1estudo - Comparativo - de - Diferentes Conforto

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Universidade de São Paulo

Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos

ESTUDO COMPARATIVO DE DIFERENTES


SISTEMAS DE INSTALAÇÕES PARA
PRODUÇÃO DE LEITE TIPO B, COM ÊNFASE
NOS ÍNDICES DE CONFORTO TÉRMICO E NA
CARACTERIZAÇÃO ECONÔMICA

Alexandre Porto de Araujo

Dissertação de Mestrado apresentada à Comissão de


Pós-Graduação da Faculdade de Zootecnia e
Engenharia de Alimentos da USP em 13 de julho de
2001, como parte dos requisitos para a obtenção do
Título de Mestre em Zootecnia, na área de
Concentração em Qualidade e Produtividade Animal.

Orientador: Prof.Dr. Holmer Savastano Júnior

Pirassununga - Estado de São Paulo - Brasil


2001
FICHA CATALOGRÁFICA

Araújo, Alexandre Porto de


A658e Estudo comparativo de diferentes sistemas de instalações para
produção de leite tipo B, com ênfase nos índices de conforto
térmico e na caracterização econômica / Alexandre Porto de
Araújo – Pirassununga, 2001.
69 p.

Dissertação (Mestrado) -- Faculdade de Zootecnia e Engenharia


de Alimentos - Universidade de São Paulo, 2001.

Orientador: Prof. Dr. Holmer Savastano Junior.

1. LEITE, produção, custo 2. INSTALAÇÕES, conforto


térmico 3. BOVINOCULTURA DE LEITE, entalpia I. Título.
DEDICATÓRIA

À Veridiana, minha companheira eterna, verdadeira


“...jóia de real valor...”, pelo seu amor, paciência
e imensa sabedoria; e aos meus três filhos
Alexandre Filho, Renata Bianca e
Bruno Amon, verdadeiros
Espíritos Nobres
confiados a
mim.

Com todo o meu amor e profunda gratidão, por fazerem parte da minha vida.
“...A Glória de Deus é a inteligência...” D&C 93:36

“...Qualquer princípio de inteligência que alcançarmos nesta vida,


surgirá conosco na ressurreição...” D&C 130:18
Agradecimentos
Ao Prof. Dr. Holmer Savastano Junior, pelo exemplo profissional, pelo
grande incentivo, orientação e dedicação, durante o desenrolar desta pesquisa.

Ao meu pai, Wandrelino de Araujo e minha mãe, Maria Imaculada Porto de


Araújo, por me iniciarem no caminho do saber e me possibilitarem contato com
animais desde pequeno.

Ao meu avô, Luiz Nelson Porto e a sua esposa D. Nancy, pelo apoio e ajuda
durante a Faculdade.

Ao Luiz Roberto Monteiro Porto, grande criador de Bovinos de Leite e


Mangalarga Marchador, que primeiro confiou nos meus conhecimentos profissionais,
e muito me ensinou sobre administração e postura profissional.

Ao meu irmão Luiz Nelson e sua esposa Cláudia, pelo apoio durante o
Mestrado.

Aos meus irmãos Antonio Carlos, Maria Fernanda, Maria Valéria, Maria
Paula e Marco Júlio, pelo incentivo durante o Mestrado.

A Patrícia Nanya Brizante, grande amiga minha e de minha esposa, pelo


incentivo e ajuda à minha esposa, nas muitas vezes em que eu ficava ausente de casa.

A Bolsas Auracária, particularmente ao Pres. Pedro Brassanini, pela


concessão da Bolsa de auxílio.

Ao Pres. Saraiva e irmã Inês pelo incentivo e apoio ao Mestrado,


compreendendo a importância dele para mim.

A Profa. Dra. Catarina Abdalla Gomide, pelo carinho com que fui recebido na
minha volta à Faculdade e pela indicação do Prof. Holmer como meu orientador.

Aos meus professores durante o tempo de graduação que acreditaram neste


ideal e que aqui continuam até hoje, Profs . Drs. Catarina Abdalla Gomide, Edison
Schalch, Evaldo Antonio Lencioni Titto, Marcus Antonio Zanetti, Raul Franzolin
Neto, Romualdo Shigueo Fukushima e Sérgio Ari Ribeiro.

Aos meus colegas de Faculdade, que resolveram compartilhar seus


conhecimentos com os alunos do curso de Zootecnia, Profa. Dra. Célia R. Orlandelli
Carrer Prof. Marcelo Machado De Luca O. Ribeiro e ao Prof. Dr. Rogério Lacaz
Ruiz.
A FZEA/USP pela oportunidade de realização do curso de Mestrado em
Zootecnia.

Aos Prof. Dr. Evaldo Antonio Lencioni Titto e Sérgio Ari Ribeiro, pelas
valiosas contribuições na banca de Qualificação.

Ao Prof. Dr. Vicente Borelli que implantou o curso de graduação em


Zootecnia na USP.

Ao Dr. Pyrro Massella, pelo suporte jurídico na implantação do curso de


Zootecnia na USP.

A todos os meus professores do curso de graduação em Zootecnia, pelos


ensinamentos recebidos, que serviram de base para a minha vida profissional.

A SIN- Soluções Informatizadas para Negócios Ltda, particularmente ao Sr.


Frederico, pela cessão do programa computacional, Custo Leite, que serviu de base
para processamento das coletas de dados relativo à custo de produção do leite deste
experimento.

A Gláucia, Érica e Estelinha, pela paciência e ajuda, durante este período de


curso.

Aos funcionários da Biblioteca, pela paciência na busca de material


bibliográfico, pelas normas técnicas ensinadas e pela ficha catalográfica elaborada.

Aos meus colegas de Mestrado, pelos momentos de companheirismo,


amizade e trocas de experiências vividas no período.

A Luciane Silva Martello, pela ajuda nas referências bibliográficas e nas


idéias de texto recebidas.

Ao Dr. Zito e ao sr. Veridiano, proprietários da Fazendas Santa Cruz e Santa


Terezinha, respectivamente, pela cessão das propriedades para a realização do
experimento.

A todos aqueles que direta ou indiretamente foram fundamentais para eu


alcançar este grande passo na minha vida.

Ao principalmente ao meu Pai Celestial, por ter criado com tanta perfeição e
utilidade os animais, e que nos possibilitou o convívio com eles.
ÍNDICE

LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................... iv

LISTA DE TABELAS ..................................................................................................... vi

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS...............................................................vii

RESUMO .......................................................................................................................viii

ABSTRACT..................................................................................................................... ix

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 01
1.1 Objetivo................................................................................................................ 02
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................... 03
2.1 Conforto Térmico................................................................................................. 03
2.1.1. Zona de Conforto Térmico ....................................................................... 03
2.2 Índices de Conforto .............................................................................................. 05
2.2.1 Índice de Temperatura Ambiente e Umidade (THI)…… .......... …………06
2.2.2 Índice de Temperatura de Globo e Umidade (ITGU)…… .......... ………..08
2.2.3 Índice de Temperatura Equivalente (ETI)………………........... ………...08
2.2.4 Índice de Globo Negro e Umidade (BGHI)………………… .......... …….09
2.2.5 Carga Térmica de Radiação (CTR)…….......... …………………………..10
2.2.6 Temperatura de Globo Negro (tg)…………….......... ……………………11
2.2.7 Temperatura Efetiva (TE)…………………………… ......... …………….11
2.3 Instalações e Conforto Térmico Animal .............................................................. 12
2.3.1 Tie-stall……………………………………….…………… ......... ………15
2.3.2 Free-stall………………………………………………………… ......... ...16
2.3.3 Pastejo Contínuo……………………………… ......... …………………...17
2.4 Análise Econômica da Atividade ........................................................................ 18
3. MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 23
3.1 Local do experimento .......................................................................................... 23

ii
3.2. Tratamento ......................................................................................................... 24
3.3 Sistemas de produção animal .............................................................................. 24
3.3.1 Tie-stall…………………………………………… ..... ………………….24
3.3.2 Free-stall……………………………………………… .... ………………24
3.3.3 Pastejo contínuo………………………………………… ...... …………...25
3.4 Descrição das Instalações..................................................................................... 26
3.4.1 Tie-stall……………………………………………………… ...... ………29
3.4.2 Free-stall………………………………………………………… ...... …..31
3.4.3 Pastejo contínuo……………………………………………………… ..... 33
3.5 Monitoramento das instalações ........................................................................... 34
3.6 Índices de conforto Térmico ............................................................................... 38
3.7 Caracterização Econômica ................................................................................... 39
3.8 Análise Estatística ............................................................................................... 48
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................. 43
4.1 Entalpia ............................................................................................................... 46
4.2 Índice de Temperatura do Globo Negro e Umidade (ITGU) .............................. 47
4.3 Índice de Globo Negro e Umidade (BGHI) ......................................................... 49
4.4 Índice de Temperatura Ambiente e Umidade(THI) ............................................. 51
4.5 Comentários adicionais ....................................................................................... 54
4.6 Resultados Econômicos ...................................................................................... 56
4.6.1 Caracterização econômica do tie-stall………………………… ... ………57
4.6.2 Caracterização econômica do free-stall………………………… ....... …..58
4.6.3 Caracterização econômica do pastejo contínuo……………………… ..... 59
5. CONCLUSÕES .......................................................................................................... 61
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 63
ANEXOS

iii
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 2.1 - Zonas de tolerância e conforto térmico (TITTO, 1998) ........................ 04


FIGURA 2.2 - Trocas térmicas entre a vaca e o ambiente (TITTO, 1998) ................... 14
FIGURA 2.3 - Evolução do Índice de Preços ao Produtor (IPP-FGV) (Base 100 =
Jul/94) ...................................................................................................... 18
FIGURA 3.1- Vista frontal da instalação tie-stall ........................................................ 26
FIGURA 3.2 – Vista de perto mostrando detalhes do tie-stall ..................................... 27
FIGURA 3.3 - Vista mostrando instalação de free-stall e corredor de alimentação ..... 27
FIGURA 3.4 - Vista do free-stall, mostrando detalhes das baias individuais .............. 28
FIGURA 3.5 - Vista em perspectiva mostrando o estábulo de alimentação para as
vacas manejadas sob pastejo contínuo .................................................... 28
FIGURA 3.6 - Vista do interior do estábulo de alimentação ........................................ 29
FIGURA 3.7 - Esquema do tie-stall, com disposição das baias. Sem escala, medidas
em m. ....................................................................................................... 30
FIGURA 3.8 - Detalhe mostrando a inclinação do ventilador....................................... 31
FIGURA 3.8a - Esquema do free-stall, com disposição das baias. Sem escala,
medidas em m ......................................................................................... 32
FIGURA 3.9 - Foto demonstrando detalhes de ventilador e nebulizador ..................... 33
FIGURA 3.10 - Esquema do estábulo para alimentação das vacas e com disposição
do cocho. Sem escala, medida em m .............................................................................. 34
FIGURA 3.11 - Foto com detalhes dos instrumentos de monitoramento térmico no
tie-stall..................................................................................................... 36
FIGURA 3.12 - Foto com detalhes dos instrumentos de monitoramento térmico no
free-stall................................................................................................... 36

iv
FIGURA 3.13 - Foto com detalhes dos instrumentos de monitoramento térmico no
estábulo de alimentação para as vacas submetidas a pastejo contínuo.... 37
FIGURA 3.14 - Vista do abrigo meteorológico, do pluviômetro, do anemômetro e
do termômetro de Globo Negro............................................................... 37
FIGURA 3.15 - Interior do abrigo meteorológico, mostrando termômetro de máx. e
mín. e higrômetro .................................................................................... 38
FIGURA 4.1 - Variação da entalpia às 13 h nos diversos tipos de instalação, nos dias
críticos ..................................................................................................... 46
FIGURA 4.2 - Comparação dos valores de ITGU para os diversos tipos de
instalação nos dias críticos ..................................................................... 48
FIGURA 4.3 - Comparação dos valores de BGHI para os diversos tipos de
instalação nos dias críticos ...................................................................... 50
FIGURA 4.4 - Comparação dos valores de THI para os diversos tipos de instalação
nos dias críticos ..................................................................................... 52

v
LISTA DE TABELAS

TABELA 2.1 - Índice Temperatura - Umidade (THI) [Estresse ameno: 72-79;


Estresse moderado: 80-89; Estresse severo: 90-98] ................................ 07
TABELA 2.2 - Efeitos da temperatura do ar e da umidade na produção de leite ......... 13
TABELA 2.3 – Vantagens e desvantagens do Sistema tie-stall ................................... 15
TABELA 2.4 – Vantagens e desvantagens do sistema free-stall .................................. 16
TABELA 2.5 – Vantagens e desvantagens do sistema de pastejo contínuo ................. 17
TABELA 2.6 - Preço do Leite no mundo ..................................................................... 20
TABELA 4.1 - Dias críticos em termos de entalpia (kJ/kg de ar seco), às 13 h, na
área externa aos sistemas produtivos (campo). Em itálico e negrito
estão assinalados os maiores valores para o dia ...................................... 44
TABELA 4.2 - Dias críticos em termos de entalpia (kJ/kg de ar seco), às 11 h, na
área externa aos sistemas produtivos (campo). Em itálico e negrito
estão assinalados os maiores valores para o dia ...................................... 45
TABELA 4.3 - Valores médios de entalpia (kJ/kg de ar seco) a campo às 11 e 13 h
nos dias críticos ....................................................................................... 45
TABELA 4.4 - Valores de ITGU para os dias críticos nas diferentes instalações e a
campo às 13 h. Em itálico e negrito estão assinalados os maiores
valores para o dia .................................................................................... 49
TABELA 4.5 - Valores de BGHI nos dias críticos nas diferentes instalações e a
campo às 13 h. Em itálico e negrito estão assinalados os maiores
valores para o dia..................................................................................... 51
TABELA 4.6 - Valores de THI nos dias críticos nas diferentes instalações e a campo
às 13h. Em itálico e negrito estão assinalados os maiores valores para
o dia ........................................................................................................ 53

vi
TABELA 4.7 - Valores médios, para cada tipo de instalação, às 13 h, dos índices de
conforto analisados................................................................................. 55
TABELA 4.8 - Valores médios, para cada tipo de instalação, às 11 h, dos índices de
conforto analisados................................................................................. 55
TABELA 4.9 - Custos de produção de leite tipo "B" em cada sistema de produção
comparados com o valor pago pela cooperativa local. Valores em reais
(R$).......................................................................................................... 56
TABELA 4.10 - Custos detalhados de produção de leite tipo "B" no sistema tie-
stall, em relação ao valor pago pela cooperativa local. Valores em
reais (R$) ................................................................................................. 58
TABELA 4.11 - Custos detalhados de produção de leite tipo "B" no sistema free-
stall, em relação ao valor pago pela cooperativa local. Valores em
reais (R$) ................................................................................................. 59
TABELA 3.4 - Custos detalhados de produção de leite tipo "B" no sistema de
pastejo contínuo, em relação ao valor pago pela cooperativa local.
Valores em reais (R$) .............................................................................. 60

vii
LISTA DE ABREVIATURAS

BGHI Índice de Globo Negro e Umidade


COE Custo Operacional Efetivo
COT Custo Operacional Total
CT Custo Total
CTR Carga Térmica de Radiação
ETI Índice de Temperatura Equivalente
FAO Food Agriculture Organization
FGV Fundação Getúlio Vargas
GN Globo Negro
HSD Honest Significant Difference
IEA Instituto de Economia Agrícola
IPP Índice de Preços ao Produtor
ITGU Índice de Temperatura de Globo e Umidade
TE Temperatura Efetiva
TGN Termômetro de Globo Negro
THI Índice de Temperatura Ambiente e Umidade
TMR Temperatura Média Radiante
USDA States Department of Agriculture

viii
RESUMO

O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo de caso comparando índices


de conforto térmico de diferentes instalações, utilizadas por vacas em lactação da
Raça Holandesa, situadas em 2 propriedades particulares no Vale do Paraíba, SP. As
condições ambientais e de topografia de ambas as propriedades eram semelhantes, as
quais estão localizadas proximamente uma da outra.
Os tratamentos experimentais foram (i) free-stall, (ii) tie-stall e (iii) estábulo
(utilizado para suplementação alimentar), cujos ambientes internos foram
comparados com as condições ambientais do campo. Realizou-se ainda a
caracterização econômica das propriedades, com o intuito de se obterem os custos de
produção para cada sistema estudado.
Os parâmetros ambientais registrados foram a temperatura ambiente, de globo
negro e de máxima e mínima, umidade relativa do ar e velocidade do vento. O
experimento foi realizado durante o verão de 2000. Para a seleção dos dias críticos
(mais desconfortantes), considerou-se o valor da entalpia associada à temperatura de
bulbo seco de 24oC e umidade relativa de 76%.
Os índices de conforto térmico analisados foram a entalpia, índice de
temperatura e umidade (THI), índice de globo negro e umidade (BGHI) e índice de
temperatura de globo e umidade (ITGU).
Observou-se que os índices de conforto térmico não apresentaram diferenças
significativas (p<0,05) entre o campo e estábulo. Os mesmos índices não se
diferenciaram (p<0,05) nas instalações do free-stall e tie stall. Para a metodologia
empregada neste estudo, o estábulo foi associado com índices de conforto térmico
significativamente piores (p<0,05), comparados com os das outras duas instalações
desse experimento.
Sob o aspecto econômico, o custo total do leite produzido em qualquer um
dos sistemas, foi superior ao valor recebido da cooperativa local.
Palavras chaves: leite, instalações, bovinocultura de leite, entalpia, custo de
produção.

