Formação de Liderança Cristã
Formação de Liderança Cristã
Formação de Liderança Cristã
Um em Cristo 1
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Um em Cristo 2
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
Ideia Principal: Explicar o porquê deste curso, justificativa, metodologia e objetivos.
ALIANÇA
Ideia Principal: Todos os que quiserem fazer o curso deverão assinar os termos da Aliança antes
de começar a Lição 2.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Um em Cristo 4
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
APRESENTAÇÃO
Um em Cristo 5
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Um em Cristo 6
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Este Curso se propõe nos ensinar a darmos passos concretos, com base na Palavra e no
Poder de Deus, para endireitarmos as veredas para a volta de Jesus.
O tema base do Curso é: da Noiva despreparada, desarrumada até a Noiva Gloriosa,
consumando a Bodas do Cordeiro.
Um em Cristo 7
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
METODOLOGIA
Este curso poderá ser desenvolvido em quatro maneiras diferentes: a) em pequenos
grupos (12 semanas); b) de forma compacta, intensiva (em 12 horas); c) de forma presencial (12
aulas); e d) a distância (EAD).
a) Pequenos Grupos
Inicialmente, ele foi concebido para ser desenvolvido em pequenos grupos como células,
grupos familiares (principalmente em uma família onde os membros frequentam igrejas cristãs
diferentes e, se for o caso, com outros que nem aderiram ao cristianismo), grupos mistos de
irmãos em Cristo de denominações diferentes no bairro, na empresa etc.; grupos que se formam
depois de um encontro ou evento sobre a Unidade do Corpo de Cristo.
Estes grupos pequenos usarão da metodologia praticada na Igreja de Atos, levando em
conta os Quatro Pilares da Igreja (estes assuntos são tratados na lição 7 e 8): Doutrina dos
Apóstolos (vamos ver que esta doutrina era a própria pessoa de Jesus Cristo, o centro das nossas
reuniões); Comunhão (o ato de reunir proporciona relacionamentos, partilhas, intimidade entre
os irmãos); Partir do Pão (toda reunião deverá ter, após sua conclusão, uma mesa com bolos
(e outros alimentos), chá (ou outras bebidas), para propiciar maior comunhão entre os
participantes. Embora lembremos que a mesa é o centro da aliança de Jesus conosco, este ato
não tem absolutamente nada a ver com Ceia, Comunhão, Eucaristia etc. que cada um pratica
na sua Congregação. Apenas sugerimos que cada participante contribua levando algum tipo de
comida e/ou bebida); Oração (cada lição terá uma oração coletiva ao final e, depois, seria
interessante orar uns pelos outros conforme as necessidades e pedidos feitos.) No início da
reunião poderá haver um louvor de no máximo três músicas/hinos.
Cada grupo terá de ter um responsável para ministrar a lição (recomenda-se que todos
leiam a lição e preencham os testes antes, proporcionando colaborações durante a exposição)
e organizar as atividades referentes aos quatro pilares da Igreja.
A ideia inicial é que, após terminar as 12 lições, o grupo continue a se reunir. Nesta
continuidade, a proposta é que o grupo estude o Novo Testamento iniciando em Mateus (um
capítulo ou um assunto do capítulo por reunião).
Havendo convidados não cristãos nos grupos que se convertam, quem o convidou será
responsável por conduzi-lo para a sua congregação, orientando para as práticas da sua igreja:
batismo, ceia, vida de comunidade etc. Os grupos de Unidade do Corpo de Cristo não têm
finalidade de igreja (cada um deve continuar na sua própria igreja), mas sim reunir irmãos de
origens cristãs diferentes para louvar, orar, estudar a Palavra e ter comunhão, considerando
que o muro que nos dividia já foi derrubado por Cristo na cruz. Hoje Somos Um.
Após ter frequentado um grupo, todos os participantes estarão capacitados (com
responsabilidade) para formar um novo grupo e estudar as doze lições, sempre levando em
consideração a Aliança que destacamos no item seguinte. Os responsáveis deverão ser aqueles
que já participaram de um grupo ou de uma das três modalidades a seguir.
Um em Cristo 8
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
b) Intensivo
Será oferecido pelo Ministério Impacto um curso intensivo com duração média de 12 horas
(normalmente na sexta à noite e sábado o dia todo, ou em feriados, ou em quatro noites etc.),
visando especificamente a formação de responsáveis, inicialmente chamados de “Agentes da
Unidade”, ministrado pelos autores das lições e/ou por outros Agentes da Unidade.
Além do Ministério Impacto promover por iniciativa própria esses eventos, também
atenderemos convites de igrejas ou outras instituições, em qualquer lugar do Brasil, para
realizar este curso intensivo para formação desses Agentes. Haverá um custo por participante
apenas para o pagamento do material a ser utilizado neste curso.
c) Presencial
Na forma de um módulo, este curso poderá ser ministrado presencialmente em até 24
horas (média), dividido em pelo menos seis encontros de 3 a 4 horas. Ele poderá fazer parte de
um módulo de cursos de Teologia nas igrejas ou de um curso exclusivo, conforme o interesse
dos participantes.
d) À Distância (EAD)
Além do material escrito, temos vídeos resumindo o conteúdo de cada lição, leituras
complementares e links para artigo ou sites concernentes à matéria estudada. Para cursar nesta
modalidade é necessário fazer inscrição no nosso site.
Tanto no curso presencial quanto no EAD formaremos professores para ministrar o
Intensivo e o curso Presencial, além de Agentes da Unidade.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ALIANÇA
Nosso objetivo é reunir com os irmãos em Cristo, não importando a denominação, para louvar,
adorar, orar, estudar a Palavra, ter comunhão, amar, perdoar, reconciliar, ser UM em Cristo,
unidos com ele, assim como ele está unido com o Pai.
Para tanto, isto requer que “vivamos de maneira digna que fomos chamados por Deus, com
toda humildade, mansidão, doçura, longanimidade, paciência, cortesia e amor” (Efésios 4:1-2),
zelando pela unidade do Corpo de Cristo. Cristo, e apenas Cristo, é o nosso propósito. É de
fundamental importância assumirmos um compromisso de respeitar a cultura religiosa de cada
um sem críticas ou questionamentos.
Assim, antes de iniciar este curso, devemos concordar com as propostas abaixo, assinalando
com um “X” as premissas que estivermos de acordo (isso deverá ser individual):
( ) Para a prática do amor, perdão e reconciliação em nossas reuniões, nunca terei qualquer
atitude de proselitismo (tentar atrair pessoas para a minha denominação ou doutrina);
( ) Nunca pronunciarei uma palavra indelicada contra outros irmãos ou igrejas (congregações);
( ) Nas reuniões, nunca questionarei uma doutrina ou ensinamento que eu não concordo.
Num ambiente de amor e comunhão, poderei conversar sobre particularidades de cada
denominação, mas sempre num sentido positivo, no que eu possa ser edificado. Essas
conversas deverão ser particulares, pessoais, sem envolver polêmicas e contendas, pois o
mesmo Espírito que habita em mim, habita no outro. Nunca buscarei a defesa das minhas
doutrinas e crenças, pois o Espírito Santo não gosta de críticas ou comparações entre irmãos
e outras denominações cristãs.
( ) Nunca pensarei ou falarei mal daqueles que nos perseguem, agridem ou nos tratam como
inimigos;
( ) Permanecerei de forma inabalável, na qualidade de membro, em comunhão perfeita com
a minha igreja de origem, onde cearei, dizimarei e manterei as suas doutrinas.
Nome: ___________________________________________
Assinatura: _______________________________________
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
LIÇÃO 01
O MAIOR PECADO DA IGREJA
Aprendemos a voar como pássaros e a nadar como peixes, mas não aprendemos a
conviver como irmãos. (Martin Luther King)
DIVISÃO EM ISRAEL
Até o capítulo 11 de Gênesis, Deus trata com a humanidade. A partir do capítulo 12, Deus
passa a tratar com um homem, Abraão, que dá origem ao povo hebreu, ao povo de Deus.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
DIVISÃO NA IGREJA
A primeira divisão na Igreja (primitiva) foi a tensão ocorrida na polarização entre judeus
messiânicos de língua hebraica em Israel e os imigrantes e convertidos ao judaísmo cristão de
língua grega: “houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles
estavam sendo esquecidas na distribuição diária” (Atos 6:1). Felizmente, os apóstolos trataram
com graça este caso.
A Igreja primitiva também teve sua unidade ameaçada na igreja de Corinto. Paulo tratou
esta divisão como inaceitável, em 1 Coríntios 1:10-18. Ainda, em 1 Coríntios 3:1-9, Paulo voltou
a falar sobre dissenções alegando que quem faz isto são cristãos carnais.
No terceiro século consumou-se a separação entre os líderes gentios da igreja e as
congregações dos judeus messiânicos. A Igreja assumiu a cultura greco-romana, e com a
atmosfera antijudaica em todo Império Romano, foi desaparecendo o componente judaico na
Igreja.
Todavia, as duas divisões mais marcantes da igreja foram:
1) Em 1054, conhecida como o “Cisma do Oriente”, que foi a divisão da Igreja Católica,
chefiada pelo papa em Roma, da Igreja chefiada pelo patriarca em Constantinopla (antiga
Bizâncio, atual Istambul), conhecida hoje como Igreja Ortodoxa;
2) Em 1517, a Reforma Protestante encabeçada por Martinho Lutero, que publicou suas
95 Teses em 31/10 deste ano, na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg (Alemanha),
protestando contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica Romana, propondo uma
reforma.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Quando Jesus fala que “o reino de Deus está entre nós”, pressupõe a unidade a qualquer
preço. De acordo com Mateus 5:39-42, não cabe violência entre cristãos, mesmo que seja para
se defender dela.
