Formação de Liderança Cristã

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Um em Cristo 1
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Um em Cristo 2
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO
Ideia Principal: Explicar o porquê deste curso, justificativa, metodologia e objetivos.

ALIANÇA
Ideia Principal: Todos os que quiserem fazer o curso deverão assinar os termos da Aliança antes
de começar a Lição 2.

LIÇÃO 01 - O MAIOR PECADO DA IGREJA


Ideia principal: Mostrar que as divisões existem antes da fundação do mundo e têm se
perpetuado até o tempo presente tornando-se um “câncer” na Igreja.

LIÇÃO 02 - A TRÊS DIMENSÕES DA MORTE DE CRISTO E A UNIDADE DO CORPO


Ideia principal: Como Cordeiro de Deus, Jesus não só tira o pecado do mundo como também
morre para reunir em um só corpo os filhos de Deus e leva sobre si as nossas enfermidades.

LIÇÃO 03 - A GRAÇA EXTRAVAGANTE


Ideia principal: Pela grande misericórdia de Deus somos salvos. Todos estávamos perdidos.
Fomos salvos pela graça de Deus por meio da fé que vem de Deus. Se é pela Graça já não é pelas
obras, assim “que ninguém se glorie”.

LIÇÃO 04 – O PERDÃO NA UNIDADE DO CORPO


Ideia principal: Quando percebemos a enormidade do perdão de Deus, não temos mais motivos
para sonegar perdão ao próximo, a não ser que queiramos anular este grande perdão liberado
na cruz. A falta de perdão é o principal gatilho da divisão.

LIÇÃO 05 - O BATISMO NO AMOR DE DEUS


Ideia principal: Cristo, pela sua morte na cruz, destruiu a inimizade que havia entre os filhos de
Deus e nos uniu em um só corpo para amarmos uns aos outros. Deus é amor. O amor é um
mandamento, não uma opção.

LIÇÃO 06 - A UNIDADE DA TRINDADE E A CULTURA DE HONRA


Ideia principal: O maior exemplo de unidade vem da Trindade. Não só devemos estar unidos
como a Trindade, mas aprender a honrar uns aos outros assim como acontece na Trindade.

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LIÇÃO 07 - OS QUATRO PILARES DA IGREJA: DOUTRINA DOS APÓSTOLOS,


COMUNHÃO, PARTIR DO PÃO E ORAÇÃO
Ideia principal: Enfatizar a importância da Palavra de Deus. A doutrina dos apóstolos é a própria
pessoa de Jesus Cristo. Conhecê-lo mais é o nosso alvo para a unidade na pessoa Dele. Estudar
os dez atributos de Jesus narrados em Colossenses 1:15-20.

LIÇÃO 08 - OS QUATRO PILARES DA IGREJA: DOUTRINA DOS APÓSTOLOS,


COMUNHÃO, PARTIR DO PÃO E ORAÇÃO
Ideia principal: “Pai Nosso, Maranata! Ora vem, Senhor Jesus! Bendito o que vem em nome do
Senhor.” Além de tratar da importância da oração e dos dons, é importante saber como praticar
isso junto com irmãos que têm culturas cristãs diferentes enfatizando a Comunhão e o partir do
pão.

LIÇÃO 09 – UNIDADE NA IGREJA EVANGÉLICA NO CONTEXTO DAS RELIGIÕES


Ideia principal: Um panorama das religiões e do Cristianismo atual e suas ramificações, para nos
ajudar a entender este “emaranhado” denominacional que vivemos. Aprender a ter unidade
entre evangélicos.

LIÇÃO 10 – A BUSCA DA UNIDADE ENTRE EVANGÉLICOS E CATÓLICOS


Ideia principal: Um panorama do Cristianismo atual e suas ramificações, para nos ajudar a
entender este “emaranhado” denominacional que vivemos. Aprender a ter unidade entre
evangélicos e católicos.

LIÇÃO 11 – A BUSCA DA UNIDADE COM OS JUDEUS MESSIÂNICOS


Ideia principal: A importância dos Judeus e Judeus Messiânicos (a unidade da Igreja com Israel).
Por que esta unidade é a mais importante para a volta de Cristo?

LIÇÃO 12 - AS BODAS DO CORDEIRO


Ideia principal: Um panorama do Apocalipse, envolvendo a preparação para a volta de Cristo
até a festa de casamento com a verdadeira Noiva, a Igreja, o seu Corpo. Da Noiva despreparada
até o casamento com Jesus.

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APRESENTAÇÃO

“E AGORA, O QUE FAREMOS IRMÃOS?” (Atos 2:37 b)


Pelo poder do Espírito Santo, Pedro proclamou a primeira mensagem da Igreja de Cristo
que estava se iniciando imediatamente após Pentecostes. Ele falou como testemunha da morte
e ressurreição de Jesus Cristo, que Jesus é o Senhor, de maneira que as pessoas creram e ficaram
comovidas, aflitas e prontas para tomar uma decisão.
Pedro, então, falou sobre o arrependimento, o perdão dos pecados, o batismo e as pessoas
creram nele, praticaram seus ensinos. Agora, como seguidores de Jesus, passaram a seguir os
ensinamentos dos apóstolos aprendendo a viver no amor cristão, partir o pão juntos e fazer
orações (Atos 2.38-47).
Jesus nos ordenou a fazer discípulos, ou seja, pregar e ensinar, transmitir seus
ensinamentos para as pessoas que recebiam sua palavra (Mateus 28:19-20). Em outras palavras,
não é suficiente apenas anunciar a palavra (discurso), embora todos devemos fazer isso, mas
também vivermos a prática desta palavra, a vida comunitária.

A IGREJA ESTÁ MANQUEJANDO?


Por outro lado, a Bíblia afirma que Jesus morreu na cruz não somente para salvar-nos dos
nossos pecados, mas também “para reunir em um só Corpo os filhos de Deus que andavam
dispersos.” (João 11:52)
A Igreja de Cristo tem exercido o seu papel de anunciar a salvação por meio do sangue de
Jesus Cristo como o cordeiro sem defeito, sem mácula (1 Pedro 1:19) e ensinar os que aceitam
esta verdade a serem discípulos de Cristo.
Porém, quando se trata da Unidade do Corpo e de perseverar na unidade do Espírito
(Efésios 4:3,4) a Igreja tem falhado, tem sido omissa. E não apenas isto – ela também tem agido
de forma contrária, tem se tornado uma ‘máquina’ de divisões em série. Ainda que que alguns
(raros) líderes e alguns movimentos paraeclesiásticos têm proclamado a necessidade da
unidade do Corpo para a volta de Cristo, não têm ensinado a prática desta unidade.
Não raras vezes temos visto proclamações do alvo da última oração de Jesus (“para que
eles sejam um, assim como nós...”, João 17:11,21-23), tocar profundamente pela urgência
desta prática (para que o mundo creia que Jesus foi enviado). No entanto, voltamos para as
nossas casas profundamente frustrados, pois a principal pergunta não foi respondida: “E agora
irmãos, o que faremos?”

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A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO


Sabemos que quem vai colocar em ação este clamor de Jesus de João 17 é o Espírito
Santo. Porém, o Espírito Santo aciona a Igreja para concretizar a reposta de Deus à oração de
Jesus. E Ele já está nos falando sobre isso (João 14:26; 15:26-27; 16:7-15).
Pentecostes, ao contrário de Babel, foi o derramamento do Espírito Santo para tornar a
Igreja um só Corpo. Porém, nossos pais espirituais do passado se dividiram logo em seguida (1
Coríntios 1:10-13; 3:1-6) e não pararam mais.
No século 20, conhecido como “o século do Espírito Santo”, houve um novo Pentecostes
visando principalmente perseverar a unidade do Espírito na Igreja. No início houve tentativas,
vejam só, de unir ‘brancos e negros em um mesmo culto’. Novamente foi um fracasso. Pior que
o primeiro Pentecostes, houve tantas divisões que hoje já se fala em quase 50 mil denominações
cristãs no mundo.
O que falhou? Como o Espírito Santo fala à Igreja, certamente Ele tem revelado onde
falhamos e como devemos fazer para retornar ao “primeiro amor”. Creio que a nossa pergunta
foi respondida por uma profecia, já no leito de morte, de Smith Wigglesworth em 1947 (cristão
inglês, viveu de 08/06/1859 a 12/03/1947):
Durante as próximas décadas haverá dois movimentos distintos do Espírito Santo através
dos fiéis.
O primeiro mover afetará todos as igrejas que estiverem abertas para receber e será
caracterizado pela restauração do batismo e dos dons do Espírito Santo.
O segundo mover resultará em pessoas deixando as igrejas históricas e plantando novas
igrejas que se diferenciam do natural.
Na duração de cada mover, as pessoas que estiverem envolvidas dirão: “Este é o grande
avivamento”. Mas o Senhor diz: “Não, nenhum desses é o grande avivamento, mas
ambos são passos para isso”
Quando a fase da nova igreja, com movimentos, estiver terminando, terá sido
evidenciada nas igrejas algo que nunca foi visto antes: uma união entre aqueles com
ênfase na Palavra e aqueles com ênfase no Espírito.
Quando a Palavra e o Espírito vierem juntos, haverá o maior mover do Espírito Santo que
as nações e o mundo jamais viram.
Isto marcará o começo de um grande avivamento que ofuscará qualquer coisa que tem
sido testemunhado até então, mesmo avivamento comentado dos anos passados. O
derramar do Espírito de Deus fluirá nos quatro cantos da terra e então se poderá dizer
que é o fim.
Jesus nos alerta para o erro de não conhecermos as Escrituras e nem o Poder de Deus
(Marcos 12:24). A Palavra e o Poder precisam caminhar juntos. Na história da Igreja é possível
ver este desiquilíbrio (ou Palavra, ou Poder) e, às vezes, nenhum dos dois.

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O OBJETIVO DESTE CURSO


Ao tentar responder à pergunta “O que faremos?”, alguns aspectos precisam ser
enfatizados:
1) Jesus não é polígamo; ele se casará com uma só Noiva (Apocalipse 19:7);
2) Jesus voltará para uma só Igreja: “Um só Corpo, um só Espírito, um só Senhor” (1
Coríntios 12:12-14);
3) Jesus virá para uma Igreja “gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante,
porém santa e sem defeito” (Efésios: 5:27);
4) Jesus virá para uma grande multidão que ninguém poderá enumerar, “de todas as
nações, línguas, tribos, povos e línguas” (Apocalipse 7:9);
5) Para o povo de Deus se tornar uma grande multidão que se sinta amada pelo Pai, o
mundo terá de reconhecer que Jesus foi envido pelo Pai. Para tanto, a Igreja terá de
ser aperfeiçoada em unidade, sermos UM (João 17:21-23);
6) Para acontecer as promessas acima, a Igreja deverá ter uma missão igual à de João
Batista, gritando: “Arrependam-se dos seus pecados, dos pecados de divisão, de
quebra de aliança, de falta de perdão e amor, das suas preferências, dos seus
julgamentos em relação à minha Noiva”;
7) No início podemos ser poucos, uma voz que clama no deserto: “Preparem o caminho
para o Senhor vir. Façamos estradas retas para ele passar.” Porém, para tudo isso
acontecer precisamos ‘colocar as mãos no arado’.

Este Curso se propõe nos ensinar a darmos passos concretos, com base na Palavra e no
Poder de Deus, para endireitarmos as veredas para a volta de Jesus.
O tema base do Curso é: da Noiva despreparada, desarrumada até a Noiva Gloriosa,
consumando a Bodas do Cordeiro.

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METODOLOGIA
Este curso poderá ser desenvolvido em quatro maneiras diferentes: a) em pequenos
grupos (12 semanas); b) de forma compacta, intensiva (em 12 horas); c) de forma presencial (12
aulas); e d) a distância (EAD).

a) Pequenos Grupos
Inicialmente, ele foi concebido para ser desenvolvido em pequenos grupos como células,
grupos familiares (principalmente em uma família onde os membros frequentam igrejas cristãs
diferentes e, se for o caso, com outros que nem aderiram ao cristianismo), grupos mistos de
irmãos em Cristo de denominações diferentes no bairro, na empresa etc.; grupos que se formam
depois de um encontro ou evento sobre a Unidade do Corpo de Cristo.
Estes grupos pequenos usarão da metodologia praticada na Igreja de Atos, levando em
conta os Quatro Pilares da Igreja (estes assuntos são tratados na lição 7 e 8): Doutrina dos
Apóstolos (vamos ver que esta doutrina era a própria pessoa de Jesus Cristo, o centro das nossas
reuniões); Comunhão (o ato de reunir proporciona relacionamentos, partilhas, intimidade entre
os irmãos); Partir do Pão (toda reunião deverá ter, após sua conclusão, uma mesa com bolos
(e outros alimentos), chá (ou outras bebidas), para propiciar maior comunhão entre os
participantes. Embora lembremos que a mesa é o centro da aliança de Jesus conosco, este ato
não tem absolutamente nada a ver com Ceia, Comunhão, Eucaristia etc. que cada um pratica
na sua Congregação. Apenas sugerimos que cada participante contribua levando algum tipo de
comida e/ou bebida); Oração (cada lição terá uma oração coletiva ao final e, depois, seria
interessante orar uns pelos outros conforme as necessidades e pedidos feitos.) No início da
reunião poderá haver um louvor de no máximo três músicas/hinos.
Cada grupo terá de ter um responsável para ministrar a lição (recomenda-se que todos
leiam a lição e preencham os testes antes, proporcionando colaborações durante a exposição)
e organizar as atividades referentes aos quatro pilares da Igreja.
A ideia inicial é que, após terminar as 12 lições, o grupo continue a se reunir. Nesta
continuidade, a proposta é que o grupo estude o Novo Testamento iniciando em Mateus (um
capítulo ou um assunto do capítulo por reunião).
Havendo convidados não cristãos nos grupos que se convertam, quem o convidou será
responsável por conduzi-lo para a sua congregação, orientando para as práticas da sua igreja:
batismo, ceia, vida de comunidade etc. Os grupos de Unidade do Corpo de Cristo não têm
finalidade de igreja (cada um deve continuar na sua própria igreja), mas sim reunir irmãos de
origens cristãs diferentes para louvar, orar, estudar a Palavra e ter comunhão, considerando
que o muro que nos dividia já foi derrubado por Cristo na cruz. Hoje Somos Um.
Após ter frequentado um grupo, todos os participantes estarão capacitados (com
responsabilidade) para formar um novo grupo e estudar as doze lições, sempre levando em
consideração a Aliança que destacamos no item seguinte. Os responsáveis deverão ser aqueles
que já participaram de um grupo ou de uma das três modalidades a seguir.

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b) Intensivo
Será oferecido pelo Ministério Impacto um curso intensivo com duração média de 12 horas
(normalmente na sexta à noite e sábado o dia todo, ou em feriados, ou em quatro noites etc.),
visando especificamente a formação de responsáveis, inicialmente chamados de “Agentes da
Unidade”, ministrado pelos autores das lições e/ou por outros Agentes da Unidade.
Além do Ministério Impacto promover por iniciativa própria esses eventos, também
atenderemos convites de igrejas ou outras instituições, em qualquer lugar do Brasil, para
realizar este curso intensivo para formação desses Agentes. Haverá um custo por participante
apenas para o pagamento do material a ser utilizado neste curso.

c) Presencial
Na forma de um módulo, este curso poderá ser ministrado presencialmente em até 24
horas (média), dividido em pelo menos seis encontros de 3 a 4 horas. Ele poderá fazer parte de
um módulo de cursos de Teologia nas igrejas ou de um curso exclusivo, conforme o interesse
dos participantes.

d) À Distância (EAD)
Além do material escrito, temos vídeos resumindo o conteúdo de cada lição, leituras
complementares e links para artigo ou sites concernentes à matéria estudada. Para cursar nesta
modalidade é necessário fazer inscrição no nosso site.
Tanto no curso presencial quanto no EAD formaremos professores para ministrar o
Intensivo e o curso Presencial, além de Agentes da Unidade.

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ALIANÇA

Nosso objetivo é reunir com os irmãos em Cristo, não importando a denominação, para louvar,
adorar, orar, estudar a Palavra, ter comunhão, amar, perdoar, reconciliar, ser UM em Cristo,
unidos com ele, assim como ele está unido com o Pai.
Para tanto, isto requer que “vivamos de maneira digna que fomos chamados por Deus, com
toda humildade, mansidão, doçura, longanimidade, paciência, cortesia e amor” (Efésios 4:1-2),
zelando pela unidade do Corpo de Cristo. Cristo, e apenas Cristo, é o nosso propósito. É de
fundamental importância assumirmos um compromisso de respeitar a cultura religiosa de cada
um sem críticas ou questionamentos.
Assim, antes de iniciar este curso, devemos concordar com as propostas abaixo, assinalando
com um “X” as premissas que estivermos de acordo (isso deverá ser individual):

( ) Para a prática do amor, perdão e reconciliação em nossas reuniões, nunca terei qualquer
atitude de proselitismo (tentar atrair pessoas para a minha denominação ou doutrina);
( ) Nunca pronunciarei uma palavra indelicada contra outros irmãos ou igrejas (congregações);
( ) Nas reuniões, nunca questionarei uma doutrina ou ensinamento que eu não concordo.
Num ambiente de amor e comunhão, poderei conversar sobre particularidades de cada
denominação, mas sempre num sentido positivo, no que eu possa ser edificado. Essas
conversas deverão ser particulares, pessoais, sem envolver polêmicas e contendas, pois o
mesmo Espírito que habita em mim, habita no outro. Nunca buscarei a defesa das minhas
doutrinas e crenças, pois o Espírito Santo não gosta de críticas ou comparações entre irmãos
e outras denominações cristãs.
( ) Nunca pensarei ou falarei mal daqueles que nos perseguem, agridem ou nos tratam como
inimigos;
( ) Permanecerei de forma inabalável, na qualidade de membro, em comunhão perfeita com
a minha igreja de origem, onde cearei, dizimarei e manterei as suas doutrinas.

_______________, _____ de __________ de 20____

Nome: ___________________________________________

Assinatura: _______________________________________

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LIÇÃO 01
O MAIOR PECADO DA IGREJA
Aprendemos a voar como pássaros e a nadar como peixes, mas não aprendemos a
conviver como irmãos. (Martin Luther King)

A PRIMEIRA DIVISÃO (antes da fundação do mundo)


Cremos que a primeira dor no coração de Deus foi a divisão causada por Lúcifer. O
problema não foi apenas ter-se rebelado contra Deus – por mais que tenha sido maligno. O pior
foi ele ter roubado um terço dos anjos por meio do engano e da calúnia contra Deus.
Considere o poder de sedução e engano deste mestre da divisão: ele conseguiu convencer
um grupo de anjos (Apocalipse 12:4) que estavam contemplando a glória resplandecente de
Deus, de que eles conseguiriam vencer uma guerra contra o seu criador. Lúcifer engendrou
descontentamento entre os anjos a fim de que todos os prazeres do céu não conseguissem
satisfazê-los (Ezequiel 28:14-19).

A SEGUNDA DIVISÃO (na fundação do mundo)


A consequência maior desta primeira divisão foi o próprio Lúcifer, através da sua sedução,
separar, tempo depois, disfarçado de serpente, o homem de Deus, introduzindo o pecado, a
desobediência, a rebeldia contra Deus.
Novamente ele conseguiu seduzir, agora o homem criado por Deus, de que ele tinha
opções melhores que Deus; que ouvir a ele seria mais proveitoso que ouvir a Deus. Assim, de
forma sagaz ele induziu a mulher (Gênesis 3:5), que transmitiu isso ao seu marido.
Lúcifer é mesma coisa que Diabo. Diabo, em grego, “diabolôs”, significa “aquele que
desune; que inspira ódio e inveja; caluniador; espírito de mentira”.
Na queda do homem, porém, houve ainda uma outra consequência que é a desunião na
família (no casamento, no relacionamento de pais com filhos, entre parentes etc.). Adão culpou
a mulher pelo pecado: “a mulher que tu me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi”
(Gênesis 3:12).
Nasceram aí as desconfianças, as acusações, as críticas no casamento. O primogênito deste
casal matou seu irmão e se tornou um fugitivo e errante pela terra (Gênesis 4:12).

DIVISÃO EM ISRAEL
Até o capítulo 11 de Gênesis, Deus trata com a humanidade. A partir do capítulo 12, Deus
passa a tratar com um homem, Abraão, que dá origem ao povo hebreu, ao povo de Deus.
Um em Cristo 13
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Embora, às vezes com a permissão de Deus, as divisões continuaram acontecendo. Logo no


capítulo 13, Abrão se separa de Ló. No capítulo 27, os filhos de Isaque, Esaú e Jacó de separam.
Jacó também presencia uma divisão na sua família, principalmente a de José.
Porém, após o reino unido e de paz no governo de Salomão, houve a maior divisão de
todas: Israel e Judá. Formou-se assim, os reinos de Judá ao sul, com sede em Jerusalém, e Israel
ao norte, com capital em Samaria. Houve muito derramamento de sangue nos conflitos entre
estes dois reinos.
Quando Jesus se manifestou, ainda era visível as rivalidades entre Samaria e Jerusalém,
além de outras dissenções como judeus messiânicos, fariseus, saduceus, escribas, zelotes,
essênios, herodianos, gnósticos, publicanos etc.

DIVISÃO NA IGREJA
A primeira divisão na Igreja (primitiva) foi a tensão ocorrida na polarização entre judeus
messiânicos de língua hebraica em Israel e os imigrantes e convertidos ao judaísmo cristão de
língua grega: “houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles
estavam sendo esquecidas na distribuição diária” (Atos 6:1). Felizmente, os apóstolos trataram
com graça este caso.
A Igreja primitiva também teve sua unidade ameaçada na igreja de Corinto. Paulo tratou
esta divisão como inaceitável, em 1 Coríntios 1:10-18. Ainda, em 1 Coríntios 3:1-9, Paulo voltou
a falar sobre dissenções alegando que quem faz isto são cristãos carnais.
No terceiro século consumou-se a separação entre os líderes gentios da igreja e as
congregações dos judeus messiânicos. A Igreja assumiu a cultura greco-romana, e com a
atmosfera antijudaica em todo Império Romano, foi desaparecendo o componente judaico na
Igreja.
Todavia, as duas divisões mais marcantes da igreja foram:
1) Em 1054, conhecida como o “Cisma do Oriente”, que foi a divisão da Igreja Católica,
chefiada pelo papa em Roma, da Igreja chefiada pelo patriarca em Constantinopla (antiga
Bizâncio, atual Istambul), conhecida hoje como Igreja Ortodoxa;
2) Em 1517, a Reforma Protestante encabeçada por Martinho Lutero, que publicou suas
95 Teses em 31/10 deste ano, na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg (Alemanha),
protestando contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica Romana, propondo uma
reforma.

OS PREJUÍZOS DA DIVISÃO DA IGREJA


A história da Igreja mostra muito derramamento de sangue entre cristãos; irmãos
matando irmãos em nome de Cristo. O que Cristo propôs como forma de vida não guarda
relação com o que a sociedade cristã apresenta hoje. A Igreja é o sal que salgou, mas que
também perdeu muito de seu sabor.

Um em Cristo 14
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Quando Jesus fala que “o reino de Deus está entre nós”, pressupõe a unidade a qualquer
preço. De acordo com Mateus 5:39-42, não cabe violência entre cristãos, mesmo que seja para
se defender dela.
Um dos maiores erros da Igreja, embora pouco admitido, porque os homens convivem
muito bem com ele, é a divisão ou a falta de unidade. Já assistimos muitas vezes a cristãos
morrerem por causa das mais diversas doutrinas. Em muitos casos, essa defesa pela doutrina
atropelou a unidade. Considerar a unidade significa perda, pois ela implica aceitar aquilo que
não está dentro de nós e, consequentemente, qualquer concessão a ser feita resultará numa
redução da liberdade própria. Infelizmente a história da Igreja tem sido também a história da
divisão.
Para usar a expressão de Watchman Nee, o “cristianismo organizado” tornou-se uma
“máquina de produzir divisões em série” numa velocidade cada vez maior. Parece que cada
denominação traz em si o gene da divisão, transmitido de geração em geração.
O mundo cristão, como já vimos, a princípio se dividiu entre romanos e orientais; depois,
entre católicos e protestantes; entre pentecostais e conservadores, carismáticos e tradicionais;
e assim por diante. Se há algo bom nisso é o fato de que, quanto mais proliferam as
denominações, mais elas perdem a importância – bebem do seu próprio veneno!

DIVISÃO É IR CONTRA CRISTO


A divisão intenta diretamente contra a oração de Jesus, registrada em João 17: “Para que
todos sejam um, como eu e tu, ó Pai, somos um para que o mundo creia”. Se dar realidade à
oração feita de acordo com a vontade de Deus é uma ação do Espírito Santo, podemos concluir
que impedir a sua concretização é uma ação de Satanás, conforme podemos observar em Daniel
10. Assim, cada vez que agimos impedindo que a unidade dos cristãos pedida por Jesus se
realize, estamos a serviço de Satanás. Isto é forte, mas é verdade.
Quando Pedro foi repreendido por Jesus ao tentar demovê-lo da intenção de morrer na
cruz (Mateus 16:23), ficou claro que ele estava cogitando das coisas dos homens a serviço de
Satanás. Esta situação é muito exemplificada na questão da unidade: são intenções humanas –
às vezes boas - a serviço de Satanás. Creio que Pedro não tinha consciência desta gravidade,
como também não a tem a maioria dos cristãos. Mesmo quem admite falhar com a unidade,
pensa tratar-se de uma deficiência humana, apenas uma carnalidade sem grande importância.
Paul E. Billheimer, em seu livro O Amor Cobre Tudo, expõe que de nada adianta acertar na
doutrina e errar no espírito. A inerrância bíblica não é mais importante que o espírito correto.
E mais, diz ele, o pecado contra a unidade é o mais nefasto deles para a Igreja. Quando a
doutrina se torna mais forte que o relacionamento, que a importância da família cristã,
passamos a dividir nações, ao invés de atender o nosso chamado de discipular nações.

JESUS NÃO É POLÍGAMO


Unidade não é um ecumenismo, resultado de uma convenção política entre instituições
baseado no que um pode fazer pelo outro. A unidade não é entre instituições, entre

Um em Cristo 15
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

denominações, entre igrejas, mas sim entre irmãos, entre pessoas que creem no mesmo
Senhor, no mesmo Espírito. A unidade, como se referiu Dietrich Bonhoeffer, está “no que Cristo
fez por ambos”, no que ele fez por nós.
Não podemos nos conformar como que impossibilitados de fazer algo, como que se isso
fosse um destino inexorável e a oração de Jesus ficasse sem resposta, ou adiada para se cumprir
somente após a morte do último cristão. Ora, o fato é que Jesus tem apenas um Corpo e irá ter
apenas uma Noiva, uma Esposa. Jesus não é polígamo, muito embora seja esse conceito que se
passa quando cada um prepara apenas a sua noiva particular.
Precisamos reconhecer o erro e admiti-lo! Não encobrir com explicações, por mais
teológicas que sejam, aprendendo com a história para não repetir os caminhos errados. Estas
coisas precisam ser iniciativas do coração de cada um.
Portanto, é necessário restabelecer que a Igreja interessa a Deus e está aqui para atender
aos propósitos Dele. Os benefícios obtidos por servir a Deus, inclusive a salvação, são apenas
consequências. Se isto é verdade, é incorreta a atitude de “procurar a melhor igreja, aquela à
qual eu melhor me adapto”, pois com isso estou buscando aquilo que é melhor para mim, o
meu conforto, e não preocupado com o reino de Deus.

O QUE PODEMOS FAZER


Mudar de igreja pode ser uma atitude que depõe contra a unidade, pois ao rejeitar uma
em favor de outra, estou contribuindo para a ideia de que há algumas melhores que outras e
que elas são concorrentes e independentes, isto é, não fazem parte de um mesmo organismo.
Nestes casos, o correto seria ficar onde estou e lutar para suprir aquilo que julgo ser deficiente,
e não buscar aquela que não precisa desta colaboração. Sem contar que, ao favorecer uma em
detrimento de outra, eu me coloco na posição de juiz, pois isso, do ponto de vista humano, é
um mero juízo de valores. Como posso considerar uma denominação melhor que outra –
algumas até a ponto de não possibilitar a comunhão com os irmãos –, se Deus mantém
comunhão com irmãos de ambas?
Deus, ao criar o homem, não fez da unidade um acessório, mas uma questão principal.
Além de desfrutar da unidade com Deus, também faz parte do plano Dele que os homens
desfrutem da unidade entre si. Daí Deus não ter criado dois seres, nem mesmo dois corpos, mas
um só. “Se andarmos na luz como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros e o
sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo o pecado.” (1 João 1.6). O pecado age diretamente
contra essa unidade, e fora da unidade com Deus não há vida, portanto, há morte. Lúcifer se
separou de Deus, o homem também fez o mesmo, estando sob condenação mortal.
Por outro lado, Deus insiste na restauração dessa unidade, em dar vida novamente ao
homem. Lutar pela unidade causa sofrimento e o próprio Deus não se poupou desse sofrimento.
Quão difícil foi para Jesus aprender humanamente a obediência pelo sofrimento e, através dele,
se aperfeiçoar, para aperfeiçoar a outros. Jesus sofreu os sofrimentos físicos que culminaram
na sua morte de cruz, sem um momento sequer desobedecer ao Pai. Sofreu ainda as
consequências de nossa morte no inferno, tudo por causa de nossos pecados.

Um em Cristo 16
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Também foi muito angustiante ao Pai virar o rosto e abandonar o seu Filho à morte de
cruz. Tudo para restituir-nos a unidade. Ele nos deu de graça, tornando-se exemplo para
seguirmos em favor da manutenção da nossa comunhão com aqueles pelos quais pagou este
alto preço. Então, a unidade entre os filhos alegra Deus, pois torna compensador o sacrifício do
seu Primogênito.

UM FATO CONCRETO
Relato de uma das maiores vergonhas da divisão da Igreja
A Basílica do Santo Sepulcro é um templo cristão localizado no chamado ‘quarteirão
cristão’ na cidade velha de Jerusalém. Segunda a tradição (João 19:41-42), Jesus teria sido
crucificado, sepultado e ressuscitado neste lugar. Portanto, é um dos lugares mais sagrados da
cristandade. Este pequeno espaço é administrado entre as igrejas Católica Romana, Católica
Ortodoxa, Ortodoxa Copta, Ortodoxa Siríaca e a Ortodoxa Etíope.
Porém, há constantes brigas entre os administradores que dividem uma parte (poucos
metros quadrados) para cada um. As brigas não são só litúrgicas (cada um faz um culto
diferente, simultaneamente, às três horas da tarde, na hora da morte de Cristo), mas de gestão
de espaço. Pela mídia constata-se que já houve muitas brigas entre eles por motivos banais. Por
exemplo:
• 08/2002 – Onze pessoas foram hospitalizadas. Motivo: um cristão Copta moveu sua
cadeira para buscar sombra e houve indignação;
• 2008 – Os cristãos Ortodoxos Armênios e Gregos têm rancores entre si e enfrentam-
se com socos (a polícia israelense precisou intervir);
• Por várias vezes já brigaram com vassoura quando estão varrendo o chão. Etc.
É muito triste pensar que no lugar onde seria o buraco que a cruz de Cristo foi cravada,
morrendo para fôssemos um, temos o maior exemplo de divisão dos cristãos.

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ORAÇÃO COLETIVA1
Bendize, ó minha alma, ao Senhor. Deus meu, Tu és Magnificentíssimo e estás vestido de
glória e majestade.
Ó meu Deus, assim como Israel, depois de 40 anos perambulando pelo deserto, ao chegar
ao rio Jordão não sabia o caminho certo a percorrer, assim somos nós em relação à
Unidade do Corpo de Cristo.
Porém, o Senhor determinou que eles atravessassem o rio e seguissem a Arca da Aliança
que os sacerdotes levitas conduziam. A Arca era a Tua própria presença, ó Deus.
Senhor, não sabemos como dar passos práticos em direção à Unidade, mas temos plena
convicção de que essa obra é do Espírito Santo. Jesus disse que o Espírito nos ensinaria
todas as coisas e nos faria lembrar de tudo quando o Senhor disse.
O Senhor garantiu, por meio do Teu Filho, que o Consolador ficaria conosco para sempre,
que nós O identificaríamos e que Ele habitaria em nós. Mais ainda, que Ele falaria a
respeito de Ti e que nós iríamos discernir entre o Espírito da verdade e o espírito do erro.
O Teu Espírito, ó Deus, nos guia por toda a verdade porque Ele fala o que ouviu de Ti. Ele
é a nossa “Arca” hoje. Ele vai à nossa frente e nos ensina esse novo caminho que devemos
percorrer. Em nome de Jesus. Amém.

1No Anexo 1 deste Curso colocamos a oração que foi feita em 01/10/2017, na Câmara de Vereadores
de Jundiaí-SP, por ocasião do Ato Público de Purificação de Memória dos 500 Anos da Reforma
Protestante.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

QUADRO ILUSTRATIVO

População Mundial

Cristãos

Muçulmanos

PERCENTUAIS DE CRISTÃOS PERCENTUAIS DE MUÇULMANOS


1.900 35% 1.900 12%
2.015 33% 2.015 23%
2.050 36% 2.050 28%
Praticamente 2/3 do mundo não conhece Jesus como Senhor e Salvador!
O que fazer para mudar este quadro, segundo a oração de Jesus em João 17.21-23?
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE INDIVIDUAL

Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) Podemos dizer que uma das razões de termos em torno de 50 mil denominações cristãs
(divisões em série) se deve porque os reformadores, que ensinaram tanto a Graça, após a
Reforma Luterana, não aprenderam a perdoar aqueles que tinham diferenças doutrinárias;
2) ( ) A igreja sempre precisará de Reforma. A Reforma normalmente é do Espírito Santo,
porém, a divisão é do Diabo.
3) ( ) Algumas de nossas divisões não são apenas desnecessárias, mas também uma ofensa a
Deus e um empecilho para a propagação do Evangelho. Apenas um terço da população
mundial crê que Jesus Cristo foi enviado pelo Pai. A divisão é responsável por tanta gente
desconhecer o enviado do Pai.
4) ( ) Diabo (diabolôs em grego = aquele que divide) é o grande e único responsável pela queda
do homem e, consequentemente, pela separação do homem de Deus.
5) ( ) A Unidade do Corpo de Cristo vai acontecer quando as lideranças das grandes religiões
cristãs se unirem e fizerem acordos no qual haja um único líder aqui na Terra com a
reponsabilidade de guiar o rebanho cristão.
6) ( ) Podemos dizer que a divisão entre os cristãos tem, pelo menos, três efeitos ruins: a) ela
é uma ferida e dilacera o Corpo do Senhor; b) é um escândalo, pois tira o crédito do
evangelho; c) é um pecado e, todas as vezes que a aceitamos passivamente, estamos
consentido com a mesma.
7) ( ) Divisão é o pecado mais nefasto da Igreja.

Assinale a alternativa correta:


1) A primeira divisão foi:
(a) A Reforma Protestante;
(b) Israel e Gentios;
(c) Lúcifer e seus anjos;
(d) NDA.
2) A segunda divisão foi:
(a) Entre o homem e a mulher;
(b) Entre as Igrejas do Oriente e do Ocidente;
(c) Entre pais e filhos;
(d) NDA.
Um em Cristo 20
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

3) A maior divisão entre Israel e Judá ocorreu:


(a) Quando Abrão se separou de Ló;
(b) Quando Jacó se separou de Isaque;
(c) Quando Davi fugiu de Saul;
(d) NDA.
4) A separação entre os líderes gentios da igreja e as congregações dos judeus messiânicos
ocorreu:
(a) Quando a igreja de Corinto não acolheu as orientações de Paulo;
(b) Em 1054, com o Cisma do Oriente;
(c) No terceiro século;
(d) NDA.
5) “O Reino de Deus está entre nós”. O que Jesus quis dizer com isso?
(a) Que devemos trazer este Reino a qualquer custo, mesmo se for preciso guerrear;
(b) Que a unidade deve ser buscada sempre, mas sem violência;
(c) Que toda a estrutura celestial havia se mudado para a terra;
(d) NDA.
6) O maior erro da Igreja é:
(a) A criação de novas Comunidades;
(b) A organização estrutural;
(c) A divisão ou falta de unidade;
(d) NDA.
7) Quando agimos impedindo que a unidade dos cristãos se realize, estamos:
(a) Defendendo a Igreja das obras do Diabo;
(b) Agindo a serviço de Satanás;
(c) Sendo fiéis à nossa Comunidade;
(d) NDA.
8) Unidade é:
(a) A união de todas as igrejas cristãs;
(b) A união entre os cristãos e os ateus;
(c) A prática de todos os credos de forma indistinta:
(d) NDA.
9) Uma forma de cooperar com a Unidade é:
(a) Amar os irmãos de denominações diferentes da nossa;
(b) Frequentar a igreja que melhor se adapta às nossas crenças;
(c) Realizar encontros e eventos entre irmãos que pensam como nós;
(d) NDA.
Um em Cristo 21
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

10) Faz parte do plano de Deus:


(a) Que todos que não pensem da mesma forma recebam a condenação eterna;
(b) Que haja unidade entre Seus filhos;
(c) Que, na volta de Jesus, ele junte todas as religiões em uma única;
(d) NDA.

QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.

VERDADEIRAS OU FALSAS TESTES


1) 1)
2) 2)
3) 3)
4) 4)
5) 5)
6) 6)
7) 7)
8)
9)
10)

Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________

Um em Cristo 22
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Todas as vezes que iniciamos um projeto gostamos de orar e jejuar. É lógico que a oração
de todos é importante. Porém, neste caso, queremos sugerir um jejum diferente de uma
semana.
Normalmente, o jejum se refere à privação ou redução de comida por um tempo. Porém,
em Isaías 58:6-7, Deus fala de um jejum que Lhe agrada - libertar os oprimidos, repartir o pão
aos necessitados, socorrer os parentes etc.
Que tal pensarmos num jejum que nos prepare melhor para a unidade do Corpo de Cristo?
Um jejum de aquietar nossa alma contra julgamentos, ciúmes, críticas, presunções,
partidarismos, vaidades, carnalidades e outras atitudes que levam à divisão?
Para tanto, todas às vezes que formos falar, pensar, meditar ou ter qualquer disposição
egoísta neste sentido, vamos lembrar à nossa alma: “Opa! Estou em jejum contra qualquer
disposição que me leve à divisão. Aquieta, minha alma, em nome de Jesus Cristo, para eu apenas
amar meus irmãos, embora eles sejam e façam diferentes de mim.”
Quando houver pensamentos contrários (pois Satanás age na nossa mente), diga:
“Declaro, em nome de Jesus, que este pensamento não é meu. Repreendo em nome de Jesus
Cristo.” (Aplanar o caminho do Senhor significa mudanças no nosso interior, na nossa mente).
Você deverá notar quantas vezes estará tendo esses pensamentos ou atitudes e “educar”
a sua alma para perseverar na unidade do Espírito pelo vínculo da paz (Efésios 4:3).
No início da próxima reunião, cada um (em no máximo 2 minutos) poderá compartilhar
o que aconteceu nesta atividade.

Um em Cristo 23
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

LEITURAS ADICIONAIS

As leituras adicionais ajudam os participantes deste curso a compreenderem melhor a lição


em foco.

• Acesse o site www.umemcristojundiai.com.br


• Clique no link: CURSO DE UNIDADE, LEITURAS ADICIONAIS:
o Lição 01 – Leituras Adicionais (1) e (2)
(Visualizar o conteúdo completo)
• Clique no link: CURSO DE UNIDADE, LINKS:
o Vídeo: O herege

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ANOTAÇÕES

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LIÇÃO 02
A TRÊS DIMENSÕES DA MORTE DE CRISTO
E A UNIDADE DO CORPO
Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. (João Batista, em João 1:29)

ISRAEL E A IGREJA
O ministério de João Batista começa com o Israel (de Deus) dividido, com heresias,
hipocrisias principalmente por parte dos seus líderes (fariseus, escribas), sem frutos de
arrependimento, mas com muita soberba, dizendo-se da descendência de Abraão (sem praticar
as obras de Abraão), orgulhosos do seu templo e de Jerusalém como a capital religiosa mundial
do Deus único. Sua mensagem era para o arrependimento, anunciando que o reino dos céus
estava chegando. O profeta Isaias (40:3) anunciou este ministério como uma voz que clamaria
no deserto preparando o caminho do Senhor, endireitando suas veredas.
Assim como Israel era a verdadeira religião, assim é hoje o Cristianismo. Da mesma
forma como Israel estava despreparado para receber a (primeira) vinda do Messias, a Igreja
cristã está despreparada para receber a segunda vinda de Cristo. O grande propósito de Deus é
preparar uma noiva para Seu Filho. Esta noiva existe (é a Igreja), porém, ela está totalmente
desarrumada para receber seu noivo. Uma irmã teve uma visão da igreja como “uma roda de
pessoas, sem dar as mãos, de costa uns para os outros, em posição de abandonar a roda,
focando o seu próprio projeto de igreja, seu templo, sua doutrina, suas particularidades.
Assim como o primeiro ministério de João Batista não foi milagres, sinais e maravilhas,
este segundo ministério, também, a princípio, não vai seguir esta linha, embora cremos que,
para a volta de Jesus, haverá grandes sinais. Assim, seremos uma voz que clama, encoraja,
profetiza, anuncia que Deus quer que sejamos UM, uma “grande roda”, todos de mãos dadas,
olhando para o centro, para o coração do evangelho: Jesus Cristo. Ao olharmos para Jesus,
consequentemente, pela postura da “roda”, estaremos olhando uns para os outros com olhos
de perdão e amor. Mas, para que isto aconteça, precisamos buscar o Arrependimento.

Um em Cristo 27
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

OS PECADOS E A SOLUÇÃO DE DEUS


Deus nos criou com uma dupla natureza. Do pó da terra Ele criou uma natureza material,
um corpo físico para o homem. Em seguida, Ele assoprou nas narinas desse homem o Seu
Espírito, o fôlego da vida, dando-lhe uma natureza espiritual. Mas, com a queda, essas duas
naturezas foram igualmente afetadas. A sua alma espiritual se tornou iníqua, pecadora,
corrompida pelo pecado e o seu corpo se tornou corruptível, exposto às doenças e à morte.
Vemos nas Escrituras que antes da queda não havia nada disso, pois o homem vivia em
comunhão íntima e direta com o seu Criador.
Todavia, a iniquidade trouxe uma terceira consequência nefasta (Gênesis 3) para a
humanidade: a divisão na família, a inimizade, a inveja, o ódio, o desamor. O primeiro problema
no casamento foi quando Adão acusou sua mulher pela queda: “a mulher que tu me deste por
esposa, ela me deu da árvore e eu comi”. A mulher também achou um culpado: “a serpente
me enganou e eu comi”. Mais tarde (Gênesis 4), por ciúme ou inveja, contemplamos o primeiro
homicídio: Caim matou Abel. A partir daí Caim se tornou um fugitivo errante, amedrontado.
Felizmente, ambas as naturezas foram tratadas e restauradas pela redenção de Cristo
(sua morte e ressurreição). Jesus tratou também na cruz dos nossos problemas de
relacionamento, de inimizade, de divisão. O problema é que muitas vezes tentamos tratar essas
situações de forma natural. Mas, os problemas da queda só podem ser contra-atacados,
enfrentados, através de uma força espiritual maior e não meramente pelo tratamento natural
como principal recurso. Ou seja, utilizando a natureza divina de Jesus Cristo através de Sua
revelação.

AS TRÊS DIMENSÕES TRATADAS NA CRUZ


O profeta Isaías (capítulo 53), aproximadamente 700 anos antes de Cristo, teve uma
visão profética da crucificação de Jesus e a descreveu com tanta riqueza de detalhes que era
como se ele estivesse presente nos Evangelhos:
(4) Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores
levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. (5) Mas ele
foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo
que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. (6) Todos
nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o
Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós.)
No verso 4, Jesus trata da restauração da nossa natureza física (dores e enfermidades)
e, no verso 5, da restauração da nossa natureza espiritual (transgressões e iniquidades). A
expressão “o castigo que nos traz a paz” significa Jesus tirando a nossa culpa espiritual, e a
palavra “pisaduras” ou ferimentos significa ele trazendo cura ao nosso corpo físico. No verso 6,
ele trata de ovelhas perdidas (desviadas), cada uma seguindo seu próprio caminho. A proposta
aqui é reunir essas ovelhas e lhes dar uma direção única, como um só rebanho, como está
escrito em João 10:16 e 11:52. O próprio Jesus disse que todo reino dividido contra si mesmo é
devastado; que toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá (Mateus 12:25).

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

1º Benefício – Restauração ou Salvação Espiritual


Ser “traspassado” significa ser atravessado de um lado ao outro. Sabemos que Jesus foi
furado em suas mãos e pés pelos pregos na cruz. Foram as nossas maldades que fizeram isso
com ele. Ser “moído” significa ser consumido, despedaçado pelo sofrimento, pelas iniquidades
ou perversidades (corrupção). A Bíblia diz que todos nós pecamos e fomos destituídos da graça
de Deus (Romanos 3:23).
Podemos afirmar que foram os nossos pecados que levaram Jesus à cruz. Mas você já
tentou quantificar esses pecados? Quantos pecados já cometeu que proporcionaram a ida de
Jesus à cruz? Será que mil, ou muito mais? É interessante pensar em termos numéricos, pois
isso nos ajuda a ter parâmetros e assimilar de forma mais intensa esse sacrifício feito para
restaurar as nossas vidas.
Quantos pecados cometemos?
Pense um pouco em Davi – será que você teve mais ou menos pecados que ele? Ele
cometeu graves pecados, mas era chamado de “o homem segundo o coração de Deus” (1
Samuel 13:14; Atos 13:22). Então, com certeza você (nós) tinha e tem muito mais pecados do
que ele, principalmente porque o próprio Deus resolveu chamar a Jesus, Seu próprio filho, de
“o filho de Davi” (Marcos 12:35). No entanto, no Salmos 40, verso 12, Davi falou:
Não têm conta os males que me cercam; as minhas iniquidades me alcançaram, tantas,
que me impedem a vista; são mais numerosas que os cabelos de minha cabeça, e o
coração me desfalece.
Ou seja, ele diz que são tantas as suas iniquidades que ele não consegue sequer levantar
sua cabeça, e que seu coração chega a desfalecer, desanimar. Diz, inclusive, que seus pecados
são mais numerosos que os cabelos da sua cabeça – e isso pode ser um parâmetro para nós. Se
pesquisarmos na internet, uma pessoa de 25 anos de idade tem, em média, 150 mil fios de
cabelo. Se levarmos isso ao pé da letra, Davi está dizendo que tinha muito mais iniquidades do
que esse número. Agora, se apenas por curiosidade fizermos um cálculo matemático “por
baixo”, constataremos que 100 pessoas nessa faixa etária contabilizam 15 milhões de pecados!
Multiplique isso pela população mundial e pelo tempo de história da humanidade e terá um
número absurdamente imenso de pecados que conduziram Jesus à cruz! Com esses parâmetros
podemos entender um pouco a grandeza desse seu ato por nós.
Isso é importante, porque temos a tendência de, após nossa conversão, achar que não
éramos “tão ruins” como vários criminosos, corruptos, malfeitores etc. que conhecemos.
Quando ouvimos alguns testemunhos de pessoas que se converteram, até nos admiramos da
“quantidade de pecados que tinham”, como se fossemos muito melhores do que eles. Mas não
é assim. Às vezes disciplinamos nossos filhos por causa de um erro ou pecado que eles
cometeram, mas, compare ao que aconteceu com Jesus. Como pôde o filho perfeito de Deus,
sem pecado, assumir tudo isso? Por isso, temos de comemorar com muita alegria e vibração o
que Cristo fez na cruz por nós.

2º Benefício – Restauração ou Cura Física


Entendendo e crendo no que Cristo fez em relação à nossa natureza espiritual, descrito
no verso 5, voltamos ao verso 4 que trata da restauração que ele propiciou ao nosso corpo
Um em Cristo 29
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

físico, natural. Será que cremos em ambos da mesma forma? Infelizmente não, pois os tratamos
com pesos distintos. É necessário entendermos que, pelo seu sacrifício na cruz, Jesus trouxe
solução plena para todas as nossas misérias e necessidades. Foi para isso que ele veio. Esse é o
prazer de Deus: resolver todos os nossos problemas na pessoa e obra de Jesus Cristo. Ele é a
solução para tudo em nossas vidas, seja no aspecto espiritual, financeiro, familiar, emocional
ou físico.
As causas das doenças, crises, misérias e sofrimentos humanos têm suas origens na
queda do homem. Podemos afirmar que as doenças do corpo não têm causa ou origem natural,
mas espiritual, justamente porque passaram a existir somente após a queda do homem. Porém,
na maioria das vezes, as tratamos como causas naturais.
A Palavra de Deus diz: “Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras
do diabo” (1 João 3:8). As doenças fazem parte do “pacote” de obras do Diabo e, pela sua morte
e ressurreição, Jesus desfez todas essas obras. O homem tem sua parte de culpa, mas o Diabo
é o causador inicial de tudo. Então, assim como com o pecado, Jesus veio para contra-atacar as
doenças que também fazem parte dessas obras malignas. Um exemplo é a cura de uma mulher
que Satanás trazia presa há 18 anos (Lucas 13:16). Pedro nos ensina que “Deus ungiu a Jesus
de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude, o qual andou fazendo o bem e curando a todos
os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (Atos 10:38).
Quando pecamos, não conseguimos resolver isso procurando psicólogos ou psiquiatras
– somente a cruz pode resolver. No entanto, quando estamos doentes fisicamente procuramos
ajuda em médicos e remédios como o nosso “plano A”. Ou seja, não agimos da mesma forma.
Se entendermos que a doença física também tem sua origem no pecado, iremos buscar a cura
em Cristo, pois somente ele poderá tratar e curar; mas temos a tendência de permanecer em
uma área de conforto onde é mais fácil buscar a solução em remédios e médicos. Parece até
que deixamos esse verso 4 de Isaías 53 esquecido no tempo. Não somos contra médicos e
remédios, mas somos contra simplesmente desconsiderar a obra completa que Jesus fez na cruz
por nós. Médicos podem ser tratados como o “plano B”.
Cura de doenças no Evangelho
Certa vez, eu estava com um problema de saúde e, muito chateado e falando com Deus
sobre isso, ouvi uma voz me dizendo: “É justo uma pessoa pagar a mesma conta duas vezes?”
Como não entendi na hora, comecei a meditar sobre o que isso poderia significar e, finalmente,
percebi que era uma revelação. Na verdade, fazemos isso com muita frequência – se Jesus já
pagou a nossa conta na cruz, se ele já levou nossas dores e enfermidades, por que continuamos
a pagar essa conta? No momento em que tivermos revelação, consciência desse fato, a nossa
vida passará a ser diferente, pois iremos usufruir com toda plenitude dos benefícios da cruz.
Esse fato marcou muito a minha vida, pois eu cri e fui curado. Mas, mesmo assim, não
comecei a exercitar isso todas as vezes em que ficava doente, porque vivemos em um sistema
onde somos envolvidos com inúmeras dificuldades e a nossa fé tende a desfalecer. Nos
distraímos como muitas coisas e essa revelação vai se perdendo com o tempo.
Quando pecamos, olhamos para a cruz e, em confissão e arrependimento, cremos que
recebemos o perdão do Senhor, pois acreditamos que a cruz é suficiente para perdoar nossos
pecados. Mas o mesmo não acontece quando estamos enfermos. Ora, será que a profecia de

Um em Cristo 30
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Isaías era válida somente para os nossos pecados e não para as nossas doenças? Não é isso que
o Novo Testamento nos revela:
Chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e ele meramente com a
palavra expeliu os espíritos e curou todos os que estavam doentes; para que se
cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Ele mesmo tomou as nossas
enfermidades e carregou com as nossas doenças. (Mateus 8:16,17)
Nós cremos que no final dos tempos haverá um grande evangelismo mundial seguido de
curas, sinais e milagres. Hoje as pessoas vivem oprimidas, doentes, sofrendo nas mãos do Diabo.
O mundo está carente, precisando de pessoas que ousem crer no que Jesus fez na cruz e, nos
últimos dias, Deus atrairá pessoas para o evangelho mediante sinais e maravilhas, confirmando
Sua Palavra (Atos 2:43,47; Marcos 16:15-18). O que precisamos hoje é crer que esse poder e
autoridade já nos foi dado, liberado.

3º Benefício – Sermos parte da Família de Deus


Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho,
mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. (Isaías 53:6)
Jesus morreu para atrair de volta as ovelhas que estavam dispersas, afastadas, para que
ele se tornasse o único Pai e Pastor sobre elas. Ele não morreu apenas para nos salvar e curar,
mas também para nos reunir em uma grande família. Ele quer que tenhamos uma vida
comunitária, que amemos os irmãos, que vivamos em unidade – um só Corpo, uma única e
grande família que reinará com Ele por toda a eternidade:
...e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos,
porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda
tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e
reinarão sobre a terra. (Apocalipse 5:9,10)
Jesus morreu para sermos UM e ele ser o Pastor de um único rebanho. Hoje vivemos em
inúmeras divisões e, com isso, nos posicionamos contrários à cruz de Cristo. Ele já solucionou a
questão das divisões, mas não aceitamos essa solução e tomamos rumos diversos. Veja como o
Evangelho é claro que a morte de Jesus foi também para nos reunir num só corpo.
Caifás, porém, um dentre eles, sumo sacerdote naquele ano, advertiu-os, dizendo: Vós
nada sabeis, nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo e
que não venha a perecer toda a nação. Ora, ele não disse isto de si mesmo; mas, sendo
sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus estava para morrer pela nação e
não somente pela nação, mas também para reunir em um só corpo os filhos de Deus,
que andam dispersos. (João 11:49-52)
João está explicando que Jesus morreu pelos nossos pecados; no entanto, não adianta
ter pecados perdoados se o propósito de sermos uma família única, unida não se cumprir. Jesus
morreu para unir os que estavam dispersos, mas estamos nos dividindo cada vez mais. Veja
como o apóstolo Paulo descreve esta realidade:
Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo
sangue de Cristo. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado

Um em Cristo 31
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

a parede (muro) da separação que estava no meio, a inimizade, aboliu, na sua carne,
a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si
mesmo, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliasse ambos em um só corpo com
Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade. (Efésios 2:13-16)
Devemos ser UM não no sentido de congregar todos juntos, mas de discernir o Corpo de
Cristo, de entender que muitos são diferentes de nós, mas também são igualmente aceitos por
Deus. E, se são aceitos, quem somos nós para rejeitá-los? Se a cruz os aceitou, se a cruz nos
uniu, quem somos nós para julgar, criticar, condenar, discriminar, dividir? Na cruz Jesus levou
sobre si as iniquidades das divisões e dispersões que existem na Igreja hoje e que já existiram
ao longo da história. Quando o véu do templo foi rasgado de alto a baixo, passamos a ter
comunhão com Deus (relacionamento na vertical). Quando o muro que separava os judeus dos
gentios ao redor do templo caiu, passamos a ter comunhão uns com os outros (relacionamento
na horizontal.
Usando um irmão, Deus deu uma palavra profética para Sua igreja durante a maior
concentração ecumênica já ocorrida na busca de unidade (Kansas City, Missouri/EUA, 1977),
onde havia mais de 50 mil pessoas de muitas denominações cristãs diferentes reunidas. Por
cinco vezes a palavra profética disse: “O corpo do meu filho está partido!”2 Ora, se Jesus já foi
partido, já foi moído, não podemos fazer isso novamente!
Assim, é muito importante e necessário entendermos e vivermos esses benefícios da
cruz de Cristo, confiando que é uma obra completa e que não precisamos mais continuar
vivendo da forma como estamos hoje. O sangue de Jesus na cruz foi derramado para a nossa
salvação espiritual, cura física e unidade em um só Corpo.
Não podemos nos restringir em ensinar o evangelho e orar pela cura apenas daqueles
que pensam igual a nós. Quando discriminamos pessoas estamos indo contra a cruz de Cristo.
Mas, quando temos uma atitude de amor e unidade, estamos honrando a cruz de Cristo,
valorizando seu sangue derramado e nos apropriando de todos os seus benefícios. Isso nos dará
forças, nos tornará sadios na fé.

O CORAÇÃO DO EVANGELHO
Todas as confissões cristãs, ao “sentar-se à mesa” para a comunhão (ceia, eucaristia,
etc.), lembram que estão fazendo isto em memória da morte de Jesus (Lucas 22:19). Mas este
memorial do corpo e sangue de Cristo pode não ter a intensidade que deveria. Por exemplo,
podemos olhar para mártires que morreram como Estevão, Tiradentes e outros. A morte de
Jesus, no entanto, não foi um ‘trágico acidente’ sem nenhuma diferença da morte de outros
homens bons, condenados injustamente. Mas, sem dúvida, foi a morte mais terrível, mais
pavorosa, mais angustiante; foi a mais temida provação que alguém passou no universo.
Se nós não ligarmos o sacrifício de Jesus com a palavra PROPICIAÇÃO (que aparece
quatro vezes no Novo Testamento: Romanos 3:21-26; Hebreus 2:17; 1 João 2:1-2 e 4:8-10),
corremos o risco de simplificar a morte mais violenta e cruel infligida a uma pessoa em toda
história da humanidade.

2 Veja no Anexo 2 a profecia completa.


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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

J. I. Packer no seu livro O Conhecimento de Deus, trata o amor redentor e a misericórdia


propiciatória de Cristo como o “coração do Evangelho”. Este entendimento nos leva a entrar no
âmago mais profundo da obra redentora de Jesus Cristo e nos impele ao exercício da nossa fé
com muito mais eficácia nestes três âmbitos da morte de Cristo na cruz.
A ideia de propiciação é acalmar a ira de Deus por meio de oferendas. Isto era comum
no Velho Testamento. Packer explica que expiação (termo muito usado por nós) é a metade de
propiciação. Expiação é uma ação que tem o pecado como seu objeto; denota a cobertura, o
afastamento ou a extinção do pecado, de modo que ele não mais se constitui numa barreira a
uma comunhão amigável entre o homem e Deus.
Na Bíblia, entretanto, a propiciação denota tudo o que a expiação abrange e mais a
pacificação da ira de Deus. A ira de Deus não é uma raiva caprichosa, arbitrária, geniosa, mas é
a Sua “santa repulsa contra aquilo que está em contradição com Sua santidade”. É a repulsa
contra o pecado: “porque do céu se manifesta ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça
dos homens ...” (Romanos 1:18). Veja também Romanos 2:5; 3:5; 9:22.

NENHUM HOMEM TEMEU TANTO A MORTE COMO JESUS


Ainda que Jesus Cristo por muitas vezes anunciou sua morte, observamos que no
Getsêmani ele começou a ter pavor e angustiar-se (Marcos 14), dizendo: “a minha alma está
profundamente triste... passe de mim este cálice, contudo, não seja o que eu quero, e sim o
que tu queres”. Jesus prostrou-se em terra (não ajoelhou, mas se lançou ao chão em uma
postura de súplica).
Em Lucas 22, este mesmo fato é narrado dizendo que sua agonia era tanta que o seu
suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra, e que veio um anjo do céu para o
confortar. Um médico francês disse a esse respeito: “Debaixo de agonia profunda, finos
capilares nas glândulas sudoríparas podem se romper, misturando assim o sangue com o suor.
Este processo causa fraqueza, choque e hipotermia”. Isso ocorreu devido à sua angústia e temor
pelo sofrimento e pela cruz que teria de enfrentar.
Como podemos explicar que um mártir como Estevão enfrentou a morte com alegria, e
Jesus parecia estar em pânico, totalmente apavorado? É que Jesus iria tomar sobre si, na cruz,
o peso dos pecados do mundo todo, consentindo em ser, como realmente foi, “contado entre
os transgressores”, e o pior, seria, como ele mesmo disse, “desamparado por Deus”. O pavor
sem igual da sua morte estava no fato de ter provado no Calvário a ira de Deus que nos era
devida, fazendo-se propiciação pelos nossos pecados.
Na visão profética de Isaías 53, Jesus não tinha aparência nem formosura (a ponto das
pessoas esconderem o rosto e não poder contemplá-lo). “Ele era desprezado, rejeitado, aflito,
ferido de Deus, oprimido, humilhado, traspassado, moído pelas nossas iniquidades. Ao Senhor
agradou moê-lo, fazendo-o enfermar.”
Ainda, segundo J. I. Packer, na cruz Jesus perdeu tudo o que ele possuía antes de bom:
consciência da presença e do amor do Pai; consciência física, mental e espiritual de bem-estar;
gozo de Deus das coisas criadas; alegria e consolo da companhia do Pai – todas essas coisas lhe
foram tiradas. Em seu lugar não havia mais nada a não ser solidão, dor, consciência penosa da

Um em Cristo 33
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

malícia e maldade humanas, o horror da mais completa escuridão espiritual. A dor física,
embora grande, não passava de uma pequena parte da história; o maior sofrimento de Jesus
era mental e espiritual, uma agonia intensa de seis horas, de tal forma que cada minuto era uma
eternidade em si mesmo, como somente os que já sofreram mentalmente pode avaliar.

UM FATO CONCRETO
O fato de Jesus ter se manifestado em carne, sem dúvida, trouxe uma aparente
separação na Trindade. Deus se fez homem para salvar a humanidade. Porém, a intimidade, a
comunhão do Filho aqui na terra com o Pai sempre foi intensa, como podemos ver nos capítulos
14 a 17 de João.
Você pode imaginar, porém, que na cruz, num certo sentido, a Unidade Trinitária (Pai,
Filho e Espírito Santo) foi comprometida para nos unir como família? A Trindade é eterna; ela
nunca foi ameaçada; nunca suas partes experimentaram uma separação. No entanto, na
crucificação houve um momento crítico. Mais do que isto, uma das partes da Trindade suportou
a ira divina para destruir a inimizade por intermédio da cruz, ao ponto de dizer: “Deus meu,
Deus meu...” (não Pai meu), “...porque me desamparaste?”.
Jesus suportou na sua carne toda a inimizade e derrubou o muro que separava seus
filhos. Que amor é este? É difícil entendermos isto, “mas Deus estava em Cristo reconciliando
consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados, e pôs em nós uma palavra de
reconciliação” (2 Coríntios 5:19). Em outras palavras, a dor do Filho desprezado era a dor do
Pai. Para que tudo isto? Para que nós, também, sejamos ministros da reconciliação, isto é, de
reatar amizades, restaurar harmonia entre as pessoas.
Eu creio que neste momento da crise da Trindade nós fomos enxertados nela! Para fazer
um enxerto numa planta, temos de “machucar” o tronco da planta onde faremos o enxerto,
cortando, raspando para unir as duas partes. Agora, então, estamos enxertados na Trindade
(João 17:21).
Como você acha que Deus vê aquele que despreza o Filho de Deus e profana (trata com
irreverência, ofende) o sangue da aliança (Hebreus 10:29)? Este mesmo verso citado fala em
ultrajar o Espírito da Graça. Não seria bom nos arrependermos pelas nossas divisões para isto
não se tornar um pecado deliberado, voluntário, depois de termos recebido o pleno
conhecimento da verdade (Hebreus 10:26)? Será que não é momento de orarmos com
arrependimento, sentados, ou em pé, ou de joelhos, ou prostrados, como Jesus fez?

ORAÇÃO COLETIVA
Pai nosso que estás nos céus, em Jesus Cristo o Senhor solucionou todos os nossos
problemas na cruz: nossa alma corrompida, nossa iniquidade, as nossas doenças do
corpo, as nossas inimizades, as nossas divisões, os nossos ódios.
Fomos redimidos, curados, salvos, justificados e santificados na obra completa e plena
do Nosso Senhor Jesus Cristo.