ix
ABSTRACT

The objective of the present work was to undertake a study of case comparing
indexes of thermal comfort inside different installations for milking cows of Holstein
Breed at two private properties in the region of Vale do Paraíba, São Paulo State,
Brazil. The properties were close to each other and presented similar characteristics
for topography and environmental conditions. The economical characterization of the
properties aimed to identify the cost production for each system under consideration.
The experimental treatments were (i) free-stall housing, (ii) tie-stall housing
and (iii) stable for feed supplementation in comparison with the open field
conditions. The environmental parameters measured were dry bulb temperature,
black globe temperature, maximum & minimum temperature, relative humidity of
the air and wind speed. The experimental period was realized during the summer of
the year to 2000. The selection of the discomforting critical days considered the
enthalpy associated with the dry bulb temperature of 24oC and relative humidity of
76%. The evaluation of the thermal comfort included the following parameters:
enthalpy, temperature-humidity index (THI), black-globe humidity index (BGHI)
and globe temperature and humidity index (ITGU).
The thermal comfort indexes did not indicate a significant difference (p <
0.05) between the field and the stable for feed supplementation. The same indexes
did not differentiate (p < 0.05) the free-stall from the tie-stall housing. According to
the methodology employed at this study, the stable was associated with thermal
comfort indexes significantly worse (p < 0.05) than the ones related to the other
installations.
Regarding economical aspects, the total cost of milk produced in all systems
was higher than the amount received from the local cooperative.
Key words: milk, installations, dairy cattle, enthalpy, cost of production.

x
1

1. INTRODUÇÃO

Produzir leite no Brasil é, hoje, mais do que nunca, um grande desafio ao


produtor rural, visto a grande dificuldade de fazer um planejamento ao longo dos
anos, em razão da falta de política agropecuária definida do governo e ao próprio
cenário econômico-financeiro do país. Além dessas dificuldades, outra com que o
produtor se depara é produzir leite nos trópicos, onde as condições climáticas não são
muito favoráveis para as vacas de raça européia, que são as maiores produtoras;
visando contornar esta dificuldade, os produtores utilizam instalações que têm como
objetivo principal, minimizar ao máximo estas condições desfavoráveis.
A partir de 1994, com a implantação do Plano Real, que diminuiu
sensivelmente, em decorrência da queda da inflação, os ganhos financeiros
associados às atividades empresariais, tornou-se necessário o planejamento de
investimentos, custos produtivos e capitais imobilizado.
Nota-se uma constante diminuição no número de produtores de leite, por
meio da oferta de liquidação de plantéis, inclusive de produtores tradicionais, entre
outras razões, por não terem condições de acompanhar o aumento do preço dos
insumos, sempre em níveis maiores do que a inflação ou do que o aumento do preço
do leite ao produtor (GOMES, 1998).
Faz-se também necessário na bovinocultura leiteira, a aplicação de
conhecimentos técnicos relacionados a manejo, instalações, ambiência, conforto
animal, tipo de alimentação e gerenciamento da mão-de-obra disponível.
As pesquisas demonstram que o desempenho animal (ganho de peso,
eficiência alimentar e quantidade produzida de leite) é, em parte, relacionado ao seu
sistema homeotermo (NÄÄS, 1989).
Os bovinos de leite têm necessidade de manterem a temperatura interna de
seu corpo dentro de uma faixa ideal, para que possam sobreviver. Tal fato se dá por
2

intermédio de alguns mecanismos orgânicos de controle, que lhes permitem manter


um balanço térmico adequado entre o calor que seus corpos produzem e aquele que
ganham ou perdem para o meio.
Como as vacas leiteiras em confinamento não têm a possibilidade de escolher
um ambiente melhor em termos de conforto térmico, como ocasionalmente têm na
natureza, torna-se necessário que as instalações sejam: confortáveis, práticas e
funcionais.
Isso se consegue a partir da climatização das instalações, ou seja, o conjunto
de medidas naturais e artificiais que proporcionam, ao animal alojado, as condições
favoráveis para diminuir seu estresse e consequentemente aumentar sua capacidade
produtiva.

1.1. Objetivo
O objetivo deste trabalho é o estudo de caso de três diferentes sistemas
produtivos de leite tipo B (tie-stall, free-stall e pastejo contínuo), com destaque para
o conforto térmico das instalações empregadas, na região de São José dos Campos,
SP. Esse objetivo será realizado por meio da comparação das instalações entre si e
em relação ao ambiente externo, com base nos índices de conforto, nos dias de
entalpia elevada.
Outro objetivo é apresentar a caracterização econômica de cada um dos
sistemas de produção estudados.
3

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

No presente capítulo, são discutidos conceitos relacionados ao conforto


térmico dos animais e à viabilidade da atividade leiteira. Os índices de conforto
térmico são apresentados como uma forma simplificada e eficaz de avaliação do
conforto, em diversos sistemas produtivos de leite. Tais sistemas são vistos com
ênfase nas instalações utilizadas, responsáveis pela maior parte da radiação presente
no ambiente de produção. O conforto e a produção resultante desses sistemas têm
influência direta na viabilidade econômico-financeira da atividade, bem como na
sobrevivência dos produtores, daí ser destinado um item específico para esse tópico
na revisão.

2.1 Conforto Térmico

Conforto térmico traduz uma situação em que o balanço térmico é nulo, isto
é, o calor que o organismo do animal produz, mais o que ele ganha do ambiente, é
igual ao calor perdido por intermédio da radiação, da convecção, da condução, da
evaporação e do calor contido nas substâncias corporais eliminadas (SILVA, 1998).
Se isso não ocorre, o animal se defende por outros mecanismos de termorregulação,
com o objetivo de ganhar ou perder calor para o ambiente em que está.

2.1.1 Zona de Conforto Térmico


Para NÄÄS (1989), zona de conforto ou de termoneutralidade, seria aquela
limitada pela máxima e mínima temperatura ótima para a produção. Nesse intervalo
de temperatura ambiente, ocorre o menor desgaste do animal, que se torna mais
saudável e produtivo. Por não ocorrer estresse pelo frio ou pelo calor, a demanda
fisiológica é mínima, e a temperatura corporal e o apetite são normais. Assim, a vaca
4

produtora de leite terá um gasto mínimo de energia para manter sua temperatura
corporal e a energia do organismo pode ser dirigida para a produção animal.
(BACCARI, 1998a).
Existe alguma divergência na literatura, quanto à faixa ideal de temperatura
para os bovinos de raça holandesa. Por exemplo, BAETA & SOUZA (1997), relatam
que a faixa ideal de temperatura estaria entre -1 e 16oC, enquanto HUBER (1990)
encontrou como intervalo de conforto térmico aquele compreendido entre 4 e 26oC.
Essa diferença entre a zona de termoneutralidade apresentada por
pesquisadores diferentes deve-se à capacidade de adaptação dos animais a situações
climáticas específicas (NÄÄS, 1999); a condições fisiológicas, reprodutivas e
nutricionais dos animais (TITTO, 1998), além da produtividade. Entretanto, todos
concordam que existe uma faixa ideal de conforto térmico e que, acima ou abaixo
desse intervalo, as vacas da raça holandesa passariam à condição de tolerância ao
calor e ao frio, ocorrendo uma demanda fisiológica no sentido do organismo ter uma
sobrecarga de trabalho com o intuito de manter a temperatura corpórea estável; um
pouco mais além, limitado pelo “limite de tolerância ao frio”e pelo “limite de
tolerância ao calor, o animal entra numa zona de estresse pelo calor ou pelo frio,
onde se mantida as condições de temperatura por um período mais prolongado, o
animal corre o risco de vir a morrer (Figura 2.1).
Limite de tolerância ao frio

Limite de tolerância ao calor

Produção de calor

zona
zona de
termoneutra zona de
tolerância
ao frio tolerância
ao calor

temperatura do ar
temp.crítica mínima temp.crítica máxima
Figura 2.1. Zonas de tolerância e conforto térmicos (TITTO, 1998).
5

2.2 Índices de Conforto Térmico

São índices que conseguem quantificar, em uma única variável, o efeito do


estresse térmico sofrido pelos animais a partir das condições meteorológicas
prevalecentes em um dado momento (MOURA & NÄÄS, 1993).
Comparações de desempenho entre diferentes modelos de instalação, em
razão do grande número de variáveis envolvidas, são facilitadas pelos índices de
conforto térmico animal.
NÄÄS (1989) classificou os índices de conforto térmico em:
• Biofísicos, baseados nas trocas de calor entre o corpo e o ambiente.
• Fisiológicos, que se baseiam nas relações fisiológicas originadas por condições
conhecidas de temperatura ambiente, temperatura radiante média, umidade
relativa do ar e velocidade do ar.
• Subjetivos, que traduzem sensações subjetivas de conforto em face de variações
dos elementos de conforto térmico.
Vários índices têm sido desenvolvidos com o objetivo de determinar níveis de
conforto térmico, nas diferentes condições ambientais.
Inicialmente, utilizava-se a temperatura ambiente para determinar se o animal
estava em situação de conforto ou não, e se estabeleciam então faixas de temperatura
ideal para as diversas espécies ou raças. A partir de 1970 (BOND, 1971 e
BUFFINGTON, 1977), outras variáveis foram incorporadas na avaliação de conforto
térmico para os animais. Por intermédio do estudo mais criterioso da influência de
outros fatores que, além da temperatura ambiente, influem no desempenho dos
animais, chegou-se então aos vários índices utilizados atualmente.
Segundo MOURA & NÄÄS (1993), os índices de conforto térmico têm
grande importância para os produtores, já que podem, por um único valor, quantificar
o estresse térmico a que o animal está submetido num dado momento e local, de
acordo com as condições meteorológicas existentes.
Para a escolha de um ou outro índice, deve-se levar em conta as condições
ambientais, a atividade desenvolvida pelo animal (totalmente estabulado, semi-
estabulado ou a pasto) e a maior ou menor importância de um ou outro aspecto do
6

conforto. NÄÄS (1989) enfatiza que há condições termo-higrométricas que podem,


mesmo que apenas temporariamente, serem consideradas como de conforto, em
termos de sensação, e provocar distúrbios fisiológicos ao fim de algum tempo mais
prolongado.

2.2.1 Índice de Temperatura Ambiente e Umidade (THI).


O índice THI, também chamado por alguns autores de ITU, foi proposto por
THON (1958) e é um dos mais utilizados. Relaciona-se a temperatura e a umidade
relativa do ar, sendo que os valores considerados limites, para situações de conforto
ou estresse, não são coincidentes entre os diversos pesquisadores. Por exemplo,
JOHNSON (1980) observou declínio na produção de leite a partir de THI igual a 72
(Tabela 2.1), por considerar que já é uma situação de stress para vacas holandesas.
IGONO et al. (1992), entretanto, consideraram que THI acima de 76, em qualquer
ambiente, é estressante para vacas com alta produção de leite. ROSENBERG et al.
(1983), verificaram que THI entre 75 e 78 significa um alerta para o produtor, pois
pode haver morte de animal; entre 79 e 84, é sinal de perigo, principalmente para
rebanhos confinados; e, ao chegar ou ultrapassar o índice de 85, é sinal de morte
iminente, se não forem tomadas providências urgentes.
Este índice é obtido pela equação 2.1 a seguir.

THI = ta + 0,36.tpo + 41,5 (2.1)

Em que:
ta = temperatura ambiente em 0C (bulbo seco);
tpo = temperatura de ponto de orvalho em 0C
7

Tabela 2.1-Índice Temperatura-Umidade (THI) [Estresse ameno: 72-79; Estresse


moderado: 80-89; Estresse severo: 90-98].
0
C UMIDADE RELATIVA
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100
22,7 72 72 73 73
23,3 S E M E S T R E S S E 72 72 73 73 74 74
23,8 72 72 73 73 74 74 75 75
24,4 72 72 73 73 74 74 75 75 76 76
25,0 72 72 73 73 74 74 75 75 76 76 77
25,5 72 73 73 74 74 75 75 76 76 77 77 78
26,1 72 73 73 74 74 75 76 76 77 77 78 78 79
26,6 72 72 73 73 74 75 75 76 76 77 78 78 79 79 80
27,2 72 72 73 73 74 75 75 76 77 77 78 78 79 80 80 81
27,7 72 73 73 74 75 75 76 77 77 78 79 79 80 81 81 82
28,3 72 73 73 74 75 75 76 77 78 78 79 80 80 81 82 82 83
28,8 72 73 73 74 75 75 76 77 78 78 79 80 80 81 82 83 83 84
29,4 72 72 73 74 75 75 76 77 78 78 79 80 81 81 82 83 84 84 85
30,0 72 73 74 74 75 76 77 78 78 79 80 81 81 82 83 84 84 85 86
30,5 73 73 74 75 76 77 77 78 79 80 81 81 82 83 84 85 85 86 87
31,1 73 74 75 76 76 77 78 79 80 81 81 82 83 84 85 86 86 87 88
31,6 74 75 75 76 77 78 79 80 80 81 82 83 84 85 86 86 87 88 89
32,2 74 75 76 77 78 79 79 80 81 82 83 84 85 86 86 87 88 89 90
32,7 75 76 76 77 79 79 80 81 82 83 84 85 86 86 87 88 89 90 91
33,3 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 85 86 87 88 89 90 91 92
33,8 76 77 78 79 80 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93
34,4 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94
35,0 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95
35,5 77 78 79 80 81 82 83 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96
36,1 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 91 92 93 94 95 96 97
36,6 78 79 80 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 93 94 95 96 97 98
37,2 79 80 81 82 83 84 85 87 88 89 90 91 92 93 94 96 97 98 99
37,7 79 80 82 83 84 85 86 87 88 90 91 92 93 94 95 97 98 99
38,3 80 81 82 83 84 86 87 88 89 90 92 93 84 95 96 97 99
38,8 80 81 83 84 85 86 87 89 90 91 92 94 96 96 97 98
39,4 81 82 83 84 86 87 88 89 91 92 93 94 96 97 98
40,0 81 82 84 85 86 88 89 90 91 93 94 95 96 98
40,5 82 83 84 86 87 88 89 91 92 93 95 96 97 V
41,1 82 84 85 86 88 89 90 91 93 94 95 97 98 A
41,6 83 84 85 87 88 89 91 92 94 95 96 98 C
42,2 83 85 86 87 89 90 92 93 95 96 97 A
42,7 84 85 87 88 89 91 92 94 95 96 98 S
43,3 84 86 87 89 90 91 93 94 96 97
43,8 85 86 88 89 91 92 94 95 96 98 M
44,4 85 87 88 90 91 93 94 96 97 O
45,0 86 87 89 90 92 93 95 96 98 R
45,5 86 88 89 91 92 94 96 97 T
46,1 87 88 90 91 93 95 96 98 A
46,6 87 89 91 92 94 95 97 S
47,2 88 89 91 93 94 96 98
47,7 88 90 92 93 95 97
48,3 89 90 92 94 96 97
48,8 89 91 93 94 96 98
Fonte: Desenvolvido por Dr. Frank Wiersma, Universidade do Arizona, citado por
PIRES et. al. (1998).
8

2.2.2 Índice de Temperatura de Globo e Umidade (ITGU)


Esse índice considera, em sua formulação, a radiação solar, que é uma das
mais importantes causas do estresse térmico para o homem e o animal. Determinado
por MINARD et al. (1957), citado por CLARK (1981), o índice de temperatura de
globo e umidade (ITGU ou WBGT) é baseado nas medidas da temperatura de globo
negro, da temperatura do ponto de orvalho e da temperatura ambiente. O índice
ITGU é dado pela fórmula 2.2.

ITGU = 0,7.tbu + 0,2.tg + 0,1.ta (2.2)

Para locais sombreados e bem ventilados, tem-se a equação 2.3.


ITGU = 0,7.tbu + 0,3.tg (2.3)

Em que:
tbu = temperatura de bulbo úmido (°C);
tg = temperatura de globo negro (°C);
ta = temperatura ambiente (°C).

