Cap 3
Cap 3
Cap 3
V = H ⊕ < v0 > .1
Demonstração: Como g não é nulo, existe v0 ∈ V tal que g(v0 ) 6= 0. Supondo que
v = z + γv0 ∈ ker¡ f ⊕ < v0 >¢ , temos g(v) = g(z + γv0 ) = γg(v0 ), de modo que
z = v − γv0 = v − g(v)/g(v0 ) v0 . Assim, para todo v ∈ V ,
µ ¶
g(v)
v= v− v0 + g(v)v0 ∈ ker g ⊕ < v0 > .
g ( v0 )
1
2 CAPÍTULO 3. PRODUTO INTERNO E GEOMETRIA
λx + (1 − λ)y ∈ C.
k x0 k ≤ k x k.
Note que, se E for um espaço de Hilbert, basta supor que C seja um subconjunto
fechado e convexo.
Demonstração: A demonstração é bem geométrica e decorre da identidade do para-
lelogramo. Seja δ = infx∈C k x k.
Pela definição de δ, existe uma seqüência ( xn ) em C tal que k xn k → δ. Afirmamos
que ( xn ) é de Cauchy. De fato, da identidade do paralelogramo decorre que
k x n − x m k2 = 2k x n k2 + 2k x m k2 − k x n + x m k2 .
xn
xn Cxm xn
@ 2
CO@
3
xm
C @xn Cx
m
@ @
2
ı ı C
XX@@
z
X
xm
Portanto, temos
k xn − xm k2 ≤ 2k xn k2 + 2k xm k2 − 4δ2 . (3.2)
Quando m, n tendem para infinito, k xn k → δ e k xm k → δ. Assim, ( xn ) é de Cauchy,
como afirmado.
Como C é completo, existe x0 ∈ C tal que xn → x0 ; assim, δ = limn→∞ k xn k = k x0 k.
Mas a desigualdade (3.2) também prova a unicidade do ponto de menor norma: se
x0 , x̄0 ∈ C forem tais que k x0 k = δ = k x̄0 k, então k x0 − x̄0 k2 = 2δ2 + 2δ2 − 4δ2 = 0,
mostrando que x0 = x̄0 . 2
k y − x0 k ≤ k y − x k, ∀ x ∈ C.
Re h x − x0 , y − x0 i ≤ 0, ∀ x ∈ C.
h y − x0 , y − x0 i ≤
®
≤ ( y − x0 ) − t ( x − x0 ), ( y − x0 ) − t ( x − x0 )
= hy − x0 , y − x0 i − 2t Re h x − x0 , y − x0 i + t2 k x − x0 k2 . (3.4)
Consequentemente,
t
Re h x − x0 , y − x0 i ≤ k x0 − x k2 .
2
Passando ao limite com t tendendo a zero, obtemos a desigualdade desejada.
Reciprocamente, suponhamos que Re h x − x0 , y − x0 i = Re hy − x0 , x − x0 i ≤ 0
para todo x ∈ C. Então
k y − x k2 = k y − x0 + x0 − x k2
= ky − x0 k2 + 2 Re hy − x0 , x0 − x i + k x0 − x k2 ≥ k x0 − x k2 ,
O Lema 3.6 e o Teorema 3.7 não são válidos em espaços de Banach. Veja os
Exercícios 4 e 5. A definição de um espaço de Banach uniformemente convexo (veja [23])
resgata essa importante propriedade de espaços de Hilbert.
3.2. CONVEXIDADE E PRODUTO INTERNO 5
xp − x0
C
x0p
p?
y − x0
Figura 3.2: O ponto x0 do conjunto convexo completo C mais próximo de y é
caracterizado por Re h x − x0 , y − x0 i ≤ 0, ∀ x ∈ C.
Re f ( x ) ≤ α < Re f (y), ∀ x ∈ C.