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Nele fomos salvos e nele o Senhor criou a Tua família na Terra, derramando sobre nós o
Teu amor através do Espírito Santo.
Em Jesus Cristo, o Senhor nos perdoou e nos ensinou a perdoar para a nossa salvação
total. Por tudo isso Te somos gratos. Amém.

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

QUADRO ILUSTRATIVO

Um em Cristo 36
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE INDIVIDUAL

Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) Nas religiões pagãs, um modo de negociar com os deuses era manipulá-los e, portanto,
já se usava a ideia de propiciação para aplacar a ira celestial;
2) ( ) Podemos dizer que um evangelho que não tenha como centro a propiciação é outro
evangelho, diferente daquele pregado por Paulo (Gálatas 1:8);
3) ( ) Nisto consiste o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos
amou, e enviou Seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.
4) ( ) A ira de Deus contra nós, tanto agora como no futuro, foi satisfeita através da morte de
Cristo na cruz. O sangue, a morte sacrificial de Cristo, aboliu a ira de Deus contra nós e
assegurou-nos de que Seu tratamento para conosco será sempre propício e favorável;
5) ( ) A doutrina da propiciação é precisamente essa, que Deus amou tanto os objetos de Sua
ira que deu Seu próprio Filho com a finalidade de, pelo seu sangue, proporcionar a remoção
desta ira;
6) ( ) O sangue no Velho testamento é uma palavra que indica a morte violenta infligida a um
animal por ocasião do sacrifício da Velha Aliança. Porém, esta prática nunca foi ensinada por
Deus;
7) ( ) Jesus morreu por todos (2 Coríntios 5:15). Assim, a ira de Deus não alcançará os homens
que não reconheceram Jesus, que detêm a verdade pela injustiça (Romanos 1:18).

Assinale a alternativa correta


1) A morte de cruz de Jesus solucionou:
(a) Todos os nossos pecados foram perdoados, mas não podemos pecar mais;
(b) Os pecados e as enfermidades e, por isto, ninguém mais fica doente;
(c) Os pecados, as enfermidades e as divisões, pois o propósito também foi de reunir os
filhos de Deus dispersos;
(d) NDA.
2) Jesus veio para destruir as obras do Diabo:
(a) Agora estamos livres das tentações de todos os problemas;
(b) Por um tempo ainda o Diabo poderá agir, mas foi dada autoridade para a Igreja sobre
ele;
(c) O Diabo, vendo-se derrotado, está enfraquecido e não age mais com tanta ira;
(d) NDA.

Um em Cristo 37
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

3) Propiciação significa:
(a) Aplacar a ira divina e perdão dos pecados;
(b) Cobrir os pecados do mundo sem pacificar a ira divina;
(c) É sinônimo de expiação;
(...) NDA.
4) Os problemas da queda do homem podem ser enfrentados:
(a) Com recursos naturais, através da medicina, psicologia etc.;
(b) Com recursos naturais e às vezes espirituais;
(c) Com recursos espirituais, usufruindo da religiosidade popular, como benzimento,
simpatia etc.;
(d) NDA.
5) O “castigo que nos traz a paz ...” significa:
(a) Jesus foi punido no nosso lugar e não precisamos mais ter um sentimento de culpa;
(b) Nós precisamos ser castigados para sentir paz;
(c) Devemos sacrificar animais no nosso lugar para sentir paz;
(d) NDA.
6) As pisaduras de Jesus significam:
(a) Vestígio ou sinal de pisadas;
(b) Lesões produzidas na crucificação;
(c) Chagas, feridas nas costas com sangramento;
(d) NDA.
7) “Moído” pelas nossas iniquidades significa:
(a) Consumido pelo sofrimento, despedaçado;
(b) O sofrimento com a coroa de espinhos;
(c) Triturado até ser reduzido a pó;
(d) NDA.
8) Na sua carne, desfez a inimizade (Efésios 2:15):
(a) Pela cruz ele reconciliou pessoas inimigas;
(b) Neste caso se refere só à inimizade entre o homem e Deus;
(c) Já que ele desfez a inimizade, não há mais problema existir divisão na igreja;
(d) NDA.
9) O Evangelho da paz trazido por Jesus:
(a) Implica exclusivamente na reconciliação do homem com Deus;
(b) Foi para nos tornar família de Deus, tendo acesso ao Pai em um mesmo Espírito;
(c) Foi para não haver mais guerra entre as nações;
(d) NDA.
Um em Cristo 38
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

10) Segundo Efésios 2:16, na cruz foram mortas:


(a) Nossas diferenças;
(b) Nossas opiniões;
(c) Nossas inimizades;
(d) NDA.

QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.

VERDADEIRAS OU FALSAS TESTES


1) 1)
2) 2)
3) 3)
4) 4)
5) 5)
6) 6)
7) 7)
8)
9)
10)

Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Esta lição nos ensina que Jesus, nossa propiciação, morreu pelos nossos pecados para
nos purificar de toda injustiça e abolir a ira divina contra nós. Mostramos também que, nesta
morte de cruz, Jesus levou as nossas enfermidades (dores) e inimizades (para constituir uma só
família).
O texto de Isaías 53 nos ensina que, pelo sangue derramado em suas costas (pisaduras),
pelas suas chagas, feridas físicas, nós fomos curados.
Ao ler essas páginas (estudar), certamente nossa fé é aumentada. Considerando que o
sangue, a morte sacrificial de Cristo aboliu a ira de Deus contra nós e assegurou-nos de que seu
tratamento para conosco será sempre propício e favorável, podemos pela fé fazer uma
experiência, um desafio:
Se você tiver uma enfermidade, ore para ser curado, liberto. Lembre-se de que Jesus já
levou esta enfermidade. Lembre-se de que ele curou a todos (Mateus 8:16-17), para que se
cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías: “Ele mesmo tomou nossas enfermidades e
carregou com as nossas doenças.”
Confesse essas verdades e declare-se curado por elas. Se você não tiver uma doença
(glória a Deus), trabalhe com um irmão, parente ou amigo que tenha, levando a ele (a) essa
experiência maravilhosa, pois, “pelas suas pisaduras fomos curados.”
O Evangelista John Lake, no inicio do século 19, desenvolveu um grande ministério de
cura. Na “Escola de Cura” que ele criou, a prova final era cada aluno saísse na rua e não voltasse
para as aulas enquanto não curassem alguém.
No início da próxima reunião, cada um (em no máximo 2 minutos) poderá compartilhar
o que aconteceu nesta atividade.

Um em Cristo 40
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

LEITURAS ADICIONAIS

As leituras adicionais ajudam os participantes deste curso a compreenderem melhor a lição


em foco.

• Acesse o site www.umemcristojundiai.com.br


• Clique no link: CURSO DE UNIDADE, LEITURAS ADICIONAIS:
o Lição 02 – Leituras Adicionais (1) e (2)
(Visualizar o Conteúdo Completo)

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ANOTAÇÕES

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LIÇÃO 03
A GRAÇA EXTRAVAGANTE

O amigo do noivo se regozija estar ali (presente), e o escuta, e se alegra muito quando
ouve a voz dele. (João Batista, em João 3:29b)

O PRIMEIRO ANUNCIO DO NOIVO


João Batista foi o primeiro, no Novo Testamento, a ter revelação de Jesus como noivo.
Ele diz que num casamento, o noivo é aquele a quem a noiva pertence. No verso 30 de João 3,
ele diz que “convém que ele cresça e eu diminua”, isto é, “o noivo tem de ficar mais importante
e eu desaparecer, pois eu sou apenas aquele que anuncia e se delicia na presença dele”. Nosso
propósito é desfrutar da presença de Jesus e anunciar que ele está voltando para consolidar
plenamente esta união. Porém, temos de fazer isto quase no anonimato, sem qualquer
destaque para nós. Todos vamos ter a revelação da obra completa de Deus, sem a nossa
participação. Não fizemos nada para este casamento. Deus cuidou de preparar todos os
detalhes.
A segunda revelação do Noivo vem das próprias palavras de Jesus para os discípulos de
João Batista, em Mateus 9:14-15: “Podem, acaso, estar tristes os convidados para o casamento
enquanto o noivo está com eles? Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo, e nesses
dias há de jejuar”. Ou seja, depois da morte dele, seus seguidores vão jejuar em sinal de tristeza.
Porém, nós estamos nas vésperas do noivo voltar para o casamento. A tristeza se transformará
em alegria e, neste “ministério atual de João Batista”, estaremos anunciando que o Noivo que
nos foi tirado está sendo “devolvido” para consumar o casamento e Deus Pai está cuidando de
tudo (o noivo também aparece no Velho Testamento, em Isaías 62:2-5 e Oséias 2:16-25).
Na primeira lição mostramos uma noiva despreparada para o casamento. Na segunda
lição vimos como Deus Pai nos torna propícios, favoráveis, nos reconciliando com Ele para
casarmos com o Seu Filho. Nesta terceira lição vamos ver que o Pai cuida 100% de todos os
detalhes para estarmos com Ele para sempre.

A GRAÇA NOS LEVA A AMAR MAIS JESUS


Quanto mais nos aproximamos do final dos tempos, mais necessidade e desejo temos
de experimentar da presença de Jesus, mais sede e fome temos de tocar nas vestes dele, assim
como aquela mulher com fluxo de sangue. Mas sempre nos perguntamos: como podemos
experimentar essa presença de forma mais profunda, além da forma tradicional a que estamos
acostumados? Entendo que a única maneira é nos relacionar com Ele através de sua
extravagante Graça.

Um em Cristo 43
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Um dos temas mais importantes nas Escrituras é a Graça. Geralmente a definimos como
“favor imerecido”, uma dádiva ou presente de Deus para podermos ser salvos e conduzirmos
nossa vida cristã, pois, sem a mesma, seria impossível permanecermos firmes nessa caminhada.
Houve uma linha divisória muito importante para as nossas vidas quando Jesus veio ao
mundo: “Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio
de Jesus Cristo” (João 1.17). A rigidez da Lei foi substituída plenamente pelo perdão amoroso
da graça de Jesus Cristo. Não que não precisemos mais cumprir a Lei de Deus, mas com a graça,
tudo ficou mais leve: “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os Seus mandamentos,
e os seus mandamentos não são pesados” (1 João 5:3). O autor da carta aos Hebreus mostra
que, com a graça, cumpriremos a Lei: “Ora, este é o pacto que farei com a casa de Israel, depois
daqueles dias, diz o Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as
escreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.” (Hebreus 8:10).
J. I. Parcker define a Graça como “o amor de Deus agindo em favor dos homens que
merecem exatamente o oposto desse amor”. Graça significa Deus movendo céus e terras para
salvar os pecadores que não poderiam erguer um dedo sequer para a sua salvação. Graça
significa Deus enviando Seu Filho para descer ao inferno da cruz, para que os culpados
pudessem ser reconciliados com Deus e recebidos no céu: “Aquele que não conheceu pecado,
se fez pecado por nós, para que Nele fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5:21).

SE É GRAÇA, JÁ NÃO É OBRAS


O apóstolo Paulo nos deu uma revelação estarrecedora: “...e estando nós mortos em
nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, – pela graça sois salvos (...) Porque pela
graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não de obras, para
que ninguém se glorie”. (Efésios 2.5,8 e 9)
A salvação pela graça vem 100% de Deus. Nem mesmo a fé que declaramos em Jesus
quando nele cremos veio de nós, mas, sim, do próprio Senhor. Isso porque Ele não quer que
haja nenhuma obra humana nesse processo, que não tenhamos uma mínima parte sequer de
glória pessoal, de que fizemos alguma coisa para conquistar a nossa salvação. Em Romanos 11:6
a Palavra nos ensina: “... se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é
graça”.”
Por meio da Graça foi restaurada a comunhão do homem com Deus. Por meio do perdão
dos nossos pecados podemos viver em comunhão com Deus em Jesus. Por outro lado, a Graça
renova a nossa natureza tornando-nos mais aptos para a prática do amor, do perdão, de não
julgarmos os outros (pois Deus nos amou sendo nós Seus inimigos). Só entendendo a Graça
podermos viver em unidade na diversidade.
A Graça, portanto, leva-nos a um conhecimento mais profundo de Deus, uma comunhão
mais constante com Ele e a sermos misericordiosos com todos aqueles que, como nós, são
objetos de tão grande amor do Pai. A Graça de Deus conduz os pecadores, salvos pela própria
Graça, para cada vez mais próximos de Si e também de seus irmãos em Cristo.

Um em Cristo 44
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

JESUS MANIFESTANDO A GRAÇA


Encontramos um exemplo poderoso dessa Graça na história da mulher pecadora que
ungiu os pés de Jesus:
Convidou-o um dos fariseus para que fosse jantar com ele. Jesus, entrando na casa do
fariseu, tomou lugar à mesa. E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que
ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento; e,
estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os
enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o unguento. Ao
ver isto, o fariseu que o convidara disse consigo mesmo: Se este fora profeta, bem
saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora. Dirigiu-se Jesus ao
fariseu e lhe disse: Simão, uma coisa tenho a dizer-te. Ele respondeu: Dize-a, Mestre.
Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro,
cinquenta. Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual
deles, portanto, o amará mais? Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a quem
mais perdoou. Replicou-lhe: Julgaste bem. E, voltando-se para a mulher, disse a Simão:
Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; esta, porém,
regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Não me deste
ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés. Não me ungiste
a cabeça com óleo, mas esta, com bálsamo, ungiu os meus pés. Por isso, te digo:
perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem
pouco se perdoa, pouco ama. Então, disse à mulher: Perdoados são os teus pecados.
Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este que até
perdoa pecados? Mas Jesus disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz. (Lucas
7.36-50)
Existe outra história semelhante a essa em Mateus 26, Marcos 14 e João 12, só que com
a pessoa de Maria, irmã de Lázaro, que teve a mesma atitude dessa mulher pecadora acima.
Portanto, esse é um texto ímpar da Palavra de Deus.
O verso 38 diz que a mulher veio por detrás de Jesus e derramou nos pés dele seu
preciosíssimo perfume, enxugando-os depois com seus cabelos. Imaginamos, conforme a
cultura da época, que havia uma mesa muito baixa e todos se inclinavam em frente à mesma,
apoiando seus corpos com um braço e se alimentando com o outro. Então, quando essa mulher
entrou de forma desapercebida, Jesus não a viu, senão apenas quando ele sentiu que ela
derramara o unguento sobre seus pés.

A IGREJA RELIGIOSA E A IGREJA QUEBRANTADA


Nos versos 44 a 46, Jesus recrimina esse Simão fariseu pela sua atitude crítica em relação
à mulher, dizendo-lhe que ele não fez as coisas que ela fez: “...não me deste água para os pés
...não me deste ósculo ...não me ungiste a cabeça com óleo...”. Esse homem, no entanto, tinha
várias virtudes. Ele era fariseu e, portanto, deve ter enfrentado muitas resistências e críticas da
parte dos demais fariseus e sacerdotes por ter se aproximado de Jesus. Outra coisa é que ele
convidou ou até mesmo implorou que Jesus fosse à sua casa para comer, preparou-lhe um
banquete e Jesus aceitou, entrando em sua casa. Penso que isso se assemelha muito aos nossos
Um em Cristo 45
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

comportamentos. Nós fazemos muitas coisas boas e certas, mas, às vezes, cometemos falhas,
como esse homem cometeu. Talvez podemos dizer que ele era um “crente fraco”, com atitudes
cristãs sem relevância se comparadas à atitude dessa mulher pecadora.
Podemos fazer uma analogia olhando hoje uma Igreja que vê Jesus como centro, como
Senhor, mas que está presa a excessivos cumprimentos de rituais, liturgias, legalismos, com
atitudes politicamente corretas, sem quebrantamento diante do Senhor. Não somos contra os
rituais, as liturgias etc., porém, a prática rotineira de certas atividades, ainda que falem de
Cristo, pode nos levar a um “endurecimento” de coração. Pode nos levar a uma igreja
“burocrática” , uma forma tradicional, isto é, aquilo que estamos acostumados.
Jesus afirma isto, por exemplo, dizendo: “este povo honra-me com os lábios, mas seu
coração está longe de mim” (Marcos 7:6). Em outra oportunidade, Jesus recrimina as pessoas
que o buscavam somente porque comeram o pão e ficaram satisfeitas, e não porque
entenderam os milagres que ele realizou (João 6:26), que não comeram do Pão da vida que
estava sendo dado ao mundo. Jesus conhece o nosso coração (João 2:23-25) e sabe quando
somos íntimos dele ou não.
Temos, então, três personagens nessa história acima: Jesus, Simão e a mulher pecadora.
Qual a diferença entre eles? Simão entendia que a sua dívida para com Jesus era pequena, algo
que, com um pouco de esforço, ele conseguiria pagar. Esse era o entendimento farisaico da Lei,
não obstante ela afirmar: “Nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, ou dar a
Deus o resgate dele (pois a redenção da sua alma é caríssima, e cessará para sempre)” (Salmo
49.7,8). Então, Simão não conhecia, não sabia, não havia experimentado o que era a Graça. Por
isso, apesar dele ter alguns procedimentos cristãos aprováveis, ele amava pouco a Jesus. Os
fatos com a mulher pecadora nos ajudarão a ver melhor o que é a Igreja quebrantada.

OLHAR A NOSSA CONDIÇÃO


Paulo, na sua carta aos Romanos, relata nossa condição antes de experimentarmos a
graça de Deus que nos foi concedida por meio de Cristo Jesus:
Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus;
todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem
um sequer (...) pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados
gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus. (Romanos
3.10-12,23,24)
Todos estamos debaixo da mesma condenação, não há um justo sequer, só que cada um
tem formas diferentes de entender qual o tamanho da sua dívida. Simão devia pensar que para
ele era mais fácil receber o perdão, afinal, aquela mulher era uma prostituta, repudiada na
cidade por todas as outras mulheres. Já a mulher, entendia que sua dívida era imensa,
praticamente impagável. No entanto, ela sabia que o Messias haveria de vir, teve uma convicção
muito grande que este era Jesus e, então, teve essa forte atitude de reconhecimento e
arrependimento dos seus pecados diante dele. Colocando em termos financeiros, a título de
ilustração, provavelmente Simão acreditava ter uma dívida de R$ 50.000 junto a Deus, e esta
mulher, de R$ 500.000. De quanto você acredita ser sua dívida junto ao Senhor? Isso é algo que
cada um tem de sentir dentro de si.
Um em Cristo 46
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Certa vez, ouvi um testemunho de uma jovem que dizia: “Graças a Deus, porque desde
pequena eu conheci o Senhor e não fiz o que as outras adolescentes da minha idade fizeram.
Eu não entrei por esse mundo de pecados, de imoralidades e, por isso, hoje me considero limpa,
santa.” Ora, isso é maravilhoso e nosso desejo é que todos sejamos assim. Mas, qual era o
tamanho da dívida dessa jovem? 50 mil ou 500 mil? Com certeza de 50 mil, porque ela não
experimentou a enorme medida da Graça do Pai (pelo menos por aquele testemunho; pode ter
havido outras realidades em sua vida que a tenham levado a experimentar a Graça).

EXPERIMENTANDO O GRANDE PERDÃO DE DEUS


Uma das maiores dificuldades que temos na vida é entender o tamanho da nossa dívida,
entender a realidade do céu e do inferno. A mulher do texto de Lucas 7 reconhecia que era uma
grande pecadora, que tinha uma dívida impagável e que não havia saída para ela. Ela não tinha
identidade, endereço, futuro e, ainda por cima, vivia a pior condição que uma mulher poderia
viver: era uma prostituta. No entanto, ela teve uma atitude inusitada, quebrou um “protocolo”
muito grande: ela entrou em um ambiente exclusivo para homens, quebrou as normas sociais
e religiosas vigentes e tocou em Jesus. Sua atitude foi de não se conter, de se rebelar contra os
ritos, cerimônias e tradições para poder afirmar sua imensa dívida de gratidão e amor a Jesus.
Ela compreendia o tamanho da sua dívida e rompeu com todas as barreiras e preconceitos para
alcançar seu perdão. Ela se deixou ser alcançada pela poderosa e maravilhosa Graça de Jesus!
Acredito que, após as palavras de Jesus: “Perdoados são os teus pecados”, ela não sentiu
mais nenhuma condenação sobre sua vida. Agora ela estava perdoada, limpa, santa, pura,
restaurada pela graça; não precisava mais pensar e se preocupar com sua vida pecaminosa;
entendeu a grandeza do perdão. O Messias havia chegado e, com ele, o fim da vergonha dela.
Em Mateus 21:31, Jesus diz que os publicanos (corruptos) e meretrizes entrarão adiante de
muitos no reino de Deus, pois têm mais facilidade em reconhecer e admitir seus pecados.

DAVI EXPERIMENTOU A GRAÇA


Muitos homens e mulheres de Deus no Antigo Testamento experimentaram essa “graça
antecipada”. Um deles foi Davi. Ele tocou na Graça, embora não a tivesse experimentado na
mesma proporção que nós a experimentamos por meio de Jesus, porque o Espírito Santo ainda
não havia sido derramado.
Em 2 Samuel 6, Davi levou a Arca de volta a Jerusalém e o texto diz que ele “dançava
com todas as suas forças diante do Senhor; e estava cingido de uma estola sacerdotal de linho.
Assim, Davi, com todo o Israel, fez subir a arca do Senhor, com júbilo e ao som de trombetas.”
(vs. 14,15). Ele se despiu das suas vestes reais, rompeu com todas as tradições, desnudou-se
diante de todos, sendo, inclusive, repreendido por sua esposa por isso (v. 16). Sua atitude era
ridícula aos olhos humanos. Imagine o próprio rei entrando na cidade vestido apenas de uma
túnica (uma espécie de camisolão), gritando, saltando e cantando diante de todos!
Sabemos que aquela Arca simbolizava a presença de Deus, mas em nada se compara à
presença ressurreta, viva e gloriosa de Jesus que podemos desfrutar e adorar hoje. Ora, se Davi

Um em Cristo 47
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

estivesse em nosso meio hoje, qual não seria sua expressão de louvor e adoração, qual não seria
sua alegria e exaltação a Deus (talvez muitas vezes superior à nossa)?
Quando entendemos a Graça perdemos os “protocolos” em nosso relacionamento com
Deus. As normas e tradições acabam, as prioridades naturais desaparecem, nos soltamos
totalmente nos braços Dele. Às vezes, somos tão presos porque ainda não experimentamos a
real dimensão dessa Graça. Talvez, em nosso coração, nossa dívida seja apenas de 50 e não de
500. Se compreendêssemos isso nossa vida seria muito diferente. Davi disse:
Uma coisa peço ao SENHOR, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do SENHOR
todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR e meditar no seu
templo. (Salmo 27.4)
Ele já tinha a revelação de Jesus assentado à direita do Pai e, por isso, desejava morar
na Casa de Deus para contemplar por toda a eternidade a beleza a formosura do Senhor Jesus.
Davi entendeu a Graça!
Por entender a Graça, Davi praticava a Graça. Em 2 Samuel 9, ele descobre um herdeiro
de Saul, filho de Jônatas, aleijado dos dois pés, chamado Mefibosete. Davi usou de benevolência
com ele por causa da aliança que fez no passado com Jônatas: além de restituir as terras de
Saul, Mefibosete passou a comer todos os dias na mesa do rei. Assim também pode ser conosco.
Entendendo a graça e a aliança com Jesus Cristo, devemos amar e dar lugar no nosso coração
às pessoas que julgávamos “aleijadas” no conhecimento de Deus, “não tão santas como nós”.
São irmãos de outras igrejas (congregações) cristãs que também são objetos da graça remidora
pelo sangue de Jesus.

A MULHER SERIA CONHECIDA POR ONDE QUER QUE O EVANGELHO


FOSSE PREGADO
Em Mateus 26, lemos a história de Maria, irmã de Lázaro, que também ungiu a Jesus:
Ora, estando Jesus em Betânia, em casa de Simão, o leproso, aproximou-se dele uma
mulher, trazendo um vaso de alabastro cheio de precioso bálsamo, que lhe derramou
sobre a cabeça, estando ele à mesa. Vendo isto, indignaram-se os discípulos e
disseram: Para que este desperdício? Pois este perfume podia ser vendido por muito
dinheiro e dar-se aos pobres. Mas Jesus, sabendo disto, disse-lhes: Por que molestais
esta mulher? Ela praticou boa ação para comigo. Porque os pobres, sempre os tendes
convosco, mas a mim nem sempre me tendes; pois, derramando este perfume sobre o
meu corpo, ela o fez para o meu sepultamento. Em verdade vos digo: Onde for pregado
em todo o mundo este evangelho, será também contado o que ela fez, para memória
sua. (Mateus 26.6-13)
Esse perfume era uma essência caríssima, um “bálsamo precioso” como diz o texto. Era
uma espécie de poupança que as mulheres faziam para o caso de necessidades futuras. Quando
Maria quebrou o vaso e derramou a essência na cabeça de Jesus, os discípulos julgaram como
um grande desperdício essa atitude, pois ela poderia ter vendido por 300 moedas de prata (João
12.5), algo equivalente a quase um ano de trabalho. Judas vendeu Jesus por 30 moedas, ou seja,
aparentemente, o que ela fez foi dez vezes mais.

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Maria tinha uma vida aparentemente limpa, honesta, santa. No entanto, ela tinha uma
revelação do tamanho da sua pecaminosidade e da graça de Jesus. Ela fez um ato profético: o
preparou para o sepultamento. Horas depois, ao ser crucificado, essa essência ainda
permanecia no corpo de Jesus. Ele ficou das 9h da manhã às 12h da tarde debaixo de um sol
escaldante, suando, sangrando... Mas, à medida em que ele transpirava, aquele perfume
exalava do seu corpo alcançando as pessoas ao redor. Isso é amor, gratidão, graça. Das 12 horas
às 15 horas houve trevas, mas o perfume continuava exalando.
Jesus disse algo muito forte sobre essa atitude de Maria: “Onde for pregado em todo o
mundo este evangelho, será também contado o que ela fez, para memória sua”. O que ela fez
contou para sua memória. Hoje nós também estamos aqui para a memória de Jesus. Vivemos
para compreender a grandeza do seu perdão, da sua graça. Tudo é dele e para ele; nada é ou
provém de nós mesmos. Jesus, porém, abriu uma exceção ao dividir parte da sua glória com
essa mulher, dizendo que em todo o mundo seria proclamado o que ela havia feito.
Maria entendia perfeitamente o que estava fazendo, pois já havia experimentado da
graça de Jesus: “Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada
Marta, hospedou-o na sua casa. Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se
assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos... Jesus disse, pouco é necessário ou
mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada.” (Lucas
10.38-42)
Um relacionamento pela graça com Jesus envolve pelo menos duas coisas: 1) Quebrar
protocolos; 2) Desperdício. Tudo o que a mulher pecadora e Maria tinham, elas derramaram
sobre Jesus. Desperdício significa “esbanjamento, gasto exagerado, extravagância, perda”.
Apenas pessoas verdadeiramente apaixonadas por Jesus conseguem quebrar protocolos,
desperdiçar o que são, gastar o que têm, fazer extravagâncias por ele. São pessoas que
reconheceram que suas vidas não são nada sem a graça, glória, perdão, misericórdia, amor e
presença de Jesus.
Podemos perguntar: “Jesus, qual extravagância eu estou fazendo para ti? Que
protocolos tenho quebrado, que desperdícios tenho feito para o Senhor?” Normalmente somos
muito presos, como aqueles discípulos que repreenderam a atitude de Maria, e não nos
soltamos, não quebramos protocolos, não fazemos extravagâncias para Jesus. Por isso,
precisamos analisar nosso coração para ver se estamos entendendo o que é a Graça, o que é o
inferno ou lago de fogo, pois a Palavra diz que Deus “nos libertou do império das trevas e nos
transportou para o reino do Filho do Seu amor” (Colossenses 1.13). Isso significa que já
estávamos no lago de fogo – apenas não o tínhamos ainda experimentado na prática – mas
Jesus nos arrancou de lá!

VOLTAR AO PRIMEIRO AMOR


Muitas vezes somos semelhantes aos irmãos da igreja de Éfeso, que João fala em
Apocalipse:
Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes
suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram
apóstolos e não são, e os achaste mentirosos; e tens perseverança, e suportaste provas
Um em Cristo 49
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer. Tenho, porém, contra ti que
abandonaste o teu primeiro amor. (2:2-4)
Eles fizeram muitas coisas boas e agradáveis a Deus, mas se esqueceram do principal:
abandonaram o primeiro amor – Jesus, o centro de suas vidas (tornaram-se uma igreja
religiosa). Às vezes fazemos obras com ótimas intenções, servimos a igreja com nossos dons e
ministérios. No entanto, Jesus os advertiu dizendo: “Lembra-te, pois, de onde caíste,
arrepende-te e volta à prática das primeiras obras” (v. 5). Essas primeiras obras são aquelas
que experimentamos na nossa conversão: a admiração, a paixão por Jesus. Passávamos o dia
inteiro orando, meditando, contemplando, adorando o Senhor, buscando Sua presença, lendo
Sua Palavra, testemunhando a outros, agradecendo pela libertação do inferno e pela graça
redentora e transformadora que havia nos alcançado.
Precisamos, sim, fazer boas obras, mas se Jesus não for o centro, o Senhor de nossas
vidas, de nada elas servirão. Ele disse: “Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito
fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (João 15.5). Se não estivermos presos na Videira
Verdadeira recebendo a seiva diária de Jesus nossas obras serão nulas.

CONFESSAR PECADOS
Normalmente, imaginamos que as obras são esforços pessoais e nos preocupamos em
saber como vamos conseguir produzi-las. Mas “obras” significa estar ligado à Videira recebendo
da vida de Jesus e, então, produzir frutos. Frutos são automáticos, não requerem esforço, vêm
da própria seiva da Videira. Quando estamos ligados a Jesus nossas obras são frutíferas e
espontâneas, não requerem sacrifício próprio, assim como a árvore não se esforça para produzir
seus frutos. Temos, no entanto, uma facilidade enorme de querer fazer coisas com nossos
próprios esforços, mas isso não é viver pela Graça. Precisamos tirar da nossa mente a ideia de
que somos “bonzinhos”. Penso que esse é um dos maiores problemas dos cristãos. Paulo disse
que “onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Romanos 5.20). Ora, se nos julgarmos
bons, qual a finalidade da Graça em nossas vidas?
Observo, em muitas reuniões de orações, que passamos horas orando e quase ninguém
perde perdão pelos seus pecados. Mas se o próprio Jesus nos ensinou na oração do Pai Nosso
que devemos pedir perdão pelas nossas dívidas (e isso diariamente), se passarmos um dia sem
fazê-lo é porque alguma coisa está errada. Será que somos tão “bonzinhos” a ponto de não
termos pecados para serem perdoados? Não são muitos os que se ajoelham, choram, clamam,
confessam seus pecados e pedem perdão ao Senhor. O apóstolo João disse em sua epístola:
Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a
verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para
nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos
cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. (1 João 1.8-
10)
Tempos atrás eu estava muito arrasado, quebrado com algumas atitudes que eu tinha
tido. Caminhando, comecei a falar com o Senhor: “Jesus, você me abandonou! Não é possível
que eu, um servo teu, um pastor, possa ter esse tipo de atitude!” Então eu senti ele me dizendo:
“Que bom que você se acha assim, porque só desta maneira eu posso agir na sua vida, só assim
Um em Cristo 50
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

a minha graça pode agir na sua vida!” É claro que eu não quero pecar, luto diariamente contra
o pecado, mas ele não me assusta mais, porque Jesus resolveu o problema do pecado lá na cruz
por mim. Então, eu tenho convicção de que estou firme nele, preso à Videira. No entanto, se
alguma coisa está acontecendo é porque ele quer tratar comigo, é porque eu preciso aprender
alguma coisa. Não estou estimulando ninguém a pecar, mas João disse: “Filhinhos meus, estas
coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto
ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1 João 2.1).

VOCÊ SE CONSIDERA O PIOR DOS PECADORES?


Algo que às vezes nos deixa confusos é uma expressão do apóstolo Paulo: “Cristo Jesus
veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (1 Timóteo 1.15). Outra
versão bíblica diz “dos quais eu sou o pior”. Diante dessa frase, temos três alternativas:
a) Será que ele usou de falsa humildade? Porque às vezes nos colocamos nessa posição
de dizer que somos maus no intuito de tentar demonstrar humildade;
b) Será que ele realmente era o pior dos pecadores?
c) Será que ele realmente se sentia assim? Afinal, ele perseguiu e matou muitos cristãos
e, de repente, encontrou a Graça e percebeu o estado de miséria que vivia. Creio que essa é a
alternativa correta, essa era a realidade da sua vida. Ele disse “eu sou” – e isso não se referia ao
passado, mas ao presente.
Creio que Paulo aprendeu a conviver de tal modo com a santidade, grandeza, graça de
Deus que, a cada revelação que ele tinha, mas se sentia pecador e distante da realidade de um
verdadeiro seguidor de Cristo. Portanto, ele se sentia o pior dos pecadores.
Faço, então, a seguinte pergunta: será que eu e você nos sentimos assim também? Se
não nos sentimos pelo menos próximos disso, a nossa dívida é só de 50 mil! Não estamos
percebendo a beleza, a grandeza, a majestade da obra de Cristo, o valor do sangue dele
derramado em nosso favor. Assim, precisamos aprender a viver pela Graça!

ESTAR ENFERMA DE AMOR POR JESUS


Um exemplo de viver pela graça é da mulher Sulamita, do livro de Cantares de Salomão,
que buscava ansiosamente pelo seu noivo. A Igreja, como noiva de Jesus, deve buscar viver esse
mesmo tipo de relação com ele. Muitas mulheres na Bíblia foram elogiadas por Deus devido a
esse tipo de busca, de comportamento, de relação para com Ele, justamente porque elas
aprenderam a ser e agir como noivas. Ora, se não tivermos essa mesma atitude, como seremos
a noiva de Jesus?
Ouço a voz do meu amado; ei-lo aí galgando os montes, pulando sobre os outeiros. O
meu amado é semelhante ao gamo ou ao filho da gazela; eis que está detrás da nossa
parede, olhando pelas janelas, espreitando pelas grades. O meu amado fala e me diz:
Levanta-te, querida minha, formosa minha, e vem. (...) O meu amado é meu, e eu sou
dele; ele apascenta o seu rebanho entre os lírios. (...) O seu falar é muitíssimo doce;
sim, ele é totalmente desejável. Tal é o meu amado, tal, o meu esposo, ó filhas de

Um em Cristo 51
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Jerusalém. (...) Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu; ele pastoreia entre os
lírios. (...) Eu sou do meu amado, e ele tem saudades de mim. (Cantares 2.8-10,16; 5.16;
6.3; 7.10)
Devemos, como noiva, declarar o mesmo a Jesus: “Tu és o meu amado! Eu sou teu e tu
és meu!” Diz ainda o texto, que ela saiu à noite procurando seu amado. Os guardas a
encontraram, bateram nela, questionaram a quem ela buscava e ela lhes descreveu como ele
era: “O seu falar é muitíssimo doce; sim, ele é totalmente desejável. Tal é o meu amado, tal,
o meu esposo, ó filhas de Jerusalém.” (Cantares 5.6,7,10-16)
Ela disse às filhas de Jerusalém: “Se encontrardes o meu amado, que lhe direis? Que
desfaleço de amor.” (5.8). Relacionamento com Jesus é estar apaixonado, doente, desfalecendo
de amor por ele! Ora, se apenas pedimos coisas a ele, alguma coisa está errada em nosso
coração. Se pensamos em Jesus somente quando precisamos resolver nossos problemas, não
estamos tendo um noivado verdadeiro com ele. Não estamos demonstrando ser uma noiva
apaixonada, quebrando protocolos, desperdiçando tudo o que somos e temos por causa dele.

UM NOVO CORAÇÃO
Vi uma reportagem na TV sobre uma mulher que teve seu coração transplantado. O
repórter lhe perguntou: “Como a senhora está se sentindo agora?” Ela respondeu: “Eu estou
feliz, pois estou viva, mas também estou muito triste, porque alguém teve de morrer por isso.
Mas, enquanto esse coração pulsar, tiver vida, eu vou me lembrar que custou uma vida para
que eu tivesse vida. Cada batida que esse coração der, me lembrarei que custou o preço de uma
pessoa!” Essa é a verdadeira pregação do Evangelho!
Cantamos uma música que diz que Deus nos deu um novo coração, “um coração
regenerado pelo Pai”. A cada batida desse novo coração devemos nos lembrar que custou a
vida de Jesus, que há uma nova vida em nós, que o inferno não nos ameaça mais, que há
redenção, salvação, perdão, justificação, vida eterna para nós! A cada segundo devemos
agradecer, buscar e amar Jesus. Devemos procurá-lo ao amanhecer, ao entardecer, ao
anoitecer, na madrugada, nas esquinas, nas ruas, em casa, no trabalho, nos afazeres – e não
somente nas reuniões, na igreja. Temos de sentir saudades e desejo de Jesus em cada momento
do nosso dia a dia.
É interessante que Jesus é chamado de Cordeiro por 28 vezes no livro de Apocalipse,
aquele que “como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus
tosquiadores, ele não abriu a boca” (Isaías 53.7), mas que venceu e vive eternamente:
Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos,
cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares, proclamando em
grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e
sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor. Então, ouvi que toda criatura que há no
céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava
dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a
glória, e o domínio pelos séculos dos séculos. E os quatro seres viventes respondiam:
Amém! Também os anciãos prostraram-se e adoraram. (Apocalipse 5.11-14)

Um em Cristo 52
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Aleluias! Glórias ao Senhor! Que possamos, nesses dias que antecedem a gloriosa volta
de Jesus, aprendermos a nos relacionar com ele exclusivamente e totalmente pela Graça!

UM FATO CONCRETO
Quase sempre nos achamos “bons”, melhores que muita gente. Estamos mais para um
pecado de R$ 50 mil. Que tal orarmos juntos esta oração de arrependimento e fazermos isto
por toda esta semana? Claro, não precisa ser exatamente esta oração, mas ter a mesma
essência, conteúdo, significado:
Ó Senhor, ensina-nos a sermos apaixonados por Ti. Ensina-nos que a nossa dívida era de
500 mil e que a Tua Palavra diz que quem muito é perdoado, muito ama. Ensina-nos a
entender a grandeza do Teu perdão para que O amemos muito, para que oremos muito.
Senhor, nós carecemos de Ti, carecemos de tocar na Graça e sabemos que a Graça é a
pessoa de Jesus. Sem isso estamos perdidos e não podemos viver, pois não somos nada
sem Ti. Ensina-nos a experimentar Tua presença, a ouvir a Tua doce voz, a sentir o Teu
maravilhoso perfume. Ensina-nos a nos curvar diante da Tua majestade, pois a Tua
Palavra diz que todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Tu és o Senhor, mas
temos feito essas coisas apenas de aparência. Por isso, Senhor, ensina-nos a reconhecer
nossa fraqueza, a reconhecer nossos pecados, a conhecer a dimensão da Tua poderosa
Graça. Ensina-nos que somos pecadores, tira de nós qualquer presunção de que não
somos tão maus, de que não precisamos diariamente dessa Graça, da Tua presença.
Queremos entender que muito fomos perdoados e, por isso, muito vamos Te amar. Em
nome de Jesus Te pedimos e Te agradecemos. Amém!

ORAÇÃO COLETIVA
Bendito Tu sejas, Senhor, pela Tua benevolência em nos conceder Jesus, o Rei dos reis, o
nosso noivo, que se entregou por nós, que nos amou para sempre pela sua imensa Graça.
Tu, que nos destes a graça salvadora, Jesus, que reina contigo à Tua direita, também nos
concedeste o Teu Espírito Santo que recebemos depois de Jesus ter sido glorificado nos
céus.
Esse Consolador nos ensina todas as coisas e nos faz lembrar tudo o que Jesus disse. Nos
faz lembrar que Jesus orou a Ti pedindo a Unidade do Corpo para que o mundo creia.
Ao receber a virtude do Teu Espírito, nós no tornamos testemunhas em toda a Terra que
Jesus foi enviado por Ti, ó Pai, e que Nele somos um só Corpo, um só Espírito e temos um
só Senhor.
Assim, podemos proclamar em alto e bom som que a graça do Senhor Jesus Cristo, o
amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo têm sido conosco para sermos
instrumentos da busca da Unidade da Igreja. E, agindo assim, sabemos que o Espírito
Santo irá Se alegrar. Em nome de Jesus. Amém.

Um em Cristo 53
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

QUADRO ILUSTRATIVO

A GRAÇA E A LEI
Conta-se uma estória, que uma mulher se casou com um homem muito religioso e
exigente. Ainda que correto, ele não tinha misericórdia com a esposa. Estabelecia um
quadro de regras e as colocava na porta do quarto do casal, no banheiro, na cozinha
etc.
Quando a mulher não cumpria as leis do marido ela era punida. Com isto, ela vivia
infeliz, pressionada, insatisfeita. Mas um dia o marido morreu e aquelas leis não a
pressionavam mais. Ela estava livre da lei que a ligava ao marido (Romanos 7:1-3).
Esta mulher casou-se de novo, agora com um homem amoroso, misericordioso,
vivendo uma nova vida em relação ao passado. Tudo se fez novo para ela. Ela sentia
prazer em honrar o marido, era uma mulher realizada.
Uma vez, olhando as coisas antigas em um Baú, ela encontrou as 10 leis que seu antigo
marido exigia e que ela não conseguia cumprir. Para sua surpresa, ao ler estas regras,
constatou que estava cumprindo todas debaixo da cobertura do seu marido amoroso,
sem sacrifício, mas por amor.
Em Romanos 7:4, Paulo diz que o mesmo acontece conosco do ponto de vista da Lei,
pois nós já morremos e agora somos parte do Corpo de Cristo. Pertencemos a ele
agora que foi ressuscitado, para que possamos viver uma vida útil no serviço de Deus.
Nos dois versos seguintes, Paulo diz que quando vivíamos de acordo com a nossa
natureza humana, os maus desejos despertados pela lei agiam em todo o nosso ser e
nos levavam à morte. Porém, agora estamos livres da lei porque já morremos para
aquilo que nos mantinha prisioneiros.
Por isso, somos livres para servir a Deus, não da maneira antiga, obedecendo a lei
escrita, mas da maneira nova, obedecendo o Espírito de Deus.

Compare a lei (Antiga Aliança) com a graça (Nova Aliança) e medite como
está sendo a sua vida.

Um em Cristo 54
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE INDIVIDUAL

Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) Graça vem da palavra charis que significa “algo que delicia, traz alegria, um favor, algo
sem merecimento, um presente”;
2) ( ) Nós não merecíamos as dádivas de Deus, e nada que fizéssemos nos habilitaria a recebê-
las em retribuição, porém, deus no-las concedeu. Isto é Graça;
3) ( ) O Evangelho é um convite para descansar em Cristo, para receber a dádiva não merecida
que Deus nos concedeu no Filho. Nada existe nada que o homem possa fazer para ganhar a
salvação, nem no passado, nem no presente;
4) ( ) A mente carnal insiste em que o homem ganha a aceitação de Deus mediante
merecimentos;
5) ( ) Quando começamos a adicionar condições para recebimento da dádiva de Deus, sejam
quais forem as razões, estamos indo para um estilo de igreja religiosa e contra um estilo de
igreja quebrantada;
6) ( ) O corpo de verdades que proclama a revelação de Deus se chama boas novas, boas
notícias. É o anuncio de algo que aconteceu, mas ainda virão novas notícias por parte de
Deus para completar a nossa salvação;
7) ( ) Nada mais restou a homem a ser feito, exceto quando o pecado é muito grave; neste
caso, devemos fazer penitências.

Assinale a alternativa correta


1) A Graça é:
(a) Um favor merecido por nós e dado por Deus;
(b) Uma dádiva ou presente imerecido dado a nós por Deus;
(c) A lei judaica após a vinda de Jesus;
(d) NDA.
2) Por meio da Graça:
(a) A comunhão do homem com Deus foi restaurada;
(b) As obras humanas passaram a ter valor;
(c) Podemos perdoar os pecados das pessoas;
(d) NDA.

Um em Cristo 55
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

3) A igreja religiosa é aquela que:


(a) Busca e adora ao Senhor de todo coração;
(b) Vive em unidade com as demais congregações;
(c) É presa a rituais, liturgias e legalismos;
(d) NDA.
4) O reconhecimento de que somos devedores para com Deus deve nos levar a:
(a) Trabalhar mais para Ele;
(b) Descansar e não se preocupar com isso;
(c) Orar e jejuar mais;
(d) NDA.
5) Quando entendemos a Graça extravagante:
(a) Nos esforçamos para agradar ao Senhor;
(b) Lemos a Bíblia diariamente;
(c) Perdemos os protocolos em nosso relacionamento com Deus;
(d) NDA.
6) Quando Maria quebrou seu vaso de perfume na cabeça de Jesus, ela:
(a) Profetizou que ele morreria, mas ressuscitaria;
(b) Preparou Jesus para o sepultamento;
(c) Reconheceu posteriormente o desperdício que cometeu;
(d) NDA.
7) O que são “primeiras obras”?
(a) Aquelas que fazemos para obras de caridade;
(b) As que fazemos para a Igreja;
(c) As que experimentamos na nossa conversão;
(d) NDA.
8) Estando ligados a Jesus, a Videira, nossas obras:
(a) Exigirão um esforço, um trabalho extra;
(b) Serão reconhecidas pelas pessoas;
(c) Serão reconhecidas por Deus;
(d) NDA.
9) Quando Paulo disse que sentia “o pior dos pecadores”:
(a) Ele apresentou uma falsa humildade;
(b) Ele realmente era o pior dos pecadores da terra;
(c) Ele reconhecia seu estado de miséria e a graça de Jesus em sua vida;
(d) NDA.

Um em Cristo 56
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

10) Relacionar-se intimamente com Jesus é:


(a) Estar apaixonados, doentes de amor por ele;
(b) Apresentar a ele as nossas necessidades;
(c) Orar e estudar bastante a Bíblia;
(d) NDA.

QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.

VERDADEIRAS OU FALSAS TESTES


1) 1)
2) 2)
3) 3)
4) 4)
5) 5)
6) 6)
7) 7)
8)
9)
10)

Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________

Um em Cristo 57
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Que tal fazer um exercício de memorizar alguns versículos que evidenciam a graça
extravagante de Deus e que nos levem a ter atitudes idênticas para com as pessoas?
Memorizando esses versículos nós agiremos de forma diferente daqui para frente. Após decorar
e recitar várias vezes, tente tomar alguma iniciativa em coerência com essas palavras:
1) Mateus 5:44-45 – “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem, para que
sejais filhos de vosso Pai que estás nos céus. Ele faz que o sol se levante sobre maus e
bons, envia chuvas sobre os justos e os injustos.”
2) Lucas 6:35 – “Ao contrário, amai os vossos inimigos, fazei o bem, emprestai, sem nada
esperardes. Então será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo, porque ele
é benigno até para os ingratos e maus.”
No início da próxima reunião, cada um (em no máximo 2 minutos) poderá compartilhar
o que aconteceu nesta atividade.

Um em Cristo 58
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

LEITURAS ADICIONAIS

As leituras adicionais ajudam os participantes deste curso a compreenderem melhor a lição


em foco.

• Acesse o site www.umemcristojundiai.com.br


• Clique no link: CURSO DE UNIDADE, LEITURAS ADICIONAIS:
o Lição 03 – Leitura Adicional (1)
(Visualizar o Conteúdo Completo)
• Clique no Link: CURSO DE UNIDADE, LIVROS: Ontem, Hoje e Amanhã com Jesus
(Visualizar o Conteúdo Completo)
Leitura do Capítulo 5: A Mensagem Escandalosa da Graça de Deus

Um em Cristo 59
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ANOTAÇÕES

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

LIÇÃO 04
O PERDÃO NA UNIDADE DO CORPO

Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do SENHOR; endireitai no ermo


vereda a nosso Deus. Todo vale será aterrado, e nivelados todos os montes e outeiros;
o que é tortuoso será retificado, e os lugares escabrosos, aplanados. A glória do
SENHOR se manifestará, e toda a carne a verá, pois a boca do SENHOR o disse. (Isaías
40.3-5)

PREPARAR O CAMINHO PARA A VOLTA DE JESUS


Vemos, neste texto, uma ordem e uma promessa. A ordem é a de preparar o caminho
do Senhor; em seguida, vem a promessa do que sucederá se assim fizermos. No livro de Isaías,
às vezes o Senhor diz que ele mesmo preparará o caminho e, outras vezes, manda que nós o
preparemos.
Quando o caminho do Senhor for preparado, a promessa é que sua glória será manifesta
em nossa vida. O caminho do Senhor não é algo externo, físico, mas dentro de nós. Deve ser
aplainado e desimpedido, pois o Espírito Santo quer atuar livremente em nós e por meio de nós.
Entretanto, existem muitos obstáculos que impedem seu agir. Às vezes, ele mesmo os remove,
mas outras vezes manda que nós mesmos os tiremos.
O alvo final de Deus para a Igreja é que ela seja como uma grande orquestra de jazz, que
não dependa de fórmulas e regras, mas apenas da direção do grande Maestro. Quando o
caminho do Senhor for devidamente preparado em nosso coração, o Espírito Santo poderá
operar seus milagres de forma espontânea, criativa e rápida. Nosso coração não pode ter
empecilhos; precisa estar totalmente livre e desimpedido para que ele possa agir do jeito e na
hora que quiser.

RAIZ DE AMARGURA QUE DESATIVA A GRAÇA


Portanto levantai as mãos cansadas, e os joelhos vacilantes, e fazei veredas direitas
para os vossos pés, para que o que é manco não se desvie, antes seja curado. Segui a
paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor. (Hebreus 12.12-
14).
Sem santificação, ninguém verá o Senhor! Essa é uma afirmação terrível, pois não somos
santos e, por nossas forças, nunca o seremos. Entretanto, Deus não requererá de nós algo
impossível de se realizar. Se Ele vai exigir santidade, também nos dará a medida necessária de
graça para isso. "Esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de
Jesus Cristo" (1 Pedro 1.13).

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Essa graça abundante, prometida para os últimos dias, já está começando a ser
derramada. Nossa preocupação não deve ser esforçar-nos para nos santificar, mas discernir de
onde o Senhor está enviando essa graça e esperar inteiramente nela. A graça traz alegria,
motivação, força, santidade. Ela será derramada nos últimos dias em medida muito maior do
que em qualquer outra época da história da humanidade, pois o Senhor precisa de uma Igreja
santa que manifeste Jesus ao mundo.
Portanto, a questão é: o caminho do Senhor está desimpedido para que sua graça
chegue e o inunde? Você reconhece quando ela está presente? Ela está produzindo vida em
você? Você espera e depende totalmente dela? É importante ter esse entendimento, pois não
é possível ser santo seguindo regras. É somente pela graça de Deus que virá a santidade e, assim,
poderemos ver o Senhor.
Na sequência do texto de Hebreus 12, vemos que é possível ter a graça disponível sem,
porém, alcançar o coração: "... tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de
que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem"
(v.15). Muitos cristãos são salvos, mas estão travados, privados desta graça, pois algo a está
impedindo de chegar e fluir em sua vida. Não crescem na fé e não desenvolvem a vida em
santidade. Isso acontece quando mantêm vivos na memória os males e as ofensas reais ou
imaginários que outros lhes fizeram no passado; quando alimentam diariamente a amargura e
não se permitem perdoar.
Um sintoma disso é quando se fala mal de outros, pois a boca só fala daquilo que o
coração está cheio (Lc 6.45). Essa amargura cresce, alastra-se, contamina muitos, "seca" a graça
de Deus no coração e transforma-se num grande empecilho para a preparação do caminho do
Senhor.

O PROBLEMA DO “ASSIM COMO”


Dois livros são de fundamental importância para o entendimento desse assunto: Perdão
Total, de R.T. Kendall (Editora Urbana, Rio de Janeiro, 2011), e O Que os Cristãos Devem Saber
sobre a Importância do Perdão, de John Arnott (Editora Danprewan).
Arnott relata que, ao final de uma de suas preleções sobre o assunto, uma enfermeira o
procurou para contar sua história. Ela havia sido estuprada uns sete anos antes, tendo muitos
ossos quebrados e sofrendo dores horríveis como consequência. Ao ouvir a palavra, entendeu
que precisava perdoar àquele que lhe havia feito esse mal e pediu que Arnott orasse por ela.
Logo que começou a orar, ele escutou o barulho dos ossos daquela mulher encaixando-se em
seus devidos lugares. Ela foi curada naquela mesma hora após muitos anos de dores e
sofrimento.
O perdão cura! Faz mais bem ao que perdoa do que ao que é perdoado. Resulta em cura
física, emocional e espiritual, traz a alegria e a graça de Deus sobre nós.
Na oração do Pai Nosso, Jesus ensina os princípios que devem governar nossa vida para
que as orações sejam ouvidas e atendidas pelo Senhor. O que nos chama a atenção é que a
única frase que Ele ressalta após o término da oração está relacionada ao perdão:

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...e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos
devedores; [...] Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai
celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas],
tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas. (Mateus 6.12,14,15).
Jesus enfatiza que seremos perdoados na mesma medida com que perdoamos ("assim
como"). Ou seja, a maneira como agimos com os outros é exatamente a maneira como Deus
agirá conosco.

O PREÇO DA AUSÊNCIA DO PERDÃO


Kendall relata em seu livro o depoimento de um psiquiatra que afirma que 75% de seus
pacientes não precisariam de sua ajuda nem de remédios se aprendessem a perdoar; apenas
25% tinham problemas de causa realmente fisiológica. O grupo maior era de pessoas que
simplesmente não queriam ou não conseguiam perdoar e, por isso, viviam à base de remédios
fortes. A falta de perdão é, portanto, a causa de inúmeros problemas físicos e emocionais.
Pessoas que não perdoam vivem expressando suas mágoas, sendo consumidas
diariamente pelo ódio ou pela amargura. Mesmo que alguns ofensores até já tenham morrido,
continuam sendo alvos dessa amargura.
A Reforma Protestante foi tremendamente importante no sentido de restaurar a
verdade de que as pessoas são perdoadas não por obras, mas pela fé no único e suficiente
sacrifício de Jesus. Entretanto, os reformadores não ensinaram que esse perdão de Deus é
bloqueado quando não perdoamos aos outros. Essa lacuna deixou uma herança terrível de
brigas, contendas e divisões entre os cristãos evangélicos.
Muitos acreditam erroneamente que é possível ter graça e livre comunhão com Deus
mesmo que não se perdoe aos ofensores. As pessoas dividem igrejas, passam a mutuamente se
odiar e caluniar, mas continuam se considerando cristãos exemplares, "adorando" a Deus em
suas comunidades separadas. Porém, “se não perdoardes aos homens as suas ofensas,
tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas”.

QUAL O LIMITE DO PERDÃO?


No texto de Mateus 18.21-35, Pedro indagou Jesus sobre um "limite diário" para o
perdão, mas o Senhor lhe mostrou que o perdão deve ser ilimitado, sem fim. Como julgou muito
importante a pergunta de Pedro, Jesus exemplificou usando uma parábola.
Perdão, no hebraico, tem o sentido de "tirar a carga" de cima de algo ou alguém. Um
homem que foi aliviado pelo rei de uma carga de dez mil talentos (uma quantia impagável) não
foi capaz de fazer o mesmo ao conservo que lhe devia apenas cem denários, uma quantia
incomparavelmente menor. Ao saber disso, o rei teve uma forte reação contra o servo a quem
acabara de perdoar: chamou-o de servo malvado, ficou bravo ("indignou-se") e retirou seu
perdão ("o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida"). Por causa de cem
denários, ele perdeu dez mil talentos.

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Jesus ensinou a Pedro que nossa dívida é impagável e, por isso, não podemos colocar
limites para perdoar aos outros. "Assim também vos fará meu Pai celestial, se de coração não
perdoardes, cada um a seu irmão" (v. 35). Da mesma forma como o rei reagiu, o Senhor
também fará com quem não perdoar: chamará de malvado, ficará irado e retirará o perdão.
Perdão total é aquele dado do íntimo, de todo o coração. Não é só de boca ou da cabeça,
mas de coração! Jesus nunca disse que, por sermos seus seguidores, por estarmos na Igreja, não
seríamos ofendidos; pelo contrário, disse que seríamos até mais sujeitos a ataques do que
aqueles que não conhecem ao Senhor. O fato é que somos machucados e machucamos outros,
somos ofendidos e ofendemos outros. A família e a Igreja são lugares onde nos ferimos, porque
ali convivemos bem de perto com os outros. A diferença é que conhecemos o perdão e devemos
e podemos praticá-lo com a graça do Senhor.

OBSTÁCULOS PARA O PERDÃO


Existem duas razões que tornam muito difícil perdoar.
A primeira é que não entendemos o quanto Deus nos perdoou. Seja o que for que
alguém fez contra nós, é imensamente menor do que o mal ao qual Deus perdoou em nós. A
nossa dívida era muito maior; portanto, podemos e devemos perdoar a todos, não importa
quem, quando, onde ou o tamanho da ofensa. Eu perdoo "assim como" ele me perdoou, perdoo
para poder ser perdoado. Seja o que for que alguém me fez, jamais chegará perto do tamanho
do perdão que Deus me deu. Torna mais fácil perdoar aos outros porque Ele me perdoou muito
mais.
A segunda é que nos julgamos melhores do que os outros. Se não entendermos que
somos tão maus quanto as demais pessoas e que só não incorremos nos mesmos pecados
porque Deus nos protege e guarda, não poderemos repreendê-las ou corrigi-las. Jesus fala sobre
isso:
Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está
no teu próprio? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho,
quando tens a trave no teu? (Mateus 7.3,4)
Todos nós temos traves nos olhos que nos impedem de perdoar porque distorcem a
visão. Essas traves têm três aspectos: a) tudo o que eu faço, eu diminuo, relevo, justifico; b)
tudo o que o outro faz, eu amplio, condeno, não justifico; c) sempre acredito que sou justo e
imparcial. Quando entendemos que o Senhor nos perdoou muito mais do que aquilo que os
outros nos fizeram e que somos tão maus quanto eles, fica muito mais fácil liberar o perdão.

OS NÍVEIS DO PERDÃO
Existem quatro níveis de perdão:
1) Perdão desvinculado. Você perdoa, mas não quer mais ver a pessoa. Há uma pequena
diminuição do sentimento contrário, mas o relacionamento não se refaz.
2) Perdão limitado. Você até consente em cumprimentar o ofensor, mas o
relacionamento se resume a isso.
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3) Perdão total. Todo o sentimento hostil é removido, e o relacionamento é restaurado,


tornando-se igual ou melhor do que antes. Esse é o perdão de coração.
4) Perdão total, sem, porém, a restauração do relacionamento. Não é inferior ao
terceiro, mas é diferente, pois o relacionamento não pode ser restaurado por um de dois
motivos: primeiro, porque o ofensor já morreu; ou, segundo, porque o outro não quer. Exemplo:
Deus, em Cristo, perdoou ao mundo inteiro, mas ele só tem relacionamento com aqueles que o
desejam. Eu posso perdoar a todos, mas não posso me relacionar com todos porque depende
da correspondência e do consentimento de cada um. Entretanto, meu coração deve estar
aberto caso desejem restaurar o relacionamento – não devo ter empecilhos para isso. O perdão
total é unilateral; não é preciso o outro concordar, é por minha conta. Entretanto, o
relacionamento restaurado depende da concordância da outra parte.

MISERICÓRDIA E JUSTIÇA
É importante ressaltar, porém, que o fato de perdoarmos de coração, e orarmos para as
pessoas não sofrerem as consequências de suas ações não significa que Deus vá responder da
forma que pedimos. Apesar de ter prazer em ouvir essa oração e de perceber a pureza do nosso
coração, ele é o Juiz que julga com justiça e que decide se a pessoa sofrerá castigo ou não. O
importante é que nós, que perdoamos, estaremos em paz total, livres de toda amargura, ódio
ou desejo de vingança.
Outro aspecto que precisamos entender é que perdoar totalmente não significa aceitar
a continuação de abuso ou violência da parte da outra pessoa. Exemplos: uma mulher que
apanha do marido pode perdoar, mas não precisa continuar aceitando a violência; uma mulher
que foi estuprada pode perdoar, mas deve denunciar o agressor à justiça para que ele não
continue em liberdade praticando isso com outras pessoas.
Perdão total também não quer dizer que não há justiça. O trono de Deus é baseado em
duas colunas: Justiça e Misericórdia. Justiça é dar a cada um o que ele merece. Misericórdia é
perdoar ao culpado, livrá-lo das consequências justas dos seus atos. Deus ama as duas, pois
ambas são aspectos inerentes ao seu caráter.
Quando temos dificuldade em perdoar, é porque surge em nosso interior um clamor
intenso: "Deus, não é justo o que ele fez comigo! O Senhor não está vendo? Vai deixar que ele
fique sem castigo? Não vai julgá-lo?" Daí o Senhor responde: "Você realmente quer que eu faça
justiça e castigue seu ofensor?" E, movidos por essa indignação justa (pelo menos aos nossos
olhos), respondemos: "Sim! Por que ainda não o fez?" Então, o Senhor nos retorna: "Amo a
justiça. Posso atender seu pedido com prazer. Só tem um detalhe: se eu fizer justiça com ele,
vou ter de fazer justiça com você também. Tem certeza de que é isso que quer?" Daí reagimos:
"Não, Senhor, de jeito nenhum! Use de misericórdia para comigo e faça justiça com ele!" E o
Senhor encerra o assunto com um xeque-mate: "Isso é impossível. Tanto posso usar justiça
quanto misericórdia. Mas não posso usar dois pesos e duas medidas. Se usar de justiça com seu
irmão, terei de usar a mesma medida com você. Se usar de misericórdia com você, usarei de
misericórdia com seu irmão."
Esse é o sentido literal das palavras que sempre aparecem na Bíblia relacionadas ao
perdão: "assim como". O rio que flui de Deus para nós tem de ser o mesmo que flui de nós para
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nossos irmãos – quer seja de justiça, quer seja de misericórdia. E Ele nos dá o direito de decidir
que tipo de rio será!

NÃO TE DEIXES VENCER PELO MAL


Kendall, ainda, em seu livro, diz que certa vez estava apenas pensando no mal que
alguém lhe havia feito, e Deus o repreendeu para que perdoasse em pensamento antes que o
expressasse pela boca. O Senhor lhe orientou a fazer a seguinte oração: "Deus, não deixes que
ele fique sabendo o que fez, não deixes que sofra consequência alguma do que fez e abençoa-
o como se nunca tivesse feito nada!". Embora fosse uma oração muito difícil, o Senhor lhe
mostrou que, se quisesse ser perdoado "assim como" o havia sido por Jesus, teria de fazê-la.
Kendall confessou que foi muito difícil orar dessa forma, pois estava com muita raiva daquela
pessoa, mas, ao fazê-lo, sentiu a graça, a alegria e a satisfação de Deus inundando sua vida.
Todas as vezes que alguém nos faz um mal e ficamos com raiva dele, essa raiva é o mal
que estava adormecido em nós e que foi despertado. Paulo diz: "Não te deixes vencer do mal,
mas vence o mal com o bem" (Romanos 12.21). Se, porém, estivermos cheios de Jesus, nenhum
mal que alguém nos fizer poderá despertar em nós esse sentimento, simplesmente porque
estaremos livres dele.
Outro aspecto desse assunto de justiça e misericórdia tem a ver com o papel do Diabo.
Ele é o nosso acusador; quer que Deus, o justo Juiz, aplique a justiça sem misericórdia. Como já
está condenado, ele quer que sejamos condenados também – para fazer companhia a ele. Se
Deus utilizar somente essa coluna da justiça, seremos achados totalmente culpados e
indesculpáveis diante do tribunal de Deus. Mas, em Cristo, recebemos a misericórdia de Deus e
fomos perdoados; é por essa razão que também podemos exercer o perdão, que é justamente
para aqueles que não o merecem.
O Diabo não tem acesso à misericórdia. Quando se exerce o perdão não há mais tribunal,
juiz, júri, promotor ou réu. Não merecemos, mas fomos perdoados porque "a misericórdia
triunfa sobre o juízo" (Tiago 2.13). Quando somos perdoados e perdoamos aos outros, o Diabo
perde seu direito de acesso e seu posto de acusador, pois ele não entende o perdão.

