Aula 09

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GARANTIA NO EMPREGO

Protege o trabalhador contra dispensa arbitrária ou sem justa causa.

Ao contrário da estabilidade, que é sempre permanente, a garantia


no emprego por ser provisória ou permanente. Exemplo:
Garantia provisória – art. 10, II, A e B do ADCT
Art 4 da Convenção 158 da OIT é permanente.
Garantia provisória – art. 10, II, A e B do ADCT

Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o
art. 7º, I, da Constituição:
II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:
a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas
de prevenção de acidentes, desde o registro de sua candidatura até
um ano após o final de seu mandato;
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco
meses após o parto.
Art 4 da Convenção 158 da OIT é permanente

Artigo 4º
Não se dará término à relação de trabalho de um trabalhador a menos
que exista para isso uma causa justificada relacionada com sua
capacidade ou seu comportamento ou baseada nas necessidades de
funcionamento da empresa, estabelecimento ou serviço.
Garantia provisória no emprego

A garantia provisória no emprego é destinada ao trabalhador


que esteja, num determinado lapso de tempo, em situação
especial que impeça a sua dispensa arbitrária ou sem justa causa
do emprego.
Dirigente Sindical

O art. 8º VII da CF:


Veda “a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro
da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se
eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo
se cometer falta grave nos termos da lei”.
Dirigente Sindical

A apuração de falta grave deve ser executada por meio da ação


de inquérito judicial (CLT, art. 494 e 853). Se o empregador não
propuser a ação, o ato de dispensa é nulo de pleno direito.

Súmula 194 do STF “O empregado com representação sindical


só pode ser despedido mediante inquérito em que se apure falta
grave”.
Dirigente Sindical

Súmula 379 do TST


Art. 543, §4º da CLT – considera-se “cargo de direção ou de
representação sindical aquele cujo exercício ou indicação
decorre de eleição prevista em lei”
Dirigente Sindical

Atenção: Súmula 369, III do TST “O empregado de categoria diferenciada


eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa
atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi
eleito dirigente”.

Exemplo: médico eleito dirigente sindical do sindicato dos médicos exerce função
administrativa também em empresa – não tem direito à garantia provisória no
emprego.
Dirigente de Sociedade de Cooperativa de Empregados

Art. 55 da lei 5.764/71 – “os empregados de empresas que sejam


eleitos gestores de sociedades cooperativas pelos mesmos criadas
gozarão das garantias asseguradas aos dirigentes sindicais pelo art.
543 da CLT”.
Dirigente de cooperativa de empregados de uma determinada
empresa só poderá ser dispensado se praticar falta grave
devidamente apurada em inquérito judicial (art. 494 e 853 da CLT);
Empregado membro do Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS

Arts. 3 e 7 da lei 8.213/91 – aos “membros do CNPS, enquanto


representantes dos trabalhadores em atividade, titulares e
suplentes, é assegurada estabilidade no emprego, da nomeação
até um ano após o término do mandato de representação,
somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave,
regularmente comprovado através de processo judicial”
Empregado membro do Conselho Curador do FGTS

Art. 3, §9º da Lei 8.036/90 aos “membros do Conselho Curador,


enquanto representantes dos trabalhadores, efetivos e
suplentes, é assegurada estabilidade no emprego, da nomeação
até um ano após o término do mandato de representação,
somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave,
regularmente comprovada através de processo judicial”
Representante dos empregados nas Comissões de Conciliações Prévias

De acordo com o art. 625-B, §1º da CLT é “vedada a dispensa


dos representantes dos empregados membros da Comissão de
Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final
do mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei”
GARANTIA PROVISÓRIA NO EMPREGO NÃO SUJEITA A
INQUÉRITO JUDICIAL PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE

Todos os demais trabalhadores destinatários de garantia provisória no


emprego, como os “cipeiros” eleitos (ADCT, arts. 10, II, “a”, e 165
consolidado), a empregada gestante (ADCT, art. 10, II, “b”), a empregada
em gozo de licença-maternidade (CF, art. 7º, XVIII) e o empregado
acidentado (Lei 8.213/91, art. 118), podem ser dispensados sem a formalidade
da ação constitutiva negativa (inquérito judicial), sendo necessário, apenas,
que a dispensa não seja arbitrária ou sem justa causa, entendendo-se como
tais, por aplicação analógica do art. 165 da CLT, aquelas que não derivem
de motivos de ordem disciplinar, técnica, econômica ou financeira.
Se o empregado portador de garantia provisória no emprego
entender que foi dispensado de forma arbitrária ou sem justa
causa, poderá ajuizar reclamação trabalhista visando à sua
reintegração ao emprego. Caberá ao empregador, em
contestação, o ônus de provar a ilicitude da dispensa, nos
termos do parágrafo único do art. 165 da CLT.
Empregado de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CIPA

O empregado eleito membro de CIPA, ainda que suplente, só poderá ser


dispensado validamente se o empregador motivar a dispensa, ou seja, a sua
dispensa será válida se o empregador provar a existência de motivo
disciplinar (CLT, art. 482) ou outro motivo de ordem econômica, técnica ou
financeira.
O TST, por sua vez, adotou tal tese, como se infere do item I da sua Súmula
339: “O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II,
“a”, do ADCT a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988”.
Empregada gestante