Re h x, y − x0 i ≤ Re h x0 , y − x0 i, ∀ x ∈ C. (3.5)
Re f ( x ) ≤ α = Re hy, y − x0 i + Re h x0 − y, y − x0 i
= Re f (y) − ky − x0 k2 < Re f (y),
xp x0
C
x0p
ker f
p?
y x0
Figura 3.3: O funcional f ( x ) = h x, y − x0 i é tal que ker f separa o espaço E em duas
partes: o convexo C está contido em Re f ( x ) ≤ α = Re f ( x0 ).
0 ≤ −2tRe h x − x0 , y − x0 i + t2 k x − x0 k2 , ∀ t ∈ R,
Teorema 3.10 Seja F um subespaço completo do espaço com produto interno E. Então, dado
y ∈ E, o ponto x0 ∈ F mais próximo de y é caracterizado por
( y − x0 ) ∈ F ⊥ .
y
q
q
x0
F
f ( x ) = h x, yi, ∀ x ∈ H.
de modo que
à !1/2
n
2
∑ | f (ei )| ≤ k f k. (3.7)
i =1
3.3. O TEOREMA DE REPRESENTAÇÃO DE RIESZ 9
Exemplo 3.16 As hipóteses do Teorema de Riesz são necessárias: para vermos isso,
basta considerarmos duas espécies de contra-exemplos.
O resultado não é verdadeiro se o espaço com produto interno não for completo:
consideremos o espaço E = `0 de todas as seqüência ( xi ) com xi = 0 exceto talvez para
um número finito de índices (veja o Exemplo ??). Claramente `0 é um subespaço de `2
que não é completo.
Consideremos a base ortonormal S = {e1 , . . . , en , . . .} do espaço `2 . Dado x ∈ `0 ,
temos que existe m = m( x ) ∈ N tal que x = x1 e1 + . . . + xm em . Assim, S é uma base de
Hamel do espaço `0 .
Consideremos f : `0 → K definido por
x2 xm
f ( x ) = f ( x 1 e1 + . . . + x m e m ) = x 1 + +...+ .
2 m
A desigualdade de Hölder garante que o funcional f é contínuo. Suponhamos a
existência de v ∈ `0 tal que f ( x ) = h x, vi para todo x ∈ `0 . Como f (ei ) = 1/i
para todo i ∈ N, temos que 1/i = f (ei ) = hei , vi para todo i ∈ N. Isso implicaria
v = (1, 1/2, . . . , 1/m, . . .), que não é um elemento de `0 . Isso prova que o Teorema de
Representação de Riesz não é válido em `0 . (Note que a idéia desse contra-exemplo é
muito simples: consideramos `2 e g : `2 → K dado por g( x ) = h x, vi. Escolhemos v e
um subespaço de `2 que não contém o ponto v (no caso, o espaço `0 ) e a restrição de f
a esse subespaço. Pronto!)
Se f : H → K for um funcional linear descontínuo, então nunca poderemos ter f ( x ) = h x, x0 i
para todo x ∈ H, pois h x, x0 i sempre define um funcional linear contínuo. O segundo contra-exemplo
responde, então, uma pergunta básica: em espaços de Hilbert, existem funcionais lineares que não são
contínuos? (Esse contra-exemplo é mais sofisticado, e sua leitura é facultativa, a critério do professor.)
Para isso, fazemos uma ligeira modificação na situação anterior. Consideremos o espaço `2 e sua base
ortonormal S = {e1 , . . . , en , . . .}. Esse conjunto não é uma base de Hamel de `2 , mas pode ser completado
por um conjunto R, de modo que S ∪ R seja uma base de Hamel de `2 . Definimos então f (ei ) = i, se
ei ∈ S e f (e) = 0, se e ∈ R. Estendemos então linearmente o funcional f a todo espaço H. (Note que o
funcional f só não será nulo no subespaço `0 ⊂ `2 !) Essa (única) extensão não é limitada.