O DIA DO PERDÃO
Sabemos que o dia da crucificação foi o dia do perdão. Somente o Filho do Homem, Jesus
Cristo, tem o poder de perdoar pecados (Mateus 9:6). Só ele pode tirar nossa culpa e tomar
sobre si os pecados de todos os homens, porque só ele é o Filho de Deus, só ele é sem pecado,
só ele é justo e não nasceu da semente de Adão, pois tornou-se homem pelo Espírito Santo.
O que Deus espera que façamos imediatamente após recebermos tão grande dádiva?
Que imensamente agradecidos pratiquemos com o nosso próximo este ato de amor. Isto fica
claro em Mateus 18:21-35 quando o rei (Deus) perdoa uma dívida impagável de um servo (nós),
demonstrando seu grande amor e o que é a sua graça. Todavia, o rei requer que o servo
perdoado (livre) também perdoe os seus companheiros. Assim como Deus teve misericórdia de
nós, devemos igualmente ter misericórdia dos outros: “Assim como Cristo vos perdoou, fazei
vós também” (Colossenses 3:13b).
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Aqui, portanto, fica claro que quando Deus perdoa o pecador isso reflete na convivência
dos irmãos na fé. Receber o perdão de Deus e perdoar os outros são duas coisas que andam
lado a lado. Isto fica muito claro na oração do Pai Nosso, onde Jesus diz: “Perdoa-nos a nossas
dívidas, assim como nós temos perdoado os nossos devedores” (Mateus 6:12, grifos nossos).
Em outras palavras, assim como nós tivemos o dia do perdão que nos redimiu, que nos
fez uma nova criatura, teremos também o dia do perdão para pessoas que nos devem, que no
ofenderam.

Quando deve ser este dia?


Imediatamente! Jesus nos ensina que se estivermos oferecendo no altar a nossa oferta
a Deus (financeira, ou louvor, ou ação de graças, ou adoração) e lembrar-nos que algum irmão
tem queixa contra nós, devemos deixar a nossa oferta na frente do altar e ir imediatamente
fazer as pazes com este irmão, para só depois oferecer a oferta a Deus (Mateus 5:23-24).
É interessante que devemos deixar a oferta em suspenso, pois, se entregarmos, não terá
valor nenhum para Deus. Porém, não podemos levar para casa, pois seria fácil esquecermos
num momento seguinte nossa missão do perdão. Assim, é como se eu tivesse de pagar uma
conta e deixasse no meu quarto um lembrete enorme para não esquecer uma obrigação que
precisa ser quitada. Isto atrapalha meu sono ou me dá insônia. Porém, é necessário para eu
estar consciente de algo que facilmente poderia esquecer. Assim, a oferta não entregue ficaria
em lugar visível e público para saber que enquanto eu não resolver isto minha consagração a
Deus está prejudicada. Quem não está em paz com seu irmão não está em paz com Deus
(Mateus 5:22)
Outro momento em que Jesus adverte que o dia do perdão é urgente é detectado
durante a nossa oração (Marcos 11:24-26). No momento da oração, por estarmos mais
sensíveis ao Espírito Santo, estamos sujeitos a lembrar de pessoas que nos ofenderam.
Devemos, então, parar de orar e liberarmos o perdão, pois, se não fizermos isto, o nosso Pai
que está no céu também não perdoará as nossas ofensas.

Para que orar se nossa oração não passa pelo teto?


Ora, do que adianta orar se Deus não vai liberar perdão para nós? Se alguém não nos
perdoou, este alguém não nos ouve e, mesmo que ouvisse, não poderia nos beneficiar pois não
está em paz conosco. Creio que assim é com Deus. Os nossos pecados nos separam de Deus
enquanto não forem perdoados. Em outras palavras, sem perdoar eu oro em pecado, no
pecado, e certamente a oração não tem efeito. Assim, se eu paro de orar fica um alerta: por que
mesmo não estou orando? Porque não houve o dia do perdão para o(s) que me ofendeu (ou
ofenderam).
Encobrir pecado nos leva a enfermidades, ao distanciamento de Deus. Davi disse que
enquanto ele calou (encobriu) seu pecado seus ossos envelheceram, chorava o dia inteiro
(gemidos), suas forças foram se acabando e seu humor desapareceu. Mais do que isto, ele sentia
que as mãos de Deus pesavam sobre ele. Então ele tomou a decisão de confessar o seu pecado,
a sua maldade, e Deus perdoou os seus pecados (Salmo 32).
Um em Cristo 67
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Imagine que enquanto nós não perdoamos, enquanto não houver o dia do perdão, não
tem significado no mundo espiritual as nossas ofertas (dízimos), louvor e adoração e, até
mesmo, as nossas orações. Por isto o dia do perdão é urgente.

Como deve ser o Dia do Perdão?


O texto em Marcos 10 citado anteriormente pode nos induzir a pensar que basta uma
declaração de perdão diante de Deus para, em seguida, eu continuar na minha oração e ficar
tudo bem. Talvez em certas situações isso possa ser verdade. Porém, Jesus nos ensina em
Mateus 18:15-17 como deve ser o ritual do perdão:
Ora, se teu irmão pecar contra ti, 1) vai e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir
ganhaste teu irmão; mas, senão ouvir 2) leva ainda contigo um ou dois, para que pela
boca de duas ou três testemunhas toda palavra seja confirmada; e se não escutar, 3)
dize-o a igreja.... (numeração nossa).
Esses ensinos de Jesus mostram que deve existir um esforço gradativo de nossa parte no
sentido de acertos. Não pode ser tratado superficialmente e de forma casual, mas
estrategicamente. É algo que não pode ser adiado sem chegar a um desfecho.
É importante que este texto nos desafia a usá-lo também no sentido contrário: quando
somos nós que ofendemos e o ofendido não nos procura. Claro que neste caso não vamos
repreender o irmão, mas, humilhando-se, suplicar perdão. Não aceitando nosso pedido, vamos
pedir ajuda de pessoas comuns entre nós e o ofendido. Não dando certo ainda, vamos pedir
ajuda da igreja. Nos três versos anteriores aos citados acima em Mateus 18, fica claro que todo
nosso esforço neste assunto é para que ninguém se perca (Jesus está falando de salvação).

O ganho no Perdão
Neste caso, Deus ensina: a) que o silêncio não é a voz do perdão; b) que não se deve
colocar uma pedra em cima; c) que o tempo não fará esquecer; d) que sentir-se ofendido é
normal, pois todos temos uma personalidade; e) que nós não devemos comentar com ninguém,
mas ir ao encontro do desafeto.
Muitas vezes, as pessoas falam que sequer conseguem ser recebidas pelos seus
desafetos para perdoar ou pedir perdão. Nestes casos, sugiro que enviem uma carta, um e-mail,
uma mensagem, sempre com muita humidade. Não dando certo, devemos pedir ajuda de
pessoas que se relacionam com esses desafetos.
Veja que Jesus ensina que “se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele
só; se te ouvir ganhaste teu irmão.” O que significa “ganhaste teu irmão”? Se eu sou cristão e
ganho um irmão, significa que a família de Cristo está aumentando na terra. Ora, não é este o
propósito de Deus? Agregar à Igreja aqueles que serão salvos? Mas atenção! Mesmo que o
nosso desafeto já seja salvo, todavia, em inimizade, sem perdão para o próximo, o perdão de
Deus é retirado! Assim, perdão está relacionado com testemunho, com evangelismo. Tudo para
a Glória de Deus Pai!

Um em Cristo 68
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Em conclusão, fiquemos com a seguinte exortação: preparemos o caminho do Senhor


em nosso coração, tiremos os obstáculos da amargura e do ódio e liberemos o perdão total para
que a graça de Deus nos inunde e flua livremente para todas as pessoas ao nosso redor!

UM FATO CONCRETO
Como posso saber se perdoei de coração, se pratiquei o perdão total? Podemos saber
comparando nosso coração com o de José do Egito.
Então, disseram uns aos outros: Na verdade, somos culpados, no tocante a nosso
irmão, pois lhe vimos a angústia da alma, quando nos rogava, e não lhe acudimos; por
isso, nos vem esta ansiedade. [...] E, retirando-se deles, [José] chorou; depois,
tornando, lhes falou. (Gênesis 42.21-24).
José havia sido vendido cruelmente aos egípcios pelos seus irmãos, sofrendo por muitos
anos injustamente. Ele poderia ter alimentado um enorme espírito de vingança, mas não o fez.
Quando José começou a provar seus irmãos, viu que os mesmos ainda viviam angustiados e
sofrendo durante todos aqueles anos. Então, ele saiu dali e foi chorar, mas de pena deles, por
estarem ainda atormentados, carregando aquela carga de culpa tão pesada.
Então, José, não se podendo conter diante de todos os que estavam com ele, bradou:
Fazei sair a todos da minha presença! [...] E disse a seus irmãos: Eu sou José; vive ainda
meu pai? E seus irmãos não lhe puderam responder, porque ficaram atemorizados
perante ele. [...] Então, disse: Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito.
Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes
vendido para aqui; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós.
[...] Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, e sim Deus, que me pôs por pai de
Faraó, e senhor de toda a sua casa, e como governador em toda a terra do Egito.
(Gênesis 45.1-8)
Quando José finalmente se revelou aos irmãos, ele pediu que não sofressem mais, que
não levassem mais aquela culpa, pois foi Deus quem permitira que tudo aquilo sucedesse para
que fossem salvos. José não queria que continuassem sofrendo por aquele mal que lhe haviam
feito.
Deus quer que aprendamos a praticar o perdão total: orar pelas pessoas que nos fizeram
mal, desejar de coração que não sofram pelo que nos fizeram, que não carreguem essa culpa,
que não sejam castigadas, mas que sejam totalmente abençoadas. Isso é perdão de coração.

ORAÇÃO COLETIVA
Senhor Deus e Pai, os discípulos pediram mais fé para Jesus quando ele determinou que
eles perdoassem sete vezes por dia. Jesus também nos ensinou a perdoar setenta vezes
sete, ou seja, sempre, constantemente.
Sabemos, Senhor, que é a falta de perdão que divide o casamento, as famílias, as
pessoas, a Igreja.

Um em Cristo 69
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Sabemos, ó Deus Pai, que a falta de perdão enfraquece a nossa oração, nos traz doenças,
invalida as nossas obras e rouba a nossa salvação.
Ajuda-nos, Senhor, a nos arrependermos desse pecado. Dá-nos humildade para procurar
depressa nossos ofendidos e ofensores e praticarmos o perdão.
Queremos exercer esse ato de fé, perdoando outras pessoas, mesmo aquelas que vivem
o Cristianismo de forma diferente da nossa, e confiar que Tu és um Juiz melhor do que
nós. Perdoando, eu abandono meus próprios direitos de me vingar e deixo toda a questão
da justiça nas Tuas poderosas mãos. Em nome de Jesus Cristo. Amém.

Um em Cristo 70
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

QUADRO ILUSTRATIVO

PERDOAR X NÃO PERDOAR


(Consequências)
a) Quem não perdoa se coloca
Mateus 18:34-35
debaixo da ira de Deus
b) Quem não perdoa está
impedido de ser perdoado por Mateus 18:32-35
Deus
c) Quem não perdoa tem suas
Marcos 11:24-26
orações inócuas, sem valor
d) Quem não perdoa determina
A falta de Perdão João 20:23
prisão espiritual ao ofensor
desenvolve um
e) Quem não perdoa torna
câncer na alma
inválidas suas doações, dízimos, Mateus 5:23-25
ofertas etc.
f) Quem não perdoa, os ossos
Salmos 32:3
envelhecem e fica doente
g) Quem não perdoa nunca
Provérbios 28:13
prosperará em diversas áreas
h) Quem não perdoa decreta a
Mateus 6:14-15
sua própria condenação
Cite uma única
vantagem em _____________________________________________
perdoar, que anula _____________________________________________
todo o quadro à
direita, de desgraça _____________________________________________
em nossas vidas:

Um em Cristo 71
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE INDIVIDUAL

Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) O caminho do Senhor não é algo externo, físico, mas dentro de nós. Deve ser aplainado
e desimpedido para o Espírito Santo atuar em nós e por meio de nós;
2) ( ) Nossa preocupação maior deve ser esforçar-nos para nos santificar, para não guardar
mágoas no coração contra ninguém;
3) ( ) O perdão cura, restaura, mas não tem efeito quando se trata de feridas enraizadas com
o tempo;
4) ( ) Muitos cristãos não crescem na fé e na vida em santidade, pois mantêm vivos na
memória os males e ofensas que lhes fizeram no passado;
5) ( ) Pessoas que não perdoam vivem expressando suas mágoas e sendo consumidas pelo
ódio e amargura;
6) ( ) O perdão não tem um limite diário. Quando Jesus disse 70x7, na verdade, ele estava se
referindo a um número ilimitado de vezes diariamente.
7) ( ) Há 4 níveis de perdão: Desvinculado, Limitado, Total sem restauração do relacionamento,
Total.

Assinale a alternativa correta:


1) As raízes interiores de amargura:
(a) Desativam a graça de Deus em nós;
(b) Nos fortalecem contra as decepções;
(c) Renovam nossa fé e esperança;
(d) NDA.
2) As pessoas que não perdoam:
(a) Demoram mais tempo para serem perdoadas;
(b) São rejeitadas por Deus, vivendo sem esperança de vida eterna;
(c) Vivem expressando suas mágoas, sendo consumidas pelo ódio e amargura;
(d) NDA.
3) O limite diário para o perdão é:
(a) 490 vezes
(b) 49 vezes
(c) 489 vezes
Um em Cristo 72
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

(d) NDA.
4) Perdão Total é:
(a) Perdoar, mas não reatar o relacionamento;
(b) Voltar a conversar com o ofensor, mas se resumir a isso;
(c) Restaurar por completo o relacionamento;
(d) NDA.
5) Perdoar totalmente significa:
(a) Não se importar com a continuação dos abusos;
(b) Não se importar se haverá justiça e misericórdia;
(c) Esquecer completamente dos ofensores;
(d) NDA.
6) Quando somos perdoados e perdoamos:
(a) Ainda teremos sentimentos de culpa por um tempo;
(b) Precisaremos quitar esses pecados em forma de sacrifícios e boas obras;
(c) O Diabo perde seu direito de acesso e seu posto de acusador;
(d) NDA.
7) O espírito de ódio e de vingança:
(a) Motiva e fortalece nosso coração a crescer em Deus;
(b) Gera sentimentos de culpa, tristeza e angústia;
(c) Faz com que deixemos de sofrer pelos pecados cometidos;
(d) NDA.
8) Deus quer que pratiquemos o Perdão Total para que:
(a) Eliminar todo peso e culpa sobre nós e sobre os que nos feriram;
(b) Relacionarmos com as pessoas sem nos preocupar se lhes devemos algo;
(c) Deixar o peso da culpa somente sobre os nossos ofensores;
(d) NDA.
9) A Reforma Protestante errou quando:
(a) Ensinou um evangelho diferente e distorcido às pessoas;
(b) Pregou a prática de boas obras para a salvação;
(c) Não enfatizou a prática do perdão uns aos outros;
(d) NDA.
10) Uma das principais razões que nos é difícil perdoar é que:
(a) Não queremos dar o braço a torcer;
(b) Não entendemos o quanto Deus nos perdoou;
(c) Nem sempre somos nós que erramos;

Um em Cristo 73
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

(d) NDA.

QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.

VERDADEIRAS OU FALSAS TESTES


1) 1)
2) 2)
3) 3)
4) 4)
5) 5)
6) 6)
7) 7)
8)
9)
10)

Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________

Um em Cristo 74
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Nesta semana, após entender o propósito do perdão, você poderia procurar alguém de
uma outra confissão cristã diferente da sua, explicar o curso que está fazendo, e se um dia você
fez qualquer comentário ou juízo da forma que eles praticam o cristianismo, pedir perdão
(mesmo que ela não entenda o que você está fazendo).
Se você não tem para quem pedir perdão, certamente deve conhecer algum amigo, ou
irmão da fé, ou parente que faz críticas aos outros que não têm uma prática cristã igual a dele.
Da mesma forma, fale sobre o curso que está fazendo e o quanto é importante não agir assim.
Se possível, sugerir a reconciliação.
Compartilhe com o seu grupo, no início da próxima reunião, qual atividade você teve
em relação ao perdão para glorificar o nome de Deus.

Um em Cristo 75
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

LEITURAS ADICIONAIS

As leituras adicionais ajudam os participantes deste curso a compreenderem melhor a lição


em foco.

• Acesse o site www.umemcristojundiai.com.br


• Clique no link: CURSO DE UNIDADE, LEITURAS ADICIONAIS:
o Lição 04 – Leituras Adicionais (1) e (2)
o “Perdão” – David du Plessis
(Visualizar o conteúdo completo)

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ANOTAÇÕES

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

LIÇÃO 05
O BATISMO NO AMOR DE DEUS
Eu vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem depois de mim
é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará
com o Espírito Santo... (João Batista, em Mateus 2:11).

O AMOR ÁGAPE
João Batista não é apenas mais um profeta, mas é o mensageiro anunciado pelo profeta
Isaías (Mateus 2:3). Ele é o maior de todos os nascidos de mulher, conforme o próprio Jesus diz
(Mateus 11:7-11). João é o Elias que estava para vir (Mateus 11:14). Mesmo assim ele se
considerou o mais humilde dos servos diante da grandeza de Jesus, dizendo não ser digno de
carregar suas sandálias.
A missão de João é preparar o povo de Israel para a vinda do Messias prometido. O povo
precisava se arrepender dos seus pecados e ser batizado. João batiza com água, mas profetizou
que viria um outro que batizaria com o Espírito Santo, Jesus. O profeta Joel tinha dito que nos
últimos dias Deus daria o Seu Espírito para o Seu povo (Joel 2:28-29). Pentecostes (Atos 2)
mostrou a vinda do Espírito Santo como chamas que se espalharam como línguas de fogo, que
simbolizavam a presença poderosa de Deus. Com este poder recebido, os apóstolos de Jesus
(que estavam amedrontados), receberam uma ousadia do alto e passaram a anunciar
corajosamente a morte e a ressurreição de Jesus.
Da mesma forma, Deus derramou o Seu amor em nossos corações por meio do Espírito
Santo que Ele nos deu (Romanos 5:5), por causa da obra perfeita de Jesus. Pelo Espírito Santo
somos inundados (batizados) no amor de Deus, num amor poderoso que em grego chamamos
de Ágape. Deus é amor Ágape (I João 4:8). Ágape, segundo Malcolm Smith no seu livro
“Esgotamento Espiritual”, não é uma emoção que Deus exerce, mas Sua própria natureza, Sua
maneira de ser. Ágape é a escolha eterna de Deus, a decisão de existir para as pessoas, existir
para o bem de Sua criação.
O amor ágape não traça círculos, não exclui ninguém. Ele ama por quem Ele é, não por
causa de algum desempenho do ser amado. E Jesus expressou este amor Ágape: ele morreu
para que seus inimigos, os que o odiavam, não precisassem morrer. Quem está em Jesus, está
cheio do Espírito Santo e batizado neste amor. Neste amor somos ousados e lançamos fora o
medo (1 João 4:18).

Um em Cristo 79
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

UM NOVO MANDAMENTO
Jesus é o centro do Velho e do Novo Testamento. Ele é a maior autoridade, o Príncipe
da vida, o Salvador da humanidade. Por tudo isso, queremos estar atentos à ênfase dos seus
ensinamentos.
Num certo momento, quando Jesus passava as últimas instruções para seus discípulos,
algumas horas antes da sua crucificação, ele declarou: “Novo mandamento vos dou: que vos
ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros...” (João
13:34).
Em outras palavras, ele estava dizendo que, de tudo aquilo que havia ensinado, algo
maior deveria ficar. Se é novo, significa que supera os outros ensinamentos. Se é novo, torna-
se revolucionário. Se é novo, diferencia-se de tudo que foi dito antes. Se é novo, é primordial,
prioritário. Certamente todos ficaram atentos para ouvir a lei magna do Cristianismo: o novo
mandamento, a nova imposição, a principal exigência da vida cristã é o AMOR. Não é um amor
qualquer, mas um amor sacrificial, de dar a vida (em grego, o amor Ágape).

A MARCA DO CRISTÃO
Todavia, o impacto da declaração de Jesus não parou por aí; ele ainda revelou algo mais
impressionante para seus seguidores: anunciou que aqueles que forem seus terão uma marca,
um sinal, uma identificação inconfundível diante do mundo, diante dos incrédulos e diante de
outros cristãos: "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos
outros". (João 13:35). Jesus disse que seus seguidores seriam conhecidos por todos através de
uma única e exclusiva marca: O AMOR DE UNS PARA COM OS OUTROS.
Entre os discípulos de Jesus havia um conhecido como "o discípulo amado", aquele que
se recostava sobre o peito de Jesus. João reclinava-se sobre o peito de Jesus, podendo ouvir seu
coração pulsar, sentindo a virtude extravasando do seu corpo. Seu relacionamento era íntimo
com Jesus; ele não só o ouvia, como também o sentia. Foi esse mesmo João que escreveu três
cartas maravilhosas, que podem ser chamadas de "cartas de amor". Ninguém podia entender
tanto de amor como ele. Na sua primeira carta, inspirado pelo Espírito Santo, João fez
declarações tão fortes, tão incisivas que muitos cristãos preferem não lê-las, ou, quando as
leem, "desligam" seu potencial de compreensão. Entender os escritos de João sobre o amor,
certamente nos ajudará a entender o que é ser batizado no amor de Deus.

PODEMOS ARRANCAR ESTA PÁGINA?


Certa ocasião, depois de ministrar sobre esse texto, uma pessoa perguntou-me "se
poderia arrancar esta página da sua Bíblia". Por que? Jesus disse: "Nisto são manifestos os filhos
de Deus, e os filhos do diabo. Qualquer que não pratica a justiça, e não ama o seu irmão, não
é de Deus" (1 João 3:10). Em outras palavras, quem não ama seu irmão é do Diabo.
A Bíblia nos ensina que a humanidade tem uma destas paternidades: ou é filho do Diabo
ou é filho de Deus. Não há uma terceira alternativa, não há órfãos (João 8:44). Todos nascemos
como filhos do Diabo e passamos a ser filhos de Deus quando recebemos a Jesus, quando

Um em Cristo 80
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

cremos no nome dele, quando reconhecemos que ele foi o nosso substituto na cruz (João 1:12).
Assim, mudamos de paternidade, pois fomos comprados pelo precioso sangue de Jesus; somos
redimidos, resgatados do nosso ex-pai. A isto chamamos de “novo nascimento” (João 3:3).
Podemos dizer, então, que todos os que estão na igreja e que se dizem cristãos são filhos
de Deus? Esse texto diz claramente que a identificação que pode nos garantir que somos filhos
de Deus é ter o amor verdadeiro por nossos irmãos. Quando desprezamos um irmão falando
mal dele, virando o rosto ou tendo outras atitudes parecidas, podemos perguntar se a nossa
paternidade ainda é do Diabo, pois quem não ama seu irmão não é de Deus. Isso pode parecer
muito extremista, mas é a verdade das Escrituras.
Você pode argumentar que a paternidade demoníaca é só para os incrédulos, para as
pessoas "do mundo". Entretanto, analise o que João escreveu para os que se dizem cristãos,
para os crentes. Em várias partes de sua primeira carta ele os chama de "meus filhinhos" (versos
7, 18). Portanto, João quer levar-nos a uma reflexão profunda: "Quem somos nós?"
O nosso relacionamento familiar com a esposa e com os filhos é um termômetro
importante: sou filho de Deus ou do Diabo? O nosso relacionamento com irmãos da nossa
congregação e com irmãos de outras igrejas deve levar-nos a avaliar profundamente quem é o
nosso pai. Eu diria que esse é o nosso vestibular: passamos ou não passamos, somos aprovados
ou reprovados. Não há meio-termo, não há ausência de pai; ou é um, ou é outro. Se levássemos
isso a sério, a nossa igreja e a nossa casa seriam um paraíso; não haveria mais divisões;
estaríamos vivendo o verdadeiro Reino de Deus aqui na terra; a marca de Cristo, o amor, seria
revelada a todos.

UMA MENSAGEM REPETITIVA


No verso seguinte, João diz: "Visto que a doutrina que ouvistes desde o princípio é que
vos ameis uns aos outros" (1 João 3:11). Não pensem que João estava vendo alguns problemas
entre os irmãos e trouxe, então, um argumento novo, falando de amor. Não! Esse assunto é
antigo, começou com os profetas no Velho Testamento e continuou com Jesus, desde o início
da sua manifestação pública.
Certa vez, um fariseu perguntou a Jesus: "Mestre, qual é o grande mandamento na lei?"
Jesus respondeu: "Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e
de todo o teu pensamento... E o segundo semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a
ti mesmo" (Mateus 22:36-39).
Outro fariseu formulou a pergunta mais importante para Jesus: "Mestre, que farei para
herdar a vida eterna?". Jesus perguntou a ele o que estava escrito na lei. Como possivelmente
ele já tinha ouvido falar de Jesus, respondeu corretamente: "Amarás ao Senhor teu Deus de
todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças, de todo o teu entendimento,
e ao teu próximo como a ti mesmo”. Jesus disse: "Respondeste bem; faze isso, e viverás" (Lucas
10:25-28).
É importante entender que Jesus não revelou para eles a salvação pela graça. Todavia,
levou-os a refletir sobre o que seria o principal fruto dos que seriam salvos pela graça. Jesus

Um em Cristo 81
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

busca a perfeição no cumprimento da lei e, quem ama, cumpre a lei. Portanto, o amor é o centro
dos ensinamentos de Jesus.

UM NOVO PADRÃO PARA O AMOR


Porém, Jesus não parou por aí. Um pouco antes de ir para o Calvário ele fez uma
revelação bombástica, mudando o padrão do amor. Antes, o padrão era amar o próximo como
a si mesmo. A partir do capítulo 13 do evangelho de João, ele vai ao extremo: "Amem uns aos
outros da mesma maneira que eu amo vocês, dando a vida". O padrão já não era mais o meu
amor por mim mesmo, mas o amor de Jesus, o amor sacrificial que dá a vida. Há uma grande
diferença entre esses dois padrões. Essa é a mensagem de Jesus desde que ele começou a se
manifestar publicamente, “desde o princípio”. Todos os que vieram depois passaram a dar essa
mesma ênfase.
Paulo, no auge da carta aos Romanos, diz que o amor é o cumprimento da lei: "A
ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor" (Romanos 13:8). Num dos capítulos mais
importantes da primeira carta aos Coríntios, o capítulo 13, ele trata somente do amor e termina
dizendo: "Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três: porém, o maior
destes é o amor" (1 Coríntios 13:13). E, em cada carta, Paulo vai ressaltando a grandeza do
amor, a ponto de dizer: “E, sobre tudo isto, revesti-vos do amor, que é o vínculo da perfeição”
(Colossenses 3:14).
Pedro também falou sobre isso na sua primeira carta: “Mas, sobretudo, tende ardente
amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados” (1 Pedro 4:8).
‘Sobretudo’ significa ‘acima de todas as outras coisas’. O amor é o mais importante!
Assim, é possível dizer que, desde o princípio, os apóstolos deram ênfase a essa doutrina,
que é o maior mandamento de Jesus.

UM BONITO LAR E DUAS CRIANÇAS


João continua nos ensinando: “Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o
princípio, que nos amemos uns aos outros, não sendo como Caim, que era do Maligno, e
matou a seu irmão. E por que o matou? Porque as suas obras eram más e as de seu irmão,
justas” (1 João 3:11,12).
Ao discorrer sobre o principal tema de sua carta, João utilizou como ilustração o
relacionamento de uma família, a primeira família da terra: os pais, Adão e Eva; os filhos, Caim
e Abel. Não existiam outras crianças com quem brincar, portanto, Caim e Abel estavam sempre
juntos, comiam juntos, passeavam juntos. Imaginamos que seu pai ia-lhes mostrando toda a
criação, ensinando os nomes dos animais e dos vegetais. Provavelmente, dormiam no mesmo
quarto e, antes do sono chegar, Adão contava-lhes suas experiências com Deus no Jardim do
Éden.
Possivelmente, poucas pessoas tiveram tanta comunhão quanto Caim e Abel. Eles
cresceram juntos: viveram no mesmo lar, comeram da mesma comida que a mãe preparava,
brincavam juntos. Não havia nada para se fazer separada e isoladamente, por isso tinham muita

Um em Cristo 82
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

comunhão um com o outro. Mas o que aconteceu um dia? Caim matou Abel! Por isso João diz:
"Não sendo como Caim, que era do maligno, e matou a seu irmão" (1 João 3:12). Em outras
palavras, João está dizendo: “Como Caim, você também está convivendo com irmãos (dentro
da igreja), se relacionando, tendo comunhão; assim, cuidado para não matar o seu próximo”.
Como pode alguém matar seu irmão? Através da língua, pois nela há veneno mortal (Tiago 3:8;
Gálatas 5:15).
Não faça da igreja um lar como o de Caim e Abel. Cuide para que não aconteça a mesma
tragédia. Ame ao seu irmão com intensidade, com amor ardente.

A ÚNICA MANEIRA DE SABER SE VOCÊ É SALVO


Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem
não ama a seu irmão permanece na morte. (1 João 3:14)
Esse texto nos mostra uma das revelações mais tremendas de toda a Bíblia: Como
podemos saber se somos salvos ou não! É comum nas igrejas as pessoas acharem que estão
salvas porque deixaram de beber, de fumar, de adulterar... Tudo isso é muito bom, mas não é
garantia de salvação. Certa feita, perguntou-se a uma empregada doméstica como ela tinha
certeza de sua salvação. Ela disse que antes do encontro com Jesus varria a poeira para baixo
do tapete na casa de sua patroa. Após o encontro com Jesus, nunca mais fez isto. Um
testemunho lindo, no entanto, não expressa garantia de salvação.
Ouvi o testemunho de uma pessoa que gravou a data do seu batismo no tronco de uma
árvore e, todas as vezes que Satanás vinha assoprar no seu ouvido que ela não era salva, não
tinha dúvida: apontava para a árvore e sentia paz. Isso é interessante, mas também não é
garantia. Lembrar do batismo, das horas de oração, dos jejuns é bom, mas, da mesma forma,
não é garantia.
A única garantia de realmente ter passado das trevas para a luz, da morte para a vida,
da condenação para a libertação, é o amor que temos pelos irmãos.
Quando Satanás vier lhe acusar, diga a ele que você ama seus irmãos, citando os nomes
um a um, e você terá certeza em seu coração. Acontecerá com você exatamente o que João diz:
"Por isto (pelo amor) conhecemos que somos da verdade e tranquilizaremos os nossos
corações diante de Deus. (...) Caríssimos, se o nosso coração nos não condenar, tenhamos
confiança diante de Deus” (1 João 3:19-21). O amor traz paz ao nosso coração.
Mais adiante, João diz: "No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o
medo (temor). Ora o medo produz tormento, logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no
amor" (1 João 4:18).
Em nenhum lugar na Bíblia está escrito que o cristão será conhecido pela vestimenta,
pelo falar em línguas, pela frequência à igreja, pelo volume de oração, pelos bons hábitos, pelo
comportamento exemplar, pelo poder de expulsar demônios ou pela fé. Mas somente uma
coisa identifica o genuíno cristão: o amor. Essa é a sua marca, da qual provêm a paz e a
segurança da salvação. Porém, quem não ama permanece na morte, nas trevas, na condenação.

Um em Cristo 83
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

HÁ ASSASSINOS DENTRO DAS IGREJAS?


Veja como a divisão é terrível, pois, em todos os sentidos, ela traz mágoa, ódio: "Todo
aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida
eterna permanente em si " (1 João 3:15).
Quando odiamos ao nosso irmão, Deus nos vê como assassinos. Em Mateus 5:22, Jesus
diz que “quem se encolerizar contra seu irmão, ou simplesmente dizer que ele é tolo, torna-se
réu de juízo, passa a ser um criminoso”. Você já imaginou o que aconteceria se todas as vezes
em que fôssemos ferir um irmão com a nossa língua lembrássemos que seremos vistos como
assassinos e que nos tornaremos como filhos do Diabo? Essa palavra tem de ser forte em nossas
vidas. Ainda que sejamos um instrumento através do qual Deus opera milagres, expulsa
demônios e faz maravilhas, nada disso tem valor para a salvação se não existir o amor.
Muitos, naquele dia hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós
profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não
fizemos muitos milagres? Então lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-
vos de mim, os que praticais a iniquidade. (Mateus 7:22,23).
A iniquidade implica na falta de amor. Não se iluda com os sinais maravilhosos que são
tão exaltados nas igrejas, pois não são sinais necessariamente de salvação. Podemos operar
sinais e, simultaneamente, assassinar irmãos. Isso é iniquidade, o inverso do amor. No seu
sermão escatológico, Jesus disse que “no final dos tempos, por se multiplicar a iniquidade, o
amor de muitos se esfriaria” (Mateus 24:12). Portanto, milagres não são indicadores de salvação
eterna, mas, sim, o amor aos irmãos.

É ORDEM OU SUGESTÃO?
Veja que tipo de amor a Bíblia nos ensina: "Nisto conhecemos o amor, em que Cristo
deu a sua vida por nós, e devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1 João 3:16). O amor de dar
a vida, o amor sacrificial, o amor que traz prejuízos, perdas e sofrimentos.
Normalmente, gostamos do amor que nos traz lucro. Convidamos pessoas agradáveis
para estar conosco, para partilhar da nossa mesa; pessoas com os mesmos ideais, da mesma
classe social, pessoas que não nos incomodam. Esse tipo de amor, embora bom, não é sacrificial
e não tem valor algum no sentido cristão. Paulo nos ensina que o amor dos filhos de Deus
sempre sofre, sempre espera, sempre crê e sempre suporta (1 Coríntios 13:7). Esse é o amor no
padrão de Jesus.
Nunca vi um homem ser cuspido no rosto e, se um dia eu presenciar algo semelhante,
certamente verei o ofendido reagir, pois isso é humilhante demais. Porém, Jesus, o Criador de
todas as coisas, recebeu cuspidas no rosto, não reagiu e ainda disse: "Pai, perdoa-lhes; porque
não sabem o que fazem” (Marcos 15:19; Lucas 23:34). Tudo por amor. Amor por mim, amor
por você. “Agora, faça a mesma coisa”, diz a Palavra de Deus.
Veja que a Palavra não está sugerindo que você faça isso, mas está ordenando: “E
devemos dar nossa vida pelos irmãos”. O amor é um mandamento, o novo e o último, o único
suficiente para revelar a marca do cristão, do filho de Deus.

Um em Cristo 84
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

O versículo seguinte (1 João 3:17) diz que onde há amor nenhum irmão passa
necessidade, pois os bens são compartilhados. Compartilhar os bens com os irmãos é um
exemplo de prejuízo, de perdas. A nossa carne não gosta de enfrentar situações de sacrifício e
prejuízo, mas, com a força de Deus, podemos cumprir esse mandamento.

NEM DE PALAVRAS, NEM DE LÍNGUA


A realidade do amor é: "Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato
e de verdade" (1 João 3:18). Ou seja, dizer "Eu te amo, irmão", dar um abraço, exteriorizar
saudades, sentimentos, pode não ter significado se não for acompanhado por obras e pela
verdade. Quando um irmão está em necessidade, sofrendo, e você se levanta de madrugada
para orar por ele, jejua, mesmo sem ele saber, aí sim você está amando de fato e de verdade.
Se você perdoa ou pede perdão, então o amor é real. Só algo concreto e substancial tem valor.
O amor, acima de tudo, é prática e não teoria. Certa vez, tivemos a oportunidade de
receber uma família de aidéticos na igreja. A princípio, não revelamos o fato aos irmãos. Assim,
todos conviviam normalmente com aquela família. Quando a notícia vazou, recebemos muitas
críticas por termos ocultado aquela informação e rapidamente as pessoas se afastaram deles.
As famílias que haviam recebido aqueles irmãos tiveram até a precaução de fazer exames em
seus filhos para se tranquilizarem. Não recrimino esses irmãos, mas pergunto: O nosso amor é
real ou é algo teórico? Estamos dispostos a correr riscos ou apenas amamos de palavra e de
língua?

O RESUMO DA BÍBLIA
Este versículo é um resumo de toda a Bíblia: “Ora, o seu mandamento é este, que
creiamos em o nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o
mandamento que nos ordenou” (1 João 3:23).
Sem crer no nome de Jesus não adianta amar, ainda que seja uma boa coisa, para fins
de salvação. Não há salvação em nenhum outro a não ser em Jesus Cristo. Todavia, um indicador
de que você realmente creu é fazer a vontade do seu Senhor. E a vontade Dele se resume numa
coisa só: ame o seu irmão com a mesma intensidade com que Jesus lhe amou.
O capítulo seguinte, 1 João 4, mostra exatamente o porquê eu devo amar, qual é a força
motriz, qual é o combustível que alimenta o amor: “Nisto consiste o amor, não em que nós
tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou, e enviou o seu Filho como propiciação
pelos nossos pecados” (1 João 4:10). Portanto, amamos aos irmãos porque Deus nos amou
primeiro.

TOMAR A DECISÃO DE AMAR


Talvez você também esteja querendo arrancar estas páginas escritas por João da sua
Bíblia. Talvez você tenha ficado surpreso com o tipo de cristianismo que tem vivido até o
momento. Porém, é importante entender que esse tipo de amor não é produto de esforço

Um em Cristo 85
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

humano: ele vem de Deus. "Porque o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo
Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Romanos 5:5).
A primeira coisa que precisamos aprender é que esse amor não é um mero sentimento,
mas um ato de vontade gerado por Deus em nós. Para ter esse amor, é necessário tomar a
decisão de amar, inspirado em Jesus Cristo. No Getsêmani, Jesus tomou a decisão de amar. Ele
não queria enfrentar aquela morte pavorosa, mas pediu que fosse feita a vontade do Pai e não
a sua. Quando Jesus disse “sim” ao Pai e tomou a decisão, Deus o encheu de força e amor para
encarar a morte e nos amar até o fim.
Talvez você esteja diante de uma situação muito difícil, que lhe custará muito. Não olhe
para os seus sentimentos; olhe para Jesus e tome a decisão. Diga ao Pai: "Senhor, eu não quero
fazer isso, mas seja feita a tua vontade (que eu ame meu irmão), e não a minha.” Neste
momento, o amor de Deus, que já está em você, suprirá todas as suas necessidades e você
estará abastecido para amar seu irmão com o amor divino, o amor de dar a vida, o amor
sacrificial. Então, você não precisará arrancar esta maravilhosa página de amor da sua Bíblia.

UM FATO CONCRETO
Na igreja primitiva, o relacionamento entre os crentes e Deus, e dos irmãos uns com os
outros, era de suma importância. A paz, a luz, a cordialidade, o amor, o perdão, a generosidade
e a aceitação que emanavam daquela comunidade singular penetravam numa cultura exausta,
entediada, sem amor e desgastada, e despertavam a fome espiritual tanto de judeus como de
pagãos. “Eis como eles amam uns aos outros!”, foi dito a respeito deles. Homens enfastiados,
fartos de pecados procuravam entender a estranha e convidativa qualidade de vida que
marcava os discípulos. Neste tão atrativo ambiente, os homens perdidos estavam dispostos a
ouvir aqueles que não podiam deixar de falar das coisas que viram e ouviram.
Uma das maiores pedras de tropeço ao mundo lá fora da igreja é a maneira pela qual os
cristãos se tratam mutuamente. O mundo atual poderia ser inclinado a dizer com bastante
razão, ao contemplar a Igreja: “Eis como eles tem aversão uns pelos outros!” O trabalho fiel dos
cristãos zelosos no evangelismo é, muitas vezes, anulado pelas atitudes e ações dentro da
família cristã. A imagem coletiva da Igreja, muitas vezes, torna sem efeito o testemunho fiel dos
membros individuais.

ORAÇÃO COLETIVA
Ó Senhor nosso, quão magnífico em toda a Terra é o Teu nome. De todas as Tuas
maravilhas, certamente a maior delas é Cristo, que morreu por todos nós, estabeleceu a
paz pelo seu sangue derramado na cruz e nos reconciliou Contigo e com todas as coisas,
tanto da Terra como dos céus.
Esse amor de Cristo, que nos fez novas criaturas, nos impele para que não vivamos para
nós mesmos, mas para aquele que morreu e ressuscitou por nós.
E Cristo, pelo seu amor, nos confiou a palavra da reconciliação e nos constrangeu a
sermos embaixadores, pacificadores da Unidade do Teu Corpo, a Igreja.

Um em Cristo 86
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Dá-nos, Senhor, fé suficiente para vencer e convencer aqueles que são inimigos da
Unidade; aqueles que não admitem a “Unidade no Amor” com irmãos em Cristo que têm
particulares diferentes deles; aqueles que se julgam a única igreja certa, os donos
absolutos da verdade.
Fomos reconciliados Contigo, ó Pai, através do Teu Filho, e agora buscamos a
reconciliação entre os irmãos para reatar as amizades perdidas. Em nome de Jesus Cristo.
Amém.

Um em Cristo 87
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

QUADRO ILUSTRATIVO

Algumas Características Frutos (colheitas) do Dons do Espírito Santo


do Amor Espírito Santo (1 Co 12.8-10)
(1 Co 13.4-6) (Gl 5.22,23)
✓ É paciente e bondoso ✓ Amor sacrificial ✓ Palavra de Sabedoria
✓ Não é invejoso, nem ✓ Alegria, gozo (mensagem sábia)
orgulhoso ✓ Paz interior ✓ Palavra de
✓ Não é soberbo, nem ✓ Longanimidade Conhecimento
egoísta (paciência) (ciência)
✓ Não é arrogante ✓ Benignidade ✓ Fé
✓ Não fica irritado (delicadeza) ✓ Poder de curar
✓ Não se alegra com a ✓ Bondade ✓ Operações de
injustiça (generosidade) Maravilhas (milagres)
✓ Se alegra quando os ✓ Fidelidade (fé) ✓ Profecia (anunciar a
outros acertam ✓ Domínio Próprio mensagem de Deus
✓ Está disposto a sempre (autocontrole) ✓ Discernimento de
sofrer espíritos
✓ Crê, mesmo que a ✓ Variedade de línguas
pessoa erre várias estranhas
vezes ✓ Interpretação de
✓ Nunca desiste e línguas estranhas
suporta tudo com fé

Cite 2 características do Amor que são imprescindíveis para a Unidade


a) b)
Cite 2 frutos do Espírito que são imprescindíveis para a Unidade
a) b)
Cite 1 dom do Espírito que é imprescindível para a Unidade
a)

Um em Cristo 88
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE INDIVIDUAL

Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) Em 1 Coríntios 12:31, Paulo diz que o amor é mais relevante que os dons: “Portanto,
procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente”. Ou
seja, ele reforça que é bom e importante buscarmos os dons, mas que existe algo mais
precioso, mais excelente que os mesmos;
2) ( ) Ainda que tenhamos todas as revelações e mistérios de Deus, de tudo que envolve a
beleza da salvação, da grandeza e majestade do Senhor, se não tivermos amor nada disso
terá muito significado para nós. Mas se tivermos fé para fazer milagres, isto é mais
importante que o amor;
3) ( ) O propósito de Jesus sempre foi fazer o bem, amar as pessoas. Não há como
compreender a vida, o ministério e o sacrifício de Jesus sem esse ingrediente principal do
amor;
4) ( ) Jesus nos resgatou das mãos do Diabo, pagando com sua própria vida o preço exigido e
necessário. A Palavra nos ensina que a vida está no sangue e, quando Jesus derrama seu
sangue, ele faz uma troca: dá a vida dele para que nós tenhamos vida. “Porque Deus amou
o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito...” (João 3:16).
5) ( ) “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós,
que também vós uns aos outros vos ameis” (João 13:34). Jesus não está se referindo à
quantidade do seu amor, porque isso seria impossível, inimitável; ninguém pode fazer igual.
Mas ele está se referindo à qualidade ou intensidade deste amor, que é o amor de dar a vida
pelo irmão – um amor sacrificial, que dói, que custa algo.
6) ( ) O amor é a única marca que verdadeiramente identifica o cristão. Cristão não é
caracterizado por levar uma Bíblia embaixo do braço, ou por pregar em uma praça pública,
ou por cantar em uma igreja. Todas essas coisas são boas e devem ser feitas, mas Jesus disse
que a única marca legítima do cristão é quando ama como ele amou.
7) ( ) Às vezes agimos como juízes dos irmãos. Devemos ser intolerantes com os pecados e
também com os pecadores. Jesus convivia com pecadores, com pessoas más, com adúlteros,
prostitutas, corruptos e mesmo assim os amava. Porém, só Jesus conseguiu fazer isto.

Assinale a alternativa correta:


1) A expressão que mais se identifica com o amor de Jesus é:
(a) Eros
(b) Fraterno
(c) Ágape
(d) NDA
Um em Cristo 89
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

2) A falta de amor entre cristãos é:


(a) Normal, pois somos humanos
(b) Anormal, pois recebemos este amor de Deus
(c) Anormal, pois aprendemos a amar desde do ventre de nossa mãe
(d) NDA
3) A principal marca do cristão é:
(a) Carregar uma Bíblia e exibi-la para todos
(b) Ir à igreja pelo menos uma vez por semana
(c) Declarar que Jesus Cristo é Rei
(d) NDA
4) Segundo a Bíblia, aquele que odeia seu irmão é:
(a) Assassino
(b) Mal caráter
(c) Mal-educado
(d) NDA
5) Acima de tudo, o amor é:
(a) Um dom do Espírito Santo
(b) Um dom natural
(c) Um mandamento
(d) NDA
6) “Filhinhos, não amemos de palavras, nem de língua, mas...”:
(a) de fato e de verdade
(b) com atitudes e muito louvor
(c) com sinceridade e cautela
(d) NDA
7) O resumo da Bíblia é:
(...) Crer em Jesus e amar o próximo
(...) Crer em Jesus e não faltar na Igreja
(...) Crer na Trindade
(...) NDA
8) Para amar é preciso:
(a) Tomar uma decisão
(b) Esperar os nossos sentimentos identificarem o amor
(c) Esperar um ato de perdão
(d) NDA

Um em Cristo 90
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

9) “Qualquer que não pratica a justiça e não ama seu irmão, não é de Deus.” Quem disse isto
foi:
(a) O apóstolo Paulo
(b) O apóstolo Pedro
(c) O apóstolo João
(d) NDA
10) O amor é uma doutrina ensinada:
(a) Desde o princípio
(b) A partir dos Evangelhos
(c) Somente no Novo Testamento
(d) NDA

QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.

VERDADEIRAS OU FALSAS TESTES


1) 1)
2) 2)
3) 3)
4) 4)
5) 5)
6) 6)
7) 7)
8)
9)
10)

Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________

Um em Cristo 91
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Nosso desejo e oração é que incentivemos mais os nossos corações a tomar decisões em
relação ao amor. Será que não há alguma pessoa doente que precisa da nossa visita e oração?
Será que não tem alguém que está preso, necessitando de alguém que lhe visite? Será que não
conhecemos pessoas que estão famintas, carentes de uma ajuda material? Jesus não disse que
quando fizermos estas coisas é a ele que estamos fazendo? “Em verdade vos digo que quando
o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mateus 25:40)?
O ato de irmos atrás do carente, do feio, do sujo (no sentido de pessoas que sofrem,
angustiadas) é a prática do amor. “Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-
me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e
visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver” (Mateus 25:35,36).
Será que você não conhece algum amigo ou parente que se afastou da igreja, do Senhor?
Talvez você possa ir até ele, levar um livro, fazer uma oração e “dar água viva” a ele. Talvez
possa hospedar visitantes que chegam ao nosso meio, doar algum móvel usado para alguém
que precise.
Ou ainda, nesta semana: doe uma cesta básica; limpe o seu guarda-roupas e doe roupas,
sapatos que você não usa mais; vá num Hospital e pergunte sobre alguém que não recebe visitas
e faça este ato de amor.
No início da próxima reunião, cada um (em no máximo 2 minutos) poderá compartilhar
o que aconteceu nesta atividade.

Um em Cristo 92
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

LEITURAS ADICIONAIS

As leituras adicionais ajudam os participantes deste curso a compreenderem melhor a lição


em foco.

• Acesse o site www.umemcristojundiai.com.br


• Clique no link: CURSO DE UNIDADE, LEITURAS ADICIONAIS:
o Lição 05 – Leituras Adicionais (1), (2), (3) e (4)
(Visualizar o conteúdo completo)

Um em Cristo 93
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ANOTAÇÕES

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

LIÇÃO 06
A UNIDADE DA TRINDADE E
A CULTURA DE HONRA
Então veio Jesus da Galileia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele.
Mas João o impedia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?
Jesus, porém, lhe respondeu: Consente agora; porque assim nos convém cumprir toda
a justiça. Então ele consentiu. Batizado que foi Jesus, saiu logo da água; e eis que se
lhe abriram os céus, e viu o Espírito Santo de Deus descendo como uma pomba e vindo
sobre ele; e eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me
comprazo. (Mateus 3.13-17)

O RELACIONAMENTO DE UNIDADE DA TRINDADE


Jesus Cristo procurou João Batista para ser batizado antes de iniciar seu ministério
público. João, no entanto, se recusou a batizá-lo, pois sabia que Jesus era Deus encarnado que
havia vindo à Terra. Afinal, como poderia ele batizar Jesus, se era menor do que ele? Para
convencê-lo, a própria Trindade, em perfeita harmonia e unidade, se manifestou por meio da
voz do Pai (vinda do céu) e da ação do Espírito Santo (em forma de pomba). Deus Pai e Deus
Espírito Santo exaltaram, glorificaram, reconheceram e honraram Deus Filho diante de todas as
pessoas ali presentes.
É importante contemplar como Deus opera em perfeita harmonia na Trindade. Em Atos
10:37-38, Pedro enfatiza a Trindade para os primeiros gentios que se convertem: “...depois do
batismo que João pregou, como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com
poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do Diabo,
porque Deus era com ele.” Ou seja, a Trindade estava agindo, em comum acordo, para destruir
as obras do Diabo (1 João 3:8).

A CULTURA DE HONRA - O INGREDIENTE ESSENCIAL DA VIDA EM


ALIANÇA
Jesus, quando aqui na terra, criou um ambiente seguro, saudável e de honra para seus
discípulos. Seguindo seu exemplo, devemos criar esse mesmo ambiente para o rebanho do
Senhor, mostrando que esse é uma prioridade para líderes leigos, pastores, padres, bispos,
sacerdotes à frente de um ministério. Quando os relacionamentos são estabelecidos com base
em uma cultura de honra, laços de amor são criados e alianças são formadas.
Creio que a cultura de honra que cultivamos é fruto do exemplo que recebemos de
nossos pais espirituais e que temos visto em algumas comunidades cristãs. Na prática, temos
Um em Cristo 95
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

aprendido a considerar as características individuais de cada irmão não como uma ameaça ou
afronta, mas como tesouros e dádivas que nos enriquecem e nos acrescentam naquilo que nos
falta.
A honra é a cultura do Reino de Deus que celebra e promove a nossa unicidade,
reconhece quem somos e o status que gozamos como nova criatura em Cristo. Tudo aquilo que
nos desqualificava em nossa natureza caída, agora pelo Espírito de Deus, são revertidas em
virtudes e nos permitem ver Cristo uns nos outros – “Assim que, se alguém está em Cristo, nova
criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”. (2 Coríntios 5:17)
A cultura da crítica e da depreciação, tão presentes em nosso sistema social, promovem
exatamente o oposto da cultura da honra: as falhas, os defeitos e negativiza as diferenças.
Portanto, assim como a cultura da honra sustenta a vida em aliança, a cultura da crítica causa a
divisão.
Quando olhamos a fundo a história das divisões da Igreja, notamos que em essência, não
são as diferenças teológicas ou estilos distintos aos ministérios que promovem a desonra, mas
sim a intolerância ao diferente, sustentado por um espírito crítico. Lembramos sempre que ser
diferente não é pecado. Pecado é a intolerância.
Então perguntamos: Como pode haver unidade na diversidade? Qual o papel da honra
em preservar relacionamentos diante de características menos louváveis dos irmãos?

QUANDO NÃO HÁ HONRA


Eu e você fomos criados para vivermos relacionamentos eternos que não se quebram e
não se deterioram com o tempo. Relacionamentos nutridos dentro de uma cultura celestial que
este mundo veio a conhecer a partir de Jesus de Nazaré, quando este desvendava os mistérios
do Reino de Deus. Jesus dizia que nada fazia de si mesmo (João 8:28), mas a partir do
relacionamento que cultivava com seu Pai Celestial. A partir de sua morte e ressurreição, Cristo
nos capacita a amar e honrar nosso próximo, exatamente como escreve João em sua primeira
epístola: “Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos”. (1
João 3:14)
A cultura de honra não é deste mundo e se apresenta como uma janela de esperança
para este sistema de relacionamentos quebrados, superficiais e temporários. Sabemos que o
alvo do nosso inimigo é destruir e perverter aquilo que Deus criou. Basta olhar para as
estatísticas de divórcios para notarmos que somos uma geração de alianças quebradas. Geração
que aprendeu a descartar relacionamentos e pessoas, uma vez que esses não mais atendem
nossos interesses pessoais, ou quando pessoas se tornam afrontas e problemas para serem
gerenciados. A ideia de que é menos custoso dividir do que consertar tem trazido um alto custo
a esta geração. Esta ideia é sustentada pela cultura da desonra, aquela que exalta nossos erros
e faltas e que considera o diferente errado e perigoso.
Quando não há uma cultura de honra quem governa é o medo, e quando as pessoas
vivem no medo elas demandam controle. Em 1 João 4:18, aprendemos que “No amor não há
medo”, portanto, podemos supor que no medo não há amor. Ora, se Deus é amor (1 João 4:16)
e onde o Seu Espírito está há Liberdade (2 Coríntios 3:17), então podemos dizer que o Espírito

Um em Cristo 96
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

de amor traz liberdade, enquanto o medo produz necessidade de controle. Por isso em um
ambiente onde não existe honra, dificilmente haverá liberdade e cada um buscará proteger o
que é importante e valioso para si. Quando existe um ambiente de honra, nossos
relacionamentos são curados, renovados e o medo, a dúvida e a insegurança de outrora se
tornam apenas sombras.
Essa ideia pode ser melhor resumida no quadro a seguir:
Ambiente de Honra Ambiente de Desonra
Cultura de relacionamentos nos CÉUS Cultura de relacionamentos na TERRA (caída)
Promove o AMOR Promove o MEDO
Resulta em LIBERDADE Resulta em CONTROLE
Eu protejo o que é importante PARA VOCÊ Eu protejo o que é importante PARA MIM
É a essência de uma ALIANÇA É a essência de uma DIVISÃO

NÃO É ESTE O FILHO DE JOSÉ?


Em sua trajetória anunciando o Reino de Deus, Jesus visitou a cidade onde cresceu,
Nazaré, e ali começou a a pregar, ensinar e curar com autoridade e graça. Ao ouvi-lo,
admiravam-se dele e se maravilhavam de suas obras, até que alguém perguntou: “Não é este o
filho de José?” (Lucas 4:22)
Esta pergunta questionou mais do que meramente a origem de Jesus, pois o que foi
questionado era é o seu status e sua credibilidade. Nazaré falhou em reconhecer o Messias e
criaram um ambiente de desonra. A desonra afeta a forma como vemos alguém. Jesus Cristo, o
Filho de Deus, ungido em plena autoridade e poder, foi rebaixado ao status do “filho do
carpinteiro ali da esquina”. A desonra produz descrédito e incredulidade, que custou a Nazaré
a oportunidade de ver a glória de Deus sendo manifesta e mudando o destino da cidade: “E não
podia fazer ali nenhuma obra maravilhosa; somente curou alguns poucos enfermos, impondo-
lhes as mãos”. (Marcos 6:5)

FUNDAMENTOS DA CULTURA DE HONRA


A palavra ‘honra’ já não é comumente utilizada em nosso vocabulário, mas usualmente é
considerada apenas como sinônimo de ‘respeito’. De fato, honra também é respeito, mas não
é só isso. Quando olhamos a essência da palavra ‘honra’ (kavod) nas Escrituras, encontramos as
seguintes definições:
• Glorificar, promover
• Elevar o status
• Oferecer prestígio a outra pessoa
• Grande respeito e admiração

Um em Cristo 97
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Honra é a moeda dos céus e está na essência do relacionamento da Trindade. Por meio
da obra da cruz Jesus elevou o nosso status, como vemos em sua oração sacerdotal em João
17:21 - “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles
sejam um em nós…”. Fomos promovidos a um status real!
Esta é a honra que vemos na parábola do Filho Pródigo (Lc 15:11-32). Aquele filho que
desonrou seu pai, pedindo sua herança ao pai ainda em vida, quebrou sua aliança familiar e
abandonou seu lar para desperdiçar sua vida em um mundo de trevas. O status do filho se
tornou indigno: ele atingiu o fundo do poço, cercado de vergonha e desprezo. Em sua miséria,
arriscou uma última chance de voltar para tentar ser considerado um servo na casa de seu pai.
A última coisa que ele esperava encontrar era honra, depois de tudo o que havia feito:
Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-
lhe um anel na mão, e alparcas nos pés; E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e
comamos, e alegremo-nos. (Lucas 15:22,23)
O filho indigno, símbolo da vergonha da família, foi promovido, glorificado, recebeu
prestígio, respeito e admiração. As vestes representavam o status real. As alparcas nos pés
representavam a liberdade (diziam que o filho não era escravo, mas senhor). Por fim, o anel no
dedo representava a autoridade do nome da família. Isso significa não só o perdão, mas a
restituição de bens e direitos. A festa foi a solenidade para honrar o filho e se alegrar pelo seu
retorno. Esta celebração era um marco público da restituição que estava sendo feita.

HONRA TAMBÉM PARA O INDIGNOS


A história do filho pródigo amplia a nossa visão sobre honra, que não está limitada
somente aos dignos e aos merecedores. Esta é a minha e a sua estória. Aquele que está em
Cristo foi promovido, restaurado, restituído. Sua posição não tem relação com seu passado,
erros, falhas de caráter e desqualificações. Em outras palavras, aquilo que alguém faz não
desqualifica quem Deus o tornou.
Jesus honrou uma mulher Samaritana que vivia amasiada depois de 5 divórcios. Devido
à esta honra nasceu uma missionária que levou a salvação a toda uma cidade. Jesus honrou um
homem corrupto e ganancioso chamado Zaqueu, e desta honra nasceu o maior filantropo da
região. Honra é celebrar quem a pessoa é, reconhecer seu status real em Cristo, discernir a
glória e a graça que foi investida em sua vida e contemplar o depósito de Cristo que há em sua
vida.
A cultura da honra nos protege de julgarmos e criticarmos o que os outros fazem.
Quando decidimos honrar, focamos no depósito de Deus que há na pessoa e não no que ela faz
ou deixa de fazer. A cultura da honra atrai a presença de Deus e cria um ambiente seguro para
crescermos como família.

A QUEM SE DÁ HONRA?
A Bíblia nos oferece uma lista de pessoas a quem devemos honrar: Jesus (Apocalipse
5:13); Reis (autoridades constituídas, 1 Pedro 2:17); Pais (Êxodo 20:12); Esposas (1 Pedro 3:7);

Um em Cristo 98
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Viúvas (1Timóteo 5:3). Essa lista a princípio não nos causaria surpresa, afinal, falamos ou de
figuras de autoridade e status ou de figuras que representam um cuidado especial ou zelo. É
seguro dizer que é relativamente fácil atribuir honra a pessoas honrosas. Mas o que realmente
nos desafia é o último grupo de honra tratado por Pedro em sua primeira epístola: “Honrai a
todos…” (1 Pedro 2:17).
Pedro não está nos dando espaço para exceções. A honra não é somente uma resposta
a pessoas dignas, mas uma cultura do povo de Deus na terra que redefine completamente a
forma de nos relacionarmos. A capacidade de honrar já nos foi dada, pois, como vimos na
parábola do filho pródigo, fomos primeiramente honrados por Deus, para que então
pudéssemos honrar uns aos outros. É o mesmo princípio que encontramos para o amor e para
o perdão. Amamos porque Cristo nos amou primeiro. Perdoamos as pequenas ofensas, pois
fomos perdoados de uma grande ofensa.
Quando honramos o nosso próximo, honramos a Deus. Foi o próprio Jesus, conforme
descrito em Mateus 25, que nos faz perceber a ligação entre a forma de tratamento a outros
irmãos como sendo ao próprio Deus: “…Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes
meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (v. 40).
Em Efésios 5:21, Paulo fala do mesmo princípio quando diz: “Sujeitando-vos uns aos
outros no temor de Deus”. Novamente notamos uma relação direta de como o nosso
relacionamento com Deus afeta o nosso relacionamento com irmãos.
Ademais, a honra me habilita a promover alguém, mesmo quando este não se enxerga
desta forma e age aquém daquilo que é. A honra é um recurso contra o engano e a mentira que
distorce o senso de identidade celestial dos santos; é uma arma que Deus nos dá para quando
a verdade Dele é corrompida pelo pecado, pela dor e pelas circunstâncias temporais.
Os lisonjeios políticos, por sua vez, provêm da cultura humanística centrada no culto ao
homem, na idolatria, e movida por interesses egoístas. Isso é uma perversão da cultura de honra
que provém do Reino de Deus, e não deve ser confundida. Na cultura de honra a motivação
central é a honrar, glorificar, exaltar, louvar e promover o nome do Senhor, reconhecendo a sua
multipresença e unção no Corpo de Cristo em toda sua diversidade.

O INGREDIENTE ESSENCIAL DA ALIANÇA


Imagine um lugar seguro, onde pessoas são vistas não por suas imperfeições ou
volatilidades, antes são celebradas, promovidas, prestigiadas e honradas. Imagine um lugar
onde há liberdade, diversidade e unidade; um ambiente onde posso me conectar com pessoas
e me tornar vulnerável, sem medo de ser rejeitado, humilhado ou abandonado. E mesmo
quando falhar e errar, não perderei meu status e posição em Cristo.
A cultura da honra afeta diretamente a forma como nos relacionamos, como corrigimos,
como criamos um lugar seguro onde podemos crescer no amor e longe do medo da separação
e do isolamento.
Estou certo de que os inúmeros desafios que enfrentamos em nossa jornada de Unidade
podem e devem ser superados pela graça de Deus e pelo ambiente de honra que nos mantêm
seguros em uma aliança.
Um em Cristo 99
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

A cultura da honra é demonstrada primeiramente pelos mais velhos, ao ouvirem críticas,


acusações, reivindicações, sem desprezar os irmãos por quem Cristo padeceu e revestiu de
honra. A honra nos cura ao longo deste novo caminho e exala um perfume agradável a Deus!

