Avaliação Da Resistência A Compressão Do Concreto Simples

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AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO DO CONCRETO SIMPLES

Igor Ramos Pena1


Ricardo Fonseca de Oliveira2

RESUMO

O concreto apresenta-se como um dos materiais mais usados na área de construção civil,
devido a vários fatores como sua facilidade de manipulação, durabilidade e custo-benefício.
Com a evolução dos materiais de construção, a população foi substituindo outros materiais
como madeira e pedra pelo concreto, devido à capacidade de resistir a elevadas cargas e
facilidade no manuseio. No período do século XIX, grandiosas obras foram desenvolvidas
através do uso do concreto. Sendo assim, o objetivo geral deste trabalho é desenvolver um
estudo sobre diferentes traços de concreto simples, visando alcançar a maior resistência dos
corpos de prova moldados. O presente trabalho foi desenvolvido através de um estudo das
dosagens de concreto, que dispõe sobre o método de teste de resistência a compressão em
corpos de prova feitos de concreto com medidas de 10 centímetros de diâmetro e 20
centímetros de altura. No segundo momento, os corpos de prova já elaborados e, após os 28
dias de cura, foram rompidos em prensa hidráulica automática para obtenção dos resultados.
Posteriormente, foi elaborada uma planilha com os melhores resultados para avaliação do
custo-benefício de cada traço. Conclui-se que em todos os corpos de prova a resistência a
compressão não foram semelhantes.

PALAVRAS-CHAVE: Concreto; Compressão; Resistência.

1
Graduado em Engenharia Civil pelo Centro Universitário Mário Palmério - UNIFUCAMP
2
Mestre em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU
ABSTRACT

The concrete is presented as one of the most used materials in the construction area, due to
various factors, its ease of manipulation, durability and cost benefit. With the evolution of
construction materials the population was replacing other construction materials such as wood
and stone, by concrete, due to the ability to resist high loads and ease in handling. In the
period of the NINETEENTH century, great works were developed through the use of
concrete. The general objective of this work is to develop a study on different traits of simple
concrete, aiming to achieve the highest resistance of molded specimens. The present work
was developed through a study of concrete dosages, which has on the test method of
compressive strength in specimens made of concrete with measures of 100 mm in diameter
and 200 mm in height. In the second moment, the specimens already elaborated, and awaited
the 28 days of curing, will be ruptured in automatic hydraulic press to obtain the results. It
was concluded that in all specimens the compressive strength were not similar.

KEYWORDS: Concrete; Compression Resistance.