Essa construção pode ser generalizada para um espaço de Hilbert qualquer, ao se considerar um
subconjunto enumerável de uma base de Hamel e definir o funcional f como acima. ¢
Assim, se E for um espaço com produto interno que não é completo, existe um
funcional linear contínuo f : E → K tal que f 6= f y para todo y ∈ H, em que
3.3. O TEOREMA DE REPRESENTAÇÃO DE RIESZ 11
f y : E → K é dado por f y ( x ) = h x, yi. Como ker f tem codimensão 1, isso quer dizer
que (ker f )⊥ = {0}.
Exemplo 3.18 Vamos mostrar que, em um espaço com produto interno E que não é completo, sempre
existem subespaços fechados F tais que F ⊕ F ⊥ 6= E. (Compare com o Exercício ?? do Capítulo ??.)
Assim, supondo que E que não seja completo, consideremos um funcional linear contínuo f : E → K,
ou seja, um elemento de E∗ . Como vimos, existe f ∈ E∗ tal que (ker f )⊥ = {0}. Sejam F = ker f . Como
f não é identicamente nulo, F é um subespaço próprio de E. Como F ⊥ = {0}, temos E 6= F ⊕ F ⊥ . (Note
que F ⊥⊥ = E, de modo que F é um subconjunto próprio de F ⊥⊥ . Veja o Exercício 9.)
A mesma situação gera um exemplo de um sistema ortonormal maximal que não é base ortonormal.
(A leitura do restante deste Exemplo é facultativa, à critério do professor.) Seja S um sistema ortonormal
maximal em F e F = < S > o espaço gerado por S . (Veja o Teorema ??.)
De acordo com o Teorema ??, se o fecho F for igual a F, então S é uma base ortonormal de F. Como
F $ E, S não é uma base ortonormal de E.
Por sua vez, se F 6= F, então S é um sistema ortonormal maximal em F que não é uma base ortonormal
de F, de acordo com o Teorema ??. ¢
Exemplo 3.19 Podemos ilustrar de maneira significativa a diferença entre espaços de Banach e espaços
de Hilbert com a seguinte situação associada ao Teorema de Riesz ??: consideremos o hiperplano
½ Z 1/2 Z 1 ¾
H= f ∈X : f ( x )dx = f ( x )dx ,
0 1/2
2
¡ ¢ ¡ ¢
em que X será tanto o espaço de Hilbert L [0, 1], R como o espaço de Banach C [0, 1], R (com a norma
da convergência uniforme).
¡ ¢
Se X = L2 [0, 1], R , o hiperplano H é o núcleo do funcional linear γ( f ) = h f , gi, em que g é definida
por
½
1, se 0 ≤ x < 1/2;
g( x ) =
−1, se 1/2 < x ≤ 1.
A função g tem norma unitária e, pelo Teorema 3.10, ela satisfaz dist ( g, H ) = k g − 0k L2 = 1.
¡ ¢
Agora consideremos o espaço de Banach X = C [0, 1], R (com a norma da convergência uniforme).
¡ ¢
Afirmamos que não existe elemento h ∈ C [0, 1], R satisfazendo k hk = 1 e dist (h, H ) = 1.
¡ ¡ ¢ ¢
Começamos notando que podemos considerar C [0, 1], R , k · k∞ como um subespaço de
¡ 2¡ ¢ ¢
L [0, 1], R , k · k L2 . De fato, a imersão
¡ ¡ ¢ ¢ ³ ¡ ¢ ´
ı: C [0, 1], R , k · k∞ → L2 [0, 1], R , k · k L2
é contínua.
¡ ¢
A função g satisfaz k gk∞ = 1 e dist ( g, H ) = 1; contudo, g 6∈ X = C [0, 1], R . Assim, intuitivamente,
não existe elemento em X com norma unitária que dista 1 do hiperplano H. Mas, uma vez que
k · k L2 ≤ k · k∞ , poderia existir h ∈ X com ¡ khk =¢ 1 e dist (h, H ) = 1. Como antes, o hiperplano H é
o núcleo do funcional linear contínuo γ : C [0, 1], R → R dado por
Z 1/2 Z 1
γ( f ) = f ( x )dx − f ( x )dx.