HONRA NA TERRA, ASSIM COMO NO CÉU


Honrar a Deus e uns aos outros produz um ambiente que atrai a presença de Deus.
Honrar significa respeitar, valorizar, reconhecer o lugar, o dom e o valor do outro. Não é
somente elogiar, mas uma atitude interior e verdadeira de reconhecer e corresponder de forma
prática à consciência que temos do valor alheio.
Quando honramos alguém não estamos querendo promover homens, pois ninguém é
especial em relação a Deus e aos irmãos, mas também não devemos desconsiderar os outros,
não discernindo o que eles têm de Deus para nós. Nós reprovamos a igualdade, que é tola,
porque o nosso Deus não é um Deus de igualdade e, sim, de diversidade. Ele distribui a Sua
graça como Ele quer e, por isso, precisamos reconhecer os dons, as graças, os ministérios que
existem em nosso meio, pois, quando o fazemos, somos abençoados.
Já pensou se conseguirmos transmitir para o mundo que o céu não é um lugar de crítica,
de reprovação, mas que repete o tempo todo o que as pessoas são, e não aquilo que elas não
são? Nesse ambiente, o Espírito Santo ficará à vontade para agir, porque não haverá soberba
ou destaque sobre alguém. Todos têm o seu lugar e são reconhecidos em seu lugar. E, quando
isso acontece, ninguém individualmente aparece, mas só Jesus se sobressai. É por isso que a
honra não começa entre nós, mas começa no céu.

TIPOS OU VALORES DE HONRA:

1) Honrar o nosso Deus acima de tudo e de todos.


Esse tipo de honra é aquela que concedemos a quem tem valor em Si mesmo, que tem
um valor intrínseco – não porque Lhe foi dada, mas porque Ele É – faz parte da Sua natureza.
Essa honra só podemos render a uma Pessoa: o Senhor nosso Deus. Nós cantamos que só Ele é
digno de toda honra, glória, adoração e louvor. Ou seja, Ele é o único digno de tudo isso e
ninguém mais.
É isso que vemos nos capítulos 4 a 7 de Apocalipse. Os céus estão cheios desta verdade,
desta realidade – Deus recebe honra porque Ele É digno de honra, porque Ele tem em Si mesmo
todos os atributos divinos – Ele é o amor, a verdade, a justiça, o poder. Nada foi dado a Ele e,
por isso, só Ele merece toda a honra. É por isso que Davi disse: “Tributai ao Senhor a glória
devida ao seu nome”, que podemos ler também como “honra”. Ou seja, a glória está dentro do
Seu nome.
Mas não basta honrarmos a Deus somente com os lábios. Jesus disse em Mateus 15.8:
“Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.” Honrar a Deus não
é apenas falar o que Ele é. O verdadeiro significado da palavra ‘adoração’ vem do grego
proskineo e significa “prostrar-se” – não de forma exterior, mas com uma atitude interior de

Um em Cristo 100
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

render-se, submeter-se, reconhecer e andar debaixo da grandeza de Deus, obedecendo a Ele.


Quando o Senhor nos dá uma palavra, honrar é obedecer esta palavra, pois o contrário disso é
desprezo, indiferença. Às vezes, não necessariamente falamos mal de algo que Deus nos fala,
mas ignoramos o que Ele nos fala não praticando, não obedecendo, não se rendendo.
O movimento da Trindade é Um sempre projetando o Outro, preparando o caminho do
Outro, fazendo com que o Outro seja conhecido. Eu acho lindo essa característica da Trindade:
o Pai projeta o Filho; o Filho mostra o Pai e prepara a vinda do Espírito; o Espírito vem e lembra
o que o Filho disse, o exalta, o revela e, ao final, quem aparece é o próprio Pai. Assim, o Céu é
um lugar de honra e, se a Igreja é o Céu na Terra, se é a porta do Céu que Jacó viu, o ambiente
aqui precisa ser igual ao de lá. Isso significa que nós vamos honrar e exaltar ao nosso Deus. Nós
não vamos viver para que as pessoas nos vejam e, sim, que olhem para nós e reconheçam a
glória do nosso Deus. Foi para isso que nós nascemos: “Para louvor e glória da sua graça, pela
qual nos fez agradáveis a si no Amado (...) Com o fim de sermos para louvor da sua glória...”
(Efésios 1.6,12).
Ora, se no céu é assim, na Terra também precisa ser assim! Nós não trabalhamos para
nos autopromovermos, mas para promovermos o nosso Deus, o Senhor Jesus antes de qualquer
coisa ou pessoa, pois não nascemos para a autopromoção. A Trindade trabalha desta forma.
Precisamos, então, perceber a obra de Deus pelo prisma ou ótica da honra. Nós fomos criados
à imagem e semelhança de Deus – isso é honra. O Criador criou um monte de coisas de acordo
com Suas ideias, desejos, habilidades artísticas. Mas, no sexto dia, quando criou o homem,
atribuiu-lhe um valor: de sermos à Sua imagem e semelhança. Não há outra criação com este
mesmo valor. Fomos criados assim, fazemos parte da família de Deus – isso é honra!
Antes não éramos nada por causa do nosso pecado, mas Deus continuou insistindo
conosco nessa trajetória de nos atribuir um valor que não tínhamos. Todos éramos pecadores
e afastados de Deus. Nossas tendências à rebeldia e independência sempre tentam nos afastar
do Senhor, mas Ele, por causa do grande amor com que nos amou, nos resgatou e incluiu em
Sua família. Aliás, há uma relação maravilhosa entre amor e honra. O amor não cobra nada
porque se vale apenas dele mesmo para se dar. Então, amando, conseguimos honrar até
pessoas que aparentemente não vemos nenhum valor nelas.
Deus fez isso conosco. Ele olhou para Adão e Eva, olhou para cada um de nós e tomou
uma decisão: “Eu não quero que eles continuem caídos, desprezíveis. Eu quero que eles sejam
meus filhos.” No Éden, Ele fez uma roupa para o casal prefigurando Cristo, que Ele iria oferecer
em nosso favor. Será que existe uma honra maior do que esta? Que o próprio Deus escolha
entregar-Se em favor da Sua criação? Ele agiu com honra em relação a nós. Então, quando
reconhecemos e valorizamos a Deus e aos nossos irmãos, recebemos os resultados desse
reconhecimento, dessa honra; recebemos as bênçãos e os ministérios que Deus e os irmãos têm
para nós.

2) Honrar e reconhecer o lugar que Deus deu a Jesus entre nós.


Cremos que Deus vai fazer uma obra transformadora em toda a Terra. No entanto, Ele
quis começar essa obra por meio de um povo constituído por todos os gentios e judeus
convertidos que, juntos, formam a Sua Igreja (Efésios 1.17-23). Para isso, Ele colocou Jesus em

Um em Cristo 101
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

um lugar especial nesta Igreja: como cabeça da mesma! Este é um lugar de comando, controle,
direção, orientação. Jesus é aquele que manda, que governa, que diz o que fazer, como fazer,
para onde ir.
Se queremos um ambiente de honra entre nós precisamos reconhecer o lugar que o Pai
colocou Jesus na Igreja. Eu gostaria muito que Jesus chegasse diante de nós e não tivesse de
lamentar por não ter podido realizar em nosso meio tudo o que ele gostaria de ter realizado
(Lucas 13.34). Que ele possa hoje olhar para nós e dizer: “Querido povo, queridos filhos, que
bom que vocês estão reconhecendo o que estou fazendo entre vocês. Que bom que estão
reconhecendo a visitação que estou trazendo sobre suas vidas.” Se nós reconhecermos o que
ele está fazendo ele fará mais; ele ficará à vontade para agir e para multiplicar a sua operação
entre nós. Quando a cabeça dá ordens aos membros e esses reconhecem e obedecem, então o
corpo todo trabalha e a cabeça consegue realizar tudo o que planejou.
Essa é a Igreja do Senhor! Reconheçamos que o Senhor é o nosso Deus, o nosso cabeça,
o nosso Rei. Que entre nós não haja resistência à autoridade do nosso Senhor Jesus, ao lugar
soberano que Deus colocou Jesus sobre Seu povo. É verdade que haverá um dia em que todo
joelho se dobrará e toda língua confessará essa verdade (Filipenses 2.10,11), mas podemos
proclamar que JÁ EXISTE um povo cujos joelhos se dobram e cujas línguas confessam que Jesus
Cristo é o Senhor. Este povo é a Igreja espalhada sobre a Terra que reconhece Jesus como sua
cabeça, como sua autoridade.
Para nós, Jesus não é somente um homem histórico, não é apenas o filho de Maria e de
José. Para nós ele é Jesus Cristo, o filho do Deus vivo, o Deus que “se fez carne e habitou entre
nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.”
(João 1:14). Reconhecemos que ele esteve entre nós, que ele morreu, ressuscitou, está à destra
do Pai, vive entre nós e voltará em glória e poder! Nós reconhecemos e provamos isso quando
obedecemos a tudo quanto ele nos manda fazer. A nossa obediência ao cabeça é a honra mais
clara e poderosa que prestamos a ele. Portanto, não vamos lhe oferecer resistência.

3) Honrar ou atribuir valor, reconhecimento a alguém a quem Deus atribuiu honra.


Você já percebeu que o próprio Senhor nos honra? Não que tenhamos valor em nós
mesmos, pois, quanto a nós, tudo o que temos vem Dele! Na cultura do mundo isso é um
contrassenso, mas na cultura do Reino nós nos alegramos em quem ELE É. Honrar a Ele é o que
nos abre o caminho para saber quem nós somos e, consequentemente, conhecer e honrar os
irmãos.
Deus nos honrou quando enviou Jesus para nós. Ele nos amou de tal forma e planejou
isso para que tivéssemos um grande valor – sermos filhos Dele. Quando deixamos de ser filhos,
quando nos rebelamos contra Ele em nossa desonra intrínseca em Adão, Deus continuou
trabalhando até enviar Jesus: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Ele estava
dizendo com isso: “Eu amo tanto vocês que eu vou pagar um valor infinitamente maior do que
vocês valem.”
Já imaginou se nos tratarmos da mesma forma, vendo uns aos outros da forma como
Deus nos vê? Com certeza lhes diríamos: “Meu irmão, eu te amo tanto que vou atribuir valor a
Um em Cristo 102
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

você; vou reconhecer em você o que Deus lhe deu; vou te ver grande, assim como Jesus te vê!”
Eu tenho certeza de que se você analisar a si mesmo descobrirá que não é nada. Mas, se lembrar
que Jesus morreu por você, então terá mais amor e paciência consigo mesmo e com os outros.
Deus nos honrou quando nos deu o propósito de sermos Seus filhos: “Vede que grande
amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos
filhos de Deus.” (1 João 3.1). Depois de Jesus, Deus não tem mais uma queixa sequer contra
nós, mas, sim, um imenso apreço por nós. Agora Ele nos olha de outra forma; nos vê de maneira
profética; enxerga além daquilo que os nossos pecados provocaram em nós; vê aquilo que a
cruz de Cristo produziu em nós. E é assim que precisamos ver uns aos outros: pelo que a cruz
de Cristo produziu e é capaz de produzir.
Deus nos atribuiu valor quando Jesus disse:
Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por
intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim
e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu
lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o
somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que
o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. Pai,
a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para
que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do
mundo. (João 17.20-24)
Ou seja, Jesus está trabalhando para nos inserir nele mesmo. Deus está fazendo um
trabalho eterno para que nós, Seus filhos (antes somente Sua criação), possamos fazer parte da
própria Trindade. Não para sermos “deuses”, mas para estarmos Nele e com Ele. É maravilhoso
que o Senhor deseje estar conosco mesmo com as nossas histórias complicadas e rebeliões. Isso
é atribuir valor!
Quando você olhar para um irmão e não achar nele coisa alguma para honrá-lo, encontre,
dê um jeito, levante-o, promova-o para que ele encontre seu lugar em Deus, porque esta é a
característica do nosso Pai. Ele está trabalhando para isso e nós queremos ser como Ele é.
Vamos criar na Terra um ambiente semelhante ao Céu, um povo parecido com a Trindade.
Deus nos equipa usando as partes do Seu corpo para nos edificar, ajudar, consolar. Cada
um fazendo aquilo para o que Deus lhe manda fazer – essa é uma igreja onde todos funcionam
de maneira orgânica, não formal, institucional, hierarquicamente – mas organicamente, uns
servindo aos outros, honrando a Deus enquanto honra o irmão. Todos funcionam, operam os
seus dons, trabalham de alguma forma. Honra não é algo que você espera, mas algo que você
oferece. Esperar por honra adoece. Se você recebe honra de alguém, sabe que não é por sua
própria causa ou merecimento. Quem honra o irmão honra a Cristo e, quem honra a Cristo,
deve honrar o irmão. O céu é o lugar onde se diz quem Deus é; a igreja é o lugar onde dizemos
ao outro o que ele é – e isso honra a Deus.

Um em Cristo 103
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

CONHECER MEUS IRMÃOS SEGUNDO O ESPÍRITO, E NÃO SEGUNDO A


CARNE.
Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo,
todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para
si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. Assim que, nós, daqui
por diante a ninguém conhecemos segundo a carne; e, se antes conhecemos Cristo
segundo a carne, já agora não o conhecemos deste modo. E, assim, se alguém está em
Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. (2
Coríntios 5.14-17).
O que é conhecer segundo a carne? É você ouvir sobre alguém o que a sua carne diz a
respeito dele; é ouvir de alguém a carne dele dizendo a você quem ele é. São duas carnes
falando: a minha e a do outro – e isso, com certeza, dará briga! Quando conhecemos a Cristo
fomos libertos de nós mesmos, das nossas mazelas, fraquezas, teimosias, vontades más. O
ponto mais importante da conversão é que agora não preciso seguir a mim mesmo, me sujeitar
às minhas próprias vontades, pensamentos e paixões. Da mesma forma, as coisas velhas que
enxergávamos em nossos irmãos acabou, porque Jesus também morreu por ele. Assim, tudo o
que ele e eu éramos antes da cruz de Cristo acabou. Agora somos uma nova criação – “Cristo
em vós, a esperança da glória”. O que importa agora é o que Cristo fez em nós, por nós e
através de nós.
É muito fácil conhecer meus irmãos segundo a carne. Se eu ouvir o que a minha carne
diz acerca de um irmão quando ele está meio frágil, eu o conhecerei apenas segundo a carne.
Por isso, precisamos conhecer uns aos outros a partir do que Jesus fez em nossas vidas. Vamos
reconhecer quem os nossos irmãos são agora em Cristo, vamos conhecê-los segundo o que o
Espírito Santo nos diz a respeito deles, pois o Espírito nos mostra o que Jesus fez na vida deles.
Isso gera honra, pois iremos perceber os dons, os ministérios, o quanto que existe de Deus neles
que ainda não existe em nós. Se olharmos apenas para os seus pecados, as histórias ruins que
já vivemos com eles, vamos bloquear a ação do Espírito, pois, quando nos lembramos das coisas
que a carne deles produziu, estamos menosprezando o que Jesus fez em suas vidas.
Ora, se todos nós nos relacionarmos com sinceridade de coração, conhecendo-os
segundo o que o Espírito Santo nos diz, vamos amá-los, reconhecê-los e abençoá-los; ser gentis,
cordiais, alegres; abrir prisões em seus corações. Quando o outro chegar e dizer: “estou tão
aflito com isto!”, e você o conhecer segundo o Espírito e soltar as prisões dele, se tornará um
agente de libertação enviado por Deus a ele. Assim, não sobrará ninguém entre nós que não
será livre. E pode chegar qualquer tipo de gente: um bandido, um maltrapilho, um travesti, um
homossexual, uma prostituta e, aos olhos do Espírito, eles não serão isso, mas, sim, pessoas
carentes de Deus, pessoas por quem Jesus morreu na cruz e que precisam da nossa ajuda.
Deixemos, então, a cultura da honra mudar as nossas perspectivas em relação aos
nossos irmãos. Peçamos ao Senhor olhos espirituais para enxergar a todos segundo o Espírito e
reconhecer Cristo neles; reconhecer que Jesus (e não a carne) é a nossa cabeça, a nossa
autoridade; ouvir e obedecer apenas ao que Ele nos diz acerca dos outros!

Um em Cristo 104
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

UM FATO CONCRETO
Para Deus ser Ágape, Ele não pode ser um só. O amor não se consuma com apenas um
indivíduo. Para o amor se manifestar é necessário ter uma pessoa que ama, uma pessoa amada
e o amor, o ágape. Se não houver várias pessoas não pode haver uma verdadeira união. Então,
para dizer que Deus é amor, torna-se necessário que se tenha as três Pessoas da Trindade:
a) O Pai ama o Filho:
“O Pai ama ao Filho, e todas as coisas têm confiado às suas mãos” (João 3:35). A
natureza do amor ágape é doação. Deus entregou Seu Filho por amor a nós. A verdadeira
doação sempre implica em uma perda. O que faz com que as três pessoas da Trindade sejam
uma só é o fato deles se doarem inteiramente um ao outro. O amor do Pai ao Filho não é parcial,
com reservas; Ele mostra tudo, dá tudo o que tem ao Filho: Seus planos, sonhos, segredos. Toda
a vida do Pai foi entregue nas mãos do Filho e o Filho pode fazer o que quiser com o que Ele
recebeu do Pai.
b) O Filho ama o Pai:
“...contudo, assim procedo para que o mundo saiba que eu amo o Pai e que faço como
o Pai me ordenou” (João 14:31). Deus é um só. As três Pessoas formam um só Deus, amam igual
- mas cada um deles é diferente, têm papéis distintos. O amor do Filho ao Pai se expressa em
Sua obediência à Ele, em fazer totalmente a vontade de Deus. Jesus sempre disse que seu
propósito era obedecer, fazer a vontade do Pai. Isso é ágape, é doação.
“Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer
de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho
também semelhantemente o faz. Porque o Pai ama ao Filho, e lhe mostra tudo o que faz, e
maiores obras do que estas lhes mostrará, para que vos maravilheis.” (João 5:19,20)
c) O Espírito Santo ama o Filho e o Pai:
“...quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque
não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão
de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar” (João
16:13,14).
Assim, a Trindade trabalha para se doar um ao outro. É uma relação de doação contínua
e total, pois há plena confiança entre si.

ORAÇÃO COLETIVA
Sabemos, ó Deus, que o Senhor nos deu Jesus como provisão para destruir o domínio do
inimigo e precisamos eliminar as divisões. Quando não há divisões cuidamos uns dos
outros e todos são protegidos.
A Tua Palavra nos ensina que um membro precisa do outro. Todos são necessários para
o Corpo e devem ser honrados. Aos mais fracos damos maior honra e todos são
importantes.

Um em Cristo 105
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Senhor, Tu nos ensina que, para que não haja divisão no Corpo, os membros devem
cooperar com igual cuidado em favor uns dos outros. Nós somos o Corpo de Cristo e
individualmente membros desse Corpo. Assim, mesmo sendo muitos, somos um só Corpo
em Cristo e estamos ligados independentemente de denominações, doutrinas, culturas e
histórias.
Portanto, ajuda-nos, ó Senhor, a honrarmos e abençoarmos uns aos outros com os dons
que recebemos, como bons despenseiros da multiforme Graça que o Senhor nos deu.
Livra-nos de ter preconceitos, de murmurar, de julgar, de criticar, de condenar. Que
tenhamos um ardente amor e honra para com todos os nossos irmãos em Cristo, pois o
amor cobre multidões de pecados.
Em nome de Jesus. Amém.

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

QUADRO ILUSTRATIVO

Como você descreve esta imagem?


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Como essa imagem nos ajudaria a viver a Unidade do Corpo de Cristo?


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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE INDIVIDUAL

Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) Para convencer João Batista a batizar Jesus, Deus se manifestou por meio de uma voz
vinda do céu e pela ação do Espírito Santo, que desceu em forma de pomba sobre Jesus.
2) ( ) Quando os relacionamentos são estabelecidos com base em uma cultura de honra, as
diferenças e os conflitos entre os irmãos se manifestam.
3) ( ) Olhando para a história da Igreja, notamos que não são as diferenças teológicas que
promovem a desonra e a desunião, mas sim a intolerância ao diferente de nós.
4) ( ) Quando existe um ambiente de honra entre nós, os relacionamentos são curados,
renovados, sadios e o medo e a insegurança desaparecem.
5) ( ) São tipos de valores de honra: Honrar a Deus acima de tudo e todos; Honrar e reconhecer
o lugar que Deus deu a Jesus entre nós; Honrar ou atribuir valor, reconhecimento a alguém
a quem Deus atribuiu honra.
6) ( ) Conhecer o irmão segundo a carne é ouvir o que a própria carne, e não o Espírito, diz
acerca dele.
7) ( ) Nazaré foi uma das poucas cidades que reconheceu e honrou o ministério de Jesus.

Assinale a alternativa correta:


1) No momento do batismo de Jesus:
(a) Jesus e o Espírito Santo honraram a Deus Pai;
(b) João se recusou a batizá-lo, pois estava em dúvida quanto à sua divindade;
(c) A Trindade estava em perfeita harmonia e unidade para convencer João;
(d) NDA.
2) A cultura da honra:
(a) Foi estabelecida na terra pelo ministério profético de João Batista;
(b) É o ingrediente essencial da vida em aliança;
(c) É não considerar as características de cada irmão como uma ameaça para nós;
(d) NDA.
3) A partir de sua morte e ressurreição:
(a) Jesus nos capacitou a termos amor a nós mesmos;
(b) Jesus nos ensinou a buscar e proteger o que é mais importante para nós;
(c) Jesus nos ensinou que é mais custoso consertar do que dividir;
(d) NDA.

Um em Cristo 108
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

4) Ambiente de Honra X Ambiente de Desonra:


(a) Amor e Liberdade X Medo e Controle;
(b) Importante para Mim X Importante para Você;
(c) A essência de uma Divisão X A essência de uma Aliança;
(d) NDA.
5) A essência da palavra “honra” (kabad) nas Escrituras, pode ser definida como:
(a) Oferecer ajuda material para os irmãos;
(b) Tratar todos os semelhantes de forma igualitária;
(c) Oferecer prestígio, promover as pessoas;
(d) NDA.
6) Na parábola do filho pródigo, quanto às coisas dadas a ele pelo seu pai:
(a) O anel representava seu novo poder;
(b) As vestes novas representavam a sua autoridade;
(c) As alparcas nos pés representavam a liberdade;
(d) NDA.
7) Sobre a honra, é correto dizer que:
(a) Devemos honrar a todos;
(b) Devemos honrar somente as autoridades constituídas;
(c) Devemos honrar todos aqueles que nos fazem o bem;
(d) NDA.
8) Honrar a Deus é, acima de tudo:
(a) Obedecer a Ele quando Suas palavras forem agradáveis;
(b) Glorificar a Ele com nossos cânticos;
(c) Testemunhar Dele para os nossos familiares e amigos;
(d) NDA.
9) Jesus Cristo, por meio de sua vinda e ministério:
(a) Colocou cada pessoa no seu devido lugar;
(b) Promoveu e honrou cada pessoa, amando-os indistintamente;
(c) Ensinou seu povo a honrar as pessoas pelos seus devidos merecimentos;
(d) NDA.
10) Conhecer meu irmão segundo o Espírito significa:
(a) Ouvir o que a minha carne diz sobre ele;
(b) Considerar e valorizar o passado e as obras dele;
(c) Não sujeitar meus pensamentos e opiniões sobre ele à minha própria carne;
(d) NDA.

Um em Cristo 109
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.

VERDADEIRAS OU FALSAS TESTES


1) 1)
2) 2)
3) 3)
4) 4)
5) 5)
6) 6)
7) 7)
8)
9)
10)

Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________

Um em Cristo 110
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés:
Não preciso de vós. (1 Coríntios 12.21)
Todos precisam uns dos outros e todos se servem uns aos outros. Quando alguém diz:
“eu não tenho necessidade de você”, é porque entrou altivez, soberba, orgulho. Ninguém é tão
grande que não precise da parte menor da Igreja, e ninguém é tão pequeno que não possa
contribuir para a vida da Igreja. Você é do tamanho que Deus planejou para você ser! Eu preciso
de você e você precisa de mim! Cada um de nós tem uma graça específica que Deus nos deu.
Somos totalmente diferentes, porque é a diferença que nos ajuda a servir o outro.
A cultura da honra não diz respeito a atitudes ocas ou vazias, mas, sim, a olharmos para
os irmãos com os olhos do Senhor. Então, à medida em que convivemos com os irmãos, Deus
nos mostra as graças que Ele concedeu a cada um.
Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,
de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo
a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de
si mesmo em amor. (Efésios 4.16,17.
Perceba que o “todo” depende do “cada”, ou seja, se você não cumprir a sua parte o
“todo” será prejudicado. Então, assuma essa responsabilidade de cumprir a sua parte. Esqueça
a história de que você “não tem ministério”, pois você tem! Esqueça também a história de que
“o outro” é menos importante do que você, pois isto não é verdade. Todos nós fomos chamados
para servir a Deus, servir a Igreja, servir os irmãos e ocupar o seu lugar de trabalho no Corpo de
Cristo.
Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas
obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus. (Mateus 5.16)
Que nós sejamos um povo zeloso e de boas obras. Que as pessoas olhem para as nossas
boas obras e para o ambiente de honra que existe entre nós, que Jesus chama de “luz”, e
glorifiquem o nosso Pai que está no Céu.
A atividade proposta para esta semana é procurar pelo menos duas pessoas para honrar,
“desmanchar” nosso coração diante delas. Pode ser pai, mãe, líder eclesiástico etc. Mas o ideal
seria honrar pessoas de outras confissões (denominações), ou de uma outra congregação que
você frequentou. Também pode ser pessoas não cristãs, como chefe, patrão, funcionário,
vizinho, parente distante etc.
Compartilhe no início da próxima reunião sua iniciativa de honrar alguém durante a
semana. Conte como foi, tudo para a glória de Deus.

Um em Cristo 111
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

LEITURAS ADICIONAIS

As leituras adicionais ajudam os participantes deste curso a compreenderem melhor a lição


em foco.

• Acesse o site www.umemcristojundiai.com.br


• Clique no link: CURSO DE UNIDADE, LEITURAS ADICIONAIS:
o Lição 06 – Leituras Adicionais (1) e (2)
(Visualizar o conteúdo completo)

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ANOTAÇÕES

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

LIÇÃO 07
OS QUATRO PILARES DA IGREJA:
DOUTRINA DOS APÓSTOLOS,
COMUNHÃO, PARTIR DO PÃO, ORAÇÕES

...louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E cada dia acrescentava-lhes o


Senhor os que iam sendo salvos. (Atos 2.47)

AS COISAS ACONTECIAM
Este verso é uma consequência, um efeito, e precisamos entender quais são as causas.
Vemos que três coisas aconteciam naquela igreja:
O louvor era a manifestação de duas coisas básicas: a vida manifesta de Deus nas
pessoas e uma profunda gratidão ao Senhor. Chegará um tempo em que os nossos dirigentes
de louvor não precisarão “tocar manivela” para fazer o povo cantar, em que não precisaremos
fazer o povo parar de adorar porque precisaremos trazer uma palavra. Não vamos cantar
porque alguém nos manda, mas como uma expressão da manifestação da vida de Cristo em
nós, de uma profunda gratidão por aquilo que Deus fez em nossas vidas.
A igreja caiu na graça (ou simpatia) do povo. Aquela não era uma igreja que se esmerava,
que se esforçava para que o povo gostasse dela. Inclusive, lemos que as pessoas não se ousavam
juntar-se à igreja, porque tinha medo dela devido aos muitos sinais de Deus. Um dos sinais,
inclusive, era a morte. É que não pensamos na morte como um dos sinais de Deus. Quando um
casal (Ananias e Safira) resolveu fazer uma coisa com aparência de outra houve um milagre –
eles morreram! Isso porque mentiram ao Espírito Santo, que era o pastor daquela igreja (Atos
5.3). Havia sinais na igreja, sinais no meio daquele povo. Ora, um povo que olha para a igreja e
vê que não há mentiras (porque quem mente morre), não vai querer se juntar a ela. Afinal, esse
é um dos sinais, pois mostra a presença de Deus no lugar e que Ele não aceita o pecado no meio
do Seu povo.
A igreja não pode conviver com o pecado. Então, quando o texto diz que ela caiu na
simpatia do povo, não significa que tinha posições políticas para se tornar agradável, mas que
infundia temor, respeito às pessoas ao seu redor. O povo respeitava, mas não se juntava. Será
que hoje a Igreja é simpática ao mundo? Ou o mundo a teme? Há corrupção nas nossas vidas?
Entramos em falcatruas e em atos ilícitos? Cortamos filas em bancos e no comércio? Usamos
pessoas que trabalham em repartições públicas para pedirmos favores pessoais? Passamos por
semáforos vermelhos? Jogamos papeis no chão? Não respeitamos a natureza etc.? A Igreja

Um em Cristo 115
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

precisa passar por um avivamento, mas no sentido da manifestação da vida de Cristo em nós
em todos os lugares e não somente nas reuniões. É por isso que aquela igreja de Atos tinha o
respeito pelas pessoas.
Nesta lição enfatizaremos a Doutrina dos Apóstolos. Na lição 8 cuidaremos da
Comunhão, do Partir do Pão e das Orações.

DEUS ACRESCENTAVA DIA A DIA À IGREJA OS QUE IAM SENDO


SALVOS.
Tenho certeza de que todos nós gostaríamos que isso acontecesse em nosso meio, que
todos os dias Deus trouxesse gente nova, mas, para isso, precisamos viver em unidade,
amarmos uns aos outros, buscar a comunhão, o partir do pão, a oração em comunidade,
independentemente das nossas bandeiras, doutrinas ou denominações.
Atos 2.47 é, também, o cumprimento de uma promessa e não apenas o resultado das
condições que vimos acima. É a promessa que está em Isaías 2.3: “Irão muitos povos, e dirão:
Vinde, e subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus
caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra
do Senhor.”
Esse texto não está necessariamente falando de Sião, em Israel, ou de uma igreja em
Jerusalém. Esse Sião e essa Jerusalém referem-se a nós – a Igreja, a Jerusalém de Deus. Deus
está dizendo que as pessoas virão a nós, nos lugares onde nós estamos, para ouvir as palavras
do Senhor. O texto refere-se a uma promessa de que as nações virão para junto de Deus na
Igreja e Atos 2.47 é o começo do cumprimento dessa promessa quando Ele acrescenta, dia a
dia, os que iam sendo salvos. Isso é obra do Espírito Santo. Nosso parente, vizinho ou colega de
trabalho irá nos pedir: “Me ensine o que Deus pensa, me fale o que Deus quer!” As nações virão
buscar conselhos!

AMBIENTE PARA CUMPRIMENTO DA PROMESSA DE DEUS


Você já recebeu uma promessa de Deus em sua vida que nunca se cumpriu?
Provavelmente, sim. Mas será que por isso Deus é menor? Não! No entanto, todas as promessas
Dele são acompanhadas de pelo menos uma condição; toda promessa precisa de um ambiente
para se cumprir. Por exemplo, Salmos 23.1 diz: “O Senhor é meu pastor, nada me faltará.” Qual
é a condição para a promessa de que nada me faltará? Ser ovelha do Senhor!
A promessa de Isaías 2 necessita de um ambiente, de um “ninho” para ser gerada. A
Palavra diz que Jesus veio na “plenitude dos tempos”, ou seja, as coisas se alinharam, se
organizaram para dar condições dele chegar. O império romano dominava as nações, criou
estradas em todos os lugares, a língua grega era a oficial e tudo isso facilitou as comunicações.
É por isso que existe um ditado de que “todos os caminhos levam a Roma”, porque isso era
verdade. Deus deixou esse império crescer, criar caminhos para que os missionários pudessem
ir a todos os lugares da Terra. Foi nesse tempo que Jesus Cristo veio, pois Deus sempre prepara
o ambiente para que Suas promessas se cumpram.

Um em Cristo 116
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Alguém pode dizer: “Mas Deus, o Senhor não cumpriu isso comigo!” E Ele responderá:
“Eu quero cumprir, mas você precisa criar o ambiente, cumprir a condição”. Observe a condição
e a promessa colocadas por Deus no texto de 2 Crônicas 7.14:
...e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha
face, e se desviar dos seus maus caminhos, (condições) então eu ouvirei do céu, e
perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra (promessa).
Desta forma, podemos afirmar que Atos 2.47 é consequência e não causa. Promessa
sem condição é astrologia, é horóscopo de cristão. Não podemos cobrar algo de Deus sem antes
cumprirmos as condições, prepararmos o ambiente para que as promessas se cumpram.

PERSEVERANÇA
O que acontecia na igreja de Atos para que acontecessem aqueles resultados? Qual era
o ambiente que lá existia? “...e perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no
partir do pão e nas orações.” (Atos 2.47)
A primeira palavra que fala de uma condição para a promessa se cumprir é
perseverança. Talvez nunca tenha existido em toda a história da humanidade um povo igual ao
de nossa época atual, tão sem perseverança. Como disse alguém, somos um povo de “muita
iniciativa e pouca acabativa”. Gostamos de começar muitas coisas, muitos projetos, mas não os
levamos até o fim. Esta é uma debilidade da igreja, pois frequentemente iniciamos alguma coisa
e não permanecemos nela até que se finalize. Desta forma, podemos lhe afirmar: Não faça
muitos projetos; faça só um por vez e termine cada um deles.
Em João 17.4, Jesus diz ao Pai: “Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me
confiaste para fazer.” Então, se queremos glorificar a Deus temos de terminar aquilo que Ele
nos manda fazer. Não apenas fazer, mas fazer bem feito, com diligência, até o fim. Isso implica
em não parar no meio ou não fazer promessas “mirabolantes”, mas acostumarmo-nos a cumprir
poucas coisas e de forma bem-feita.
Em Lucas 10, quando Jesus está na casa de seus três amigos (Lázaro, Marta e Maria),
lemos que Marta cobrou de Jesus uma atitude em relação a Maria. Isso revela que Jesus era “da
casa”. “Marta, porém, andava preocupada com muito serviço; e aproximando-se, disse:
Senhor, não se te dá que minha irmã me tenha deixado a servir sozinha? Dize-lhe, pois, que
me ajude.” (10.40). Outra versão diz que Marta “andava ansiosa por causa de muitos
trabalhos”. Jesus lhe respondeu: “Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas
coisas; entretanto poucas são necessárias, ou mesmo uma só; e Maria escolheu a boa parte,
a qual não lhe será tirada.” (10.41,42). Uma outra versão diz: “poucas coisas interessam, e
uma só basta”. Entendemos, então, que existem poucas coisas que realmente importam na
vida e que uma só nos basta: estarmos com Jesus – e precisamos praticar isso.
Existe hoje um fenômeno conhecido como “Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA)”.
Muitas pessoas se queixam de esquecimentos e tomam remédios para a memória. Porém, o
problema não é a memória que está fraca, mas o pensamento que vive muito acelerado.
Pensam em muitas coisas ao mesmo tempo e não fixam em nada. Não é um problema de

Um em Cristo 117
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

remédio, mas de foco. Não estamos falando contra médicos ou remédios, mas sim que, nesse
caso, precisamos voltar a ter foco.
Infelizmente, transportamos este tipo de coisas para o nosso relacionamento com Deus.
Nos ajoelhamos, fazemos uma oração, digitamos a senha: “Em nome de Jesus, amém!” – e
queremos que ele responda rápido. Ora, relacionamentos superficiais não são característicos
do Senhor. Ele não Se satisfaz com o “ficar”, mas Ele quer “casar”, quer ter conosco um
relacionamento duradouro, permanente, sem pressa. Quando transformamos nossa vida
espiritual em coisas aceleradas, sem fim, sem permanência ou insistência, deixamos de receber
o que Deus tem para nós.
No evangelho de Lucas, Jesus conta uma parábola sobre a necessidade e importância da
perseverança na oração:
Contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer.
(...) E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite,
ainda que tardio para com eles? (Lucas 18.1)
Deus, embora pareça tardio, responde depressa, porque Ele tem o tempo certo de
amadurecimento – de nós e de nossas orações. Às vezes, não estamos amadurecidos e pedimos
o que não devemos (veja mais sobre perseverança na Leitura Adicional nº 2 desta lição).

A DOUTRINA DOS APÓSTOLOS


Somos um povo de muitos livros, muita literatura, muitas apostilas e, quando pensamos
em doutrina dos apóstolos, nossa tendência é fazer uma lista de ensinamentos que
possivelmente os apóstolos pregavam. Mas, à medida em que nos aprofundamos neste tema,
percebemos que a doutrina dos apóstolos não é um compêndio e nem uma série de estudos,
mas é uma pessoa: Jesus Cristo. Não é um conjunto de ensinamentos a respeito de Cristo ou
de suas características, mas é a própria apresentação do Senhor Jesus vivo e atuante em nossas
vidas. Em outras palavras, é a apresentação de quem Jesus Cristo é.
De acordo com Efésios 2:21, Jesus Cristo é o Senhor, a pedra fundamental e ninguém
pode lançar outro fundamento. Ele é o fundamento da Igreja: “Porque ninguém pode lançar
outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo.” (1 Coríntios 3:11). Vamos
analisar a passagem abaixo lembrando essa verdade:
O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos
próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao
Verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós temos visto, e dela damos testemunho. E
vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o que
temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente,
mantenhais comunhão conosco. Ora. A nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho,
Jesus Cristo. Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa.
(1 João 1:1-4).

Um em Cristo 118
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

a) “O que era desde o princípio...” – Perceba que ele está se referindo à uma pessoa: Jesus
Cristo.
b) “... o que temos ouvido...” – Isso nos remete a João sentado ao lado de Jesus, ouvindo-o
falar. Ele gostava tanto de ouvi-lo que reclinou sua cabeça em seu peito. Quando foi ao sepulcro
com Pedro, ele se referiu a si mesmo como “aquele discípulo a quem Jesus amava”.
c) “... o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos...” – Ele fala sobre
duas coisas: “o que os nossos olhos viram” e “o que contemplamos”. Contemplar é mais que
ver; é analisar ou observar com atenção aquilo que se vê. Um dia não teremos relógios,
demônios nem pecado e, então, poderemos nos sentar diante dele e ficar contemplando-o.
d) “... o que nossas mãos apalparam...” – Veja que ele não está falando de uma doutrina ou de
um estudo bíblico, mas de uma pessoa, de alguém.
e) “... a respeito do Verbo da vida” – A vida se manifestou e a Palavra se fez visível. Foi tirado o
véu e Aquele que esteve oculto dos profetas, dos nossos pais, se revelou nesses dias. “O Verbo
se fez carne e habitou entre nós”. Não sabemos se há nas Escrituras versículo mais profundo
que este. Como pode um Deus tão grande descer em nosso meio? Talvez Ele tinha saudade de
nós e, por isso, veio para cá. Deus fez o homem não porque estava carente, mas porque tinha
muito amor para dar e prazer em conversar com ele todos os dias.

UM DEUS DE RELACIONAMENTO
Na sua procura de alguém para conversar, Deus encontrou Enoque: “Todos os dias, Deus
vinha encontrar Enoque e eles iam pelo caminho conversando e trocando pensamentos. Um dia
se distraíram e foram muito longe da casa de Enoque. Então Deus disse: Vamos hoje para a
minha casa, Enoque? E os dois subiram.”
Esse é o caráter de Deus, um Deus de relacionamentos. E Ele veio para morar conosco.
Mas João diz ainda que “Aquele que habita convosco estará em vós.” Deus achou que morar
perto ou ficar ao lado do homem era algo muito distante e, então, passou a morar dentro dele.
Mas como pode um Deus tão grande morar dentro de nós? Pois isso o que aconteceu!
...mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os
gentios. (1 Coríntios 1:23).
O que nós precisamos falar hoje é o mesmo que os apóstolos falavam. Eles falavam de
uma pessoa (Jesus) e o primeiro capítulo de 1 Coríntios é muito forte sobre isso. Nele, Paulo
reduz toda a doutrina à pessoa de Jesus Cristo e mostra que a revelação de Deus é o próprio
Cristo. Ele é o fundamento e a revelação de Deus. Cristo era o centro da pregação de Paulo:
Porque eu decidi não saber nada entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. (1
Coríntios 2:2)
Parafraseando: “Eu me determinei não cultivar nenhum outro conhecimento, senão
Cristo, e este crucificado”. Essa foi a decisão de Paulo, um homem que cresceu aos pés do sábio
Gamaliel, que conhecia as Escrituras e que foi treinado nelas desde a sua meninice. O judeu,
normalmente, aos quinze anos de idade já havia decorado todo o Antigo Testamento. Mas esse
homem de nome Paulo disse: “Eu decidi não saber nada, senão a Jesus Cristo”.

Um em Cristo 119
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Nós cremos que, assim como Jesus Cristo é a exata expressão de Deus aqui na Terra, a
Igreja também será a exata expressão de Cristo no mundo, ou seja, ela vai mostrar tudo o que
Deus é. As Escrituras dizem que a Igreja é a plenitude de Deus ou de Jesus Cristo. E Jesus não é
completo sem nós. Isso não é um defeito dele, mas é algo que ele mesmo estabeleceu para que
assim fosse. Jesus não disse que era carente da Igreja, mas resolveu não ser tudo sem ela. Nós
somos “a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas” (Efésios 1.23). No versículo
anterior a este, Paulo diz: “...e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, Deus o deu à Igreja”
(Efésios 1.22).

OS PÉS DE CRISTO
Jesus Cristo é o cabeça da Igreja para que, assim, ele possa ser o cabeça de todas as
coisas. Nós, como Igreja, estamos aqui para trazer o reino de Jesus Cristo a todas as nações da
Terra, porque está escrito que onde pisar a planta dos nossos pés, esse lugar será nosso. Essa
promessa foi feita a Josué (Josué 1.3) e sabemos que toda promessa do Antigo Testamento tem
uma aplicação imediata e uma aplicação mais distante, escatológica. A aplicação imediata foi
para Josué, mas a aplicação escatológica é para Jesus Cristo. Ele seria o Senhor em todas as
nações onde pisasse a planta dos seus pés. É por isso que a Bíblia diz:
Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir
a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus
reina! (Isaías 52.7).
Não existe nenhum podólogo ou pedicure que fará com que os nossos pés sejam tão
formosos como Jesus os faz quando saímos para pregar o evangelho e dizer às nações que o
nosso Deus reina. É isso que embeleza os pés de uma pessoa.
Quando Jesus celebrou a ceia ele lavou os pés de seus discípulos. Não lavou o corpo, mas
somente os pés, porque são os pés de Jesus em nós que se sujam ao tocar nesse mundo. Por
isso, precisamos sempre lavar os nossos pés, ou seja, eu lavo os pés dos irmãos e eles lavam os
meus. Esse foi o mandamento de Jesus a seus discípulos: “Ora, se eu, sendo o Senhor e o
Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros” (João 13.14). Nós
precisamos lavar os pés uns dos outros, pois estamos indo a todas as nações e aonde chegarmos
aquele lugar passará a ser do Senhor. A promessa não é para Jesus, mas para nós que
devolvemos a ele o controle das nações trazendo o seu reino a elas. Quão formosos serão os
nossos pés à medida que anunciamos o evangelho e a pessoa de Jesus Cristo!
Conta-se que uma missão inglesa foi evangelizar no interior da Tanzânia (África) e seus
missionários começaram a descrever para os nativos o Senhor Jesus, falando sobre sua bondade
e generosidade. Eles, então, disseram: “Ah, esse Jesus morou aqui perto; a gente o conheceu.
Um dos missionários explicou que eles estavam enganados, pois a pessoa de quem estava
falando havia morrido há dois mil anos. Eles insistiram: “Não, você está enganado, ele morreu
há pouco tempo e conhecemos a casa dele”. O missionário ficou curioso e quis saber de quem
eles estavam falando. Na verdade, eles se referiam a David Livingstone. Esse homem havia
vivido de tal maneira que foi confundido com Jesus Cristo! Deus quer fazer isso também
conosco, que a descrição do caráter de Jesus caiba exatamente em nós.

Um em Cristo 120
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

A CHAVE É O SENHOR JESUS CRISTO


Hermenêutica é a arte de interpretar as Escrituras. Se nós queremos interpretar e
compreender as Escrituras, a chave é o Senhor Jesus Cristo. Não podemos nos desviar disso um
milímetro sequer, pois Jesus é o grande explicador das Escrituras.
Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo
exposto como crucificado? (Gálatas 3:1).
Os gálatas foram chamados de insensatos, isto é, sem noção, porque estavam se
desviando da pessoa de Jesus Cristo. Então, o ensino dos apóstolos compreendia a vida de Jesus,
sua vontade, sua divindade, sua encarnação, sua morte, sua ressurreição e seu senhorio.
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava
no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele,
nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. (João 1:1-
4).
A primeira base do ensino apostólico é que Jesus Cristo é Deus e, a segunda, é que Deus
se fez carne. A única possibilidade de sermos salvos do pecado e do inferno é Deus descendo
entre nós. Nenhum outro “deus” fez isso, somente o nosso Deus Yahweh. A Palavra diz que
quando ele entrou no mundo recebeu um corpo físico. Há duas interpretações (verdadeiras)
sobre isso: a) Ele recebeu um corpo físico no ventre de Maria; b) Ele recebeu um corpo
espiritual, que somos nós.
De acordo com o psiquiatra e escritor Augusto Cury, Jesus Cristo viveu na Terra desde
criança e resgatou todas as fases da vida do homem (infância, adolescência, juventude e idade
adulta), sendo perfeito e sem pecado em todas elas. Ele resgatou toda a história do homem,
tomando-o sobre si; pregou a história e a vida do homem na cruz; matou-o e levou-o para a
sepultura. Mas, quando ressuscitou, ele o levou de novo para Deus fazendo dele uma nova
criação Nele.
Precisamos, então, pregar sobre a encarnação e a morte de Jesus. Ele morreu por mim
e por você; todos os pecados contra nós foram pagos. Por isso, a Escritura diz que já não há mais
nenhum pecado pesando sobre nós, até mesmo os cometidos na infância, na juventude ou no
dia de ontem. Todo pecado que vez ou outra nos incomoda não pode mais nos perturbar, pois
Jesus pagou o preço de cada um deles (inclusive os pecados que ainda vamos cometer. Portanto,
não há mais nenhuma condenação. Por isso a morte de Jesus precisa ser anunciada. Ele nos
perdoou os pecados e nos ressuscitou para vivermos em novidade de vida com ele, sem
nenhuma dívida.
Hoje nós podemos entrar diante do Senhor olhando para Ele com o rosto descoberto,
porque já não há mais nenhuma condenação. Se a consciência nos acusa, Paulo diz: “Maior é
Deus que a minha consciência; não há mais nada que me envergonhe diante do meu Senhor.”

EU SOU DO MEU AMADO


Em Efésios 1, Paulo fala algo que é de tremenda libertação para nós. Ele diz que Deus
nos fez “agradáveis a Ele no Amado”. Assim, não precisamos fazer absolutamente nada para

Um em Cristo 121
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

agradá-Lo, pois já somos agradáveis a Ele. E, porque Lhe somos agradáveis, vamos procurar
sempre fazer coisas agradáveis. Ele não nos libertou para fazermos a nossa própria vontade,
mas para recebê-Lo como nosso Senhor. Ele agora é o dono das nossas vidas.
No Antigo Testamento, lemos que o escravo, quando era liberto mas amava seu Senhor
e não o queria deixar, era levado diante do juiz e sua orelha era furada. Todos os que o vissem
com a orelha furada sabiam que ele era um escravo de amor. Nós somos esse povo, pois Deus
nos libertou e, livres, decidimos servi-Lo. Eu o sirvo não por medo do inferno, mas porque amo
o meu libertador e resgatador. O ano do Jubileu só é possível porque temos um resgatador!
Pedro, em sua primeira pregação, fala da divindade e encarnação do Senhor:
Varões irmãos, seja-me lícito dizer-lhes livremente acerca do patriarca Davi, que ele
morreu e foi sepultado, e está até hoje entre nós a sua sepultura. Sendo ele, pois,
profeta e sabendo que Deus lhe havia prometido com juramento que do fruto dos seus
lombos, segundo a carne, ele levantaria o Cristo para sentar no trono. Nesta previsão
disse da ressurreição de Cristo, que a sua alma não foi deixada no hades, nem a sua
carne viu corrupção. Deus ressuscitou a esse Jesus, do que todos nós somos
testemunhas. De sorte que, exaltado pela destra de Deus, tendo recebido do Pai a
promessa do Espírito Santo, derramou isto que agora vedes e ouvis. Porque Davi não
subiu aos céus, mas ele próprio diz: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha
direita, até que ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés. Saiba, pois, com
certeza toda a casa de Israel que esse Jesus, a quem vós crucificastes Deus o fez Senhor
e Cristo. (Atos 2:29-36).
Os anúncios ou “ingredientes” do evangelho contidos neste texto são:
• Jesus é Deus (verso 34 – João 1:1);
• Jesus é Deus encarnado (verso 30 – João 1:14);
• Jesus Cristo morto (verso 31 – aponta para a ressurreição que implicou em morte);
• Jesus Cristo ressuscitado (verso 32);
• Jesus Cristo é Senhor (versos 30,36 – Deus o fez Senhor e Cristo).
Essa é a doutrina dos apóstolos! Foi sobre isso que eles pregaram.
Paulo disse algo que alguns escritores e historiadores dizem ser o “cântico da Igreja”:
Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus;
quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos.
Quem pode conhecer a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro ou quem
primeiro deu a ele para que lhe venha ser restituído? Porque dele e por meio
dele e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém.
(Romanos 11:33-36).
A palavra “inescrutável” pode ser explicada, por exemplo, quando numa caçada você
não encontra nenhum rastro do animal que está caçando e, por isso, não pode de fato segui-lo.
Paulo diz neste texto que é impossível seguir ao Senhor se não estivermos “dentro dele”, pois
este é um caminho inescrutável, sem pista alguma Dele. Mas, então, Paulo foi crescendo em
sua revelação de Deus e disse:

Um em Cristo 122
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Bendito Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que nos tem abençoado com toda sorte
de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo. (Efésios 1:3).
Resumindo e concluindo, podemos afirmar que JESUS É DEUS e que JESUS É A DOUTRINA
DOS APÓSTOLOS.

COMO PODEMOS TER DIVISÕES?


Os Evangélicos, Protestantes, Católicos, Pentecostais, Carismáticos, Ortodoxos, Coptas,
Anglicanos, Anabatistas, Neopentecostais, Arminianistas, Calvinistas, Luteranos, Metodistas,
Congregacionistas e tantas outras ramificações do Cristianismo têm doutrinas diferentes, um
conjunto de princípios que serve de base a uma vivencia prática do Cristianismo, quase sempre
inspirada pela Bíblia. Porém, todos, e exatamente todos, só tem uma Doutrina dos Apóstolos
que é a pessoa de Jesus Cristo. Nele convergem todas as coisas.
O que nos une é Cristo. Ele é o nosso patrimônio comum. Jesus não é de uma confissão
ou denominação, não é monopólio de uma ou outra, mas ele é de todos. Por meio do seu
Espírito ele manifesta-se a todos. Cristo não está dividido (1 Coríntios 1.13). Ele é a única cabeça
de um único Corpo. Ele é o Senhor de um só povo e o Noivo de uma só Igreja.

UM FATO CONCRETO
Algumas referências complementares:
• Mateus 16:21; Marcos 8:31; Lucas 9:22 – morto e ressuscitado;
• Atos 2:21,23,24,29,32,33,36; 4:33 – ressurreição;
• Atos 10:33,36,39-46 – morto, ressuscitado e juiz;
• Apocalipse 1:18 – “estive morto, mas estou vivo e tenho as chaves da morte e do
inferno”;
• Apocalipse 2:8 – esteve morto e tornou a viver;
• Apocalipse 5:3-14 – o Cordeiro como tendo sido morto, assentado no trono;
• Apocalipse 13:8 – o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo
• Leia também o maravilhoso texto que está em Apocalipse 5:4-8,12,13.
Esse é o nosso Jesus! tudo converge para ele! Os versículos de Apocalipse dão ênfase
extremamente forte na figura do Cordeiro, mas fala também da Raiz de Jessé e do Leão de Judá.
João não viu o Leão no trono, mas o Cordeiro. É verdade que o Cordeiro tem força de Leão, mas
João foca o Cordeiro, porque este fala do nosso resgate eterno que está diante de Deus pelos
séculos dos séculos. Ele é o nosso resgate de uma vez por todas e por toda a eternidade.
A história de Adão nunca mais se repetirá, pois o reino, o domínio, a glória, a santidade
de Deus e a nossa são definitivas. Acabou a história! Agora somos livres do pecado, do poder
do pecado, da presença do pecado e daquele que nos tenta a pecar, porque esse será amarrado
e jogado no lago de fogo. O Cordeiro estará eternamente no Trono, e é por isso que Apocalipse
enfatiza tanto isso.

Um em Cristo 123
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus
ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade,
Príncipe da Paz para que se aumente o seu governo e venha paz sem fim sobre o trono
de Davi e sobre o seu reino para estabelecer e o firmar diante do juízo e a justiça desde
agora e para sempre; o zelo do Senhor dos exércitos fará isto. (Isaías 9:6,7).
Você quer garantia maior do que essa?

ORAÇÃO COLETIVA
Senhor, eu aceito o desafio que Tu me tens feito hoje, no decorrer dos dias e dos anos.
Quero ser uma pessoa que alegra o Teu coração, afinado, sincronizado contigo. Que eu
seja tocado pelo Teu Santo Espírito e que a minha vida mude radicalmente. Que a minha
motivação, os meus conceitos, as minhas expectativas, aquilo que tenho por ideal mude
completamente, e que o meu querer seja aquilo que o Senhor quer; que a minha vontade
seja realmente a Tua vontade. Senhor, ajude-me a discernir aquilo que o meu desejo
daquilo que é o Teu desejo. Ajude-me, Pai, a renunciar aquilo que me tem afastado de Ti
e me aproximado das coisas desta vida. Eu não quero nenhum compromisso com as
coisas desta vida, mas eu quero me comprometer somente contigo. Ajuda-me nisso, para
a glória do Teu Santo e Bendito nome. Amém!

Um em Cristo 124
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

QUADRO ILUSTRATIVO

ALGUNS ATRIBUTOS DE JESUS (segundo Colossenses 1:15-20).


Associe os versículos da coluna à direita com um dos atributos de Jesus da coluna à esquerda,
indicando a letra entre parênteses, como fizemos com a letra “a”:
a) Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da
1) O qual é imagem do Deus invisível, ( )
divindade (Colossenses 2:9);
b) Porque o marido é a cabeça da mulher, como também
2) O primogênito de toda a criação; ( ) Cristo é a cabeçada Igreja, sendo ele próprio o salvador
do corpo (Efésios 5.23);
3) Porque nele foram criadas todas as
coisas que há nos céus e na terra, visíveis e c) E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra,
invisíveis, sejam tronos, sejam estes cujos nomes não estão escritos no livro do cordeiro
dominações, sejam principados, sejam que foi morto desde a fundação do mundo (Apocalipse
potestades. Tudo foi criado por ele e para 13:8);
ele. ( )
d) O qual sendo o resplendor de sua glória, e a expressa
imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas
4) E ele é antes de todas as coisas, ( ) pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo
a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra
da majestade nas alturas (Hebreus 1:3);
e) Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos e foi
5) E todas as coisas subsistem por ele. ( )
feito a primícias dos que dormem (I Coríntios 15:20);
f) Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas;
6) Ele é a cabeça do corpo, da igreja; ( )
glória pois a ele eternamente. Amém (Romanos 11:36);
g) De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na
7) É o princípio e o primogênito dentre os
dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que
mortos, ( )
estão nos céus como as que estão na terra (Efésios 1:10);
8) Para que em tudo tenha a preeminência. h) E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo,
( ) matando com ela as inimizades (Efésios 2:16);
9) Porque foi do agrado do Pai que toda a i) No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus,
plenitude nele habitasse, ( a ) e o Verbo era Deus (João 1:1);
10) E que, havendo por ele feito a paz pelo
sangue da sua cruz, por meio dele j) Eu sou o Alfa e o Ômega, princípio e o fim, diz o Senhor,
reconciliasse consigo mesmo todas as o que é, o que era e que há de vir, o Todo-Poderoso
coisas, tanto as que estão na terra, como (Apocalipse 1:8).
as que estão nos céus. ( )

Um em Cristo 125
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE INDIVIDUAL

Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) Na igreja primitiva, o crescimento numérico dos cristãos era uma consequência de vários
fatores, entre eles a perseverança na doutrina apostólica.
2) ( ) Muitos sinais operados naquela igreja eram devido ao louvor, adoração e esforços
praticados em favor da pregação do evangelho a todas as pessoas.
3) ( ) Todas as promessas de Deus se cumprirão. No entanto, elas precisam que condições
sejam cumpridas e de ambientes propícios para isso.
4) ( ) A perseverança é uma atitude necessária e indispensável para que as nossas orações
sejam ouvidas. Infelizmente, é uma atitude muito pouco praticada entre os cristãos hoje.
5) ( ) A “Síndrome do Pensamento Acelerado” é uma disposição mental em focar em uma só
coisa e não desistir até alcançar o que pedimos em oração.
6) ( ) A Doutrina dos Apóstolos não é um conjunto de regras de fé, mas refere-se à própria
pessoa do nosso Senhor Jesus Cristo.
7) ( ) Sendo um Deus relacional, Ele decidiu “se mudar” para a Terra e habitar dentro do
homem através do Espírito Santo, porque Ele anseia por uma comunhão íntima com ele.

Assinale a alternativa correta:


1) A igreja do livro de Atos crescia porque:
(a) Havia neles uma atitude de gratidão ao Senhor
(b) Operavam muitos sinais e milagres
(c) Louvavam a Deus e caiam na simpatia do povo
(d) NDA
2) Sião e Jerusalém referem-se:
(a) À igreja
(b) Ao monte e à capital de Israel
(c) A Israel natural
(d) NDA
3) De acordo com 2 Crônicas 7.14, o ambiente propício para as promessas de Deus se
cumprirem são:
(a) Louvor, adoração e sinais
(b) Permanecer na doutrina dos apóstolos, na comunhão e no partir do pão
(c) Andar em unidade com os irmãos
(d) NDA
Um em Cristo 126
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

4) “Somos um povo de muita iniciativa, mas pouca acabativa.” O que isso significa?
(a) Somos perseverantes nos projetos que iniciamos
(b) Na maioria das vezes não terminamos o que começamos
(c) Nosso foco se concentra em uma única coisa
(d) NDA
5) O estilo de relacionamento que o Senhor deseja ter conosco é:
(a) Duradouro, permanente, profundo
(b) Rápido, com pressa, mas constante
(c) Duradouro, simples, duas vezes ao dia
(d) NDA
6) O que é a “Doutrina dos Apóstolos”?
(a) O conjunto de regras de fé e prática da Igreja de Jesus
(b) O estilo de vida baseado no louvor, partir do pão e orações
(c) O próprio Senhor Jesus Cristo
(d) NDA
7) Por que Paulo afirmou que havia decidido não saber nada, senão a Jesus Cristo?
(a) Porque ele não precisava mais crescer no conhecimento das leis farisaicas
(b) Porque ele não compreendia os mistérios de Deus revelados a ele por Gamaliel
(c) Porque todo o conhecimento humano era desnecessário e inútil
(d) NDA
8) “Onde pisar a planta dos seus pés, esse lugar será vosso”. Isso quer dizer que:
(a) Moisés e Josué tomariam posse da terra prometida ao povo de Israel
(b) Jesus será o Senhor de todas as nações
(c) A igreja vai tomar posse de todos os lugares por onde passar
(d) NDA
9) O ensino dos apóstolos compreendia:
(a) A vida, morte e ensinamentos de Jesus
(b) A vida, morte, ressurreição e senhorio de Jesus
(c) A vida, morte, divindade e curas de Jesus
(d) NDA
10) “Cristo não está dividido. Ele é o Senhor de um só povo e o Noivo de uma só Igreja.” Isso
implica que as diferentes confissões cristãs devem:
(a) Desenvolver um único credo que satisfaça a todos
(b) Congregaram-se em um único local, abandonando as suas congregações
(c) Viverem na unidade do Espírito
(d) NDA
Um em Cristo 127
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.

VERDADEIRAS OU FALSAS TESTES


1) 1)
2) 2)
3) 3)
4) 4)
5) 5)
6) 6)
7) 7)
8)
9)
10)

Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________

Um em Cristo 128
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Em Lucas 10, quando Jesus está na casa de seus três amigos (Lázaro, Marta e Maria),
lemos que Marta cobrou de Jesus uma atitude em relação a Maria. Isso revela que Jesus era “da
casa”. “Marta, porém, andava preocupada com muito serviço; e aproximando-se, disse:
Senhor, não se te dá que minha irmã me tenha deixado a servir sozinha? Dize-lhe, pois, que
me ajude.” (10.40). Outra versão diz que Marta “andava ansiosa por causa de muitos
trabalhos”. Jesus lhe respondeu: “Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas
coisas; entretanto poucas são necessárias, ou mesmo uma só; e Maria escolheu a boa parte,
a qual não lhe será tirada.” (10.41,42). Uma outra versão diz: “poucas coisas interessam, e
uma só basta”. Entendemos, então, que existem poucas coisas que realmente importam na
vida e que uma só nos basta: estarmos com Jesus – e precisamos praticar isso.
Há muitas coisas em nossas vidas que nos deixam ansiosos, perturbados, distraídos...
que ajudam a tirar o foco de Jesus, embora tenhamos uma vida religiosa ativa. Relacione abaixo
cinco procedimentos ou coisas que nos tiram o foco do maior tesouro, que é Jesus (por exemplo:
lazer, TV, internet, muito trabalho, preguiça, celular, tensão, estresse, cansaço, problemas
financeiros, namoro, família, atividades na igreja, frustrações mal resolvidas, decepções que
sempre vêm na lembrança e tantas outras coisas):
1) _________________________________________________________________
2) _________________________________________________________________
3) _________________________________________________________________
4) _________________________________________________________________
5) _________________________________________________________________
Agora, ore e cite cada um desses pontos para Deus, mostrando que você reconhece
essas preocupações, mas não tem forças para vencer.
Durante a semana, cada vez que alguma dessas situações ocorrer em sua vida, lembre-
se da oração da viúva de Lucas 18.1-8 e pronuncie as mesmas palavras: “Senhor, faze-me justiça
contra meu adversário” (versículo 3). Lembre-se sempre que:
1) Você não é uma viúva (que perdeu o marido), mas a Noiva, que ganhou um marido (Jesus).
2) Seu adversário é Satanás, que quer esfriar sua fé.
3) O verso 8 do texto citado por Jesus diz: “Quando, porém, vier o filho do Homem, porventura
achará fé na terra?” Isto quer dizer que o nosso inimigo, que não pode roubar nossa salvação,
quer nos dar cada vez mais atividades para reduzir nossa comunhão com Jesus.
Depois de uma semana, avalie o quanto Deus lhe ajudou a melhorar em cada uma dessas
cinco áreas.

Um em Cristo 129
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

LEITURAS ADICIONAIS

As leituras adicionais ajudam os participantes deste curso a compreenderem melhor a lição


em foco.

• Acesse o site www.umemcristojundiai.com.br


• Clique no link: CURSO DE UNIDADE, LEITURAS ADICIONAIS:
o Lição 07 – Leituras Adicionais
(Visualizar o conteúdo completo)

Um em Cristo 130
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ANOTAÇÕES

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

LIÇÃO 08
OS QUATRO PILARES DA IGREJA:
DOUTRINA DOS APÓSTOLOS,
COMUNHÃO, PARTIR DO PÃO, ORAÇÕES

Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. Produzi, pois frutos de
arrependimento. Eu vos batizo com água para o arrependimento (João Batista, em
Mateus 3: 2, 8 e 11).