1 INTRODUÇÃO

A união do cimento Portland, agregado graúdo (brita), agregado miúdo (areia) e água,
resulta no concreto simples, que se apresenta como um material de construção essencial na
área de engenharia civil. O histórico do seu uso leva há vários séculos atrás, sendo utilizado
até mesmo pelo império romano na construção de seus imponentes edifícios. O concreto se
apresenta como um dos materiais mais usados na área de construção civil, devido a vários
fatores como sua facilidade de manipulação, durabilidade e custo-benefício (TRINDADE,
2017).
De acordo com Narbal (2019), o concreto armado é um produto da construção civil
relativamente novo, de modo que até meados do século XIX as edificações mais comuns eram
realizadas utilizando madeira e tijolos. A abundância de madeira nesse período proporcionava
uma ótima alternativa para as construções. Entretanto, um grande problema era a baixa
durabilidade e o risco de combustão, que levaram os construtores da época a descartar a
madeira como material de construção substituindo-o por alvenaria de pedras ou de tijolos.
Segundo Couto et al. (2013), com a evolução dos materiais de construção, a população
foi substituindo outros materiais como madeira e pedra, pelo concreto, devido à capacidade de
resistir a elevadas cargas e facilidade no manuseio. No período do século XIX, grandiosas
obras foram desenvolvidas através do uso do concreto. A origem do concreto é a mesma do
cimento, elemento essencial para reação química de elaboração da pasta aderente, que torna o
concreto em um produto tão eficiente.
O concreto é resultado da mistura de cimento, água, areia e brita. Esse produto,
quando recebe a ativação pela água forma uma pasta. A pasta fluida faz com que as partículas
de agregados se aglomerem, além de permitir que o material se molde a qualquer modelo de
forma. Assim que o concreto inicia sua desidratação, a mistura começa a cura ou processo de
endurecimento, pela reação irreversível da água com o cimento, ganhando resistência
mecânica à compressão, capaz de torná-lo um material com grande desempenho estrutural,
sob os mais diversos ambientes de exposição (MARTINS, 2019).
O concreto é muito utilizado na atualidade na área de construção civil, nos mais
diversos tipos de estruturas, nos mais diversos campos, e em alguns casos em ambientes
extremamente agressivos quimicamente ou biologicamente. Para realizar as funções de novos
e desafiadores usos, foram desenvolvidos variados tipos de concretos, utilizando diferentes
tipos de cimentos, reagentes químicos e agregados em sua composição (PEREIRA, 2019).
Através da realização de diversas pesquisas, foi possível o desenvolvimento de
concretos com maior durabilidade, resistência e trabalhabilidade. Os estudos de novas
metodologias na geração de concreto devem ser realizados no objetivo melhorar as
tradicionais, sendo revistas de modo a atender as necessidades da humanidade além de trazer
uma maior economia em obras (NARBAL, 2019).
Diante deste contexto, este trabalho tem como objetivo desenvolver um estudo sobre
diferentes traços de concreto simples, com o objetivo de alcançar a maior resistência dos
corpos de prova moldados.

1.1 Objetivo geral

O objetivo geral deste trabalho é desenvolver um estudo sobre diferentes traços de


concreto simples, com o objetivo de alcançar a maior resistência dos corpos de prova
moldados.

1.1.1 Objetivos específicos

Os objetivos específicos são:

⮚ Elaborar variados traços de concreto simples;


⮚ Produzir 03 (três) corpos de prova com os traços de concreto pré-definidos;
⮚ Testar a resistência dos corpos de prova à compressão em uma prensa hidráulica
automática.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Histórico sobre o concreto na construção civil

Os primeiros relatos de materiais direcionados à construção civil são encontrados na


Suméria, onde os povos produziam a cerâmica através do barro cozido, que, apresentava
características de grande maleabilidade, porém eram pouco resistentes. Os zigurates,
construções de grande representatividade na Mesopotâmia, os templos que apresentavam
formato de torres, encontram-se em mau estado de conservação atualmente devido a ação do
tempo. Entretanto os egípcios foram os pioneiros no uso de cimento como a cal e a gipsita.
Aos egípcios também se atribui a descoberta da cal hidráulica, obtida através do aquecimento
de rochas calcárias misturada com materiais argilosos (SOUZA, 2013).
O processo de calcinação da rocha resulta na produção de óxido de cálcio, também
conhecido como cal virgem. Em reação com a água, esse material se transforma em hidróxido
de cálcio, o aglomerante que, através da inserção de areia, era utilizado para fixar os tijolos
feitos de barro e palha uns aos outros. Entretanto, os primeiros povos a constituir o concreto
moderno foram os romanos. As grandes estruturas e construções encontradas na atualidade da
Roma antiga apresentam-se como uma expressão genuína de um material plástico, maleável
que apresenta resistência suficiente para manter seu próprio peso (AMARO, 2016).

O concreto apresenta-se como um material composto a partir da mistura de cimento,


areia, pedra e água, dosadas de acordo com o uso do material. Também podem ser inseridos
eventuais produtos aditivos que potencializam suas características pré-definidas, além de
adições que tem por objetivo alterar suas características originais.