0 1/2
Escolhendo f n tal que f n ( x ) = 1 para x ∈ [0, (1/2) − (1/n)] e f n ( x ) = −1 para x ∈ [(1/2) + (1/n), 1]
e definindo f n por meio da reta unindo os pontos ((1/2) − (1/n), 1) e ((1/2) + (1/n), −1), vemos que
kγk = 1.
Aplicando o Lema 3.3, vamos mostrar que não existe h ∈ X tal que |γ(h)| = 1. Podemos supor que
γ(h) > 0; de fato, se fosse γ(h) < 0, então −h teria essa propriedade. Mas apenas a função g satisfaz
γ( g) = 1. Logo,
Z 1/2 Z 1
1 1
dist (h, H ) = γ(h) = h( x )dx − h( x )dx < + < 1.
0 1/2 2 2 ¢
12 CAPÍTULO 3. PRODUTO INTERNO E GEOMETRIA
k T k = sup k Tx k.
k x k=1
(i ) k x k = sup |h x, yi|;
kyk=1
¯ ¯
Demonstração: Para provar (i ), notamos que ¯h x, yi¯ ≤ k x k kyk ≤ k x k, se kyk = 1. A
igualdade é verificada ao tomarmos y = x/k x k.
Aplicando esse resultado, obtemos
¯ ¯
k T k = sup k Tx k = sup ¯h Tx, yi¯.
k x k=1 k x k=1=kyk 2
Definição 3.21 Sejam X, Y espaços vetoriais. Uma forma sesquilinear é uma função
B : X × Y → K tal que
No caso em que K = R, B é bilinear. Em qualquer caso, vamos nos referir a uma forma
sesquilinear simplesmente como forma.
k Bk = sup | B( x, y)|.
k x k=1=kyk
B( x, y) = h x, Tyi
ou B : E2 × E1 → K por
B(y, x ) = h Ty, x i,
a função B é uma forma sesquilinear contínua, satisfazendo
k B k = k T k.
k Tx k ≤ k Bk k x k,
B( x, y) = h x, Tyi, ∀ x, y ∈ H
e k B k = k T k.
h x, T (y + λw) − Ty − λTwi = 0, ∀ x ∈ H1 , ∀ y, w ∈ H2 , ∀ λ ∈ K.
Tomando x = T (y + λw) − Ty − λTw, obtemos k T (y + λw) − Ty − λTwk = 0, o que
prova a linearidade de T.
Na Proposição 3.22 provamos que k Bk = k T k. Assim, T é contínuo. Finalmente,
se tivéssemos h x, Tyi = h x, Syi para quaisquer x ∈ H1 e y ∈ H2 , então obteríamos
h x, Ty − Syi = 0 e, como antes, Ty = Sy para todo y ∈ H2 . 2
| B( x, x )| ≥ C k x k2 , ∀ x ∈ X.
Exemplo 3.25 Considere o espaço E = CL2 ([0, 1], K) de todas as funções contínuas
f : [0, 1] → K com a norma L2 . Fixe ρ : [0, 1] → R tal que C = mint∈[0,1] ρ(t) > 0.6
Defina B : E × E → K por
Z 1
B( f , g) = f (t) g(t) ρ(t)dt.
0
É claro que B é uma forma. (Na verdade, é fácil verificar que B define um produto
interno em E.) Uma vez que
Z 1
B( f , f ) = | f (t)|2 ρ(t)dt ≥ C k f k2L2 ,
0
O próximo resultado é importante porque não se supõe que a forma B seja simétrica
(hermitiana). Veja o Exercício 25.
Teorema 3.26 (Lax-Milgram)
Seja B : H × H → K uma forma contínua e coerciva no espaço de Hilbert H. Então existe
uma única aplicação linear T : H → H tal que
B( x, y) = h x, Tyi.
A aplicação T é contínua, bijetora e tem inversa T −1 contínua, com k T −1 k ≥ 1/C. Em
particular, existe um único elemento y f ∈ H tal que
f ( x ) = B( x, y f )
para todo funcional contínuo f : H → K.