Um dos maiores erros da Igreja, embora pouco admitido, porque os homens convivem
muito bem com ele, é a divisão ou a falta de unidade. Já assistimos muitas vezes a cristãos
morrerem por causa das mais diversas doutrinas. Em muitos casos, essa defesa pela doutrina
atropelou a unidade. Considerar a unidade significa perda, pois ela implica aceitar aquilo que
não está dentro de nós e, consequentemente, qualquer concessão a ser feita resultará numa
redução da liberdade própria. Infelizmente a história da Igreja tem sido também a história da
divisão.
Para usar a expressão de Watchman Nee, o “cristianismo organizado” tornou-se uma
“máquina de produzir divisões em série” numa velocidade cada vez maior. Parece que cada
denominação traz em si o gene da divisão, transmitido de geração em geração.
O mundo cristão, como já vimos, a princípio se dividiu entre romanos e orientais; depois,
entre católicos e protestantes; entre pentecostais e conservadores, carismáticos e tradicionais;
e assim por diante. Se há algo bom nisso é o fato de que, quanto mais proliferam as
denominações, mais elas perdem a importância – bebem do seu próprio veneno!
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
denominações, entre igrejas, mas sim entre irmãos, entre pessoas que creem no mesmo
Senhor, no mesmo Espírito. A unidade, como se referiu Dietrich Bonhoeffer, está “no que Cristo
fez por ambos”, no que ele fez por nós.
Não podemos nos conformar como que impossibilitados de fazer algo, como que se isso
fosse um destino inexorável e a oração de Jesus ficasse sem resposta, ou adiada para se cumprir
somente após a morte do último cristão. Ora, o fato é que Jesus tem apenas um Corpo e irá ter
apenas uma Noiva, uma Esposa. Jesus não é polígamo, muito embora seja esse conceito que se
passa quando cada um prepara apenas a sua noiva particular.
Precisamos reconhecer o erro e admiti-lo! Não encobrir com explicações, por mais
teológicas que sejam, aprendendo com a história para não repetir os caminhos errados. Estas
coisas precisam ser iniciativas do coração de cada um.
Portanto, é necessário restabelecer que a Igreja interessa a Deus e está aqui para atender
aos propósitos Dele. Os benefícios obtidos por servir a Deus, inclusive a salvação, são apenas
consequências. Se isto é verdade, é incorreta a atitude de “procurar a melhor igreja, aquela à
qual eu melhor me adapto”, pois com isso estou buscando aquilo que é melhor para mim, o
meu conforto, e não preocupado com o reino de Deus.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Também foi muito angustiante ao Pai virar o rosto e abandonar o seu Filho à morte de
cruz. Tudo para restituir-nos a unidade. Ele nos deu de graça, tornando-se exemplo para
seguirmos em favor da manutenção da nossa comunhão com aqueles pelos quais pagou este
alto preço. Então, a unidade entre os filhos alegra Deus, pois torna compensador o sacrifício do
seu Primogênito.
UM FATO CONCRETO
Relato de uma das maiores vergonhas da divisão da Igreja
A Basílica do Santo Sepulcro é um templo cristão localizado no chamado ‘quarteirão
cristão’ na cidade velha de Jerusalém. Segunda a tradição (João 19:41-42), Jesus teria sido
crucificado, sepultado e ressuscitado neste lugar. Portanto, é um dos lugares mais sagrados da
cristandade. Este pequeno espaço é administrado entre as igrejas Católica Romana, Católica
Ortodoxa, Ortodoxa Copta, Ortodoxa Siríaca e a Ortodoxa Etíope.
Porém, há constantes brigas entre os administradores que dividem uma parte (poucos
metros quadrados) para cada um. As brigas não são só litúrgicas (cada um faz um culto
diferente, simultaneamente, às três horas da tarde, na hora da morte de Cristo), mas de gestão
de espaço. Pela mídia constata-se que já houve muitas brigas entre eles por motivos banais. Por
exemplo:
• 08/2002 – Onze pessoas foram hospitalizadas. Motivo: um cristão Copta moveu sua
cadeira para buscar sombra e houve indignação;
• 2008 – Os cristãos Ortodoxos Armênios e Gregos têm rancores entre si e enfrentam-
se com socos (a polícia israelense precisou intervir);
• Por várias vezes já brigaram com vassoura quando estão varrendo o chão. Etc.
É muito triste pensar que no lugar onde seria o buraco que a cruz de Cristo foi cravada,
morrendo para fôssemos um, temos o maior exemplo de divisão dos cristãos.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ORAÇÃO COLETIVA1
Bendize, ó minha alma, ao Senhor. Deus meu, Tu és Magnificentíssimo e estás vestido de
glória e majestade.
Ó meu Deus, assim como Israel, depois de 40 anos perambulando pelo deserto, ao chegar
ao rio Jordão não sabia o caminho certo a percorrer, assim somos nós em relação à
Unidade do Corpo de Cristo.
Porém, o Senhor determinou que eles atravessassem o rio e seguissem a Arca da Aliança
que os sacerdotes levitas conduziam. A Arca era a Tua própria presença, ó Deus.
Senhor, não sabemos como dar passos práticos em direção à Unidade, mas temos plena
convicção de que essa obra é do Espírito Santo. Jesus disse que o Espírito nos ensinaria
todas as coisas e nos faria lembrar de tudo quando o Senhor disse.
O Senhor garantiu, por meio do Teu Filho, que o Consolador ficaria conosco para sempre,
que nós O identificaríamos e que Ele habitaria em nós. Mais ainda, que Ele falaria a
respeito de Ti e que nós iríamos discernir entre o Espírito da verdade e o espírito do erro.
O Teu Espírito, ó Deus, nos guia por toda a verdade porque Ele fala o que ouviu de Ti. Ele
é a nossa “Arca” hoje. Ele vai à nossa frente e nos ensina esse novo caminho que devemos
percorrer. Em nome de Jesus. Amém.
1No Anexo 1 deste Curso colocamos a oração que foi feita em 01/10/2017, na Câmara de Vereadores
de Jundiaí-SP, por ocasião do Ato Público de Purificação de Memória dos 500 Anos da Reforma
Protestante.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
QUADRO ILUSTRATIVO
População Mundial
Cristãos
Muçulmanos
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE INDIVIDUAL
Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) Podemos dizer que uma das razões de termos em torno de 50 mil denominações cristãs
(divisões em série) se deve porque os reformadores, que ensinaram tanto a Graça, após a
Reforma Luterana, não aprenderam a perdoar aqueles que tinham diferenças doutrinárias;
2) ( ) A igreja sempre precisará de Reforma. A Reforma normalmente é do Espírito Santo,
porém, a divisão é do Diabo.
3) ( ) Algumas de nossas divisões não são apenas desnecessárias, mas também uma ofensa a
Deus e um empecilho para a propagação do Evangelho. Apenas um terço da população
mundial crê que Jesus Cristo foi enviado pelo Pai. A divisão é responsável por tanta gente
desconhecer o enviado do Pai.
4) ( ) Diabo (diabolôs em grego = aquele que divide) é o grande e único responsável pela queda
do homem e, consequentemente, pela separação do homem de Deus.
5) ( ) A Unidade do Corpo de Cristo vai acontecer quando as lideranças das grandes religiões
cristãs se unirem e fizerem acordos no qual haja um único líder aqui na Terra com a
reponsabilidade de guiar o rebanho cristão.
6) ( ) Podemos dizer que a divisão entre os cristãos tem, pelo menos, três efeitos ruins: a) ela
é uma ferida e dilacera o Corpo do Senhor; b) é um escândalo, pois tira o crédito do
evangelho; c) é um pecado e, todas as vezes que a aceitamos passivamente, estamos
consentido com a mesma.
7) ( ) Divisão é o pecado mais nefasto da Igreja.
QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.
Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Todas as vezes que iniciamos um projeto gostamos de orar e jejuar. É lógico que a oração
de todos é importante. Porém, neste caso, queremos sugerir um jejum diferente de uma
semana.
Normalmente, o jejum se refere à privação ou redução de comida por um tempo. Porém,
em Isaías 58:6-7, Deus fala de um jejum que Lhe agrada - libertar os oprimidos, repartir o pão
aos necessitados, socorrer os parentes etc.
Que tal pensarmos num jejum que nos prepare melhor para a unidade do Corpo de Cristo?
Um jejum de aquietar nossa alma contra julgamentos, ciúmes, críticas, presunções,
partidarismos, vaidades, carnalidades e outras atitudes que levam à divisão?
Para tanto, todas às vezes que formos falar, pensar, meditar ou ter qualquer disposição
egoísta neste sentido, vamos lembrar à nossa alma: “Opa! Estou em jejum contra qualquer
disposição que me leve à divisão. Aquieta, minha alma, em nome de Jesus Cristo, para eu apenas
amar meus irmãos, embora eles sejam e façam diferentes de mim.”
Quando houver pensamentos contrários (pois Satanás age na nossa mente), diga:
“Declaro, em nome de Jesus, que este pensamento não é meu. Repreendo em nome de Jesus
Cristo.” (Aplanar o caminho do Senhor significa mudanças no nosso interior, na nossa mente).
Você deverá notar quantas vezes estará tendo esses pensamentos ou atitudes e “educar”
a sua alma para perseverar na unidade do Espírito pelo vínculo da paz (Efésios 4:3).
No início da próxima reunião, cada um (em no máximo 2 minutos) poderá compartilhar
o que aconteceu nesta atividade.
