Bravely Default
Bravely Default
Bravely Default
Mesmo possuindo um “2” em seu título, esta não é uma continuação direta dos jogos
anteriores da série, assim como Final Fantasy, é um capitulo independente da franquia
ambientado no mesmo universo.
Se aproveitando propositalmente de alguns clichês dos JRPGs, como “o herói sem muitas
memórias” e “os Heróis da Luz enfrentando as forças da escuridão”, este jogo demonstra ter o
objetivo de agradar fãs do estilo “clássico” de JRPGs, com batalhas de turno, o sistema de
classes, diversas missões secundárias e claro, muitas horas dedicadas a subir o nivel de sua
equipe para enfrentar os principais chefes e até mesmo alguns monstros bem mais fortes que
o “normal” perdidos pelos mapas.
Bravely Default não é apenas o título da franquia, mas como o nome da sua principal
mecânica, onde o jogador pode acumular “BPs (Brave Points)” por usar a ação “Default” que
faz com que o personagem assuma uma postura defensiva e ganhe i ponto e podendo
acumular até 3 pontos e depois utilizar estes pontos com a ação “Brave” que gasta estes
pontos para poder fazer mais de uma ação em seu turno, como atacar, curar ou usar itens 3
vezes. O jogador não precisa necessariamente acumular os pontos usando o “Default”, ele
pode apesar usar a ação “Brave” quantas vezes quiser e “dever” pontos que são pagos em
turnos onde seu personagem não faz ação nenhuma. Essa mecânica é útil para os momentos
em que o jogador está evoluindo seus personagens ao lutar com diversos monstros pelo mapa,
assim como nas batalhas principais podendo salvar todo seu time usando mais de um
restaurativo como “Phoenix Down” (que revive um aliado). Sempre fica a decisão do jogador
se vai atacar os inimigos com tudo ou poupar pontos para não ficar vulnerável caso decida
dever pontos.
Falando sobre “monstros no mapa”, diferente das entradas anteriores da franquia onde os
encontros ocorriam de forma aleatória e era possível aumentar e diminuir a frequência dos
encontros e até mesmo desligá-los, desta vez os monstros estão vagando pelo mapa similar a
jogos como Dragon Quest e Pokémon, então o jogador decide se vai ou não lutar com eles,
inclusive se os personagens estiverem em níveis muito elevados para os monstros os mesmos
fogem dos personagens, poupando o jogador de uma batalha que lhe daria pouca experiencia.
Além da mecânica de turnos, o sistema de classes é o ponto alto desta franquia, com mais de
20 classes a serem desbloqueadas conforme a progressão na história, é possível atribuir aos
personagens uma classe principal e uma secundária, a classe principal será a que ganhará
experiencia das batalhas e irá subir de nível e a secundaria traria ações já aprendidas de uma
classe principal anteriormente atribuída. Um exemplo para melhor explicar esse sistema:
(Quase) todos os personagens começam com a classe “Freelancer” até conseguirem
desbloquearem outras classes. Vamos supor que ao desbloquear a classe de “White Mage” o
jogador atribua esta classe como principal ao Seth (nosso protagonista desmemoriado), que
estava com seu nível de “Freelancer” 4, possuindo algumas ações e atribuindo esta como
secundaria. Durante as batalhas Seth poderá usar as ações de “White Mage” e ganhar
experiencia desta classe, bem como usar ações já aprendidas da classe “Freelancer”.
A história o roteiro são os campos que possuem charme e criticas a serem feitas. Como dito
anteriormente, o jogo traz de forma clara que o roteiro principal é uma batalha do bem contra
o mal, o que não é ruim, outros JRPGs usam dessa fórmula a anos e fazem sucesso, como
Dragon Quest. Porém nem todos os personagens são bem trabalhados ou tem personalidades
bem apresentadas e/ou aprofundadas, acabando caindo em certos estereótipos. E para os
jogadores que conhecem a história das duas outras entradas alguns personagens e caminhos
do roteiro podem parecer estranhamente familiares.
Por conta do sistema de classes, que possuem vestimentas bem características, conforme a
história progride e alguns personagens são apresentados, fica claro que em algum momentos
o jogador irá batalhar com eles, pois logo no começo da história é explicado que neste mundo
os personagens podem usar os poderes dos “Asterisks”, uma espécie de gema que contém
poderes que são conferidos a quem os possuir, ou seja, acaba sendo claro que o personagem
recém apresentado possui uma dessas gemas e que os protagonistas irão batalhar com ele e
assim adquirir a nova classe. Os desenvolvedores poderiam trabalhar um certo mistério com
quais personagens serão amigos ou inimigos, porém não são escolhas de desenvolvimento que
afetam a história ou até mesmo a jogabilidade.
E apesar dos clichês e observações feitas, Bravely Default 2 guarda certas surpresas em seu
roteiro, bem como suas entradas anteriores. O jogador deve se atentar que o fim pode não
representar o término dos acontecimentos, o titulo possui um bom conteúdo após os créditos
que o jogador deve conferir.
Os visuais são um espetáculo a parte, com as cidades possuem um visual 2D com muitos
detalhes, como se fossem obras de arte em aquarela. Cada cidade possui características únicas
que entregam a ambientação do mundo de forma muito bem feita. As áreas a serem
exploradas, bem como as masmorras também possuem atenção aos detalhes e são belíssimas.
A trilha sonora também não possui defeitos, com algumas trilhas vindas dos outros jogos,
talvez com a intenção de tornarem únicas das série, bem como novas que cumprem o papel de
ambientar o jogador naquele universo. Outra característica bem positiva é que o jogo é quase
inteiramente dublado, tirando diálogos padrão com os vendedores e habitantes da cidade, as
missões principais e secundárias são dubladas, o que dá personalidade aos personagens do
mundo.
Em suma, Bravely Default entrega exatamente o que promete, ser um JPRG com viés clássico
para o jogador dedicar diversas horas para fortalecer seus personagens, descobrir e masterizar
todas as classes e aproveitar uma boa história do bem contra o mal.