Transtorno de Aprendizagem - Artigo - 1 e 2 TRABALHO ESCRITO

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Transtornos de Aprendizagem

Atividade avaliativa realizada a partir


da escolha de artigos científicos para
obter pontos na etapa parcial.
Professor Augusto Rezende
Aimee Brumane, Ana Clara Valamiel
Camila Oliveira Duarte

JOÃO MONLEVADE
2021
1- INTRODUÇÃO

1.1 Para elaboração do presente trabalho, foi escolhido o seguinte tema: Dislexia
cuja definição é o transtorno no desenvolvimento da linguagem na qual a
aquisição da leitura é substancialmente abaixo do nível previsto pelo QI ou pela
idade, designando a disfunção no aprendizado da leitura. Esses transtornos
influenciam em aspectos particulares da performance escolar significativamente
mais baixo que o esperado, as crianças com distúrbios de aprendizagem
aparentam ter problemas no processamento de informação, com isso elas
tendem a ser menos focadas nos objetivos e a distrair. Importante apontar que
nem toda criança que expõem dificuldades de leitura têm distúrbios de
aprendizagem, o mesmo pode ocorrer por algum outro aspecto como ensino
precário, ausência de interesse ou algum pequeno atraso no desenvolvimento
que logo acertará. Com isso a importância da avaliação e diagnóstico, portanto
trabalharemos com o seguinte artigo “A importância da equipe multidisciplinar no
diagnóstico de dislexia do desenvolvimento” que traz estudos de caso e recursos
utilizados. Encontrado necessidade de aprender a discernir sobre termos
correlacionados e entender o papel de profissionais da educação no contexto,
também escolhemos o artigo “Dislexia em perspectiva: contribuições da
psicopedagogia e da psicologia” para auxilio discussão e análise comparativa.

1.2 Evidenciando a importância do tema escolhido para a sociedade se dá por


propósito em ajudar pais e profissionais da educação na identificação de sinais
de problemas com a leitura e escrita a fim de incentivarem a procurar
profissionais capazes de avaliarem o caso e posteriormente a elaboração de
diagnósticos.
2- ARTIGO 1: A IMPORTÂNCIA DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NO
DIAGNÓSTICO DE DISLEXIA DO DESENVOLVIMENTO