FRUTOS DE ARREPENDIMENTO
Na Nova Aliança, primeiro veio João Batista no deserto com a Palavra – ele pregou sobre
arrependimento, chamou o povo a voltar para o Senhor. Depois veio o Espírito descendo sobre
Jesus, que iniciou seu ministério no poder do Espírito. Jesus encharcou seus discípulos com a
Palavra, preparando-os para receber o Espírito que, por fim, gerou a Igreja.
Para endireitar as veredas do Senhor, para sua volta, tudo começa com o
arrependimento e batismo com água. Nós nos arrependemos por ter negligenciado a obra de
Deus até aquele momento. Éramos cegos, mas agora vemos. Depois vem os frutos do
arrependimento que já é o Espírito santo agindo naqueles que estão “inundados de Jesus”.
No capítulo 7 vimos que a Doutrina dos Apóstolos não é um receituário (um quadro) de
normas e leis, mas sim, a própria pessoa de Jesus Cristo. Este é o primeiro pilar da Igreja.
Os primeiros cristãos conheceram Jesus que morreu e ressuscitou para nos salvar. Os
primeiros ensinos foram sobre Jesus. Depois eles perseveraram nos outros três pilares, na ação
do Espírito Santo: Comunhão, Partir do Pão e Oração.
Jesus disse: “sem mim nada podeis fazer”. Pessoas arrependidas, batizadas, nascidas de
novo, cheias da Palavra de Jesus, certamente produzirá, na ajuda do Espírito Santo estes frutos
do arrependimento e, estes frutos, conduzirão a Igreja na Unidade e na volta de Cristo.

A COMUNHÃO
Nós somos chamados à comunhão, apesar das dificuldades que possam surgir. É claro
que há pessoas que têm coisas que não gostamos, mas, na medida em que as amamos,
passamos a gostar. O gostar é variável, tem horas que eu gosto em um e não gosto no outro.
Mas não nos preocupemos com o gostar, e sim com o amar.

Um em Cristo 133
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Uma das coisas que o pecado estraga é a comunhão. A Palavra diz que os nossos pecados
fazem separação entre nós e Deus. Ou seja, quando pecamos nos afastamos do Senhor e,
automaticamente, uns dos outros. Quando criticamos igrejas ou irmãos, algo errado está
acontecendo em nossas vidas. Somos parte do Corpo de Cristo, então, ao criticarmos o Corpo
estamos criticando a nós mesmos. Falar mal da igreja é falar mal de si mesmo.
“Porque nós, conquanto muitos, nós somos um só pão...” (1 Coríntios 10:17). Nós somos
UM só pão. Quais as implicações disso? A primeira coisa para fazer um pão é triturar o grão de
trigo, que desaparece em seguida. É passar pelo moinho e eliminar o individualismo. Não é
acabar com a individualidade, pois esta é a nossa personalidade; são características pessoais
imutáveis. Individualismo é tirar proveito da individualidade para si mesmo e a Bíblia nos ensina
a fugir disso, ou seja, do egoísmo ou egocentrismo.
Depois que o trigo é moído e triturado, ele é misturado e não se pode mais restaurar os
seus grãos. Isso acontece conosco. Quando chegamos à igreja de Deus nós desaparecemos com
relação ao nosso individualismo, porque nos misturamos no Corpo de Cristo. Após esses dois
processos (trituração e mistura), a massa é sovada e alguns pães ainda podem passar pelo
cilindro. A última coisa é ir para o forno para assar (queimar). É preciso aceitar e conformar-se
com o moinho de Deus, porque é nele que todo individualismo e egoísmo caem por terra.
Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os
outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. (1 João 1:7).
Ser um só pão fala também de andar na luz, na confissão de pecados (falamos sobre esse
assunto na Lição 4). Não é andar em qualquer luz, mas na luz da Palavra, na luz daquilo que
Deus fala a nós. É quando percebemos um pecado em nossas vidas e o trazemos à tona para
tratar com ele. A Palavra de Deus é luz e lâmpada para os nossos caminhos.
Quando andamos na luz há uma consequência imediata: o sangue de Jesus Cristo nos
purifica de todo pecado (ou “de cada pecado”). Outra consequência imediata é que temos
comunhão uns com os outros. Não existem pecados particulares. Fazer coisas erradas no
particular afeta a vida da igreja em geral. Sendo assim, eu deixo de ser um ajudante e passo a
ser um peso para a igreja. A purificação do sangue de Jesus Cristo vem para quem está em
comunhão, mas só temos comunhão se estivermos na luz. Se estivermos na luz, vamos buscar
comunhão e, se alguma relação estiver quebrada vamos buscar consertar imediatamente. Eu
preciso ser santo – primeiro por causa de Deus, e segundo por causa do povo de Deus.
É impossível ter comunhão com Deus e não ter comunhão com os irmãos, e não há
nenhuma desculpa maior do que a morte de Cristo para isso. Ele morreu para juntar em um só
corpo os seus filhos que andavam dispersos. Infelizmente, pensamos em situações,
acontecimentos, doutrinas que nos dão uma “permissão” para não andarmos juntos, mas essa
permissão não vem de Deus. No projeto Dele não existe a divisão, mas unicamente a Sua Noiva
completa, sem ruga, sem mancha.
O que temos visto, ouvido e anunciamos também a vós outros, é para que também vós
mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho
Jesus Cristo. (1 João 1:3).
Nesse texto percebemos que há uma comunhão horizontal e uma comunhão vertical.
Elas estão intimamente ligadas entre si. Às vezes dizemos que é difícil ter comunhão com
Um em Cristo 134
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

determinado irmão, mas é por isso que a Palavra fala de perseverar. Se fosse fácil não
precisaríamos perseverar nisso.
Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor
fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro (1
Pedro 1.22)
Nós passamos por vários processos de purificação na nossa vida cristã. Primeiro, a
purificação do nosso espírito pelo sangue de Jesus Cristo. Estávamos mortos em nossos delitos
e pecados e o sangue de Jesus nos purificou e nos perdoou do pecado e dos pecados. Deus é
tão radical que Ele matou o pecado e também o pecador. Segundo, a purificação da nossa alma,
que é a sede dos desejos, ideais, sentimentos, pensamentos. A purificação no espírito acontece
no momento em que reconhecemos a Cristo como Cordeiro suficiente diante de Deus; a
purificação na alma acontece no nosso dia a dia pela obediência à Palavra de Deus. Um dia todos
os meus frutos serão bons, porque estou nessa fase de purificação da alma por meio da
obediência à verdade.
“...para o amor fraternal, não fingido.” Se não estivermos neste processo de
transformação diária será muito difícil amarmos os irmãos. Haverá apenas um amor fingido,
superficial. Daí a importância deste processo, para que o amor flua através de nós em plenitude.
“...amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro.” Este é o alvo de Deus
para nós, o Seu padrão para toda a Igreja. Eu não estou me referindo níveis ou profundidade de
relacionamentos, porque isto depende do nível de afinidade que temos com cada irmão, mas o
amor ardente deve ser para com todos. Se há algo que machuca o coração do Senhor é a nossa
atitude de indiferença para com as pessoas, porque Jesus nos amou ardentemente. Seu
trabalho em nós é movido por íntima compaixão; suas motivações interiores é que o movem
em direção a mim. Nós já temos o Espírito Santo em nosso interior; o que precisamos agora é
aprender a dar lugar a Ele, deixar Deus agir e amar ardentemente os irmãos através de nós.
Mas, sobretudo, tende ardente (intenso) amor uns para com os outros; porque o amor
cobrirá a multidão de pecados. (1 Pedro 4.8)
O amor não acoberta, mas cobre multidão de pecados. “Acobertar” é dizer que a pessoa
NÃO pecou; “cobrir” é entender que ela pecou, mas a receber mesmo assim. O que governa
essa atitude é o amor ardente. Se não houver o mesmo, será impossível insistirmos na
comunhão. Essas são coisas que precisamos insistir, porque são contra nossa natureza, nossa
cultura, nossa cabeça. Eu sei que quando ouvimos essas coisas pensamos: “Mas isso fere meu
individualismo”. Sim, é verdade, mas vamos nos lembrar do trigo que foi moído para se tornar
pão. Sem moagem não há trigo, sem trigo não há pão.
E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades.
(Efésios 2.16)
Inimizade não é somente não perdoar o irmão, mas é ter falta de amizade. Deus matou
a inimizade, portanto, não precisamos carregar conosco algo que Ele já matou. Em Cristo Jesus
nós nos aproximamos daqueles que estão em Cristo. A nossa comunhão não está nas coisas que
cremos, pois essas são relativas; a comunhão está numa Pessoa. Nós precisamos ter uma
atitude de insistir na comunhão, apesar de, às vezes, ser difícil andarmos juntos com alguns.
Mas, em Cristo Jesus, você e eu devemos insistir na comunhão, pois ela certamente florescerá.
Um em Cristo 135
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

A comunhão aponta para a partilha de vida. A palavra “comunhão” significa “fazer


comum de outros aquilo que é meu”. Torno comum a vários irmãos o que sou e o que tenho –
minhas tristezas, dores, alegrias e bênçãos. Comunhão não é estar numa reunião juntos, mas é
partilhar vitórias e derrotas; é compartilhar com a nossa família, a igreja, aquilo que estamos
sofrendo alegrando. A Palavra diz isso: “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que
choram” (Romanos 12.15).
Jesus pagou um alto preço pelos nossos pecados e nos livrou da morte. A cédula que era
contra nós foi cravada na cruz e já não temos mais nenhuma dívida com o Pai. Ele rasgou o véu
que nos separava da comunhão com o Pai e, portanto, agora vivemos no poder da ressurreição
(da vida) de Jesus Cristo e nada mais pode separar-nos Dele e dos nossos irmãos. Quando temos
comunhão com os irmãos os defeitos se tornam invisíveis, porque não nos relacionamos com
defeitos, mas sim com pessoas. Amamos o outro com tal intensidade que os problemas dele
são cobertos pelo amor do Senhor. Ver somente as falhas dos irmãos apenas demonstra nossa
incompreensão do sacrifício de Jesus e o nosso baixo nível espiritual.
A comunhão estreita a nossa relação a tal ponto que passamos a considerar valorosos
os irmãos que antes não valorizávamos. Na verdade, descobrimos que eles completam as nossas
vidas. Nenhum de nós é tão pequeno que não possa cooperar ou tão grande que não necessite
de cooperação.

O PARTIR DO PÃO
Eu não posso estar em Cristo sem compreender que o irmão é parte da minha vida. Se
eu me separo dele isso produzirá carência, porque o sangue (a vida) não chegará a mim, isto é,
a vida de Cristo deixará de fluir dele para mim. Portanto, não use garrote (borracha que prende
o sangue) na sua vida, deixe que o sangue flua de você para os irmãos.
1 Pedro 4.10 diz que nós precisamos ser “bons despenseiros da graça de Deus, servindo
aos irmãos com os dons que temos”. Esse é o princípio do partir do pão. Interessante notar que
eles insistiam no “partir” o pão e não no “comer” o pão. A ênfase é repartir o que eu tenho para
as pessoas. Tudo o que chega às nossas mãos, sejam coisas naturais ou espirituais, são dons que
Deus nos dá e não são para ficar estancadas em nós, mas para abençoarmos a outros. Tudo o
que você tem é para ser usado na vida de pessoas. Que Jesus, quando voltar, nos encontre
alimentando os nossos conservos. Nós queremos esperar Jesus com os braços para cima, mas
ele quer que o esperemos fazendo coisas em favor dos outros.
“Partir” é diferente de comer. Quando parte o pão, você automaticamente está
pensando em alguém. Nós gostamos muito de sentar e comer, mas precisamos gostar mais de
partir o pão, de repartirmos daquilo que temos, de suprir aos outros. Nenhum bem que está em
nossas mãos, sob os nossos cuidados, foi dado por Deus para o nosso próprio prazer.
...habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em
amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o
comprimento, e a altura, e a profundidade (Efésios 3.17,18)
É absolutamente impossível estar em Cristo e ao mesmo tempo estar separado dos
irmãos. Não dá para ser cristão sozinho, precisamos dos irmãos. O texto acima fala de quatro

Um em Cristo 136
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

dimensões: largura, comprimento, altura e profundidade. A mente humana foi feita para ver as
coisas em três dimensões, não mais que isso. Mas o texto diz que o fato de andarmos juntos,
em unidade, nos faz ver uma quarta dimensão. Deus nos limitou como indivíduos, mas expande
a nossa compreensão e capacidade na unidade. Com a Igreja nós podemos entrar numa
dimensão que nunca pensávamos em entrar. Por isso a unidade é fortíssima!
Na construção da Torre de Babel, Deus se preocupou com uma unidade errada entre
aqueles que a construíam. Ele disse: “Eis que o povo é um, e todos têm a mesma linguagem.
Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer” (Gênesis
11.6). Não existe nada mais poderoso na face da Terra do que a unidade, seja ela para o bem
ou para o mal. Se desejamos mudar a história do nosso país precisamos ser UMA Igreja. Não
necessariamente nos reunirmos num só lugar, mas nos comportarmos e vivermos como UMA
SÓ Igreja para que as nações se convertam ao Senhor.
Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice; pois
quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que
há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem. (1 Coríntios 11.28-30)
Invertendo o texto, lemos: A falta de discernimento produz fraqueza espiritual, doença
espiritual e muitos que dormem; mas, se tivermos discernimento haverá cura, avivamento e
despertamento na Igreja.
Não existe unidade entre instituições religiosas, mas entre pessoas e, em se tratando de
pessoas, precisamos fazer o papel de pacificadores. O fato de termos essa revelação da unidade
nos responsabiliza e aumenta o nosso trabalho. Jesus vai requerer isso de nós e, por essa razão,
devemos andar segundo a luz que temos.

A ceia ou eucaristia
A ceia ou eucaristia é o momento mais significativo e importante da vida da Igreja. Ela é
a nossa identidade como nação de Deus. Quando os israelitas eram escravos no Egito, Deus
ordenou que pusessem o sangue do cordeiro nos umbrais de suas portas. Desta forma, cada
casa se identificava com a outra que também era sinalizada com o sangue. Naquela noite, eles
não eram mais escravos dos egípcios porque passaram a ser o povo de Deus; tinham, agora,
uma identidade nacional.
Ela também aponta para uma vida de compromisso com a Igreja, ou seja, nos impulsiona
e constrange a relacionar-nos com os irmãos e a congregar. Congregar não é estar numa reunião
esporádica, mas significa pertencer a um rebanho.

Os dons espirituais
Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros
da multiforme graça de Deus. (1 Pedro 4.10)
O dom é uma dádiva que veio a nós de graça; é tudo aquilo que recebemos de Deus,
tanto espiritual como naturalmente. O texto diz que devemos servir aos outros conforme o dom
que nós recebemos. Tudo o que você tem (carro, casa, roupas, dons de curas, aconselhamento
etc.) são dons de Deus. O único dom espiritual que é para o nosso “consumo pessoal” é o dom
Um em Cristo 137
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

de línguas; todos os outros são para benefício e serviço aos outros. O dom de variedade de
línguas é para a minha edificação, mas eu só posso edificar a outros se eu mesmo não estiver
edificado. Portanto, o falar em línguas não é exatamente para o meu benefício, mas para eu
estar com a “bateria carregada” para ajudar aos irmãos.
Pedro, no texto acima, nos exorta a sermos “bons despenseiros”. Despenseiro era a
pessoa que cuidava do armazém de alimentos; “bom despenseiro” é aquele que é achado pelo
Senhor alimentando os seus conservos, cuidando deles com os dons que Ele lhe deu. Se temos
o Espírito Santo habitando em nós, então temos todos os dons que Ele tem. Ao mesmo tempo,
como os dons são Dele, não temos nada de nós mesmos; em tudo dependemos Dele. Portanto,
a questão está no fato de nos colocarmos ou não à disposição de Deus para Ele nos usar.
Em 1 Coríntios 14.26, diz: “Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz
revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação.” Quando vamos à uma reunião
da nossa congregação devemos ofertar ali os nossos dons, prestando atenção em quem precisa
deles (uma palavra de profecia, de consolo, de exortação, de ânimo). Pedimos a Deus que nos
oriente e, então, Ele nos aponta os irmãos que estão mais necessitados. Isso é ser “um bom
despenseiro da multiforme graça de Deus”. Assim, partir o pão é mais do que participar da ceia
ou eucaristia – é a manifestação de um estilo de vida.
Em Mateus 25, na palavra de Jesus sobre o grande julgamento final, aqueles que
praticaram boas obras serão separados e a eles será dito: “Vinde, benditos de meu Pai! Entrai
na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e
me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava
nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me.” (vs. 34-36). Acudir aos
necessitados é a motivação deste julgamento. Fica claro aqui que a falta de boas obras nos leva
para o inferno.
Precisamos, como Jesus, cuidar dos necessitados e insistir no partir do pão, insistir em
sermos bons despenseiros da multiforme graça de Deus. A graça é multiforme e vem para nós
em forma de muitas coisas: bens e dons naturais, familiares, espirituais etc. Nós não somos de
nós mesmos, somos dos irmãos. A maior prova de que somos de Cristo é justamente isso:
sermos uns dos outros – dos necessitados, dos fracos, daqueles que dependem de ajuda.

AS ORAÇÕES

Oração Coletiva
Em Atos 2.42, temos uma abordagem mais relacionada à oração coletiva da igreja.
Pensemos na oração como o Espírito Santo. Os discípulos perseveravam no Espírito. A igreja de
Jerusalém era movida pelo Espírito. Lemos no livro de Atos as ações sobrenaturais do Espírito.
Os apóstolos falavam e faziam o que ouviam do Espírito (Atos 15.28). Assim, podemos entender
que o Espírito está presente em toda a Palavra de Deus.
Em Gênesis 1, na criação, o Espírito se movia e aquecia o abismo. No espanhol, “se
movia” significa “revoloteaba” (estremecia, esvoaçava). O Espírito foi na frente e preparou o
cenário para Deus começar a falar. Deus não pode perder suas palavras. Quando Ele fala, algo
Um em Cristo 138
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

acontece e o Espírito cuidou para que fosse assim. Nesse quadro, primeiro veio o Espírito e
depois a Palavra expressa por Deus. Vemos ali uma ação de unidade, de trabalho conjunto!
Na Nova Aliança, primeiro veio João Batista no deserto com a Palavra – ele pregou sobre
arrependimento, chamou o povo a voltar para o Senhor. Depois veio o Espírito descendo sobre
Jesus, que iniciou seu ministério no poder do Espírito. Jesus encharcou seus discípulos com a
Palavra, preparando-os para receber o Espírito que, por fim, gerou a Igreja.
Na Criação temos a ação do Espírito e depois a Palavra expressa de Deus. Na recriação,
quando nascemos de novo, também temos a Palavra e o Espírito (João 3.4-7). Jesus disse para
Nicodemos sobre “nascer da água e do Espírito”. Nicodemos precisava receber a palavra e se
arrepender de andar conforme sua própria razão. Era seu momento de negar tudo aquilo e
receber a Palavra de Deus, Jesus como seu Senhor e salvador e também receber o Espírito.
Portanto, o Espírito opera o realizar da Palavra de Deus em nós.
Quando falamos sobre oração, precisamos atentar para o Espírito da oração. Para onde
Ele está apontando? O que Ele quer que oremos com mais intensidade? Se o Espírito está sobre
a Terra dando continuidade ao trabalho do Senhor, precisamos atentar para não esquecermos
de consultá-Lo. O Apóstolo Paulo nos exorta a isso:
E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, com o qual fostes selados para o dia da
redenção. (Efésios 4.30)
Não apagueis o Espírito; (1 Tessalonicenses 5.19)
É muito fácil agirmos conforme nosso próprio entendimento e sair fazendo coisas para
Deus sem perguntar para Ele o que Ele quer. “Certa vez, um homem perguntou para Deus se
Ele gostava de maçã e Deus respondeu que sim. Então, esse homem Lhe serviu maçã no café da
manhã, no almoço, no jantar e por anos seguidos”. A primeira vez que ele perguntou foi
excelente, mas o fato de ele ter feito isso o resto da vida sem se importar em continuar
perguntando, é uma forma de entristecer o Espírito, de apagá-Lo em nossas ações.
Creio que nesses dias o Senhor está nos levando a orar com mais intensidade por
algumas coisas específicas que fazem parte do “pacote” Dele para os últimos dias. Sem a
pretensão de colocar em ordem de importância, apresentamos a seguir uma lista de motivos
de oração, que podemos chamar de “exigências de Deus”:
• Por arrependimento nacional (de toda corrupção e maldade)
• Unidade – da Igreja entre si e com Israel (de toda divisão)
• Pelos pobres – justiça social
• Por Israel – Deus pediu que fizéssemos isso
• Pelo movimento missionário nas nações - estamos diante do maior movimento
missionário da história da Igreja
• Para estarmos 100% focados na volta de Jesus, sem distrações
Creio que devemos nos dedicar à unidade, pois este é o foco desse curso, sabendo que
a oração é uma chave que vai ligar no mundo espiritual aquilo que precisa acontecer na Terra.
Em Mateus 16.19, lemos que estaremos conectados com o Espírito do Senhor quando
estivermos perseverando em oração: “o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o
que desligares na terra será desligado nos céus.”

Um em Cristo 139
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

A vontade de orar é algo que vem do Espírito: “porque Deus é o que opera em vós tanto
o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Filipenses 2.13). É o próprio Deus quem
nos move a isso. Portanto, precisamos corresponder a esse mover em nossos dias. Quanto mais
estivermos conectados ao Espírito, mais seremos levados a orar. Essa conexão nos impulsiona
na obra de Deus. Aqui não cabe o jargão: “Eu não tenho um chamado para orar” ou “Eu não sou
uma pessoa de oração; eu sou mais prático”. Só que a oração é algo tremendamente prática,
pois move os céus e a Terra com o intuito de fazer prevalecer os planos do Senhor.
Todos fomos feitos sacerdotes para Deus: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio
real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos
chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2.9). O mover de oração é um
movimento sacerdotal, é para todos os cristãos. Todo sacerdote precisa ministrar ao coração
de Deus para que Ele opere na Terra.
Oração é algo tremendamente prático, pois, quando ouvimos a Deus, fazemos coisas,
desenvolvemos projetos e pessoas são levantadas para a obra missionária. Construímos pontes
incríveis na obra de Deus por causa da oração. Infelizmente, muitos irmãos não estão
percebendo o que o Senhor está fazendo hoje e, por isso, não permitem que o Espírito de oração
se mova em seus corações.
A conexão com o Espírito vai nos levar a uma consciência dos acontecimentos ao nosso
redor, a enxergar e agir na direção daquilo que Deus está fazendo. Nós até podemos agir porque
ouvimos alguém que está conectado a Deus falar, mas também devemos estar conectados ao
Senhor, pois, do contrário, teremos dificuldades para perseverar.
Simeão e Ana eram servos de Deus dedicados à oração. Eles estavam no lugar certo e na
hora certa justamente por causa da sua conexão com o Espírito:
Assim, movido pelo Espírito foi ao templo; e quando os pais levaram o menino Jesus,
para fazer por ele conforme ordena a lei. Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus,
dizendo... (Lucas 2.27,28)
Note que Simeão foi movido pelo Espírito para ir ao templo; ele não estava lá, mas o
Espírito o moveu a ir. Como é bom saber que quando correspondemos com o Espírito Ele vai
nos levar ao ponto certo, ao lugar certo, na hora certa!
Tendo chegado naquele momento, deu graças a Deus e falou a respeito do menino a
todos os que esperavam a redenção de Jerusalém. (Lucas 2.38)
A mesma coisa aconteceu com Ana: ela chegou na hora certa. Está registrado para nós
desta forma nas Escrituras para que possamos perceber o quanto é importante investirmos as
nossas vidas em oração. O Senhor não vai nos deixar ficar de fora de Seus planos, pois estamos
buscando essa conexão com aquilo que Ele está fazendo hoje.
Em Atos 4.23 a 31, lemos que os discípulos fizeram a oração que o Espírito Santo queria
que fizessem. Isso moveu o coração de Deus e fez com que o Espírito orasse através deles. O
espírito deles se alinhou ao mover do Espírito Santo. Eles estavam dispostos a morrer, se preciso
fosse. Assim, duas coisas aconteceram: o lugar tremeu e todos foram cheios do Espírito.

Um em Cristo 140
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Quanto aos profetas, no meu íntimo, meu coração está quebrantado; todos os meus
ossos estremecem; sou como um homem embriagado, como um homem dominado
pelo vinho, por causa do SENHOR e das suas santas palavras. (Jeremias 23.9)
O profeta estava tremendo, sentindo um tremor, sentindo-se embriagado, como um
homem dominado, por causa do Senhor. A conexão com o Espírito vai nos tornar sensíveis às
causas do Senhor.

Oração individual (pessoal)


Não podemos deixar de orar particularmente, porque a oração tem para o nosso espírito
o mesmo efeito que a respiração tem para o corpo humano. Não devemos orar apenas porque
a Bíblia nos manda fazê-lo, mas porque necessitamos da oração. A oração é a declaração da
minha incapacidade, incompetência e dependência de Deus. Quanto mais eu sou dependente
de Deus, mais eu oro; quanto eu menos dependo Dele, menos eu oro. Se eu sei fazer
determinada coisa, não peço conselho; mas se eu não sei, o peço. Jesus disse, em João 15.5,
que “sem mim, nada podeis fazer”.
É justamente na oração que manifestamos a nossa dependência em Deus. É por meio
dela que colocamos diante Dele toda a nossa incapacidade. A oração não é para “torcer” o braço
de Deus para que Ele seja convencido a fazer a minha vontade, mas é a forma que temos para
sincronizar o nosso entendimento com o entendimento do Senhor.
Pedimos muitas coisas a Ele quando oramos, mas, como não sabemos orar como
convém, também pedimos o que não devemos. Mas Deus é tão misericordioso que não
responde a essas orações indevidas. Também, às vezes, pedimos coisas que não precisamos e,
por isso, aparentemente, Deus demora a responder. Mas isso é porque Ele quer que refinemos
as nossas orações. O Senhor quer responder depressa as nossas orações:
Será que Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite,
embora pareça demorado em defendê-los? Digo a vocês que, depressa, lhes fará
justiça. (Lucas 18.6-8)
O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é
longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos
venham a arrepender-se. (2 Pedro 3.9)
A oração vai purificando a nossa vontade até que peçamos exatamente o que
precisamos. Deus prova a nossa oração deixando-nos amadurecer até que alcancemos a Sua
perfeita vontade para nós. A oração nos faz descobrir a vontade de Deus, descobrir o que Ele
quer fazer. A oração faz a nossa vontade se afinar com a vontade de Deus e, assim, podermos
cooperar com Ele.
No dia de Pentecostes (Atos 2), o Espírito Santo veio sobre os discípulos porque havia
um ambiente de expectativa e concordância. Eles estavam unânimes naquele ambiente e
oravam em concordância, em unidade. Aquele povo se reunia nas casas, tanto para partir o pão,
quanto para orar. A oração era um hábito para eles, porque sabiam que nada podiam fazer sem
Deus.

Um em Cristo 141
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

UM FATO CONCRETO
Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de
Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. (Filipenses
4.6)
A ansiedade é o desejo de controlar o que nós não podemos controlar: as pessoas, o
tempo, os acontecimentos. Ansiedade é a causa da depressão, da ansiedade e de inúmeras
outras doenças físicas e emocionais. A única coisa que podemos controlar é o agora; não
podemos controlar o passado nem o futuro. Ao levarmos nossos problemas diante de Deus, Ele
traz luz sobre os mesmos e os enxergamos na sua dimensão correta. Assim, precisamos fazer
conhecidos diante de Deus as coisas que estão nos perturbando, e o fazemos pela oração, pela
súplica e com ações de graça.
Quando a Palavra diz que devemos orar sem cessar, isso não significa que devemos falar
em voz alta e em todo lugar em que nos encontramos. Oração é mais do que fala. Ela é uma
atitude de expectativa constante que Deus está conosco em todos os lugares. A súplica é
quando colocamos em palavras, clamor e lágrimas o que está nos incomodando. Ações de
graças são atitudes de gratidão diante de Deus, sabendo que Ele ouviu o que colocamos diante
Dele. Então, a chave para resolver a questão da ansiedade é a oração, é falar com Deus sobre o
que está nos incomodando; é lançar sobre Ele todas as cargas que estão sobre nossas vidas.
Jesus já fez isso: ele levou sobre si todas as nossas dores. Assim, que possamos aprender a
transferir os nossos pesos para Aquele que pode todas as coisas.
“A paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa
mente em Cristo Jesus.” (Filipenses 4.7). Essa é a consequência ou o efeito da nossa prática de
oração. O versículo não diz que Deus vai mudar os nossos sentimentos, mas, sim, que irá guardá-
los. Os sentimentos são como um cão bravo que precisa ficar na jaula para não nos machucar.
Depois de algum tempo, ele deixa de ser um cão bravo e se torna um indefeso coelhinho. Então,
não se preocupe com os sentimentos, pois Deus os guardará para que eles não determinem as
suas atitudes. Deus não quer que percamos nossos sentimentos, mas que eles não ditem os
rumos da nossa vida. Ele os guardará dentro de Cristo – e não há melhor lugar para que fiquem
guardados.

ORAÇÃO COLETIVA
Poderoso Deus e Pai, queremos ser obedientes à palavra apostólica em que Paulo roga
aos efésios pela Unidade no Espírito do Corpo de Cristo.
Sabemos que precisamos ser aperfeiçoados juntos com todos os santos para que
cheguemos à Unidade da Fé e do pleno conhecimento de Jesus, da plenitude de Cristo.
Enquanto isso, queremos diligentemente nos esforçar com toda humildade, mansidão,
paciência, suportando-nos uns aos outros em amor para preservar a Unidade do Espírito
conquistada na cruz para nós.
Queremos confessar constantemente que todos nós fomos batizados em um mesmo
Espírito, formando um só Corpo, e todos temos bebido desse mesmo Espírito.

Um em Cristo 142
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Ao participarmos da mesa, reconhecemos que somos irmãos e membros da mesma


família divina. Renovamos o compromisso de amor mútuo, de perdão, de cuidar uns dos
outros e, conforme o mandamento de Jesus, de dar a vida pelo irmão.
Senhor nosso Deus, abra os nossos olhos e o nosso entendimento para não rompermos
essa Aliança com os irmãos que comungamos juntos. Livra-nos de desarticularmos as
juntas e ligamentos que adquirimos ao sentar à mesa. Em nome de Jesus Cristo Te
suplicamos. Amém.

Um em Cristo 143
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

QUADRO ILUSTRATIVO

O TRABALHO DO ESPÍRITO SANTO


DEZ VERBOS que JESUS atribui ao ESPÍRITO SANTO em JOÃO 14-16
Verbo significa ação. Também, na nossa gramática, é o processo ou estado que exerce a função
de núcleo do predicado das sentenças. Predicado é aquilo que se declara em relação ao sujeito.
Neste caso, o sujeito é Jesus. Ele diz dele mesmo: “Eu sou”. O Espírito Santo é a ação (predicado)
do “Eu Sou”.

a) João 14.17 – “...a saber, o Espírito da verdade, o qual


o mundo não pode receber; porque não o vê nem o
1) Habita convosco (morar)
conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita
convosco, e estará em vós.”
b) João 14.17 – “...a saber, o Espírito da verdade, o qual
o mundo não pode receber; porque não o vê nem o
2) Está em vós (verbo de ligação)
conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita
convosco, e estará em vós.”
c) João 14.26 – “Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem
o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as
3) Ele vos ensinará todas as coisas
coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho
dito.”
d) João 14.26 – “Mas o Ajudador, o Espírito Santo a
quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará
4) Fará lembrar tudo o que Jesus disse
todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos
tenho dito.”
e) João 15.26 – “Quando vier o Ajudador, que eu vos
5) Ele dará testemunho (testemunhar) enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que do
Pai procede, esse dará testemunho de mim;”
f) João 16.13 – “Quando vier, porém, aquele, o Espírito
da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não
6) Ele guiará por toda a verdade
falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos
anunciará as coisas vindouras.”
g) João 16.13 – “Quando vier, porém, aquele, o Espírito
da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não
7) Anunciará as coisas que hão de vir
falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos
anunciará as coisas vindouras.”
h) João 16.14 – “Ele me glorificará, porque receberá do
8) Ele me glorificará
que é meu, e vo-lo anunciará.”

Um em Cristo 144
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

i) João 16.15 – “Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso


9) Anunciará do que é de Jesus eu vos disse que ele, recebendo do que é meu, vo-lo
anunciará.”
j) João 16.8-11 – “E quando ele vier, convencerá o
mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado,
10) Convencerá o mundo a) do pecado;
porque não creem em mim; da justiça, porque vou para
b) da justiça; c) do juízo
meu Pai, e não me vereis mais, e do juízo, porque o
príncipe deste mundo já está julgado.”

Cite em outros livros da Bíblia outros verbos atribuídos ao Espírito Santo. Por exemplo: Ele
intercede com gemido inexprimíveis...
Texto Verbo

Um em Cristo 145
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE INDIVIDUAL

Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) Individualismo é tirar proveito da individualidade para si mesmo e a Bíblia nos ensina a
fugir disso.
2) ( ) É possível ter comunhão com Deus e não ter comunhão com os irmãos
3) ( ) A palavra “comunhão” significa “fazer comum de outros aquilo que é meu”
4) ( ) Deus nos limitou como indivíduos, mas expande a nossa compreensão e capacidade na
unidade
5) ( ) A ceia ou eucaristia é o momento mais significativo e importante da vida da Igreja. Ela
é o que nos diferencia entre católicos e evangélicos.
6) ( ) A oração é uma chave que vai ligar no mundo espiritual aquilo que precisa acontecer na
Terra.
7) ( ) Deus prova a nossa oração deixando-nos amadurecer até que alcancemos a Sua perfeita
vontade para nós

Assinale a alternativa correta:


1) Uma das coisas que o pecado estraga é a comunhão. A Palavra diz que os nossos pecados
fazem separação entre nós e Deus. Ou seja:
(a) Quando pecamos nos afastamos das reuniões igreja
(b) Quando pecamos nos afastamos da comunhão com Deus
(c) Quando pecamos deixamos de compreender as Escrituras
(d) NDA
2) Assinale a alternativa correta:
(a) Pecados particulares são aqueles que não confessamos
(b) Há situações na vida em que Deus nos permite não andarmos juntos com os irmãos
(c) A comunhão com Deus implica na comunhão com os irmãos, e vice-versa
(d) NDA
3) Quando ocorre em nós a purificação da alma?
(a) Quando entregamos nossas vidas ao Senhor Jesus como nosso Salvador
(b) No momento em que reconhecemos Cristo como o Senhor de nossas vidas
(c) No momento imediatamente posterior à nossa morte física
(d) NDA

Um em Cristo 146
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

4) Assinale a alternativa errada:


(a) O amor ardente deve ser exercido para com todos
(b) O amor não encoberta, mas cobre multidão de pecados
(c) A nossa comunhão está baseada nas coisas que cremos, em nossas doutrinas
(d) NDA
5) Quando temos comunhão com os irmãos, os defeitos deles...
(a) Devem ser abertos e confrontados
(b) Devem ser confessados e abandonados
(c) São cobertos pelo amor do Senhor
(d) NDA
6) Por que Deus impediu a construção da Torre de Babel?
(a) Porque aqueles povos não pediram orientação ao povo de Israel
(b) Porque havia uma unidade errada, para o mal
(c) Porque aquela Torre era para idolatrar falsos deuses
(d) NDA
7) A ceia ou a eucaristia:
(a) Nos identifica como nação de Deus
(b) É o sacramento mais praticado na igreja evangélica
(c) É a reconstituição da morte de Jesus por nós
(d) NDA
8) Assinale a alternativa errada:
(a) Dom é tudo o que recebemos de Deus (natural e espiritual)
(b) O único dom para nosso “consumo pessoal” é o de línguas estranhas
(c) Todos os dons são para o benefício dos irmãos
(d) NDA
9) São pedidos indispensáveis em nossas orações coletivas:
(a) Por Israel e pelos dons espirituais
(b) Pelos pobres e políticos da nação
(c) Por unidade e arrependimento nacional
(d) NDA
10) A oração pessoal tem o objetivo de:
(a) Convencer o Senhor a suprir as nossas necessidades
(b) Declarar a minha incapacidade e dependência em Deus
(c) Tornar as nossas vontades e desejos conhecidos do Senhor
(d) NDA

Um em Cristo 147
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.

VERDADEIRAS OU FALSAS TESTES


1) 1)
2) 2)
3) 3)
4) 4)
5) 5)
6) 6)
7) 7)
8)
9)
10)

Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________

Um em Cristo 148
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Nesta semana, procure praticar de modo mais intenso estes três frutos do nascido de novo:
a) Comunhão: deixe uma atividade não relevante (por exemplo: lazer, ver televisão,
praticar esporte ou atividade física) e busque ter comunhão com um irmão, ou uma
pessoa da família, ou amigo... Fale para esta pessoa da importância da comunhão. Por
que você tomou esta iniciativa. Fale do texto estudado.
b) Partir do pão: com uma outra pessoa, procure servir do modo que é ensinado nesta
lição.
c) Proponha nesta semana estar orando no seu lugar secreto (um lugar a sós com Deus,
pelo menos uma hora por dia). Também, busque uma pessoa que você não está
habituado a orar juntos. Proponha uma reunião de oração convidando mais uma ou duas
pessoas para orar pelos temas propostos nesta lição.

Um em Cristo 149
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

LEITURAS ADICIONAIS

As leituras adicionais ajudam os participantes deste curso a compreenderem melhor a lição


em foco.

• Acesse o site www.umemcristojundiai.com.br


• Clique no link: CURSO DE UNIDADE, LEITURAS ADICIONAIS:
o Lição 08 – Leituras Adicionais
(Visualizar o conteúdo completo)

Um em Cristo 150
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ANOTAÇÕES

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

LIÇÃO 09
UNIDADE NA IGREJA EVANGÉLICA NO
CONTEXTO DAS RELIGIÕES

Aquele que Deus enviou diz as palavras de Deus porque Deus dá o seu Espírito sem
medida. O Pai ama o Filho e pôs tudo nas mãos dele. Por isso quem crê no Filho tem a
vida eterna; porém, quem desobedece o Filho nunca terá a vida eterna, mas sofrerá
para sempre a ira (o castigo) de Deus. (João Batista, João 3:34-36).
Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. (Deuteronômio 6:4).

QUAL É O DEUS VERDADEIRO


Na virada do século XX, o Czar russo pediu ao Rasputin (um padre ortodoxo russo e
antissemita) para provar que Deus existia. Embora Rasputin odiasse os judeus, sua resposta ao
Czar foi: “Eu responderei com uma palavra: Israel”. A interação de Deus com Israel é uma prova
inegável de Sua existência. Há quase dois mil anos o mundo tenta destruir Israel. Nenhuma
nação tem sofrido perseguição como esta nação. Israel foi escolhido por Deus para ser luz do
mundo, ensinado que (e deveria falar isso para o mundo) que há um só Senhor e que não há
outros deuses (hoje conhecemos grandes religiões pagãs adoradores de ídolos como Budistas,
Xintoístas e Hindus). Isto não aconteceu, mas Deus não abandonou este povo.
Há dezenas de lugares na Bíblia que falam a respeito de Israel ser escolhido por Deus,
ser a menina dos olhos de Deus, ser a propriedade exclusiva do Senhor. Quando a Bíblia afirma
que de um judeu vem a salvação (Messias) e que fora dele não há salvação em nenhum outro
nome (Atos 4:12), certamente tudo isto irrita muito o mundo que gostaria de provar que isto é
mentira. Bastaria varrer Israel do mapa e acabar com este povo para dizer o contrário da Bíblia.
Conforme os versículos acima, este único e verdadeiro Deus entrega para Seu Filho todo
poder nos céus e na Terra, e só através do Filho há salvação para a humanidade.

UM BREVE RESUMO DAS PRINCIPAIS RELIGIÕES DO MUNDO

HINDUISMO ou BRAMANISMO - Nasceu na Índia, por volta de 1200 anos antes de Cristo. Prega
as castas (divisão de classes), acredita na reencarnação até atingir a purificação da alma
(Nirvana). É praticado na Índia, Indonésia, Paquistão, Malásia, etc. Em torno de um bilhão de
seguidores.

Um em Cristo 153
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

CONFUCIONISMO - Fundada por Confúcio, que nasceu no ano 551 antes de Cristo. É praticado
na China, Coréia e Vietnã. Prega que os homens são todos iguais no seu nascimento, mas depois
se diferenciam em quatro categorias: santos, superiores, estúpidos e loucos. Nega a existência
de qualquer divindade e não esclarece a vida depois da morte. Pode chegar a 350 milhões de
seguidores.

BUDISMO - Fundada por Siddharta (Buda) por volta de 550 anos antes de Cristo. É praticado no
Japão, Coréia, China, Tailândia, etc. Prega a salvação universal – todo homem pode tornar-se
um Buda (Iluminado). Aceita a reencarnação das almas até a purificação completa (Nirvana =
Paraíso). Nega a existência de um Deus criador, porque o mundo surge e se desenvolve por sua
própria vontade (panteísmo). Ultrapassa a 500 milhões de pessoas seguidoras.

XINTOÍSMO - É a religião nacional do Japão. Xinto significa ‘caminhos dos deuses’. Cultua as
divindades do céu – sol, lua – e também os deuses das lendas, os espíritos do ar, da terra, das
águas. Adora a ídolos. Mais de 100 milhões de seguidores.

ISLAMISMO ou MUÇULMANISMO - Fundada por Maomé, no ano 570 depois de Cristo. É


praticado na Arábia, Paquistão, Indonésia, alguns países africanos, etc. Islão significa
‘submissão’ (à vontade de Deus); muçulmano é ‘aquele que se submete’. Não reconhece a
Santíssima Trindade. Deus (Alá) é juiz e criador. O seu livro sagrado é chamado Corão. Meca é a
cidade santa dos muçulmanos, onde eles se encontram. Fala-se em 1,7 bilhões de seguidores

JUDAÍSMO - Fundado por Abraão, que habitava em Ur, na Caldéia. Moisés foi o escolhido por
Deus para guiar o povo hebreu e receber as tábuas da Lei junto ao Monte Sinai, sendo
constituída, assim, a Antiga Aliança (ou Antigo Testamento, ou Pacto). Admitem a existência de
um único Deus e Rei Absoluto. Grande parte do povo hebreu ainda espera o Messias prometido,
anunciado pelos profetas. O povo hebreu, em sua maioria, crê apenas no Velho Testamento, já
que uma boa parte entende que Cristo não é o seu Messias.

TAOÍSMO (na China); ANIMISMO (na África). - Pratica culto especial de “contato” com as almas
dos mortos e as forças da natureza, incluindo os animais.

SEICHO-NO-IÊ - De origem japonesa. Considera-se uma filosofia, e não uma religião (com o que
não concordamos), e inúmeras outras, principalmente de origem oriental.

NOVA ERA - Doutrina ou filosofia que surgiu nos últimos anos. Anula totalmente os princípios
cristãos em sua essência. É considerada um dos grandes enganos que a Bíblia fala que haveria
nos nossos dias.

Um em Cristo 154
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

CRISTIANISMO - Fundado por Jesus Cristo. Prega um só Deus em três pessoas iguais e distintas:
Pai, Filho e Espírito Santo. Resume todas as leis numa só – o novo mandamento: o amor, tanto
a Deus, como ao próximo. Coloca o homem, a mulher, a criança, o escravo, os oprimidos num
plano de igualdade e respeito. Calcula-se 2,4 bilhões de seguidores.

SEGUIDORES DE CRISTO
Pelo exposto até aqui, não temos dúvida de que a única “religião” verdadeira é a Cristã.
Nenhum outro, a não ser Jesus, teve a coragem de reivindicar para si o caminho da salvação,
com poder de dar vida após a morte física e afirmando ser o portador da verdade. Nem Buda,
nem Sidarta, nem Maomé... ressuscitou dos mortos. Em nenhum outro nome conseguimos
expulsar demônios e curar enfermos. Nenhum outro se encarnou de uma virgem, sem pai
humano. Nenhum outro viveu a sua vida sem pecado e optou morrer a nossa morte na cruz
(pelos nossos pecados) para que pudéssemos viver a sua vida.
Todavia, o Cristianismo é criticado pelos não-cristãos em virtude das inúmeras divisões
provocadas pelos homens. Estas divisões, embora contra os ensinamentos de Cristo, no
entanto, em nada invalidam a divindade, poder e glória de Jesus Cristo.
A primeira divisão aconteceu por volta de 250 d.C., onde a Igreja indivisa, até então,
influenciada pela cultura greco-romana (principalmente pelos romanos que odiavam os judeus)
tira de seu culto todos os elementos judaicos, celebrando sua adoração a Deus de uma forma
diferente. Assim, as congregações messiânicas foram se reduzindo até chegar a quase nada. Os
poucos grupos que restavam viviam secretamente e não tinham força suficiente para protestar
contra qualquer coisa.
A segunda grande divisão deu-se em 1043, entre a Igreja Romana e a Ortodoxa Grega.
Entretanto, a divisão mais marcante ocorreu no século XVI, através de Martinho Lutero (1483 –
1546), com a Reforma Luterana (Protestante), rebelando-se contra a Igreja Católica Romana
que estava, naquela oportunidade, em divergência a alguns ensinamentos bíblicos.
Lutero afirma, como única norma de fé, a Bíblia; que o homem não será salvo em
consequência de suas “boas obras”, mas, sim, unicamente pela fé no Senhor Jesus Cristo
(embora, como salvo, deva-se fazer as boas obras); que o homem é mau por natureza, mas a
graça de Cristo o cobre de forma a fazê-lo justificado diante de Deus. Dessa forma, Lutero dá
início a uma nova fase do Cristianismo. A princípio, este movimento foi conhecido como
Protestantismo (pois protestava contra o Catolicismo Romano); mais à frente, os protestantes
tornaram-se conhecidos como Evangélicos (termo hoje muito usado para se referir aos fiéis da
igreja Protestante).
É importante lembrar que Jesus não veio criar uma religião, uma denominação, mas sim,
uma só Igreja, onde ele é o alicerce, a rocha, a base. Observa-se que seus apóstolos também
não criaram uma religião propriamente dita, mas levaram adiante os ensinamentos do seu
Mestre. O próprio Jesus, ao afirmar “onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou
no meio deles” (Mateus 18:20), estimula reuniões entre cristãos, sem a preocupação com
denominações.

Um em Cristo 155
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Todas estas divisões são contra os ensinamentos de Cristo cuja base está no Perdão, no
Amor e na Comunhão. Por isto Jesus clama ao Pai em João 17:21-23 para que sejamos Um,
assim como ele e o Pai são Um. Só assim o mundo vai conhecer Jesus como o enviado do Pai
para salvar a humanidade.
Portanto, perseguirmos a Unidade do Corpo é dizer sim à oração de Jesus. Precisamos
começar, na busca da Unidade, na ordem inversa: primeiro, a Unidade entre Evangélicos (lição
09); segundo, a Unidade entre Evangélicos, Católicos Romanos e Ortodoxos (lição 10) e,
terceiro, a Unidade de todos os cristãos com Judeus Messiânicos (lição 11), para, aí sim,
proclamarmos a volta de Jesus. Neste momento teremos o maior evangelismo da história: a
Igreja una, sem a mácula da divisão, sem a vergonha da falta de perdão, sem a iniquidade do
desamor (a falta de amor, a inimizade).

ALGUMAS DENOMINAÇÕES QUE FALAM DE CRISTO, MAS QUE TÊM


OUTROS MANUAIS DE FÉ ALÉM BÍBLIA
Antes de entrarmos na busca da Unidade entre evangélicos, vamos falar sobre religiões
que muitas vezes são confundidas como evangélicas, mas não são. Elas surgiram como religiões
fundadas por homens que não tiveram ou não têm a Bíblia como a única ou absoluta norma de
fé. Estas religiões introduziram distorções ao conteúdo bíblico, não possuindo credibilidade,
mas confundindo muitas pessoas desconhecedoras da Palavra de Deus. Além dessas três citadas
abaixo, há outras hereges, como Rosacruz, Messiânica, Próvida, sistemas que envolvem
pirâmides e outros instrumentos, etc.

TESTEMUNHAS DE JEOVÁ - Conhecidos também como Sociedade Torre de Vigia. Têm um


evangelho próprio, embora digam que seguem a Bíblia. Este evangelho sofreu mudanças
profundas no último século, à medida que mudou o seu líder. O primeiro foi Russel, que
anunciava que o mundo iria acabar em 1914; depois, Rutherford, que alterou significativamente
o evangelho anterior; por fim, após 1942, surge um novo evangelho. São impulsionados pelo
temor. Acreditam que apenas 144.000 pessoas serão salvas e este número já se completou.
Dizem que Jesus é inferior a Deus e que não existe a Santíssima Trindade.

ESPIRITISMO - Admitimos que existam no Espiritismo “sinais e maravilhas”, mas estes podem
ser “sinais e maravilhas enganadoras” (2 Tessalonicenses 2:9). Saudades dos entes queridos que
se foram desta terra, simples curiosidade, desejo de ver coisas sensacionais e sobrenaturais, ou
ainda, vontade de ficar livre de alguma moléstia, têm levado milhares e milhares às fileiras
espíritas. Não aceitam as Sagradas Escrituras integralmente como Palavra de Deus, mas
rebuscam alguns textos para apoiar suas doutrinas. O mais terrível dos ensinamentos é a
reencarnação, conforme os ensinos de Allan Kardec (codificador do espiritismo também
denominado de doutrina espírita): crença de que depois da morte, a alma de um ser humano
retorna á vida com outro corpo para redimir pecados ou um mal cometido. Isto é contra á Bíblia
que diz que o homem morrerá uma só vez. E contra a fé cristã que olha como única maneira de
salvação a morte vicária de Cristo na cruz que pagou todos os nossos pecados. A Bíblia nos

Um em Cristo 156
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ensina sobre ressurreição; que todos nós passaremos por ela como aconteceu com o próprio
Cristo. Há muitos versículos bíblicos que anulam a doutrina espírita: Levítico 19.26,31. Levítico
20.6,27. Deuteronômio 11.30; 18.10-12. 1 Samuel 28.3-7. 1 Crônicas 10.13; 33.6. Isaías 8.19.
Atos 16:16-18. Gálatas 5:19-21. Deus proíbe terminantemente todo tipo de espiritismo e
ocultismo, quer se trate de sessões em centros espíritas, em tendas, em terreiros, ou ainda de
qualquer espécie de pseudociências, como astrologia, quiromancia, cartomancia, hipnotismo,
magnetismo, etc.

MORMONISMO - Começou quando Joseph Smith afirmou ter recebido o anjo Moroni, o qual
indicou a localização de placas de ouro em uma caixa escondida numa encosta perto da fazenda
dos Smith, nas proximidades de Palmyra, em Nova York. Essas placas deram origem ao Livro dos
Mórmons, que foi publicado pela primeira vez em 1830. Também é conhecida como “Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias” e crê que o Livro dos Mórmons é a Palavra de Deus.
O seu fundador, Smith, desenvolveu a sua versão “inspirada da Bíblia” e outros livros para dar
uma base doutrinária conforme seus interesses. Evidentemente que estas denominações não
entram no contexto de Unidade do Corpo de Cristo, uma vez que não abraçam integralmente
os Evangelhos e ou a Bíblia como um livro inerrante.

A IGREJA DE CRISTO
Podemos dizer que a Igreja de Cristo foi fundada no ano 33 da era cristã, em Jerusalém,
por meio dos apóstolos de Jesus, pela ação do Espírito Santo, no dia de Pentecostes.
Antes da descida do Espírito Santo havia quase cento e vinte discípulos (Atos 1:14,15)
que perseveravam unanimemente em oração e súplicas esperando concordemente, num
mesmo lugar, o poder do Espírito Santo, a promessa de Deus Pai para o estabelecimento da
Igreja de Cristo para, a partir daí, expandirem para o mundo.
Imediatamente após à manifestação do Espírito, o apóstolo Pedro levantou a sua voz,
explicando que Deus fez de Jesus o Senhor e Cristo da Igreja pela sua morte na Cruz, ressurreição
e ascensão. Após seu discurso, quase três mil pessoas se arrependeram, foram batizadas em
nome de Jesus Cristo para o perdão dos pecados e receberam o dom do Espírito Santo.
Lucas descreve como esses primeiros cristãos começaram a praticar uma vida de igreja
(Atos 2:42-47):
E eles perseveravam no ensino dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas
orações. Em cada um havia temor, e muitos sinais e feitos extraordinários eram
realizados pelos apóstolos. Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em
comum. Vendiam suas propriedades e bens, e os repartiam com todos, segundo a
necessidade de cada um. E perseverando de comum acordo todos os dias no templo, e
partindo o pão em casa, comiam com alegria e simplicidade de coração, louvando a
Deus e contando com o favor de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava a cada dia
os que iam sendo salvos.
Em nome de Cristo, sinais e maravilhas aconteciam na Igreja. Também as perseguições
se intensificavam. Porém, eles estavam unidos, cheios do Espírito Santo e anunciavam com
Um em Cristo 157
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ousadia a Palavra de Deus. A unidade entre eles era tão marcante que era “um” o coração e a
alma da multidão.
Anunciando que Jesus ressuscitara dos mortos e pregando a Palavra intensamente,
muitos creram, chegando ao número de mais de cinco mil pessoas (Atos 4:4). O amor, a justiça,
a alegria do Espírito Santo era tanto que Lucas descreve atitudes de total despojamento dentro
da Igreja (Atos 4:32-35):
A multidão dos que criam estava unida de coração e de propósito; ninguém afirmava
ser sua alguma coisa que possuísse, mas tudo era compartilhado por todos. E com
grande poder os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em
todos havia imensa graça. Pois não existia nenhum necessitado entre eles; porque
todos os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam o valor do que vendiam
e o depositavam aos pés dos apóstolos. E se repartia a qualquer um que tivesse
necessidade.
E assim a Igreja crescia: a) Jesus Cristo, o centro; b) familiarizada com os dons
sobrenaturais do Espírito Santo; c) sem denominações ou divisões, mas em cada cidade era uma
só igreja, unida (sabemos disto pelas cartas enviadas a Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes,
Filadélfia e Laodicéia – Apocalipse 2 e 3); d) em contato (ligada) com as raízes judaicas (os
apóstolos eram judeus e os valores bíblicos judaicos foram conservados – Romanos 3:1).

A SUPREMACIA DA BÍBLIA
Apesar de todas as dificuldades existentes, a Igreja de Cristo, nas questões essenciais da
fé, tem a Bíblia como guia supremo. Com base na cultura judaico-cristã, a Bíblia, conhecida
como o livro sagrado ou Palavra de Deus, está disponível em 648 línguas que, segundo as
Sociedades Bíblicas unidas, alcançam mais de cinco bilhões de leitores. Calcula-se, ainda, que
250 milhões de habitantes, por falarem dialetos minoritários, não têm acesso à Bíblia.
A versão conhecida como Septuaginta é a tradução em grego da Bíblia, usada por judeus
helenizados a partir do século III A.C. É fruto de 72 estudiosos judeus em Alexandria, razão pela
qual deu origem ao nome “dos setenta” ou Septuaginta. Esta versão foi a adotada por Martinho
Lutero (século XVI) na Reforma Protestante, traduzida para o alemão e depois para outras
línguas.
São 39 livros no Antigo Testamento, que vão de Gênesis à Malaquias. Além destes livros,
conhecidos como “canônicos” (autênticos), a Igreja Católica reconhece mais sete livros escritos
em grego: Tobias, Judite, Macabeus 1 e 2, Eclesiástico, Baruc e Sabedoria de Salomão, chamados
de “deuterocanônicos” (constam da Septuaginta, mas os protestantes não os consideram como
canônicos). O Novo Testamento, no total de 27 livros (quatro evangelhos e outros, até
Apocalipse), foi também escrito originalmente em grego.
No final do século IV, São Jerônimo foi encarregado de transcrever os textos bíblicos para
o latim (língua que era adotada oficialmente pela Igreja Católica). Esta tradução foi chamada de
Vulgata, que passou a ser a única autorizada pela Igreja Católica.

Um em Cristo 158
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Em 1943, o Papa Pio XII autorizou a tradução da Bíblia a partir das línguas originais sem
o filtro da Vulgata. Assim, ainda que haja alguns pequenos problemas, principalmente de
tradução, a Bíblia é, sem dúvida, o alicerce da Igreja de Cristo, apesar das muitas denominações.

A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NA BUSCA DA UNIDADE DA IGREJA


Está Cristo dividido? Qual é a dificuldade que temos para acolher um irmão em Cristo
de outra denominação cristã? Como a doutrina pode nos dividir se o Cristo que está em nós é o
mesmo? Se recebemos o mesmo Espírito? “Ora, o Senhor é Espírito; e, onde está o Espírito do
Senhor, aí há liberdade” (2 Coríntios 3.17).
Meditemos sobre o fato de que, embora Cristo e o Espírito Santo sejam Pessoas distintas
da Trindade, são UM na essência (João 14.16) e possuem a mesma tarefa, que é a de dar-nos a
luz, a força e a direção de que necessitamos na vida. Pois, ao nos convertermos, foi-nos
outorgado o Espírito (Atos 2.38), que passou a habitar em nosso coração (1 Coríntios 3.16).
Quando nossa obediência ao Senhor é resultado do mover do Espírito em nós, não temos
outro desejo além de servir por imposição do amor de Deus, que reveste de glória os trabalhos
mais humildes, no quais encontramos perfeita liberdade!
Se Cristo recebe uma pessoa, esta pessoa passa a ter o Espírito Santo. Esta pessoa passa
a ser meu irmão em Cristo. As diferenças que poderiam nos separar são infinitamente pequenas
perto da grandeza de termos o mesmo Senhor, um só Senhor. O Espírito que está em mim é o
mesmo que está no outro irmão. “Acaso, Cristo está dividido?” (1 Coríntios 1.13)
Exatamente nesse contexto de divisão na igreja de Coríntios, Paulo roga (suplica, pede
com humildade, insiste): “Rogo-vos irmãos, pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que digais
todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissenções; antes sejais unidos em um
mesmo pensamento e em um mesmo parecer” (1 Coríntios 1.10).

CAMINHOS PARA A UNIDADE DA IGREJA DE CRISTO


Quando falamos sobre unidade, pensamos no esforço pela unidade visível entre igrejas
separadas. Em algumas esferas, este “esforço” é chamado de ecumenismo espiritual (unidade
no Espírito): ou seja, a tendência de fazer da Igreja de Cristo uma única família, a Família de
Deus (Efésios 2.19). Não se trata de arranjos políticos e muito menos de uma igreja unitária,
mas sim de uma unidade na diversidade, o que normalmente se denomina de diversidade
reconciliada.
A unidade visível pressupõe a comunhão dos santos, a coexistência pacífica. Esse
entendimento mútuo pressupõe que os “cristãos divididos” não mais enxerguem aos outros
como adversários hostis, mas como amados irmãos. Em outras palavras, podemos ter
comunhão com membros de diferentes denominações cristãs sem abrir mão de tradições
implementadas por fundadores (principalmente no meio evangélico), mantendo as estruturas
e certa independência.
De maneira geral, duas linhas distintas têm sido utilizadas na busca dessa unidade:

Um em Cristo 159
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

a) debates teológicos com a intenção de lapidar as posições divergentes até se tornarem


simplesmente tensões complementares (uma reflexão teológica séria, com muita oração,
perdão e a busca de revelação na Palavra: a Bíblia é tratada como a única fonte para essas
reflexões);
b) uma Unidade mais voltado para as experiências espirituais (unidade no Espírito) do
que para os debates teológicos. Com base no Espírito Santo, a centralidade de Jesus como
Senhor e Salvador fica mais evidente ao mesmo tempo em que se tem mais revelação da
Trindade na unidade do Pai, Filho e Espírito Santo.
No que tange à busca da unidade por meio do debate teológico, citamos, como exemplo,
a conferência promovida pela Comissão de Fé e Constituição do Conselho Mundial de Igrejas
realizada em Lima, Peru, em 1982. Nela, foram obtidos acordos teológicos que revelam o
posicionamento acolhedor de várias igrejas acerca de temas vitais para a vivência eclesial, como
o batismo, a eucaristia (ceia) e o ministério. As igrejas católica e luterana protagonizaram esses
debates, que culminaram na reconciliação (Declaração Conjunta sobre a Doutrina da
Justificação), assinada em cerimônia solene em 1999, destes dois ramos do cristianismo
divididos há cinco séculos. Assim, foi encerrada a principal divergência entre ambas: a base
bíblica para a salvação. Foram 32 anos de conversas para se chegar ao consenso sobre a
salvação, o que fez perder o sentido o termo “protestante” no mundo cristão.
Apesar de respeitar e estimular essa linha de unidade, entendemos que o caminho da
experiência espiritual tem sido uma providência de Deus, poderosa para os nossos dias. A
característica do Espírito Santo que une o Pai e o Filho, sem dúvida, é unir a Igreja de Cristo,
assim como o Pai e o Filho são UM. Seja um caminho, seja outro, é importante ressaltar que a
busca da unidade descarta por completo qualquer tentativa de fusão, absorção ou incorporação
(termos usados no mundo empresarial). Cada igreja local compõe a Igreja de Jesus Cristo na
Terra, a igreja universal. De jeito nenhum, entendemos, como já dissemos, a unanimidade, o
unitarismo ou a centralização eclesiástica como solução para a unidade.
Em outras palavras buscamos perseverar na Unidade do Espírito, pois ela já existe
(Efésios 4:3) e, ainda não, a Unidade da Fé (Efésios 4:13). Haverá momentos em que, pelo
Espírito Santo, teremos a Unidade da Fé. É a busca da Unidade da fé que traz as divisões, por
isto, esta unidade só pode ser fruto exclusivo do Espírito Santo.

