Aula Regulação Hormonal

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Regulação Hormonal do

Desenvolvimento Vegetal

Lucimar B Motta
O que é um hormônio vegetal?

É um composto orgânico de ocorrência natural,


produzido na planta, o qual em baixa concentração
promove, inibe ou modifica processos morfológicos e
fisiológicos do vegetal.
Classes de Reguladores de Crescimento:
 Auxinas;
 Giberelinas;
 Citocininas;
 Etileno;
 Outros: Salicilatos, Brassinosteróides,
Äcido Jasmônico
AUXINAS

Histórico
• Darwin (1880): coleóptile de alpiste;
AUXINAS

“ Responsável pela Força do Movimento em


Plantas ”
• Paal (1919): “sinal de natureza química”;
• Went (1926):
- Isolamento auxina dos ápices de coleóptile de aveia.
AUXINAS

Locais de produção e ocorrência

regiões meristemáticas de caules


e raízes, flores, sementes, frutos,
folhas jovens;
AUXINAS

O transporte do AIA é polar, isto é,


ocorre apenas nos locais de produção para
os locais de ação: transporte basípeto –
do ápice para base, via floema
AUXINAS
Efeitos Fisiológicos
 Alongamento celular;

Mecanismo de ação no crescimento


• A auxina ativa bombas de prótons que acidificam a parede celular
• Em pH ácido, atuam enzimas que afrouxam as fibras da parede
celular
• A célula absorve água e se expande

Teoria do crescimento
ácido da parede
AUXINAS
Efeitos Fisiológicos
 Induz dominância apical;

Auxinas fabricadas pelo meristema apical do caule diminuem a atividade das gemas
axilares que ficam perto do ápice. Quando a gema apical é extraída da planta, ocorre
o surgimento de ramos, folhas e flores laterais.
AUXINAS

Efeitos Fisiológicos

 Formação raiz adventícia;


AUXINAS
Efeitos Fisiológicos
Baixos níveis:
 Partenocarpia (pimentão, pimenta, tomate);
Efeitos Fisiológicos AUXINAS

Baixos níveis:
 Induz produção de flores femininas no pepino);
Herbicida
Causa o crescimento desordenado do
Efeitos Fisiológicos tecido - anomalias alteram o ritmo
normal de crescimento da plântula,
Elevados níveis: provocando sua morte.
 Herbicidas

Sem Herbicidas com Herbicidas


Hormônio sintético: 2,4-D
 Herbicidas seletivo – (ativos nas eudicotiledôneas e soja
transgênica )
 Guerra do Vietnã -Agente Laranja (desfolhava florestas)
 Potencial cancerígeno,(assim como os glifosatos)

Agente Laranja
(desfolhava florestas
Semente
Tipos de Auxinas
 Naturais:
• AIA (ácido-indol-3-acético) - descoberta 1930.
• o ácido 4-cloroindolil-3-acético (4-cloroAIA),
• o ácido fenilacético,
• e o ácido indolil-3-butírico (AIB)

AIA (ácido-indol-3-acético)
Biossíntese:
CO2 + H2O

Fotossíntese
CICLO DE CALVIN
Frutose-6-fosfato SÍNTESE DE
MONOSSACARÍDEOS

GLUCOSE-6-
FOSFATO

glicólise
aminoácidos
açúcares
Os esqueletos
carbônicos dos
aminoácidos provêm
de açúcares.
piruvato
O nitrogênio provém
de nitrato, que é
ACETIL-CoA reduzido a amônia.

CICLO DE KREBS
COOH

NH2 TRIPTOFANO
partir de um N
H
aminoácido
transaminação
COOH

O
N ÁCIDO INDOLIL-
H PROPIÔNICO

descarboxilação

INDOLIL-ACETALDEÍDO
O
N
H

Biossíntese do ácido oxidação


indolil-acético
(AIA) COOH ÁCIDO INDOLIL-ACÉTICO

N (Auxinas indólicas)
H
Auxinas Sintéticas
• o ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D),
• o ácido 4-amino-3,5,5-tricloropicolínico (Picloram)
• o ácido 2-metóxi-3,6-diclorobenzóico (Dicamba)
• α-naftalenoacético (α-ANA),
• o ácido 2,4,5-triclorofenoxiacético (2,4,5-T)

• Vantagens:
• alta atividade fisiológica,
• mais estável,
• mais barato;
Regulador de crescimento

 Ác. naftaleno acético (ANA)


(não indólicas)

Herbicida

 Herbicida 2,4-D (cloradas);


CITOCININAS

GIBERELINAS (GAs)

ETILENO

ÁCIDO ABSCÍSICO

OUTROS REGULADORES
CITOCININAS
CITOCININAS
Histórico

 Miller et al. (1955): 1a citocinina (cinetina


estimulava divisão de células de tabaco)
CITOCININAS

Citocininas: ligadas diretamente a divisão celular;

