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29, 30 e 31 de maio de 2017

Centro Universitário de Mineiros – Unifimes

CONCRETO CELULAR E SEU USO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Carlos Vinícius Moraes Sousa


Thiago dos Santos Vieira

Resumo: O termo concreto ficou estabelecido para designar uma massa sólida que provem da combinação
de um aglomerante que nesse caso é o cimento, de agregados tais como a areia, água e pedras. As
inovações na tecnologia dos concretos proporcionaram maior utilização dos concretos especiais, como os
concretos leves. O concreto com agregados leves, ou concreto leve estrutural, consagrou-se como um
material de construção em todo o mundo, com aplicação em diversas áreas da construção civil. O concreto
celular é considerado um concreto leve, tem aplicação em várias áreas da construção civil, por se tratar de
um concreto com a resistência e densidade inferior do concreto tradicional, pode ser aplicado em áreas
onde não exige solicitações de compressões tão altas, reduzindo assim o peso próprio da estrutura final.
Com o surgimento de novas normas que visam a sustentabilidade no uso de materiais que estão sendo
escassos, e com as exigências mínimas para um conforto final do usuário, o concreto celular tem um
potencial enorme de superar os métodos tradicionais de construção de uma edificação.

Palavras – chave: Concreto. Concreto Celular. Concreto leve.

Introdução

Com a necessidade de se aplicar a sustentabilidade na área da construção civil,


surge a cada dia novos materiais e maneiras construtivas, com isto muitas dessas novas
tecnologias acabam não sendo de conhecimento para o setor da construção. Por este
motivo o tema abordado será a apresentação de um material sustentável e pouco
difundido no setor construtivo brasileiro.
Um bom concreto não é o que tem a maior resistência, mas o que atende as
necessidades da obra com relação à peça que será moldada. Pela necessidade crescente
de se construir com qualidade, economia e rapidez. Com a necessidade de se obter
grandes resistências, melhor trabalhabilidade, durabilidade, a tecnologia do concreto não
para de evoluir. Devido a esses e outros motivos surgiu vários tipos de concretos sendo
eles para usos específicos nas construções. As inovações na tecnologia dos concretos
resultaram no desenvolvimento e crescimento para a utilização dos concretos especiais,
como os concretos leves. O concreto com agregados leves, ou concreto leve estrutural,
apresenta-se como um material de construção adotado em todo o mundo, com aplicação
em diversas áreas da construção civil.
29, 30 e 31 de maio de 2017
Centro Universitário de Mineiros – Unifimes

A ampla utilização desse material é particularmente atribuída aos benefícios


promovidos pela diminuição da massa específica do concreto, como a redução de
esforços na estrutura das edificações, a economia com formas e cimbramento, bem
como a diminuição dos custos com transporte e montagem de construções pré-
fabricadas. Além da redução da massa específica, a substituição dos agregados
convencionais por agregados leves pode ocasionar alterações significativas em outras
importantes propriedades do concreto, com destaque para trabalhabilidade, resistência
mecânica, módulo de deformação, durabilidade, estabilidade dimensional,
condutividade térmica, resistência a altas temperaturas e espessura da zona da transição
entre o agregado e a pasta de cimento. ROSSIGNOLO (2009).
Os concretos leves caracterizam-se pela redução da massa específica em relação
aos concretos convencionais, consequência da substituição de parte dos materiais sólidos
por ar. Podem ser classificados em concreto com agregados leves, concreto celular e
concreto sem finos.
A origem do concreto celular deu-se na Suécia, que por volta do ano de 1914,
observaram-se que misturas compostas por cimento, cal e agua, poderiam expandir-se
com a adição de alumínio em pó. Certificou-se que o material obtido é uma massa
cimentícia aerada, apresentando um comportamento semelhante ao da madeira,
podendo por exemplo, ser cortado, serrado, lixado e furado, porem com algumas
vantagens, como não apresentar a combustilidade inerente aos materiais orgânicos.
Existem três tipos desse concreto celular: o gaseado (borbulhas produzidas por reações
químicas), o espumado (borbulhas de ar) e o de cal.

