Para aprofundar o perfil dos respondentes, foram questionados quais
seriam os principais motivos que levaram à escolha do curso de Ciências Contábeis, de
modo que 31% responderam que a profissão lhe permitia atuar em diferentes áreas
(segmentos) da empresa.
Caracterizada a amostra, verificou-se quais seriam as variáveis, em uma escala de 0
(zero) a 10 (dez), que mais influenciavam os alunos da Geração Y, no seu processo de
ensino-aprendizagem. Em destaque, as variáveis “didática do professor (forma como o
professor conduz a aula, interage com os alunos e proporciona um ambiente de
aprendizado)”, com média de 9,25; “desejo de aprender o assunto”, com média 8,90;
“programa de disciplina bem planejado” com média 8,94; e “biblioteca equipada com
extenso acervo de livros e instalações adequadas” com média 9,08.
Identificaram-se também as atitudes dos alunos e professores, na visão dos
estudantes da Geração Y, que mais influenciam de forma negativa o alcance do
aprendizado. Como resultado, as quatro atitudes mais pontuadas em relação ao aluno foram
“falta de interesse” e “falta de dedicação fora da sala de aula”; e quanto ao professor, aquele
que possui “falta de domínio do assunto a ser explanado” e o “professor que não se propõe
a sanar as dúvidas dos alunos”.
Na percepção dos alunos da Geração Y, frente aos tipos de professores que
lecionam no curso de Ciências Contábeis da UFERSA, o tipo de professor que se encontra
em maior quantidade são os professores do tipo B: “O professor que se concentra no
conteúdo: afirma que sua primeira tarefa consiste em cobrir sistematicamente as matérias

18
de sua disciplina para assim ajudar os alunos a dominá-las. Considera uma tolice a opinião
de que o processo de ensinar e de aprender deva consistir em uma pesquisa conjunta”, com
percentual de 36%.
Mediante resultados obtidos, conseguiu-se verificar que a pesquisa foi capaz de
identificar quais são os fatores que determinam o processo de ensino-aprendizagem sob a
perspectiva de estudantes do curso de Ciências Contábeis da geração Y. Retomando a
pesquisa de Pavione, Avelino e Francisco (2016), consegui-se analisar que as percepções
obtidas em muitas situações são consideradas de modo diferente, quando evidenciadas
pela Geração Y, muito se deve também a instituição de ensino na qual a pesquisa foi
realizada, pois o perfil dos professores irão variar, o que torna possível outros resultados à
pesquisa.
Os resultados obtidos, levando em consideração a percepção dos estudantes que
fazem parte da Geração Y, são capazes de identificar que muito do processo de ensino-
aprendizagem depende do aluno. Para os alunos dessa geração, o professor se torna o
principal motivador do processo, de modo que, uma boa didática, a contribuição e o auxilio
nas dúvidas que possam vim a existir, são capazes de estimular o aluno para que busque o
conhecimento dentro e fora da sala de aula.
Como contribuição científica, esse estudo preenche lacunas sobre o ensino da
Contabilidade, apresentando contribuições para o contexto científico, por trazer estudos
sobre esse aspecto que ainda não foi tratado, além de expandir os já existentes. Espera-se
ter fornecido um importante feedback ao corpo docente da Instituição de Ensino na qual a
pesquisa foi aplicada, servindo como indicativo para a adequação de metodologias que
auxiliem os discentes a otimizarem suas capacidades.
Mediante a aplicação do questionário, houveram limitações na pesquisa
desenvolvida quanto à coleta de dados. De modo que para uma melhor análise dos
resultados, o questionário se tornou um pouco extenso. Devido a esse fator, alguns
estudantes não responderam até o final da pesquisa, o que reduziu o tamanho da amostra.
Como sugestão para os próximos estudos, a coleta de dados poderia acontecer em
Instituições de Ensino diferentes, a fim de verificar se o processo de ensino-aprendizagem
possui percepção distinta por meio dos alunos de cada Instituição.