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LEITURAS ADICIONAIS
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ANOTAÇÕES
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LIÇÃO 02
A TRÊS DIMENSÕES DA MORTE DE CRISTO
E A UNIDADE DO CORPO
Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. (João Batista, em João 1:29)
ISRAEL E A IGREJA
O ministério de João Batista começa com o Israel (de Deus) dividido, com heresias,
hipocrisias principalmente por parte dos seus líderes (fariseus, escribas), sem frutos de
arrependimento, mas com muita soberba, dizendo-se da descendência de Abraão (sem praticar
as obras de Abraão), orgulhosos do seu templo e de Jerusalém como a capital religiosa mundial
do Deus único. Sua mensagem era para o arrependimento, anunciando que o reino dos céus
estava chegando. O profeta Isaias (40:3) anunciou este ministério como uma voz que clamaria
no deserto preparando o caminho do Senhor, endireitando suas veredas.
Assim como Israel era a verdadeira religião, assim é hoje o Cristianismo. Da mesma
forma como Israel estava despreparado para receber a (primeira) vinda do Messias, a Igreja
cristã está despreparada para receber a segunda vinda de Cristo. O grande propósito de Deus é
preparar uma noiva para Seu Filho. Esta noiva existe (é a Igreja), porém, ela está totalmente
desarrumada para receber seu noivo. Uma irmã teve uma visão da igreja como “uma roda de
pessoas, sem dar as mãos, de costa uns para os outros, em posição de abandonar a roda,
focando o seu próprio projeto de igreja, seu templo, sua doutrina, suas particularidades.
Assim como o primeiro ministério de João Batista não foi milagres, sinais e maravilhas,
este segundo ministério, também, a princípio, não vai seguir esta linha, embora cremos que,
para a volta de Jesus, haverá grandes sinais. Assim, seremos uma voz que clama, encoraja,
profetiza, anuncia que Deus quer que sejamos UM, uma “grande roda”, todos de mãos dadas,
olhando para o centro, para o coração do evangelho: Jesus Cristo. Ao olharmos para Jesus,
consequentemente, pela postura da “roda”, estaremos olhando uns para os outros com olhos
de perdão e amor. Mas, para que isto aconteça, precisamos buscar o Arrependimento.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Um em Cristo 28
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
físico, natural. Será que cremos em ambos da mesma forma? Infelizmente não, pois os tratamos
com pesos distintos. É necessário entendermos que, pelo seu sacrifício na cruz, Jesus trouxe
solução plena para todas as nossas misérias e necessidades. Foi para isso que ele veio. Esse é o
prazer de Deus: resolver todos os nossos problemas na pessoa e obra de Jesus Cristo. Ele é a
solução para tudo em nossas vidas, seja no aspecto espiritual, financeiro, familiar, emocional
ou físico.
As causas das doenças, crises, misérias e sofrimentos humanos têm suas origens na
queda do homem. Podemos afirmar que as doenças do corpo não têm causa ou origem natural,
mas espiritual, justamente porque passaram a existir somente após a queda do homem. Porém,
na maioria das vezes, as tratamos como causas naturais.
A Palavra de Deus diz: “Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras
do diabo” (1 João 3:8). As doenças fazem parte do “pacote” de obras do Diabo e, pela sua morte
e ressurreição, Jesus desfez todas essas obras. O homem tem sua parte de culpa, mas o Diabo
é o causador inicial de tudo. Então, assim como com o pecado, Jesus veio para contra-atacar as
doenças que também fazem parte dessas obras malignas. Um exemplo é a cura de uma mulher
que Satanás trazia presa há 18 anos (Lucas 13:16). Pedro nos ensina que “Deus ungiu a Jesus
de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude, o qual andou fazendo o bem e curando a todos
os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (Atos 10:38).
Quando pecamos, não conseguimos resolver isso procurando psicólogos ou psiquiatras
– somente a cruz pode resolver. No entanto, quando estamos doentes fisicamente procuramos
ajuda em médicos e remédios como o nosso “plano A”. Ou seja, não agimos da mesma forma.
Se entendermos que a doença física também tem sua origem no pecado, iremos buscar a cura
em Cristo, pois somente ele poderá tratar e curar; mas temos a tendência de permanecer em
uma área de conforto onde é mais fácil buscar a solução em remédios e médicos. Parece até
que deixamos esse verso 4 de Isaías 53 esquecido no tempo. Não somos contra médicos e
remédios, mas somos contra simplesmente desconsiderar a obra completa que Jesus fez na cruz
por nós. Médicos podem ser tratados como o “plano B”.
Cura de doenças no Evangelho
Certa vez, eu estava com um problema de saúde e, muito chateado e falando com Deus
sobre isso, ouvi uma voz me dizendo: “É justo uma pessoa pagar a mesma conta duas vezes?”
Como não entendi na hora, comecei a meditar sobre o que isso poderia significar e, finalmente,
percebi que era uma revelação. Na verdade, fazemos isso com muita frequência – se Jesus já
pagou a nossa conta na cruz, se ele já levou nossas dores e enfermidades, por que continuamos
a pagar essa conta? No momento em que tivermos revelação, consciência desse fato, a nossa
vida passará a ser diferente, pois iremos usufruir com toda plenitude dos benefícios da cruz.
Esse fato marcou muito a minha vida, pois eu cri e fui curado. Mas, mesmo assim, não
comecei a exercitar isso todas as vezes em que ficava doente, porque vivemos em um sistema
onde somos envolvidos com inúmeras dificuldades e a nossa fé tende a desfalecer. Nos
distraímos como muitas coisas e essa revelação vai se perdendo com o tempo.
Quando pecamos, olhamos para a cruz e, em confissão e arrependimento, cremos que
recebemos o perdão do Senhor, pois acreditamos que a cruz é suficiente para perdoar nossos
pecados. Mas o mesmo não acontece quando estamos enfermos. Ora, será que a profecia de
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Isaías era válida somente para os nossos pecados e não para as nossas doenças? Não é isso que
o Novo Testamento nos revela:
Chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e ele meramente com a
palavra expeliu os espíritos e curou todos os que estavam doentes; para que se
cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Ele mesmo tomou as nossas
enfermidades e carregou com as nossas doenças. (Mateus 8:16,17)
Nós cremos que no final dos tempos haverá um grande evangelismo mundial seguido de
curas, sinais e milagres. Hoje as pessoas vivem oprimidas, doentes, sofrendo nas mãos do Diabo.
O mundo está carente, precisando de pessoas que ousem crer no que Jesus fez na cruz e, nos
últimos dias, Deus atrairá pessoas para o evangelho mediante sinais e maravilhas, confirmando
Sua Palavra (Atos 2:43,47; Marcos 16:15-18). O que precisamos hoje é crer que esse poder e
autoridade já nos foi dado, liberado.
Um em Cristo 31
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
a parede (muro) da separação que estava no meio, a inimizade, aboliu, na sua carne,
a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si
mesmo, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliasse ambos em um só corpo com
Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade. (Efésios 2:13-16)
Devemos ser UM não no sentido de congregar todos juntos, mas de discernir o Corpo de
Cristo, de entender que muitos são diferentes de nós, mas também são igualmente aceitos por
Deus. E, se são aceitos, quem somos nós para rejeitá-los? Se a cruz os aceitou, se a cruz nos
uniu, quem somos nós para julgar, criticar, condenar, discriminar, dividir? Na cruz Jesus levou
sobre si as iniquidades das divisões e dispersões que existem na Igreja hoje e que já existiram
ao longo da história. Quando o véu do templo foi rasgado de alto a baixo, passamos a ter
comunhão com Deus (relacionamento na vertical). Quando o muro que separava os judeus dos
gentios ao redor do templo caiu, passamos a ter comunhão uns com os outros (relacionamento
na horizontal.
Usando um irmão, Deus deu uma palavra profética para Sua igreja durante a maior
concentração ecumênica já ocorrida na busca de unidade (Kansas City, Missouri/EUA, 1977),
onde havia mais de 50 mil pessoas de muitas denominações cristãs diferentes reunidas. Por
cinco vezes a palavra profética disse: “O corpo do meu filho está partido!”2 Ora, se Jesus já foi
partido, já foi moído, não podemos fazer isso novamente!
Assim, é muito importante e necessário entendermos e vivermos esses benefícios da
cruz de Cristo, confiando que é uma obra completa e que não precisamos mais continuar
vivendo da forma como estamos hoje. O sangue de Jesus na cruz foi derramado para a nossa
salvação espiritual, cura física e unidade em um só Corpo.
Não podemos nos restringir em ensinar o evangelho e orar pela cura apenas daqueles
que pensam igual a nós. Quando discriminamos pessoas estamos indo contra a cruz de Cristo.
Mas, quando temos uma atitude de amor e unidade, estamos honrando a cruz de Cristo,
valorizando seu sangue derramado e nos apropriando de todos os seus benefícios. Isso nos dará
forças, nos tornará sadios na fé.
O CORAÇÃO DO EVANGELHO
Todas as confissões cristãs, ao “sentar-se à mesa” para a comunhão (ceia, eucaristia,
etc.), lembram que estão fazendo isto em memória da morte de Jesus (Lucas 22:19). Mas este
memorial do corpo e sangue de Cristo pode não ter a intensidade que deveria. Por exemplo,
podemos olhar para mártires que morreram como Estevão, Tiradentes e outros. A morte de
Jesus, no entanto, não foi um ‘trágico acidente’ sem nenhuma diferença da morte de outros
homens bons, condenados injustamente. Mas, sem dúvida, foi a morte mais terrível, mais
pavorosa, mais angustiante; foi a mais temida provação que alguém passou no universo.