PENTECOSTAIS E CARISMÁTICOS
Pentecostes não é somente o marco da fundação da Igreja de Cristo, mas também da
unidade do Corpo de Cristo. Um dos efeitos imediatos do Pentecostes foi que os judeus devotos
de todas as nações presentes em Jerusalém, por ocasião da festa, começaram a ouvir, cada um,
em sua própria língua materna, as grandezas de Deus (Atos 2.5-11), ao contrário da confusão
de línguas e da divisão entre os povos iniciadas na torre de Babel (Gênesis 11). Todo povo sentia
simpatia pela unidade da igreja que se iniciava, e o Senhor acrescentava, dia a dia, os que iam
sendo salvos (Atos 2.47). Dentre os que criam, era um o coração e a alma; estavam juntos, e
crescia mais ainda a multidão de crentes agregados ao Senhor (Atos 5.13,14).
Infelizmente, a igreja sofreu grandes divisões, principalmente no segundo milênio após
sua criação. Porém, no início do século 20, em Topeka, Kansas, houve um novo derramamento
Um em Cristo 160
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

do Espírito Santo chamado de Novo Pentecostes. Em 1906, o pastor negro William J. Seymour,
batizado no Espírito Santo, iniciou, num velho galpão da Rua Azusa, 312, em Los Angeles/EUA,
reuniões de avivamento que também uniam negros e brancos que antes congregavam
separadamente. Mais uma vez, o Espírito Santo foi liberado para a unidade do Corpo de Cristo.
Nessas reuniões, que agregavam pessoas de todo o mundo, “não se permitia uma palavra
indelicada contra inimigos ou outras igrejas; não se permitia que se pensasse, falasse ou se
ouvisse mal contra qualquer criatura; nunca se buscava a defesa deste trabalho ou das pessoas
que lá estavam. O Espírito Santo não permitia críticas ou comparações com outras
denominações”.
Durante os anos de 1960, o derramamento do Espírito Santo foi intensificado sobre as
denominações tradicionais como episcopais, luteranas, presbiterianas, batistas, metodistas,
menonitas, etc. Porém, no começo de 1967, Deus surpreendeu os protestantes ao derramar o
Espírito Santo e seus dons sobre um grupo de católicos romanos nos Estados Unidos.
Primeiramente, isso aconteceu em um retiro de fim de semana perto de Pittsburgh (Pensilvânia
– Universidade de Duquesne) e, depois, nas reuniões de South Bend, Indiana e East Lansing,
Michigan. Esta “segunda onda” do Espírito Santo no século 20 deu origem ao que chamamos
hoje de carismáticos. É interessante observar, no derramamento do Espírito Santo sobre os
católicos, a participação de protestantes (episcopais e presbiterianos) e a leitura do livro A Cruz
e o Punhal, de David Wilkerson. Isto mostra o propósito de Deus em nos conceder seu Espírito
para a unidade do Corpo.
O movimento do Espírito continuou em 1970, expandindo-se por toda parte do mundo
como América Latina, Escandinávia, França e Itália. Da metade dos anos 70 para frente, alcançou
Espanha, Portugal, África e Ásia (e a China em especial, mais recentemente). Em outras palavras,
essa maravilhosa bênção atingiu todo o planeta no século 20, chegando, de acordo com alguns
cálculos atuais, o número mundial de pentecostais e carismáticos a aproximadamente 700
milhões. Peter Hocken diz:
Somente um movimento enviado diretamente do céu, sem fundadores humanos em
destaque, poderia pertencer tanto a todas as igrejas como a todas as tradições cristãs.
Uma importante consequência da unidade espiritual do movimento é que ele não
pertence mais intensamente a uma tradição eclesiástica do que a outra. Isto significa
que não há um movimento separado da renovação católica, um da renovação episcopal
e outro da luterana... Há somente um mover. Devemos tomar muito cuidado para
lembrar que não estamos falando sobre um mover separado da nossa própria igreja,
mas, sim, do segmento de um mover de Unidade do Espírito Santo encontrado na nossa
própria tradição.

EXISTE UNIDADE ENTRE EVANGÉLICOS?


Como dissemos, a unidade entre cristãos pressupõe três ângulos: 1) a busca da unidade
entre evangélicos; 2) a busca da unidade entre evangélicos com católicos, ortodoxos... 3) a
busca da unidade de cristãos com judeus messiânicos (que creem que Jesus é o verdadeiro
Messias, mas se mantém nos valores judaicos). Embora estas buscas das três unidades estejam

Um em Cristo 161
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

acontecendo simultaneamente, por uma questão didática, trataremos primeiro a Unidade entre
evangélicos.
Se olharmos para esses grupos evangélicos como instituições, como organizações,
certamente essa unidade é pouco provável. Cada um deles tem doutrinas e estruturações
praticamente inegociáveis. A base histórica e as tradições de cada denominação representam
um alicerce muito sólido, impossível de ser ameaçado.
Em outras palavras, é impraticável pensar em unidade entre denominações, instituições,
organizações cristãs que trazem uma carga histórica doutrinal, cultural e sociológica
estabelecidas, em alguns casos, por séculos de vivência. São ritos, liturgias, particularidades que
fundamentam toda doutrina que marca a denominação. Nossa proposta não é essa.

Que tipo de unidade?


Nossa proposta de unidade é entre pessoas cristãs, entre filhos de Deus. A expressão
“uns aos outros” aparece mais de 50 vezes no Novo Testamento (e muitas vezes no Velho
Testamento). O mais conhecido é o novo mandamento de Jesus: “Um novo mandamento vos
dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros
vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”
(João 13.34,35).
A maioria das expressões “uns aos outros” é acompanhada do verbo amar. Porém,
encontramos a expressão relacionada aos verbos “receber, não julgar, perdoar, lavar os pés,
ensinar, admoestar, sujeitar, saudar, servir, consolar, considerar, confessar culpas, não irritar,
não invejar, suportar, edificar, ser benigno, bondoso, misericordioso”, etc. É interessante que
todos estes verbos, que indicam ação, estão normalmente no imperativo, no sentido de
mandamento, ordenança. É lógico que esses mandamentos não devem ser praticados
exclusivamente nos nossos “currais denominacionais”, mas entre todos os cristãos.
Vamos pensar, por exemplo, nos evangélicos que têm como base de fé a mesma Bíblia,
estruturados com base na Reforma Protestante, com estilos muito parecidos de cultuar e muitas
outras semelhanças.
Sem nenhum propósito de crítica, respeitando a todos, vamos destacar alguns pontos
que são tratados como quase irreconciliáveis, tratando de grandes denominações:
- Guardar o sábado como ordem constante nos dez mandamentos ou ter o domingo
como dia do Senhor?
- Cear uma vez por semana, ou uma vez por mês ou uma vez por ano (coincidindo com
a Páscoa)?
- Os elementos da ceia são símbolos, tipificação, presença de Deus, transubstanciação
ou consubstanciação?
- Batismo por imersão ou por aspersão?
- Batizar quando criança (algumas igrejas evangélicas têm essa prática) ou somente
quando há entendimento (quando jovem, adulto)?

Um em Cristo 162
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

- Crer que os dons espirituais aconteceram só por ocasião da Igreja Primitiva ou


continuam se manifestando até hoje?
- Manter o tradicionalismo, ou o pentecostalismo ou o neopentecostalismo?
- Dízimo é mandamento, um princípio do Velho Testamento que deve ser praticado
também na Nova Aliança ou não?
- Prosperidade deve ser pregada e ensinada ou o evangelho é só para a salvação?
- Diante de um mundo perverso, devemos ensinar certos “comportamentos” aos cristãos
(usos e costumes) ou isso é uma função que cabe somente ao Espírito Santo?
- Aceitamos o divórcio em algumas situações ou o casamento é indissolúvel, não abrindo
exceções?
- Etc.
É claro que, ao conversar sobre unidade com evangélicos, serão ressaltados como
pontos que nos unem: a Bíblia (fonte inerrante de toda a verdade), Jesus (como Senhor e
Salvador, sua morte na cruz, ressurreição e ascensão, sua segunda vinda), a obra do Espírito
Santo e Deus como um só Pai de todos nós. Em outras palavras, os evangélicos sempre vão
dizer: “Temos o Espírito Santo, e Jesus Cristo é o nosso único Senhor”.
Podemos olhar para a igreja evangélica (calculam-se entre 700 a 800 milhões de
evangélicos no mundo hoje) e pensar numa pluralidade de estilos, formas, ritos, teologias,
doutrinas que parece não incomodar os irmãos, exceto quando se percebem algumas
aberrações heréticas. Porém, mesmo assim, não se nota uma ação conjunta de “caça às bruxas”.
Podemos investir horas dialogando sobre as diversidades somente no meio evangélico
na busca de um denominador comum e afirmar categoricamente que não há a menor chance,
por processos naturais, de harmonizar tudo isso. Ou, simplesmente, podemos obter uma
permissão para um irmão evangélico cear em outra congregação diferente da sua. O que dizer
sobre qualquer tentativa de convergir com outras denominações cristãs consolidadas, como a
igreja católica, a ortodoxa, a anglicana, os judeus messiânicos ou outros? Há esperança de
podermos contribuir com a oração de Jesus “para que sejamos um” (João 17.21)? Certamente
se tivermos um só Espírito, um só Senhor.

A MESA DO SENHOR, A PRINCIPAL DE TODAS AS DIVISÕES


A Reforma Protestante do século 16 foi um dos acontecimentos que marcaram a história
da Igreja, a ponto de dividir o cristianismo ocidental entre católicos e protestantes. Não muito
tempo depois, houve uma discussão que causou o primeiro grande cisma entre os próprios
reformadores e seus seguidores.
A visão dos líderes da Reforma – Martinho Lutero, Ulrich Zwínglio e João Calvino – sobre
o sentido bíblico da santa ceia, ou eucaristia, era divergente uma da outra, causando divisão
entre esses reformadores. Essa divisão repercute até hoje com controvérsia nas igrejas
evangélicas.

Um em Cristo 163
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Os pesquisadores Edson Pereira Lopes e Janniere Villaça da Cunha Fernandes levantaram


dados em cinco igrejas cristãs evangélicas de diferentes denominações da capital paulistana.
Essas igrejas foram selecionadas por meio de suas respectivas instituições, com a finalidade de
salvaguardar sua identidade local.
Assim, compõem essa amostra: 1) Igreja Presbiteriana do Brasil, localizada na zona leste
de São Paulo; 2) Igreja Luterana, localizada no Tremembé; 3) Igreja Batista, localizada no bairro
da Água Branca; 4) Igreja Pentecostal Assembleia de Deus, ministério Belém, localizada no
bairro de Vila Zilda; 5) Igreja Evangélica Apostólica Renascer em Cristo, localizada no bairro do
Tatuapé. Houve a preocupação em colher dados das confissões de fé, dos tratados e dos
estatutos dessas comunidades com o objetivo de correlacionar suas crenças relativas à santa
ceia com a interpretação dos reformadores Lutero, Zwínglio e Calvino.
Antes de entrarmos na pesquisa, é interessante lembrar que há várias óticas acerca da
ceia:
Transubstanciação é a conjunção de duas palavras latinas: trans (além) e substantia
(substância), e significa a mudança da substância do pão e do vinho na substância do
corpo e sangue de Jesus Cristo no ato da consagração. Isto significa que esta doutrina
defende e acredita na presença real de Cristo na Eucaristia.
Consubstanciação é a crença na presença espiritual de Jesus nas espécies do pão e do
vinho. Significa que Jesus se encontra presente COM a substância do pão e do vinho sem,
entretanto, modificá-las ou transformá-las. O corpo e o sangue se juntam ao pão e vinho,
porém, a substância do pão permanece, juntamente com sua aparência.

Resultado da Pesquisa
As perguntas da pesquisa foram elaboradas no contexto dos debates dos reformadores.

1. Para você, o que é santa ceia?


a) Participação simbólica e memorial do corpo e do sangue de Cristo.
b) Participação real do corpo e do sangue de Cristo de forma espiritual.
c) Participação literal do corpo e do sangue de Cristo de forma espiritual.

2. O que acontece com o pão e o vinho na hora da santa ceia?


a) Transformam-se simbolicamente no corpo e no sangue de Cristo.
b) Transformam-se espiritualmente no corpo e no sangue de Cristo,
c) Transformam-se literalmente no corpo e no sangue de Cristo.

3. Cristo está presente na ceia de que forma?


a) Memorial. b) Espiritual. c) Literal.

Um em Cristo 164
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Quadros de respostas
Tabela 1 – Resultados referentes à primeira pergunta: “Para você, o que é a santa ceia?”
IGREJA Memorial Espiritual Literal
Igreja Presbiteriana do Brasil 37% 63% 0%
Igreja Evangélica Luterana do Brasil 0% 13% 87%
Igreja Batista Brasileira 65% 29% 6%
Igreja Assembleia de Deus – Belém 70% 17% 13%
Igreja Renascer em Cristo 56% 31% 10%

Tabela 2 – Resultados referentes à segunda pergunta: “O que acontece com o pão e o vinho na
hora da santa ceia?”
IGREJA Memorial Espiritual Literal
Igreja Presbiteriana do Brasil 37% 63% 0%
Igreja Evangélica Luterana do Brasil 6% 27% 67%
Igreja Batista Brasileira 54% 42% 4%
Igreja Assembleia de Deus – Belém 63% 30% 7%
Igreja Renascer em Cristo 42% 53% 5%

Tabela 3 – Resultados referentes à terceira pergunta: “Cristo está presente na ceia de que
forma?”
IGREJA Memorial Espiritual Literal
Igreja Presbiteriana do Brasil 21% 79% 0%
Igreja Evangélica Luterana do Brasil 13% 13% 74%
Igreja Batista Brasileira 12% 82% 6%
Igreja Assembleia de Deus – Belém 22% 72% 6%
Igreja Renascer em Cristo 11% 81% 8%

Como se observa, a partir desta coleta de dados, as divergências são relevantes num
assunto que é o centro do culto dos cristãos; ou, pelo menos, era na Igreja Primitiva. Estas
divergências contribuem sobremaneira para a migração de membros e estimula (considerando
outros aspectos também) novas denominações “pipocando” todos os dias.
Dessa forma, os pesquisadores concluem:
Diante do que nos é apresentado, tornam-se evidentes “ecos” do cisma iniciado pela
controvérsia entre os reformadores nas igrejas evangélicas da atualidade, e percebemos
que a santa ceia deixou de ser um tema central nestas. Além da indecisão e incoerência
apresentadas nas respostas dadas à pesquisa feita, podemos também ter como base
para essa afirmação a acentuada migração dos evangélicos para as mais variadas
denominações.
A respeito da mobilidade religiosa no Brasil, com base na pesquisa realizada pelo Centro
de Estatísticas Religiosas e Investigações Sociais (Ceris) em 2004, segundo o qual, entre

Um em Cristo 165
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

os evangélicos históricos (batistas, presbiterianos, luteranos e adventistas do Sétimo Dia)


que migraram de suas igrejas, 21,3% continuaram em outras denominações evangélicas
históricas, enquanto 50,7% migraram para igrejas evangélicas pentecostais (Assembleia
de Deus, Cristã do Brasil, Deus é Amor, Quadrangular, Internacional da Graça de Deus,
Universal do Reino de Deus, O Brasil para Cristo e outras pentecostais).
Em se tratando dos evangélicos pentecostais que migraram de suas igrejas, 40,8%
continuaram em outras denominações pentecostais e 40,2% migraram para as igrejas
históricas. Com relação à visão da santa ceia, a impressão que temos é que tanto faz
para o cristão evangélico ser de qualquer denominação, até mesmo porque a santa ceia
tornou-se um assunto muito pouco pregado na atualidade e, para muitos, ela é vista
como um simples ritual.
É muito triste concluir que a mesa, que é o centro da aliança, o ponto principal da
unidade, é um fator notório das divisões do cristianismo.

UNINDO CRISTÃOS INDIVIDUAIS EM CORPOS


Derek Prince, ao escrever sobre a “restauração de todas as coisas” (Atos 3.19-21),
afirma que Jesus voltará do céu para a Terra e que o processo de restauração divino é baseado
principalmente nos dois povos com os quais Deus estabeleceu uma aliança na terra: Israel e a
Igreja. Ele diz ainda que os princípios são revelados no plano natural da restauração de Israel
(que por séculos andou como povo desterrado) e são igualmente aplicáveis à restauração da
Igreja no plano espiritual (que também por séculos esteve em um exílio semelhante a Israel,
longe de sua herança espiritual doada por Deus).
Ele exemplifica a profecia que prediz tanto a restauração de Israel quanto a da Igreja,
citando o vale dos ossos secos (Ezequiel 37.1-10). Neste vale, os ossos secos, desligados e
espalhados, sobrenaturalmente se ajuntam a suas respectivas juntas; depois, são cobertos por
ligamentos, músculos, carne e pele tornando-se fisicamente perfeitos, com fôlego (espírito),
levantando-se e constituindo-se um exército grande em extremo (“sobremodo numeroso”).
A restauração é o propósito soberano de Deus claramente revelado nas Escrituras.
Prince, já citado, declara que “assim como Deus usou Ezequiel, ele também usará homens
escolhidos e qualificados por ele mesmo para efetuar sua restauração”. Cremos que estes
homens são os fiéis à aliança de sangue feita por Jesus.
Em Efésios 4.15,16, Paulo nos ensina que o propósito de Deus para nós é que cresçamos
como juntas espirituais encaixadas no Corpo de Cristo:
Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça,
Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas,
segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação
em amor.
Em Colossenses 2.18 e 19, Paulo fala de crentes que são levados ao engano espiritual.
Derek Prince (já citado), referindo-se a estes versículos, mostra os dois requisitos para se
preservar do erro:

Um em Cristo 166
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Primeiro, ser firmemente unidos com a Cabeça (Cristo); segundo, ser firmemente unidos
por juntas e ligamentos com os nossos irmãos. Nosso relacionamento pessoal com Cristo
é primordial, mas não é suficiente. Temos que estabelecer um relacionamento certo com
os outros crentes aos quais Deus tem nos ligado no Corpo.
Ele trata juntas como o relacionamento pessoal entre os cristãos que Deus uniu. Já os
ligamentos (que são as fibras de tecido que mantêm os ossos ligados nos lugares em que se
formam as juntas) seriam essenciais para conservar cada junta forte e segura – exatamente o
papel do compromisso de aliança.

ALIANÇAS QUEBRADAS
Na visão de Ezequiel, Deus operou sobrenaturalmente nos ossos individuais para uni-los
em corpos, agindo, a partir daí, em corpos completos. Segundo Prince, “nos nossos dias Deus
ainda está ajuntando cristãos individuais em corpos, isto é, em igrejas locais, no levantamento
do seu exército grande em extremo”. Portanto, nossos relacionamentos (juntas) e alianças
(ligamentos) deverão estar firmes para o Corpo receber a vida abundante que vem da Cabeça.
Para essa restauração completa do Corpo, cabe a nós buscar a restauração das alianças
quebradas, refazendo “a unidade do Espírito no vínculo da paz”.
Ao tomarmos a ceia do Senhor, reconhecemos um compromisso de aliança uns com os
outros, como os ossos do corpo humano que são ligados pelos ligamentos em um só corpo.
Reconhecemos que éramos “ossos secos” e que, pela cruz de Cristo, fomos unidos, tornando-
nos um só Corpo e recebendo a vida que nos liga, o Espírito Santo. Derek Prince lembra-nos
que:
Entre os povos semíticos descritos na Bíblia, a maneira normal de duas pessoas entrarem
em uma Aliança era participar solenemente de uma refeição juntas e, especialmente,
comer de um só pão e beber de um só cálice. Por esta razão foi apropriado que Jesus
iniciasse a Nova Aliança com uma refeição solene na qual cada pessoa participou do
mesmo pão e bebeu do mesmo cálice (Mateus 26.20-28). Por meio deste ato único, todos
que participavam dele eram, daquele momento em diante, ligados numa Aliança
sagrada. Desde então, a participação na ceia do Senhor tem sido, do ponto de vista de
Deus, uma renovação desta Aliança por meio da qual todos os que participam são
ligados ao Senhor e uns aos outros (grifos nossos).
Ao participar da ceia do Senhor, reconhecemos que somos irmãos, membros da mesma
família divina. Renovamos o compromisso de amor mútuo, de perdão, de cuidar uns dos outros
e, do ponto de vista cristão, até dar a vida pelo irmão; de usar nossas provisões para suprir a
necessidade do irmão e vice-versa; de alegrar-nos com as vitórias dos irmãos e sofrer com eles
as dores de suas aflições; de não romper relações com os irmãos, ainda que em certos pontos
não haja um pensamento único (diversidade). Renovamos, então, o compromisso de ser
sincero, transparente e continuar amando ainda que tenhamos de ser exortados. Enfim,
confirmamos o propósito do amor incondicional, assim como somos amados por Cristo, que é
o centro dessa aliança.

Um em Cristo 167
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

AS CONSEQUÊNCIAS DE UMA ALIANÇA QUEBRADA


Em uma reportagem no jornal O Estado de São Paulo acerca do censo de 2010,
comentou-se que o Brasil ultrapassou a marca de 40 milhões de evangélicos. A reportagem diz:
A cidade de São Paulo viveu uma pulverização evangélica sem precedentes na última
década. Segundo os novos dados do censo, o número de evangélicos sem laços com uma
igreja determinada aumentou mais de quatro vezes entre 2000 e 2010, enquanto a
quantidade de fiéis que frequentam templos menores cresceu 62% nesse período. Só na
cidade de São Paulo, nestes dez anos houve um crescimento de 825 mil fiéis (grifos
nossos).
O artigo comentou ainda que está havendo uma migração de fiéis das grandes
denominações para as “igrejas menores”. O censo informou que apenas a Congregação Cristã
do Brasil perdeu 74.200 membros somente na cidade de São Paulo; a Universal do Reino de
Deus perdeu 72.620; os adventistas, batistas, luteranos e Deus é Amor são igrejas que estão
decaindo, e esse fluxo, essa migração, está acontecendo para igrejas evangélicas não
determinadas e pequenos templos que estão se desenvolvendo.
O texto não diz que houve abandono da fé, mas uma transferência dos fiéis das igrejas
maiores para as menores. Então, é como se houvesse um “cardápio” de acordo com o qual as
pessoas escolhessem o “prato” mais adequado a elas. Dessa forma, vão-se perdendo os vínculos
com autoridade e liderança, com compromissos, levando as pessoas a passar por vários lugares,
o que traz, na prática, um esgotamento espiritual, um desapontamento ou frustração com
lideranças e com Deus, levando-as a afastar-se das igrejas.
Segundo o antropólogo Ronaldo de Almeida (artigo citado), da Unicamp e do Cebrap, o
novo mapa da configuração evangélica da capital paulista é fruto da especialização: “O sujeito
se identifica principalmente como evangélico, mas hoje ele molda sua experiência religiosa”.
Nesta mesma reportagem, o vereador (na época) Carlos Apolinário diz que “o
crescimento das igrejas evangélicas menores é muito visível. Seus fundadores são pastores que
já pertenceram a igrejas evangélicas maiores”.
Quase sempre, infelizmente, o fluxo de um cristão de uma denominação para outra
implica em quebra de aliança, pois houve afastamento (muitas vezes sem nenhum acordo ou
explicações) de irmãos que “sentavam juntos à mesa” para cear.
Os ligamentos (alianças) foram rompidos, e as juntas se desarticularam. No comentário
do antropólogo citado, “maior infidelidade” significa, para nós, números crescentes de quebra
de alianças.
O pior são os pastores saindo (normalmente brigados) de uma denominação, fundando
outra. Os pastores que ficam e os que vão embora louvam a Deus com a maior espontaneidade,
cada um com a sua congregação, como se tudo estivesse normal. Assim, alianças são rompidas
com muita frequência, e isso até é considerado “fato normal”.
Essa aceleração de quebra de alianças é desenfreada desde os reformadores que, por
discordar entre si, preferiram separar-se a perdoar-se. Isso ganhou proporções gigantescas no
século 20 com os movimentos pentecostais e carismáticos, cujo objetivo inicial, com o
derramamento do Espírito Santo, era a unidade.
Um em Cristo 168
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Essas quebras de alianças (paradigmas) abriram as “porteiras” para uma igreja frágil e
fragmentada. A permissividade também levou cristãos a fortalecer-se na quebra de alianças nos
casamentos, chegando-se a um número astronômico de divórcios dentro das igrejas. Para não
se alongar nos exemplos, concluímos que nunca a instituição da família esteve tão debilitada
como nos nossos dias.

HÁ CURA PARA AS ALIANÇAS QUEBRADAS?


Claro que sim! Cremos que Deus já começou a profetizar sobre os ossos secos (Ezequiel
37) e já podemos ouvir o barulho dos ossos se batendo e juntando. Já conseguimos ver algumas
juntas se encaixando (teria muitos exemplos para contar), alguns tendões (ligamentos) se
formando, músculos e carnes crescendo, peles se estendendo. A oração de Jesus em João 17
pela unidade está para se cumprir. O Espírito Santo está preparado para soprar e trazer vida ao
Corpo a fim de que nos tornemos um “exército sobremodo numeroso” como vimos no capítulo
anterior, “um povo grande e poderoso”.
Porém, o que podemos fazer? Ficar aguardando a ação plena de Deus e dando
continuidade às “quebras de alianças” sem limites? Claro que não! O texto que usamos para
introduzir este capítulo (Atos 3.19-21) inicia dizendo: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos...”.
A primeira coisa a fazer é reconhecer que nós, a nossa geração, somos “quebradores de
alianças” e fazemos isso espontaneamente, sem nenhum pudor, sem temor a Deus.
Porém, se dissermos que pecamos e confessarmos os nossos pecados de divisão, ele é
fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Assim,
passaremos a andar na luz, como ele está na luz, e teremos comunhão uns com os
outros e o sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo o pecado (1 João 1.6-10,
paráfrase nossa).
A segunda coisa que o texto fala é “convertei-vos”. Mas poderíamos dizer: “Eu já sou
convertido, já nasci de novo, já fui batizado...”. Exatamente este é o tema do nosso livro
Reconciliação: O Segundo Toque. Baseado em Marcos 8.22-26, Jesus cura um cego que não
recuperou plenamente sua visão no primeiro toque de Jesus e via homens como árvores que
andavam. Assim, Jesus tornou a impor as mãos em seus olhos (o segundo toque) e ele ficou
totalmente restabelecido e passou a ver distintamente e de longe a todos.
A Palavra de Deus nos ensina que todos estão cegos espiritualmente (o Evangelho está
encoberto por Satanás, como diz Paulo em 2 Coríntios 4.4). Portanto, precisamos de um toque
de Deus para a nossa salvação. O Espírito Santo, pela obra da cruz, vivifica o nosso espírito (novo
nascimento) e passamos a ter revelação de Jesus Cristo.
Porém, em virtude de nossas culturas eclesiásticas e das divisões, ainda que não sejamos
mais “cegos espiritualmente”, não conseguimos ver e amar os cristãos de outras denominações
que possuem doutrinas diferentes da nossa, não conseguimos distingui-los como filhos de Deus,
como irmãos em Cristo. Essa visão míope e distorcida faz com que os vejamos apenas como
“árvores que andam”. Assim, precisamos nos converter para a unidade do Corpo de Cristo. Se
reconhecermos isto, certamente, depois do arrependimento, o Senhor Jesus nos dará este
“segundo toque” e “cairemos” de amor pela Igreja unida do nosso Senhor Jesus Cristo.

Um em Cristo 169
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

CONFESSAR COM ARREPENDIMENTO E HONRAR A ALIANÇA


No texto da primeira carta aos Coríntios, capítulo 11, ao referir-se às divisões desta
igreja, Paulo fala sobre a ceia e nos alerta para não a tomarmos indignamente. Ele nos exorta a
uma autoanálise, a um julgamento: “Examine-se, pois, o homem, e, assim coma o pão, e beba
do cálice, pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si” (vs. 28, 29).
Isto significa perguntar a si mesmo: “Eu faço parte do Corpo de Cristo, tenho aliança com o
Corpo, tenho comunhão com este Corpo?” Claro que a conotação não é apenas com uma célula
do Corpo, mas com todo o Corpo. Ainda que fisicamente isto seja impossível, espiritualmente
podemos nos identificar com o Corpo no seu sentido mais amplo.
Se eu venho de alianças rompidas, é certo que a ceia que tomo exclui, no mundo
espiritual, grupos de irmãos com os quais tive comunhão no passado. E isso precisa ser
consertado. Esse conserto pode ser, dependendo do exame que cada um faz, apenas com Deus,
e/ou com alguns irmãos, e/ou com uma congregação.
A Palavra de Deus nos ensina a “confessar nossas culpas uns aos outros e orar uns pelos
outros para sermos curados” (Tiago 5.16). Entendo que a forma de confessar pecados depende
da “publicidade” do pecado e da posição que a pessoa ocupa na igreja. Quanto mais pública for
a pessoa, quanto mais público for o pecado, mais pública deverá ser a confissão.
No item anterior, falamos que confessar a Deus é o caminho correto. Porém, quando,
por exemplo, uma pessoa conhecida reconhece que errou ao dividir sua igreja (congregação),
levando parte do rebanho (não só quebrando a aliança, mas “permitindo” que outros também
o fizessem), o correto é, além de reconciliar-se com sua ex-liderança (irmãos que caminhavam
juntos), confessar que essa atitude não é bíblica para ambas as congregações.
Conhecemos um pastor, muito famoso em Uberlândia/MG, que, ao descobrir que alguns
de seus pastores queriam retirar-se com um grupo, evitou esta rachadura (quebra de aliança)
abençoando-os, fazendo tudo com transparência e ajudando-os a iniciar uma nova obra,
concedendo-lhes salário (por um tempo) e liberando excelentes obreiros para ajudá-los. A partir
daí, este pastor, que preferiu enviar a dividir, viu sua congregação crescer vertiginosamente.
Numa outra cidade, uma igreja soube que outra denominação cristã estava chegando
àquela cidade. Com a visão do reino, esta igreja concedeu, por dois anos, alguns obreiros para
ajudar na implantação da nova congregação. Não os tratou como concorrentes, inimigos, mas
como parceiros do Espírito Santo para a expansão do reino de Deus.
Assim, é necessário, com transparência, diante do Espírito Santo, ouvir de Deus como
restaurar as alianças quebradas de acordo com cada situação – mas também evitar que alianças
sejam rompidas por pessoas que saem de uma congregação. Nesse caso (não que estimulemos
a saída, mas, em alguns casos, ela parece inevitável), os que nos deixam devem ir com a bênção
pastoral, enviados em paz pela igreja. É certo que diversas denominações não concordam com
isso, mas, repito, rachaduras, quebras de alianças, à luz do Espírito Santo podem ser evitadas.
A visão de reino ameniza essa decisão, e passamos a ser testemunhas de que Jesus realmente
foi enviado “para que o mundo creia”.
Estamos em tempos de restauração e, certamente, Deus Pai encaminhará cada coração
arrependido para entrar nestes “tempos de refrigério”. Assim, os céus não conterão mais o
Senhor Jesus (Atos 3.21), e ele poderá voltar. Amém!
Um em Cristo 170
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

É importante, para não sermos instrumentos de impedimento na concretização da


oração de Jesus em João 17, que façamos um exame da nossa jornada na Igreja de Cristo.
Certamente, o Espírito Santo nos revelará se estamos andando na luz e tendo comunhão uns
com os outros. Se assim agirmos, o sangue de Jesus Cristo nos purificará de todo pecado (1 João
1.6,7).
Ter comunhão uns com os outros significa permanecer em aliança, e alianças quebradas
são restauradas unicamente pelo perdão. Aliás, a Palavra de Deus nos ensina a reconciliar-nos
“depressa” com o irmão para que a nossa jornada como membros do Corpo seja validada pelo
Pai Eterno (Mateus 5.22-26).

UM FATO CONCRETO
A unidade com Cristo se inicia no momento em que a pessoa é incluída no corpo de
Cristo pelo novo nascimento, de acordo com:
João 1.12: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos
de Deus, a saber, aos que creem no seu nome”.
Romanos 6.3-5: “Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo
Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo
batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai,
assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se fomos unidos com ele na
semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua
ressurreição,
Efésios 2.1-6: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos
quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da
potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais
também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo
a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como
também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor
com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente
com Cristo, -- pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez
assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus;
Dessa forma, podemos compreender que a Palavra afirma que o ponto basilar da
unidade é o fato de que somos filhos de Deus pelo novo nascimento e, como consequência,
somos irmãos de todos aqueles que passaram pela mesma experiência.
1. O trabalho do Espirito Santo, dentro desse aspecto da Unidade, vem testificar que
somos filhos e temos um só Pai.
Romanos 8.14-17: “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de
Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez,
atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba,
Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se
somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo; se
com ele sofremos, também com ele seremos glorificados.”
Um em Cristo 171
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

A manifestação da nossa filiação é o fato de sermos guiados pelo Espírito Santo


2. A comunhão entre nós que traz a purificação dos nossos pecados é a comunhão COM
e EM JESUS, ou seja, o nosso ponto de encontro não é nas doutrinas, mas é dentro da pessoa
de Jesus Cristo, quando da nossa inclusão na sua morte e ressurreição. Isso eu chamo de
unidade do Espírito, pois foi Ele que nos incluiu em Cristo.
1 Coríntios 12.13: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo,
quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de
um só Espírito.”
Efésios 4.3-6: “Esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no
vínculo da paz; há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados
numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um
só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.”
3. A unidade da fé é DECORRENTE do fato de que nascemos de novo na nossa conversão
a Cristo, do fato de que o Espirito Santo nos incluiu no Corpo de Cristo, da nossa comunhão com
Cristo e do fato de andarmos na luz, como Ele está na luz. Isso vai nos levar à unidade da fé, no
sentido de crermos nas mesmas verdades, pela ajuda dos ministérios, que nos prepara para a
unidade orgânica mostrada em Efésios 4.15,16: “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos
em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado
pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio
aumento para a edificação de si mesmo em amor.”

ORAÇÃO COLETIVA
Pai, santificado seja o Teu nome. Nós estávamos todos longe de Ti. Fomos trazidos para perto
do Teu amor e da Tua santidade pela morte de Jesus Cristo na cruz. Também, com a sua morte
na cruz, Cristo destruiu a inimizade entre todos os Teus filhos dispersos, unindo-nos em um só
Corpo.
Estamos divididos, ó Pai. Tem misericórdia de nós, inclina Teus ouvidos para essa nossa angústia
e livra-nos de todo o mal. A Tua Palavra nos estimula a discernirmos o Corpo de Cristo. Quando
não fazemos isso há em nosso meio fraquezas, doenças e sonolência espiritual.
Sabemos, ó Deus, que quando não reconhecemos que os outros irmãos são do Senhor, que
pertencem a Cristo, que fazem parte do mesmo Corpo que nós, estamos enfraquecendo a Igreja.
Assim, ajuda-nos, ó Pai Santo, a abrir os nossos corações e discernirmos Cristo na vida dos outros
irmãos. Leva-nos, Senhor, a converter-nos para a Unidade do Corpo.
Como aquele cego que, parcialmente curado, via homens como árvores que andavam, queremos
também, Senhor, receber o Teu segundo toque, enxergar distintamente todos os nossos irmãos
em Cristo e amá-los como tu os ama.
Agora todos, unidos pelo poder de um só Espírito, podemos ir até a Tua presença. Podemos
entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus. Por tudo isso Te agradecemos, em nome do
nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

Um em Cristo 172
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

QUADRO ILUSTRATIVO

Se a ciência não pode provar, não há


Agnoticismo
Deus.
Bramanismo. Religião indiana.
Hinduísmo
Pluralismo.
Budismo Siddarta ou Buda. Crê na reencarnação.
Origem no Japão. Crença formada por
Xintoísmo
lendas e mitos.
Monoteísta: Alá. Se baseia no Alcorão –
Islamismo
Religiões Não Mamomé.
Bíblicas Vida em harmonia com Tao – caminho,
Taoísmo
princípio.
Confucionismo Filosofia chinesa criada por Confúcio.
Crenças e práticas criadas por Hubbard,
Cientologia
1952.
Ensina o amor e que todos são filhos de
Seixo-No-Iê
Deus.
Origem no Japão. Construção do
Messiânica
“paraíso terrestre”.
Católica Romana A maior Igreja cristã Unidade no
Religiões
Ortodoxa Grega e Russa Espírito no
Bíblicas que
Evangélica Ou Protestante vínculo da
Maiores e creem em
Judaica Reconhece Jesus (Yeshua) como o paz.
mais Jesus Cristo
Messiânica messias (Efésios 4.3)
importantes como o
Este é o
Religiões no Messias Outras Adventista, Anglicana, Copta etc.
nosso alvo!
mundo
-Messiânicos – creem em Jesus (Yeshua)
Bíblicas (Velho -Ortodoxos – rigorosos nos costumes e
Judaísmo
Testamento) rituais
-Humanistas – não teístas, liberais
Testemunhas de Não crê na Trindade. Inicia no fim do
Jeová século XIX
Ensinamentos dados por “espíritos
Espiritismo
Citam a Bíblia, desencarnados”
mas têm livros Joseph Smith (“profeta da
Mormonismo
próprios de restauração”). Fim do século XIX.
doutrinas Enfatiza a cura. “Doença é um erro
Ciência Cristã
mortal.”
Esoterismo, Misticismo. “Há um deus
Gnoticismo
bom e um deus ruim”.
Paganismo Tradições religiosas politeístas
Nega categoricamente a existência de
Ateísmo
Outros Deus
agrupamentos Satanismo Culto a Satanás (Lúcifer)
ou crenças Wicca, Raelianismo, Xamanismo,
Outras Jainismo, Siquismo, Rosacruz, Pró-Vida,
Zoroastrismo, Nova Era etc.
Na busca da Unidade, como devemos tratar as crenças não bíblicas, aquelas que não creem
em Jesus Cristo como o Messias? _________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

Um em Cristo 173
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE INDIVIDUAL

Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) O Cristianismo é criticado pelos não-cristãos em virtude das inúmeras divisões provocadas
pelos homens.
2) ( ) A Igreja de Cristo foi fundada no ano 33 da era cristã, em Jerusalém, pelo próprio Senhor
Jesus.
3) ( ) Ao nos convertermos, foi-nos outorgado o Espírito Santo, que passou a habitar em nosso
coração
4) ( ) Ecumenismo Espiritual é o “esforço” ou a tendência de fazer da Igreja de Cristo uma única
família.
5) ( ) Podemos ter comunhão com membros de diferentes denominações cristãs, sempre
abrindo mão das tradições implementadas por seus fundadores.
6) ( ) Quando falamos sobre unidade entre evangélicos, temos de considerar os pontos que
nos unem: a Bíblia, Jesus como Salvador e Senhor, a obra do Espírito Santo e Deus como um só
Pai de todos.
7) ( ) A ceia ou eucaristia foi o primeiro fator de divisão da Igreja entre os reformadores, e
repercute até hoje, causando muitas controvérsias entre as igrejas cristãs.

Assinale a alternativa correta:


1) O Cristianismo é criticado pelos não-cristãos em virtude:
(a) Da falta de sinais e prodígios em nossos dias
(b) Da ausência das boas obras que acompanham a salvação
(c) Das inúmeras divisões provocadas pelos homens
(d) NDA
2) Assinale a alternativa correta:
(a) O Islamismo reconhece a Santíssima Trindade
(b) O Confucionismo aceita a reencarnação das almas até a purificação completa
(c) O Judaísmo admite a existência de um único Deus e de Seu Filho Jesus Cristo
(d) NDA
3) As seguintes religiões não aceitam a Bíblia como a única ou absoluta norma de fé:
(a) Testemunhas de Jeová, Espiritismo, Judaísmo
(b) Mormonismo, Cristianismo, Hinduísmo

Um em Cristo 174
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

(c) Mormonismo, Espiritismo, Testemunhas de Jeová


(d) NDA
4) A Igreja de Cristo, no tempo dos apóstolos, crescia:
(a) Por não ter contato com as suas raízes judaicas
(b) Por ser uma só igreja, unida, em cada cidade
(c) Por ter os apóstolos como centro da mesma
(d) NDA
5) A respeito da Bíblia:
(a) A Septuaginta é a sua tradução em latim
(b) A Vulgata foi a versão adotada por Martinho Lutero
(c) É composta por 66 livros canônicos e 7 deuterocanônicos
(d) NDA
6) Assinale a alternativa errada:
(a) Se Cristo recebe uma pessoa, esta pessoa passa a ter o Espírito Santo e se torna meu
irmão em Cristo
(b) A Trindade possui a mesma tarefa, que é a de dar-nos a luz, a força e direção de vida
(c) Quando falamos sobre Unidade, pensamos na união formal das igrejas separadas.
(d) NDA
7) Duas linhas de trabalho distintas têm sido utilizadas na busca pela Unidade:
(a) Discussões e acordos para unificar a Ceia (eucaristia) e o Batismo
(b) Debates teológicos e experiências espirituais com o Espírito Santo
(c) A unanimidade (unitarismo) e a centralização eclesiástica
(d) NDA
8) Segundo Derek Prince, o processo de restauração divino é baseado principalmente:
(a) Na volta de Jesus à Terra
(b) Na unidade entre as igrejas cristãs
(c) Na aceitação de Jesus como Messias pela nação de Israel
(d) NDA
9) Devido às nossas culturas eclesiásticas e das divisões, ainda que não sejamos mais “cegos
espiritualmente”:
(a) Consideramos os irmãos que pensam diferente de nós como partes do mesmo Corpo
(b) Enxergamos aqueles que pensam como nós como “árvores que andam”
(c) Ainda não aceitamos como irmãos aqueles que possuem doutrinas diferentes às
nossas
(d) NDA

Um em Cristo 175
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

10) Assinale a alternativa errada:


(a) A unidade com Cristo se inicia no momento em que a pessoa é incluída no corpo de
Cristo pelo novo nascimento
(b) O trabalho do Espirito Santo em nós testifica que somos filhos e temos um só Pai
(c) A unidade da fé é decorrente do fato de que nascemos de novo na nossa conversão
a Cristo
(d) NDA

QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.

VERDADEIRAS OU FALSAS TESTES


1) 1)
2) 2)
3) 3)
4) 4)
5) 5)
6) 6)
7) 7)
8)
9)
10)

Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________

Um em Cristo 176
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Nesta semana, contate pelo menos três irmãos de outras igrejas evangélicas e conte esta
nossa iniciativa de Unidade no Espírito.
Explique que não estamos buscando Unidade na Fé (corpo de doutrinas), pois isto só o
Espírito Santo vai fazer.
Mostre a diferença entre Efésios 4.3 e 4.13.

Um em Cristo 177
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

LEITURAS ADICIONAIS

As leituras adicionais ajudam os participantes deste curso a compreenderem melhor a lição


em foco.
• Acesse o site www.umemcristojundiai.com.br
• Clique no link: CURSO DE UNIDADE, LEITURAS ADICIONAIS:
o Lição 09 – Leituras Adicionais
(Visualizar o conteúdo completo)

UMA SÓ CARNE, UM SÓ CORPO


No capítulo 4 da carta aos Efésios, o apóstolo Paulo se refere à Igreja dizendo que somos
um só Corpo (verso 4, e também em Romanos 12:5). E, no capítulo 5, refere-se ao casamento,
dizendo que o casal é uma só carne (verso 31 – este verso é citado por Jesus nos Evangelhos,
fazendo referência a Gênesis 2:24: “Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá à
sua mulher, e serão os dois uma só carne”.
A matemática de Deus é um pouco estranha para nós: 1 + 1 = 1. Isto é possível porque o
casamento é uma aliança, isto é, um pleno comprometimento, uma lealdade até a morte. Nesta
aliança existe a “morte do eu” de ambas as partes, formando-se uma nova entidade.
Porém, as identidades do homem e da mulher continuam imutáveis. O homem não
perde sua personalidade masculina e continua agindo como homem. A mulher permanece na
sua feminilidade, com seu lado romântico, com sua maternidade. Ambos são diferentes, mas,
em função da aliança, Deus os vê como uma só carne. Analogamente, podemos transportar este
mesmo princípio para a Igreja – um só Corpo, o Corpo de Cristo.
Jesus fez uma aliança conosco, a maior de todas, uma aliança de sangue, no seu sangue
derramado por nós. Quando estamos em Jesus somos um com ele e um com o Pai (João 17:21):
“Para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o és em mim, e eu em Ti; que também eles sejam
um em nós...”. Em outras palavras, nós que pertencemos a Cristo somos um (um só Corpo) e
também somos um com Jesus e com o Pai. É assim que Deus nos vê por causa da Nova Aliança.
Como isto é possível? Em Efésios (1:13) fica claro que quando recebemos o evangelho
da salvação somos selados com o Espírito Santo. Passamos a ser morada do Espírito Santo
(2:22). Temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito (2:18). Somos um só Corpo e estamos num
só Espírito (4:4). Todos fomos batizados em um Espírito... e todos temos bebido de um Espírito
(1 Coríntios 12:13). Por isto, o apóstolo Paulo diz que já temos, nós, cristãos, a unidade do
Espírito (Efésios 4:3). O que temos de fazer é guardar esta unidade pelo vínculo da paz.
Devemos lutar para manter esta unidade. Aqui estão algumas traduções (de versões em
inglês) de Efésios 4.3 sobre como manter a unidade do Espírito: “Esforçando-nos para manter
a unidade do Espírito” (King James); “Tendo toda diligência…” (AS); “Fazendo um esforço para

Um em Cristo 178
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

preservar…” (CE); “Ansioso para manter…” (ES); “Empenhe-se com diligência para viver juntos
como UM…” (NL); “Lute intensamente para guardar a unidade…” (AMP).
Quando Deus nos fala e nos vê como um só Corpo na unidade do Espírito Santo, assim
como na aliança do casamento (uma só carne), Ele não está pedindo uniformidade. Cada um
deve manter sua identidade. A unidade é maravilhosa na diversidade, repito, assim como no
casamento.
Também, para sermos um só Corpo e Deus nos ver na unidade do Espírito, nós
precisamos ter a unidade da fé, como está escrito em Efésios 4:13. Esta unidade da fé ainda será
alcançada. Mas a unidade do Espírito já temos.
Existem, por exemplo, diferenças doutrinárias entre as confissões cristãs. Estas
diferenças devem ser tratadas como questões secundárias, embora importantes. Às vezes estas
diferenças podem ser úteis, pois há riquezas em cada uma delas e, por si só, não significam
divisão. O que cada um de nós, diferentes, precisamos estar conscientes é que o que nos une é
Cristo, seu sangue, sua aliança, seu Espírito. Esta cláusula é inegociável. Apesar das diferenças,
temos a unidade no Espírito e, por isto, as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja
de Cristo (Mateus 16:18).
Qual é o nosso maior problema? Não lutar diligentemente para a unidade do Espírito,
perder a compreensão de que somos um só Corpo, o Corpo de Cristo (pois é assim que Deus
nos vê: um com Ele em Cristo e um entre nós). A perda desse entendimento trouxe inúmeros
conflitos entre os cristãos, muito derramamento de sangue nesses últimos quinhentos anos.
Assim como na aliança do casamento parte-se da “morte do eu”, para ser um só Corpo há
necessidade de “perder a vida” por amor de Cristo e do evangelho (Marcos 8:35).
Precisamos entender a gravidade de rompimentos na Igreja. Quando um casal se separa
e parte para outros relacionamentos há quebra de aliança. Nós, na Igreja, que rompemos com
outros irmãos, que julgamos, criticamos, desprezamos... estamos quebrando alianças.
Na nossa salvação recebemos o Espírito Santo, fomos batizados por Ele, bebemos e
somos selados no mesmo Espírito. Ele é patrimônio de todos os cristãos. Ele é indivisível, não
dá para fragmentá-Lo. Não dá para cada um de nós ficar com um “pedacinho” Dele e, na volta
de Jesus, reunir as partes como um mosaico, um quebra-cabeça. O mesmo Espírito que está em
mim é o que está em você e, Nele, somos um! Nele e com Ele somos um com o Pai e o Filho!
Se a aliança matrimonial perdura até que a morte nos separe, a aliança no sangue de
Jesus, que constitui o Corpo, nunca cessará. Na eternidade ela continuará para sempre. Jesus
orou ao Pai (João 17:21), como já vimos, pela unidade da Igreja. Isto vai acontecer – e já está
acontecendo – como veremos no próximo capítulo.

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ANOTAÇÕES

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

LIÇÃO 10
A BUSCA DA UNIDADE ENTRE
EVANGÉLICOS E CATÓLICOS
Esforçando-vos diligentemente por preservar a Unidade Do Espírito no vínculo da paz
(Efésios 4:3)

INTRODUÇÃO
Se considerarmos as diversas denominações de igrejas como instituições ou
organizações, certamente a Unidade é pouco provável, pois por diversas razões não há
disposição em abrir mão da história, tradição, doutrinas, estruturas próprias e da liderança que
as pessoas ocupam. Não há como unificá-las e não temos tal objetivo.
Também achamos difícil a unidade por meio de um processo de diálogo, por mais sério
que seja, que nos leve a uma uniformidade na interpretação bíblica, na doutrina, no culto, na
cultura cristã. Assim, buscamos uma unidade no Espírito que não seja uma igreja uniforme, mas
uma unidade dentro de uma legítima diversidade; uma unidade que não signifique ignorar que
há questões que precisam ser resolvidas.
Nossa proposta de unidade é entre pessoas cristãs, entre filhos de Deus. A expressão
“uns aos outros” aparece mais de 50 vezes no Novo Testamento (e muitas vezes no Velho). O
mais conhecido é o novo mandamento de Jesus:
Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós,
que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus
discípulos, se vos amardes uns aos outros. (João 13.34,35).
A maioria das expressões “uns aos outros” é acompanhada do verbo amar. Porém,
encontramos a expressão relacionada aos verbos “receber, não julgar, perdoar, lavar os pés,
ensinar, admoestar, sujeitar, saudar, servir, consolar, considerar, confessar culpas, não irritar,
não invejar, suportar, edificar, ser benigno, bondoso, misericordioso”, etc. É interessante que
todos estes verbos, que indicam ação, estão normalmente no imperativo, no sentido de
mandamento, ordenança. É lógico que essas ações não devem se restringir apenas ao nosso
círculo denominacional.
Quando determinado assunto é repetido na Bíblia é porque Deus considerou importante
enfatizá-lo. Segundo o pastor Tommy Tenney, a palavra “dízimos” aparece 24 vezes; “ofertas”,
265; “jejum” e “oração”, mais de 100 vezes cada uma. Esses são, obviamente, conceitos
importantes. No entanto, a palavra “juntos” é mencionada 484 vezes e “se reuniram”, 97 vezes.
O autor mencionado acima usa duas páginas de seu livro citando as frases bíblicas que abordam
as palavras “juntos” e “reunidos” para enfatizar a importância delas, ressaltando como Deus
quer que façamos tudo JUNTOS.
Um em Cristo 181
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

UNIDADE NO CORPO NÃO É IRENISMO


Temos um mesmo Pai. Não precisamos orar o “Pai Nosso” como um “avestruz”, com a
cabeça escondida na terra. Para que não adotemos uma Unidade apenas de “fachada”, não
podemos adotar uma postura irenista – assim se define aqueles que tentam unificar cristãos
utilizando a razão como um atributo essencial. Esse termo, no grego, significa “paz” ou “atitude
de quem busca paz”. Pressupõe que “seria lícito sacrificar a verdade para evitar conflitos”. Esse
pacifismo, de certa forma, evita fazer análises das heresias; assim, nunca se critica ninguém.
Em outras palavras, o irenismo seria o “contato superficial entre cristãos, como se não
houvesse diferenças doutrinárias, culturais e rituais”; como se a Unidade fosse “tapinhas nas
costas”, deixando de lado nossas diferenças, fazendo “vistas grossas” com o objetivo de paz.
Assim, o irenismo evita discussões que geram polêmicas, colocando “panos quentes” sobre as
questões sérias que dividem a Igreja. Claro que não é com esse tipo de Unidade que sonhamos.

INICIATIVAS DA IGREJA CATÓLICA


Essa tentativa de Unidade na diversidade entre os cristãos de forma autêntica não é
assim tão recente. Em 1439, a Igreja Católica, no Concílio de Florença, declarou na seção VIII do
Decreto Exultate Deo que:
Todo aquele justificado pela fé, tornados pelo batismo, membros de Cristo, merecem o
nome de cristãos e são reconhecidos como irmãos no Senhor, pelos filhos da igreja
católica. (UR 3).
No ano de 1964, com a convocação de padres, bispos e teólogos, a Igreja Católica
realizou no Estado do Vaticano o 21º Concílio, conhecido pela história como Concílio Vaticano
II, marcado também pela participação e escuta de alguns pastores e teólogos evangélicos. Este
Concílio enfatizou no parágrafo 5º do Decreto Unitatis Redintegratio que:
Dentre os elementos e bens que constituem e vivificam a Igreja de Cristo, muitos dentre
os mais importantes pode existir fora das fronteiras visíveis da igreja católica, tais como:
a Palavra de Deus escrita, a vida da graça, a fé, a esperança e o amor, os dons interiores
e os sinais visíveis do Espírito Santo. Tudo isso provém de Cristo e a Cristo conduz,
pertencendo, pois, de direito, à Igreja de Cristo. (UR 3).
O fato é que Cristo nos convoca para a unidade de uma mesma esperança (Efésios 4.4-8
e Gálatas 3.27-28). Por isso, a forma de celebrar e pregar esta mesma esperança torna-se,
podemos dizer, secundária. Não significa com isso desprezar as diversas formas de celebrações,
rituais e pregações, pelo contrário, precisamos reconhecê-las como meios de evangelização,
pois o essencial está no despertar da vivência da fé em Cristo que juntos confessamos.
A nossa meta é caminharmos unidos na mesma fé e no conhecimento do Filho de Deus
para chegarmos a ser o homem e a mulher perfeitos que, na maturidade de seu
desenvolvimento, é a plenitude de Cristo (Efésios 4.13).

Um em Cristo 182
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

RECAPITULAÇÃO DA ORIGEM DA DIVISÃO


A necessidade de se ensinar e aprender acerca da Unidade implica no reconhecimento
de que temos falta dela. Ela não é uma opção para determinado ministério ou para alguém que
queira uma maior consagração, mas um imperativo a todos os cristãos. É uma demanda da
agenda do Senhor, especialmente no sentido escatológico, tanto como pressuposto à volta de
Cristo como pelo potencial evangelístico que ela carrega em si.
Não cabe imaginar que basta sermos neutros e não colaborar com as divisões. É preciso
mais do que isso e agir em favor da reconciliação e contra as divisões já existentes. Uma das
maneiras de nos prepararmos para trabalharmos a favor da Unidade é conhecermos as origens
da divisão e como elas ocorrem ainda hoje.
De maneira geral, sabemos que a divisão se iniciou com Satanás, arrebanhando um terço
dos anjos e comandando a primeira rebelião contra Deus. Antes disso só havia um reino, o de
Deus, e era impossível estar fora dele.
Desde então, a opção de rejeitar o reino de Deus passou a ser uma real possibilidade. A
principal atividade de Satanás é militar contra o reino de Deus, tentando sacar quem está dentro
ou impedir a entrada de quem está fora. Sua estratégia mais sórdida consiste em causar divisão
entre os cristãos e assim alcançar seu duplo objetivo.
Diversos conflitos parecem apontar para esta divisão logo no início da formação das
primeiras comunidades, o que acabava por afetar diretamente o trabalho apostólico (Atos 15;
Gálatas 5.5-6). O Evangelho segundo Marcos nos exorta que um reino dividido entre si acaba
por se destruir (Marcos 3.24). Por isso, devemos nos cuidar, afinal, o nosso adversário, o Diabo,
rodeia como um leão a rugir procurando a quem devorar – e é preciso resistirmos na fé (1 Pedro
5.9).
Nosso Senhor, antes mesmo de se entregar, intercedeu ao Pai por nossa unidade (João
17.21); também pediu com ênfase para não nos desligarmos dele, mas permanecer firmes em
seu amor e, assim, nossa alegria será completa, plena (João 15.9-11). Estes fatos revelam a
legitimidade da vocação já antiga na busca pela Unidade dos cristãos, vocação essa a que
também nos sentimos chamados.

CATÓLICOS ROMANOS E ORTODOXOS

A Igreja Ortodoxa
Segundo a Wikipédia (Enciclopédia Livre), a Igreja Ortodoxa (do grego órtos: “reto,
correto” e dóxa: “doutrina, opinião” ou, literalmente, igreja da opinião correta) ou Igreja
Católica Ortodoxa é uma comunhão de igrejas cristãs autocéfalas, herdeiras da cristandade do
Império Bizantino, que reconhecem o primado de honra do patriarcado ecumênico de
Constantinopla desde que a sede de Roma deixou de comungar com a ortodoxia. Reivindica ser
a continuidade da igreja fundada por Jesus, considerando seus líderes como sucessores dos
apóstolos. A Igreja Ortodoxa tem aproximadamente dois mil anos, contando-se a partir da igreja

Um em Cristo 183
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Primitiva (reivindicação também da Igreja Católica Romana), e aproximadamente mil anos


contando-se a partir do Cisma do Oriente ou Grande Cisma, em 1054.
Desde então, os ortodoxos não reconhecem a primazia papal, a “Cláusula Filioque”; não
aceitam os dogmas proclamados pela Igreja Católica Romana em séculos recentes, tais como a
Imaculada Conceição e a infalibilidade papal. Também não consideram válidos os sacramentos
ministrados por outras confissões cristãs. Calcula-se que haja 1,1 bilhões de católicos romanos
e 250 milhões de ortodoxos no mundo hoje, sobretudo nos países da Europa Oriental. As igrejas
ortodoxas mais importantes são a Igreja Ortodoxa Grega e a Igreja Ortodoxa Russa.
Obs: A Cláusula Filioque era, e ainda é, uma controvérsia na igreja em relação ao Espírito
Santo. A pergunta é: de quem o Espírito Santo procedeu, do Pai, ou do Pai e Filho? A
palavra "Filioque" significa "e filho" em Latim. É chamada de Cláusula Filioque porque a
frase "e filho" foi adicionada ao Credo Niceno, indicando que o Espírito Santo procedeu
do Pai "e Filho". Houve tanta controvérsia por causa desse assunto que acabou
culminando na separação das Igrejas Católica Romana e Ortodoxa em 1054 D.C. As duas
igrejas ainda hoje não chegaram a um acordo sobre a Cláusula Filioque.
Apesar de católicos romanos e ortodoxos terem uma história comum, que começa com
a fundação da Igreja e com a difusão do cristianismo pelos apóstolos, uma série de dificuldades
ocasionou o progressivo distanciamento entre Roma e os patriarcas. Primeiramente, veio a
quebra da unidade política. Com a divisão do Império Romano em 395 d.C., a queda do Império
Romano do Ocidente em 476 d.C. e o fracasso da tentativa de Justiniano I de reunificar o Império
a partir de 535 d.C., o Oriente e o Ocidente deixaram de ter o mesmo governo. Tempos mais
tarde, com a ascensão do Islã, as trocas econômicas e os contatos por via marítima entre o
Império Bizantino, de língua grega, e o Ocidente, de língua latina, tornaram-se mais difíceis e a
unidade cultural deixou de existir.
Apesar de várias diferenças teológicas, organizativas e de espiritualidade consideráveis,
a Igreja Ortodoxa é, em muitos aspectos, semelhante à Igreja Católica: preserva os sete
sacramentos (batismo, confirmação ou crisma, eucaristia, reconciliação ou penitência, unção
dos enfermos, ordem e matrimônio), o respeito a ícones e o uso de vestes litúrgicas nos seus
cultos (denominados de “divina liturgia”). Seus fiéis são chamados de “cristãos ortodoxos”.
Ainda que a Igreja Ortodoxa reivindique ser a única correta, podemos, sim, nos aproximar
desses irmãos, pois a profissão de fé é coerente com a essência que os cristãos creem.

Catolicismo, a maior denominação cristã


Há muita semelhança entre o catolicismo romano e a igreja ortodoxa. Dentre essas
semelhanças, a profissão de fé é um guia para ambas as denominações. Esta profissão de fé,
chamada de “credo”, usa a expressão “creio na santa igreja católica” que não se refere ao
catolicismo romano ou ortodoxo, mas à universalidade da Igreja de Jesus Cristo.
O Credo ou Símbolo Niceno-Constantinopolitano é uma declaração de fé cristã aceita
pela Igreja Católica e pela Igreja Ortodoxa. O nome está relacionado ao Primeiro Concílio de
Nicéia (325 d.C.), no qual foi adotado e revisado pelo Primeiro Concílio de Constantinopla (381).
Por esse motivo, ele pode ser referido especificamente como Credo Niceno-
Constantinopolitano para distingui-lo tanto da versão de 325 d.C. como das versões posteriores
Um em Cristo 184
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

que incluem a Cláusula Filioque (a parte que fala sobre o Espírito Santo, acrescentando “e do
Filho”: “... e procede do Pai e do Filho”):
Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas
visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido
do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus
verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai. Por ele todas as coisas foram
feitas. E, por nós, homens, e para a nossa salvação, desceu dos céus e encarnou, pelo
Espírito Santo, no seio da Virgem Maria e se fez homem. Também por nós foi crucificado
sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as
Escrituras; e subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em
sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Creio no Espírito
Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai; e com o Pai e o Filho é adorado e
glorificado: ele que falou pelos profetas. Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica.
Professo um só batismo para remissão dos pecados. Espero a ressurreição dos mortos; E
a vida do mundo que há de vir. Amém.
O credo professado constantemente nas missas pelos católicos romanos é o seguinte:
Creio em Deus Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra. E em Jesus Cristo, seu único
Filho Nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem
Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu à mansão
dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus, está sentado à direita de Deus
Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e mortos. Creio no Espírito Santo, na
santa Igreja Católica (universal), na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na
ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.
Esse resumo da profissão de fé mostra que não há divergência com as denominações
cristãs. Ele pode ser recitado por qualquer cristão sem contradição com a Palavra de Deus.

ORIGEM DA DIVISÃO ENTRE CATÓLICOS E EVANGÉLICOS


Vamos nos ater à unidade entre católicos e evangélicos, que é o foco deste capítulo.
Quase cinco séculos após a cisão de 1.054 que fez surgir a(s) Igreja(s) Ortodoxa(s) aconteceu,
em 1517, a Reforma Protestante. Ela também marcou a nova divisão, pois a partir dela surgiram
os protestantes, atualmente conhecidos como evangélicos.
Embora nosso foco seja a divisão e unidade entre católicos e evangélicos, o conteúdo
aqui apresentado, de modo geral, se aplica também às relações entre outras denominações
cristãs.
Embora a Reforma tenha sido positiva e originada em Deus, não podemos dizer o mesmo
quanto à divisão que pegou carona no movimento reformista, agindo em ambos os lados. Talvez
seja mais adequado se falar em divisões, no plural, pois sem dúvida podemos dizer que Satanás
se aproveitou da ocasião e introduziu a divisão como se fosse um vírus e continuou nutrindo-a
nos séculos seguintes.
À época, estava em curso o fervilhante movimento renascentista, propondo mudanças
em todas as áreas da sociedade. Havia uma ansiedade por liberdade, especialmente política,
Um em Cristo 185
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

que se manifestava pelas monarquias e reinados já existentes ou em formação, buscando a


independência em relação à Roma. Como Igreja e Estado era instituições gêmeas, todas as
discussões, quer políticas ou acadêmicas, desembocavam na religião e, no caso, a cristã.
Assim como nos dias de hoje a sociedade, de maneira geral, não distingue um judeu
religioso de um cidadão judeu secular ou um árabe de um muçulmano, naquela época qualquer
cidadão do território do império romano era um cristão. Como o conceito predominante era a
identificação entre Estado e Igreja, a luta que se travava para a libertação do Império Romano
se confundia com a libertação da Igreja Romana.
Considerava-se necessário que cada Estado, já consolidado ou novo, tivesse a sua
própria Igreja, pois para ser efetivamente independente do Império Romano, também deveria
ser independente da Igreja daquele império.
Desta forma, o novo mapa geopolítico da Europa, como resultado do movimento
Renascentista e da Reforma da Igreja, coincidia também com o mapa religioso. Embora os
cristãos em suas diferentes correntes estivessem presentes em todas as nações europeias, a
distribuição era sobremodo preponderante de acordo com as confissões. Enquanto parte da
França, Itália, Portugal, Espanha e algumas outras nações continuavam como Católicas
Romanas, o reino Germânico se tornou luterano, o reino anglo-saxônico, calvinista, e os
Zuinglianos predominavam na Suíça. O apoio dos príncipes (autoridades) locais era fundamental
para que determinada confissão prevalecesse na respectiva região. A religião do rei era também
a religião do povo.
Conforme a posição do vencedor de uma batalha, os templos que estavam em sua
circunscrição, bem como as liturgias realizadas neles, as pessoas poderiam mudar de católicos
em protestantes ou vice-versa. Nem mesmo as mesquitas estavam isentas dessas mudanças.
Muitas delas voltaram a ser igrejas depois que os príncipes cristãos recuperam o território.
Como a Igreja e Estado eram geminados, o dízimo eclesiástico se confundia com os
impostos e taxas governamentais. O Batismo servia também como reconhecimento da
cidadania, semelhante ao atual Registro de Nascimento e, por ele, os direitos, privilégios e
obrigações como serviço militar, pagamento de impostos, etc.