Demonstração: De acordo com o Teorema 3.23, existe uma aplicação linear contínua
T : H → H tal que
B( x, y) = h x, Tyi.
Uma vez que B é coerciva, temos
¯ ¯
C k x k2 ≤ | B( x, x )| = ¯h x, Tx i¯ ≤ k Tx k k x k,
de modo que
k Tx k ≥ C k x k ∀ x ∈ H. (3.10)
Essa desigualdade implica que ker T = {0}, mostrando que T é injetora. Note que,
como conseqüência do Corolário ??, a mesma desigualdade implica a continuidade de
T −1 : imT ⊂ H → H e também que k T −1 k ≤ 1/C.
Agora vamos mostrar que imT é um subespaço completo de H (e, portanto,
fechado). De fato, dada uma seqüência de Cauchy Txn ∈ imT, a desigualdade (3.10)
implica que ( xn ) é uma seqüência de Cauchy. Logo, existe x ∈ H tal que xn → x. A
continuidade de T implica que Txn → Tx.
Para mostrarmos que imT = H, aplicamos o Teorema 3.11. De fato, caso contrário,
existiria 0 6= y ∈ (imT )⊥ , isto é,
hy, Tx i = 0 ∀ x ∈ H.
Tomando y = x, obtemos
¯ ¯
0 = ¯hy, Tyi¯ = | B(y, y)| ≥ C kyk2 ,
o que contradiz a hipótese y 6= 0.
Seja agora f : H → K um funcional linear contínuo. Pelo Teorema de Representação
de Riesz, existe x0 ∈ H tal que
f ( x ) = h x, x0 i ∀ x ∈ H.
Como T é uma bijeção, existe um elemento y f ∈ H tal que Ty f = x0 . Logo,
f ( x ) = h x, x0 i = h x, Ty f i = B( x, y f ),
completando a demonstração. 2
O ponto y f pode ser caracterizado como o ponto em que certo funcional linear
atinge seu mínimo. Veja o Exercício 26.
16 CAPÍTULO 3. PRODUTO INTERNO E GEOMETRIA
xn → x ⇒ xn * x.
n ≥ n0 ⇒ |yi | < e.
Logo, | f (en )| = |yn | < e para todo n ≥ n0 , mostrando o afirmado. Note que en não
converge fortemente para 0. ¢
Assim, convergência fraca não implica convergência forte. Um critério útil para
verificar a convergência forte de uma seqüência é dado pelo
Teorema 3.30 Seja E um espaço com produto interno. Suponhamos que xn * x. Então
k x k ≤ lim infn→∞ k xn k. Se, adicionalmente, k xn k → k x k, então xn → x.
3.5. CONVERGÊNCIA FRACA E LIMITAÇÃO UNIFORME 17
Demonstração: Temos
k xn − x k2 = k xn k2 − 2Re h xn , x i + k x k2 → k x k2 − 2k x k2 + k x k2 = 0,
quando n → ∞, pois h xn , x i → k x k2 . 2
Demonstração: Suponhamos que {k f n k} seja ilimitado. Então, pelo Lema 3.31, para
toda bola Br ( x0 ) (com r > 0), o conjunto {| f n ( x )| : x ∈ Br ( x0 ) e n ∈ N} não é limitado.
Escolhemos então n1 ∈ N e x1 ∈ Br ( x0 ) tal que | f n1 ( x1 )| > 1. Como f n1 é contínua,
existe 0 < r1 < 1 tal que | f n1 ( x )| > 1 para todo x ∈ Br1 ( x1 ). Note que podemos tomar
r1 de modo que Br1 ( x1 ) ⊂ Br ( x0 ). Agora tomamos n2 > n1 e x2 ∈ Br1 ( x1 ) tal que
| f n2 ( x2 )| > 2. Do mesmo modo, podemos escolher 0 < r2 < 1/2 tal que | f n2 ( x )| > 2
para todo x ∈ Br2 ( x2 ), com Br2 ( x2 ) ⊂ Br1 ( x1 ). Continuando ¡desse modo,¢ obtemos uma
subsequência ( f nk ) de funcionais lineares e uma sequência Brk ( xk ) de bolas abertas,
com
1
Brk+1 ( xk+1 ) ⊂ Brk ( xk ) e rk <
k
tal que
| f nk ( x )| > k ∀ x ∈ Brk ( xk ).