Se nós não ligarmos o sacrifício de Jesus com a palavra PROPICIAÇÃO (que aparece
quatro vezes no Novo Testamento: Romanos 3:21-26; Hebreus 2:17; 1 João 2:1-2 e 4:8-10),
corremos o risco de simplificar a morte mais violenta e cruel infligida a uma pessoa em toda
história da humanidade.
Um em Cristo 33
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
malícia e maldade humanas, o horror da mais completa escuridão espiritual. A dor física,
embora grande, não passava de uma pequena parte da história; o maior sofrimento de Jesus
era mental e espiritual, uma agonia intensa de seis horas, de tal forma que cada minuto era uma
eternidade em si mesmo, como somente os que já sofreram mentalmente pode avaliar.
UM FATO CONCRETO
O fato de Jesus ter se manifestado em carne, sem dúvida, trouxe uma aparente
separação na Trindade. Deus se fez homem para salvar a humanidade. Porém, a intimidade, a
comunhão do Filho aqui na terra com o Pai sempre foi intensa, como podemos ver nos capítulos
14 a 17 de João.
Você pode imaginar, porém, que na cruz, num certo sentido, a Unidade Trinitária (Pai,
Filho e Espírito Santo) foi comprometida para nos unir como família? A Trindade é eterna; ela
nunca foi ameaçada; nunca suas partes experimentaram uma separação. No entanto, na
crucificação houve um momento crítico. Mais do que isto, uma das partes da Trindade suportou
a ira divina para destruir a inimizade por intermédio da cruz, ao ponto de dizer: “Deus meu,
Deus meu...” (não Pai meu), “...porque me desamparaste?”.
Jesus suportou na sua carne toda a inimizade e derrubou o muro que separava seus
filhos. Que amor é este? É difícil entendermos isto, “mas Deus estava em Cristo reconciliando
consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados, e pôs em nós uma palavra de
reconciliação” (2 Coríntios 5:19). Em outras palavras, a dor do Filho desprezado era a dor do
Pai. Para que tudo isto? Para que nós, também, sejamos ministros da reconciliação, isto é, de
reatar amizades, restaurar harmonia entre as pessoas.
Eu creio que neste momento da crise da Trindade nós fomos enxertados nela! Para fazer
um enxerto numa planta, temos de “machucar” o tronco da planta onde faremos o enxerto,
cortando, raspando para unir as duas partes. Agora, então, estamos enxertados na Trindade
(João 17:21).
Como você acha que Deus vê aquele que despreza o Filho de Deus e profana (trata com
irreverência, ofende) o sangue da aliança (Hebreus 10:29)? Este mesmo verso citado fala em
ultrajar o Espírito da Graça. Não seria bom nos arrependermos pelas nossas divisões para isto
não se tornar um pecado deliberado, voluntário, depois de termos recebido o pleno
conhecimento da verdade (Hebreus 10:26)? Será que não é momento de orarmos com
arrependimento, sentados, ou em pé, ou de joelhos, ou prostrados, como Jesus fez?
ORAÇÃO COLETIVA
Pai nosso que estás nos céus, em Jesus Cristo o Senhor solucionou todos os nossos
problemas na cruz: nossa alma corrompida, nossa iniquidade, as nossas doenças do
corpo, as nossas inimizades, as nossas divisões, os nossos ódios.
Fomos redimidos, curados, salvos, justificados e santificados na obra completa e plena
do Nosso Senhor Jesus Cristo.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Nele fomos salvos e nele o Senhor criou a Tua família na Terra, derramando sobre nós o
Teu amor através do Espírito Santo.
Em Jesus Cristo, o Senhor nos perdoou e nos ensinou a perdoar para a nossa salvação
total. Por tudo isso Te somos gratos. Amém.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
QUADRO ILUSTRATIVO
Um em Cristo 36
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE INDIVIDUAL
Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) Nas religiões pagãs, um modo de negociar com os deuses era manipulá-los e, portanto,
já se usava a ideia de propiciação para aplacar a ira celestial;
2) ( ) Podemos dizer que um evangelho que não tenha como centro a propiciação é outro
evangelho, diferente daquele pregado por Paulo (Gálatas 1:8);
3) ( ) Nisto consiste o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos
amou, e enviou Seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.
4) ( ) A ira de Deus contra nós, tanto agora como no futuro, foi satisfeita através da morte de
Cristo na cruz. O sangue, a morte sacrificial de Cristo, aboliu a ira de Deus contra nós e
assegurou-nos de que Seu tratamento para conosco será sempre propício e favorável;
5) ( ) A doutrina da propiciação é precisamente essa, que Deus amou tanto os objetos de Sua
ira que deu Seu próprio Filho com a finalidade de, pelo seu sangue, proporcionar a remoção
desta ira;
6) ( ) O sangue no Velho testamento é uma palavra que indica a morte violenta infligida a um
animal por ocasião do sacrifício da Velha Aliança. Porém, esta prática nunca foi ensinada por
Deus;
7) ( ) Jesus morreu por todos (2 Coríntios 5:15). Assim, a ira de Deus não alcançará os homens
que não reconheceram Jesus, que detêm a verdade pela injustiça (Romanos 1:18).
Um em Cristo 37
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
3) Propiciação significa:
(a) Aplacar a ira divina e perdão dos pecados;
(b) Cobrir os pecados do mundo sem pacificar a ira divina;
(c) É sinônimo de expiação;
(...) NDA.
4) Os problemas da queda do homem podem ser enfrentados:
(a) Com recursos naturais, através da medicina, psicologia etc.;
(b) Com recursos naturais e às vezes espirituais;
(c) Com recursos espirituais, usufruindo da religiosidade popular, como benzimento,
simpatia etc.;
(d) NDA.
5) O “castigo que nos traz a paz ...” significa:
(a) Jesus foi punido no nosso lugar e não precisamos mais ter um sentimento de culpa;
(b) Nós precisamos ser castigados para sentir paz;
(c) Devemos sacrificar animais no nosso lugar para sentir paz;
(d) NDA.
6) As pisaduras de Jesus significam:
(a) Vestígio ou sinal de pisadas;
(b) Lesões produzidas na crucificação;
(c) Chagas, feridas nas costas com sangramento;
(d) NDA.
7) “Moído” pelas nossas iniquidades significa:
(a) Consumido pelo sofrimento, despedaçado;
(b) O sofrimento com a coroa de espinhos;
(c) Triturado até ser reduzido a pó;
(d) NDA.
8) Na sua carne, desfez a inimizade (Efésios 2:15):
(a) Pela cruz ele reconciliou pessoas inimigas;
(b) Neste caso se refere só à inimizade entre o homem e Deus;
(c) Já que ele desfez a inimizade, não há mais problema existir divisão na igreja;
(d) NDA.
9) O Evangelho da paz trazido por Jesus:
(a) Implica exclusivamente na reconciliação do homem com Deus;
(b) Foi para nos tornar família de Deus, tendo acesso ao Pai em um mesmo Espírito;
(c) Foi para não haver mais guerra entre as nações;
(d) NDA.
Um em Cristo 38
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.
Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Esta lição nos ensina que Jesus, nossa propiciação, morreu pelos nossos pecados para
nos purificar de toda injustiça e abolir a ira divina contra nós. Mostramos também que, nesta
morte de cruz, Jesus levou as nossas enfermidades (dores) e inimizades (para constituir uma só
família).
O texto de Isaías 53 nos ensina que, pelo sangue derramado em suas costas (pisaduras),
pelas suas chagas, feridas físicas, nós fomos curados.
Ao ler essas páginas (estudar), certamente nossa fé é aumentada. Considerando que o
sangue, a morte sacrificial de Cristo aboliu a ira de Deus contra nós e assegurou-nos de que seu
tratamento para conosco será sempre propício e favorável, podemos pela fé fazer uma
experiência, um desafio:
Se você tiver uma enfermidade, ore para ser curado, liberto. Lembre-se de que Jesus já
levou esta enfermidade. Lembre-se de que ele curou a todos (Mateus 8:16-17), para que se
cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías: “Ele mesmo tomou nossas enfermidades e
carregou com as nossas doenças.”
Confesse essas verdades e declare-se curado por elas. Se você não tiver uma doença
(glória a Deus), trabalhe com um irmão, parente ou amigo que tenha, levando a ele (a) essa
experiência maravilhosa, pois, “pelas suas pisaduras fomos curados.”
O Evangelista John Lake, no inicio do século 19, desenvolveu um grande ministério de
cura. Na “Escola de Cura” que ele criou, a prova final era cada aluno saísse na rua e não voltasse
para as aulas enquanto não curassem alguém.
No início da próxima reunião, cada um (em no máximo 2 minutos) poderá compartilhar
o que aconteceu nesta atividade.
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LEITURAS ADICIONAIS
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ANOTAÇÕES
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LIÇÃO 03
A GRAÇA EXTRAVAGANTE
O amigo do noivo se regozija estar ali (presente), e o escuta, e se alegra muito quando
ouve a voz dele. (João Batista, em João 3:29b)
Um em Cristo 43
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Um dos temas mais importantes nas Escrituras é a Graça. Geralmente a definimos como
“favor imerecido”, uma dádiva ou presente de Deus para podermos ser salvos e conduzirmos
nossa vida cristã, pois, sem a mesma, seria impossível permanecermos firmes nessa caminhada.