Concreto leve: Concreto celular

O concreto celular tem aplicação em várias áreas da construção civil, cuja


resistência e densidade é inferior ao concreto tradicional, sua aplicação ideal é em áreas
onde não exige-se solicitações de compressões tão altas, reduzindo assim o peso próprio
da estrutura final, podendo ser utilizado em todos os tipos de construção: habitações
unifamiliares, prédios residenciais; edifícios de industriais e construções especiais (escola,
hospitais, garagens, sector agrícola).
29, 30 e 31 de maio de 2017
Centro Universitário de Mineiros – Unifimes

A composição principal do concreto celular destina-se na mistura de cimento,


agregados miúdos, agua e agentes que provocam o aparecimento de bolhas de ar, tais
bolhas podem ser obtidas com reação química do Al ou Zn incorporados na massa
(concreto celular autoclavado), ou com a adição de espumas na massa (concreto celular
espumoso) (Melo, 2009). Dependendo do que se acrescenta na mistura obtém-se
concretos com utilidades especificas, o concreto celular por se adicionar ar nele já
apresenta características físicas diferentes dos concretos tradicionais, a forma de
produção pode influenciar bastante nessas características finais (GUGLIELMI, 2007).
Nas faixas de baixa densidade o concreto celular não desenvolve a resistência à
compressão do concreto convencional. Embora isto pode ser uma desvantagem em
aplicações de concreto convencional, é uma vantagem nas aplicações de concreto
celular. Deve-se considerar que o concreto celular e o concreto convencional são
normalmente utilizados para diferentes tipos de aplicações.

Concreto celular autoclavado (CCA)

“Obtido por processo industrial, com a mistura de cimento, cal, areia e outros
materiais silicosos, aos quais adiciona-se alumínio em pó. A autoclavagem é a etapa mais
importante do processo de fabricação. O procedimento consiste na cura a vapor, sob
pressão de 10 atmosferas e temperatura de 180º C, em forno especial, para acelerar a
hidratação do concreto e propiciar uma segunda reação química, que dá ao CCA sua
força, rigidez e estabilidade dimensional.” (Melo, 2019).
No caso do CCA utiliza-se como agente para obtenção de bolhas de oxigênio na
massa o Alumínio (Al), o qual é colocado minutos finais na massa, aumentando a
viscosidade do material pelo desprendimento do H2 da molécula de agua (GUGLIELMI,
2007).
Cuidados devem ser tomados com a escolha ideal para a utilização do concreto
celular.
“Goual et al. (2006 apud MELO, 2009) examinaram o comportamento térmico do
concreto celular com argila expandida e pó de alumínio. Este último reage com o
conteúdo do alcalino do cimento, no momento de sua hidratação, gerando bolas de gás
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hidrogênio, que ficam aprisionadas no concreto. O material, se usado internamente nas


construções, proporciona qualidades de isolação térmica devido à baixa higroscopia.
Contudo, quando usado em áreas externas, deve receber algum tipo de proteção a fim
de evitar infiltração por intempéries, uma vez que os poros absorvem água por difusão
hidráulica em processos de capilaridade.”
O concreto Celular autoclavado serve tanto para alvenaria interna ou externa, de
divisão, de vedação ou estrutural. Em todos os casos oferece as mesmas características
no que diz respeito a isolamento térmico, resistência ao fogo, isolamento acústico. Estas
características são diretamente proporcionais ao peso específico também chamado de
massa volumétrica à seco e à espessura.
Outra forma de utilização do concreto autoclavado seria como material único em
uma construção do telhado a fundação. Neste sentido o concreto autoclavado é um
material inovador no campo da construção civil.

Concreto celular espumoso (CCE)

O Concreto celular quando obtido por ação de lançamento de espuma, onde a


diminuição de massa é obtida pela introdução de bolhas de ar macroscópicas seja por
adição a mistura, devido ao agente espumante. As bolhas de ar são uniformemente
distribuídas e retidas na argamassa durante a cura e seu endurecimento, o que lhe
confere uma estrutura celular (FERREIRA, 1987).
Do mesmo modo do concreto celular autoclavado (CCA), conforme se altera a
dosagem e a composição dos aditivos lançados na mistura, muda as características finais
da argamassa, podendo assim ter uma infinidade de resultados, tais resultados abrem a
possibilidade de mais utilidades para o concreto celular.
A resistência do concreto celular espumoso quando solicitado a compressão varia
com os seguintes fatores:
Massa especifica, consumo de cimento, tipo de finura do cimento, fator
agua/cimento, qualidade e finura da areia, idade e temperatura de cura e sistema e
metodologia de produção.
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Melo (1987) conceitua que a “resistência a compressão varia na razão direta da


massa específica, do consumo de cimento e superfície especifica deste, ou seja, da finura
do cimento.” Outro fator que o mesmo aborda é a quantidade lançada de espuma, que
consequentemente gerara uma quantidade de ar incorporada na mistura.
“Leve e de excelente fluidez, é um material adequado para uma ampla gama de
finalidades, tais como, mas não limitado a, produção de painéis, fabricação de blocos,
rebocos e concretagem de piso e telhado, concretagem de parede, fundição completa de
casas, paredes e muros de isolamento acústico / barreira sonora, casas e construções
flutuantes, preenchimento de vazios, proteção de taludes, mobiliário de exterior
(outdoor) e muitas outras aplicações.” ECOPORE