18 CAPÍTULO 3. PRODUTO INTERNO E GEOMETRIA
Uma vez que a sequência ( xk ) é de Cauchy, temos que xk → z ∈ X. Uma vez que
z ∈ Brk ( xk ) para todo k ∈ N, vemos que | f nk (z)| → ∞ quando k → ∞, o que é uma
contradição. 2
Um critério útil para verificar a convergência fraca de uma sequência é dado pelo
próximo resultado:
|h xn − x, wi ≤ |h xn − x, yi + |h xn − x, w − yi|
≤ e + k xn − x k kw − yk
≤ (1 + M + k x k)e.
Observação 3.34 Pode-se mostrar que a topologia gerada pelo convergência fraca
de seqüências não provém de uma métrica. Assim, os conceitos de conjunto
sequencialmente compacto e compacto por coberturas não são equivalentes. Em particular,
não vale o resultado enunciado no Exercício ?? do Capítulo ??. ¢
Vamos mostrar agora que toda seqüência limitada em um espaço de Hilbert possui
uma subseqüência fracamente convergente.
Teorema 3.35 Seja H um espaço de Hilbert separável. Se ( xn ) for uma seqüência limitada em
H, isto é, se existir C > 0 tal que k xn k ≤ C para todo n, então existem uma subseqüência ( xni )
e um elemento x ∈ H tais que
h xni , yi → h x, yi ∀ y ∈ H.
Assim, toda seqüência limitada em H possui uma subseqüência que converge fracamente.
Demonstração: Fixado y ∈ H, temos
¯ ¯
¯ h x n , y i ¯ ≤ k x n k k y k ≤ C k y k,
H = F ⊕ F⊥ .
Pelo Teorema de Representação de Riesz, existe y ∈ H tal que f (w) = hw, yi para todo
w ∈ H. Assim, (3.12) significa que
3.6 Exercícios
1. Seja B uma bola (aberta ou fechada) em um espaço de Banach X. Mostre que B é
um conjunto convexo.
2. Sejam E um espaço com produto interno e k · k a norma por ele gerada. Mostre
que k · k2 é uma função convexa.
8 Em inglês, convex hull.
3.6. EXERCÍCIOS 21
{ x ∈ E : p( x ) ≤ r } e { x ∈ E : p( x ) < r }
são convexos.
6. Demonstre o Teorema 3.10 aplicando o fato que F possui uma base ortonormal.
Definição 3.40 Seja V um espaço vetorial sobre o corpo K. Dizemos que um subespaço M 6= V
é maximal se, para todo subespaço W tal que M ⊂ W ⊂ V , tivermos W = M ou W = V .
11. Mostre que um subespaço M do espaço vetorial V é maximal se, e somente se, M
tiver codimensão 1.
9 Uma semi-norma é uma função não-negativa p que satisfaz as propriedades (i ) e (ii ) da Definição ??.
10 OExemplo 3.18 mostra que esse resultado pode não ser válido em um espaço com produto interno
que não seja completo. Veja também o Exercício 13.
22 CAPÍTULO 3. PRODUTO INTERNO E GEOMETRIA
13. Defina ( )
∞
xi
F= ( x i ) ∈ `0 : ∑ i
=0 .
i =1
17. Considere o espaço CL2 ([0, π ], R) e seu subespaço R2 [t]. Considere o funcional
linear ` : R2 [t] → R dado por
18. Considere o espaço CL2 ([−π, π ], R) e seu subespaço R5 [t]. Ache p ∈ R5 [t] de
modo que Z π
|sen t − p(t)|2 dt
π
assuma o menor valor possível. Compare as aproximações de sen t obtidas por
meio desse polinômio e da série de Maclaurin de sen t.
f x1 + x2 ( y ) = f x1 ( y ) + f x2 ( y )
∀ x1 , x2 ∈ H , ∀ λ ∈ K
f λx (y) = λ̄ f x (y),
1
F (y) = B(y, y) − Re f (y).