O cimento é composto a partir da mistura de clínquer, gesso e outros elementos, assim


como o concreto, também dosados de maneira criteriosa durante seu processo de fabricação.
Nesse caso, o clínquer é um material produzido através de processo industrializado, originado
da extração de minério de calcário, argila e minério de ferro. Seu processo de fabricação
termina com a queima destes materiais, elevando a temperatura até o ponto de fusão dos
elementos, como ocorre naturalmente no núcleo de um vulcão. Assim, como a criação do
cimento teve sua origem e inspiração a partir da pozolana, que são argilas contendo cinzas da
lava de vulcão, e posteriormente pode ser considerada como rocha sedimentar. Antes do
surgimento do cimento e do concreto moderno que conhecemos hoje, estes elementos já
existiam há milhares de anos na natureza (NARBAL, 2019).

O concreto produzido na atualidade é utilizado em praticamente todos os processos


construtivos amplamente disseminados pelo mundo, de modo que é possível encontrar esse
material em casas de alvenaria, rodovias, pontes, em grandes e pequenos edifícios, em usinas
hidrelétricas e obras de saneamento. Estima-se que todos os anos são consumidas mais de 11
bilhões de toneladas de concreto, o que dá, aproximadamente, um consumo 1,9 tonelada de
concreto por habitante por ano em média, valor menor apenas que o consumo de água. Só os
brasileiros consomem cerca de 30 milhões de metros cúbicos de concreto por ano. De modo
geral, pode-se dizer que o concreto é material artificial que se molda à necessidade construtiva
do homem. O mesmo, depois de endurecido, tem resistência similar às das rochas naturais e,
quando no estado fresco, é composto fluido que possibilita sua moldagem em formas e
tamanhos (IBRACON, 2018).

2.2 Características do concreto

O concreto é um material que preenche os espaços vazios, através do meio


aglomerante no qual estão aglutinadas em materiais de origens diferentes. O principal
aglomerante é o cimento hidratado. Os agregados são materiais granulares, como pedregulho,
areia, seixos, brita, escória e resíduos de construção e de demolição dentre outros. Esses tipos
de materiais apresentam proporções diferenciadas de acordo com a resistência, fluidez e
trabalhabilidade do concreto (TEODORO, 2013).

Para Angelin (2014), os agregados podem ser classificados em graúdos (britas) ou


miúdo (areias) dependendo do diâmetro de sua estrutura. Já os aditivos e adições são
componentes químicos inseridos no concreto em seu estado fluido, de modo a alterar algumas
propriedades, adequando-as às necessidades construtivas. Através da mistura homogeneizada
de cimento, agregados miúdos e graúdos, com ou sem a incorporação de aditivos químicos
que desenvolve suas propriedades pelo endurecimento da pasta de cimento. A Figura 1 mostra
as morfologias e os tamanhos das partículas dos agregados.

Figura 1 - Características morfológicas de agregados do concreto

Fonte: Santos (2008).


Com o estudo das dosagens de agregados e a quantidade teórica de ligante é que se
formula o traço do concreto. A adesão dos componentes faz parte da qualidade, porém,
somente após ensaios laboratoriais de trabalhabilidade, slump, coesão, exsudação, segregação,
teor de argamassa, ar aprisionado, resistência mecânica, modulo de elasticidade condição de
exposição (SANTOS 2008).

De acordo com Castro et al. (2011), através da hidratação do cimento, inicia-se as


reações químicas entre os minerais do cimento e a água, resultando na pasta que, com a
secagem, se tornará sólida, unindo os agregados. Neste contexto, existem dois tipos básicos
de cimento, sendo um que não endurece quando imergido em água, porém, quando
endurecidos, dissolvem-se lentamente quando expostos à água. Esse tipo de cimento surgiu no
Egito Antigo. Já os cimentos usados em concretos, permanecem estáveis quando inseridos em
ambiente aquático, de modo que o mesmo entra em estado sólido e mantém suas
propriedades. Esse tipo de cimento é amplamente empregado no concreto moderno.

A combinação de areia, cimento e água, produz a argamassa que apresenta


consistência plástica, porém, em contato com o ar, ocorre o endurecimento através da reação
química de recombinação do hidróxido com o gás carbônico, reconstituindo o carbonato de
cálcio original. Através dessa reação ocorre o endurecimento do material que se processa
lentamente, de fora para dentro, por meio da porosidade da argamassa que possibilita, de um
lado a evaporação da água e, de outro, a penetração do ar (TEODORO, 2013).