De acordo com o artigo escolhido, a aprendizagem é a capacidade de


processar, armazenar e usar a informação, portanto é vista como uma função
cerebral. Já a leitura é um processo altamente complexo, estando nela envolvidos
processos neurológicos, sensoriais, psicológicos, sócio-culturais, sócio-econômicos
e educacionais; portanto um único profissional não basta para analisar tantos
aspectos e dar um diagnóstico.
Dislexia do desenvolvimento é disfunção do sistema nervoso central,
frequentemente de origem constitucional, caracterizada pela dificuldade na
aquisição ou no uso da leitura e/ou escrita, que acomete crianças com inteligência
normal.
Boder(1973), distinguiu três tipos de disléxicos. Em primeiro lugar tem-se os
disfonéticos, que leem bem as palavras que eles conhecem, ou seja, memorizam
visualmente, mas não leem nem escrevem palavras que encontram pela primeira
vez, eles a adivinham pelo contexto e indicações. Os disléxicos diseidéticos,
apresentam uma leitura lenta, trabalhosa, mas correta, baseada na decodificação
fonética. Os disléxicos mistos reúnem dificuldades dos dois tipos e frequentemente
apresentam confusões especiais. O diagnóstico desses casos e a conduta a ser
tomada é feita a partir de diversos profissionais como, psicólogo, psicopedagogo,
fonoaudiólogo, oftalmologista, etc.
Foi realizado um estudo de caso de um menino de 9 anos e 3 meses, aluno
da segunda série do primeiro grau, que foi encaminhado pela escola ao Hospital de
Clínicas (HC) da UNICAMP, para avaliação e diagnóstico, com queixa de fracasso
na aquisição da leitura e escrita. Segundo a professora, a criança não presta
atenção às explicações quando a atividade envolve raciocínio, não se concentra na
execução das tarefas, não conclui as atividades no tempo previsto, não se expressa
oralmente de forma clara, apresenta dificuldade em reproduzir fatos ou
acontecimentos e não sabe transmitir recados. Não lê palavras complexas e a
escrita apresenta muitos erros.
Para a avaliação foram utilizados vários recursos de imagem e teste
psicológicos. Num primeiro momento foi realizada uma anamnese com a mãe, na
qual foram recolhidos dados. Segundo a mãe, não houve intercorrências durante a
gravidez; o parto foi longo e difícil, necessitando o uso de fórceps. O
desenvolvimento neuropsicomotor foi normal. A criança emitiu as primeiras palavras
com significado com 10 meses e andou sem apoio com 11 meses de idade. Aos 2
anos e aos 3 anos apresentou convulsões mas segundo imagens estava tudo
normal.
Na avaliação intelectual, o menino apresentou desempenho médio para sua
idade cronológica e nível sócio-cultural.Os exames oftalmológico e audiométrico
apresentaram resultados normais, não tendo sido detectado déficit sensorial. No
exame neurológico, o ENT detectou microcefalia e exoforia no olho esquerdo.
Segundo o autor do artigo, o ato de ler envolve a discriminação visual de
símbolos gráficos através de um processo de decodicação. Esse processo exige
atenção seletiva. Em seguida, há necessidade de selecionar e identificar os
equivalentes auditivos (fonemas) através de um processo de análise e transdução,
síntese e comparação, a fim de obter significado. Portanto, a leitura envolve tanto a
integridade do processamento visual quanto fonológico.
Nesse caso, a lentidão na execução das tarefas, observada em várias provas
(leitura oral de texto, escrita de palavras) e distratibilidade são sinais indicativos de
dislexia.
Portanto, alterações no processamento visual e auditivo, no funcionamento
do lobo temporal, dificuldade na armazenagem e recuperação das informações,
distratibilidade, ausência de défices sensoriais (auditivos e visuais) e presença de
sinais neurológicos menores sugerem que o menino estudado apresenta dislexia do
desenvolvimento do tipo misto (com prejuízos tanto fonológico quanto visual). A
análise das avaliações realizadas por psicóloga, fonoaudióloga, oftalmologista,
neurologista e radiologista permitiram elaborar o diagnóstico de dislexia e
encaminhar a criança para acompanhamento psicopedagógico.

3- ARTIGO 2: DISLEXIA EM PERSPECTIVA: CONTRIBUIÇÕES DA


PSICOPEDAGOGIA E DA PSICOLOGIA.

Um ponto muito explorado no artigo "Dislexia em perspectiva: contribuições da


psicopedagogia e da psicologia", é a necessidade em primeiro lugar de se distinguir
as palavras problema, dificuldade, transtorno, deficiência, distúrbio e desvio. Para a
autora, problema e dificuldade são sinônimos e significam impedimento, obstáculo
para a aprendizagem. A deficiência é o déficit, sendo então a ausência de algo que
acarreta precariedade na aprendizagem. Já distúrbio é considerado sinônimo de
transtorno que significa interrupção da normalidade, trazendo assim, prejuízos à
aprendizagem.
Sendo assim, na avaliação e diagnóstico das crianças é preciso ter claro e
delimitado a diferença entre os termos para assim chegar em um diagnóstico claro e
preciso.
É importante frisar que atualmente, considera-se a dislexia como uma síndrome, ou
seja, existem múltiplos fatores que agem na cognição.
Como resultado, foi possível observar que a ciência cognitiva tem forte influência na
abordagem dos problemas de aprendizagem. Além disso, pesquisas em linguística
e pedagogia, vem demonstrando a mudança paradigmática na dinâmica social do
conhecimento, a qual tem se fortalecido com as tecnologias. Estas, interferem no
desenvolvimento da inteligência e devem ser utilizadas de forma cautelosa.
Conclui-se, que a educação escolar deve considerar as potencialidades e
singularidades das crianças no processo de aprendizagem. Outro ponto observado,
foi que existem dislexia causadas por fatores genéticos, lesões cerebrais, ou causas
neurológicas, mas aumentam os casos relacionados a fatores afetivos, emocionais,
psíquicos, sociais e pedagógicos.