2.2.3 Índice de Temperatura Equivalente (ETI)


Desenvolvido por BAETA et al. (1987), combina temperatura,
umidade e velocidade do ar e se aplica para animais alojados. Baseado nesse
índice, NÄÄS et al. (1991) desenvolveram um programa de computador
denominado "Pró Leite", o qual, de maneira prática e eficiente, avalia
instalações para gado leiteiro em regime totalmente estabulado, visando o
conforto térmico, sob condições meteorológicas tropicais. É descrito pela
equação matemática 2.4.

ETI = 27,88 – 0,456.ta + 0,010754.(ta)2 – 0,4905.h + 0,00088.(h)2 +


1,1507.v – 0,126447.(v)2 + 0,019876.t. h – 0,046313.t.v
(2.4)
9

Em que:
ta = temperatura do ar (bulbo seco), em °C;
h = umidade relativa, em %;
v = velocidade do vento, em m/s.

No entanto, verificou-se que esse índice apresentava distorções ao ser


utilizado pelo programa Pró Leite para animais em regime semi estabulado.
Mais tarde, foi ajustado por LALONI (1996), resultando na equação 2.5.

ETI = 29,83628 – 0,11519.ta + 0,00059.h – 0,30525.v (2.5)

Em que:
ta = temperatura do ar (bulbo seco), em °C;
h = umidade relativa do ar, em %;
v = velocidade do vento, em m/s.

2.2.4 Índice de Globo Negro e Umidade (BGHI)


O BGHI foi desenvolvido por BUFFINGTON et al. (1977) a partir das
fórmulas do THI (ou ITU), substituindo a temperatura ambiente, ou de bulbo seco,
pela temperatura de globo negro. É indicativo de conforto térmico para vacas leiteiras
expostas a ambientes de radiação solar direta e indireta.
Nesse trabalho, os autores observaram correlação da produção de leite mais
alta com o BGHI do que com o THI, sob radiação solar direta. À sombra, sob estresse
moderado, os dois índices analisados apresentaram correlação similar com a
produção de leite. Sob condições de estresse severo pelo calor, o BGHI foi portanto o
índice que evidenciou mais o fato, sendo considerado um indicador mais preciso do
conforto térmico animal. A equação 2.6 descreve o BGHI.

BGHI = tg + 0,36.tpo + 41,5 (2.6)


10

Em que:
tg = temperatura de globo negro (°C);
tpo = temperatura de ponto de orvalho (°C).

2.2.5 Carga Térmica de Radiação (CTR)


A carga térmica de radiação (CTR) é a radiação total recebida por um corpo
de todo o espaço circundante. Essa definição não engloba a troca líquida de radiação
entre o corpo e o meio circundante, mas inclui a radiação incidente no corpo (BOND
& KELLY, 1955).
Ressalta-se que, em regiões de clima quente, a principal preocupação é a de
proteger os animais da radiação solar direta, isto é, proporcionar-lhes a menor carga
térmica radiante possível. Segundo COSTA (1982), a insolação direta (ou seja, a
radiação solar) é a principal geradora do desconforto térmico nas edificações.
CZARICK (1989), citado por GHELFI FILHO et al. (1991), observou que, em alguns
casos, pequeno decréscimo na CTR poderia determinar substancial aumento na
produção, a partir da melhora nas condições do ambiente interno das instalações.
A carga térmica de radiação (CTR), fornecida para cada tipo de instalação em
W/m2, proposta por ESMAY (1979), é dada pela equação 2.8.

CTR = δ (TMR)4 (2.8)

Em que:
δ = 5,67. 10-8 W/(m2.K4) (constante de Stefan Boltzmann);
TMR = temperatura média radiante (K).

TMR = 100.{2,51. (v) 1,5. (tg-ta) + (tg/100)4}1/4 ………………………...(2.9)

Em que:
v = velocidade do vento em m/s
tg = temp. globo negro
ta = temperatura ambiente de bulbo seco oC
11

2.2.6 Temperatura de Globo Negro (tg).


Segundo SEVEGNANI (1997), a temperatura de globo negro também é
muito utilizada, isoladamente, como parâmetro para a avaliação das condições
internas das instalações. Fornece, numa só medida, em graus Celsius (°C), uma
indicação dos efeitos combinados de temperatura do ar, temperatura radiante e
velocidade do vento (BOND & KELLY, 1955).
Para BEDFORD & WARNER (1934), o termômetro de globo é uma maneira
de se indicarem os efeitos combinados de radiação, convecção, e sua influência no
organismo vivo, sendo, portanto, utilizado como um índice. Também segundo
MARTA FILHO (1993), o globotermômetro permite inferir a CTR.

2.2.7 Temperatura efetiva (TE)


Segundo NÄÄS (1989), o índice de Temperatura Efetiva é definido como a
temperatura de um ambiente sem movimentação significativa de ar, saturado de
vapor de água, que reproduz a mesma sensação de conforto de calor para seres
humanos. Este índice enfatiza e combina o efeito de perda ou ganho de calor por
convecção e evaporação.
A fórmula utilizada neste trabalho substitui a temperatura de bulbo seco pela
temperatura de globo negro, para efeito de cálculo. A temperatura de radiação, sendo
superior ou inferior à temperatura de bulbo seco do ar, proporciona alterações na
sensação de conforto.

TE = [22,3.tg + 4,0829.(tg - tbu)]/[22,3 + 0,62817.(tg - tbu)]………….(2.10)

Em que:
tg = temperatura de globo negro (°C);
tbu = temperatura de bulbo úmido (°C).
12

2.3 Instalações e Conforto Térmico Animal

Em climas tropicais e subtropicais, os valores de temperatura e umidade


relativa do ar têm-se mostrado restritivos ao desenvolvimento, à produção e à
reprodução dos animais (OLIVEIRA et al., 1995). Seus organismos priorizam a
manutenção da temperatura ideal (BACCARI, 1998b), visto que ocorre diminuição
de ingestão de matéria seca e, conseqüentemente, de energia metabolizável.
Um dos objetivos de se confinarem vacas em lactação é se diminuir ou
restringir ao máximo o efeito do ambiente sobre elas, em nossas condições tropicais
não muito favoráveis, principalmente em razão da alta radiação solar (Figura 2.1). Os
quatro fatores ambientais que mais atuam diretamente na temperatura efetiva são a
temperatura de bulbo seco, a umidade relativa do ar, a radiação solar e a velocidade
do vento (NÄÄS, 1998).
Outro fator limitante à produção leiteira, nos trópicos, é a alta temperatura
associada à umidade elevada (BACCARI, 1998a, NÄÄS, 1998 e TITTO, 1998), pois
se geram condições ambientais desfavoráveis ao bem estar da vaca holandesa
produtora de leite, conforme Tabela 2.2; sendo que, além das variáveis climáticas, a
fisiologia dos animais altera os limites de faixas térmicas, mas na maioria dos casos,
para vacas de alta produção, a temperatura de 24 oC e 70% de UR inibe a produção
(TITTO, 1998).
Muitas vezes, a fim de minimizar o efeito danoso da alta temperatura sobre a
produção de vacas holandesas, os produtores usam ventiladores, associados
opcionalmente a nebulizadores (ARCARO JÚNIOR, 2000), tendo em vista a
melhoria das condições ambientais para a vaca em lactação, com a mínima alteração
na ingestão de matéria seca (MACHADO, 1998), para que não haja conseqüente
queda na produção de leite.
O uso de ventiladores com nebulizadores deve ser feito de maneira criteriosa
pelos produtores, pois, usados erradamente, eles podem levar a um efeito adverso
para as vacas. Ao contrário de conseguirem diminuição da temperatura ambiente pela
ventilação forçada e resfriamento pela evaporação da água, podem fazer com que a
umidade se eleve muito, o que acarreta estresse térmico maior nas vacas, queda na
13

ingestão de matéria seca e, consequentemente, na produção de leite. Nessa situação


indesejável, a água, ao invés de evaporar e causar um resfriamento do ambiente, cai
sobre o animal ou sobre o piso do galpão e causa aumento considerável na umidade
relativa do ar.

Tabela 2.2. Efeitos da temperatura do ar e da umidade na produção de leite*.

TEMPERA- UMIDADE RAÇA (%)*


TURA (OC) RELATIVA (%)
Holandesa Jersey Parda-Suiça

24 38 100 100 100

24 76 96 99 99

34 46 63 68 84

34 80 41 56 71
* Diferenças na produção de leite baseadas na porcentagem da produção normal de leite a 24°C e
38% de umidade relativa (JOHNSON; VANJONACK, 1976 apud TITTO 1998).

Em sistemas produtivos para gado leiteiro, em regime semi ou totalmente


estabulado, as instalações têm a função de abrigar os animais e criar um microclima
com fatores climáticos amenizados. Assim, umidade relativa alta, associada a
temperaturas elevadas, dificulta a dissipação de calor, quer seja por transpiração, ou
por respiração do animal. Em geral, nos casos em que a umidade relativa ultrapassa
os 50%, pode já desencadear um início do desconforto animal em temperaturas mais
elevadas. Já a temperatura, acima de 18,3oC, independente da umidade ambiente,
causa desconforto à vaca holandesa, que se acentua para a temperatura superior a
24oC. Os ventos favorecem a evaporação, sem causar problemas patológicos, desde
que entre 1,5 e 10 m/s aproximadamente (LALONI, 1996).
TITTO (1998) propõe esquematicamente (Figura 2.2) uma série de possíveis
formas diferentes de trocas térmicas entre o animal e o ambiente. Segundo
MORGAN (1990), a radiação solar representa cerca de 75% da carga térmica
transferida para o interior de um galpão. A cobertura é o sistema construtivo pelo
qual se dá a principal entrada dessa carga térmica, daí o interesse em se estudar a
14

interferência de materiais de cobertura, orientação da construção, projeção do telhado


(beiral), insolação e vegetação circundante.

SOL ATMOSFERA

radiação
convecção
radiação

evaporação

radiação

radiação
condução

SÓLIDOS
plantas
rochas
Solo construções
Figura 2.2. Trocas térmicas entre a vaca e o ambiente (TITTO, 1998).

Outra informação importante, obtida a partir da monitoração de temperatura e


de umidade da instalação, é o cálculo da entalpia: variável física que indica a
quantidade de energia (expressa em kJ/kg de ar seco) contida em uma mistura de
vapor d'água (SAVASTANO et al., 1997).
15

Segue o detalhamento de três tipos de sistemas de produção, importantes para


o presente trabalho, a saber: tie-stall, free-stall e pastejo contínuo.

2.3.1. Tie-stall
Sistema caracterizado por confinamento total das vacas durante o período
produtivo, utilizado principalmente em rebanhos menores, devido ao seu alto custo
de implantação (HUTCHINSON, 1999).
Elas ficam constantemente presas (dia e noite), geralmente por correntes no
pescoço, e recebem 100% de sua alimentação no cocho, na forma de ração total.
Assim, tudo o que elas necessitam para sua mantença e produção (volumoso -
alimentos com mais de 18% de fibra bruta na matéria seca-, concentrado energético -
mais de 60% de nutrientes digestivos totais na matéria seca, e vitaminas, p. ex.), é
administrado conjuntamente. Em geral, elas apenas ficam soltas por
aproximadamente uma hora, a cada ordenha, quando aproveitam para fazer um pouco
de exercício.
Normalmente são altíssimas produtoras de leite (acima de 25 kg/dia), pois,
como é um sistema que exige mão-de-obra mais especializada e com investimento
em infra-estrutura mais elevado, não se aplica a vacas de baixa lactação.

Tabela 2.3. Vantagens e desvantagens do sistema tie-stall

VANTAGENS DESVANTAGENS
Vacas limpas Dificuldades em prender e soltar os
animais
Possibilidade de maior atenção a todos os Reduz a oportunidade das vacas se
animais exercitarem
Fácil mecanização Muito trabalho se não for manejo
mecanizado
Situação de trabalho do funcionário Alto custo de construção das instalações
confortável
Prático manejo, principalmente para Poucas possibilidades de separação de
rebanhos menores. vacas por lotes, maior possibilidade de
stress.
16

2.3.2. Free-stall
Surgiu nos Estados Unidos, na década de 50, e tornou-se muito popular no
país rapidamente. Isso se deu pela sua superioridade, em termos de economia de
cama e menos injúria em cascos e tetos das vacas, em relação ao sistema
preponderante na época: “louse housing”, ou seja, confinamento em estábulos com
área de repouso coletivo. A expressão free-stall, ou estabulação livre, deve-se ao fato
de as vacas ficarem soltas dentro de uma área cercada, sendo parte dela livre para
alimentação e exercícios e a outra parte, dividida em baias individual e forrada com
cama, é destinada ao descanso dos animais.
Tornou-se popular no Brasil a partir dos anos 80, quando alguns criadores
particulares implantaram esse sistema com sucesso, e a Embrapa de Brasília
construiu um confinamento tipo free-stall para mostrar a sua viabilidade aos
produtores de leite (CAMARGO, 1991).
A alimentação das vacas é fornecida 100% no cocho, que pode ou não ser
coberto, geralmente na forma de ração total, embora muitos criadores forneçam
alguns itens da alimentação de forma separada.
É um sistema utilizado para vacas de médio a alto índice (20-25 kg/dia) de
produção individual (CAMARGO, 1991 e MATTOS, 1988). Como o custo de
produção é alto, esse sistema não compensa para vacas com produção de leite abaixo
de 20 kg/dia.

Tabela 2.4 Vantagens e desvantagens do Sistema free-stall

VANTAGENS DESVANTAGENS
Custo operacional econômico Custo de construção alto
Fácil mecanização Menor atenção individual
Animais se exercitam regularmente Maior competição
Alta flexibilidade para organizar diferentes Vacas mais sujas por falha no manejo de
manejos de alimentação, grupos etc. limpeza
17

2.3.3. Pastejo Contínuo


Sistema tradicional em que as vacas são criadas o ano todo no pasto, indo ao
curral apenas para ordenha, recebimento de alimentação concentrada e
complementação da parte volumosa (geralmente capim picado, silagem de capim ou
milho ou cana) no cocho. Os animais são mantidos geralmente em pastos nativos,
com baixa produtividade e manejo precário, embora também existam propriedades
com pastagens cultivadas.
Entre os inconvenientes para esse sistema, existe o fato de que, se o número
de animais é pequeno, há sobra de forragem e formação de macega (capim seco e
crescido dos pastos, que dificulta o trânsito) nas águas, quando a produção do pasto é
boa, em razão da maior quantidade de chuvas, calor mais intenso e dias mais longos e
claros nos trópicos Em contrapartida, na seca, o crescimento do capim é pequeno e o
gado não recebe alimentação adequada para as suas necessidades fisiológicas de
mantença e produção, devendo ser suplementado no cocho com alimentos mais
nutritivos.
A alimentação é complementada no cocho com volumoso (alimentos com
mais de 18% de fibra bruta na matéria seca) e concentrado (mais de 60% de
nutrientes digestivos totais na matéria seca), este último geralmente dividido em duas
partes (manhã e tarde) e oferecido durante a ordenha, no curral de espera ou na
própria sala de ordenha.

Tabela 2.5 Vantagens e desvantagens do sistema de pastejo contínuo

VANTAGENS DESVANTAGENS
Custo Operacional mais baixo Maior necessidade de área disponível
Pouca necessidade de mecanização Menor atenção individual
Animais se exercitam regularmente Maior competição entre os animais
Alguma flexibilidade em organizar os Muitas vezes os lotes não são
animais em lotes homogêneos, por falta de espaço
18

2.4 Análise Econômica da Atividade

A pecuária leiteira do Brasil é responsável por uma das maiores produções em


volume de leite do mundo (sexto lugar, com vinte bilhões de litros de leite em 2000),
apesar do baixo índice de 1343 litros/vaca/ano, segundo projeção do United States
Department of Agriculture (USDA), citado pela Revista Balde Branco (1999a). Além
disso, é um dos setores que mais precisou de profissionalização recentemente, pois,
apesar do aumento do custo de mão-de-obra, insumos e equipamentos, o preço
recebido pelo produtor sofreu considerável redução (NICOLAU, 1998, JANK, 1999)
(Figura 2.3).

120 120

110 110

100 100

90 90
Índice

80 80

70 70

60 60

50 50

40 40
4

8
4

7
5

8
95

96

97

98
l/9

l/9

l/9

l/9

l/9
t/9

t/9

t/9

t/9
/9

/9

/9

/9
n/

n/

n/

n/
br

br

br

br
Ju

Ju

Ju

Ju

Ju
Ou

Ou

Ou

Ou
Ja

Ja

Ja

Ja
A

Goiás S. J. Campos S. J. Rio Preto Sul de Minas

Fonte: JANK et al. (1999)


Figura 2.3. Evolução do Índice de Preços ao Produtor (IPP-FGV) (Base 100 =
Jul/94).