2.3 Traços e manejo do concreto

As dosagens de aglomerantes com agregados são denominadas de traço. Essas


dosagens nada mais são do que a escolha da quantidade dos materiais que vão formar um
determinado tipo de concreto. Através dos traços determina-se a quantidade de areia e de brita
que devem ser usadas na mistura para uma unidade de cimento. Porém, a quantidade
de água varia em relação a umidade da areia e da trabalhabilidade final do concreto. Os
traços de concreto podem ser feitos de forma prática ou racional (VARELA, 2018).

Em estruturas que não demandam grande resistência, a dosagem dos agregados


juntamente com os ligantes é medida em volume e baseia-se apenas na experiência do
profissional técnico. Esse tipo de concreto é indicado para concretos de baixa e média
resistência e devem ser empregados somente em pequenas construções. Já na dosagem
racional, os agregados juntamente com os ligantes são medidos em massa, e é exercida por
concreteiras especializadas que atendem obras de médio a grande porte. Esse tipo de mistura é
feita com vários critérios e rigor seguindo inúmeras especificações simultaneamente. As
proporções dessas misturas são de grande importância para a obtenção de um produto de
qualidade que são normalizadas (ANGELIN, 2014).

Através do traço imposto no projeto executivo deve ser respeitado à risca de modo que
a proporção entre seus materiais garantirá a resistência, durabilidade e trabalhabilidade do
concreto. Se os parâmetros não forem respeitados corretamente toda a segurança de uma
estrutura pode ser comprometida. Do mesmo modo que existem diferentes tipos de concreto
específicos para cada obra, também existem diversos tipos de traço (AMARO, 2016). A
Tabela 1 mostra a aplicação de alguns traços de concreto.

Tabela 1 – Aplicação de traços de concreto

APLICAÇÕES DO CONCRETO Traços de concreto

1 saco de cimento de 50 kg

5 latas de areia
Base de fundação (concreto magro)
6 latas de brita

2 ½ lata de água

1 saco de cimento de 50 kg

5 latas de areia
Fundações: baldrame, broca e radier
6 latas de brita

2 ½ lata de água

1 saco de cimento de 50 kg

Pilares, vigas, vergas, lajes maciças, e capas de 3 latas de areia

lajes pré-fabricadas 3 latas de brita

1 ½ lata de água

Pisos de concreto, pilaretes e cintas de muros de 1 saco de cimento de 50 kg

blocos de concreto 3 latas de areia


3 latas de brita

1 ½ lata de água

Fonte: Levy (2010).

A quantidade de água, por exemplo, é um fator determinante e indispensável para


formação de cristais sólidos que tornam o concreto resistente. Além disso, ela deixa a massa
com um aspecto plástico que permite seu transporte e aplicação nas fôrmas com facilidade.
Porém, tanto seu excesso quanto sua falta podem prejudicar o concreto, de modo que, quando
a água é adicionada em excesso, surgem vazios que deixa o concreto bem menos resistente,
possibilitando o aparecimento de fissuras. Por outro lado, água de menos provoca falhas de
concretagem por dificultar os processos de lançamento e adensamento. A ausência de água no
processo de cura do concreto e a exposição excessiva do concreto ao sol ou calor também
devem ser consideradas, pois a perda de água excessiva em um curto espaço de tempo pode
comprometer a resistência do concreto. Da mesma forma deve-se tomar cuidado com a água a
ser adicionada de maneira que a mesma seja limpa, clara e sem impurezas, já que algumas
substâncias comprometem o concreto (MIGLIORINI, 2011).
Segundo Fagury (2018), diversos parâmetros do concreto necessitam de atenção como
os agregados miúdos e graúdos. Estudos comprovam que, quanto mais finos forem os
agregados, maior será a resistência do concreto à compressão. Entretanto, a trabalhabilidade
tende a diminuir. Uma boa dica é usar agregados de granulometria controlada, e misturá-los
para que os menores envolvam os maiores sem deixar vazios. Deve-se usar apenas areia e
britas limpas, isto é, sem argila, barro ou materiais orgânicos, como raízes, folhas e gravetos.