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21
APÊNDICE I
Questionário de pesquisa

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO


DEPARTAMENTO DE AGROTECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS
CURSO: BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

Meu nome é Yara Mikaelly Moreira da Cunha, sou graduanda do curso de Ciências
Contábeis da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), e estou coletando
dados que servirão de base para o meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), sob
orientação da Prof.ª Caritsa Scartaty Moreira. Esta pesquisa tem o intuito de verificar quais
são os fatores que determinam o processo de ensino-aprendizagem sob a perspectiva de
estudantes do curso de Ciências Contábeis. Os resultados obtidos serão utilizados apenas
para fins acadêmicos (artigo científico). O Instrumento de coleta de dados é anônimo, não
devendo por isso colocar qualquer identificação em nenhuma das folhas.

Parte I – Motivos para escolha do curso

1. Assinale a principal motivação para a escolha do curso:


( ) Pretendo conduzir a empresa da família;
( ) É uma carreira que proporciona autonomia de atuação, preparando-me para ter
meu próprio negócio;
( ) Fui influenciado por amigos e/ou familiares;
( ) A profissão me permite atuar em diferentes áreas(segmentos) da empresa;
( ) É um curso que se mantém atualizado com as evoluções do mercado;
( ) A profissão oferece maiores ofertas de emprego;
( ) Reconhecimento social pela obtenção de um diploma superior;
( ) Facilidade para ingresso no curso (reduzido número de candidatos por vaga).
( ) Outra. Qual?

__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Parte II - Fatores que influenciam o processo de ensino-aprendizagem (Adaptado de


PAVIONE et al., 2016)

Atribua uma nota de 0 a 10 a cada um dos fatores listados abaixo, considerando que 0
(zero) significa que você considera o fator totalmente irrelevante para o seu processo de
aprendizagem em uma disciplina e que 10 (dez) implica que você considera o fator
extremamente importante para seu processo de aprendizagem. Você poderá atribuir
qualquer nota entre 0 e 10.

Totalmente Totalmente
Questionário irrelevante relevante

1.1 Dimensão Professor 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1. Didática do professor (forma como o professor conduz a aula,


interage com os alunos)

22
2. Nível de exigência em provas condizentes com o conteúdo
ensinado
3. Uso de linguagem adequada em sala de aula
4. Vocação do professor para dar aula
5. Domínio e gosto pela disciplina lecionada
6. Bom relacionamento com o aluno (ouvi-los, conhecer os alunos,
compreende-los)
7. Organização na prática de ensino (utilização de recursos,
cumprimento dos horários, condução de processo avaliativo)
8. Disposto a sempre sanar as dúvidas dos alunos
9. Concentra-se no aprendizado dos alunos, ao invés do
cumprimento da ementa
Totalmente Totalmente
irrelevante relevante
1.2 Dimensão Aluno
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

10. Número adequado de alunos em sala de aula e um público


homogêneo
11. Desejo de aprender o assunto (motivação pessoal com a
disciplina)
12. Conhecimento prévio do assunto (com o objetivo de aprender
melhor o conteúdo)
13. Ter maturidade mediante responsabilidades de um curso
superior
14. Ter o hábito de estudar
15. Boa relação com o professor
16. Estudos extracurriculares
17. Tempo necessário para dedicação nos estudos
18. Participação em sala de aula
Totalmente Totalmente
irrelevante relevante
1.3 Dimensão Assunto
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

19. Estrutura do conceito disciplina


20. Ordem da apresentação dos conteúdos
21. Interação entre os programas de diversas disciplinas
22. Programa da disciplina bem planejado
23. Afinidade dos programas com os fatos do dia a dia
Totalmente Totalmente
irrelevante relevante
1.4 Dimensão Institucional
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

24. Existência de auxiliares de ensino e de monitores


25. Assistência para os professores na elaboração do material
didático e na sua orientação pedagógica
26. Assistência e orientação psicológica e vocacional para os
estudantes

23
27. Salas de aula arejadas e equipadas com recursos audiovisuais
28. Biblioteca equipada com extenso acervo de livros e instalações
adequadas