A redução de preço foi parcialmente interrompida em 2000, na época da


entressafra, mas não por conquista direta dos produtores, e sim por pressão das
19

indústrias processadoras de leite longa vida. Na ocasião, essas indústrias queriam


conseguir uma correção do preço do leite junto aos supermercados, o que, em
contrapartida, acarretou melhora no preço pago ao produtor. Conseguiu-se assim
recuperação passageira do preço do leite, mas ainda sem alcançar o preço vigente em
1994. Tal correção foi passageira, pois a indústria abaixou, em seguida, o preço pago,
estimulado pelo início das chuvas e excesso de leite no mercado, o que provocou
nova queda de preço ao produtor.
Essa redução também se confirma pela análise dos preços em dólares norte-
americanos. Na Tabela 2.3, observa-se que o preço pago ao produtor brasileiro é um
dos menores do mundo. Isso tudo sem levarmos em conta os subsídios que os
governos dos Estados Unidos e da União Européia dão a seus países. Os valores
desses subsídios, apenas nos últimos 11 anos, aumentaram 400% nos EUA, passando
de US$ 6,5 bilhões em 1990, para US$ 32,3 bilhões em 2000. No início de maio de
2001 o Congresso dos Estados Unidos aprovou uma ajuda adicional à agricultura no
valor de US$ 79 bilhões, para os próximos 11 anos. Já na Europa, os subsídios
custam US$ 82,6 bilhões anuais, sendo que, em 1998 este subsídio equivalia a 37%
do valor bruto de produção (ROMERO, 2001).
Como conseqüência parcial disso, ocorreu diminuição considerável do
número de produtores de leite nos últimos anos (GOMES, 1998).
20

Tabela 2.6. Preço do leite no mundo.


PREÇO PAÍSES
(US$/KG)

0.61 – 0.70 Japão


0.51 – 0.60 Suíça
0.46 – 0.50 El Salvador
0.41 – 0.45 Jordânia, Noruega.
0.36 – 0.40 Guatemala, Paquistão, Sudão.
0.31 – 0.35 Alemanha, Áustria, Canadá, Colômbia, França, Grã-Bretanha,
Holanda, Irlanda, Israel, Panamá, Portugal, Venezuela.
0.26 – 0.30 Bangladesh, Bósnia, COSTA Rica, Croácia, Estados Unidos,
Etiópia, Hungria, México, Nepal, Tanzânia, República Checa,
República Dominicana, Vietnã.
0.21 – 0.25 Botswana, Bulgária, China, Índia, Nigéria, Paraguai, Peru.
0.16 – 0.20 África do Sul, Chile, Estônia, Latávia, Moldova, Polônia, Romênia,
Rússia, Uganda, Zimbabwe.
0.10 – 0.15 Argentina, Austrália, Brasil, Lituânia, Nova Zelândia, Uruguai.

Fonte: Dairy Outlook Network, FAO adaptado da Revista Balde Branco (1999b).

Atualmente, com a melhora de preço ao produtor, a situação melhorou um


pouco, embora ainda esteja longe do ideal. Se, no período de julho a setembro de
2000, o preço do leite Tipo "B" pago ao produtor no estado em São Paulo, chegou
perto de US$ 0.20 em média, atualmente (maio de 2001), já está em US$ 0.17 em
média (base US$ 1.00 comercial = R$ 2,22, para o dia 03/05/01), mas com
perspectiva de em julho-setembro de 2001, chegar a R$ 0,52 (cinqüenta e dois
centavos de real), o que dará algo semelhante à US$ 0.23, demonstrando que o valor
recebido pelo produtor é cíclico, sendo portanto, impossível de se fazer qualquer
comparação em períodos isolados, além de mostrar que mesmo com alguma melhora
de preço sazonal para o produtor, o leite produzido no Brasil, continua sendo
remunerado pelo mercado, a valores dentre os mais baixos de nosso planeta.
21

Devido a estas dificuldades, muito auxilia o produtor, conhecer o seu custo de


produção que, do ponto de vista econômico, é a compensação que os produtores dos
fatores de produção, utilizados por uma empresa para produzir determinado bem,
necessitam receber para poderem continuar a fornecer esses fatores (HOFFMAN et
al. 1981).Em outras palavras, o custo de produção, constitui o valor mínimo que o
produtor precisa receber, para poder sobreviver na atividade produtiva desenvolvida.
É necessário então o planejamento da atividade leiteira, para que o produtor
saiba quanto de leite ele tem que produzir e em quais situações, para que possa
esperar o retorno econômico que possibilite sua sobrevivência.
Tal planejamento deve levar em conta todos os fatores que irão ou poderão
influenciar, direta ou indiretamente, a atividade. Entre todos estes fatores, destacam-
se: terreno (topografia, tipo de solo e recursos hídricos), clima (temperatura, umidade
e precipitação pluviométrica), recursos necessários (custo de financiamento, fontes
disponíveis e prazo de retorno do investimento global) e etapas de implantação
(NORONHA, 1988).
No planejamento, é necessário o conhecimento, pelo administrador, dos
fatores que afetam os resultados econômicos, que são de natureza interna e externa
(NGUYEN, 1990).
Fatores Externos. O administrador não tem controle sobre os fatores externos,
mas tem que conhecê-los, para tomar as decisões que lhe permitam ajustar-se a eles.
Assim, pode-se aproveitar ao máximo as condições favoráveis: preços dos produtos
(histórico e tendência), clima (histórico e tendência), existência de mercado para os
produtos, política de crédito e financiamento, transporte e disponibilidade de mão-de-
obra na região.
Fatores Internos. O administrador tem controle direto e, portanto, é necessário
conhecê-los para poder tirar o maior proveito. São eles: tamanho da empresa
agropecuária, rendimento dos cultivos e criações, seleção e combinação de atividades
produtivas, eficiência da mão-de-obra, eficiência dos equipamentos e condições
pessoais do administrador.
22

Na produção de leite, mais do que nunca, o produtor é dependente dos fatores


externos, principalmente no tocante a preço do produto, pois não tem nenhuma
influência sobre ele, e pode apenas atuar no custo de produção.
Em se tratando de sistema de produção de leite, seu desempenho deve ser
quantificado por meio do registro de índices físicos, econômicos e zootécnicos, para
se determinarem os custos e receitas, o que possibilita o melhor planejamento da
atividade (GOMES et al. 1985).
É necessária também a análise financeira da atividade, para se observar a
lucratividade, a liquidez e o retorno sobre o capital. Muitas vezes, o custo de
produção pode ser baixo, mas dar muito pouco retorno sobre o capital investido na
atividade, ou vice-versa (JANK, 1997; JANK, 1998; MATTOS, 1997 e GITMAN,
1997).
Após análise da atividade que pretende iniciar e/ou continuar, o proprietário
pode então definir qual o sistema de produção que adotará na propriedade, qual o
retorno esperado, bem como sua adequação à mão-de-obra local, às condições
meteorológicas da região e às condições geográficas.
23

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Local do experimento

Este trabalho foi realizado na cidade de São José dos Campos, estado de São
Paulo, localizado a 22° 49' de Latitude Sul e 45° 54' de Longitude Oeste, a uma altura
média de 660 m do nível do mar e na cidade de Caçapava (localizada a uma altura
média de 560 m acima do nível do mar), que é vizinha a São José dos Campos. O
clima das duas cidades é do tipo CWA segundo a classificação de Köppen, tropical,
sazonal, com duas estações bem definidas, verão chuvoso (outubro a março) e
inverno seco (abril a setembro). O período de realização foi de 17 de janeiro a 31 de
março de 2000.
Três instalações foram utilizadas, como objeto deste estudo de caso, com o
intuito de se fazer uma análise comparativa entre elas, para avaliação do conforto
térmico e de sua compatibilidade com o potencial genético dos animais, em termos
de produção leiteira.
As três instalações foram escolhidas o mais próximo possível umas das
outras, e que tivessem ambientes semelhantes em termos de clima e topografia para
que o resultado não sofresse distorções pelo ambiente em que elas estavam
localizadas.
Isso se conseguiu ao escolher duas das instalações (tie-stall e free-stall),
localizadas na mesma propriedade (em São José dos Campos, SP) em construções
contíguos uma à outra; a terceira delas estava localizada em uma propriedade distante
apenas aproximadamente 6km das demais (na cidade de Caçapava, SP), mas em
condições geográficas bem semelhantes.
24

3.2. Tratamento

Em cada uma das construções foram instalados os instrumentos para obtenção


dos dados climáticos (temperatura do ar, umidade relativa do ar, temperatura de
globo negro e velocidade do ar) que serviriam de base para a análise subseqüente.
Em todas as instalações monitoradas, e para o ambiente externo também,
calculou-se, por meio de um programa computacional "psicart", desenvolvido por
BIAGI & SILVA em 1990, a entalpia do ambiente. Quanto maior o valor da entalpia,
maior o calor existente no ambiente e mais desconfortante para o animal.
O conforto térmico para as vacas holandesas pode ser avaliado por meio de
um valor limite da entalpia. Esse valor foi determinado como sendo o índice de
78,276 kJ/kg de ar, calculado pelo aplicativo descrito acima, a partir da temperatura
de 24oC e da umidade relativa do ar de 76% Esses limites foram indicados por
JOHNSON & VANJONACK (1976), citados por BACCARI 1998b, como os valores
em que começa a se acentuar o estresse para as vacas holandesas.

3.3. Sistemas de Produção Animal

3.3.1. Tie-stall
Foi utilizada uma propriedade com 36 vacas em lactação e média de leite de
28 kg/dia. As vacas eram todas da raça Holandesa, variedade Preta e Branca, Pura de
Origem, de primeira a terceira cria em sua maioria. Elas receberam ração total, no
cocho, constituída de silagem de milho, feno de alfafa e concentrado, sempre à
disposição dos animais e repostas quatro vezes ao dia. As vacas ficam
permanentemente confinadas, com bebedouro para duas vacas, saindo três vezes ao
dia para serem ordenhadas através de ordenhadeira mecânica, em sistema espinha de
peixe.

3.3.2. Free-stall
A fazenda analisada tem um free-stall dividido em quatro partes (por um
corredor central no sentido longitudinal para alimentação e um outro no sentido
25

perpendicular para trânsito dos animais para a sala de ordenha) cada uma delas com
20 baias individuais, com cama de areia.
As vacas em lactação ficam constantemente confinadas, saindo apenas no
horário das ordenhas, realizadas através de ordenhadeira mecânica, duas vezes ao dia.
A alimentação é fornecida no corredor central, sempre à disposição dos animais,
constituída de ração total, formada de silagem de sorgo e/ou milho, feno de capim
coast-cross e ração balanceada, reposta três vezes ao dia.
As vacas são todas da raça Holandesa, variedade Preta e Branca, Puras de
Origem, entre a primeira e a terceira lactação em sua maioria. Dos quatro boxes que
constituem o free-stall, apenas três são usados atualmente, totalizando em média 80
vacas em lactação; as vacas são selecionadas para um ou outro boxe de acordo com a
sua média de produção diária, fazendo com que cada lote seja o mais homogêneo
possível em termos de produção. A média de produção de leite de todo o rebanho é
por volta de 22 kg/dia.

3.3.3. Pastejo Contínuo


Lote constituído de aproximadamente 66 vacas da raça Holandesa variedade
Preta e Branca, entre a primeira e a sexta lactação, com média de produção de leite de
18 a 22 l/vaca/dia. Os animais são, em sua maioria, Puros de Origem, mas existem
aproximadamente 10% que são Puros por Cruzamento.
As vacas submetidas a este manejo ficam constantemente soltas em
pastos com inclinação entre 7 e 10%, formados de capim elefante ou braquiária, dia e
noite, sendo presas apenas duas horas antes de cada uma das duas ordenhas diárias,
realizadas no próprio curral de alimentação através de ordenhadeira mecânica, pelo
sistema de balde ao pé, onde recebem suplementação alimentar de silagem de milho
ou sorgo à vontade, conforme disponibilidade, e concentrado protéico, conforme
produção de leite da vaca, sendo geralmente 1 kg de ração para cada 3 l de leite
produzido. A trocas dos piquetes é efetuada de forma empírica, conforme o capim
começa a ficar mais baixo.
As ordenhas são realizadas às 5 h e às 15 h e as vacas são presas, no curral,
com aproximadamente duas horas de antecedência, ficando mais uma hora depois de
26

ordenhadas, amarradas também. No intervalo entre as ordenhas, os cochos são


preparados com o volumoso, de tal maneira que, ao chegarem ao local, os animais já
encontram o alimento disponível para consumo, que consomem em sua totalidade no
período que ficam amarradas, havendo uma sobra apenas de 5% todo total disponível
no cocho (excedente este monitorado evitando que aja maior desperdício, ou falta do
volumoso suplementado no cocho).
Os pastos têm água por meio de tanques naturais, que represam a água da
chuva. As vacas fazem um revezamento conforme o pasto vai ficando mais baixo,
sem existir um número de dias predeterminado. Quanto ao sombreamento, ele é
constituído de árvores nativas, sem uma preocupação determinada de aliviar a
insolação solar sobre as vacas. A área dos pastos sombreada é de aproximadamente
3% e composta de árvores nativas, quando o recomendável é por volta de 10% e
constituído de árvores específicas para este fim.

3.4. Descrição das Instalações

As Figuras 3.1 a 3.6 mostram as instalações das propriedades analisadas,


sendo as Figuras 3.1 e 3.2 do tie-stall, as Figuras 3.3 e 3.4 do free-stall, e as Figuras
3.5 e 3.6, do regime de pastejo contínuo.

FIGURA 3.1 - Vista frontal da instalação tie-stall


27

FIGURA 3.2 - Vista de perto mostrando detalhes do tie-stall.

FIGURA 3.3 - Vista mostrando instalação de free-stall e corredor de alimentação


28

FIGURA 3.4 - Vista do free-stall, mostrando detalhes das baias individuais.

FIGURA 3.5 - Vista em perspectiva mostrando o estábulo de alimentação para as


vacas manejadas sob pastejo contínuo.
29

FIGURA 3.6 - Vista do interior do estábulo de alimentação.

A primeira fazenda, denominada de Fazenda Santa Terezinha (onde


estão localizados os sistemas Free-stall e Tie-stall , está localizada no município de
São José dos Campos, SP, mais especificamente no distrito de Eugênio de Melo, e a
outra, denominada de Fazenda Santa Cruz, no município de Caçapava, SP, onde está
localizado o sistema de pastejo contínuo.

3.4.1. Tie-stall
A instalação do tie-stall, como dito anteriormente, é contígua à do free-stall,
ambas interligadas por um corredor coberto.
O tie-stall tem 30,0 m de comprimento e 14,0 m de largura, com pé-direito de
3,9 m. As telhas onduladas, são de cimento amianto. O telhado conta com lanternim
na parte central do galpão, e beiral de 0,80 m. Existem 12 ventiladores de 0,80 m de
diâmetro, inclinação de aproximadamente 30o em relação à vertical, e com motor de
372 W (0,5 HP) de potência, gerando um fluxo de ar de 28 m3 por minuto cada um.
30

Na direção da largura do galpão, estão instalados seis linhas de nebulizadores, com


10 bicos em cada linha, funcionando por 2 minutos com 15 minutos de intervalo
entre os funcionamentos. (Figuras 3.1 e 3.2)
O tie-stall está dividido em 18 baias de cada lado, forradas com cama de areia
coberta com cavaco de madeira, onde as vacas permanecem constantemente presas
pelo pescoço por uma corrente, só saindo para a ordenha, ou alguma outra
necessidade esporádica. As baias têm dimensão de 1,45 m por 2,10 m, separadas por
um corredor central de 2,0 m, onde é servida a alimentação (Figura 3.1 e 3.7).
O piso do tie-stall é de cimento, com superfície áspera para que as vacas não
escorreguem enquanto estiverem transitando da ordenha para as baias e vice-versa.

FIGURA 3.7– Esquema do tie-stall, com disposição das baias. Sem escala, medida
em m.
31

Figura 3.8 - Detalhe mostrando a inclinação do ventilador.