Houve uma linha divisória muito importante para as nossas vidas quando Jesus veio ao
mundo: “Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio
de Jesus Cristo” (João 1.17). A rigidez da Lei foi substituída plenamente pelo perdão amoroso
da graça de Jesus Cristo. Não que não precisemos mais cumprir a Lei de Deus, mas com a graça,
tudo ficou mais leve: “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os Seus mandamentos,
e os seus mandamentos não são pesados” (1 João 5:3). O autor da carta aos Hebreus mostra
que, com a graça, cumpriremos a Lei: “Ora, este é o pacto que farei com a casa de Israel, depois
daqueles dias, diz o Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as
escreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.” (Hebreus 8:10).
J. I. Parcker define a Graça como “o amor de Deus agindo em favor dos homens que
merecem exatamente o oposto desse amor”. Graça significa Deus movendo céus e terras para
salvar os pecadores que não poderiam erguer um dedo sequer para a sua salvação. Graça
significa Deus enviando Seu Filho para descer ao inferno da cruz, para que os culpados
pudessem ser reconciliados com Deus e recebidos no céu: “Aquele que não conheceu pecado,
se fez pecado por nós, para que Nele fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5:21).
Um em Cristo 44
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
comportamentos. Nós fazemos muitas coisas boas e certas, mas, às vezes, cometemos falhas,
como esse homem cometeu. Talvez podemos dizer que ele era um “crente fraco”, com atitudes
cristãs sem relevância se comparadas à atitude dessa mulher pecadora.
Podemos fazer uma analogia olhando hoje uma Igreja que vê Jesus como centro, como
Senhor, mas que está presa a excessivos cumprimentos de rituais, liturgias, legalismos, com
atitudes politicamente corretas, sem quebrantamento diante do Senhor. Não somos contra os
rituais, as liturgias etc., porém, a prática rotineira de certas atividades, ainda que falem de
Cristo, pode nos levar a um “endurecimento” de coração. Pode nos levar a uma igreja
“burocrática” , uma forma tradicional, isto é, aquilo que estamos acostumados.
Jesus afirma isto, por exemplo, dizendo: “este povo honra-me com os lábios, mas seu
coração está longe de mim” (Marcos 7:6). Em outra oportunidade, Jesus recrimina as pessoas
que o buscavam somente porque comeram o pão e ficaram satisfeitas, e não porque
entenderam os milagres que ele realizou (João 6:26), que não comeram do Pão da vida que
estava sendo dado ao mundo. Jesus conhece o nosso coração (João 2:23-25) e sabe quando
somos íntimos dele ou não.
Temos, então, três personagens nessa história acima: Jesus, Simão e a mulher pecadora.
Qual a diferença entre eles? Simão entendia que a sua dívida para com Jesus era pequena, algo
que, com um pouco de esforço, ele conseguiria pagar. Esse era o entendimento farisaico da Lei,
não obstante ela afirmar: “Nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, ou dar a
Deus o resgate dele (pois a redenção da sua alma é caríssima, e cessará para sempre)” (Salmo
49.7,8). Então, Simão não conhecia, não sabia, não havia experimentado o que era a Graça. Por
isso, apesar dele ter alguns procedimentos cristãos aprováveis, ele amava pouco a Jesus. Os
fatos com a mulher pecadora nos ajudarão a ver melhor o que é a Igreja quebrantada.
Certa vez, ouvi um testemunho de uma jovem que dizia: “Graças a Deus, porque desde
pequena eu conheci o Senhor e não fiz o que as outras adolescentes da minha idade fizeram.
Eu não entrei por esse mundo de pecados, de imoralidades e, por isso, hoje me considero limpa,
santa.” Ora, isso é maravilhoso e nosso desejo é que todos sejamos assim. Mas, qual era o
tamanho da dívida dessa jovem? 50 mil ou 500 mil? Com certeza de 50 mil, porque ela não
experimentou a enorme medida da Graça do Pai (pelo menos por aquele testemunho; pode ter
havido outras realidades em sua vida que a tenham levado a experimentar a Graça).
Um em Cristo 47
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
estivesse em nosso meio hoje, qual não seria sua expressão de louvor e adoração, qual não seria
sua alegria e exaltação a Deus (talvez muitas vezes superior à nossa)?
Quando entendemos a Graça perdemos os “protocolos” em nosso relacionamento com
Deus. As normas e tradições acabam, as prioridades naturais desaparecem, nos soltamos
totalmente nos braços Dele. Às vezes, somos tão presos porque ainda não experimentamos a
real dimensão dessa Graça. Talvez, em nosso coração, nossa dívida seja apenas de 50 e não de
500. Se compreendêssemos isso nossa vida seria muito diferente. Davi disse:
Uma coisa peço ao SENHOR, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do SENHOR
todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR e meditar no seu
templo. (Salmo 27.4)
Ele já tinha a revelação de Jesus assentado à direita do Pai e, por isso, desejava morar
na Casa de Deus para contemplar por toda a eternidade a beleza a formosura do Senhor Jesus.
Davi entendeu a Graça!
Por entender a Graça, Davi praticava a Graça. Em 2 Samuel 9, ele descobre um herdeiro
de Saul, filho de Jônatas, aleijado dos dois pés, chamado Mefibosete. Davi usou de benevolência
com ele por causa da aliança que fez no passado com Jônatas: além de restituir as terras de
Saul, Mefibosete passou a comer todos os dias na mesa do rei. Assim também pode ser conosco.
Entendendo a graça e a aliança com Jesus Cristo, devemos amar e dar lugar no nosso coração
às pessoas que julgávamos “aleijadas” no conhecimento de Deus, “não tão santas como nós”.
São irmãos de outras igrejas (congregações) cristãs que também são objetos da graça remidora
pelo sangue de Jesus.
Um em Cristo 48
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Maria tinha uma vida aparentemente limpa, honesta, santa. No entanto, ela tinha uma
revelação do tamanho da sua pecaminosidade e da graça de Jesus. Ela fez um ato profético: o
preparou para o sepultamento. Horas depois, ao ser crucificado, essa essência ainda
permanecia no corpo de Jesus. Ele ficou das 9h da manhã às 12h da tarde debaixo de um sol
escaldante, suando, sangrando... Mas, à medida em que ele transpirava, aquele perfume
exalava do seu corpo alcançando as pessoas ao redor. Isso é amor, gratidão, graça. Das 12 horas
às 15 horas houve trevas, mas o perfume continuava exalando.
Jesus disse algo muito forte sobre essa atitude de Maria: “Onde for pregado em todo o
mundo este evangelho, será também contado o que ela fez, para memória sua”. O que ela fez
contou para sua memória. Hoje nós também estamos aqui para a memória de Jesus. Vivemos
para compreender a grandeza do seu perdão, da sua graça. Tudo é dele e para ele; nada é ou
provém de nós mesmos. Jesus, porém, abriu uma exceção ao dividir parte da sua glória com
essa mulher, dizendo que em todo o mundo seria proclamado o que ela havia feito.
Maria entendia perfeitamente o que estava fazendo, pois já havia experimentado da
graça de Jesus: “Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada
Marta, hospedou-o na sua casa. Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se
assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos... Jesus disse, pouco é necessário ou
mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada.” (Lucas
10.38-42)
Um relacionamento pela graça com Jesus envolve pelo menos duas coisas: 1) Quebrar
protocolos; 2) Desperdício. Tudo o que a mulher pecadora e Maria tinham, elas derramaram
sobre Jesus. Desperdício significa “esbanjamento, gasto exagerado, extravagância, perda”.
Apenas pessoas verdadeiramente apaixonadas por Jesus conseguem quebrar protocolos,
desperdiçar o que são, gastar o que têm, fazer extravagâncias por ele. São pessoas que
reconheceram que suas vidas não são nada sem a graça, glória, perdão, misericórdia, amor e
presença de Jesus.
Podemos perguntar: “Jesus, qual extravagância eu estou fazendo para ti? Que
protocolos tenho quebrado, que desperdícios tenho feito para o Senhor?” Normalmente somos
muito presos, como aqueles discípulos que repreenderam a atitude de Maria, e não nos
soltamos, não quebramos protocolos, não fazemos extravagâncias para Jesus. Por isso,
precisamos analisar nosso coração para ver se estamos entendendo o que é a Graça, o que é o
inferno ou lago de fogo, pois a Palavra diz que Deus “nos libertou do império das trevas e nos
transportou para o reino do Filho do Seu amor” (Colossenses 1.13). Isso significa que já
estávamos no lago de fogo – apenas não o tínhamos ainda experimentado na prática – mas
Jesus nos arrancou de lá!
por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer. Tenho, porém, contra ti que
abandonaste o teu primeiro amor. (2:2-4)
Eles fizeram muitas coisas boas e agradáveis a Deus, mas se esqueceram do principal:
abandonaram o primeiro amor – Jesus, o centro de suas vidas (tornaram-se uma igreja
religiosa). Às vezes fazemos obras com ótimas intenções, servimos a igreja com nossos dons e
ministérios. No entanto, Jesus os advertiu dizendo: “Lembra-te, pois, de onde caíste,
arrepende-te e volta à prática das primeiras obras” (v. 5). Essas primeiras obras são aquelas
que experimentamos na nossa conversão: a admiração, a paixão por Jesus. Passávamos o dia
inteiro orando, meditando, contemplando, adorando o Senhor, buscando Sua presença, lendo
Sua Palavra, testemunhando a outros, agradecendo pela libertação do inferno e pela graça
redentora e transformadora que havia nos alcançado.
Precisamos, sim, fazer boas obras, mas se Jesus não for o centro, o Senhor de nossas
vidas, de nada elas servirão. Ele disse: “Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito
fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (João 15.5). Se não estivermos presos na Videira
Verdadeira recebendo a seiva diária de Jesus nossas obras serão nulas.