Conclusão

Nota-se que o concreto celular tem enormes funções que podem ser exploradas
na construção civil, com a correta composição e o uso de aditivos específicos, pode
chegar-se a um material que substituiria os atuais utilizados, como é o caso do bloco de
vedação feito de concreto celular, que possui características melhores do que o bloco
cerâmico de vedação.
A viabilidade é um fator que deve ser considerado na fase de projeto da
edificação, mesmo sendo um concreto com muitos anos de existência, sua aceitação no
mercado sofre com a pouca informação do produto final e a com o tradicionalismo de
não modificar processos construtivos que estão dando certo. A economia relacionada ao
uso dos blocos CCA não se refere ao custo unitário do material, mas nas interfaces do
processo construtivo, como por exemplo, economia no revestimento interno e externo
nas estruturas de concreto por meio das armações em função da leveza, entre outros. Os
ganhos também são na produtividade e na diminuição de resíduos.
Com a criação de normas que visam trazer o uso sustentável de materiais que
estão sendo escassos, e com o mínimo exigível que se espera para um conforto final do
usuário, o concreto celular tem um potencial enorme para superar métodos utilizados
atualmente, que em muitas das vezes tornaram-se obsoletos frente as inúmeras
inovações tecnológicas que o setor da construção civil contempla.
29, 30 e 31 de maio de 2017
Centro Universitário de Mineiros – Unifimes

REFERÊNCIAS

Construir Sustentável - Bloco de Concreto Celular Autoclavado agrega resistência, durabilidade e


praticidade à obra. Disponível em: <http://www.construirsustentavel.com.br/materiais-
sustentaveis/2001/bloco-de-concreto-celular-autoclavado-agrega-resistencia-durabilidade-e-praticidade-
a-obra#ixzz48YgR0yWI>. Acesso em 09 de maio de 2016.

ECOPORE - Concreto Celular/ Leve. Disponível em: <http://www.ecopore.com.br/aplicacoes/concreto-


leve>. Acessado em: 09 de maio de 2016.

ECOPORE - Dúvidas Frequentes Sobre Concreto Celular. Disponível em:


<http://www.ecopore.com.br/duvidas-frequentes-sobre-concreto-celular>. Acesso em 09 de Maio de
2016

FERREIRA, Oswaldo Aguiar Rocha. Concretos Celulares Espumosos. São Paulo. Departamento de
Engenharia de Construção Civil da EPUSP, 1987. 20 p. BT – PCC 10/87.

GUGLIELMI, Paula de Oliveira. Investigação da porosidade e resistência mecânica de um concreto celular


argiloso curado em autoclave / Paula de Oliveira Guglielmi. - 2007.

MELO, Guilherme Fábio de. Concreto celular polimérico: influêcia na adição de resíduo de poliéster
insaturado termofixo/ Guilherme Fábio de Melo. – Nata, 2009.

NICOLA, Andrei. BLOCOS DE CONCRETO. 2010. 16 f. TRABALHO (Graduação) - Curso de Curso de Engenharia
Florestal, Universidade Federal do Tocantins, Gurupi, 2010.

PEDROSO, Fábio Luís. Concreto: as origens e a evolução do material construtivo mais usado pelo homem.
Revista Concreto & Construções, São Paulo – Sp, v. 1, n. 53, p.19-19,1/2009.

ROSSIGNOLO, João Adriano Concreto leve estrutural: produção, propriedades, microestrutura e aplicações
/ João Adriano Rossignolo. - São Paulo: Pini, 2009.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Blocos Celulares Autoclavado. Disponível em:
<http://www.ufrgs.br/napead/repositorio/objetos/alvenaria-estrutural/blocos_autoclavados.php>.
Acesso em 09 de maio de 2016.

Dos autores

Carlos Vinícius Moraes Sousa: Graduando em Engenharia Civil – UNIFIMES / Mineiros,


[email protected]

Thiago dos Santos Vieira: Graduando em Engenharia Civil – UNIFIMES / Mineiros,


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