4- ANÁLISE DOS ARTIGOS

A conversa entre os dois artigos acontece de maneira natural. Na sociedade pós-


moderna ocidental, diversas condições são criadas de modo que desencadeiam em
crianças com dificuldades de aprendizagem A questão genética apesar de não
poder ser negada, ela é amálgama à questões psicológicas, sociais e econômicas.

A falta de tempo dos pais, a sala com mais alunos do que um professor daria conta,
um sistema educacional que pontua crianças e adolescentes na visão somativa são
contribuintes de peso no desenvolvimento de dificuldades de aprendizagem. Ao
serem colocados diante dessas situações podem se sentir desestimulados,
constantemente testados ou incompreendidos, de modo que produzem sintomas
ansiosos ou depressivos. A escola se torna um fardo, e o processo de
aprendizagem incongruente.

Nesse cenário, uma equipe multidisciplinar operando na escola é indispensável,


visto que esses alunos necessitam de intervenções pedagógicas, psicopedagógicas,
psicológicas e, em certos casos, farmacológicas. No entanto, é preciso frisar que
tais intervenções devem acontecer de maneira que leve o aluno a perceber sua
capacidade, suas potencialidades, e não de maneira que o embarace ou inviabilize.

A intervenção pedagógica agirá visando como esse aluno aprende, irá o encontrar
onde ele entende e esse será o ponto de partida para a compreensão de conteúdo.
Utilizando de diversos materiais e perspectivas para que o estudante consiga
chegar no que foi dito por Vygotsky como Zona de Desenvolvimento Proximal.
Os psicopedagogos atuam consoante a equipe para descobrir e bolar mediações
consoante a Dislexia, o que será compreendido e como isso pode ser repassado da
melhor maneira possível, reconhecendo a força e as fraquezas do estudante.
No que tange à Psicologia, passada a parte diagnóstica, o trabalho continua. O
acompanhamento desse sujeito, como ele se percebe e como percebe o processo,
como se relaciona com as dificuldades ou com os outros são abordados em
momentos com o profissional de psicologia.
Em casos que necessitam de intervenção farmacológica, a comunicação dessa
equipe deve ser ainda mais ajustada, informando ao psiquiatra e ao médico pediatra
do desenvolvimento dessa criança em todos os âmbitos.

5- CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Dislexia é um transtorno de aprendizagem que, consoante à Associação Brasileira


de Dislexia (ABD) atinge entre 5 a 17% da população mundial. Esse transtorno tem
características bastante específicas, de modo que leva aos profissionais em contato
com a criança a atentarem o olhar rapidamente para ela.
Nesse trabalho, foi discutido pelo grupo a importância e a indispensável ação de
uma equipe multidisciplinar funcional em relação aos alunos que apresentam essa
dificuldade. Cada profissional envolvido desempenha um papel nessa peça que não
pode haver substituto, visto que cada um desempenha atribuições diferentes que
juntas produzem um bem estar ao estudante, à família e a todos os envolvidos ao
se certificarem que a criança está aprendendo consoante à seus próprios termos.
Sendo assim, é inegável a necessidade dessa equipe e como ela deve operar
nesses cenários.
BIBLIOGRAFIA

PESTUN, M.S.V. (2001). A importância da equipe multidisciplinar no


diagnóstico de dislexia do desenvolvimento. [online] Disponível em:
http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/101836/1/2-s2.0-0038897149.pdf
[Acessado em 6 Sep. 2021].

AMORIM, E.B.O.S.; OLIVEIRA, G.F. Dislexia em Perspectiva: Contribuições da


Psicopedagogia e da Psicologia. Id on line Revista Multidisciplinar e de
Psicologia. Set-Out de 2016, vol. 10, n.31, Supl 2. P. 135-146. ISSN 1981-1179

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