CONFESSAR PECADOS
Normalmente, imaginamos que as obras são esforços pessoais e nos preocupamos em
saber como vamos conseguir produzi-las. Mas “obras” significa estar ligado à Videira recebendo
da vida de Jesus e, então, produzir frutos. Frutos são automáticos, não requerem esforço, vêm
da própria seiva da Videira. Quando estamos ligados a Jesus nossas obras são frutíferas e
espontâneas, não requerem sacrifício próprio, assim como a árvore não se esforça para produzir
seus frutos. Temos, no entanto, uma facilidade enorme de querer fazer coisas com nossos
próprios esforços, mas isso não é viver pela Graça. Precisamos tirar da nossa mente a ideia de
que somos “bonzinhos”. Penso que esse é um dos maiores problemas dos cristãos. Paulo disse
que “onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Romanos 5.20). Ora, se nos julgarmos
bons, qual a finalidade da Graça em nossas vidas?
Observo, em muitas reuniões de orações, que passamos horas orando e quase ninguém
perde perdão pelos seus pecados. Mas se o próprio Jesus nos ensinou na oração do Pai Nosso
que devemos pedir perdão pelas nossas dívidas (e isso diariamente), se passarmos um dia sem
fazê-lo é porque alguma coisa está errada. Será que somos tão “bonzinhos” a ponto de não
termos pecados para serem perdoados? Não são muitos os que se ajoelham, choram, clamam,
confessam seus pecados e pedem perdão ao Senhor. O apóstolo João disse em sua epístola:
Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a
verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para
nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos
cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. (1 João 1.8-
10)
Tempos atrás eu estava muito arrasado, quebrado com algumas atitudes que eu tinha
tido. Caminhando, comecei a falar com o Senhor: “Jesus, você me abandonou! Não é possível
que eu, um servo teu, um pastor, possa ter esse tipo de atitude!” Então eu senti ele me dizendo:
“Que bom que você se acha assim, porque só desta maneira eu posso agir na sua vida, só assim
Um em Cristo 50
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
a minha graça pode agir na sua vida!” É claro que eu não quero pecar, luto diariamente contra
o pecado, mas ele não me assusta mais, porque Jesus resolveu o problema do pecado lá na cruz
por mim. Então, eu tenho convicção de que estou firme nele, preso à Videira. No entanto, se
alguma coisa está acontecendo é porque ele quer tratar comigo, é porque eu preciso aprender
alguma coisa. Não estou estimulando ninguém a pecar, mas João disse: “Filhinhos meus, estas
coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto
ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1 João 2.1).
Um em Cristo 51
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Jerusalém. (...) Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu; ele pastoreia entre os
lírios. (...) Eu sou do meu amado, e ele tem saudades de mim. (Cantares 2.8-10,16; 5.16;
6.3; 7.10)
Devemos, como noiva, declarar o mesmo a Jesus: “Tu és o meu amado! Eu sou teu e tu
és meu!” Diz ainda o texto, que ela saiu à noite procurando seu amado. Os guardas a
encontraram, bateram nela, questionaram a quem ela buscava e ela lhes descreveu como ele
era: “O seu falar é muitíssimo doce; sim, ele é totalmente desejável. Tal é o meu amado, tal,
o meu esposo, ó filhas de Jerusalém.” (Cantares 5.6,7,10-16)
Ela disse às filhas de Jerusalém: “Se encontrardes o meu amado, que lhe direis? Que
desfaleço de amor.” (5.8). Relacionamento com Jesus é estar apaixonado, doente, desfalecendo
de amor por ele! Ora, se apenas pedimos coisas a ele, alguma coisa está errada em nosso
coração. Se pensamos em Jesus somente quando precisamos resolver nossos problemas, não
estamos tendo um noivado verdadeiro com ele. Não estamos demonstrando ser uma noiva
apaixonada, quebrando protocolos, desperdiçando tudo o que somos e temos por causa dele.
UM NOVO CORAÇÃO
Vi uma reportagem na TV sobre uma mulher que teve seu coração transplantado. O
repórter lhe perguntou: “Como a senhora está se sentindo agora?” Ela respondeu: “Eu estou
feliz, pois estou viva, mas também estou muito triste, porque alguém teve de morrer por isso.
Mas, enquanto esse coração pulsar, tiver vida, eu vou me lembrar que custou uma vida para
que eu tivesse vida. Cada batida que esse coração der, me lembrarei que custou o preço de uma
pessoa!” Essa é a verdadeira pregação do Evangelho!
Cantamos uma música que diz que Deus nos deu um novo coração, “um coração
regenerado pelo Pai”. A cada batida desse novo coração devemos nos lembrar que custou a
vida de Jesus, que há uma nova vida em nós, que o inferno não nos ameaça mais, que há
redenção, salvação, perdão, justificação, vida eterna para nós! A cada segundo devemos
agradecer, buscar e amar Jesus. Devemos procurá-lo ao amanhecer, ao entardecer, ao
anoitecer, na madrugada, nas esquinas, nas ruas, em casa, no trabalho, nos afazeres – e não
somente nas reuniões, na igreja. Temos de sentir saudades e desejo de Jesus em cada momento
do nosso dia a dia.
É interessante que Jesus é chamado de Cordeiro por 28 vezes no livro de Apocalipse,
aquele que “como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus
tosquiadores, ele não abriu a boca” (Isaías 53.7), mas que venceu e vive eternamente:
Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos,
cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares, proclamando em
grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e
sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor. Então, ouvi que toda criatura que há no
céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava
dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a
glória, e o domínio pelos séculos dos séculos. E os quatro seres viventes respondiam:
Amém! Também os anciãos prostraram-se e adoraram. (Apocalipse 5.11-14)
Um em Cristo 52
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Aleluias! Glórias ao Senhor! Que possamos, nesses dias que antecedem a gloriosa volta
de Jesus, aprendermos a nos relacionar com ele exclusivamente e totalmente pela Graça!
UM FATO CONCRETO
Quase sempre nos achamos “bons”, melhores que muita gente. Estamos mais para um
pecado de R$ 50 mil. Que tal orarmos juntos esta oração de arrependimento e fazermos isto
por toda esta semana? Claro, não precisa ser exatamente esta oração, mas ter a mesma
essência, conteúdo, significado:
Ó Senhor, ensina-nos a sermos apaixonados por Ti. Ensina-nos que a nossa dívida era de
500 mil e que a Tua Palavra diz que quem muito é perdoado, muito ama. Ensina-nos a
entender a grandeza do Teu perdão para que O amemos muito, para que oremos muito.
Senhor, nós carecemos de Ti, carecemos de tocar na Graça e sabemos que a Graça é a
pessoa de Jesus. Sem isso estamos perdidos e não podemos viver, pois não somos nada
sem Ti. Ensina-nos a experimentar Tua presença, a ouvir a Tua doce voz, a sentir o Teu
maravilhoso perfume. Ensina-nos a nos curvar diante da Tua majestade, pois a Tua
Palavra diz que todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Tu és o Senhor, mas
temos feito essas coisas apenas de aparência. Por isso, Senhor, ensina-nos a reconhecer
nossa fraqueza, a reconhecer nossos pecados, a conhecer a dimensão da Tua poderosa
Graça. Ensina-nos que somos pecadores, tira de nós qualquer presunção de que não
somos tão maus, de que não precisamos diariamente dessa Graça, da Tua presença.
Queremos entender que muito fomos perdoados e, por isso, muito vamos Te amar. Em
nome de Jesus Te pedimos e Te agradecemos. Amém!
ORAÇÃO COLETIVA
Bendito Tu sejas, Senhor, pela Tua benevolência em nos conceder Jesus, o Rei dos reis, o
nosso noivo, que se entregou por nós, que nos amou para sempre pela sua imensa Graça.
Tu, que nos destes a graça salvadora, Jesus, que reina contigo à Tua direita, também nos
concedeste o Teu Espírito Santo que recebemos depois de Jesus ter sido glorificado nos
céus.
Esse Consolador nos ensina todas as coisas e nos faz lembrar tudo o que Jesus disse. Nos
faz lembrar que Jesus orou a Ti pedindo a Unidade do Corpo para que o mundo creia.
Ao receber a virtude do Teu Espírito, nós no tornamos testemunhas em toda a Terra que
Jesus foi enviado por Ti, ó Pai, e que Nele somos um só Corpo, um só Espírito e temos um
só Senhor.
Assim, podemos proclamar em alto e bom som que a graça do Senhor Jesus Cristo, o
amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo têm sido conosco para sermos
instrumentos da busca da Unidade da Igreja. E, agindo assim, sabemos que o Espírito
Santo irá Se alegrar. Em nome de Jesus. Amém.
Um em Cristo 53
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
QUADRO ILUSTRATIVO
A GRAÇA E A LEI
Conta-se uma estória, que uma mulher se casou com um homem muito religioso e
exigente. Ainda que correto, ele não tinha misericórdia com a esposa. Estabelecia um
quadro de regras e as colocava na porta do quarto do casal, no banheiro, na cozinha
etc.
Quando a mulher não cumpria as leis do marido ela era punida. Com isto, ela vivia
infeliz, pressionada, insatisfeita. Mas um dia o marido morreu e aquelas leis não a
pressionavam mais. Ela estava livre da lei que a ligava ao marido (Romanos 7:1-3).
Esta mulher casou-se de novo, agora com um homem amoroso, misericordioso,
vivendo uma nova vida em relação ao passado. Tudo se fez novo para ela. Ela sentia
prazer em honrar o marido, era uma mulher realizada.