 Naturais: zeatina
CITOCININAS

Ocorrência: regiões meristemáticas


CITOCININAS

Biossíntese

Efeitos Fisiológicos:
 Promove divisão celular:
- Ciclo celular apresenta 2 pontos de controle:
1. Iniciação da replicação do DNA (regulado
pela auxina);
2. Iniciação da mitose (regulado pela
citocinina);
CITOCININAS

Micropropagação:
Propagação vegetativa na cultura de espécies
de interesse.
GIBERELINAS (GAs)

ETILENO

ÁCIDO ABSCÍSICO

OUTROS REGULADORES
GIBERELINAS (GAs)
Introdução
 1926 a 1930: 1os estudos no Japão com plantas de arroz

Doença fúngica que causava o tombamento em arrozais


O fungo Gibberella fujikuroi produz grande quantidade
de gibelerlinas como metabólito secundário e causa o
alongamento excessivo das plantas de arroz.

Giberella funjikuroi
GIBERELINAS (GAs)
GA (Ácido Giberélico)
 1950: GA1, GA2, GA3 (americanos e ingleses);
 atualmente: + de 87 GAs;
GIBERELINAS

Caracterização Química
 compostos terpênicos (diterpenos cíclicos);

 substâncias com atividade giberélica:


esteviol, kaurenol, kaurenal;
GIBERELINAS

Efeitos fisiológicos:
 Germinação: estimula a produção de enzimas
hidrolíticas e induz quebra de dormência;
GIBERELINAS

Efeitos fisiológicos:

Produção de malte para cervejaria,


devido à indução da atividade de amilase

Malte é um produto que


resulta da germinação de
cereais
GIBERELINAS

Efeitos fisiológicos:
Regulam a transição da juvenilidade para a fase
adulta, induzem formação de flores (algumas
espécies);
GIBERELINAS
Efeitos fisiológicos:

Alongamento celular
Promovem o crescimento de frutos onde
as auxinas não tem efeito (maçã, uvas)
GIBERELINAS

Efeitos Fisiológicos

• Induz partenocarpia (uva)


GIBERELINAS

Ocorrência e produção
 em todas as regiões de crescimento ativo da
planta (caules e sementes em desenvolvimento).

Transporte
 Predominantemente via floema;
 Damasco, pêssego e maçã: via seiva xilemática
ETILENO

Histórico
 Séc. XIX (Alemanha): gás de carvão
vegetal -plantas próximas apresentavam
desfolhamento;
 América Central e Havaí: maturação
precoce dos frutos;
É um gás incolor
é um hidrocarboneto (alceno)

 Burg e Thimann (1959): o etileno foi


descoberto e reconhecido como
regulador de crescimento;
ETILENO

Efeitos Fisiológicos
 Liberado na maturação de frutos
climatéricos;
Frutas Climatéricas - são aquelas que apresentam um período em
que ocorre uma elevação na taxa respiratória, devido à produção de
etileno. Esta produção de etileno, juntamente com aumento na taxa
respiratória e com a decomposição de certas estruturas celulares,
marcam a transição entre a fase de maturação e senescência
Ex.
maçã, pêra, pêssego, ameixa, goiaba, figo, caqui, abacate, mamão,
manga, maracujá, banana, damasco, melão e tomate.
ETILENO
Efeitos Fisiológicos
 Indutor de amadurecimento,
senescência e abscisão (folhas e
flores);
ÁCIDO ABSCÍSICO

Histórico
 Bennet-Clark e Kefford et al. (1953):
frutos de algodão substâncias
inibitórias: abscisina I e abscisina II;
 Grupo inglês: plantas perenes
substância que promovia dormência de
gemas: dormina;
 Abscisina e dormina: ácidos abscísicos;
ÁCIDO ABSCÍSICO

Ocorrência
 Em toda planta (plantas superiores);

Transporte
 Floema (principalmente) e xilema;
ÁCIDO ABSCÍSICO

Efeitos Fisiológicos
Induz dormência em sementes e gemas
(inibe síntese de -amilase);

 Induz senescência e abscisão;


OUTROS REGULADORES

Brassinolídeos

- Efeitos no aumento da produção e vigor de


sementes

Brassica napus
Ácido Salicílico:
 folhas e órgãos reprodutivos (+ de 34
espécies);
 (Raskin, 1972) maior teor:
inflorescências de plantas termogênicas
(ligadas a polinização) e aumento de
resistência a doenças
Ácido Jasmônico:
Ampla distribuição

a) Induz: senescência, abscisão do pecíolo,


formação de raiz, enrolamento de
gavinhas,

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