3.4.2. Free-stall
O free-stall tem 40,2 m de comprimento por 26,9 m de largura. Na sua
direção transversal, existe um corredor central de 3,0 m, que divide o galpão em duas
metades e por onde passam as vacas para serem ordenhadas. Na direção longitudinal,
também há um corredor central de 4,9 m, que é chamado corredor de alimentação;
nele é fornecida a alimentação para as vacas, sobre o piso, a qual fica constantemente
à disposição delas. Esses corredores fazem com que o galpão de free-stall seja
subdividido em quatro partes iguais de 18,6 m por 11,0 m (Figura 3.8). O pé-direito
do galpão também é de 3,9 m, sendo que o beiral é de 0,80 m. A cobertura do galpão
é de telha ondulada de cimento amianto e seu piso é de concreto áspero, com
inclinação na área de trânsito dos animais de 2%.
32

FIGURA 3.8a – Esquema do free-stall e com disposição das baias. Sem escala,
medida em m.

Cada uma dessas partes do galpão conta com um ventilador de 0,80 m de


diâmetro, inclinação de aproximadamente 30o em relação à vertical, e com motor de
372 W (0,5 HP) de potência gerando um fluxo de ar de 28 m3 por minuto, com a
finalidade de ventilar as vacas no corredor de alimentação, conforme Figura 3.9 Cada
uma dessas quatro partes também é servida por três linhas de nebulizadores, com seis
bicos em cada uma das linhas, os nebulizadores são programados para funcionarem
por 2 min a intervalos de 15 minutos entre eles.
33

FIGURA 3.9 - Foto demonstrando detalhes de ventilador e nebulizador.

Cada quarto do galpão tem 20 baias individuais, sendo 10 frente a frente com
as outras 10. Cada baia é forrada com cama de areia.
As vacas ficam constantemente presas neste curral, só saindo para a sala de
ordenha junto ao galpão.

3.4.3. Pastejo Contínuo


O galpão de alimentação mede 44,60 m por 9,44 m de largura, onde as vacas
ficam alojadas, em número de 33 animais de cada lado, frente a frente e com um
estreito corredor central de 0,90 m para alimentação (Figura 3.10). O pé-direito é de
2,90 m, com beiral de 0,60 cm e a cobertura do estábulo é de telha de barro (francesa)
(Figuras 3.5 e 3.6). Neste sistema não está instalado nenhum sistema de climatização,
visando diminuir as condições atmosféricas desfavoráveis aos animais no interior do
galpão.
34

Quatro faces do estábulo

FIGURA 3.10 – Esquema do estábulo para alimentação das vacas e com disposição
do cocho. Sem escala, medida em m.

3.5. Monitoramento das Instalações

Dados coletados no interior das instalações: velocidade do ar, temperatura de


bulbo seco (máxima/mínima do ambiente), temperatura de globo negro e umidade
relativa, na altura média de 2 m do solo, o mais perto possível do centro geométrico
dos galpões, sem atrapalhar a livre circulação dos animais e tratadores, e também
longe do alcance das vacas aos instrumentos de medição.
As Figuras 3.11, 3.12 e 3.13 ilustram o posicionamento dos instrumentos de
medida no interior dos galpões, respectivamente do tie-stall, do free-stall e do curral
de alimentação, para as vacas submetidas a manejo de pastejo contínuo. A
instrumentação foi distribuída ao longo das áreas cobertas de permanência de
animais, com quatro coletas diárias de dados, (às 7, 11, 13 e 17 h) para as instalações
de free-stall e tie-stall, e três coletas diárias (às 7, 13 e 17 h) para a instalação da
propriedade com manejo de pastejo contínuo, sendo que, a não coleta de dados às 11
horas deveu-se à indisponibilidade de mão-de-obra para se fazer estas coletas,
durante o período de 15 de janeiro a 30 de março de 2000.
35

Foram ainda instalados externamente nas propriedades das instalações de Tie-


stall e Free-stall, um pluviômetro, termômetro de máxima/mínima, termômetro de
globo negro, higrômetro e anemômetro, para medidas ambientais comparativas
(Figuras 3.14 e 3.15) Segue a identificação das medições e dos instrumentos
empregados:
Para a coleta de temperaturas máxima e mínima foi usado termômetro de bulbo
seco de máxima/mínima marca Incoterm, com coluna de mercúrio, escala entre –
38,0oC e + 50,0oC e com menor divisão igual a 1,0oC.
• A temperatura de globo negro foi medida com termômetro de globo, formado
pela associação de um termômetro de coluna de mercúrio, da marca Arbacom,
escala de – 10,0oC e + 150,0oC, e menor divisão de 0,1oC, com sua base inserida
no centro geométrico de uma esfera plástica pintada com tinta da cor preta fosca.
Houve vedação completa do orifício produzido para inserção do termômetro no
globo, conforme NÄÄS et al. (1993).
• A velocidade do vento foi medida, no exterior dos galpões, por um anemômetro
mecânico de conchas da marca Hidrologia, com medidor analógico e precisão de
0,1 km/h. A velocidade no interior dos galpões foi medida com um anemômetro
digital da marca Iope, com escala de 0,0 a 35,0 m/s e precisão de 0,1 m/s.
• A precipitação pluviométrica foi medida com o auxílio de pluviômetro de aço
inoxidável marca Apager (pluviômetro tipo H.H. em aço inox, com 300 cm2 de
área de captação, cintas de fixação e proveta graduada até 35mm), que
armazenava a chuva que caia e era feita a medida de precipitação diária em mm,
por meio de uma proveta graduada.

Todos os dados ambientais, coletados para o experimento, estão demonstrados no


Anexo I.
36

FIGURA 3.11 - Foto com detalhes dos instrumentos de monitoramento térmico no tie
-stall.

FIGURA 3.12 - Foto com detalhes dos instrumentos de monitoramento térmico no


free-stall
37

FIGURA 3.13 - Foto com detalhes dos instrumentos de monitoramento térmico no


estábulo de alimentação para as vacas submetidas a pastejo contínuo.

FIGURA 3.14 - Vista do abrigo meteorológico, do pluviômetro, do anemômetro e.


do termômetro de Globo Negro.
38

FIGURA 3.15 - Interior do abrigo meteorológico, mostrando termômetro de máx. e


mín. e higrômetro.

3.6. Índices de Conforto Térmico

Para o presente trabalho, os índices selecionados para análise de conforto


térmico, foram os seguintes: THI, ITGU e BGHI, já detalhados nos itens 2.2.1, 2.2.2
e 2.2.4, e nas fórmulas de n0 2.1, 2.3 e 2.6, respectivamente. Os índices foram
calculados com base em trabalho similar realizado por SAVASTANO JR. et al.
(1997) e conforme definições feitas no item 2.2.
Dentre os vários índices disponíveis para se avaliar o conforto térmico dentro
das instalações analisadas, escolhemos aqueles descritos anteriormente pelos
seguintes motivos: o índice THI, também chamado por alguns autores de ITU, é um
39

dos mais utilizados e relaciona-se a temperatura e a umidade relativa do ar; o ITGU


considera, em sua formulação, a radiação solar, que é uma das mais importantes
causas do estresse térmico para o homem e o animal e o BGHI que é indicativo de
conforto térmico para vacas leiteiras expostas a ambientes de radiação solar direta e
indireta.
O uso da entalpia, para seleção de períodos críticos, permitiu a identificação
de situações adversas à zona de termoneutralidade (NÄÄS et al., 1995).

3.7. Caracterização Econômica

Paralelamente à análise de ambiência, foi feita a caracterização econômica de


cada propriedade analisada, para se observar a influência das instalações e dos
sistemas produtivos, na rentabilidade e sobrevivência das empresas.
As propriedades escolhidas para cada sistema produtivo em análise,
apresentaram homogeneidade considerada aceitável, com relação aos seguintes
parâmetros: produção média do rebanho, condições de relevo e altitude, padrão
genético dos animais, conduta de nutrição e manejo, fácil acesso a registros técnicos
e contábeis, interesse do proprietário e estabilidade do negócio. Os parâmetros
listados acima foram analisados a partir das peculiaridades de cada sistema, a saber:
estabulação total (tie-stall), estabulação livre (free-stall) e criação a pasto. As
propriedades eram ainda representativas de um número significativo de empresas na
região.
A coleta de dados de campo para avaliação econômica, teve início em maio
de 1999, com término em abril de 2000, nas duas fazendas, para processamento das
planilhas de custo da produção de leite. Tais planilhas foram elaboradas com base no
aplicativo de informática de controle de custos para a pecuária leiteira, o Custo Leite,
da empresa Soluções Informatizadas para Negócios (SIN), em parceria com o Prof.
Marcos Aurélio Lopes (LOPES, 2000), da Universidade Federal de Lavras, MG.
Estudos publicados por GOMES (1997), RIBEIRO & SAVASTANO JR. (1997) e
SAVASTANO JR. et al. (1995), bem como os anais do Seminário sobre
Metodologias de Cálculo do Custo de Produção de Leite (1999), também serviram de
40

referência. A metodologia utilizada foi a de custos operacionais, sugerida por


MATSUNAGA et al. (1976).
Para os cálculos da depreciação foi utilizado o método linear conforme
explicação de HOFFMANN et al. (1981). Para os cálculos de margem bruta
(diferença entre o valor da produção comercializada e os custos variáveis para
produzi-la), margem líquida (diferença entre o valor da produção comercializada e os
custos totais para produzi-la) e ponto de equilíbrio (produção de leite mínima
necessária para que seus custos empatem com a receita), o software utiliza a
metodologia adotada por REIS (1986).
A fim de se calcular o custo operacional efetivo (COE) o programa Custo
Leite, dividiu os desembolsos em dinheiro efetuados para o desenvolvimento da
atividade em mão-de-obra, alimentação, sanidade, reprodução, ordenha, impostos e
despesas diversas (LOPES e LOPES, 1999).
Os modelos das planilhas de campo seguem no Anexo II, para uso do
programa Custo Leite.
Os índices econômicos calculados foram rentabilidade (preço vs custo) do
leite e da atividade leiteira, onde se apresentam os seguintes resultados: total das
receitas, custo operacional total, custo operacional efetivo, custo com depreciação,
custo total, custos fixos, remuneração da terra, remuneração do capital investido e
remuneração do empresário. Estabeleceu-se também o preço mínimo do leite,
necessário à sobrevivência de cada criador (ALVES, 1999).
A análise do custo de produção de leite usou a metodologia desenvolvida pelo
Instituto de Economia Agrícola (IEA), em 1976, tendo como base o custo
operacional efetivo, custo operacional total e custo total, em detrimento do sistema
tradicional de custo fixo, custo variável e custo total, por se considerar aqui o
primeiro método como de fácil entendimento pelo produtor. Seguem as definições
para alguns dos conceitos empregados:
• Custo operacional efetivo (COE). São todos os desembolsos em dinheiro
realizados na condução da atividade, isto é, todos os custos-caixa durante o ano.
É o caso de alimentação (registro quantitativo diário de concentrados, forragens
verdes, feno, silagem de milho e sorgo), mão-de-obra contratada, serviços e
41

produtos veterinários, inseminação artificial e transferência de embriões,


sementes, adubos, fertilizantes, combustível, lubrificantes, energia elétrica,
reparos de benfeitorias, reparos de máquinas e equipamentos, transporte do leite,
registro genealógico, aluguel e despesas gerais.
• Custo operacional total (COT). São todos os custos listados como COE acrescido
dos custos correspondentes à mão-de-obra familiar (que, mesmo não recebendo
salário, tem um custo), depreciação de benfeitorias, máquinas, animais adultos,
pastagens e culturas perenes, que sofrem desgaste contínuo.
• Custo total (CT). É o COT acrescido da remuneração do capital investido em
benfeitorias, máquinas, animais, terra e capital de giro. Foi arbitrado o valor de
aluguel (custo de oportunidade) da terra diretamente utilizada pela atividade
leiteira, em cada sistema produtivo, como o equivalente a um litro de leite tipo
"C" por dia e por hectare, que é a média cobrada na região do experimento.
• Receita. Leite, animais, esterco e outros produtos diretos da exploração leiteira.

3.8. Análise estatística

Foi realizado um delineamento inteiramente casualizado, com quatro


tratamentos (tie-stall, free-stall, campo e estábulo para alimentação) e 16 repetições,
considerando-se cada dia analisado às 13 h como uma repetição. Como determinante
de quais dias seriam analisados, foram considerados todos aqueles em que a entalpia
era maior do que a apurada à temperatura de 24oC e a 76 % de umidade relativa do ar
(78,276 kJ/kg de ar seco).
Foram testados ainda os resultados de entalpia dos demais horários de coleta
de campo (8, 11 e 17 h), na busca de diferença significativa entre eles. Quanto aos
demais horários (8 e 17 h), as informações climáticas também não foram utilizadas
para análise de conforto térmico, pois as médias da entalpia nesses horários foram
significativamente inferiores àquelas dos horários de pico de calor.
Os dados ambientais foram submetidos à análise de variância utilizando-se o
programa Statistica for Windows, v.5.1. H, 1997, e as médias dos tratamentos
comparadas por intermédio do teste do Tukey (honest significant difference-HSD) a
42

5%, conforme trabalho de SAVASTANO JR. et al. (1997). Foram ainda verificadas
as pressuposições de aplicação da técnica de análise de variância, isto é, se os valores
obtidos eram ou não homogêneos.
43

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com base no agrupamento e compatibilização dos dados de campo


(monitorização das instalações de produção), o desempenho da atividade foi
analisado estatisticamente para cada propriedade e sistema produtivo.
Como exposto no item 3.6., foram considerados críticos todos os dias em que,
às 13 h, a entalpia foi superior a 78,276 kJ/kg de ar seco, nas medidas feitas a campo,
conforme demonstrado na Tabela 4.1.
Entende-se por dia crítico aquele em que a entalpia (grandeza que envolve
temperatura ambiente e umidade relativa do ar, ou em outras palavras, quantidade de
calor existente no ar) excede o limite de tolerância ao calor pelo animal homeotermo,
que passa a sentir desconforto e, conseqüentemente, reduz sua capacidade produtiva.
Para o horário das 13 h, os dias selecionados para estudo foram em número de
16 e estão considerados na Tabela 4.1, com base nos resultados de entalpia obtidos
na área externa às instalações (campo).
Para as 11 h, apesar de terem sido identificados 17 dias críticos (Tabela 4.2),
a média das entalpias foi ligeiramente inferior à das 13 h, entretanto, sem diferença
estatística significativa (Tabela 4.3), daí a opção de cálculo dos índices de conforto
apenas para as 13 h (itens 4.1 a 4.5).
Ocorreram diferenças significativas (p > 0,05) entre as médias das 11 e das 13
h em relação às médias das 8 e das 17 h, sendo que não ocorreram diferenças
significativas (p > 0,05) entre as médias das 11 e das 13 h. As entalpias obtidas às 13
h foram ligeiramente superiores às das 11 h, sendo essa uma das razões para escolha
dos dados das 13 h para análise. Quanto aos demais horários (8 e 17 h), as
informações climáticas também não foram utilizadas para análise de conforto
térmico, pois as médias da entalpia foram significativamente inferiores àquelas dos
horários de pico de calor (Tabela 4.3).
44

Tabela 4.1. Dias críticos em termos de entalpia (kJ/kg de ar seco), às 13 h, na área


externa aos sistemas produtivos (campo). Em itálico e negrito estão assinalados os
maiores valores para o dia.

DIAS TIE-STALL FREE- ESTÁBULO CAMPO


STALL
24/fev/00 84,19 63,05 83,68 84,16
25/fev/00 78,49 80,63 86,13 85,66
26/fev/00 76,91 64,69 85,87 81,17
28/fev/00 79,11 66,88 82,77 93,30
01/mar/00 66,64 73,30 79,76 84,53
03/mar/00 67,80 63,94 79,28 79,27
05/mar/00 67,19 60,94 86,67 88,92
06/mar/00 79,25 73,26 85,99 83,67
13/mar/00 68,25 69,05 73,90 99,29
14/mar/00 65,18 53,91 78,09 80,42
15/mar/00 72,87 79,21 78,09 82,63
17/mar/00 82,89 75,29 83,65 97,86
18/mar/00 78,03 78,76 81,17 102,88
20/mar/00 73,48 81,50 79,33 79,76
21/mar/00 73,77 69,83 73,01 79,33
29/mar/00 67,34 67,34 73,89 81,05
Média 73,84a 70,10a 80,70b 86,49b
Desvio 6,20 7,87 4,56 7,70
padrão
a b
, = letras diferentes, na mesma linha (média), ressaltam diferenças estatísticas para p < 0,05.
45

Tabela 4.2. Dias críticos em termos de entalpia (kJ/kg de ar seco), às 11 h, nas áreas
externas aos sistemas produtivos (campo) em comparação com o interior das
instalações. Em itálico e negrito estão assinalados os maiores valores para o dia.