Uma vez, olhando as coisas antigas em um Baú, ela encontrou as 10 leis que seu antigo
marido exigia e que ela não conseguia cumprir. Para sua surpresa, ao ler estas regras,
constatou que estava cumprindo todas debaixo da cobertura do seu marido amoroso,
sem sacrifício, mas por amor.
Em Romanos 7:4, Paulo diz que o mesmo acontece conosco do ponto de vista da Lei,
pois nós já morremos e agora somos parte do Corpo de Cristo. Pertencemos a ele
agora que foi ressuscitado, para que possamos viver uma vida útil no serviço de Deus.
Nos dois versos seguintes, Paulo diz que quando vivíamos de acordo com a nossa
natureza humana, os maus desejos despertados pela lei agiam em todo o nosso ser e
nos levavam à morte. Porém, agora estamos livres da lei porque já morremos para
aquilo que nos mantinha prisioneiros.
Por isso, somos livres para servir a Deus, não da maneira antiga, obedecendo a lei
escrita, mas da maneira nova, obedecendo o Espírito de Deus.
Compare a lei (Antiga Aliança) com a graça (Nova Aliança) e medite como
está sendo a sua vida.
Um em Cristo 54
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE INDIVIDUAL
Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) Graça vem da palavra charis que significa “algo que delicia, traz alegria, um favor, algo
sem merecimento, um presente”;
2) ( ) Nós não merecíamos as dádivas de Deus, e nada que fizéssemos nos habilitaria a recebê-
las em retribuição, porém, deus no-las concedeu. Isto é Graça;
3) ( ) O Evangelho é um convite para descansar em Cristo, para receber a dádiva não merecida
que Deus nos concedeu no Filho. Nada existe nada que o homem possa fazer para ganhar a
salvação, nem no passado, nem no presente;
4) ( ) A mente carnal insiste em que o homem ganha a aceitação de Deus mediante
merecimentos;
5) ( ) Quando começamos a adicionar condições para recebimento da dádiva de Deus, sejam
quais forem as razões, estamos indo para um estilo de igreja religiosa e contra um estilo de
igreja quebrantada;
6) ( ) O corpo de verdades que proclama a revelação de Deus se chama boas novas, boas
notícias. É o anuncio de algo que aconteceu, mas ainda virão novas notícias por parte de
Deus para completar a nossa salvação;
7) ( ) Nada mais restou a homem a ser feito, exceto quando o pecado é muito grave; neste
caso, devemos fazer penitências.
Um em Cristo 55
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Um em Cristo 56
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.
Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________
Um em Cristo 57
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Que tal fazer um exercício de memorizar alguns versículos que evidenciam a graça
extravagante de Deus e que nos levem a ter atitudes idênticas para com as pessoas?
Memorizando esses versículos nós agiremos de forma diferente daqui para frente. Após decorar
e recitar várias vezes, tente tomar alguma iniciativa em coerência com essas palavras:
1) Mateus 5:44-45 – “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem, para que
sejais filhos de vosso Pai que estás nos céus. Ele faz que o sol se levante sobre maus e
bons, envia chuvas sobre os justos e os injustos.”
2) Lucas 6:35 – “Ao contrário, amai os vossos inimigos, fazei o bem, emprestai, sem nada
esperardes. Então será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo, porque ele
é benigno até para os ingratos e maus.”
No início da próxima reunião, cada um (em no máximo 2 minutos) poderá compartilhar
o que aconteceu nesta atividade.
Um em Cristo 58
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
LEITURAS ADICIONAIS
Um em Cristo 59
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ANOTAÇÕES
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Um em Cristo 60
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
LIÇÃO 04
O PERDÃO NA UNIDADE DO CORPO
Um em Cristo 61
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Essa graça abundante, prometida para os últimos dias, já está começando a ser
derramada. Nossa preocupação não deve ser esforçar-nos para nos santificar, mas discernir de
onde o Senhor está enviando essa graça e esperar inteiramente nela. A graça traz alegria,
motivação, força, santidade. Ela será derramada nos últimos dias em medida muito maior do
que em qualquer outra época da história da humanidade, pois o Senhor precisa de uma Igreja
santa que manifeste Jesus ao mundo.
Portanto, a questão é: o caminho do Senhor está desimpedido para que sua graça
chegue e o inunde? Você reconhece quando ela está presente? Ela está produzindo vida em
você? Você espera e depende totalmente dela? É importante ter esse entendimento, pois não
é possível ser santo seguindo regras. É somente pela graça de Deus que virá a santidade e, assim,
poderemos ver o Senhor.
Na sequência do texto de Hebreus 12, vemos que é possível ter a graça disponível sem,
porém, alcançar o coração: "... tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de
que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem"
(v.15). Muitos cristãos são salvos, mas estão travados, privados desta graça, pois algo a está
impedindo de chegar e fluir em sua vida. Não crescem na fé e não desenvolvem a vida em
santidade. Isso acontece quando mantêm vivos na memória os males e as ofensas reais ou
imaginários que outros lhes fizeram no passado; quando alimentam diariamente a amargura e
não se permitem perdoar.
Um sintoma disso é quando se fala mal de outros, pois a boca só fala daquilo que o
coração está cheio (Lc 6.45). Essa amargura cresce, alastra-se, contamina muitos, "seca" a graça
de Deus no coração e transforma-se num grande empecilho para a preparação do caminho do
Senhor.
Um em Cristo 62
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
...e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos
devedores; [...] Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai
celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas],
tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas. (Mateus 6.12,14,15).
Jesus enfatiza que seremos perdoados na mesma medida com que perdoamos ("assim
como"). Ou seja, a maneira como agimos com os outros é exatamente a maneira como Deus
agirá conosco.
Um em Cristo 63
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Jesus ensinou a Pedro que nossa dívida é impagável e, por isso, não podemos colocar
limites para perdoar aos outros. "Assim também vos fará meu Pai celestial, se de coração não
perdoardes, cada um a seu irmão" (v. 35). Da mesma forma como o rei reagiu, o Senhor
também fará com quem não perdoar: chamará de malvado, ficará irado e retirará o perdão.
Perdão total é aquele dado do íntimo, de todo o coração. Não é só de boca ou da cabeça,
mas de coração! Jesus nunca disse que, por sermos seus seguidores, por estarmos na Igreja, não
seríamos ofendidos; pelo contrário, disse que seríamos até mais sujeitos a ataques do que
aqueles que não conhecem ao Senhor. O fato é que somos machucados e machucamos outros,
somos ofendidos e ofendemos outros. A família e a Igreja são lugares onde nos ferimos, porque
ali convivemos bem de perto com os outros. A diferença é que conhecemos o perdão e devemos
e podemos praticá-lo com a graça do Senhor.
OS NÍVEIS DO PERDÃO
Existem quatro níveis de perdão:
1) Perdão desvinculado. Você perdoa, mas não quer mais ver a pessoa. Há uma pequena
diminuição do sentimento contrário, mas o relacionamento não se refaz.
2) Perdão limitado. Você até consente em cumprimentar o ofensor, mas o
relacionamento se resume a isso.
Um em Cristo 64
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
MISERICÓRDIA E JUSTIÇA
É importante ressaltar, porém, que o fato de perdoarmos de coração, e orarmos para as
pessoas não sofrerem as consequências de suas ações não significa que Deus vá responder da
forma que pedimos. Apesar de ter prazer em ouvir essa oração e de perceber a pureza do nosso
coração, ele é o Juiz que julga com justiça e que decide se a pessoa sofrerá castigo ou não. O
importante é que nós, que perdoamos, estaremos em paz total, livres de toda amargura, ódio
ou desejo de vingança.
Outro aspecto que precisamos entender é que perdoar totalmente não significa aceitar
a continuação de abuso ou violência da parte da outra pessoa. Exemplos: uma mulher que
apanha do marido pode perdoar, mas não precisa continuar aceitando a violência; uma mulher
que foi estuprada pode perdoar, mas deve denunciar o agressor à justiça para que ele não
continue em liberdade praticando isso com outras pessoas.
Perdão total também não quer dizer que não há justiça. O trono de Deus é baseado em
duas colunas: Justiça e Misericórdia. Justiça é dar a cada um o que ele merece. Misericórdia é
perdoar ao culpado, livrá-lo das consequências justas dos seus atos. Deus ama as duas, pois
ambas são aspectos inerentes ao seu caráter.
Quando temos dificuldade em perdoar, é porque surge em nosso interior um clamor
intenso: "Deus, não é justo o que ele fez comigo! O Senhor não está vendo? Vai deixar que ele
fique sem castigo? Não vai julgá-lo?" Daí o Senhor responde: "Você realmente quer que eu faça
justiça e castigue seu ofensor?" E, movidos por essa indignação justa (pelo menos aos nossos
olhos), respondemos: "Sim! Por que ainda não o fez?" Então, o Senhor nos retorna: "Amo a
justiça. Posso atender seu pedido com prazer. Só tem um detalhe: se eu fizer justiça com ele,
vou ter de fazer justiça com você também. Tem certeza de que é isso que quer?" Daí reagimos:
"Não, Senhor, de jeito nenhum! Use de misericórdia para comigo e faça justiça com ele!" E o
Senhor encerra o assunto com um xeque-mate: "Isso é impossível. Tanto posso usar justiça
quanto misericórdia. Mas não posso usar dois pesos e duas medidas. Se usar de justiça com seu
irmão, terei de usar a mesma medida com você. Se usar de misericórdia com você, usarei de
misericórdia com seu irmão."