DIVISÃO NO BRASIL
O Brasil surgiu nos mapas em meio à Reforma Protestante na Europa. Portugal, como
país católico que detinha os créditos da descoberta, implantou, em sua colônia sul americana,
o catolicismo de forma homogênea, sem a presença do protestantismo. Como a religião oficial
do império português era o catolicismo, os brasileiros herdaram esta identidade religiosa. Assim
como ser português também era sinônimo de ser católico, o mesmo se deu com os brasileiros,
condição esta mantida durante o período do império brasileiro. Se havia ingerência religiosa na
política, de igual forma também havia ingerência política na igreja, que muitas vezes se curvava
às decisões de homens devassos.
As três etnias mais importantes na formação inicial do povo brasileiro foram a europeia,
a africana e a indígena. Embora os jesuítas se esforçassem para catequizar os indígenas, o faziam
sob constante tensão com a coroa portuguesa que, de acordo com a conveniência, ora os

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

apoiava, ora os reprimia. Já a escravatura em larga escala proporcionou uma taxa elevada da
presença africana no Brasil.
Do ponto de vista religioso, estas três etnias se acomodaram sob o jugo do catolicismo
português, que detinha o poder militar. Esta opressão resultou num sincretismo de aparência
católica, sob o qual os indígenas e principalmente os africanos disfarçavam suas crenças
originais. Com o passar do tempo, a miscigenação entre europeus, indígenas e africanos
resultou no fortalecimento ainda maior do sincretismo, proporcionando essa identidade
popular ao catolicismo brasileiro.
Posteriormente, com a Proclamação da República, se iniciou uma distinção entre Igreja
e Estado. Embora prevista em lei na prática, essa distinção se dava de maneira muito lenta e
com resistência de ambas as partes. Coincide com este momento – últimas décadas do sec. XIX
– o envio dos primeiros missionários protestantes ao Brasil. A partir do início da segunda década
do século XX, com a chegada de missionários oriundos do Movimento da Rua Azuza, o
protestantismo se fortaleceu e se espalhou pelo país. Estes protestantes, que preferiam ser
identificados como “evangélicos”, foram popularmente conhecidos como “crentes” pelos
nativos católicos, sem distinção da denominação a que pertenciam.
Estes missionários evangélicos encontraram o seguinte cenário religioso no Brasil: A
população considerada como católica incluía quem de fato praticava o catolicismo verdadeiro,
os sincretistas e aqueles que eram apenas nominalmente católicos, por tradição decorrente da
condição da cidadania. Por isso, era constatável que a maioria necessitava, de fato, de
conversão.

OS PREJUÍZOS DA DIVISÃO NO BRASIL


À medida que começaram a surgir as conversões, também se instalava o paradigma: “Eu
era católico, mas me converti e agora sou crente”. Do ponto de vista religioso, a população
passou a ser identificada em dois grupos. De um lado estavam os crentes – convertidos e, do
outro, os católicos não convertidos, ainda. A atribuição do título de não convertidos aos
católicos de forma generalizada causava enorme desconforto e irritação a eles, que passaram a
revidar com os mesmos argumentos do século XVI e, não raras vezes, a violência se fazia
presente. Devido ao sincretismo religioso presente no país, os crentes encontraram um
argumento fácil contra o catolicismo, rotulando (de forma generalizada) como idólatras os seus
seguidores, devido ao uso de imagens.
O termo “conversão” ganhou o significado reduzido e equivocado de “mudar da Igreja
Católica para uma Igreja Evangélica”. Infelizmente, foi nisto que se assentaram as bases para o
relacionamento entre os irmãos católicos e evangélicos no Brasil. Este equívoco gravíssimo e
esta redução do termo “conversão”, contribuiu de forma efetiva com a fragmentação das
comunidades cristãs, o que, consequentemente, resultou na atual fragilidade de nossas
comunidades, que têm perdido a dimensão profética e, por isso mesmo, justificado a
desesperança, principalmente pelo contratestemunho gerado (um verdadeiro desserviço).
Nossa identidade eclesiástica cristã, já bastante vulgarizada e banalizada por muitos não
cristãos, se encontra em grave risco de perda de sentido.

Um em Cristo 187
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Enfim, sem muito esforço, podemos identificar que as instituições mais afetadas em
todo este contexto de divisão são as famílias. São muitos os pais e filhos, irmãos de sangue, que
por conta dessa falsa ideia de conversão perdem o convívio familiar. Por essa razão, torna-se
autêntica nossa missão de promover a unidade na diversidade entre nós cristãos – e logo!

BATISMO: TENSÃO ENTRE UNIDADE E DIVISÃO


No decorrer do início da Reforma, ainda na Europa, dentre os reformadores, surgiram
grupos que, utilizando da livre interpretação reformada das Escrituras por qualquer pessoa,
propunham a separação radical entre Igreja e Estado como equivalente à separação da Igreja
no mundo. Entendiam eles que os verdadeiros cristãos não podiam servir a dois senhores –
Igreja e Estado – ao mesmo tempo.
Como sinal de renúncia da cidadania natural e recusa das obrigações com o Estado, os
reformadores radicais deixaram de batizar seus filhos recém-nascidos e, ao mesmo tempo,
renunciaram seus próprios batismos infantis e se batizavam novamente, expressando a
liberdade política reivindicada e desvinculados do Estado. A mesma recusa se fazia em relação
aos dízimos, impostos e ao serviço militar.
Estas manifestações começaram a causar apreensão não só entre os reformadores e os
católicos como também entre as autoridades políticas, porque viam nelas uma ameaça não
somente à Igreja, mas também ao Estado, fragilizando a organização social como um todo. Por
isso se iniciou o combate contra os reformadores radicais, também ironicamente chamados de
anabatista (rebatizadores) pelos seus opositores.
Entre as várias medidas de combate aos anabatistas, a mais emblemática foi a execução
por afogamento: vários deles foram colocados numa espécie de gaiola e submetidos a
sucessivas submersões. Entre um mergulho e outro, eram indagados se negavam a doutrina do
rebatismo. A recusa era sucedida por mergulhos da gaiola até que todos sucumbissem.
Muitos séculos antes dos anabatistas, Pelágio questionou o batismo infantil, mas sua
tese foi condenada como heresia, porque propunha que todo homem nascia nas mesmas
condições de Adão anteriormente ao pecado e, por sua própria disposição, poderia se manter
sem pecado, o que tornava o batismo desnecessário, bem como dispensava a graça salvífica em
Cristo.
O fato do batismo infantil ter sido questionado somente depois de ter transcorrido tanto
tempo na história lhe confere a condição de aceitação pacífica até então, mesmo entre os
primeiros reformadores. Vale lembrar que tal questionamento se iniciou por razões políticas
antes de se constituir num debate teológico no âmbito eclesiástico, criando uma doutrina
batismal em torno da forma.

VÁRIOS TIPOS DE BATISMOS


É interessante notar que, na ocasião, os primeiros adultos rebatizados o foram por
aspersão, enquanto que Lutero preferia o batismo por imersão, mesmo para os bebês. Nas
igrejas evangélicas históricas, como a Católica, ainda hoje prevalece o batismo infantil por

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

aspersão ou imersão. Já outras, como as surgidas dos anabatistas, as pentecostais e as


neopentecostais preferem o batismo adulto e por imersão.
A exortação de que “há um só batismo” deveria ser um seguro contra a divisão. Contudo,
este sacramento se tornou motivo de discórdia entre os cristãos, nas quais muitas
denominações, para marcar posição, não hesitam em rebatizar quem a ela se filia,
independentemente da forma, de onde e de quantas vezes já tenha sido batizado. A afirmação
bíblica sobre o batismo ser único não impede de haver várias formas, pois assim vemos na Bíblia:
● Batismo coletivo no dia de Pentecostes, em Jerusalém; o batismo dos samaritanos
por Pedro e João.
● Batismo individual. Felipe batizou o eunuco da rainha de Candace à beira da estrada.
● Batismo caseiro coletivo. Na casa de Cornélio; do Carcereiro de Filipos.
● Caseiro individual. O de Paulo por Ananias.
● Há várias menções do batismo da casa (família) de determinadas pessoas. É razoável
imaginar a presença de crianças nestas ocasiões.
De fato, a Bíblia não explicita nenhum batismo de criança, como não menciona a
participação delas nas reuniões. Também não especifica professores especializados para elas
em escolas bíblicas, nem que houvesse apresentação de bebês à igreja. As crianças não eram
protagonistas no livro de Atos dos Apóstolos e nas Epístolas. Não se menciona nenhuma
participação especial delas, mas por certo elas deveriam estar presentes e inseridas mais do que
hoje. Daí, ao se dizer que a casa (família) de alguém foi batizada sem mencionar a exclusão das
crianças, pode se concluir que elas estavam inclusas no referido batismo da família.

IMERSÃO OU ASPERSÃO
A outra questão que se tem por relevante é se o batismo é praticado por imersão ou
aspersão. A defesa que se faz do modo por imersão é pela definição da palavra “batismo”, que
significa “submergir por completo”, para equivaler a um símbolo de morte. É importante
lembrar do simbolismo, pois a comparação que é feita no texto bíblico que os hebreus foram
batizados no mar vermelho, se refere à experiência deles ao atravessarem o mar a pé enxuto.
Os submersos literalmente foram os egípcios que os perseguiam.
Outros também questionam se haveria água suficiente em Jerusalém para imergir 3.000
pessoas no dia de Pentecostes. Acham pouco provável que o carcereiro de Filipos tenha
abandonado o local para se dirigir com a família a um local possível de se imergir. Estes também
acham ser plausível que as condições para o batismo de Paulo apontem para a aspersão, etc.
No Século IV, o então Arcebispo Ambrósio (também conhecido no contexto católico
como Santo Ambrósio) enfatizou em sua catequese, falando sobre o batismo, que “uma coisa é
o elemento e outra a santificação; que uma coisa é o ato e outra, a eficácia.” O ato é o da água;
a eficácia, do Espírito Santo que santifica todas as coisas. Neste sentido, a quantidade de água,
ou até mesmo o lugar geográfico, não são os mais importantes e, sim, o próprio batismo que, a
princípio, podemos entender como o rito de passagem que marca a iniciação à fé cristã (como,
por exemplo, a antiga tradição judaica da circuncisão).

Um em Cristo 189
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

A CIRCUNCISÃO E O BATISMO
A circuncisão era o sinal que o circunciso fazia parte do povo aliançado com o Senhor. O
menino era levado no seu oitavo dia de vida à circuncisão, sem participação de sua vontade. A
partir de então, ele tinha definida a sua condição e passava a ser um circunciso. Era
responsabilidade dos pais levarem o filho, e a não circuncisão era tida como quebra da aliança
e motivo de exclusão de Israel (Gênesis 12.14).
Todas estas características são importantes em relação ao batismo, mas podemos
destacar que circuncisão mudava permanentemente a condição da pessoa. É como alguém que
se casa e jamais tornará a ser solteiro novamente, pois mudou o seu estado civil. Assim também
deve ser considerado o batismo. O homem casado não diz “eu fui casado”, mas “eu sou casado”.
Da mesma forma, não se deve dizer “eu fui batizado”, mas “eu sou batizado”, pois essa é a
condição desde então. Este conceito apoia o único batismo, irrepetível, assim como não se
circuncisa mais de uma vez, e os cônjuges não repetem o próprio casamento, pois tiveram seu
estado religioso e civil redefinidos desde então.
Na geração pioneira de batizados, os adultos tinham de ser evidenciados, pois foi através
deles que o sacramento se introduziu. As crianças que houvessem nas famílias seriam batizadas
em decorrência dos adultos, e não por protagonismo. Essa mesma situação se repetia à medida
que o cristianismo avançava em novas fronteiras geográficas. Entretanto, as crianças nascidas
de pais já batizados não necessariamente precisariam esperar a fase adulta para tal.
Foi assim também quando a circuncisão foi introduzida. Abraão foi circuncidado com
noventa e nove anos e Ismael com treze. Naqueles dias, todos os homens foram circuncidados,
inclusive as crianças, mas o protagonismo foi dos adultos. A partir da geração seguinte à
pioneira, a circuncisão passou a ser aplicada aos meninos com oito dias de vida. A circuncisão a
adultos somente se aplicava àqueles que passavam a pertencer à casa que ainda tinham
incircuncisos, é obvio.

UM SÓ BATISMO
O que melhor colabora com a Unidade é o conceito de um único batismo, ainda que em
várias formas, como assim fizeram os cristãos pioneiros, pois a forma batismal nunca serviu de
pretexto à divisão entre eles.
É certo que os primeiros cristãos davam importância ao batismo, mas não a ponto de
permitir que o entendimento sobre ele ensejasse práticas causadoras de divisão. O próprio
Jesus não batizava, mas delegava aos discípulos. A mesma atitude parece ter sido adotada por
Paulo, que afirmava ter sido enviado para evangelizar e não para batizar. Citou, sem censurar,
o costume entre os coríntios de se batizar pelos mortos, sem esclarecer se isto era correto ou
não. Além disso, usou esse costume deles para argumentar a favor da ressurreição dos mortos.
Entre os cristãos há diversas posições de doutrina batismal que, a grosso modo, podem
ser classificadas:
A) O batismo é uma palavra de Deus, um sinal de Sua graça que opera aquilo que
significa – a purificação do pecado herdado, independentemente da condição do
batizando. Os que assim entendem, mas também não dispensam a necessidade da
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

fé do batizando, propõem que a graça recebida se tornará eficaz quando o batizando


tiver consciência para crer nela. Enquanto isso, a graça fica adormecida nele. Outros
ainda propõem uma distinção entre fé e compreensão, uma vez que sabemos que a
criança não tem condições de ter compreensão, mas isso não é verdade com relação
à fé. O exemplo é a atitude de Jesus de receber as crianças como próprias do reino
de Deus e a censura que fez a quem quis impedi-las de se chegarem a ele.
B) O batismo é uma palavra de homem, como um compromisso que o batizando
assume publicamente de dar testemunho de uma vida santa. Por isso se exige do
candidato ao batismo uma rigorosa preparação, observação de sua conduta e exame
final. Neste caso, é imprescindível que o mesmo tenha maturidade para
compreender e expressar sua fé e compromisso e, evidentemente, as crianças estão
excluídas desta possibilidade.
Por esta razão, há denominações que confiam apenas na preparação oferecida por elas
mesmas, incluindo aspectos particulares exigidos à conduta do candidato, que somente depois
de ali ser (re)batizado, pode desfrutar plenamente da condição de membro.
Independentemente do momento em que deve ocorrer o batismo, há um aspecto que
é absolutamente comum a todos, que é o mesmo indicado no caso dos circuncisos: É
responsabilidade primordial dos pais ensinarem a fé aos filhos, de forma intensa, quando
deitado, sentado ou andando; em casa ou fora dela.
Ou seja, não basta levar o filho à circuncisão, ter isso como missão cumprida e deixar de
lado o ensino da fé. Da mesma forma, quem batiza seu filho quando criança não deve abandoná-
lo à sorte, imaginando que isso é suficiente, mas ensiná-lo constantemente na fé. O mesmo
deve fazer quem espera pela maturidade do filho para batizá-lo: não deve ser passivo, mas
aproveitar esse período para prepará-lo, ensinando-o a ponto de despertá-lo para que ele
mesmo deseje ser batizado.
Nos dias de hoje, as razões que levantaram a rejeição às diversas formas de batismo não
estão mais presentes. Além disso, testemunhamos haver irmãos batizados no Espírito Santo
indiferentemente da forma batismal aquática que experimentaram. Embora não faça sentido,
ainda perdura a rejeição à forma batismal do irmão.
Sobretudo, temos de levar em consideração que a causa da divisão não é pelo próprio
batismo, mas sim por discordância da forma batismal do outro. Ora, até que ponto a forma
batismal do meu irmão, e não minha própria, me afeta? Com certeza, não me afeta em nada;
então, no fundo é implicância!

PERSPECTIVAS DE UNIDADE
Os anos se passaram e hoje temos uma realidade bem diferente: a) Os ânimos se
arrefeceram da beligerância; b) O Concílio Vaticano II, ocorrido na década de sessenta do séc.
XX, veio ao encontro de muitas formulações reformadoras; c) O surgimento da Renovação
Carismática tanto na Igreja Católica como nas Protestantes testemunha o desejo de Deus pela
Unidade entre nós, pois Ele derramou Seu Espírito Santo em irmãos de ambos os seguimentos.

Um em Cristo 191
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

É tempo de abaixarmos as armas definitivamente e nos engajarmos num processo de


reconciliação, cura e perdão entre os cristãos de diversas experiências de caminhada. Não basta
uma aparente neutralidade, mas é necessária uma atitude ativa a favor da Unidade.
A ignorância é a maior aliada da divisão. Ela foi causada pelos anos de separação e
distanciamento, durante os quais cada um passou a presumir sobre a fé do outro, tirando
conclusões próprias e tendo-as como verdades. Isso nos faz juízes dos outros.
Por outro lado, o conhecimento obtido pela aproximação elimina a ignorância e as falsas
conclusões. Depois de entender as razões pelas quais o irmão vive sua fé de determinada
maneira, se descobre que, na verdade, boa dose de nossas divergências não estavam
assentadas sobre doutrinas, mas na implicância que foi tomando conta dos corações. Na
convivência espiritual tomamos consciência que Deus criou os homens em diversidade para
assim Se relacionar com eles. Se houvesse uma única maneira certa (a minha) de
relacionamento seria um tédio!
Não podemos ter a pretensão de sermos a polícia espiritual da fé do outro. Esta atitude
equivale a ter uma trave nos olhos que impede de amar o irmão. Sem nem mesmo conhecê-lo,
já o considero um tipo suspeito de graves heresias e, arrogantemente, o rotulo para justificar
minha rejeição ou mesmo combatê-lo.
Uma vez que não temos a pretensão de promover uma unificação das instituições
eclesiásticas mas desenvolver a unidade entre pessoas, não podemos permitir o fato que, se o
irmão pertence a uma instituição com hábitos e doutrinas diferentes da que eu participo, isso
se torne um rótulo impeditivo à minha amizade e comunhão com ele.
Pelo que observamos na história e pela breve caminhada que já fizemos na jornada da
Unidade, podemos concluir que diferenças doutrinais colaboram para a divisão, mas doutrinas
iguais ou semelhantes não são tão eficientes para promover a Unidade. Há muitas
denominações que creem e expressam a fé de maneira idêntica, contudo, preferem continuar
separadas. São muitos os casos daqueles que se dividiram para iniciar outra igreja igual à que
deixaram. Por essa razão, vamos deixar neste ponto as breves considerações históricas e
teológicas sobre a origem das divisões entre católicos e evangélicos exemplificadas pelo
batismo. A teoria é uma seara dos teólogos que dialogam numa outra instância.
Um católico poderia lançar mão de inúmeros documentos da Igreja orientados à
Unidade. Entretanto, preferimos ficar com a cena ocorrida em 28 de julho de 2014:
Naquela manhã, o Papa Francisco foi até a cidade de Caserta. Se dirigiu à casa de
Giovanni Traetino e recebido num café da manhã. Depois, ambos seguiram para a Igreja
Pentecostal da Reconciliação, da qual Giovanni é o pastor, e lá, num gesto sincero de
reconciliação, o Papa pediu perdão à Igreja Evangélica Pentecostal pela perseguição imposta
por alguns católicos anteriormente. Vale à pena conhecer o seu pronunciamento nesta ocasião:
https://w2.vatican.va/content/francesco/it/speeches/2014/july/documents/papa-
francesco_20140728_caserta-pastore-traettino.html
Depois desse gesto do Papa Francisco, nenhum católico pode se sentir tão importante a
ponto de recusar um convite de visita a um evangélico.

Um em Cristo 192
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

UM FATO CONCRETO
Ações práticas favoráveis à Unidade entre Católicos e Evangélicos
De forma bem objetiva e prática, a “pendenga” tem os seguintes argumentos como pano
de fundo: Evangélicos – dizem que os católicos são idólatras; Católicos – afirmam que os
evangélicos são hereges, que se desviaram da igreja verdadeira e precisam voltar à ela.
Para ambos os argumentos segue uma respectiva lista de justificativas detalhadas sobre
as quais não vamos entrar no mérito, porque, como já foi dito, não é o foco deste curso.
Entretanto, depois que o relacionamento com o irmão de outra caminhada já estiver
consolidado, nada impede uma conversa franca e desprovida de pretensão proselitista.
Na caminhada em Unidade algumas atitudes práticas são de extrema importância:
1. Centralidade de Cristo. Em público, o assunto deve ser sempre em torno da pessoa
de Cristo. Ele é unanimidade entre os cristãos.
2. Oração. É fundamental para ver a oração de Jesus (João 17.21-23) ser realidade na
Igreja hoje, como o próprio Jesus fez. Não apenas esporadicamente, mas ter um
tempo diário para isso, uma oração insistente, constante, perseverante.
3. O espírito ou a doutrina. O espírito correto é mais importante que a doutrina correta.
Aquele que se sujeita de coração simples e sincero a Deus se mostra flexível às
correções, mas aquele que se aferra na doutrina (interpretação) pode correr o risco
de se arrogar a corrigir a Deus.
4. Ação do Espírito Santo. A Unidade não pode ser produzida por esforço humano, ela
é do Espírito (Efésios 4.2). Então, o homem não pode produzi-la, mas mantê-la, ou
do contrário, destruí-la.
5. Presunção da Revelação. Reconhecer que a presença do Espírito Santo não é
monopólio da própria denominação, mas uma vacina à presunção de “domesticar”
o Espírito achando que Ele não fala a outras. Certamente, o Espírito Santo está
também com outros irmãos pelos dons diversificados, ministérios e diversidades de
operações (1 Coríntios 12.5-7). Há revelações que não temos e, com humildade, sem
preconceitos e dialogando, seremos enriquecidos por essas diversidades do Espírito
através de irmãos de outras denominações.
6. Cristo no irmão. Ver Cristo no outro depende mais da sensibilidade de quem vê do
que da demonstração de testemunho do outro. O contrário nos torna juiz dele.
7. Ouvir Deus através do irmão. Deus nos fala até através de pessoas improváveis,
quanto mais pelos irmãos. A voz de Deus através do outro pode ser confirmada pela
Palavra e pela comunhão que tenho com o Senhor, e a disposição para encontrá-lo
e ouvi-lo.
8. Bom ouvinte. Ter disposição em ouvir, em aprender mais do que em falar ou ensinar.
Valorizar a caminhada que o outro está fazendo pelas mãos do Senhor e entender as
razões da sua maneira de pensar e crer. Mesmo sem concordar com ela, se perceberá
que faz sentido.

Um em Cristo 193
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

9. Conhecimento direto. Cuidado com o que se ouve sobre os hábitos e doutrinas de


outras instituições. É bem provável que não seja como foi falado. A “fofoca”, que já
era intensa, ficou ainda mais veloz com a mídia eletrônica. É melhor conferir
pessoalmente. Há uma razão para a formação de certas doutrinas, e melhor sabe
dela quem com ele convive.
10. Tolerância. Relevar as ofensas, não se melindrar com as fraquezas do irmão as quais
ele considera como importante. Suportar atitudes de superioridade institucional, as
brincadeiras ou piadas a respeito da fé pessoal.
11. Compreensão. Não se trata de indiferentismo dogmático e tão pouco de tentar
anular a maneira como o outro irmão cristão pratica a sua fé. Ninguém é detentor
exclusivo da verdade, pois há aspectos que foram reveladas a outros. Conversas
desenvolvidas num ambiente de amor e visitação do Espírito Santo proporcionarão
a complementariedade da revelação. Somos sim, a família de Deus.
12. Proselitismo. Nessa espiritualidade não se pratica proselitismo, ou seja, a
transferência de uma para outra igreja, mas de uma conversão para a verdade plena
de Jesus Cristo. Busca-se o crescimento em conjunto para alcançar a estatura de
Cristo.
13. Desenvolver a Comunhão. Por meio de diálogo, comunhão, oração e estudo da
Palavra, centrados em Jesus Cristo, redescobrir a unidade que já temos.
14. Arrependimento e Perdão. Ter o coração arrependido e propício a pedir perdão.
Como na oração de Daniel (Daniel 9), é cabível pedir perdão por outros irmãos da
nossa denominação e/ou por tantos anos de divisões. Esta atitude provocará
reciprocidade: ambas as partes se arrependerão. Feridas antigas, até mesmo de
séculos (as divisões são antigas), poderão ser curadas e uma geração curada se
levantará.
15. Assuntos delicados. Aquilo que pode ferir as pessoas que pensam de maneira
diferente jamais deve ser dito em público. Esses assuntos são mais adequados para
conversas reservadas com pessoas que pensam diferente, maduras e que dão
liberdade para falar deles. A postura ideal é ter disposição para ouvir sem assumir
um tom professoral.
16. Aspectos controversos. Não usar de uma atitude leviana, como se fosse brincadeira
ou piada, para tratar sobre a maneira do outro expressar a fé. Ainda que revestidas
de verdades, quando ditas de forma inconveniente magoam e produzem novas
barreiras.
17. Cortesia Ecumênica. Evitar exibir aspectos exclusivos da própria experiência
denominacional em ambientes mistos. É mais salutar se conter do que escandalizar.
18. Situações incômodas. Exercer a continência para não agir na carne quando se sentir
incomodado. Se Deus também estiver incomodado com o irmão, creia que o Espírito
falará a ele.
19. Ser otimista. Não reclame nem das divisões. É melhor e mais agradável exaltar a
unidade.

Um em Cristo 194
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

20. Não ser crítico. Não criticar a instituição do irmão, em hipótese alguma, mesmo que
seja provocado a tal; muito menos tomar a iniciativa. Se não puder falar bem,
também não fale mal. Evite criticar a própria instituição ou a de terceiros. Isso
passará a impressão que faz o mesmo com a instituição de seu interlocutor quando
na ausência dele. Evite o elogio excessivo às instituições, pois pode passar uma
imagem “política”
21. Carnalidade. A divisão é uma das obras da carne. Não deixe que a carne se
interponha no relacionamento. Há casos de irmãos que desfrutaram de intensa
comunhão, mas que se desfez ao descobrir que o irmão pertencia a uma instituição
sob a qual pairava a discordância com os hábitos e doutrinas.
22. Transparência. Em todas essas etapas, submeter-se aos líderes, pastores, padres e
bispos (não podemos tomar iniciativa de abrir nossa casa para esse tipo de reunião
sem a autorização dos nossos líderes). Também não podemos esconder da nossa
congregação esse propósito de Deus para a nossa vida.
23. Futuro. Nunca se preocupar com o futuro, com a maneira como a igreja será curada.
Esta é uma tarefa do Espírito Santo. “Não por força nem por violência, mas pelo meu
Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zacarias 4.6b). É inimaginável como será a
Unidade que o Espírito Santo produzirá para nos tornar a Sua Noiva gloriosa, mas Ele
o fará. Fazer como Maria que, sem conhecer homem algum, gerou pelo Espírito
Santo o Filho de Deus dizendo “sim” à proposta de Deus.
24. Ainda resta uma milha!

ORAÇÃO COLETIVA
Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, rogamos que não haja divisões entre
os Teus filhos, mas que estejamos unidos naquele que foi crucificado por nós.
Sabemos que Cristo não está dividido. Ajuda-nos a discernir o Corpo de Cristo e
identificarmos como nossos irmãos aqueles que não são contra Cristo, mas o têm como
Senhor. Livra-nos desse tão grande mal que é julgar como se fôssemos Deus.
Livra-nos de rejeitar a quem Jesus recebeu e redimiu, ainda que sejamos diferentes na
nossa formação espiritual e nas nossas práticas. Enfim, oramos a Ti, dizendo:
Pai nosso que estás no céu, que todos reconheçam que o Teu nome é Santo.
Venha o Teu Reino.
Que a Tua vontade seja feita aqui na Terra como é feita no céu.
Dá-nos hoje o alimento que precisamos.
Perdoa as nossas ofensas, como também perdoamos as pessoas que nos ofenderam.
Não deixes que sejamos tentados, mas livra-nos do mal.
Pois Teu é o Reino, o poder e a glória para todo o sempre.
Amém.

Um em Cristo 195
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

QUADRO ILUSTRATIVO

Um em Cristo 196
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE INDIVIDUAL

Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) Não é possível buscarmos a Unidade por processos de diálogos, por mais sérios que sejam
2) ( ) A Reforma foi positiva e originada em Deus, mas não podemos dizer o mesmo quanto à
divisão, que pegou carona no movimento reformista
3) ( ) A estratégia do Diabo consiste em criar diversas liturgias diferentes entre as Igrejas
existentes
4) ( ) A Profissão de Fé é uma das semelhanças existentes entre as Igrejas Católica e Ortodoxa
5) ( ) As três etnias mais importantes na formação inicial do povo brasileiro foram a europeia,
a africana e a indígena
6) ( ) Nossa proposta de Unidade é entre pessoas cristãs, entre filhos de Deus nascidos de novo
7) ( ) A Unidade é uma opção para determinado ministério ou para alguém que queira uma
maior consagração

Assinale a alternativa correta:


1) O sentido da palavra “irenismo” é:
(a) Analisar e rejeitar as heresias de cada denominação
(b) Sacrificar a verdade para evitar conflitos
(c) Unificar cristãos tendo como base o evangelho
(d) NDA
2) Se Cristo nos convoca para a Unidade de uma mesma esperança, então:
(a) A forma de celebrar e pregar esta esperança é prioritária
(b) As diferenças de celebrações e rituais devem ser desprezadas e até rejeitadas
(c) As diversas formas de celebrações e rituais devem ser consideradas como como
meios de evangelização
(d) NDA
3) A Igreja Ortodoxa:
(a) É uma união de diversas Igrejas Católicas
(b) Tem aproximadamente 500 anos de existência
(c) Reconhecem a infalibilidade papal
(d) NDA

Um em Cristo 197
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

4) Uma das principais semelhanças entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa é:


(a) O credo, ou a profissão de fé
(b) A teologia e a organização interna
(c) A crença em um só líder, o Papa
(d) NDA
5) No início do século XX, no Brasil, o termo “conversão” tinha o sentido de:
(a) Morrer para a velha vida e nascer para uma nova vida em Jesus
(b) Mudar da Igreja Católica para a Igreja Evangélica
(c) Desenvolver uma nova identidade religiosa
(d) NDA
6) Os reformadores radicais rejeitavam seus próprios batismos infantis e se batizavam
novamente porque:
(a) Não concordavam com os ensinamentos de suas igrejas de origem
(b) Tinham como objetivo principal instituir uma nova Igreja, e o primeiro passo era o
rebatismo
(c) Queriam demonstrar sua liberdade política reivindicada e desvinculados do Estado
(d) NDA
7) O principal significado do batismo era (e ainda é):
(a) A circuncisão daqueles que saem de sua igreja de origem e entram em outra
(b) O rito de passagem que marca a iniciação à fé cristã
(c) A renovação da aliança do cristão com sua nova igreja
(d) NDA
8) Podemos afirmar que o batismo:
(a) É um mandamento humano, baseado em dogmas e princípios das igrejas
(b) É uma demonstração visível do compromisso assumido com uma denominação
(c) Deve ser igual em todas as denominações cristãs
(d) NDA
9) Assinale a alternativa errada:
(a) É tempo de buscarmos reconciliação, cura e perdão entre os cristãos de diversas
experiências de caminhada
(b) A ignorância é a maior aliada da divisão
(c) Boa parte de nossas divergências não estão assentadas sobre doutrinas, mas na
implicância que tomou conta dos nossos corações com o passar dos anos
(d) NDA

Um em Cristo 198
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

10) São ações práticas que podemos tomar em direção à Unidade:


(a) Buscarmos unidade doutrinária e de fé
(b) Sermos proselitistas em relação aos que pensam diferente de nós
(c) Termos disposição em ouvir, em aprender mais do que em falar ou ensinar
(d) NDA

QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.

VERDADEIRAS OU FALSAS TESTES


1) 1)
2) 2)
3) 3)
4) 4)
5) 5)
6) 6)
7) 7)
8)
9)
10)

Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________

Um em Cristo 199
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Um dos grandes problemas entre a divisão de Católicos e Evangélicos é a falta de


informações.
Normalmente, a criança que frequente a Igreja Evangélica aprende nas escolas bíblicas
e pregações que não se deve ter comunhão com os Católicos.
Também, é comum a criança católica, no Catecismo ou em outros estudos, aprender que
não deve ter relacionamento espiritual com Evangélicos.
Aí nascem os preconceitos, os muros, as adversidades.
Nossa proposta é que, desarmados de preconceitos, participássemos de uma (ou mais)
reunião na outra igreja para ver se aquilo que aprendemos é realidade.
Assim, Evangélicos assistiriam uma (ou mais) missa e Católicos iriam em alguma igreja
Evangélica para assistir um (ou mais) culto.
Deixe o Espírito Santo dirigir.

Um em Cristo 200
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

LEITURAS ADICIONAIS

As leituras adicionais ajudam os participantes deste curso a compreenderem melhor a lição


em foco.

• Acesse o site www.umemcristojundiai.com.br


• Clique no link: CURSO DE UNIDADE, LEITURAS ADICIONAIS:
o Lição 10 – Leituras Adicionais 1 e 2
(Visualizar o conteúdo completo)

Um em Cristo 201
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ANOTAÇÕES

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Um em Cristo 202
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

LIÇÃO 11
A BUSCA DA UNIDADE COM ISRAEL
(JUDEUS MESSIÂNICOS)
Então eu pergunto: será que Deus rejeitou seu próprio povo? É claro que não. Eu
mesmo sou israelita, descendente de Abraão e membro da tribo de Benjamim.
(Romanos 11.1)

A PRIMEIRA E A PRINCIPAL DAS DIVISÕES


A primeira divisão que ocorreu na história da Igreja foi entre judeus e gentios. Às vezes,
nos surpreendemos com o pouco que sabemos a respeito dessa primeira divisão e o quanto ela
foi a raiz de todas as outras divisões que se seguiram.
De onde vem toda essa história de judeus e gentios? Será que ainda tem alguma
relevância para nós hoje ou é simplesmente algo que faz parte do passado?
Sabemos que o pecado afetou toda a raça humana e que Jesus veio para morrer em
favor de toda a humanidade. A nação de Israel foi escolhida para produzir as Escrituras e para
trazer o Salvador. Por que, então, deveríamos nos preocupar com o povo judeu hoje, e por que
a união com eles é necessária para a volta de Cristo?
Tudo isso é bem complexo e todo cristão faria bem em aprofundar-se mais para
encontrar verdadeiras respostas a essas perguntas. Mas tentaremos resumir os pontos
principais nesta lição. Primeiro, usaremos Romanos 9 a 11 para explicar a relação entre Israel e
a Igreja dentro do plano de Deus na Nova Aliança. Depois, veremos em Efésios 2.11-19 que uma
das obras principais da cruz de Cristo foi tirar as barreiras entre os dois povos. Por fim,
voltaremos a Romanos 11 para entender o desafio para nossa geração e para a volta de Cristo.

ISRAEL E IGREJA NA NOVA ALIANÇA

1) O fundamento do povo de Deus é Israel


Eles são israelitas, e deles são a adoção, a glória, as alianças, a promulgação da lei, o
culto e as promessas; deles são os patriarcas, e deles descende o Cristo segundo a
carne, o qual é sobre todas as coisas, Deus bendito eternamente. (Romanos 9.4,5)
Paulo escreveu esta carta para a igreja em Roma que era composta por judeus e gentios
com, provavelmente, maioria gentios. Algumas pessoas acham que na Nova Aliança não há mais
distinção entre judeu e gentio. Mas nestes três capítulos de Romanos, Paulo deixa muito claro

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

que, mesmo fazendo parte da mesma Igreja ou da mesma Oliveira (capítulo 11), eles ainda têm
identidades diferenciadas. Em Cristo não há mais homem nem mulher, no sentido de terem o
mesmo valor e de participarem do mesmo Corpo, mas, apesar disso, a diferença entre os dois
continua. Assim também com relação a judeus e gentios.
Por que Paulo tinha tanta angústia, ansiando ver os seus compatriotas, os judeus,
chegarem ao conhecimento do Messias? Era uma dor tão intensa que ele quis abrir mão da
própria salvação a fim de que pudessem ser salvos. Será que não era apenas o mesmo desejo
natural que um chinês sentiria hoje pelo povo da sua nação, ou um turco, ou um francês ou um
colombiano? Uma leitura cuidadosa mostrará que não; Paulo sentia essa dor por se tratar de
algo singular, por ser uma dor do coração do próprio Deus.
Deus tem um plano especial para Israel; teve no passado, no tempo da Antiga Aliança
(com isso quase todos concordam), mas tem também no futuro. Esse plano que Deus tem para
o futuro teve sua origem no passado. E Paulo fundamenta toda a exposição desses três capítulos
sobre Israel listando oito contribuições essenciais que vieram dos judeus: 1) a adoção de filhos;
2) a glória; 3) as alianças; 4) a promulgação da lei; 5) o culto (as normas de como se deve cultuar
a Deus); 6) as promessas; 7) os patriarcas; 8) o próprio Cristo.
Uma das coisas mais importantes que nós, como gentios, precisamos aprender a
reconhecer é que tudo o que Jesus trouxe na Nova Aliança, tudo o que temos hoje como nossa
herança – nossas Escrituras, nossa história, nossos pais na fé – vieram por meio do povo de
Israel.
Uma das raízes que levou a Igreja a rejeitar seu vínculo real com Israel foi o erro de
pensar que a velha aliança foi abolida e que tudo que faz parte dela precisa ser eliminada e
esquecida para que a Nova Aliança tenha validade. Mas, pelo contrário, a Nova Aliança veio
para cumprir e edificar em cima das alianças feitas com os patriarcas. Não podemos continuar
edificando se não mantivermos os alicerces que Deus levou milênios para lançar.

2) Nem todos os descendentes biológicos de Abraão são filhos da promessa.


No capítulo 9, Paulo explica a diferença entre a descendência biológica e os filhos da
promessa. Apesar de Deus ter escolhido soberanamente o povo de Israel como seu instrumento
para abençoar todas as famílias da terra, não é simplesmente por ser descendência biológica de
Abraão que se torna filho da promessa. Desde o início, Deus estabeleceu o relacionamento por
fé como a base para se fazer parte do seu povo.
Por causa desse princípio, surgiu o conceito de “remanescente”, que era a parcela do
povo escolhido que realmente correspondia a Deus de coração (9.27). O juízo de Deus veio
sobre a nação em diversas épocas da história em virtude daqueles que não correspondiam a ele
(os vasos da ira). O juízo foi tão forte em determinados momentos, que dava a impressão de
que Deus tivesse rejeitado seu povo definitivamente. Paulo defende o direito de Deus agir assim
e, também, a sua santidade e fidelidade às promessas e alianças feitas desde o princípio.

3) A grande falha de Israel

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A partir de Romanos 9.30 até o final do capítulo 10, Paulo explica porque os judeus,
apesar de terem recebido todas as oito incríveis dimensões da herança divina, não alcançaram
a justiça, ou seja, a aceitação plena diante de Deus (9.31). “Desconhecendo a justiça de Deus e
procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus” (10.3).
Os gentios, que não conheciam a lei de Deus e, por isso, nem estavam procurando
agradar a ele (9.30), puderam ser justificados mediante a fé. Numa reviravolta histórica que
deixou os judeus humilhados e os gentios estupefatos, pela simples aceitação do Evangelho e
confiança no Messias, tanto o judeu quanto o gentio passaram a ter o mesmo direito de
encontrar salvação (10.12).
Durante muitos séculos, os judeus estavam acostumados a ocupar uma posição de
privilégio e exclusividade diante de Deus, e os gentios a se sentirem inferiores e rejeitados. De
repente, tudo isso mudou com as boas novas (que não eram tão boas para quem já se achava
privilegiado!).
Esse ponto da exposição de Paulo sobre a relação entre Israel e a Igreja é o único que a
Igreja em geral abraçou durante a maior parte de sua história. Podemos dizer que se tornou o
alicerce da Teologia da Substituição, que ensina que o judeu não tem mais qualquer identidade
ou chamamento especial no plano de Deus, e que a única esperança para ele, assim como para
qualquer pessoa das demais etnias, é aceitar a justiça que vem pela fé e não por obras.
O problema dessa teologia não é a última parte da afirmação acima, a qual está
perfeitamente em acordo com o que Paulo afirma em Romanos 10. O erro vem de não entender
o primeiro ponto (que toda a herança da Nova Aliança veio por meio de Israel e continua válida
até hoje) e a parte final (o que Deus ainda fará para restaurar o povo de Israel).
Os judeus no tempo de Paulo, em geral, não conseguiram aceitar a justiça pela fé porque
se orgulhavam de suas obras. Tropeçaram na pedra de tropeço (9.32), que é a confiança em sua
própria posição de cumpridores da lei e de fazer parte do povo escolhido. Nós cometemos
exatamente o mesmo erro hoje quando não temos unidade com pessoas de outras igrejas, ou
até mesmo com os judeus, porque nos julgamos superiores em virtude da Nova Aliança. Os
judeus tinham a lei e a usavam para se considerar melhores do que os outros. Nós temos Jesus
e a Nova Aliança, além de diversas doutrinas e interpretações particulares, e os usamos para
nos separar de outros que julgamos inferiores.
No final do capítulo 11, Paulo chega a uma conclusão simples e contundente. Na
verdade, é o clímax da dissertação inteira que começou no capítulo 1: “Porque Deus colocou
todos debaixo da desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos.” (11.32). A
Unidade vem de entender que somos todos igualmente injustos e incapazes de merecer o favor
de Deus. Ninguém pode se colocar numa posição superior, mesmo quando é um instrumento
para levar a misericórdia de Deus aos outros.

4) O que acontece com o povo da aliança, Israel natural, a partir da Nova Aliança
Romanos 11 é um dos capítulos mais impressionantes da Bíblia. Paulo usa a ilustração
da oliveira para representar toda a extensão do plano de Deus para judeus e gentios, desde o
início até à consumação.

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a. Raiz e tronco da oliveira: patriarcas e nação de Israel na Antiga Aliança (vs.


17,18). É das primícias da massa ou da raiz (dependendo da analogia) que vem a
santidade, o chamamento e a força para o restante da massa, ou para os ramos da
oliveira. A raiz vem do período do Antigo Testamento, antes da vinda do Messias.
b. Tropeço do povo de Israel; ramos naturais são cortados (vs. 11,17). Quando
Jesus veio como o Messias, trazendo a Nova Aliança, os judeus como nação o rejeitaram.
Mesmo assim, houve um remanescente que o aceitou, assim como sempre houvera nos
tempos anteriores. Porém, como nação, Israel o rejeitou, e os ramos naturais foram
cortados.
c. O corte dos ramos naturais abriu espaço para a entrada dos ramos silvestres,
os gentios (vs. 11,15,17). O fato de os judeus terem rejeitado seu Messias e não terem
entrado no Reino como nação foi o que permitiu a chegada do evangelho aos gentios.
“Riqueza para os gentios” (v. 12), “reconciliação ao mundo” (v. 15), “salvação aos
gentios” (v. 11) – são as expressões do apóstolo dessa nova abertura. O “tempo dos
gentios” é uma expressão usada por Jesus (Lucas 21.24).
d. O tempo de oportunidade para os gentios chegará a um clímax, denominado
“plenitude dos gentios” (v. 25). Em outras palavras, a janela especial de oportunidade
para os gentios vai fechar (Lucas 21.24). Antes de acabar, porém, precisa chegar a uma
consumação, ou seja, completar o seu propósito.
e. Israel não foi rejeitado permanentemente; o povo natural será enxertado
novamente na oliveira (vs. 12,25). Paulo é muito enfático: os judeus não tropeçaram
para ficar caídos (v. 11). Se a saída deles da oliveira foi bênção para os outros povos,
muito mais será seu retorno (vs. 12,15). Haverá ainda uma plenitude dos judeus (v. 12).

A OBRA DA CRUZ PARA QUEBRAR AS BARREIRAS ENTRE JUDEUS E


GENTIOS
A dissertação de Paulo em Romanos 9 a 11 estabelece, com muita clareza, que a Nova
Aliança não removeu a distinção entre judeu e gentio. Removeu as barreiras, mas não as
características especiais de cada um. A divisão entre judeus e gentios já existia bem antes de
Jesus. Na cruz, ele acabou com a separação e inimizade que existiam entre eles. Mesmo assim,
a primeira grande divisão na história da igreja foi justamente entre esses dois povos.
A igreja em Atos começou apenas com judeus. Depois, Pedro pregou a Cornélio e abriu
as portas para os gentios, mas foi Paulo que realmente implantou a Igreja nas outras nações.
No livro de Atos, temos todo esse relato histórico, com os conflitos que os dois povos tiveram
convivendo na mesma igreja. Em alguns anos a igreja ficou predominantemente gentílica e, a
partir do final do primeiro século, já começou a rejeitar suas raízes judaicas. Aos poucos, a
presença dos judeus e os fundamentos da antiga aliança foram desaparecendo.

A teologia da substituição

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Com o tempo, inventaram a chamada “Teologia da Substituição” que diz o seguinte: no


Velho Testamento, o povo escolhido era a nação de Israel. Porém, quando Jesus veio, os judeus
o rejeitaram e, a partir de então, Israel perdeu a sua posição de povo escolhido. Todas as
promessas e profecias que se referiam a Israel no Velho Testamento passaram a ser aplicadas
unicamente à Igreja. Ou seja, a Igreja “substituiu” Israel.
Durante os dois mil anos antes de Cristo, era muito difícil um gentio fazer parte do povo
de Deus. Poucos conseguiram, e esses poucos tiveram que abandonar suas raízes, sua
identidade e sua cultura (como Rute, por exemplo) para assumir a nova identidade de Israel. A
Teologia da Substituição fez a mesma coisa com os judeus durante os dois mil anos da Igreja.
Para um judeu entrar na Igreja ele tinha que renunciar sua cultura, suas raízes e sua identidade
e tornar-se um gentio.
Apesar de sabermos a respeito das Cruzadas, da Inquisição e do Holocausto, poucos
cristãos conhecem a extensão da rejeição e da perseguição causadas pelos cristãos aos judeus.
Por isso, até hoje a maioria dos judeus tem muita dificuldade para aceitar ou mesmo para
considerar Jesus e o Cristianismo. Associam a cruz à tortura e à intolerância. A maioria daqueles
que se convertem a Jesus não se chamam de “cristãos”, mas de “judeus messiânicos”.

A reconciliação na vertical e na horizontal


A cruz tem uma simbologia muito interessante. Ela é feita de duas travessas de madeira:
uma na vertical e outra na horizontal. Jesus morreu na cruz com dois propósitos: primeiro, para
perdoar os nossos pecados e refazer a ligação entre o homem e Deus (vertical); segundo, para
derrubar a barreira de inimizade entre judeus e gentios e entre nós e nossos irmãos em Cristo
(horizontal). “De ambos os povos fez um só e, derrubando a parede de separação, em seu
corpo desfez a inimizade.” (Efésios 2.14).
O que acontece se desprezarmos o primeiro aspecto da obra de Jesus para acabar com
a separação entre o homem e Deus por causa do pecado? Hebreus 10 nos dá a resposta: “De
quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o
Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito
da graça?” (v.29).
Sobre isso, os cristãos não têm dúvidas. Sem a cruz, não podemos ter paz com Deus. A
consequência de rejeitar o único caminho que nos foi dado é extremamente séria. Entretanto,
o que pensamos a respeito de desprezar o segundo aspecto da morte de Jesus, ou seja, de
ignorar o único caminho à reconciliação entre judeu e gentio, que é a fonte de todas as outras
divisões na história? Precisamos entender que unidade é uma coisa muito séria, pois, se não
resolvermos o problema da divisão primária, não resolveremos os efeitos das outras que vieram
depois. E, se não nos importarmos com a divisão, que é a mentalidade da grande maioria dos
cristãos hoje, estamos desprezando o sangue da cruz num dos dois aspectos que Jesus morreu
para resolver.
“Mas agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, viestes para perto pelo
sangue de Cristo...” (Efésios 2.13). O sangue de Cristo nos reconciliou com Deus, mas essa
reconciliação é incompleta se não compreendermos que o preço que ele pagou não foi somente
para nos reconciliar com Deus. Muitos católicos creem que os evangélicos precisam se converter
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à “verdadeira igreja”, a Católica. Os evangélicos, por sua vez, têm em seu “DNA” o conceito que
os católicos são ímpios, estão perdidos. Isso tudo veio de muito tempo atrás, pois o judeu
também olhava para o gentio e dizia: “Não tem jeito para você!”. Os próprios cristãos primitivos
discutiram com Pedro e quase o expulsaram do grupo apostólico porque ele entrou na casa de
Cornélio, mesmo sendo ele uma pessoa temente a Deus.
“...pois ele é a nossa paz.” (Efésios 2.14a). Paulo não está se referindo à nossa paz com
Deus e, sim, à paz entre os dois povos, judeus e gentios – os que se consideravam povo de Deus
e os que eram considerados sem chance de conhecê-lo. Essa situação continua até hoje! Ela se
manifestou ao longo da história de muitas maneiras diferentes. É a inimizade que existe entre
os que estão “dentro” e os que estão “fora”, e essa é a maior barreira para os quase cinco
bilhões de pessoas no planeta que ainda não puderam se aproximar do povo da Nova Aliança.
Nós, cristãos, somos vistos pela sociedade como arrogantes, exclusivistas, pessoas iguais
ou até piores do que os outros (o que é um fato, porque não temos demonstrado diferença em
nosso testemunho ou comportamento). No entanto, nos julgamos melhores do que os outros
e, por isso, temos levantado essas paredes de separação com aqueles que consideramos
“ímpios”.
“De ambos os povos fez um só e, derrubando a parede de separação, em seu corpo
desfez a inimizade...” (Efésios 2.14b). De onde veio essa parede de separação entre judeus e
gentios? Da própria “lei dos mandamentos contidos em ordenanças” dada por Deus. Percebe a
semelhança com a situação atual? Por que nos separamos dos outros? Porque achamos que
estamos certos, que seguimos a Bíblia, e eles, não. Ou seja, a Bíblia é a maior causa de divisão
entre os cristãos, porque a usamos para nos colocar em posição superior aos demais. Dizemos:
“Eu estou guardando a lei, mas você não”.
Jesus morreu na cruz para quebrar essa parede de separação, destruí-la em seu corpo,
em sua carne. Ele não veio para acabar com a lei, mas, sim, com a raiz da separação, pois colocou
ambos os povos na mesma situação.
“...para em si mesmo criar dos dois um novo homem, fazendo assim a paz...” (Efésios
2.15). Ou seja, a partir da cruz nós temos uma nova identidade. Assim como em Cristo Jesus não
existe “judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher” (Gálatas 3.28), também não
existe mais gentio e judeu. Eles não deixaram de existir ou de ter identidades distintas, mas em
Cristo existe agora uma nova identidade que é superior a todas as outras e que não tem mais
barreiras com nenhuma delas.
“...e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um só corpo, tendo por ela destruído a
inimizade.” (Efésios 2.16). Jesus derrubou a parede de separação para tornar-nos um novo
homem, para que, juntos, fôssemos reconciliados com o Pai. Dessa forma, eu não posso ter
plena paz com Deus se não estou vivendo no novo homem, e não posso viver no novo homem
desprezando aqueles que pensam ou agem diferente de mim. A obra da cruz veio num só
“pacote”. Jesus formou uma nova identidade com pessoas que são extremamente diferentes
entre si e, no contexto em que a Bíblia foi escrita, não havia ninguém mais diferente do que
gentios e judeus.
“E vindo ele, proclamou a paz para vós que estáveis longe e também para os que
estavam perto” (ambos precisavam de paz com Deus) “...pois, por meio dele, ambos temos

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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

acesso ao Pai no mesmo Espírito.” (Efésios 2.17). É justamente por isso que podemos amar,
servir e adorar juntos ao Senhor, sem barreiras ou divisões.
Em nossas reuniões de Unidade, é muito bonito ver os irmãos adorando a Jesus com
verdadeiro amor a ele, sem saber de onde cada pessoa veio. Só depois é que podemos nos dar
conta de que alguns têm uma procedência cristã totalmente distinta da nossa. Mas aí é tarde
demais – já vimos e provamos que pertencemos ao mesmo Corpo. Isso muda nossos
paradigmas.
“Assim, não sois mais estrangeiros, nem imigrantes; pelo contrário, sois concidadãos
dos santos e membros da família de Deus...”. (Efésios 2.19). Paulo está falando aos gentios. Ele
começou dizendo que antes eles eram preteridos, pois não podiam usufruir das alianças de
Deus. Mas agora isso acabou. Eles não são mais estrangeiros, excluídos, estranhos. Isso é
maravilhoso, pois é essa mensagem que conquistará o mundo. Existem católicos, evangélicos,
pentecostais, carismáticos, tradicionais, judeus, ortodoxos, conservadores, liberais e até
aqueles que não são “nada”, mas que, como Cornélio, estão buscando a Deus sem pertencer a
igreja alguma. Precisamos abrir o coração e os braços para todos eles e discernir quando já
encontraram Jesus. Devemos ser inclusivos e acabar com as dissensões, pois essas pessoas não
são mais estrangeiras e excluídas, mas, sim, “concidadãos dos santos e membros da família de
Deus”. Essa foi a obra completa que Jesus fez na cruz por nós!

NOSSO DESAFIO HOJE


Em Romanos 11, Paulo mostrou não apenas a situação daquela época (quando os ramos
naturais foram cortados e os ramos silvestres foram enxertados), mas também o que
aconteceria no futuro, ou seja, na nossa geração.
Seis vezes, só neste capítulo, lemos que os ramos naturais, o povo de Israel, serão
enxertados novamente na oliveira (vs. 12,15,23,24,26,31). Mais do que isso: é o retorno deles
que trará plenitude para nós e para eles, ressurreição dentre os mortos e bênçãos para o mundo
todo.
Os judeus foram cortados para que os gentios pudessem entrar. Os gentios foram
aceitos para provocar ciúmes nos judeus (v. 11), para trazê-los de volta. A última atitude que
Deus deseja ver em nós é arrogância e superioridade (vs. 18-21).
A obra da cruz foi para que surgisse um novo homem (Efésios 2.15), não eliminando as
diferenças, mas unindo dois povos totalmente opostos em um só. Este é o mistério oculto por
séculos (inclusive durante a história da Igreja), o qual, quando for manifestado na prática,
envergonhará e derrotará principados e potestades (Efésios 3.4-11).

A igreja provocando ciúmes


Os gentios precisam sentir necessidade da contribuição dos judeus. Precisamos convidá-
los de volta para a oliveira que, na realidade, é a oliveira deles (Romanos 11.24). Se não
reconhecermos o seu direito de primogenitura e o legado enorme que eles representam, não
conseguiremos provocá-los a ciúmes, e eles não se sentirão atraídos.

Um em Cristo 209
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Quando entrarmos nessa herança juntos, os poderes celestiais verão o testemunho de


Deus na Terra. O plano dele não será completo e a Noiva de Jesus não estará pronta até que
isso aconteça. Deus está preparando o caminho para isso na nossa geração, pois já vemos sinais
tremendos acontecendo na nação de Israel, no meio dos judeus messiânicos, e entre eles e a
Igreja.
A Igreja não estará pronta como a Noiva de Jesus sem essa Unidade, sem experimentar
as paredes de separação sendo quebradas entre católicos e evangélicos, entre cristãos e judeus,
entre tradicionais e renovados, entre fundamentalistas e liberais e entre todos os demais
partidos e correntes separadas. Precisamos também estar de braços abertos para receber todos
os que estão buscando e encontrando Jesus, indiferente de sua origem ou afiliação. Essa é a
nossa missão, a nossa paixão. Graças a Deus por podermos proclamar e fazer parte desse
processo de quebrar barreiras e receber nossos irmãos em Cristo!

TJCII – Rumo ao Segundo Concílio de Jerusalém


Existe uma maneira prática de nos envolvermos com o processo de despertamento da
Igreja Cristã (gentílica) para levá-la a se arrepender de sua rejeição histórica das raízes judaicas
da fé cristã e a se unir plenamente com os judeus messiânicos para formar o Novo Homem de
Efésios 2.15.
Desde a década de 90, alguns irmãos judeus messiânicos receberam de Deus uma
direção para orar e trabalhar em favor de um Segundo Concílio em Jerusalém, para selar a união
entre judeus e gentios no mesmo Corpo.
A ideia nasceu do modelo do Primeiro Concílio que foi relatado em Atos 15. Na igreja
primitiva, em meio aos primeiros conflitos entre judeus e gentios, os apóstolos convocaram esse
concílio em Jerusalém. Foi a primeira grande reunião de liderança de toda a Igreja.
O assunto do Concílio foi como aceitar os gentios na Igreja, que no início era formada
totalmente por judeus. Todos os primeiros apóstolos eram judeus, mas Paulo recebeu a missão
especial de pregar para os gentios em muitas cidades, e milhares estavam se convertendo. A
pergunta fundamental era: Os gentios convertidos precisam se tornar judeus? A conclusão deles
foi: Não! A única coisa que fizeram foi estabelecer algumas regras importantes para o convívio
pacífico de judeus e gentios na mesma igreja. Da mesma maneira, hoje precisamos descobrir o
que é necessário para católicos, evangélicos e judeus messiânicos conviver em comunhão,
adorando ao mesmo Deus.
Aquelas regras não eram condições para a salvação e, sim, para a convivência em
unidade, mantendo a identidade de cada um. “Porque pareceu bem ao Espírito Santo e a nós...”
(v.28), ou seja, Deus lhes deu uma decisão maravilhosa que trouxe paz e unidade nesse Primeiro
Concílio.
O problema foi que a Igreja não seguiu essas orientações ao longo dos anos e os judeus
acabaram sendo afastados. Mas a decisão naquela época foi: judeu continua judeu, gentio
continua gentio, mas não haverá nenhuma parede de separação entre eles.
O Segundo Concílio de Jerusalém enfrenta uma situação oposta à do Primeiro. A Igreja
hoje tem uma grande maioria de gentios. Os gentios é que estão exigindo que os judeus deixem

Um em Cristo 210
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

de ser judeus para entrar na Igreja. Por isso, é a Igreja dos gentios que precisa se reunir e dizer
aos judeus: “Não queremos colocar nenhum jugo sobre vocês. Não há nenhuma necessidade
de renunciar sua cultura e identidade para fazer parte da Igreja. Aliás, nós é que precisamos de
vocês e de todo o legado que vocês carregam como descendentes de Abraão e como
despenseiros das alianças feitas com os patriarcas.”
Este movimento já existe em várias partes do mundo. Devemos orar para que se
fortaleça e prepare o caminho a fim de que o Concílio se torne uma realidade. Cremos que a
união com os judeus messiânicos, desfazendo a primeira divisão na Igreja, abrirá o caminho para
desfazer todas as subsequentes divisões.
Que possamos ter o mesmo encargo que Paulo tinha, o mesmo coração de entrega
sacrificial por esse objetivo. Nós, como igreja gentílica, devemos orar para que os judeus voltem
trazendo toda a sua contribuição, com muita riqueza para todo o Corpo de Cristo. Já estamos
vendo o princípio dessa união com frutos maravilhosos em diversas partes do mundo.
Nossa oração deve ser para que Deus levante uma representação forte na terra de Israel
e em todas as partes do mundo. Homens e mulheres que declarem diariamente: “Hosana!
Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o rei de Israel!” (João 12.13).

UM FATO CONCRETO
A perseguição contra Israel
O templo e a cidade de Jerusalém foram destruídos pelos Romanos (imperador Tito) no
ano 69 d.C. Mais tarde, por volta do ano 132 d.C., apareceu um homem chamado Bar Kochba
que liderou uma segunda revolta judaica contra Roma. No ano 15 d.C., o imperador Adriano
derrotou e expulsou todos os judeus de Jerusalém. Com isto, acumulou-se um ódio muito
grande contra Israel por parte dos romanos, que foi irradiado para outros povos.
No ano 306 d.C., o imperador Constantino tornou-se o primeiro imperador cristão
(influenciado pela sua mãe, que se tornara cristã), declarando o Cristianismo como a religião
oficial do império romano. Com isto cessou a perseguição contra os cristãos, mas acentuou-se
contra os judeus.
O Édito de Milão, em 313 d.C., colocou as Sinagogas fora das leis. Logo após, outro édito
permitiu que os judeus fossem queimados caso não cumprissem as lei romanas. Cada vez mais
os judeus perdiam qualquer privilégio. Logo depois, foi publicado o Concilio de Niceia, que
endossava a substituição de Israel pela Igreja (Teologia da Substituição) e o estabelecimento de
Roma como centro da Igreja, desvinculando-se uma vez por todas de Jerusalém. Daí para frente,
muitos cristãos foram se declarando antissemitas, impedindo qualquer celebração que
lembrasse Israel. O principal argumento era que os judeus foram responsáveis (assassinos) pela
morte de Cristo.
No ano 1096, começaram as Cruzadas, que perseguiam e saqueavam judeus sob a égide
de “assassinos do Messias”. O objetivo das Cruzadas, que terminaram em 1291, era tirar os
muçulmanos de Jerusalém. Porém, como ainda havia judeus, eles incendiavam sinagogas cheias
de judeus aprisionados.

Um em Cristo 211
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Porém, um dos maiores atrozes dos judeus foi a Inquisição que inicialmente deveria
tratar apenas com cristãos heréticos. A Inquisição espanhola queimava judeus vivos caso não
se arrependessem e mudassem de vida. Em 1492, os reis Ferdinando e Isabel promulgaram um
decreto expulsando os judeus da Espanha. Milhares deles tiveram seus bens confiscados e
foram obrigados a deixar o país. Muitos foram para Portugal e lá também foram perseguidos,
sendo que milhares vieram para o Brasil (conhecidos como Marranos = porcos), sendo aqui
também perseguidos e mortos. A Inquisição durou de 1481 até 1820, sendo que
aproximadamente 350 mil judeus sofreram as mais pesadas penas e punições, inclusive a morte.
A Reforma também trouxe grandes prejuízos aos judeus. Os Luteranos, que a princípio
eram simpáticos à causa judaica, tornaram-se também antissemitas. Quatrocentos anos depois
a história registrou, na Alemanha, Hitler com suas ideias e atitudes desumanas e horripilantes,
totalmente antissemitas e inspiradas nos escritos de Lutero, culminando no terrível Holocausto,
no qual aproximadamente 6 milhões de judeus foram executados.
Antes do Holocausto, em 1648, quando os Ortodoxos orientais da Ucrânia invadiram a
Polônia, houve uma década sangrenta contra os judeus deste país, sendo que quase 500 mil
foram assassinados. Também na Rússia, o czar Alexandre III (1881) perseguiu os judeus
tentando fazer com que um terço deles emigrasse, um terço morresse e outro terço fosse
convertido ou desaparecesse. Este fato ficou conhecido como o primeiro “pogrom” (massacre
de judeus).

ORAÇÃO COLETIVA
No final do capítulo 11 de Romanos, onde o Apóstolo Paulo trata do tema Israel, ele
termina fazendo a oração, que também faremos agora.
Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão
insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Quem
compreendeu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu
primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são
todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.

Um em Cristo 212
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

QUADRO ILUSTRATIVO

Qual dessas festas está mais ligada e é mais praticada (nos moldes do Novo Testamento) pelos
cristãos?

