BOLETIM INFORMARE-veiculos - Usados - 32 - 2017

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20/05/2021 veiculos_usados_32_2017

VEÍCULOS USADOS - RECEITAS DE VENDAS


Tratamento Fiscal

Sumário

1. Introdução
2. R e ce ita Bruta a C om putar Para Fins do IR PJ, da C SL, do PIS-PASEP e da C O FINS
2.1 - IR PJ
2.2 - C SLL
2.3 - PIS/C O FINS
3. Sim ple s Nacional
4. Guarda de De m onstrativos de Apuração

1. INTRODUÇÃO

De acordo com o art. 5º da Lei nº 9.716/1998, equipara-se à operação de consignação, para efeitos
tributários, a venda de veículos usados, adquiridos para revenda ou recebidos como parte do preço da venda
de veículos novos ou usados, realizada por pessoas jurídicas que tenham como objeto social, declarado em
seus atos constitutivos, a compra e a venda de veículos automotores.

Importa lembrar que o referido dispositivo legal determina que os veículos usados deverão ser objeto de Nota
Fiscal de entrada e, por ocasião da sua revenda, de Nota Fiscal de saída, sujeitando-se ao respectivo regime
fiscal aplicável às operações de consignação.

Nos itens a seguir abordaremos o tratamento tributário a ser observado na venda de veículos usados com
base nas normas estabelecidas pelo art. 242 da IN RFB nº 1.700/2017 e outras fontes citadas no texto.

2. RECEITA BRUTA A COMPUTAR PARA FINS DO IRPJ, DA CSL, DO PIS-PASEP E DA COFINS

Conforme dispõe o art. 242 da IN RFB nº 242/2017, considera-se receita bruta, a diferença entre o valor pelo
qual o veículo usado tiver sido alienado, constante da nota fiscal de venda, e o seu custo de aquisição,
constante da nota fiscal de entrada.

Portanto, no tocante à determinação da base de cálculo do IRPJ, da Contribuição Social sobre o Lucro, do
PIS/PASEP e da COFINS, a receita bruta a computar, proveniente da revenda de veículos usados, é a diferença
entre os preços de revenda e de compra do bem.

O custo de aquisição de veículo usado é o preço ajustado entre as partes.

2.1 – IRPJ

Na determinação das bases de cálculo estimadas, do lucro presumido, do lucro arbitrado, do resultado
presumido e do resultado arbitrado, aplicar-se-á o percentual de 32% (trinta e dois por cento) sobre a receita
bruta definida no item 2.

Tratando-se de empresa exclusivamente prestadora de serviço, e cuja receita bruta anual seja de até R$
120.000,00 (cento e vinte mil reais), poderá utilizar, para determinação da base de cálculo do Imposto de
Renda, o percentual de 16% (dezesseis por cento) (Lei nº 9.250/1995, art. 40, e Instrução Normativa RFB nº
1.700/2017, art. 33, §§ 7º a 10).

Transcrevemos abaixo algumas decisões das Superintendências Regionais da Receita Federal:

a) Superintendência Regional da Receita Federal da 6ª Região Fiscal (Minas Gerais)


SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 30, de 21 de fevereiro de 2005

ASSUNTO: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ.

EMENTA: COMPRA E VENDA DE VEÍCULOS USADOS. EQUIPARAÇÃO A OPERAÇÕES DE CONSIGNAÇÃO. EFEITOS


TRIBUTÁRIOS. Na determinação das bases de cálculo estimada, presumida ou arbitrada do Imposto de Renda,
devido pelas pessoas jurídicas que tenham como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a
compra e venda de veículos automotores, a receita bruta das operações de venda de veículos usados,
adquiridos para revenda, bem assim dos recebidos como parte do preço da venda de veículos novos ou
usados, será a diferença entre o valor de alienação e o custo de aquisição do citado veículo. Na determinação
das bases de cálculo estimada ou presumida, aplica-se, sobre a receita bruta definida nos termos acima,
auferida no período de apuração, o percentual de 32% (trinta e dois por cento); na determinação do lucro
arbitrado aplica-se, quando conhecida a receita bruta definida nos termos acima, o percentual de 32% (trinta
e dois por cento), acrescido de 20% (vinte por cento). As pessoas jurídicas, objeto da equiparação, cuja
receita bruta anual, calculada nos termos acima, seja de até R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais),
determinarão as bases de cálculo estimada ou presumida do Imposto de Renda mediante a aplicação do
percentual de 16% (dezesseis por cento) sobre a receita bruta, auferida no período de apuração.

SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 322 de 07 de Novembro de 2005

ASSUNTO: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ

EMENTA: COMPRA E VENDA DE VEÍCULOS USADOS. EQUIPARAÇÃO A OPERAÇÕES DE CONSIGNAÇÃO. EFEITOS


TRIBUTÁRIOS. Na determinação das bases de cálculo estimada, presumida, ou arbitrada do Imposto de Renda,

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devido pelas pessoas jurídica s que tenham como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a
compra e venda de veículos automotores, a receita bruta das operações de venda de veículos usados,
adquiridos para revenda, bem assim dos recebidos como parte do preço da venda de v eículos novos ou
usados, será a diferença entre o valor de alienação e o custo d e aquisição do citado veículo. Na determinação
das bases de cálculo estimada ou presumida, aplica-se, sobre a receita bruta definida nos termos acima,
auferida no períod o de apuração, o percentual de 32% (trinta e dois por cento); na determinação do lucro
arbitrado aplica-se, quando conhecida à receita bruta definida nos termos acima, o percentual de 32% (trinta
e dois por cento), acrescido de 20% (vinte por cento). As pessoas jurídicas, objeto da equiparação, cuja
receita bruta anual, calculada nos termos acima, seja de até R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais),
determinarão as bases de cálculo estimada ou presumida do Imposto de Renda mediante a aplicação do p
ercentual de 16% (dezesseis por cento) sobre a receita bruta, auferida no período de apuração.

b) Superintendência Regional da Receita Federal 10ª Região Fiscal (Rio Grande do Sul)

SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 344, de 15 de outubro de 2004

ASSUNTO: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ.

LUCRO PRESUMIDO. COMPRA E VENDA DE VEÍCULOS USADOS. EQUIPARAÇÃO A OPERAÇÕES DE CONSIGNAÇÃO.


Para efeito de determinação da base de cálculo do imposto de renda, devido pelas pessoas jurídicas optantes
pelo lucro presumido que tenham como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a compra e venda
de veículos automotores, considera-se receita bruta das operações de venda de veículos usados, adquiridos
para revenda, inclusive quando recebidos como parte do preço da venda de veículos novos ou usados, a
diferença entre o valor de alienação e o custo de aquisição do veículo. Sobre essa receita bruta, auferida no
período de apuração, aplica-se o percentual de trinta e dois por cento (32%), previsto para as atividades de
prestação de serviços em geral.

c) Superintendência Regional da Receita Federal 8ª Região Fiscal (São Paulo)

SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 157 de 06 de Abril de 2010

ASSUNTO: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ

EMENTA: COMPRA E VENDA DE VEÍCULOS USADOS. EQUIPARAÇÃO A OPERAÇÕES DE CONSIGNAÇÃO. EFEITOS


TRIBUTÁRIOS. Na determinação da base de cálculo presumida do Imposto de Renda, devido pelas pessoas
jurídicas que tenham como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a compra e venda de veículos
automotores, e optarem pela equiparação a operações de consignação, a receita bruta das operações de
venda de veículos usados, adquiridos para revenda, bem assim dos recebidos como parte do preço da venda
de veículos novos ou usados, é a diferença entre o valor de alienação e o custo de aquisição do citado veículo.
Na determinação do lucro presumido, aplica-se sobre a receita bruta definida nos termos acima, auferida no
período de apuração, o percentual de 32% (trinta e dois por cento). Caso não seja feita a opção pela
equiparação à consignação, e sim, como comércio, aplica-se, sobre a receita bruta, o percentual de 8% (oito
por cento), sendo a receita bruta o valor do bem alienado sem qualquer dedução.

2.2 – CSLL

De com o parágrafo único do art. 28 da IN RFB nº 1.700/2017, as pessoas jurídicas sujeitas ao regime de
tributação com base no lucro real, presumido ou arbitrado, conforme o caso, ficarão sujeitas ao mesmo critério
para a determinação da base de cálculo da CSLL, mantidos os ajustes e as alíquotas previstos na legislação
para cada tributo.
No caso da CSLL, aplica-se 32% (trinta e dois por cento) sobre a diferença entre os preços de revenda e de
compra do bem, para determinar a base de cálculo.

2.3 - PIS/COFINS

As empresas, que tenham como objeto social declarado em seus atos constitutivos a compra e venda de
veículos automotores, ficam sujeitas ao pagamento das contribuições ao PIS e COFINS, às alíquotas de 0,65%
(sessenta e cinco décimos por cento) e 3% (três por cento), respectivamente, sobre a diferença entre os
preços de revenda e de compra do bem (art. 10, §§ 4º a 6º da IN SRF nº 247/2002).

Observamos que as receitas da compra e venda de veículos automotores equiparadas, para efeitos
tributários, como operação de consignação, as operações de venda de veículos usados, adquiridos para
revenda, bem assim dos recebidos como parte do preço da venda de veículos novos ou usados, não estão
sujeitas à incidência não cumulativa das contribuições (Leis nºs 10.833/2003, art. 10, inc. VII, alínea “c”, e
10.637/2002, art. 8º, inc. VII, alínea “c”).