DIAS TIE-STALL FREE-STALL CAMPO


21/02/00 64,31 70,66 80,63
24/02/00 83,65 69,85 83,65
25/02/00 72,87 78,35 81,59
26/02/00 76,91 69,05 82,77
27/02/00 71,43 71,49 80,09
29/02/00 74,63 78,76 86,98
03/03/00 70,26 66,95 92,17
05/03/00 75,46 62,06 100,82
06/03/00 76,31 84,19 81,20
07/03/00 75,29 82,37 83,35
11/03/00 78,03 73,37 80,20
17/03/00 77,54 77,13 80,63
18/03/00 74,17 81,06 93,38
21/03/00 69,47 73,48 81,05
22/03/00 77,13 70,54 84,74
24/03/00 72,86 71,58 82,77
29/03/00 77,53 73,37 78,47
Média 73,78a 74,58a 84,38b
Desvio 4,29 5,83 5,88
padrão
a b
, = letras diferentes, na mesma linha (média), ressaltam diferenças estatísticas para p < 0,05.

Tabela 4.3. Valores médios de entalpia (kJ/kg de ar seco) a campo as 11 e 13 h, nos


dias críticos.

TIPO DE COBERTURA ENTALPIA

11 h 84,38a

13 h 86,49a
a b
, = letras diferentes, na mesma coluna, ressaltam diferenças estatísticas para p < 0,05.
46

Seguem os estudos comparativos de cada índice de conforto térmico


analisado, entre as diversas instalações, para as 13 h.

4.1 Entalpia

A Figura 4.1 indica que, com exceção de seis dias (24, 25 e 26 de fevereiro e
3, 6 e 20 de março), os índices de entalpia do campo foram maiores do que nas
instalações. Em quatro destes seis dias (25 e 26 de fevereiro e 3 e 6 de março), o
estábulo apresentou valores de entalpia superiores aos do campo. No dia 24 de
fevereiro (apenas um dia), o índice de entalpia do tie-stall foi superior ao do campo,
o mesmo acontecendo no dia 20 de março com o free-stall em relação ao campo. Isso
demonstra a capacidade dessas instalações funcionarem como proteção contra a
radiação solar na Região de São José dos Campos, SP. Na Figura 4.1, também está
representada a entalpia que serviu de base para determinarmos os dias críticos
(78,276 kJ/kg/ar seco), que foi denominada de entalpia limite.

110,000

100,000

90,000
kJ/kg ar seco

80,000

70,000

60,000

50,000
24.fev 25.fev 26.fev 28.fev 1.mar 3.mar 5.mar 6.mar 13.mar 14.mar 15.mar 17.mar 18.mar 20.mar 21.mar 29.mar
Dias

Entalpia Campo Entalpia Tie-stall Entalpia Free-stall Entalpia Estábulo Entalpia Limite

Figura 4.1. Variação da entalpia às 13 h nos diversos tipos de instalação nos


dias críticos.
47

Provavelmente, o fato de, no dia 24 de fevereiro e no dia 20 de março,


ocorrerem valores desconfortantes para os animais no tie-stall e no free-stall
respectivamente, deve-se ao manejo incorreto dos instrumentos de apoio como
ventilador e nebulizador, pois não existia um controle preciso da temperatura e
umidade ambiente para serem ligados ou desligados. Como explicado anteriormente
no item 2.3 (ARCARO JÚNIOR, 2000), o uso inadequado de ventilador e
nebulizador, podem acarretar aumento do desconforto térmico para os animais ali
alojados, em razão da elevação da umidade relativa do ar.

4.2. Índice de Temperatura de Globo e Umidade (ITGU)

A Figura 4.2 mostra que, com exceção de quatro dias (26 de fevereiro e 3, 6 e
20 de março), os índices de temperatura de globo e umidade (ITGU) observados no
campo foram superiores aos demais (Tabela 4.4). Em três desses quatro dias (26 de
fevereiro e 3 e 6 de março), o estábulo apresentou ITGU superior ao campo. Apenas
em um dia (20 de março), o ITGU obtido no free-stall foi superior ao obtido no
campo.
Tais dados confirmam a eficiência do tie-stall e free-stall em relação ao
estábulo, no sentido de proporcionarem, aos animais ali abrigados, maior conforto
térmico na Região de São José dos Campos, SP. Esse fato foi confirmado com a
análise estatística efetuada, que indica haver diferenças significativas (p < 0,05) entre
as médias de ITGU obtidas no estábulo e no campo, em relação àquelas obtidas no
tie-stall e no free-stall, comprovando a eficiência de se controlar o meio ambiente
das vacas através de auxílios (ventiladores e nebulizadores) que diminuem a
temperatura e a umidade ambiente.
48

30,00

28,00

26,00

24,00
ITGU

22,00

20,00

18,00

16,00

14,00
24.fev 25.fev 26.fev 28.fev 1.mar 3.mar 5.mar 6.mar 13.mar 14.mar 15.mar 17.mar 18.mar 20.mar 21.mar 29.mar
Dias

ITGU Campo ITGU Tie-stall ITGU Free-stall ITGU Estábulo

Figura 4.2 Comparação dos valores de ITGU para os diversos tipos de instalação nos
dias críticos.

A Figura 4.2 também ilustra todos os valores de ITGU para as instalações


estudadas nos 16 dias críticos.
Os valores de ITGU foram os que mais acompanharam as tendências da
entalpia, no que se refere aos picos nas instalações relativas aos dias críticos. Isto é,
os dias que tiveram o ITGU maior no campo (ou nas instalações), foram semelhantes
aos da entalpia, com exceção dos dias 24 e 25 de fevereiro, conforme demonstrado
nas Tabelas de no 4.1 e 4.4.
49

Tabela 4.4. Valores de ITGU para os dias críticos nas diferentes instalações e a
campo às 13 h. Em itálico e negrito estão assinalados os maiores valores para o dia.

DIAS TIE-STALL FREE- ESTÁBULO CAMPO


STALL
24/Fev 23,46 18,82 25,23 25,61
25/Fev 22,58 22,46 24,74 25,57
26/Fev 21,45 18,28 25,64 25,03
28/Fev 24,14 19,21 24,75 27,54
01/Mar 18,65 20,40 24,07 25,94
03/Mar 19,93 18,31 24,40 23,95
05/Mar 20,21 17,41 26,40 27,70
06/Mar 22,22 20,50 25,96 24,17
13/Mar 19,00 18,98 21,35 26,75
14/Mar 19,22 15,05 23,23 24,79
15/Mar 20,51 21,50 22,83 23,57
17/Mar 22,60 21,50 24,29 26,50
18/Mar 21,76 21,59 23,83 27,79
20/Mar 20,33 22,03 21,81 21,90
21/Mar 19,89 18,74 19,72 21,61
29/Mar 17,99 18,19 20,41 22,46
Média 20,87a 19,56a 23,67b 25,05b
Desvio 1,80 1,99 1,97 2,00
padrão
a b
, = letras diferentes, na mesma linha (média), ressaltam diferenças estatísticas para p < 0,05.

4.3. Índice de Globo Negro e Umidade (BGHI)

Os valores de BGHI para os dias críticos seguem ilustrados na Figura 4.3.


Com exceção de um dia (6 de março), em que o índice verificado no estábulo foi
superior ao do campo, em todos os outros dias, os valores de BGHI a campo foram
sempre maiores que nas instalações (Tabela 4.5).
50

Pela análise dos valores de BGHI obtidos, confirmam-se as indicações


anteriores de que as instalações de tie-stall e free-stall, são mais adequadas em
termos de proporcionar conforto térmico, para as vacas em lactação da raça
Holandesa, variedade Preta e Branca, do que se estivessem a campo ou em estábulo
convencional, na região de São José dos Campos, SP.

9 0 .0 0

8 5 .0 0

8 0 .0 0
BGHI

7 5 .0 0

7 0 .0 0

6 5 .0 0

6 0 .0 0
24-Feb 25-Feb 26-Feb 28-Feb 01-M ar 03-M ar 05-M ar 06-M ar 13-M ar 14-M ar 15-M ar 17-M ar 18-M ar 20-M ar 21-M ar 29-M ar
D ia s

BG H I C am po B G H I T ie -s ta ll B G H I F re e -s ta ll B G H I E s tá b u lo

Figura 4.3. Comparação dos valores de BGHI para os diversos tipos de instalação nos
dias críticos.

O BGHI foi o índice que melhor conseguiu diferenciar as instalações em


relação ao campo, pois os valores obtidos a campo foram superiores aos das
instalações, provavelmente devido ao fato de levar em conta a irradiação solar, por
meio da temperatura de globo negro (tg), como exposto na equação 2.6 do item 2.2.4.
51

Tabela 4.5. Valores de BGHI nos dias críticos nas diferentes instalações e a campo às
13 h. Em itálico e negrito estão assinalados os maiores valores para o dia.

DIAS TIE-STALL FREE- ESTÁBULO CAMPO


STALL
24/Fev 75,24 71,31 80,23 82,47
25/Fev 75,39 75,18 78,07 81,85
26/Fev 72,47 69,83 80,58 83,32
28/Fev 79,80 70,85 79,25 83,35
01/Mar 69,02 71,04 78,92 85,99
03/Mar 72,83 70,67 79,47 80,18
05/Mar 73,26 67,50 82,38 86,57
06/Mar 73,67 70,86 81,43 79,16
13/Mar 69,32 68,48 73,80 78,72
14/Mar 72,50 66,98 76,81 82,03
15/Mar 71,97 70,82 74,81 77,02
17/Mar 73,34 70,82 77,71 79,79
18/Mar 73,80 73,06 77,32 82,21
20/Mar 71,25 72,30 72,99 73,05
21/Mar 69,46 67,98 69,34 71,99
29/Mar 66,54 67,54 71,31 74,09
Média 72,49a 70,33a 77,15b 80,11b
Desvio 3,08 2,22 3,74 4,31
padrão
a b
, = letras diferentes, na mesma linha (média), ressaltam diferenças estatísticas para p < 0,05.

4.4. Índice de Temperatura Ambiente e Umidade (THI)

Relativamente ao THI, observa-se (Figura 4.4) que, com exceção de sete dias
(24 e 26 de fevereiro e 1o, 3, 6, 15 e 20 de março), em que os índices verificados nas
diferentes instalações foram superiores ao campo, em todos os outros dias os valores
de THI a campo foram maiores que nas instalações. Com relação ao estábulo, em seis
dias, dentre os setes acima identificados, o THI foi superior ao do campo (24 e 26 de
fevereiro e 1o, 3, 6 e 15 de março).
As instalações do tie-stall e free-stall apresentaram um índice
significativamente (p < 0,05) inferior ao do campo e do estábulo (Tabela 4.6). Entre
52

esses dois últimos, porém, não se observou diferença significativa (p < 0,05), embora
o valor da média para o campo tenha sido pouco maior que o do estábulo (76,36 e
76,03 respectivamente). Isso reforça a indicação de que o estábulo não é uma
alternativa viável para promover o conforto térmico dos animais, mesmo
considerando-se a permanência do gado por poucas horas em seu interior.

8 5 .0 0

8 0 .0 0

7 5 .0 0
THI

7 0 .0 0

6 5 .0 0

6 0 .0 0
2 4 -F e b 2 5 -F e b 2 6 -F e b 2 8 -F e b 0 1 -M a r 0 3 -M a r 0 5 -M a r 0 6 -M a r 1 3 -M a r 1 4 -M a r 1 5 -M a r 1 7 -M a r 1 8 -M a r 2 0 -M a r 2 1 -M a r 2 9 -M a r
D ia s

T H I C a m p o T H I T ie - s t a ll T H I F r e e - s t a ll T H I E s t á b u lo

Figura 4.4. Comparação dos valores de THI para os diversos tipos de instalação nos
dias críticos.

Em apenas um dia (20 de março), dentre os 16 analisados, verificou-se um


THI superior no free-stall comparado com o campo (71,30 e 71,05 respectivamente).
Pode-se observar que, usando como base a Tabela 2.1 do item 2.2.1, o tie-
stall teve, dentre os 16 dias críticos, apenas cinco dias de estresse ameno para os
animais alojados, sendo os outros 11 dias sem estresse.
O free-stall, não teve nenhum dia sob estresse para os animais, apesar de, no

dia 20 de março, ter alcançado o maior valor de THI entre as diversas instalações

analisadas.
53

O estábulo teve dez dias de estresse ameno e três dias de estresse moderado,

além de ter alcançado o maior valor de THI em cinco dias.

Desconfortáveis mesmo, foram as condições a campo, que teve 14 dos 16


dias sob estresse para os animais, sendo destes, 12 dias de estresse ameno e dois de
estresse moderado.
Do ponto de vista do THI, tanto o tie-stall como o free-stall, funcionam como
proteção para a radiação solar. O free-stall se mostrou mais efetivo sob esse aspecto,
apesar de não diferir estatisticamente do tie-stall.

Tabela 4.6. Valores de THI nos dias críticos nas diferentes instalações e a campo às
13 h. Em itálico e negrito estão assinalados os maiores valores para o dia.

DIAS TIE-STALL FREE- ESTÁBULO CAMPO


STALL
24/Fev 74,24 68,31 79,23 78,47
25/Fev 73,39 71,18 77,07 77,85
26/Fev 71,47 66,83 79,58 76,32
28/Fev 76,80 68,85 78,25 82,35
01/Mar 68,02 70,04 76,92 75,99
03/Mar 69,83 66,67 78,47 75,18
05/Mar 71,26 67,50 81,38 82,57
06/Mar 72,67 70,86 80,43 74,16
13/Mar 68,32 68,48 71,80 78,72
14/Mar 68,50 61,98 75,81 77,03
15/Mar 69,97 71,82 75,81 74,02
17/Mar 72,34 71,82 76,71 76,79
18/Mar 70,80 70,06 76,32 78,21
20/Mar 69,25 71,30 70,99 71,05
21/Mar 68,46 66,98 68,34 70,99
29/Mar 66,54 66,54 69,31 72,09
Média 70,74a 68,70a 76,03b 76,36b
Desvio 2,68 2,62 3,93 3,44
padrão
a b
, = letras diferentes, na mesma linha (média), ressaltam diferenças estatísticas para p < 0,05.
54

4.5 Comentários Adicionais

Conforme explicação feita na introdução do item 4, a escolha do horário das


13 h deveu-se às suas médias de entalpia ligeiramente superiores às médias das 11 h.
Outro fator de fundamental importância foi o fato de, às 11 h, os animais não estarem
alojados no estábulo para alimentação e sim soltos no pasto. Portanto, não teria
sentido fazer a análise, sob o ponto de vista de conforto térmico, num horário em que
a instalação não é utilizada. Talvez um próximo trabalho possa ser realizado às 15 h,
na tentativa de se analisar a ocorrência de maior acúmulo de radiação solar em tal
horário.
Pela análise da Tabela 4.7, observa-se que, para todos os índices de conforto
térmico analisados (entalpia, ITGU, BGHI, e THI), as médias obtidas a campo, às 13
h nos 16 dias críticos, são sempre superiores às médias dos índices no estábulo,
embora não exista diferença significativa entre elas (p < 0,05).
Um dos fatores que pode estar diferenciando o desempenho das instalações é
a altura do pé-direito. Enquanto nas instalações de tie-stall e free-stall a altura do pé-
direito é de 3,90 m, no estábulo ela é de 2,90 m, causando assim uma maior
dificuldade para a dissipação do calor no interior deste último. Isto ajuda a explicar
os piores valores atingidos pelos índices de conforto térmico no estábulo
comparativamente com as demais instalações.
Outro fator, que com certeza determina a superioridade do tie-stall e free-stall
em temor de proporcionar maior conforto térmico aos animais ali alojados, é
justamente o uso de ventiladores e nebulizadores, pois ambos têm a função de
reduzirem a temperatura ambiente, sem causar uma elevação da umidade relativa do
ar.
Entre as instalações de tie-stall e free-stall, também não existem diferenças
significativas (p < 0,05) entre todos os índices de conforto térmico analisados
(entalpia ITGU, BGHI e THI), apesar das médias calculadas para o free-stall serem
menores do que as calculadas para o tie-stall (Tabela 4.7).
55

Tabela 4.7. Valores médios, para cada tipo de instalação, às 13 h, dos índices de
conforto analisados.
TIPO DE COBERTURA ENTALPIA ITGU BGHI THI

(kJ/kg de ar
seco)

Tie-stall 73,88a 20,87a 72,49a 70,74a

Free-stall 70,10a 19,56a 70,33a 68,70a

Campo 86,49b 25,05b 80,11b 76,36b

Estábulo 80,70b 23,67b 77,15b 76,03b


a b
, = letras diferentes, na mesma coluna, ressaltam diferenças estatísticas para p < 0,05.

Entretanto, as médias de campo e de estábulo diferem significativamente (p <


0,05) das médias obtidas do tie-stall e do free-stall, para todos os 16 dias críticos
analisados, no horário das 13 h. O mesmo ocorre para tie-stall e free-stall em relação
ao campo, para o horário das 11 h nos 17 dias críticos correspondentes, conforme
ilustrado na Tabela 4.8.

