Garantias e Estabilidades No Emprego
Garantias e Estabilidades No Emprego
Garantias e Estabilidades No Emprego
Juliane Ramos
DIREITO DO
TRABALHO
GARANTIAS E ESTABILIDADES
NO EMPREGO
GARANTIA DE EMPREGO -
CONCEITO
❑ Gestante: O mesmo art. 10, II, do ADCT da Constituição, em sua alínea “b”, estabelece
estabilidade provisória à “empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses
após o parto”. Aqui também se fala em vedação à “dispensa arbitrária ou sem justa causa”. Isso
quer dizer que a estabilidade não começa a partir do dia em que a mulher descobre que está
grávida, mas sim desde a concepção. Caso a gestante descubra que está com 5 semanas de
gestação, sua estabilidade começa desde a primeira semana. Desta forma, ela fica protegida de
uma eventual demissão antes mesmo da consciência de sua gravidez. Caso ela seja demitida, ao
confirmar que a concepção se deu durante o período que estava registrada, ela terá direito à
reintegração.
OBS.: A estabilidade também é válida para contratos por tempo determinado e de experiência. Isso
ocorre porque esses períodos ainda são considerados dentro da vigência do contrato de trabalho
(Súmula 244, III, do TST). A CLT também prevê que os empregados que adotam uma criança também
têm direito à estabilidade quando recebem a guarda provisória da criança para fins de adoção (Art.
391-A da CLT).
GARANTIA DE EMPREGO
OBS.: Garantia de emprego recente foi lançada pela Lei 13.467/2017 (vigência desde
11.11.2017), dirigida aos trabalhadores eleitos integrantes das comissões de
representação de empregados em empresas com mais de 200 empregados (novo
Título IV-A da CLT, composto pelos arts. 510-A a 510-E). Cada um desses
representantes obreiros, com mandatos de um ano, terá garantia de emprego similar
à do cipeiro (art. 510-D, caput e § 3º da CLT, conforme Lei n. 13.467/2017). Desse
modo, “não poderá sofrer dispensa arbitrária, entendendo-se como tal a que não se
fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro” (§ 3º do art. 510-D da
CLT).
Profª. Juliane Ramos
1. Ano: 2022. Banca: Fundação Getúlio Vargas - FGV. Prova: FGV - OAB - Advogado - 2022. Sheila e
Irene foram admitidas em uma empresa de material de construção, sendo Sheila mediante contrato
de experiência por 90 dias e Irene, contratada por prazo indeterminado. Ocorre que, 60 dias após o
inicio do trabalho, o empregador resolveu dispensar ambas as empregadas porque elas não
mostraram o perfil esperado, dispondo-se a pagar todas as indenizações e multas previstas em Lei
para extinguir os contratos. No momento da comunicação do desligamento, ambas as empregadas
informaram que estavam grávidas com 1 mês de gestação, mostrando os respectivos laudos de
ultrassonografia. Considerando a situação de fato, a previsão legal e o entendimento consolidado
do TST, assinale a afirmativa correta.
A) A situação, em que pese lamentável, não é acidente do trabalho porque o empregador não teve culpa no evento, não se
cogitando de qualquer estabilidade da vítima.
B) Trata-se de um acidente do trabalho típico, mas não ensejará garantia no emprego, porque o afastamento durou menos de 60
dias.
C) A indenização pelo sinistro será paga pelo empregado agressor, devendo a vítima ajuizar ação contra ele, pois agressão entre
empregados não caracteriza acidente do trabalho.
D) Por não haver culpa do empregador, este não terá responsabilidade civil, mas como houve recebimento de benefício
previdenciário haverá garantia no emprego por 24 meses contados do fato.
E) O evento é considerado acidente do trabalho por equiparação e a vítima terá garantia no emprego por 12 meses, após a
cessação do benefício previdenciário.