3. SIMPLES NACIONAL

Transcrevemos abaixo a pergunta nº “7.18” do “Perguntas e Respostas” disponível no Portal do Simples


Nacional na página da Receita Federal do Brasil na internet e a ementa da Solução de Consulta COSIT nº 42,
de 17 de janeiro de 2017 (DOU de 20.01.2017), sobre a base de cálculo a ser utilizada para fins do cálculo do
Simples Nacional para a venda de veículos usados:


7.18. MINHA ATIVIDADE É COMÉRCIO DE VEÍCULOS EM CONSIGNAÇÃO. COMO SÃO TRIBUTADAS AS MINHAS
RECEITAS?

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O comércio de veículos em consignação pode ser feito mediante contrato de comissão, contrato estimatório e
contrato de compra e venda.

O contrato de comissão (arts. 693 a 709 do Código Civil) tem por objeto um serviço de comissário. Nesse caso,
a receita bruta (base de cálculo do Simples Nacional) é apenas a comissão, e a tributação se dá por meio do
Anexo III da Lei Complementar nº 123, de 2006. Já o contrato estimatório (arts. 534 a 537 do Código Civil)
recebe o mesmo tratamento da compra e venda. Ou seja, a receita bruta (base de cálculo do Simples
Nacional), tributada por meio do Anexo I da Lei Complementar nº 123, de 2006, é o produto da venda a
terceiros dos bens recebidos em consignação, excluídas tão-somente as vendas canceladas e os descontos
incondicionais concedidos.

Importante: é inaplicável a equiparação do art. 5º da Lei nº 9.716, de 26 de novembro de 1998, para fins de
Simples Nacional.

(Orientação conforme Solução de Divergência Cosit nº 4, de 9 de março de 2011.)”

”SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 42, DE 17 DE JANEIRO DE 2017 (Publicado no DOU de 20/01/2017, seção 1,
pág. 14)

ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL

EMENTA: VENDA DE VEÍCULOS USADOS. INTERMEDIAÇÃO. CONTA PRÓPRIA. CONSIGNAÇÃO.

A receita bruta decorrente da prestação de serviços de intermediação na compra e venda de veículos usados
é tributada pelo Anexo VI da Lei Complementar n° 123, de 2006. Nesse caso, a receita bruta é o preço dos
serviços prestados, excluídas apenas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos.
A receita bruta decorrente do exercício da atividade de compra e venda de veículos usados nas operações de
conta própria é tributada pelo Anexo I da Lei Complementar n° 123, de 2006. Nesse caso, é inaplicável a
equiparação do art. 5° da Lei n° 9.716, de 1998, e a receita bruta é o produto da venda de veículos usados,
excluídas apenas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedido. (SOLUÇÃO VINCULADA À
SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 166, DE 25 DE JUNHO DE 2014).

A venda de veículos usados em consignação, mediante contrato de comissão (arts. 693 a 709 do CC), é feita
em nome próprio, não caracterizando intermediação de negócios. A receita bruta decorrente do exercício
dessa atividade é a comissão e deve ser tributada pelo Anexo III da Lei Complementar n° 123, de 2006.
(SOLUÇÃO VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 166, DE 25 DE JUNHO DE 2014).

A venda de veículos usados em consignação, mediante contrato estimatório (arts. 534 a 537 do CC), é feita
em nome próprio, não caracterizando intermediação de negócios. A receita bruta decorrente do exercício
dessa atividade é o produto da venda a terceiros dos bens recebidos em consignação, excluídas apenas as
vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos e deve ser tributada pelo Anexo I da Lei
Complementar n° 123, de 2006. (SOLUÇÃO VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 166, DE 25 DE
JUNHO DE 2014).

DISPOSITIVOS LEGAIS: Constituição Federal de 1988, art. 146, III, “d”; Lei Complementar n° 123, de 2006,
arts. 3º, § 1º, 17, XI e §§ 2º e 5°-F, 18, § 3º; Lei n° 9.716, de 1998, art. 5º; Lei n° 10.406, de 2002 (Código
Civil), arts. 534 a 537 e 693 a 709.”

4. GUARDA DE DEMONSTRATIVOS DE APURAÇÃO

A Instrução Normativa RFB nº 1.700/2017, no § 5º do art. 242 determina que as pessoas jurídicas deverão
manter em boa guarda, à disposição da RFB, os demonstrativos de apuração das bases de cálculo dos
impostos e das contribuições referidos no item 2 e seus subitens.
Fundamentos Legais: Os citados no texto.

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