2
24 CAPÍTULO 3. PRODUTO INTERNO E GEOMETRIA
1 1 1
|h xn1 , xn j+1 i| ≤ , |h xn2 , xn j+1 i| ≤ , ... |h xn j , xn j+1 i| ≤ .
j j j
j j k
1 2
k y j k2 = ∑ k xn j k + Re ∑ ∑ h x ni , x n k i.
j2 i =1
j2 k =1 i =1
(d) Uma vez que existe M tal que k xn k ≤ M para todo n ∈ N, mostre que
M2 + 2
k y j k2 ≤
j
[1] N.I. Akhiezer e I.M. Glazman: Theory of Linear Operators in Hilbert Spaces,
Dover, New York, 1993.
[3] G. Bachman e L. Narici: Functional analysis, Academic Press, New York, 1966.
[5] H.P. Bueno: Álgebra Linear, um segundo curso, SBM, Rio de Janeiro, 2006.
[10] D.G. de Figueiredo: Positive solutions of semilinear elliptic problems, Lecture Notes in
Mathematics 957 (1982), Springer-Verlag, Berlin, 34-87.
[11] L.C. Evans: Partial Differential Equations, Graduate Studies in Mathematics v. 19,
American Mathematical Society, Providence, Rhode Island, 1991.
[16] C.S. Hönig: Análise Funcional e Aplicações, IME-USP, São Paulo, 1970.
25
26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[20] T.W. Körner: Fourier Analysis, Cambridge University Press, Cambridge, 1990.
[21] S. Lang: Real and Functional Analysis, 3rd. Edition, Springer-Verlag, New York,
1993.
[22] P.D. Lax: Linear Algebra, Wiley-Interscience Publication, New York, 1997.
[23] P.D. Lax: Functional Analysis, Wiley-Interscience Publication, New York, 2002.
[25] E.L. Lima: Curso de Análise, volume I, IMPA, Rio de Janeiro, 1976.
[27] :M. Reed and B. Simon: Methods of Modern Mathematical Physics, v. 1, Academic
Press, New York, 1972.
[28] H. L. Royden: Real Analysis, 2nd. Edition, Macmillan Publishing Co., Inc., New
York, 1968.
[29] W. Rudin: Real and Complex Analysis, 3rd. Edition, McGraw-Hill International
Editions, New York, 1987.
[30] W. Rudin: Functional Analysis, 2nd. Edition, McGraw-Hill, New York, 1991.
[33] I. Stakgold: Green’s Functions and Boundary Value Problems, Wiley, New York,
1979.
[36] H.F. Weinberger: A first course in partial differential equations with complex
variables and transform methods, Blaisdell, New York, 1965.
[38] R.L. Wheeden e A. Zygmund: Measure and Integral, Marcel Dekker, New York,
1977.
ÍNDICE REMISSIVO
álgebra, 12 teorema
de Banach, 12 da limitação uniforme, 17
de caracterização do ponto de menor
aplicação norma, 4
conjugada-linear, 23 de Hahn-Banach, 23
de Lax-Milgram, 15
Cantor de Mazur, 20
método diagonal de, 19 de Representação de Riesz, 8
combinação convexa, 20 de separação de Hahn-Banach, 5
conjunto do complementar ortogonal, 7
convexo, 3 do ponto de menor norma, 3
convergência fraca
de uma sequência, 16
fecho convexo, 20
forma
coerciva, 14
sesquilinear, 12
função
peso, 14
funcional linear
descontínuo, 10
norma
de uma forma, 13
princípio
da limitação uniforme, 17
projeção ortogonal, 7
de um vetor sobre um subespaço, 6
semi-norma, 21
sequência
fracamente convergente, 16
soma
de subespaços, 7
direta de subespaços, 7
27