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Um em Cristo 213
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE INDIVIDUAL

Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) Tudo o que Jesus nos trouxe na Nova Aliança, tudo o que temos hoje como nossa
herança vieram por meio do povo de Israel.
2) ( ) “Remanescentes” se refere à parcela do povo escolhido que realmente corresponde
a Deus de coração.
3) ( ) A Velha Aliança foi abolida e tudo que faz parte dela precisa ser eliminada e
esquecida para que a Nova Aliança tenha validade.
4) ( ) Um erro que cometemos hoje, quando não temos unidade com pessoas de outras
igrejas, ou até mesmo com os judeus, é quando nos julgamos superiores em virtude da
Nova Aliança.
5) ( ) Em poucos anos de existência, a Igreja se tornou predominantemente gentílica e, a
partir do final do primeiro século, já começou a rejeitar suas raízes judaicas.
6) ( ) Jesus morreu na cruz para perdoar os nossos pecados e refazer a ligação entre o
homem e Deus (horizontal) e para derrubar a barreira de inimizade entre judeus e
gentios e entre nós e nossos irmãos em Cristo (vertical).
7) ( ) Os judeus foram cortados para que os gentios pudessem entrar. Os gentios foram
aceitos para provocar ciúmes nos judeus, para trazê-los de volta.

Assinale a alternativa correta:


1) A primeira grande divisão na história Igreja ocorreu:
(a) Entre católicos e protestantes
(b) Entre judeus e gentios
(c) Entre as Igrejas do Oriente e do Ocidente
(d) NDA
2) Filho da promessa é todo aquele que:
(a) Descende biologicamente de Abraão
(b) Descende da terra de Israel
(c) Crê em Jesus como único e suficiente Salvador e Senhor
(d) NDA
3) São algumas contribuições dos judeus para a Igreja:
(a) As alianças, a glória, as promessas
(b) A ceia, o batismo, o culto
(c) O próprio Cristo, o Novo Testamento, os templos
(d) NDA

Um em Cristo 214
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

4) A Teologia da Substituição explica que:


(a) Os gentios não têm mais espaço no plano eterno de Deus
(b) Os judeus e os gentios foram substituídos pela Igreja no plano eterno de Deus
(c) Os judeus não têm mais espaço no plano eterno de Deus
(d) NDA
5) A obra de Jesus na cruz:
(a) Removeu as diferentes características dos judeus e dos gentios
(b) Promoveu o grande cisma (divisão) entre judeus e gentios
(c) Fechou definitivamente o acesso dos judeus à Nova Aliança
(d) NDA
6) Devido à Teologia da Substituição, como um judeu poderia entrar para a Igreja?
(a) Abraçando a obra de Jesus Cristo pela fé
(b) Renunciando suas raízes, cultura e identidade
(c) Sendo batizado nas águas e no Espírito Santo
(d) NDA
7) O que significa a expressão “de ambos os povos fez um só” (Efésios 2.14)?
(a) Jesus restaurou a comunhão que havia sido quebrada entre nós e Deus
(b) Jesus restaurou a unidade entre católicos e evangélicos
(c) Jesus restaurou a unidade entre cristãos e judeus
(d) NDA
8) “Concidadãos dos santos” significa:
(a) Que todos os nascidos de novo pertencem à família de Deus
(b) Que todos, independentemente de sua religião, pertencem à família de Deus
(c) Que todos são santos e cidadãos do Reino celestial
(d) NDA
9) O que é “o mistério oculto por séculos”?
(a) Unir dois povos opostos (judeus e gentios), formando um novo homem
(b) Os gentios se converteram para substituir os judeus no plano de salvação
(c) Os judeus foram cortados para que os gentios se convertessem
(d) NDA
10) A proposta do Segundo Concílio de Jerusalém é:
(a) Definir como será o processo da volta dos gentios à Igreja
(b) Definir como será o processo da volta dos judeus à Igreja
(c) Definir como será o processo da Unidade da Igreja
(d) NDA

Um em Cristo 215
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.

VERDADEIRAS OU FALSAS TESTES


1) 1)
2) 2)
3) 3)
4) 4)
5) 5)
6) 6)
7) 7)
8)
9)
10)

Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________

Um em Cristo 216
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

UM OUTRO JEJUM DIFERENTE


Na Lição 01, propomos um jejum de aquietar nossa alma contra julgamentos, ciúmes,
críticas, presunções, partidarismos, vaidades, carnalidades e outras que levam à divisão.
Nesta penúltima lição, propomos um jejum de cessar todas as coisas que fazemos para
termos um dia de descanso no Senhor. Um regozijar com o Senhor, família e amigos. Uma
experiência de viver um Sábado (Shabat) nos moldes judaicos.
Com isto, não queremos induzir que o que a Igreja faz (guardar o domingo) seja errado,
e muito menos levar a qualquer prática de Lei. Também não queremos sugerir que os cristãos
“gentílicos” devam tornar-se judaizantes (agir como judeu) mas, sim, experimentar, na forma
de um jejum, as bênçãos de Deus fazendo isto.
Recebi de uma agência que organiza viagens para Israel o seguinte aviso: “Em Israel, o
Shabat (Dia Santificado) é seguido com rigor, principalmente na cidade de Jerusalém. O Shabat
inicia no pôr do sol da sexta-feira e segue até o pôr do sol do sábado. Durante este período o
comércio estará fechado, nos hotéis os elevadores ficarão no automático (irão parar em todos
os andares) e o restaurante do hotel deixará porções prontas para o consumo dos hóspedes.
Nesse caso, aconselhamos os senhores passageiros a tirar mais informações com o guia local ou
no próprio hotel”.
Segundo Marcelo Miranda Guimarães, rabino messiânico, em seu livro “A Pessoa do
Messias nas Festas Bíblicas” (Ed. Ames), há vários motivos para guardar o Sábado. Em primeiro
lugar, Êxodo 20.8 associa a guarda do Sábado ao fato do próprio Deus ter descansado no sétimo
dia, depois de seis dias de trabalho (Gênesis 2.2-3). O Sábado, então, é um dia de regozijar-se
com a criação de Deus. Neste dia tranquiliza-se a alma com momentos de oração, refletindo o
significado da vida, honrando e glorificando o nome do Criador.
Em segundo lugar, observa-se em Deuteronômio 5.15 um motivo diferente para guardar
o Sábado, fazendo o povo hebreu lembrar-se de que foram servos na terra do Egito e que o
Senhor os tirou dali com mão poderosa. Por analogia, segundo o autor citado, poderíamos
lembrar que um dia também fomos escravos do sistema do pecado e que Yeshua (Jesus) nos
libertou. Então, podemos ter um dia de ação de graças, pois já não somos mais aprisionados
neste mundo.
Assim, iniciando na sexta-feira à noite até sábado às 18 horas, podemos ter um tempo
em que vamos nos dedicar exclusivamente à família (de sangue e/ou espiritual) em comunhão,
partindo o pão, orando juntos, refletindo sobre a Palavra, com louvor e ações de graça. Também
podemos ter um tempo de lazer juntos, dedicando este dia exclusivamente a Deus e à família.
Pode ser, também, um dia de fazer o bem, conforme está descrito em Mateus 25.33-41.

Um em Cristo 217
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

LEITURAS ADICIONAIS

As leituras adicionais ajudam os participantes deste curso a compreenderem melhor a lição


em foco.

• Acesse o site www.umemcristojundiai.com.br


• Clique no link: CURSO DE UNIDADE, LEITURAS ADICIONAIS:
o Lição 11 – Leituras Adicionais
(Visualizar o conteúdo completo)

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ANOTAÇÕES

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LIÇÃO 12
AS BODAS DO CORDEIRO
E à meia-noite se ouviu um grito: “O noivo está chegando! Venham se encontrar com
ele.” (Mateus 25:6).

O CASAMENTO JUDAICO NA ÉPOCA DE CRISTO


Entre os judeus, na época de Cristo (e em parte ainda hoje), não existia o namoro tão
comum nos dias do hoje. O casamento tinha um aspecto legal, jurídico, com um contrato que
iniciava o noivado.
Este contrato de matrimônio era entregue à mulher que o jovem escolhia (ou que seu
pai determinava). Ele fazia uma proposta (termos de casamento) e teria de pagar um preço para
desposar aquela mulher. Normalmente, o valor deveria ser uma soma alta que expressasse um
grande custo, um grande valor, um grande sacrifício para o noivo.
Após todo o acerto, o noivo deveria partir e era comum ele fazer uma declaração como:
“Eu vou preparar um lugar para você”. Dessa forma, ele voltava para a casa do seu pai, onde
deveria construir uma câmara de núpcias, uma pequena suíte onde ele passaria sete dias após
buscar sua noiva. Este projeto de construção poderia demorar bastante tempo e somente o pai
dele poderia dar a palavra final de que tudo estava pronto.
Durante este período a noiva deveria aguardar pacientemente, preparando seu enxoval
e manter uma lâmpada de óleo acesa, pois era comum o noivo chegar na noite escura, às vezes
por volta da meia-noite, de surpresa. Ela teria de estar preparada para viajar com o noivo assim
que solicitada, sem aviso prévio. Também era comum a noiva convocar algumas amigas para,
com suas lâmpadas de óleo, participarem das bodas por ocasião da chegada do noivo.
Para que todos soubessem que aquela mulher estava comprometida, debaixo de um
contrato (aliança), sempre que saísse de casa deveria usar um véu para que ninguém mais a
assediasse com uma nova proposta. Assim, a noiva era conhecida como separada (consagrada)
para um noivo específico que a havia comprado por um alto preço.
Quando a morada estava pronta, o noivo reunia seus amigos para buscar a noiva, bem
de noite, para surpreendê-la. Alguém daqueles amigos deveria dar um grito: “O noivo está
chegando”.
Na casa da noiva tudo deveria estar pronto: o enxoval, as vestes nupciais, as lâmpadas
com azeite. Ela era despertada e em minutos eles poderiam se encontrar e ir para as bodas.

Um em Cristo 221
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

AS BODAS VÃO ACONTECER


A festa de casamento (Apocalipse 19:5-10) do Cordeiro será com a noiva de Cristo (verso
7; o povo de Deus, a Igreja, os que creem em Jesus como Messias, os que estiverem vigiando),
que continua fiel à verdade revelada por Jesus (v.10):
E saiu uma voz do trono, que dizia: Louvai o nosso Deus, vós, todos os seus servos, e
vós que o temeis, assim pequenos como grandes. E ouvi como que a voz de uma grande
multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões,
que dizia: Aleluia! pois já o Senhor Deus Todo-Poderoso reina. Regozijemo-nos, e
alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua
esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente;
porque o linho fino são as justiças dos santos. E disse-me: Escreve: Bem-aventurados
aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as
verdadeiras palavras de Deus. E eu lancei-me a seus pés para o adorar; mas ele disse-
me: Olha não faças tal; sou teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho de
Jesus. Adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia.
É importante ressaltar que no Antigo Testamento algumas passagens falam sobre o povo
de Israel como “a esposa” do Senhor Deus (Isaías 54:5-6; 62:5; Jeremias 2:2; Oséias 2:19-20).
No Novo Testamento, há textos que falam sobre a Igreja como “esposa” de Cristo: 2 Coríntios
11:2; Efésios 5:23-32; Apocalipse 21:2,9-10. Assim, cremos que a Igreja e os Judeus Messiânicos
que são fiéis à verdade revelada por Jesus Cristo serão a esposa eterna do Cordeiro.
Alguns teólogos defendem que é antibíblico dizer que um grupo específico como a Igreja
é a única noiva de Cristo. Na verdade, a esposa de Cristo serão todos os que vão morar na Nova
Jerusalém, a cidade santa: “Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro... e mostrou-me
a santa cidade que descia do céu, da parte de Deus” (Apocalipse 21:9-10). Aliás, o capítulo 21
de Apocalipse deixa muito claro, no seu início, esta verdade: “Vi também a cidade santa, a nova
Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva, adornada para seu
esposo”(v.2). Aí será o tabernáculo onde Deus habitará com os homens. Esses serão o povo de
Deus, a esposa de Cristo.
Certamente, desde Abel até a encarnação de Cristo, muitos estarão na Nova Jerusalém.
Imagine Enoque, Noé, Abraão, Isaque, Jacó, Davi... e muitos outros que não sabemos ainda. Que
glória será essa cidade!

A SUA ESPOSA SE APRONTOU (SE PREPAROU)?


Para que esta festa de casamento aconteça, há necessidade da Noiva estar pronta
(referimo-nos, daqui para frente, à noiva como a Igreja). Para um casamento atual, sabemos
que a noiva leva algum tempo para estar pronta (o vestido com seus enfeites, o salão de beleza,
o transporte para o local da cerimônia etc.).
Noivado é o período de tempo transcorrido entre a promessa de casamento feita entre
duas pessoas e a celebração das bodas. É um período de comprometimento, de fidelidade, de
estar focado cem por cento no maior acontecimento de um homem e uma mulher, que é o
casamento.
Um em Cristo 222
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Costuma-se, após uma cerimônia (que caracteriza com o pedido de casamento), usar um
anel de noivado (normalmente uma aliança de prata ou até mesmo de ouro) na mão direita. O
objetivo é que os noivos possam exibir em qualquer lugar que estiverem o anel na mão direita,
para que todos saibam que já houve uma decisão tomada e que “seu coração já tem um dono”,
mesmo antes de ser consumado o casamento.
Vimos que na época de Jesus, além do contrato de compromisso, a noiva usava um véu.
Podemos dizer que fomos comprados por um alto preço pago por Jesus Cristo e que o nosso
“véu” significa uma tomada de posição, uma atitude exemplar, principalmente para aqueles que
não compreendem o preço pago da nossa aliança com Cristo e que querem nos seduzir, oferecer
novas propostas de contratos, querendo nos induzir à traição, a servir um outro senhor.
Do ponto de vista espiritual, a noiva (a Igreja) precisa se aprontar. Jesus disse que
quando ele fosse levantado da terra (crucificado), atrairia todas as pessoas para ele (João 12:32).
Esta foi a forma de Deus amar o mundo, dando seu Filho. Quando cremos nele, nos ajuntamos
a ele, passamos a ser seus seguidores, discípulos, entregamos nossas vidas para ele. Isso é ser a
Noiva de Cristo, a Igreja. Tornamo-nos UM com ele. Passamos a fazer parte da família de Deus
(Efésios 2:19).
Essa família, que é a Igreja de Deus, passa a ser o templo onde habita Deus. Assim, essa
família como um todo tem o compromisso de continuar sendo o que é, o templo de Deus. Paulo,
em 1 Coríntios 3:16-17, diz: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus
habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de
Deus, que sois vós, é santo.” Infelizmente, muitas atitudes nossas levam à “destruição do
templo”. Por isso há necessidade de restauração, de reconciliação, de ajuntar azeite, da noiva
se preparar.
Paulo estava muito preocupado com os coríntios, que estavam cheios de divisões (1
Coríntios 1.12). Ele então os repreendeu por isso (1 Coríntios 3.3-4). Nós pensamos que ser
carnal (mundano) significa ouvir música secular, etc. Mas mundano, no sentido do Novo
Testamento, significa viver a vida na carne – raiva, conflito, divisão, orgulho, inveja, etc. O
cristão capacitado pelo Espírito é chamado a viver em um nível mais elevado.
Nos versículos 16 e 17 do mesmo capítulo, vemos que Paulo estava mais preocupado
com a unidade deles do que com a sua dieta. “Assim, se alguém destruir o templo de Deus,
Deus destruirá essa pessoa. Pois o templo de Deus é santo, e vocês juntos são o seu templo.”
Segundo o pastor Ron Cantor, o Novo Testamento fala sobre o pecado de cisão ou
divisão usando termos muito fortes, como já vimos: “... se alguém destruir o templo de Deus,
Deus destruirá essa pessoa”. No meio da divisão, as pessoas se afastam da fé – ou seja, a divisão
faz com que elas sejam desencaminhadas. Divisões e cisões partem o coração de Deus, porque
rasgam o corpo de Jesus. Às vezes, há razões legítimas para se separar de alguém: pecado
grosseiro, ensino herético ou um líder que esteja abusando do rebanho. Mas a maioria das
divisões está enraizada em sentimentos de orgulho e mágoa. Com tudo isto, vemos que a Noiva
está longe de estar preparada.

Um em Cristo 223
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

QUAL PECADO PODE IMPEDIR A VOLTA DE JESUS?


A Palavra de Deus nos ensina a estarmos atentos, vigiando para a volta de Cristo. Jesus
termina o capítulo 24 de Mateus falando de um servo que achava que sua volta iria tardar e,
com isto, agia inadequadamente diante dos “seus irmãos”. Este servo mal não praticava o
principal mandamento de Jesus, o novo mandamento, que é o amor. Aliás, neste capítulo, Jesus
enfatiza diversos sinais que precederiam sua volta (a segunda vinda) para que estejamos
atentos. Também, em Lucas 21:34-36, lemos:
E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de
embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia. Porque
virá como um laço (armadilha) sobre todos os que habitam na face de toda a terra.
Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar
todas estas coisas que hão de acontecer, e de estar em pé diante do Filho do homem.
Na segunda vinda de Jesus haverá cenários como nos dias de Noé e como nos dias de
Sodoma. Haverá o mistério da iniquidade, falsos profetas, enganos, o espírito do anticristo,
sinais e prodígios da mentira, rejeição do amor à verdade etc. Porém, nada disse poderá impedir
ou adiar a volta de Cristo. O Senhor vai destruir com o sopro da sua boca o iníquo e a iniquidade
(2 Tessalonicenses 2:8).
Em Apocalipse 6:14-22, está escrita a sétima carta para a igreja de Laodiceia, que parece
representar a igreja dos nossos dias. Jesus trata essa igreja como morna, isto é, uma igreja que
já foi quente e agora tornou-se morna (pouco quente, sem energia, sem veemência). Este
pecado poderia impedir a volta de Jesus? Não, pois ele mesmo diz que poderia vomitá-los,
lançá-los fora.
Mesmo assim, embora não tenha nenhuma palavra de louvor, Jesus ama essa igreja e
quer tirá-la da sua posição de autossuficiência dando-lhe conselhos: Comprar ouro puro para,
de fato, serem ricos (pagar um preço para ter sua fé viva e participar na divindade de Cristo, que
é o ouro: 1 Pedro 1.7); comprar roupas brancas para se vestir e cobrir sua nudez (seria a conduta
de boas obras aprovadas pelo Senhor: Apocalipse 19:8); e, por fim, comprar colírio para os olhos
para que possam ver (a realidade espiritual, a unção do Senhor, ou o próprio Espírito Santo: 1
João 2:27). Este preço é buscar o Senhor de todo coração; dar valor, ser persistente e
perseverante na busca: fome e sede de justiça.
São pecados graves da igreja dos nossos dias o fato de se sentir rica, abastada e afirmar
que não precisa de coisa alguma; na verdade, é uma igreja infeliz, miserável, pobre e nua (verso
17). Outros pecados são narrados por Paulo e outros apóstolos, como, por exemplo, João em
Apocalipse 21:8. Pecados como esses impedirão as pessoas de entrarem no Reino de Deus.
Porém, este conjunto de pecados não impedirá a segunda vinda de Jesus Cristo.
Jesus estimula os praticantes dessas abominações a se arrependerem, a colocar suas
vidas no trilho. Ele está batendo à porta para voltar a ter intimidade com essas pessoas (verso
20). Diz que o vencedor se assentará com ele no seu trono para governar. Ou seja, a noiva irá
governar com Cristo.
A rigor, o único pecado que parece impedir a volta de Jesus é a divisão. Tratamos, na
Lição 01, que a divisão é o pecado mais nefasto da Igreja. Nas denominações, a questão não são
os agrupamentos, mas o orgulho. Quando você começa a pensar que a sua equipe, a sua
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

denominação é a melhor, você já entrou em um lugar perigoso. Deus odeia a divisão – puro e
simples!
Paulo suplica aos efésios: “Esforcem-se para manter a unidade do Espírito através do
vínculo de paz”. Devemos ter cuidado antes de falar contra um irmão ou irmã. Precisamos ter
certeza de que estamos sendo guiados pelo Espírito e não pela carne. Em nosso zelo pela justiça,
podemos acabar destruindo um irmão ou uma irmã, ou, mais importante, um cristão novo.
Vamos nos esforçar por paz e união e, ao mesmo tempo, nunca nos afastar da verdade.

PORQUE A DIVISÃO DA IGREJA PODE ESTAR ADIANDO A VOLTA DE


CRISTO
Quando tratamos da divisão, onde há dezenas de milhares de denominações que se
julgam “a certa” diante de Deus, perguntamos: para qual dela Jesus vai voltar? Na verdade, as
denominações, na sua maior parte, são inimigas ou concorrentes. Elas sangram o corpo de
Cristo, pois não se reconciliam entre si, não se amam, não se perdoam, não têm comunhão, não
oram e nem ceiam juntas. Daria para reconciliar no último toque da trombeta, em alguns
segundos, essas rachaduras que envergonham o Corpo de Cristo? Certamente que não.
As divisões destroem o santuário de Deus (a Igreja), que é santo e sagrado, como vimos
em 1 Coríntios 3:16-17. E nós, juntos, somos este templo de Deus, a Igreja. O que estamos
fazendo? Implodindo este templo! Por isto Jesus implora ao Pai pela nossa unidade (João 17:11,
21-23). Só uma Igreja unida poderá estar com Jesus e ver a glória que foi concedida a ele pelo
Pai; só uma Igreja unida poderá conhecer o amor do Pai na sua plenitude; só uma igreja unida
poderá ser o testemunho vivo de que Jesus foi enviado pelo Pai para salvar a humanidade (João
17:24-26).
No final das Escrituras, lemos: “E o Espírito e a noiva dizem: Vem. E quem ouve, diga:
Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, receba de graça a água da vida. (...) Aquele que
testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém; vem, Senhor Jesus.” (Apocalipse
22:17,20). A oração da unidade “Maranata” (na língua grega significa “O Senhor vem”) está
intimamente ligada com a oração do capítulo 17 de João pela unidade dos cristãos.
Abbé Paul Couturier, de Lyon, na França, considerado o primeiro apóstolo da unidade
do século 20, pregou a oração pela unidade. Disse que todos os cristãos poderiam compartilhar
de maneira completa a oração do próprio Jesus: “para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o
és em mim, e eu em ti” (João 17.21).
A perspectiva do capítulo 17, ainda segundo a visão de Couturier, é enfatizar
grandemente o papel do Espírito Santo na volta de Jesus. A oração pela unidade envolvendo a
oração de Jesus (para que todos sejam um como ele e o Pai são um), é uma oração no poder do
Espírito. A oração do Senhor para que os cristãos sejam UM está associada ao clamor do nosso
espírito: “Vem, Senhor Jesus”, porque a segunda vinda será o final do ajuntamento na unidade
plena do reino de Deus.
O importante é que esta oração é plena com o Espírito e a Esposa (o povo de Deus)
juntos. As igrejas (congregações) deveriam se reunir para clamar: “Vem, Senhor Jesus.” Como

Um em Cristo 225
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

seria bom estarmos cheio de esperança (Romanos 15.13), podermos olhar para a volta de Jesus
e, em unidade com todos, confessar em alto e bom som: “Maranata! Ora, vem Senhor Jesus!”
Porém, a Igreja deveria estar fazendo outras orações conjuntas. Por exemplo, com os
judeus messiânicos: “Bendito o que vem em nome do Senhor” (Mateus 23:39). Jesus disse que
só voltaria quando Israel clamasse por sua volta. Ora, a Bíblia diz que quando Jesus voltar o
primeiro lugar que pisará será Jerusalém (Atos 1:11, Zacarias 14:1-5). Assim, a Igreja deveria
estar unida com esses judeus que creem em Jesus como Messias (hoje há milhares deles que
clamam todos os dias pela volta de Jesus).
A oração que Jesus nos ensinou (o Pai Nosso) nos orienta a clamarmos em uma só voz:
“Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mateus 6:9-13).
Infelizmente, a maioria dos cristãos não praticam essa oração e, muito menos, oram juntos.
Um outro sinal da volta de Jesus é que o “evangelho do reino será pregado em todo
mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim” (Mateus 24:14). Sabemos que
atualmente (até onde temos estatística), apenas um terço da população conhece a Cristo. Aliás,
há ocasiões que este percentual diminuiu. Porém, Jesus disse que o mundo vai crer (ou
conhecer) que ele foi enviado por Deus (João 17:21,23) quando formos UM, assim como ele e
o Pai são UM. Mas isso só poderá acontece com a Unidade da Igreja. Atualmente, levamos ao
mundo um Cristo partido, fragmentado pelas divisões.
Temos, também, alguns outros motivos que impedem a volta de Cristo. Por exemplo,
para o Senhor voltar precisamos restaurar as alianças quebradas.

RESTAURAÇÃO DE ALIANÇAS QUEBRADAS


A Palavra de Deus nos ensina que Jesus vai voltar: “Esse Jesus, que dentre vós foi elevado
para o céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir” (Atos 1.11b). Sabemos que Jesus virá
ao encontro de sua Igreja, e que essa Igreja será “gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa
semelhante, mas santa e irrepreensível” (Efésios 5.27).
Sabemos também que não vivemos plenamente uma igreja santa e irrepreensível em
nossos dias – longe disso. Somos uma Igreja dividida, fragmentada, que se acostumou a quebrar
alianças por suas constantes divisões. Assim, precisamos de arrependimento e de restauração
(recuperação de algo que foi perdido; reestabelecimento): “Arrependei-vos, pois, e convertei-
vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério
pela presença do Senhor, e envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado. O qual
convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela
boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio” (Atos 3.19-21).

Aliança e respectiva punição quando esta é quebrada


Deus fez várias promessas a Abraão. Coisas grandiosas e tremendas deveriam acontecer
com ele e seus descendentes. Porém, em Gênesis 15, parece que surgiram dúvidas no coração
de Abraão (vs. 2,3). É como se ele estivesse pedindo alguma garantia de que aquelas promessas
maravilhosas de fato se cumpririam. A dúvida maior era sobre o filho prometido, já que seu
único herdeiro era um escravo nascido em sua casa. Então, era como se Abraão estivesse
Um em Cristo 226
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

“colocando Deus na parede”. A primeira coisa que o Senhor fez foi levá-lo para fora da tenda,
desafiá-lo a contar as estrelas do céu e prometer a ele: “Assim será a tua descendência” (v. 5).
Ainda que Abraão cresse (v. 6), novamente surgiram as dúvidas (v. 8). Então, Deus tomou
a iniciativa de estabelecer uma aliança com ele nos moldes comuns aos homens daquela época.
O padrão da aliança consistia em cortar um animal ao meio, e as pessoas que estavam se
aliançando passavam entre as duas partes do animal, sobre o sangue derramado (aliança de
sangue). O não cumprimento da aliança implicaria, para quem a quebrasse, que a mesma seria
cortada ao meio à semelhança daquele animal.
Foi nesta base que Deus fez sua aliança com Abraão. Ele ordenou que se cortassem ao
meio uma bezerra, uma cabra, um carneiro (todos de 3 anos de idade, vs. 9,10). “E sucedeu que,
posto o sol, houve escuridão, e eis um forno de fumaça, e uma tocha de fogo, que passou por
aquelas metades. Naquele mesmo dia fez o Senhor uma aliança com Abrão, dizendo: À tua
descendência tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates...” (vs.
17,18). A tocha de fogo que passou pelo corredor de animais mortos foi o próprio Deus. Assim,
ele fez uma aliança de sangue com o homem como garantia de que sua promessa se cumpriria:
“o Criador do Universo se prendeu a um relacionamento com um ser humano ao fazer com
Abraão uma aliança de sangue”.
O termo “aliança” aparece por mais de 200 vezes na Bíblia. Depois de Gênesis (23 vezes),
o segundo livro em que esse termo mais aparece é Jeremias (21 vezes).

Aliança entre os homens


No livro de Jeremias, por exemplo, Deus mostra que a seriedade da aliança não é apenas
naquelas que são feitas entre ele (Deus) e os homens, mas também nas que são feitas entre os
homens.
No capítulo 34, Jerusalém estava sitiada pelos babilônios e prestes a sucumbir. O povo
de Israel vinha escravizando seus próprios irmãos havia muito tempo, o que era proibido na Lei
de Moisés. Numa tentativa de sensibilizar o coração de Deus, fizeram uma aliança entre si e
liberaram os escravos hebreus. Deus ficou feliz, pois finalmente eles cumpririam sua Lei.
Entretanto, no dia seguinte, quebraram a aliança e chamaram os escravos de volta. Vejam como
Deus se indignou com eles:
Portanto assim diz o Senhor: Vós não me ouvistes a mim, para apregoardes a
liberdade, cada um ao seu irmão, e cada um ao seu próximo; pois eis que eu vos
apregoo a liberdade, diz o Senhor, para a espada, para a pestilência, e para a fome; e
farei que sejais espanto a todos os reinos da terra. E entregarei os homens que
transgrediram a minha aliança, que não cumpriram as palavras da aliança que fizeram
diante de mim, com o bezerro, que dividiram em duas partes, e passaram pelo meio
das suas porções; a saber, os príncipes de Judá, e os príncipes de Jerusalém, os eunucos,
e os sacerdotes, e todo o povo da terra que passou por meio das porções do bezerro;
entregá-los-ei, digo, na mão de seus inimigos, e na mão dos que procuram a sua morte,
e os cadáveres deles servirão de alimento para as aves dos céus e para os animais da
terra. (Jeremias 34.17-20).

Um em Cristo 227
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Parece que a ira de Deus se acende quando a aliança, ainda que seja entre homens, é
quebrada. Nesse caso, Deus se irou principalmente porque se tratava de uma aliança de sangue
– eles passaram no meio de bezerros cortados. Ele ficou indignado e puniu os infratores.

A NOVA ALIANÇA NO SANGUE DE JESUS


Na ceia, que tipo de aliança nós celebramos? A Nova Aliança no sangue de Jesus. É
semelhante àquela que vimos em Gênesis e que aparece em todo o Velho Testamento. Há
muitos versículos no Novo Testamento que falam sobre o sangue de Jesus. É verdade que a
Nova Aliança é de graça e incondicional, que nós não a merecemos e que podemos nos
aproximar do trono da graça com confiança (Hebreus 4.16). Tudo isso é verdade, mas também
é verdade que é algo muito sério. A oferta do Filho de Deus não é pouca coisa. Quem não
discerne o Corpo (1 Coríntios 11.29) nem leva a vida cristã a sério, não entende o que é uma
aliança de sangue.
Ao tomarmos a ceia do Senhor, como já vimos na Lição 9, conhecemos um compromisso
de aliança uns com os outros, como os ossos do corpo humano que são ligados pelos ligamentos
em um só corpo. Reconhecemos que éramos “ossos secos” e que, pela cruz de Cristo, fomos
unidos, tornando-nos um só Corpo e recebendo a vida que nos liga, o Espírito Santo.
Entre os povos semíticos descritos na Bíblia, a maneira normal de duas pessoas entrarem
em uma aliança era participar solenemente de uma refeição juntas e, especialmente,
comer de um só pão e beber de um só cálice. Por esta razão foi apropriado que Jesus
iniciasse a Nova Aliança com uma refeição solene, na qual cada pessoa participou do
mesmo pão e bebeu do mesmo cálice (Mateus 26.20-28). Por meio deste ato único, todos
que participavam dele eram, daquele momento em diante, ligados numa aliança
sagrada. Desde então, a participação na ceia do Senhor tem sido, do ponto de vista de
Deus, uma renovação desta aliança por meio da qual todos os que participam são
ligados ao Senhor e uns aos outros. (grifos nossos).
Ao participar da ceia do Senhor, reconhecemos que somos irmãos, membros da mesma
família divina. Renovamos o compromisso de amor mútuo, de perdão, de cuidar uns dos outros
e, do ponto de vista cristão, até de dar a vida pelo irmão; de usar nossas provisões para suprir
a necessidade do irmão e vice-versa; de alegrar-nos com as vitórias dos irmãos e sofrer com eles
as dores de suas aflições; de não romper relações com os irmãos, ainda que em certos pontos
não haja um pensamento único (diversidade).
Renovamos, então, o compromisso de sermos sinceros, transparentes e continuarmos
amando ainda que tenhamos de ser exortados. Enfim, confirmamos o propósito do amor
incondicional, assim como somos amados por Cristo, que é o centro dessa aliança. Não
bastassem todos esses termos da aliança, Derek Prince ainda ressalta:
Além do mais, minhas obrigações de aliança não se limitam a você pessoalmente. Elas
se estendem também àqueles com quem você está em aliança. Se A está em aliança com
B, e B está em aliança com C, então, por este fato, A está em aliança com C, e C com A.
Isto explica porque os compromissos de aliança, assim como os ligamentos, podem ligar
todos os ossos no Corpo de Cristo. Cada osso é diretamente ligado com os que estão

Um em Cristo 228
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

próximos a ele, mas estes, por sua vez, são ligados aos outros. Desta maneira, todos os
ossos estarão interligados para formarem um só corpo.
Nossa vida não nos pertence. Fomos comprados por um preço altíssimo que custou uma
aliança de sangue. Não somos livres para fazer o que quisermos, pois Jesus pagou um alto preço
de sangue por nós. Celebramos a ceia entendendo quão miseráveis somos. Deus não nos olhou
como inimigos. O Cordeiro de Deus derramou o seu sangue em nosso favor e, assim,
pertencemos a ele. Somos eternamente gratos a Jesus, que perdoou os nossos pecados e
continua perdoando. Por isso, precisamos ter consciência e temor das consequências de não
levar essa aliança a sério.
Que o Espírito Santo vivifique sua Palavra e produza o temor de Deus em nós na Nova
Aliança no sangue de Jesus. O que você acha de um marido que trai a esposa e chega em casa
tranquilo, como se nada sério tivesse acontecido? É pecado trair, mas muito pior do que trair a
aliança do casamento é agir com leviandade. A quebra de uma aliança tem consequências. A
Nova Aliança não é brincadeira; é verdade que é de graça e sem merecimento, mas é uma
aliança de sangue, e precisamos entender a seriedade disso. Dessa forma, neste período de
noivado, próximo ao casamento (Bodas), podemos ver como temos alianças quebradas na Igreja
em virtude da divisão.

O ABANDONO DA CONGREGAÇÃO E A SOLUÇÃO DOS NOSSOS


PECADOS
AS DUAS GRANDES DIVISÕES do segundo milênio fizeram com que irmãos que
congregavam juntos se separassem, quebrando a aliança e compromissos consequentes da
Eucaristia e Ceia juntos. Esta prática tornou-se mais comum ainda entre os protestantes que
não pararam mais de se dividir. Porém, parece-nos que esta prática sempre existiu. Mas a
Palavra de Deus condena esta prática:
Tendo pois, irmãos, ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo sangue de Jesus,
pelo caminho que ele nos inaugurou, caminho novo e vivo, através do véu, isto é, da
sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com
verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má
consciência, e o corpo lavado com água limpa, retenhamos inabalável a confissão da
nossa esperança, porque fiel é aquele que fez a promessa; e consideremo-nos uns aos
outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não abandonando a nossa
congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e
tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia. (Hebreus 10.19-25).
Deixemos a Palavra de Deus penetrar em nós. Não há necessidade de ficarmos abatidos
e condenados. A única coisa necessária é confessar nossos pecados e receber o perdão de Deus.
Não há merecimentos, mas haverá consequências se não houver sinceridade. Não podemos ser
legalistas, libertinos ou religiosos. Mas, se chegarmos com um coração verdadeiro diante dele,
experimentaremos alegria e singeleza no coração.
No Velho Testamento, como vimos, havia um corredor entre os animais partidos. Mas,
na Nova Aliança, passamos pela própria carne partida do Senhor Jesus. Ele foi partido na cruz

Um em Cristo 229
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

para que pudéssemos “comer” dele. Na cruz, ele derramou seu sangue para que pudéssemos
“beber” dele. Por isso, tenhamos liberdade e ousadia para entrar no santíssimo lugar pelo
sangue de Jesus que foi derramado em sua morte. O véu, a sua carne, foi rasgada e inaugurou
um caminho novo e vivo para nós. Parafraseando, ele “abriu um corredor por sua carne rasgada
a fim de que passássemos no meio do Cristo partido”. Se ele ficasse vivo, não poderíamos
passar, mas ele morreu.
Aquele que foi partido ressuscitou e, agora, temos “um grande sacerdote sobre a casa
de Deus” (Hebreus 10.21). Ao mesmo tempo em que Jesus é o Cordeiro partido, ele também é
o sacerdote que nos recebe no “fim do corredor”.
Como devemos chegar a ele? Sem mentira ou fingimento, mas com verdade e luz.
Devemos ser exatamente aquilo que os outros veem em nós, sem hipocrisia. Chegamos a Deus
e à ceia ou eucaristia reconhecendo que somos pobres e necessitados que não merecem favor
algum. Porém, somos aceitos por Deus. Ele ama a sinceridade e a verdade. Ele não tem
problema com o pecado, porque ele tem a solução. Mas ele tem problema com a religiosidade,
pois esta encobre o pecado e nos faz fingir que somos santos. Então, “aproximemo-nos, com
sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e
lavado o corpo com água pura” (Hebreus 10.22).
Ter um “coração purificado da má consciência” é ter os pecados confessados, é andar
na luz. Assim que fazemos algo errado, devemos procurar alguém e confessar o pecado (Tiago
5.16) para ficarmos com a consciência limpa diante de Deus. “Corpo lavado com água limpa”
se refere ao batismo.

TRÊS PONTOS IMPORTANTES


1) Deus nos ama tanto que nos deu seu Filho, o que ele tinha de mais precioso. Ele não
precisa provar mais nada, pois já deu tudo. Ele não precisa nos dar um carro novo ou uma casa
nova para provar que nos ama, pois ele já nos deu seu próprio Filho – o resto ele dará “de
lambuja”.
Romanos 8.31,32 diz: “Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será
contra nós? Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos
nós, como não nos dará também com ele todas as coisas?” A ceia é a celebração de um amor
incompreensível: Deus nos ama apesar daquilo que somos. Ele nos ama porque ele é bom.
Podemos confiar no seu amor porque ele verdadeiramente ama. E a prova disso, como vimos,
é que ele fez conosco uma aliança de sangue por meio do próprio Filho. Então, entremos com
ousadia, confiança e alegria.
2) Mas entremos também com temor, porque o Deus que nos ama também tem ciúme,
ira e vingança. Devemos ter cuidado com o uso que fazemos desse presente tão maravilhoso.
Grande alegria e grande temor devem andar juntos. Nossa vida cristã terá um “apagão” se não
tivermos o “fio negativo” e o “fio positivo”. Se tivermos só a alegria, não haverá o fio negativo
e, se tivermos só o temor, não haverá o fio positivo. Para haver luz os dois fios são necessários.
A Bíblia nos ensina ainda (1 Coríntios 11.27-32) que a falta de discernir o Corpo de Cristo
provoca fraquezas, doenças e sonolência. Quando não reconhecemos que os outros irmãos são

Um em Cristo 230
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

do Senhor (incluindo as denominações cristãs), que pertencem a Cristo, que fazem parte do
mesmo Corpo de Cristo que nós, deixamos de receber a graça de Deus que está sobre eles, e
isso provoca em nós fraqueza, pois todos necessitamos uns dos outros. Quando eu não discirno
Cristo na vida do irmão, eu fecho meu coração a ele. Assim, não seria necessário pesquisar
porque eu vivo tão fraco, tão sonolento, tão doente, perdendo a percepção espiritual das coisas
– basta ver como está minha relação com a igreja, com os irmãos.
3) Nunca profanar o sangue da Aliança. A passagem em Hebreus 10:26-31 fala que se
“voluntariamente continuarmos no pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento
da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados.” Ora, se entendermos que a divisão é
pecado CONTÍNUO, PERMANENTE (não resta dúvida que é) e não nos arrependermos, o texto
acima diz que punição “será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por
profano o sangue da aliança com que foi santificado e ultrajar ao Espírito da graça?”
Essa passagem deve ser lida com muita atenção. Fomos comprados por um preço de
valor incalculável – o sangue de Jesus. É de graça e podemos entrar com intrepidez, pois Deus
nos ama. Ele já nos provou que somos filhos amados. Ele torce por nós e quer nos dar todas as
bênçãos espirituais em Cristo Jesus. Mas, se banalizarmos isso, se não zelarmos, se profanarmos
essa aliança e não a valorizarmos, “se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos
recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados; pelo
contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os
adversários” (Hebreus 10.26,27). Ou seja, só restará a ira de Deus.

JESUS MORREU PARA NOS REUNIR EM UM SÓ CORPO


A Bíblia nos ensina claramente que convinha morrer um só homem pelo povo para que
todos não perecessem eternamente. Mas que este homem, Jesus, “não morresse só pelo povo,
mas também para reunir em um só corpo os filhos de Deus que andam dispersos” (João 11:52).
Ora, não discernir irmãos de outra congregação cristã, não perdoar, não amar, não
reconciliar... significa não dizer “amém” à oração de Jesus em João 17:21-23, como também, e
principalmente, afrontar, insultar, banalizar a morte de Jesus que na sua carne levou as nossas
inimizades e nos reconciliou num só corpo com Deus por intermédio da cruz (destruindo por ela
a inimizade), evangelizando a paz, levando-nos a ter acesso ao Pai em um Espírito, tornando-
nos concidadãos dos santos e fazendo-nos família de Deus (Efésios 2:14-19).
“Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe pão para comer, e se tiver sede, dá-lhe água para
beber; porque assim lhe amontoarás brasas sobre a cabeça, e o Senhor te recompensará.”
(Provérbios 25.21,22). Se devemos fazer isto para os nossos inimigos, quanto mais para aqueles
que foram recebidos por Jesus, que nos tornou filhos adotivos de Deus Pai Todo-Poderoso.
Portanto, Jesus já nos livrou dessa ira. Tudo o que fizemos e que fazemos para os outros,
Jesus já levou sobre si. A Bíblia diz que Deus nos livra da ira vindoura se levarmos essa questão
a sério (1 Tessalonicenses 1.10). Deus somente quer de nós sinceridade, coração verdadeiro e
grato. Se pecarmos e errarmos, peçamos perdão, levantemo-nos e caminhemos. Temos um
Deus maravilhoso, um sacerdote maravilhoso e um sacrifício maravilhoso.

Um em Cristo 231
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Assim, não brinquemos com Deus. Ele é muito amoroso, mas também é muito ciumento.
Ele nos deu seu próprio Filho e, se não zelarmos desse presente e não o valorizarmos, teremos
de enfrentar a ira vindoura.

PASSOS PARA O PERDÃO E RESTAURAÇÃO DE ALIANÇAS


Seriam esses pecados aqueles que desprezam o Filho de Deus (tratam com irreverência,
ofendem, insultam), profanando o sangue da aliança com o qual foi santificado e que ultrajam
o Espírito da Graça? Não podemos afirmar isto, mas esses pecados caracterizam a noiva de
Cristo nos nossos dias. Porém, o Espírito Santo está agindo. Ele nos convence do pecado e nos
encoraja ao arrependimento, à reconciliação, aos tempos de restauração de todas as coisas para
a volta de Jesus (Atos 3:20-21).
O arrependimento é o primeiro passo. Arrepender é tornar-se para Deus (e obedecer
sua Palavra), “e Ele se tornará a nós”. É uma mudança de mente e de rumo.
A consequência do arrependimento é mudar nossa postura em relação ao Corpo de
Cristo: 1) Confessar que Cristo morreu também para nos reunir num só corpo, reconhecendo
que sua Graça alcança a todos; 2) Praticar o amor ágape; 3) Perdoar e pedir perdão com a
máxima urgência, e, principalmente, reconstruir alianças quebradas; 4) Exercitar uma cultura
de honra à semelhança da Trindade; 5) Perseverar na doutrina dos apóstolos, na comunhão
com os irmãos, no partir do pão e nas orações; 6) Buscar amizade com cristãos de outras
denominações, ainda que eles sejam diferentes e tenham outras doutrinas diferentes da nossa;
7) À medida do possível reunir, ter comunhão, partir o pão e orar com estes irmãos; 8) Criar
projetos e eventos comuns, principalmente evangelismo com outros irmãos em Cristo; 9) Nunca
mais criticar ou fazer qualquer comentário deselegante contra outras denominações cristãs
(sabemos que há um único Juiz que pode julgar este cenário).

AGORA A NOIVA ESTÁ PRONTA?


O Reino dos céus será como as dez virgens (Mateus 25:1-13). O alvo desta parábola está
no verso 13: “Fiquem vigiando, porque vocês não sabem qual serão dia e a hora para
encontrar com o noivo para as bodas.” O noivo vai chegar sem aviso prévio. Na hora haverá
um grito: “Eis que o noivo está chegando! Venham encontrar-se com ele. As virgens prudentes
tinham óleo para as lamparinas e com isto tinham luz para ir ao encontro do noivo e entraram
com ele para a festa de casamento.”
Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará mais em trevas, mas
terá a luz da vida” (João 8:12). Ajuntar azeite para as lâmpadas é estar na luz: “Mas se
andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de
Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (1 João 1:7). Esta noiva que tem
comunhão, que anda na luz, que é reconciliada, amorosa, perdoadora, é bem-aventurada, pois
é chamada para a Bodas do Cordeiro: “Regozijemos, e alegremo-nos, e demos glória; porque
vinda são as Bodas do Cordeiro, e já sua esposa se aprontou. E para a noiva foi dado linho
finíssimo, linho brilhante e puro para se vestir. O linho são as boas ações do povo de Deus.”
(Apocalipse 19:7-8).
Um em Cristo 232
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

A Unidade do Corpo implica, como já vimos, em amor, perdão, reconciliação, valorizar a


aliança de Cristo conosco. Isso é ajuntar azeite, é ter luz, é andar na luz, é ter comunhão uns
com os outros e, consequentemente, com o Pai e o Filho no Espírito Santo.

FATOS CONCRETOS
Poderíamos dizer que a divisão é um pecado contínuo depois de conhecer a verdade?
Vamos elencar pelo menos dez atitudes que podem nos ajudar a refletir sobre isso. A divisão:
1) Banaliza a morte de Jesus na cruz quando a Bíblia diz que Jesus não morreu só pela
nação, mas também para reunir em um só corpo os filhos de Deus que andam
dispersos (João 11:52);
2) Recusa atender ao clamor de Jesus que ora insistentemente ao Pai para que todos
sejam um como ele e o Pai são um (João 17:22). A divisão não leva em conta que
“somos um só corpo em Cristo e individualmente somos membros uns dos outros”
(Romanos 12:5);
3) Ignora que Jesus é a nossa paz, tendo derrubado a parede da separação que estava
no meio de nós, a inimizade (Efésios 2:4);
4) Despreza a reconciliação por Jesus, em um só corpo com Deus, por intermédio da
cruz, destruindo por ela a inimizade (Efésios 2:16);
5) Não se esforça diligentemente para preservar a unidade do Espírito no vínculo da
paz (Efésios 4:3), ignorando que todos (o Corpo) temos acesso ao Pai em um mesmo
Espírito como concidadãos dos santos, como família de Deus (Efésios 2:18-19);
6) Não discerne o Corpo de Cristo quando não reconhece que os outros irmãos, ainda
que diferentes, são do Senhor, pertencem a Cristo (1 Coríntios 11:29), pois em um
só Espírito todos nós fomos batizados em um Corpo, e a todos nós foi dado de beber
de um só Espírito (1 Coríntios 12:13);
7) Os promotores da divisão, além de abandonar suas congregações de origem
(Hebreus 10:25), levam outros consigo, quebram alianças (levando outros a quebrar
também, assim como Lúcifer) e constituem (ou participam) um novo rebanho,
louvando a Deus como se nada tivesse acontecido. Assim, não exercitam o amor
ágape, o perdão, a reconciliação. Esquecem que, ainda que somos muitos, somos
unicamente um pão, um só Corpo, porque todos participamos do único pão (1
Coríntios 10:17);
8) Não leva em conta o que Jesus disse que, se não houver perdão, também não
seremos perdoados (Mateus 6:15 e 18:35). Age ao contrário da nossa missão de
embaixadores da reconciliação (2 Coríntios 2:19);
9) Desconsidera que a única evidência de que passamos da morte para a vida é quando
amamos os irmãos. Aquele que não ama seu irmão, ainda que diferente de nós,
permanece na morte. Aquele que odeia seu irmão é assassino (1 João 3:14-15);

Um em Cristo 233
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

10) Trata com leviandade que o Corpo forma o Templo de Deus e quando ele (o Templo)
é ameaçado pela divisão (como em 1 Coríntios 1:10-13 e 3:1-6), ameaçando o
santuário, o sagrado, Deus destruirá os promotores da divisão (1 Coríntios 3:16-17).
Felizmente, Deus permite ainda o arrependimento por praticar esses pecados. Porém,
há necessidade de tomar uma atitude: “E disse-lhe Jesus: nem eu também te condeno: vai-te e
não peques mais” (João 8:11).

ORAÇÃO COLETIVA
“Grandes e admiráveis são as Tuas obras, Senhor Deus Todo-Poderoso. Justos e verdadeiros são
os Teus caminhos, ó Rei das nações. Quem não temerá e não glorificará o Teu nome, ó Senhor?
Pois só Tu és Santo. Por isso, todas as nações virão e adorarão a Ti, porque os Teus atos de justiça
se fizeram manifestos.”
Senhor, que nós possamos viver, impelidos pelo amor de Cristo, reconciliados e motivados a
derrubar todas as paredes da divisão. Pedimos, ó Deus, inspiração, unção, graça e força para
estarmos juntos com outros irmãos no Teu serviço, defendendo a dignidade e os direitos
especialmente dos pobres e oprimidos, trabalhando para a justiça e rejeitando todas as formas
de violência.
Suplicamos, ó Pai, que haja concordância uns com os outros no que falamos para que não haja
divisões entre nós. Que estejamos unidos num só pensamento, num só parecer, num só coração,
transbordando o amor e o perdão de Cristo.
Essa oração de louvor e adoração queremos, Senhor, que seja entoada pela comunhão dos
salvos, todos nós que fomos perdoados por Ti, não olhando para as nossas diferenças, mas
olhando para o Autor e Consumador da nossa fé, o nosso Senhor Jesus Cristo.
Em nome dele pedimos. Amém.

Um em Cristo 234
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

QUADRO ILUSTRATIVO

Um em Cristo 235
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE INDIVIDUAL

Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) A esposa de Cristo serão todos os que vão morar na Nova Jerusalém, a cidade santa.
2) ( ) Sabemos que atualmente (até onde temos estatística), apenas metade da população da
Terra conhece a Cristo.
3) ( ) A rigor, o único pecado que parece impedir a volta de Jesus é a divisão.
4) ( ) As denominações, na sua maior parte, são inimigas ou concorrentes.
5) ( ) Deus só considera séria a Aliança feita entre Ele e os homens.
6) ( ) “Mundano”, no sentido do Novo Testamento, significa viver a vida na carne – raiva,
conflito, divisão, orgulho, inveja, etc.
7) ( ) Quem não discerne o Corpo nem leva a vida cristã a sério, não entende o que é uma
aliança de sangue.

Assinale a alternativa correta:


1) Quem será a eterna esposa de Cristo?
(a) A nação de Israel e a Igreja
(b) Somente as Igrejas cristãs
(c) A Igreja e os judeus messiânicos
(d) NDA
2) Algumas razões legítimas para se separar de alguém são:
(a) Pecado grosseiro e ensino herético
(b) Diferenças doutrinárias e de costumes
(c) Sentimentos de orgulho ou mágoa
(d) NDA
3) O não cumprimento da aliança implicaria, para quem a quebrasse, que a mesma seria:
(a) Desligada da descendência de Israel
(b) Cortada ao meio, à semelhança do animal sacrificado
(c) Perdoada, caso oferecesse um sacrifício ao Senhor
(d) NDA
4) Na ceia, que tipo de aliança nós celebramos?
(a) A aliança entre Israel e a Igreja
Um em Cristo 236
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

(b) O fim da aliança com Israel e o início da aliança de Deus com a Igreja
(c) A Nova Aliança no sangue de Jesus
(d) NDA
5) Podemos ter liberdade e ousadia para entrar no santíssimo lugar porque:
(a) Reconhecemos que somos pobres e necessitados diante de Deus
(b) Fazemos parte de uma única Igreja na face da Terra
(c) Amamos todos os irmãos indistintamente de sua religião
(d) NDA
6) Assinale a alternativa correta:
(a) Deus nos ama tanto que nos deu seu Filho, o que Ele tinha de mais precioso
(b) Profanar o sangue da aliança é voltar às práticas pecaminosas do passado
(c) Discernir o Corpo é participar da Mesa do Senhor
(d) NDA
7) Qual é o verdadeiro significado do Arrependimento?
(a) Perdão definitivo dos pecados
(b) Batismo nas águas
(c) Mudança de mente e de rumo
(d) NDA
8) Divisões e cisões partem o coração de Deus porque:
(a) Incentivam brigas e discórdias
(b) Rasgam (partem) o corpo de Jesus
(c) Desviam os cristãos da verdadeira doutrina apostólica
(d) NDA
9) Assinale a alternativa errada:
(a) A divisão banaliza a morte de Jesus na cruz
(b) A divisão ignora que Jesus é a nossa paz
(c) A divisão reconhece que os outros irmãos são parte do mesmo Corpo
(d) NDA
10) Uma atitude que devemos nos esforçar para abandonar é:
(a) Amar e aceitar os outros irmãos como membros do mesmo Corpo de Cristo
(b) Perdoar os irmãos, assim como fomos perdoados por Jesus
(c) Lutar para preservarmos a unidade do Espírito no vínculo da Fé
(d) NDA

Um em Cristo 237
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.

VERDADEIRAS OU FALSAS TESTES


1) 1)
2) 2)
3) 3)
4) 4)
5) 5)
6) 6)
7) 7)
8)
9)
10)

Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________

Um em Cristo 238
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Na hipótese de você ter frequentado mais de uma igreja (congregação), avalie se quando
deixou uma ou mais, foi abençoado por ocasião da sua saída. Caso contrário, além do
arrependimento, seria conveniente você voltar lá e acertar a situação. Explique aos líderes que
você está querendo pedir perdão por ter quebrado a aliança.
Se você conhece outros líderes ou pessoas que quebraram alianças, como muito amor e
graça explique a eles o quanto é importante acertar esta situação para a segunda vinda de
Cristo. Lembre-se que somos Embaixadores da Reconciliação e nosso papel é lutar por uma
geração reconciliada. Trate com os irmãos que se dividiram (os 10 pontos do Fato Concreto).
Mesmo que eles não concordem, estaremos fazendo a nossa parte.
Procure ter relacionamento com irmãos de outras denominações cristãs para, em cima
da doutrina dos apóstolos (a pessoa do próprio Jesus Cristo), ter comunhão, orar e comer juntos
em algumas ocasiões. Isso é uma iniciativa de paz para preparar o terreno para a volta de Jesus.
Estimule outros irmãos, principalmente líderes, a fazer este curso sobre a Unidade do
Corpo de Cristo.

Um em Cristo 239
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

LEITURAS ADICIONAIS

As leituras adicionais ajudam os participantes deste curso a compreenderem melhor a lição


em foco.

• Acesse o site www.umemcristojundiai.com.br


• Clique no link: CURSO DE UNIDADE, LEITURAS ADICIONAIS:
o Lição 12 – Leituras Adicionais
(Visualizar o conteúdo completo)

Um em Cristo 240
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

ANOTAÇÕES

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ANEXOS

ANEXO 1
Oração feita em 01/10/2017, na Câmara de Vereadores de Jundiaí-SP, por ocasião do Ato
Público de Purificação de Memória dos 500 Anos da Reforma Protestante.
Senhor Nosso Deus e Pai,
Jesus nos ensinou a orar: “Pai Nosso que estás nos céus, santificado seja o Teu nome”,
como também nos ensinou que “há um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e
por todos e em todos nós”;
Porém, Senhor, não temos procedido assim; não temos “nos esforçado diligentemente
para preservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz”;
Muito pelo contrário, nós, nossos pais na fé e nossos antepassados nos separamos de
outros irmãos em Cristo por causa das nossas desconfianças, amarguras, preferências
pessoais, intolerâncias, egoísmo, orgulho, falta de humildade, de amor e de perdão e,
com isso, dividimos o Corpo de Cristo;
O Corpo do Seu Filho, a Sua Noiva, a Igreja está fragmentado, quebrado, partido por
nossa causa e de nossos antepassados, pois não soubemos discernir que somos irmãos,
filhos de um só Pai, que é Santo e que derramou o Seu amor sobre nós pelo Seu Espírito
Santo;
Assim, nos colocamos diante de Ti agora com os nossos corações quebrantados e
arrependidos pelo mal que fizemos;
Pedimos perdão por estarmos dispersos, amortecidos, frios e indiferentes à súplica que
Jesus fez a Ti pedindo que fossemos UM, assim como o Senhor e Ele são UM, para que o
mundo creia que Ele foi enviado;
Perdoa-nos, Senhor Deus, pelos nossos julgamentos e críticas a irmãos que têm práticas
diferentes das nossas, mas que também são redimidos pelo sangue de Jesus;
Perdoa-nos todas as vezes que deixamos de ser ministros da reconciliação, consentindo
que imperasse o ódio, a maldade e a indiferença;
Tira, Senhor, as vendas dos nossos olhos que impedem que enxerguemos a beleza da
Noiva unida e a glória de Cristo, que é a Sua imagem;
Livra-nos, Senhor, de todo o mal que nos leva à divisão – não só na Igreja, mas também
na família e entre pessoas – e não nos deixes cair nas armadilhas do diabo;
Perdoa os nossos pecados e ajuda-nos a perdoar uns aos outros para que, assim, sejamos
perdoados por Ti;
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Pedimos tudo isso em nome do Senhor Jesus Cristo que ressuscitou dos mortos e está
assentado à Tua direita. Ele é o nosso grande e maravilhoso Rei Eterno e Vitorioso.
Amém!

ANEXO 2
Descrito no livro de John Walker e outros, A Igreja do Século 20: a história que não foi contada.
Impacto Publicações, Americana/SP, 2013 (4ª edição).
Apresentem-se diante de mim com corações quebrantados e espíritos contritos, pois o
Corpo do meu Filho está quebrado (ou partido).
Apresentem-se diante de mim com lágrimas e lamentações, pois o Corpo do meu Filho
está quebrado.
A luz está amortecida, meu povo está disperso, o Corpo do meu Filho está quebrado.
Eu dei tudo que tinha no corpo e sangue do meu Filho. Ele derramou-se na terra. O Corpo
do meu Filho está quebrado.
Abandonem os pecados dos seus pais e andem nos caminhos de meu Filho.
Retornem para o plano do seu Pai, retornem para o propósito do seu Deus.
O Corpo do meu Filho está quebrado.
O Senhor diz para vocês: permaneçam em unidade um com o outro e não deixem nada
separá-los.
E, de modo nenhum se separem um do outro por causa das suas desconfianças,
amarguras e de suas preferências pessoais, mas segurem-se um ao outro.
Porque estou para deixar vocês passarem por um tempo de prova e teste severos, e vocês
terão de estar em unidade um com o outro.
Mas eu digo também isto: eu sou Jesus, o rei vitorioso. E tenho prometido a vocês a
vitória.

Um em Cristo 244
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARNOTT, John. O Que os Cristãos Devem Saber sobre a Importância do Perdão. Editora
Danprewan. Rio de Janeiro/RJ, 2005.
ARRUDA, Pedro. A Comunhão Nossa de Cada Dia. CCC Edições. Monte Mor/SP, 2010.
ARRUDA, Pedro. Na conclusão do livro Mãe de Muitos Filhos. Editora Incenso/SP, 2004.
BERGER, Benjamin. Igreja - Lugar de Judeus e Gentios. Impacto Publicações, Americana/SP,
2016.
BILLHEIMER, Paul E. O Amor Cobre Tudo: O padrão bíblico para a unidade no corpo de Cristo.
Editora Vida, São Paulo/SP, 1989.
CASCALDI, Luiz Roberto; MARION, José Carlos. A Marca dos Filhos – O único sinal que nos
identifica como cristãos. Publique. Brasília/DF, 2013, 2ª edição.
FICHTENBAUER, Johannes. O Mistério da Oliveira – Judeus e Gentios juntos para a volta de
Cristo. Impacto Publicações. Americana/SP, 2016.
INTRATER, Asher. Alinhamento. Impacto Publicações. Americana/SP, 2018.
JUSTER, Daniel. Páscoa, A chave para abrir o livro de Apocalipse. Impacto Publicações.
Americana/SP, 2017.
KENDALL, R.T. Perdão Total – Superando o maior desafio de Deus. Editora Matrix, São Paulo,
2011.
MAGALHÃES, Marcelo. Restaurando Doutrinas da Igreja do Primeiro Século. Editora AMES, Belo
Horizonte/MG, 2008.
MARION, Arnaldo e Marília. Um Deus Extremamente Romântico. Centro Comunitário Cristão,
Jundiaí/SP, 2009.
MARION, José Carlos; ALEIXO, Iete Nanci (organizadores). Dá-me um Pouco da Tua Água.
Impacto Publicações. Americana/SP, 2017.
MARION, José Carlos e Márcia. Ontem, Hoje e Amanhã com Jesus. Editora Desena. Campinas/SP,
2009.
MARION, José Carlos e Márcia. Reconciliação: O Segundo Toque – A Unidade do Corpo de Cristo
e a Nova Evangelização. Impacto Publicações. Americana/SP, 2014, 2ª edição.
MARION, José Carlos. Um só Corpo, Um só Espírito, Um só Senhor. Impacto Publicações.
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MARION, José Carlos. Em Busca da Verdade - A Peregrinação Espiritual de um Professor
Universitário. Amazon, 2017. 2ª Edição.
MARION, José Carlos. Para Onde Iremos Depois da Morte - Mitos e Verdades da Vida Pós-Morte
e Eternidade. Amazon, 2017. 2ª Edição.

Um em Cristo 245
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

SMITH, Malcolm. Esgotamento Espiritual. Editora Vida. São Paulo/SP.


WALKER, Christopher. A Dança da Trindade. Impacto Publicações. Americana/SP, 2014.
WALKER, Harold. Em Busca da Verdadeira Unidade da Igreja. Impacto Publicações.
Americana/SP, 2017.

MINISTRAÇÕES
CABRAL, Abnério. Perseverando nas Orações. UMC, Jundiaí/SP. 19/02/2017.
FELÍCIO, Tony. Honra na Terra, como no Céu. UMC, Jundiaí/SP. 19 e 26/11/2017.
MARION, José Carlos. Relacionando com Jesus pela Graça. UMC, Jundiaí/SP. 02/04/2017.
MARION, José Carlos. Os Benefícios da Cruz de Cristo. UMC, Jundiaí/SP. 09/04/2016;
NOBRE, José Jamê. A Honra do Reconhecimento. UMC, Jundiaí/SP. 03/12/2017.
NOBRE, José Jamê. Pilares da Vida da Igreja. UMC, Jundiaí/SP. 08/10/2017.
WALKER, Christopher. A Santíssima Trindade como Paradigma da Unidade da Igreja. ENCRISTUS
SOROCABA/SP. 23/08/2014.
WALKER, Harold. Perdão Total. UMC, Jundiaí/SP. 15/09/2013.

ORGANIZADOR
José Carlos Marion

COLABORADORES
Abnério Cabral
Asher Intrater
Arnaldo Marion
Christopher Walker
Harold Walker
Jamê Nobre
Júlio César de Macedo Souza
Luiz Roberto Cascaldi
Márcia Maria Costa Marion
Pedro Arruda
Tony Felício

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