De acordo com Bresolin (2016), quando as proporções de agregados e ligantes forem


definidas, é necessário ter cuidado com a ordem certa de combinar os materiais. Se o processo
for manual, deve-se juntar o cimento à areia e misturar bem antes de adicionar a brita.
Somente após esse processo é que se deve hidratar a massa de forma lenta. Entretanto se o
concreto for feito em betoneira, a sequência de inserção dos componentes deve respeitar a
ordem; brita (para limpar resíduos de misturas anteriores), uma parte da água (que limpa a
brita e aumenta sua aderência à massa), cimento, outra parte da outra parte da água, areia e a
parte final da água. Se possível, pode-se utilizar aditivos plastificantes que diminuem a
quantidade de água de amassamento e melhoram a trabalhabilidade do concreto. Caso essa
mistura seja muito demorada, o concreto perde a trabalhabilidade, sofre segregação e não fica
uniforme; se for rápida demais, a mistura fica mal feita, a massa aquece e as reações do
cimento são aceleradas.

2.4 Dosagens e resistência do concreto

O estudo das diferentes dosagens de concreto é um importante passo na busca de uma


mistura que apresente economia, mas ao mesmo tempo a resistência esperada. Assim, a
dosagem do concreto pode ser definida como o processo de selecionar os componentes
adequados do concreto, determinar as respectivas quantidades relativas com o objetivo de se
obter da maneira mais econômica possível, um concreto com certas características mínimas,
especialmente a consistência, a resistência e a durabilidade (BRESOLIN, 2016).
Para a elaboração das dosagens de concreto é necessário conhecer as especificações da
obra, dos materiais e do concreto a ser utilizado. Em decorrência disso, conceitua a dosagem
experimental como a determinação das porcentagens dos componentes do concreto, de modo
a se obter um concreto econômico, adequado às condições da obra, utilizando os materiais
disponíveis. Assim, conceituam a dosagem do concreto como sendo a proporção adequada
dos materiais cimento, água, agregados e, eventualmente, aditiva, de maneira que a mistura
atenda aos requisitos de projeto (VARELA, 2018). A Tabela 2 apresenta dados e parâmetros
de dosagens para aumento de resistência, trabalhabilidade e redução dos custos do concreto.

Tabela 2 - Consumo de materiais por m³ de concreto

TABELA DE CONSUMO DE MATERIAIS POR M³ DE CONCRETO

Traço em Traço em
volume Cimento Areia Brita Água volume

Massa

Litros
Saco de para
C:A: B Kg Litro Seca Úmida Nº. 1 Nº. 2 C:A: B
50 Kg areia
seca

1: 1,06 :
1:1:2 514 10,30 L 363 363 465 363 363 226
1,96
1 : 2,5 : 1: 2,71:
319 6,40 L 225 562 719 337 337 207
3 2,94

1 : 2,5 : 1: 2,71:
246 4,90 L 174 435 557 435 435 195
5 4,89

1: 3,25:
1:3:6 208 4,20 L 147 441 564 441 441 198
5,87

Fonte: Varela (2018).

O estudo de dosagem pode se tornar complexo, principalmente se levado em


consideração que algumas das propriedades do concreto endurecido, tais como resistência,
durabilidade e aparência, somente são garantidas se a trabalhabilidade da mistura fresca for
compatível com as condições de trabalho e produção do concreto (SOUZA, 2013).