PARTE III – Atitudes que influenciam negativamente o processo de aprendizagem


(Adaptado de PAVIONE et al., 2016)

Dentre as atitudes listadas abaixo, assinale no máximo 4 (quatro), dentre as 8 (oito), que
você considera que mais influenciam negativamente o seu processo de aprendizagem:

1. Atitudes como aluno:


( ) Falta de interesse;
( ) Conversas paralelas em excesso;
( ) Falta de dedicação fora da sala de aula;
( ) Não desenvolver as atividades propostas pelo professor;

2. Atitudes do professor:
( ) Professor que não se propõe a sanar as dúvidas dos alunos;
( ) Impontualidade e falta de motivação do professor;
( ) Falta de domínio do assunto a ser explanado;
( ) Excesso de aulas expositivas;

Parte IV – Tipos de professores e a influência no processo de aprendizagem


(Adaptado de PAVIONE et al., 2016)

Em estudo realizado pela Universidade da Califórnia, foram segregados cinco tipos


distintos de professores:

A. O “instrutor” ou professor de autômatos: procura ajudar o aluno a adquirir a


capacidade de responder imediatamente sem necessidade de pensar. Nessas aulas, os
estudantes pouco mais fazem que recitar definições, explicações e generalizações que
memorizam a partir das exposições do professor ou de um texto ou apostila dados por ele.
B. O professor que se concentra no conteúdo: afirma que sua primeira tarefa consiste
em cobrir sistematicamente as matérias de sua disciplina para assim ajudar os alunos a
dominá-las. Considera uma tolice a opinião de que o processo de ensinar e de aprender
deva consistir em uma pesquisa conjunta.
C. O professor que se concentra no processo de instrução: se concentra em conseguir
que seus alunos tratem a matéria com os mesmos métodos e processos com que ele os
trata. Preocupa-se em impor um modelo de raciocínio e exige de seus alunos que
demonstrem, nos exercícios e avaliações, que podem imitar seus métodos.
D. O professor que se concentra no intelecto do aluno: considera que o processo de
ensino e de aprendizagem deve concentrar-se na própria atividade racional. Preocupa-se,
sobretudo, em desenvolver as habilidades intelectuais do aluno por meio de análise e
solução de problemas, dando mais importância ao intelecto que às atitudes e emoções do
estudante.
E. O professor que se concentra na pessoa total: não acredita que o desenvolvimento
intelectual deva ou possa ser desligado dos outros aspectos da personalidade humana, tais
como os fatores afetivos e não racionais da identidade e da intimidade. Considera o ensino
como um desafio global à pessoa do estudante, que o obriga a buscar respostas ainda não
aprendidas e a experimentá-las.

24
1. Qual destes perfis você considera predominante em sua universidade (perfil A,
B, C, D ou E)? ________

2. Qual destes perfis você considera o mais positivo em termos de promover sua
melhor aprendizagem na disciplina? _________

Parte V – Perfil da Amostra

1. Idade:
( ) até 19 anos ( ) 20 a 25 anos ( ) 26 a 30 anos
( ) 31 a 35 anos ( ) 36 a 41 anos ( ) acima de 41 anos

2. Genêro:
( ) Masculino ( ) Feminino

3. Mês/Ano de ingresso no curso: _____/________


4. Mês/Ano de previsão de formatura: _____/________

5. Estado Civil:
( ) Solteiro
( ) Casado
( ) Em união estável
( ) Divorciado
( ) Viúvo

6. Tipo de instituição de ensino onde cursou a maior parte do ensino médio:


( ) Pública ( ) Privada

7. Você desenvolve alguma outra atividade do tipo projeto de iniciação científica (carga horária
de até 4h diárias)?
( ) Sim ( ) Não

8. Você desenvolve alguma atividade remunerada (carga horária de no mínimo 8h


diárias)?
( ) Sim ( ) Não

9. Você desenvolve alguma atividade do tipo estágio (carga horária de até 6h diárias)?
( ) Sim ( ) Não

25

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