Tabela 4.8. Valores médios, para cada tipo de instalação, às 11 h, dos índices de
conforto analisados.
TIPO DE COBERTURA ENTALPIA ITGU BGHI THI

(kJ/kg de ar
seco)

Tie-stall 74,58a 20,71a 71,15a 70,09a

Free-stall 73,78a 20,42a 70,78a 69,25a

Campo 84,38b 24,25b 77,50b 74,44b


a b
, = letras diferentes, na mesma coluna, ressaltam diferenças estatísticas para p<0,05.

Para todos os índices analisados, as instalações de tie-stall e free-stall se


mostraram superiores ao estábulo e campo, relativamente a proporcionar aos animais
ali alojados um maior conforto térmico em relação ao ambiente externo. Sendo que o
free-stall teve sempre índices ligeiramente inferiores aos obtidos no tie-stall.
56

4.6 Resultados Econômicos

Para caracterização de cada propriedade a respeito dos seus custos de produção


de leite, seguem, na Tabela 4.9, os custos acompanhados no período de um ano.
Os três sistemas de produção de leite têm seus custos superiores aos valores
recebidos da cooperativa de laticínios, de modo que a situação de todos os sistemas
acompanhados neste estudo de caso, não é confortável em termos de perpetuação na
atividade.

Tabela 4.9 Custos de produção de leite tipo "B", em cada sistema de produção
comparados com o valor pago pela cooperativa local. Valores em reais (R$).

MÊS PREÇO DO CUSTO DO CUSTO DO CUSTO DO


LEITE TIPO “B” LEITE TIE- LEITE FREE- LEITE PASTEJO
STALL STALL CONTÍNUO

Mai/99 0,35 0,81 0,55 0,40

Jun/99 0,36 0,82 0,55 0,43

Jul/99 0,36 0,82 0,56 0,43

Ago/99 0,37 0,83 0,56 0,42

Set/99 0,37 0,83 0,56 0,42

Out/99 0,38 0,83 0,55 0,44

Nov/99 0,38 0,84 0,55 0,44

Dez/99 0,39 0,85 0,56 0,47

Jan/00 0,38 0,84 0,56 0,46

Fev/00 0,39 0,85 0,57 0,46

Mar/00 0,39 0,85 0,57 0,47

Abr/00 0,39 0,85 0,57 0,47

Os subitens 4.6.1 a 4.6.3 trazem uma análise mais detalhada de cada sistema
de produção, no que diz respeito a seus custos de produção.
57

4.6.1 Caracterização econômica do tie-stall


Os custos de produção estão muito acima do valor recebido com a venda do
leite produzido. Algumas considerações são necessárias.
O objetivo do proprietário não era produzir leite e vendê-lo. O leite era
considerado um subproduto da atividade principal, que no caso era produzir uma
linhagem genética de altíssimo padrão. Foi empregada inseminação artificial com
touros de reconhecido potencial de transmissão genética, para melhora da produção
de leite e de tipo (conformação corporal). Realizou-se também produção de embriões
com vacas de excelentes linhagens (produção de leite maior que 11 mil litros de leite
em 305 dias).
Tais interesses tiveram como conseqüência um alto gasto, no que diz respeito
à compra de sêmen caro e alimentação de alto padrão às vacas, constituída de feno de
alfafa, silagem de milho e ração com alta energia. Além disso, incluem-se os altos
custos envolvidos com a transferência de embriões.
A Tabela 4.10 ilustra o detalhamento dos custos de produção de leite. Os
elevados custos operacionais efetivos demonstram inviabilidade produtiva no curto
prazo.
58

Tabela 4.10 Custos detalhados de produção de leite tipo "B", no sistema tie-stall, em
relação ao valor pago pela cooperativa local. Valores em reais (R$).

MÊS PREÇO DO CUSTO CUSTO CUSTO


LEITE TIPO “B” OPERACIONAL OPERACIONAL TOTAL
EFETIVO TOTAL

Mai/99 0,35 0,81 0,88 0,98

Jun/99 0,36 0,82 0,88 0,98

Jul/99 0,36 0,82 0,89 0,99

Ago/99 0,37 0,83 0,89 0,99

Set/99 0,37 0,83 0,89 0,99

Out/99 0,38 0,83 0,90 1,00

Nov/99 0,38 0,84 0,90 1,00

Dez/99 0,39 0,85 0,90 1,00

Jan/00 0,38 0,84 0,89 0,99

Fev/00 0,39 0,85 0,89 0,99

Mar/00 0,39 0,85 0,91 1,01

Abr/00 0,39 0,85 0,91 1,01

4.6.2 Caracterização econômica do free-stall


Novamente neste sistema de produção de leite analisado no presente estudo
de caso, os custos de produção de leite estão superiores aos valores recebidos na
venda (Tabela 4.11).
As explicações descritas no item 4.6.1 são também, em parte, responsáveis
por essa ocorrência. Além disso, as vacas do tie-stall em estágio de lactação mais
avançado, conforme surge necessidade de espaço, passam para o free-stall até
secarem, o que acarreta um aumento do custo de produção deste último.
Ocorre, também, a incapacidade de sobrevivência, quanto à viabilidade
econômica da atividade leiteira, mantidas as condições atuais de custos produtivos,
especialmente no médio e longo prazo.
59

Tabela 4.11. Custos detalhados de produção de leite tipo "B", no sistema free-stall,
em relação ao valor pago pela cooperativa local. Valores em reais (R$).

MÊS PREÇO DO CUSTO CUSTO CUSTO TOTAL


LEITE TIPO OPERACIONAL OPERACIONAL

“B” EFETIVO TOTAL

Mai/99 0,35 0,41 0,48 0,55

Jun/99 0,36 0,42 0,49 0,56

Jul/99 0,36 0,42 0,49 0,56

Ago/99 0,37 0,42 0,49 0,56

Set/99 0,37 0,43 0,50 0,57

Out/99 0,38 0,44 0,51 0,58

Nov/99 0,38 0,44 0,51 0,58

Dez/99 0,39 0,45 0,52 0,59

Jan/00 0,38 0,44 0,51 0,58

Fev/00 0,39 0,44 0,52 0,59

Mar/00 0,39 0,45 0,52 0,59

Abr/00 0,39 0,45 0,52 0,59

4.6.3 Caracterização econômica do pastejo contínuo


Neste sistema, o custo operacional efetivo é inferior ao valor recebido com a
venda do leite, o que faz com que, momentaneamente, haja condições do produtor
permanecer na atividade leiteira. A receita supera, mês a mês, o desembolso direto
efetuado com a atividade e conseqüentemente o produtor, no final do mês, não
necessita realizar desembolsos em dinheiro para manter a atividade (Tabela 4.12).
Com exceção de dois meses (junho e julho/99), em que o custo operacional
total é superior ao valor recebido pela venda de leite; e de um mês (maio/99), em que
o custo operacional total é inferior ao valor recebido com a venda de leite, em todos
os outros nove meses, este custo é igual ao valor recebido com a venda do leite.
60

Isto significa que o produtor tem receita superior ao desembolso para manter
a atividade ativa. Ele é remunerado pela sua atividade e ainda quanto aos custos
relativos à depreciação. Se o produtor não tem lucratividade com a atividade, pelo
menos não ocorre um prejuízo, e ele terá condições de repor benfeitorias, pastagens e
animais adultos, como explicado no item 4.6.1.
Como o custo total é sempre superior ao valor recebido, significa que o seu
capital não é remunerado pela atividade, além de não ter como remunerar a terra. No
médio e longo prazo, o produtor terá condição de continuar a atividade. Porém,
mantida a atual condição, não será possível obter retorno financeiro positivo.

Tabela 4.12 Custos detalhados de produção de leite tipo "B", no sistema de pastejo
contínuo, em relação ao valor pago pela cooperativa local. Valores em reais (R$).

MÊS PREÇO DO CUSTO CUSTO CUSTO


LEITE TIPO “B” OPERACIONAL OPERACIONAL TOTAL
EFETIVO TOTAL

Mai/99 0,35 0,32 0,34 0,40

Jun/99 0,36 0,35 0,37 0,43

Jul/99 0,36 0,38 0,40 0,46

Ago/99 0,37 0,35 0,37 0,43

Set/99 0,37 0,35 0,37 0,43

Out/99 0,38 0,36 0,38 0,44

Nov/99 0,38 0,36 0,38 0,44

Dez/99 0,39 0,37 0,39 0,47

Jan/00 0,38 0,36 0,38 0,44

Fev/00 0,39 0,37 0,39 0,47

Mar/00 0,39 0,37 0,39 0,47

Abr/00 0,39 0,37 0,39 0,47


61

5. CONCLUSÕES

Com base neste estudo de caso de três sistemas de produção de leite Tipo “B”
analisados, com vacas em lactação da raça Holandesa, variedade Preta e Branca, na
região de São José dos Campos, SP, pode-se concluir que:

• A instrumentação de monitoramento, os horários de coleta de registro das


variáveis climáticas, bem como a escolha dos dias críticos e dos índices de
conforto térmico, mostraram-se adequados para análise do conforto térmico nas
instalações da atividade leiteira em pauta.

• Os índices de conforto térmico escolhidos (entalpia, índice de temperatura de


globo e umidade – ITGU, índice de globo negro e umidade - BGHI, índice de
temperatura ambiente e umidade - THI), foram eficazes na diferenciação das
condições de conforto ambiental entre as instalações analisadas em relação às
condições exteriores.

• Os índices de conforto térmico (entalpia, ITGU, BGHI e THI) obtidos


demonstram que as instalações de free-stall e tie-stall são superiores, em termos
de proporcionarem conforto térmico aos animais alojados, em relação ao estábulo
convencional ou se estivessem a campo.

• Apesar dos índices de conforto térmico obtidos no estábulo terem sido menores
do que os obtidos a campo, não se observou diferença significativa entre ambos.
62

• Neste presente estudo de caso, verificou-se que, no momento do experimento, o


Custo Total do leite tipo B, em cada um dos sistemas de produção de leite
analisados, foi sempre superior ao preço pago pela Cooperativa Total.
63

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXO I
Dados ambientais: coletas diárias
Fazenda Santa Terezinha Medidas de Temperatura e Umidade Relativa Campo

Temp. Temp. UR/Temp UR/Temp1 UR/Temp UR/Temp 17 TGN 7h TGN 11 h TGN 13 h TGN 17 h
o o o o o o o o o o
Dias máx ( C) Mín ( C) 7 h (%/ C) 1 h (%/ C) 13 h (%/ C) h (%/ C) ( C) ( C) ( C) ( C)
18/fev/00 27,00 22,00 100/17 67/23 73/22 71/20 18 34 28 24
20/fev/00 27,00 21,00 74/21 69/22 62/23 60/22 23 26 29 27
21/fev/00 29,00 22,00 99/19 96/22 64/23 46/27 20 24 26 31
22/fev/00 31,00 23,00 100/17 68/21 51/22 54/24 18 34 36 34
24/fev/00 32,00 23,00 100/20 62/28 53/30 100/20 20 29 34 21
25/fev/00 32,00 22,00 100/19 76/25 60/29 67/24 20 27 33 26
26/fev/00 32,00 21,00 95/21 66/27 58/28 60/26 23 36 35 33
27/fev/00 33,00 22,00 97/21 67/26 51/28 100/20 23 29 34 21
28/fev/00 33,00 22,00 100/20 66/25 52/33 72/22 29 26 34 24
29/fev/00 32,00 21,00 99/20 62/29 60/23 62/24 23 33 29 30
01/mar/00 32 21 96/19 60/24 69/27 62/26 19 31 37 29
03/mar/00 32 22 91/20 82/27 60/27 53/28 22 29 32 33
04/mar/00 33 23 99/20 58/22 58/27 55/29 19 29 32 33
05/mar/00 33 22 92/20 61/33 43/34 42/34 22 34 38 37
06/mar/00 33 22 95/21 82/24 80/25 62/27 22 28 30 34
07/mar/00 32 23 98/21 94/23 89/22 100/20 21 24 23 20
08/mar/00 30 21 96/19 90/20 80/22 79/20 20 22 23 22
09/mar/00 29 21 100/19 64/22 21 26
10/mar/00 29 20 76/19 70/22 62/25 76/23 22 4 33 29
11/mar/00 28 22 100/19 95/22 99/20 97/20 20 23 22 21
12/mar/00 29 20 92/19 78/21 71/24 69/22 21 23 26 24
13/mar/00 27 21 99/18 90/21 87/27 86/31 20 22 28 32
14/mar/00 28 22 97/18 64/24 52/29 62/24 19 32 34 28
15/mar/00 29 22 92/19 81/21 78/25 71/24 21 27 28 30
17/mar/00 29 19 100/20 96/22 99/26 80/23 22 24 29 28
18/mar/00 29 19 100/21 91/26 100/27 97/27 22 28 31 30
19/mar/00 29 22 96/20 97/20 100/20 96/20 22 23 21 21
20/mar/00 27 21 100/20 96/21 94/22 99/19 21 22 24 22
21/mar/00 27 19 100/19 89/23 93/22 100/20 18 25 23 22
22/mar/00 27 19 100/19 97/23 68/24 97/22 19 27 32 25
24/mar/00 29 20 93/22 66/27 61/25 60/22 24 30 27 24
29/mar/00 29 20 100/18 91/22 89/23 91/21 20 24 25 24
31/mar/00 29 20 100/18 87/21 85/22 81/22 19 22 24 25
Fazenda Santa Terezinha Medidas de Temperatura e Umidade Relativa Free-stall