De acordo com a norma NBR 6118/2014 – Projeto de Estruturas de Concreto, que


estabelece os requisitos gerais a serem atendidos pelo projeto como um todo, bem como os
requisitos específicos relativos a cada uma de suas etapas no sentido de minimizar os efeitos
do envelhecimento e deterioração da estrutura causados tanto por esforços ou ações
mecânicas que atuam diretamente sobre a estrutura ou sobre os materiais que a compõem
(concreto e aço), como também as ações relativas à agressividade do meio onde se insere a
estrutura. Desta forma, esta norma apresenta alguns critérios que atuam sobre o projeto que
visam melhorar o desempenho da estrutura sob o aspecto da durabilidade. Os procedimentos
relacionados à arquitetura, estrutura, qualidade do concreto, espessura do cobrimento das
armaduras, detalhamento das armaduras e medidas que promovam o controle da fissuração,
impermeabilidade, inspeção e manutenção preventiva são os quesitos considerados essenciais
quando de busca medidas eficientes para o bom desempenho das estruturas de concreto
quando avaliadas sob o aspecto da durabilidade (VARELA, 2018).

3 METODOLOGIA

Neste capítulo são apresentados os materiais, os equipamentos e os métodos utilizados


para a realização do trabalho. Este foi realizado no laboratório da Unifucamp, Monte
Carmelo/MG.
Em um primeiro momento foi desenvolvido um estudo de vários traços de concretos
para serem testados, além de desenvolver o cálculo da proporção de forma a encontrar um
traço econômico e resistente, conforme mostrado na Tabela 3.

Tabela 3 – Consumo de materiais por m³ de concreto

Traço em Cimento Areia Brita


massa

1:1:2 250 kg 250 kg 500 kg

1:2,5:3 250 kg 625 kg 750 kg

1:2,5:5 250 kg 625 kg 1250 kg

1:3:6 250 kg 750 kg 1500 kg

Fonte: Autor (2019).

Após a definição dos traços e das proporções de agregados, cimento e água, foi
realizada a mistura de todos os componentes, conforme observado na Figura 4.
Figura 4 - Mistura dos componentes do concreto

Fonte: Autor (2019).

Após a mistura dos agregados, cimento e água, foram moldados os corpos de prova.
Para cada um dos 04 (quatro) traços distintos relacionados na Tabela 3, foram desenvolvidos
03 (três) amostras conforme podem ser observado na Figura 5. Posteriormente, os mesmos
corpos de prova foram inseridos em recipientes com água três dias após a moldagem, e
ficaram por 28 dias imersos em água. A Figura 6 ilustra os corpos de prova imersos em água.
Figura 5 – Corpos de prova moldados

Fonte: Autor (2019).

Figura 6 – Corpos de prova imersos em água

Fonte: Autor (2019).

No segundo momento, os corpos de prova já elaborados e aguardado os 28 dias de


cura, os mesmos foram rompidos em prensa hidráulica automática para obtenção dos
resultados.

Posteriormente, foi elaborada uma planilha com os melhores resultados para avaliação
do custo-benefício de cada traço.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a moldagem de 03 (três) corpos de prova para 04 (quatro) traços e espera de 28


dias de cura, os corpos de prova foram rompidos utilizando uma prensa hidráulica com
acionamento elétrico conforme pode ser observado na Figura 7.
Figura 7 - Prensa hidráulica

Fonte: Autor (2019).

Na primeira amostragem, em que o concreto foi elaborado com um traço 1:1:2, obteve
-se os resultados demonstrados na Tabela 4. Os corpos de prova apresentaram diferentes
resistências, sendo a maior carga suportada de 2,63 MPa e a menor 1,56 MPa.

Tabela 4 - Resultado Amostra 01

Amostra 01 Traço (1 m³) Custo (m³) Carga suportada (MPa)

1 1:1:2 R$ 195,00 1,56

2 1:1:2 R$ 195,00 1,62

3 1:1:2 R$ 195,00 2,63

Fonte: Autor (2019).

Para o cálculo do custo, foram somados os valores de cada componente do concreto de


forma individual, e multiplicado pelo consumo de cada traço. Foi adotado o cálculo do valor
em reais do m³ de concreto.