Nos termos do art. 391 da CLT: “Não constitui justo motivo para
a rescisão do contrato de trabalho da mulher o fato de haver
contraído matrimônio ou de encontrar-se em estado de
gravidez”.
Empregada gestante

O que importa ao intérprete, in casu, é verificar se no momento


da dispensa a empregada encontrava-se em estado gravídico ou
não, já que, nos termos do item I da Súmula 244 do TST, o
“desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não
afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da
estabilidade (ADCT, art. 10, II, “b”)”.
Empregado acidentado

De acordo com o art. 118 da Lei 8.213/91, “o segurado que sofreu


acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze
meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após
a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de
percepção de auxílio-acidente”.
Empregado acidentado

No caso de doença profissional que tenha nexo de causalidade


com a atividade exercida pelo trabalhador na empresa, a
garantia provisória do emprego prevista no art. 118 da Lei
8.213/91 será assegurada, independentemente de ter havido
afastamento do trabalhador ou a percepção de auxílio-doença
comum ou acidentário.
Representante da comissão de empregados

O § 3º do art. 510-D da CLT, introduzido pela Lei 13.467/2017,


dispõe que: “Desde o registro da candidatura até um ano após o
fim do mandato, o membro da comissão de representantes dos
empregados não poderá sofrer despedida arbitrária,
entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo
disciplinar, técnico, econômico ou financeiro”.
Dispensa arbitrária ou sem justa causa:
reintegração ou indenização?
O empregado portador de garantia provisória no emprego que
for dispensado de forma arbitrária ou sem justa causa deverá
propor a ação buscando a sua reintegração no emprego, no
cargo e na função em que se encontrava antes da ruptura do
pacto laboral.
Dispensa arbitrária ou sem justa causa:
reintegração ou indenização?
Há casos revelados pela prática forense em que o empregado
deixa passar o período de garantia no emprego e postula tão
somente a condenação do empregador a indenizá-lo pelo valor
da remuneração correspondente àquele período
Dispensa discriminatória

Lei 9.029/1995, cujo art. 1º dispõe que é “proibida a adoção de


qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de
acesso à relação de trabalho, ou de sua manutenção, por motivo
de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar,
deficiência, reabilitação profissional, idade, entre outros,
ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança e ao
adolescente previstas no inciso XXXIII do art. 7º da CF”.
Dispensa discriminatória
De acordo com o art. 4º da referida Lei 9.029, o rompimento da relação de
trabalho por ato discriminatório, nos moldes desta Lei, além do direito à
reparação pelo dano moral, faculta ao empregado optar entre:
I – a reintegração com ressarcimento integral de todo o período de
afastamento, mediante pagamento das remunerações devidas, corrigidas
monetariamente e acrescidas de juros legais;
II – a percepção, em dobro, da remuneração do período de afastamento,
corrigida monetariamente e acrescida dos juros legais.
Qualquer que seja a opção do empregado (Lei 9.029, art. 4º, I ou II), ele terá
direito, ainda, ao pagamento da indenização por danos morais.
AVISO PRÉVIO

CABIMENTO
Em regra o aviso prévio é cabível nos contratos por tempo indeterminado.
O aviso prévio é exigível nos contratos de trabalho por prazo
indeterminado, bem como nos contratos de aprendizagem e de trabalho
em domicílio.
A doutrina e a jurisprudência (TST, Súmula 163) admitem, com base no
art. 481 da CLT, o aviso prévio na resilição antecipada do contrato de
experiência, desde que o contrato estabeleça o direito recíproco de tal
modalidade resilitória
AVISO PRÉVIO
PRAZO DO AVISO PRÉVIO
O aviso prévio deve ser dado com antecedência mínima de 30
dias, razão pela qual também os semanalistas e os que recebem
dia a dia seu salário passam a ter direito àquele prazo.
Acrescido de 3 dias para cada ano trabalhado, no limite de até
90 dias no total (60+30).
AVISO PRÉVIO

Ausência de aviso prévio


Se a rescisão contratual for brusca, a parte que lhe deu causa deverá
indenizar a outra, o período alusivo ao aviso prévio:
a) o empregador pagando, em pecúnia, o valor correspondente ao
prazo do aviso;
b) o empregado terá descontado dos salários o valor respectivo (o
empregado poderá pedir dispensa do cumprimento do aviso, cabendo
exclusivamente ao empregador atender, ou não, à solicitação).
AVISO PRÉVIO

Reconsideração do aviso
Dado o aviso, a parte notificante pode reconsiderar o ato, antes
do seu termo, sendo facultado à outra aceitar ou não a
reconsideração (CLT, art. 489).
Caso aceita a reconsideração, o contrato continuará como se
não tivesse existido o aviso prévio.
AVISO PRÉVIO

Redução de horário
No curso do aviso prévio dado pelo empregador, o horário
normal de trabalho será reduzido em duas horas diárias, sem
prejuízo salarial. É facultado ao empregado, porém, substituir a
redução de duas horas diárias por sete dias corridos.
ATIVIDADE M2

ATIVIDADE ENTREGA DA ATIVIDADE

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