Temp. Temp. UR/Temp 7 h UR/Temp11 h UR/Temp 13 h UR/Temp 17 h TGN 7h TGN 11 h TGN 13 h TGN 17 h
o o o o o o o o o o
Dias máx ( C) Mín ( C) (%/ C) (%/ C) (%/ C) (%/ C) ( C) ( C) ( C) ( C)
17/jan/00 41,0 24,0 83/28 53/31 64/27
18/jan/00 29,0 23,0 93/23 64/30 23,0 31,0
19/jan/00 29,0 23,0 97/23 94/24 87/25 95/23 22,4 24,2 24,3 23,0
21/jan/00 28,0 20,0 93/20 87/20 70/23 72/24 20,0 21,0 24,0 24,0
22/jan/00 32,0 19,0 98/20 60/20 58/31 54/30 21,0 22,0 31,0 30,0
23/jan/00 22,0 19,0 90/19 60/20 55/21 52/20 19,0 20,0 21,0 20,0
24/jan/00 31,0 21,0 97/20 73/23 67/27 71/25 20,0 23,0 27,0 26,0
26/jan/00 30,0 22,0 99/22 80/23 99/22 99/21 22,0 23,6 22,6 22,0
27/jan/00 33,0 21,0 99/22 90/23 98/22 99/21 22,0 23,0 22,0 21,0
28/jan/00 30,0 21,0 95/18 60/22 68/22 64/20 18,2 23,0 22,0 20,0
29/jan/00 29,0 20,0 99/19 74/22 61/25 73/23 19,2 22,8 26,0 24,0
30/jan/00 25,0 21,0 99/19 75/21 74/22 72/23 19,8 21,4 22,6 23,6
31/jan/00 32,0 20,0 97/21 79/22 80/23 99/20 21,0 22,0 23,6 24,2
01/fev/00 29,0 19,0 95/21 70/22 80/22 21,00 22,40 22,40 23,00
02/fev/00 29,0 18,0 99/21 76/25 64/26 74/23 21,00 26,00 27,00 23,00
03/fev/00 29,0 18,0 100/21 78/24 66/26 75/23 21,20 23,00 26,00 24,00
04/fev/00 31,0 19,0 100/20 100/23 58/26 54/27 29,00 30,00 31,00 30,00
05/fev/00 31,0 20,0 100/22 78/25 64/26 71/24 22,00 25,00 26,00 26,80
06/fev/00 31,0 21,0 100/20 99/21 94/24 83/23 29,00 31,00 29,00 28,00
07/fev/00 29,0 19,0 97/19 94/20 90/22 87/21 20,00 21,00 23,00 24,00
08/fev/00 26,0 21,0 97/20 96/21 90/20 87/21 21,00 21,00 20,20 20,00
09/fev/00 28,0 21,0 100/21 85/22 63/24 67/24 22,00 23,00 27,00 25,20
10/fev/00 27,0 20,0 100/21 86/21 81/23 90/21 22,00 23,00 24,00 22,00
11/fev/00 27,0 20,0 100/20 98/21 100/22 99/21 21,00 22,40 23,00 22,00
12/fev/00 26,0 21,0 98/21 94/20 88/21 85/20 21,00 22,00 23,00 22,00
13/fev/00 29,0 22,0 100/22 98/24 97/22 96/21 24,00 24,00 23,00 23,60
14/fev/00 26,0 20,0 100/21 99/21 94/22 60/21 22,00 23,00 23,00 24,60
15/fev/00 29,0 22,0 100/22 88/22 54/24 72/22 23,00 24,00 26,00 25,00
16/fev/00 28,0 20,0 100/20 100/21 71/24 74/21 21,00 23,00 26,00 24,00
18/fev/00 28 20 98/18 100/20 77/20 83/18 20,00 20,60 22,00 20,00
20/fev/00 28 21 100/19 97/20 86/20 80/21 20,00 23,00 23,00 22,00
21/fev/00 25 20 98/17 80/21 60/20 56/20 19,00 22,00 23,00 22,00
22/fev/00 30 22 100/20 68/20 64/21 62/20 22,00 21,00 22,00 26,00
24/fev/00 27 21 100/20 78/21 55/22 90/20 22,00 23,00 25,00 22,00
25/fev/00 26 19 100/20 78/21 55/22 90/20 21,00 23,00 26,00 24,00
26/fev/00 27 21 97/20 76/21 72/20 74/21 22,00 22,00 23,00 23,00
27/fev/00 29 19 98/20 90/20 85/21 100/19 22,00 24,00 25,00 20,00
28/fev/00 27 20 100/20 70/21 64/22 76/20 22,00 23,00 24,00 22,00
29/fev/00 29 20 98/20 100/21 70/20 70/21 22,00 22,00 22,00 21,00
01/mar/00 27 20 20/100 21/67 22/79 19/74 21 23 23 18
03/mar/00 29 21 18/100 20/78 20/70 21/62 20 22 24 23
04/mar/00 29 20 20/100 21/82 22/78 20/65 20 23 24 22
05/mar/00 30 21 19/96 20/65 22/50 23/49 21 22 25 25
06/mar/00 30 22 19/97 21/85 23/72 20/63 22 23 25 26
07/mar/00 29 20 19/97 22/100 22/98 21/100 22 22 21 20
08/mar/00 27 20 19/96 20/90 21/88 19/85 21 22 21 19
09/mar/00 28 22 18/97 20/62 20 23
10/mar/00 27 20 18/84 20/86 19/69 18/72 20 21 20 21
11/mar/00 28 20 19/100 21/96 20/100 19/100 21 23 21 20
12/mar/00 27 20 19/97 22/91 24/86 24/80 20 25 26 25
13/mar/00 27 21 17/98 20/80 21/76 20/74 19 21 21 20
14/mar/00 26 21 17/96 19/74 17/62 16/70 19 21 22 21
15/mar/00 27 21 19/99 20/96 23/85 21/79 20 22
17/mar/00 28 20 20/100 21/96 20/100 21/82 21 23 22 22
18/mar/00 28 21 20/98 22/97 21/100 20/90 21 24 23 21
19/mar/00 27 19 20/91 20/97 20/97 19/91 21 21 22 20
20/mar/00 26 20 21/100 21/97 22/98 20/100 21 23 23 20
21/mar/00 26 18 20/100 21/87 19/94 19/99 20 21 20 20
22/mar/00 26 19 20/100 19/96 18/76 19/100 20 20 20 19
24/mar/00 29 21 20/97 22/75 22/74 20/71 20 27 24 23
29/mar/00 27 19 20/100 20/96 19/87 20/90 21 20 20 20
31/mar/00 28 20 20/100 20/96 21/88 19/87 20 21 21 21
Fazenda Santa Terezinha Medidas de Temperatura e Umidade Relativa Tie-stall

Temp. Temp. UR/Temp 7 UR/Temp UR/Temp UR/Temp 17 TGN 7h TGN 11 h TGN 13 h TGN 17 h
o o o o o o o o o o
Dias máx ( C) Mín ( C) h (%/ C) 11 h (%/ C) 13 h (%/ C) h (%/ C) ( C) ( C) ( C) ( C)
17/jan/00 38,0 26,0 75/29 66/29 83/25 24,0 31,0
18/jan/00 30,0 22,0 66/22 60/29 24,0 30,0
19/jan/00 29,0 23,0 96/23 71/28 87/24 91/23,7 23,8 24,0 24,0 23,8
21/jan/00 29,0 20,0 90/21 86/23 65/24 65/24 21,0 20,0 21,0 23,0
22/jan/00 33,0 19,0 96/20 68/19 51/20 52/20 21,0 22,0 20,0 20,0
23/jan/00 32,0 19,0 90/19 58/19 51/20 50/20 20,0 19,0 20,0 21,0
24/jan/00 31,0 19,0 94/20 71/22 62/27 70/25 20,0 22,0 26,0 26,0
26/jan/00 30,0 21,0 99/21 78/23 95/22 93/21 21,4 24,0 23,0 23,2
27/jan/00 32,0 21,0 99/21 77/23 96/22 94/21 21,4 24,3 23,1 23,2
28/jan/00 32,0 19,0 91/19 58/22 64/22 60/22 19,0 22,4 22,0 22,4
29/jan/00 33,0 22,0 99/18 70/22 50/28 64/24 19,0 22,0 28,0 25,0
30/jan/00 24,0 19,0 98/19 68/22 69/23 70/23 19,0 22,8 22,8 22,6
31/jan/00 3,0 19,0 94/20 78/23 68/24 94/20 20,6 23,0 23,6 21,0
01/fev/00 30 18 80/20 71/21 76/18 21,0 22,0 23,0 21,0
02/fev/00 29 20 99/21 74/25 58/26 68/23 22,0 25,4 27,0 23,4
03/fev/00 29 20 100/21 74/25 58/26 68/23 22,0 25,2 27,2 22,3
04/fev/00 32 19 100/21 85/23 55/26 53/29 21,0 23,6 27,0 29,0
05/fev/00 33 21 100/21 72/24 60/23 68/26 22,0 25,6 25,0 24,0
06/fev/00 30 21 100/20 85/22 86/24 78/23 21,0 23,0 25,0 25,0
07/fev/00 29 20 98/20 96/21 92/22 89/22 21,0 22,0 23,0 25,0
08/fev/00 25 21 91/20 90/21 90/22 91/20 21,0 21,0 20,0 20,0
09/fev/00 29 21 100/20 80/21 60/26 68/24 21,0 22,0 27,2 26,0
10/fev/00 29 21 100/20 85/23 73/25 84/22 21,0 24,0 25,0 24,0
11/fev/00 29 20 100/20 99/21 100/22 98/20 22,0 23,0 24,0 23,0
12/fev/00 25 20 100/20 96/21 90/20 88/21 21,0 21,0 23,0 22,0
13/fev/00 29 21 100/20 98/21 90/20 89/20 22,0 21,0 22,0 22,0
14/fev/00 27 19 98/20 96/21 92/22 89/21 21,0 23,0 24,0 22,0
15/fev/00 30 22 89/21 80/22 52/25 76/21 23,0 23,0 27,0 22,0
16/fev/00 28 21 98/19 100/21 68/23 70/24 20,0 23,0 26,0 24,0
18/fev/00 27 20 100/20 79/20 74/20 72/20 21,0 21,0 21,0 20,0
20/fev/00 27 21 80/20 74/20 52/22 60/21 22,0 21,0 24,0 23,0
21/fev/00 30 22 100/18 71/20 54/21 50/22 20,0 22,0 23,0 25,0
22/fev/00 29 23 100/19 74/23 56/24 60/25 22,0 25,0 25,0 27,0
24/fev/00 30 22 98/21 87/24 81/25 86/20 22,0 25,0 26,0 21,0
25/fev/00 29 21 100/19 78/22 70/25 79/24 21,0 24,0 27,0 25,0
26/fev/00 29 21 96/20 80/23 80/23 79/22 22,0 25,0 24,0 24,0
27/fev/00 30 21 100/21 68/25 50/27 100/20 22,0 24,0 29,0 22,0
28/fev/00 29 20 99/20 68/27 50/29 82/20 21,0 29,0 32,0 23,0
29/fev/00 29 20 100/20 75/23 72/24 69/23 21,0 25,0 26,0 23,0
01/mar/00 30 22 19/90 23/65 21/70 20/67 21,0 23,0 22,0 22,0
03/mar/00 32 21 20/90 21/79 23/60 24/55 20,0 23,0 26,0 27,0
04/mar/00 30 21 20/97 22/78 24/72 22/60 21,0 23,0 24,0 25,0
05/mar/00 32 22 20/90 22/83 25/48 24/45 22,0 24,0 27,0 27,0
06/mar/00 31 23 20/90 22/86 24/78 26/70 22,0 23,0 25,0 27,0
07/mar/00 32 22 20/100 20/100 22/96 20/100 22,0 21,0 22,0 21,0
08/mar/00 29 20 20/89 21/92 20/87 19/79 20,0 22,0 21,0 20,0
09/mar/00 30 22 19/96 20/62 20,0 24,0
10/mar/00 29 21 19/78 20/75 21/64 19/75 21,0 20,0 23,0 20,0
11/mar/00 30 21 20/100 22/90 20/96 20/97 20,0 23,0 22,0 21,0
12/mar/00 29 21 21/91 23/86 25/80 25/79 22,0 24,0 27,0 26,0
13/mar/00 30 21 19/87 20/76 21/74 20/69 20,0 22,0 22,0 21,0
14/mar/00 27 20 17/93 20/72 22/60 21/64 20,0 23,0 26,0 24,0
15/mar/00 29 21 20/90 20/84 22/78 20/74 22,0 22,0 24,0 23,0
17/mar/00 29 21 19/100 21/97 23/93 20/95 21,0 23,0 24,0 21,0
18/mar/00 29 21 20/100 23/74 22/90 22/90 20,0 21,0 25,0 23,0
19/mar/00 29 20 19/92 20/98 20/96 19/90 21,0 20,0 21,0 21,0
20/mar/00 26 21 21/100 20/94 21/87 18/98 22,0 20,0 23,0 20,0
21/mar/00 27 20 19/100 20/86 20/96 20/100 20,0 21,0 21,0 20,0
22/mar/00 27 20 19/100 21/96 21/67 19/98 20,0 21,0 22,0 20,0
24/mar/00 29 20 20/100 22/78 20/71 20/68 21,0 24,0 23,0 22,0
29/mar/00 28 19 19/100 20/97 19/87 19/86 21,0 20,0 19,0 20,0
31/mar/00 28 19 19/100 21/97 20/84 20/76 20,0 20,0 21,0 20,0
Fazenda Santa Cruz Medidas de Temperatura e Umidade Relativa Estábulo

Temp. Temp. UR/Temp 7 UR/Temp UR/Temp 17 TGN 7h TGN 13 h TGN 17 h


o o o o o o o o
Dias máx ( C) Mín ( C) h (%/ C) 13 h (%/ C) h (%/ C) ( C) ( C) ( C)
20/fev/00 54/26 61/26 27 26
21/fev/00 28 18 100/20 50/29 44/30 20 31 31
22/fev/00 32 18 92/19 47/31 56/29 20 33 30
23/fev/00 33 22 95/20 46/32 58/27 21 32 28
24/fev/00 34 18 97/19 48/31 86/23 20 32 23
25/fev/00 34 19 100/19 66/28 66/27 20 29 28
26/fev/00 30 18 99/21 51/31 62/28 21 32 29
27/fev/00 32 18 93/22 45/34 89/21 22 34 22
28/fev/00 34 19 97/19 51/30 83/23 20 31 24
29/fev/00 23 19 96/21 50/32 86/23 20 33 24
01/mar/00 32 20 20/92 29/51 26/71 20 31 27
02/mar/00 32 18 21/92 30/43 25/68 21 32 27
03/mar/00 34 18 21/91 31/42 25/65 22 32 28
04/mar/00 33 18 21/89 31/48 26/69 22 33 27
05/mar/00 35 22 22/92 33/44 26/71 22 34 27
06/mar/00 35 22 20/100 32/47 30/58 21 33 29
07/mar/00 21/100 21/95 22 20
08/mar/00 34 21 20/97 22/68 19/78 20 23 19
09/mar/00 28 18 17/94 27/57 20/70 17 27 21
10/mar/00 28 18 18/90 27/58 22/68 18 29 22
11/mar/00 30 18 19/95 22/92 20/84 20 23 21
12/mar/00 26 20 19/96 23/66 21/73 19 25 20
13/mar/00 24 17 16/99 24/57 21/72 17 26 22
14/mar/00 28 19 18/94 28/53 19 29 23
15/mar/00 29 19 75/24 68/26 25 25
16/mar/00 28 21 92/21 62/29 81/24 22 30 25
17/mar/00 33 22 97/22 61/28 71/26 22 28 27
18/mar/00 31 21 93/22 80/26 79/25 23 26 25
19/mar/00 30 20 100/20 78/23 83/20 22 25 23
20/mar/00 24 19 94/19 90/22 97/21 20 23 22
21/mar/00 24 18 92/21 71/26 96/21 21 28 22
Anexo II
Modelos de planilhas de campo para uso
no programa Custo Leite
Ficha de Coleta de Dados Mensais

Nome da Empresa Rural: _____________________________________ Mês e Ano do


controle: ____/ ____

Despesas
1) Despesas com Mão-de-Obra (R$)

Mão-de-Obra Contratada Assistência Zootécnica


Encargos Sociais Consultorias Ocasionais
Assistência Agronômica Mão-de-Obra Eventual
Assistência Contábil Mão-de-Obra Familiar
Assistência Veterinária Outras

1.1) Discriminação da Mão-de-Obra (Quantidade)

Arraçoamento Secretaria
Encarregado Serviços Gerais
Limpeza Tratorista
Ordenhador Outros

2) Despesas com Alimentação (R$)

Aditivos Ração Comercial


Cana Sal Comum
Capineira Silagem
Farelo de Soja Suplemento Mineral
Feno Leite
Outros Grãos ou Farelos Milho
Pastagens Núcleo
Premix Outros

3) Despesas com Sanidade (R$)

Água Oxigenada Iodo


Agulhas Mata Bicheiras
Álcool Seringas
Anestésicos Sulfato de Cobre
Antibióticos Tintura de Iodo
Anti-inflamatórios Vacina Aftosa
Anti-mastísticos Vacina Brucelose
Anti-térmicos Vacina Carbúnculo
Complemento Vitamínico Vacina Diarréia Viral
Cálcio e Fósforo Vacina Leptospirose
Drench Vacina Paratifo
Exame Brucelose Vacina Raiva
Exame Tuberculose Vacina Rinotraqueíte Inf.
Formol Vermífugo
Hormônios Outros
4) Despesas com Reprodução (R$)
Aplicador
Bainha
Luvas
Nitrogênio
Pipeta
Sêmem
Outros

5) Despesas com Ordenha (R$)


Óleo p/ bomba de vácuo Camisa de Filtro
Papel Detergente Ácido
Peças para reposição Detergente Alcalino
Pós-dipping Escovas
Pré-dipping Hipoclorito
Reagente CMT Outros
Sabão em Pó

6) Despesas com Impostos (R$)


ITR
IPVA
Outros

7) Despesas Diversas (R$)


Brincos (p/identificação) Impostos (PIS, COFINS, ...)
Bancos p/ Free Stall Lubrificantes
Combustível Materiais para Limpeza
Contribuição Rural Materiais para Escritório
Disquetes Reparo de Benfeitorias
Encargos Financeiros (juros) Reparo de Equipamentos
Horas de Trator Reparo de Máquinas
Energia Rep. e Manut. de Veículos
Fita Taxas
Formulário Cartucho para Empressora
Frete Transporte de Leite
Produção

1) Quantidade Total de (em Kg)


Leite B vendido Leite consumido na sede
Leite C vendido Leite descartado
Leite Extra Cota vendido Número Total de Matrizes do
Rebanho
Leite Indústria vendido Número Médio de Matrizes em
Lactação
Leite destinado a bezerros Área do Sistema de Produção
(hectare)
Leite para funcionários

Receitas

1) Receitas (R$)
Venda de Gordura Venda de Matrizes
Venda de Bezerras Venda de Outros Animais
Venda de Novilhas Venda de Esterco
Venda de Garrotes Outras Receitas
Venda de Reprodutores

Cadastro de preços

1) Cadastro de Preços (R$ / Kg)


Preço do Leite B Preço do Leite Extra Cota
Preço do Leite C Preço do Leite Indústria

Remuneração

1) Remuneração (R$)
Empresário
Terra (valor mensal do hectare
arrendado)
Juros ao mês (%)
Ficha para Controle de Inventário de Patrimônio

Nome da Empresa Rural: _________________________________________

Descrição Qtde Data Valor Vida Útil Valor de


Unitário Sucata

Soluções para Agroinformática


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