➢ Traço: C:A:B

C: Cimento = 5 sacas/m³ x R$ 20,00 = R$ 100,00

A: Areia = 1 m³ = R$ 100,00 x valores da Tabela 3

B: Brita + 1m³ = R$ 140,00 x valores da Tabela 3

Através dos cálculos do valor do m³ de concreto, foi possível obter o valor para cada
traço de concreto anteriormente estipulado na Tabela 3. O valor da água foi descartado por ser
insignificante.
Na segunda amostragem, em que o concreto foi elaborado com um traço 1: 2,5: 3,
obteve-se os resultados demonstrados na Tabela 5. Os corpos de prova apresentaram
diferentes resistências sendo a maior carga suportada de 5,26 MPa e a menor 3,12 MPa.

Tabela 5 - Resultado Amostra 02

Amostra 02 Traço (1 m³) Custo (m³) Carga suportada (MPa)

1 1: 2,5: 3 R$ 267,50 4,30

2 1: 2,5: 3 R$ 267,50 3,12

3 1: 2,5: 3 R$ 267,50 5,26

Fonte: Autor (2019).

Na terceira amostragem, para concreto com traço 1: 2,5:5, obteve-se os resultados


demonstrados na Tabela 6. Os corpos de prova apresentaram diferentes resistências, sendo a
maior carga suportada de 5,37 MPa e a menor 3,75 MPa.

Tabela 6 - Resultado Amostra 03

Amostra 03 Traço (1 m³) Custo (m³) Carga suportada (MPa)

1 1 : 2,5 : 5 R$ 337,50 5,37

2 1 : 2,5 : 5 R$ 337,50 3,75

3 1 : 2,5 : 5 R$ 337,50 3,87

Fonte: Autor (2019).

Na quarta amostragem para concreto com um traço 1: 3: 6, obteve-se os resultados


demonstrados na Tabela 7. Os corpos de prova apresentaram diferentes resistências, sendo a
maior carga suportada de 2,45 MPa e a menor 1,65 MPa.

Tabela 7 - Resultado Amostra 04

Amostra 03 Traço (1 m³) Custo (m³) Carga suportada (MPA)

1 1:3:6 R$ 385,00 1,65

2 1:3:6 R$ 385,00 2,45

3 1:3:6 R$ 385,00 2,25

Fonte: Autor (2019).


5 CONCLUSÃO

Após o desenvolvimento dos corpos de provas com diferentes traços de concreto,


observou-se que em todos os corpos de prova que a resistência a compressão foram diferentes.
Nos 12 testes realizados, as estruturas de concreto se comportaram da mesma forma onde
ocorreu o rompimento total da estrutura do corpo de prova. Também foi possível observar que
a resistência das amostras com o mesmo traço apresentou variação de resistência significante.

Observa-se que os valores de resistência à compressão tiveram uma grande variação


entre as amostras 01 e 03, variando entre 1,56 e 5,37 MPa. Assim, conclui-se que o traço de
concreto mais viável neste experimento foi a amostra 03, traço 1:2,5:5, totalizando um valor
de R$ 337,50 o m³ e apresentando uma resistência a compressão de 5,37 MPa.

Portanto, é de suma importância ressaltar que os resultados podem ser considerados de


baixa resistência devido a alguns fatores, como a forma que as peças foram rompidas, no qual
necessita estar bem posicionada e alinhada na prensa, outro fator que influencia é a moldagem
errada dos corpos de prova durante o processo de moldagem. Sendo assim, é necessário que
sua execução seja realizada por especialistas.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela força que me concedeste para chegar até aqui.
A minha família, meu pai Gilberto, minha mãe Sônia, minha avó Adair e todos que
sempre me apoiaram com tudo que precisava durante essa jornada.
A todos os amigos que direta ou indiretamente participaram da minha formação e que
sempre me incentivaram e não permitiram que eu desistisse.
A esta universidade, aos meus professores, ao coordenador do curso Prof. Me.
Emiliano Silva Costa e principalmente ao meu orientador Prof. Me. Ricardo Fonseca de
Oliveira que tiveram papel fundamental na elaboração deste trabalho, o meu muito e eterno
agradecimento.
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