Esse é o sentido literal das palavras que sempre aparecem na Bíblia relacionadas ao
perdão: "assim como". O rio que flui de Deus para nós tem de ser o mesmo que flui de nós para
Um em Cristo 65
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
nossos irmãos – quer seja de justiça, quer seja de misericórdia. E Ele nos dá o direito de decidir
que tipo de rio será!
O DIA DO PERDÃO
Sabemos que o dia da crucificação foi o dia do perdão. Somente o Filho do Homem, Jesus
Cristo, tem o poder de perdoar pecados (Mateus 9:6). Só ele pode tirar nossa culpa e tomar
sobre si os pecados de todos os homens, porque só ele é o Filho de Deus, só ele é sem pecado,
só ele é justo e não nasceu da semente de Adão, pois tornou-se homem pelo Espírito Santo.
O que Deus espera que façamos imediatamente após recebermos tão grande dádiva?
Que imensamente agradecidos pratiquemos com o nosso próximo este ato de amor. Isto fica
claro em Mateus 18:21-35 quando o rei (Deus) perdoa uma dívida impagável de um servo (nós),
demonstrando seu grande amor e o que é a sua graça. Todavia, o rei requer que o servo
perdoado (livre) também perdoe os seus companheiros. Assim como Deus teve misericórdia de
nós, devemos igualmente ter misericórdia dos outros: “Assim como Cristo vos perdoou, fazei
vós também” (Colossenses 3:13b).
Um em Cristo 66
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Aqui, portanto, fica claro que quando Deus perdoa o pecador isso reflete na convivência
dos irmãos na fé. Receber o perdão de Deus e perdoar os outros são duas coisas que andam
lado a lado. Isto fica muito claro na oração do Pai Nosso, onde Jesus diz: “Perdoa-nos a nossas
dívidas, assim como nós temos perdoado os nossos devedores” (Mateus 6:12, grifos nossos).
Em outras palavras, assim como nós tivemos o dia do perdão que nos redimiu, que nos
fez uma nova criatura, teremos também o dia do perdão para pessoas que nos devem, que no
ofenderam.
Imagine que enquanto nós não perdoamos, enquanto não houver o dia do perdão, não
tem significado no mundo espiritual as nossas ofertas (dízimos), louvor e adoração e, até
mesmo, as nossas orações. Por isto o dia do perdão é urgente.
O ganho no Perdão
Neste caso, Deus ensina: a) que o silêncio não é a voz do perdão; b) que não se deve
colocar uma pedra em cima; c) que o tempo não fará esquecer; d) que sentir-se ofendido é
normal, pois todos temos uma personalidade; e) que nós não devemos comentar com ninguém,
mas ir ao encontro do desafeto.
Muitas vezes, as pessoas falam que sequer conseguem ser recebidas pelos seus
desafetos para perdoar ou pedir perdão. Nestes casos, sugiro que enviem uma carta, um e-mail,
uma mensagem, sempre com muita humidade. Não dando certo, devemos pedir ajuda de
pessoas que se relacionam com esses desafetos.
Veja que Jesus ensina que “se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele
só; se te ouvir ganhaste teu irmão.” O que significa “ganhaste teu irmão”? Se eu sou cristão e
ganho um irmão, significa que a família de Cristo está aumentando na terra. Ora, não é este o
propósito de Deus? Agregar à Igreja aqueles que serão salvos? Mas atenção! Mesmo que o
nosso desafeto já seja salvo, todavia, em inimizade, sem perdão para o próximo, o perdão de
Deus é retirado! Assim, perdão está relacionado com testemunho, com evangelismo. Tudo para
a Glória de Deus Pai!
Um em Cristo 68
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
UM FATO CONCRETO
Como posso saber se perdoei de coração, se pratiquei o perdão total? Podemos saber
comparando nosso coração com o de José do Egito.
Então, disseram uns aos outros: Na verdade, somos culpados, no tocante a nosso
irmão, pois lhe vimos a angústia da alma, quando nos rogava, e não lhe acudimos; por
isso, nos vem esta ansiedade. [...] E, retirando-se deles, [José] chorou; depois,
tornando, lhes falou. (Gênesis 42.21-24).
José havia sido vendido cruelmente aos egípcios pelos seus irmãos, sofrendo por muitos
anos injustamente. Ele poderia ter alimentado um enorme espírito de vingança, mas não o fez.
Quando José começou a provar seus irmãos, viu que os mesmos ainda viviam angustiados e
sofrendo durante todos aqueles anos. Então, ele saiu dali e foi chorar, mas de pena deles, por
estarem ainda atormentados, carregando aquela carga de culpa tão pesada.
Então, José, não se podendo conter diante de todos os que estavam com ele, bradou:
Fazei sair a todos da minha presença! [...] E disse a seus irmãos: Eu sou José; vive ainda
meu pai? E seus irmãos não lhe puderam responder, porque ficaram atemorizados
perante ele. [...] Então, disse: Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito.
Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes
vendido para aqui; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós.
[...] Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, e sim Deus, que me pôs por pai de
Faraó, e senhor de toda a sua casa, e como governador em toda a terra do Egito.
(Gênesis 45.1-8)
Quando José finalmente se revelou aos irmãos, ele pediu que não sofressem mais, que
não levassem mais aquela culpa, pois foi Deus quem permitira que tudo aquilo sucedesse para
que fossem salvos. José não queria que continuassem sofrendo por aquele mal que lhe haviam
feito.
Deus quer que aprendamos a praticar o perdão total: orar pelas pessoas que nos fizeram
mal, desejar de coração que não sofram pelo que nos fizeram, que não carreguem essa culpa,
que não sejam castigadas, mas que sejam totalmente abençoadas. Isso é perdão de coração.
ORAÇÃO COLETIVA
Senhor Deus e Pai, os discípulos pediram mais fé para Jesus quando ele determinou que
eles perdoassem sete vezes por dia. Jesus também nos ensinou a perdoar setenta vezes
sete, ou seja, sempre, constantemente.
Sabemos, Senhor, que é a falta de perdão que divide o casamento, as famílias, as
pessoas, a Igreja.
Um em Cristo 69
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Sabemos, ó Deus Pai, que a falta de perdão enfraquece a nossa oração, nos traz doenças,
invalida as nossas obras e rouba a nossa salvação.
Ajuda-nos, Senhor, a nos arrependermos desse pecado. Dá-nos humildade para procurar
depressa nossos ofendidos e ofensores e praticarmos o perdão.
Queremos exercer esse ato de fé, perdoando outras pessoas, mesmo aquelas que vivem
o Cristianismo de forma diferente da nossa, e confiar que Tu és um Juiz melhor do que
nós. Perdoando, eu abandono meus próprios direitos de me vingar e deixo toda a questão
da justiça nas Tuas poderosas mãos. Em nome de Jesus Cristo. Amém.
Um em Cristo 70
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
QUADRO ILUSTRATIVO
Um em Cristo 71
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE INDIVIDUAL
Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) O caminho do Senhor não é algo externo, físico, mas dentro de nós. Deve ser aplainado
e desimpedido para o Espírito Santo atuar em nós e por meio de nós;
2) ( ) Nossa preocupação maior deve ser esforçar-nos para nos santificar, para não guardar
mágoas no coração contra ninguém;
3) ( ) O perdão cura, restaura, mas não tem efeito quando se trata de feridas enraizadas com
o tempo;
4) ( ) Muitos cristãos não crescem na fé e na vida em santidade, pois mantêm vivos na
memória os males e ofensas que lhes fizeram no passado;
5) ( ) Pessoas que não perdoam vivem expressando suas mágoas e sendo consumidas pelo
ódio e amargura;
6) ( ) O perdão não tem um limite diário. Quando Jesus disse 70x7, na verdade, ele estava se
referindo a um número ilimitado de vezes diariamente.
7) ( ) Há 4 níveis de perdão: Desvinculado, Limitado, Total sem restauração do relacionamento,
Total.
(d) NDA.
4) Perdão Total é:
(a) Perdoar, mas não reatar o relacionamento;
(b) Voltar a conversar com o ofensor, mas se resumir a isso;
(c) Restaurar por completo o relacionamento;
(d) NDA.
5) Perdoar totalmente significa:
(a) Não se importar com a continuação dos abusos;
(b) Não se importar se haverá justiça e misericórdia;
(c) Esquecer completamente dos ofensores;
(d) NDA.
6) Quando somos perdoados e perdoamos:
(a) Ainda teremos sentimentos de culpa por um tempo;
(b) Precisaremos quitar esses pecados em forma de sacrifícios e boas obras;
(c) O Diabo perde seu direito de acesso e seu posto de acusador;
(d) NDA.
7) O espírito de ódio e de vingança:
(a) Motiva e fortalece nosso coração a crescer em Deus;
(b) Gera sentimentos de culpa, tristeza e angústia;
(c) Faz com que deixemos de sofrer pelos pecados cometidos;
(d) NDA.
8) Deus quer que pratiquemos o Perdão Total para que:
(a) Eliminar todo peso e culpa sobre nós e sobre os que nos feriram;
(b) Relacionarmos com as pessoas sem nos preocupar se lhes devemos algo;
(c) Deixar o peso da culpa somente sobre os nossos ofensores;
(d) NDA.
9) A Reforma Protestante errou quando:
(a) Ensinou um evangelho diferente e distorcido às pessoas;
(b) Pregou a prática de boas obras para a salvação;
(c) Não enfatizou a prática do perdão uns aos outros;
(d) NDA.
10) Uma das principais razões que nos é difícil perdoar é que:
(a) Não queremos dar o braço a torcer;
(b) Não entendemos o quanto Deus nos perdoou;
(c) Nem sempre somos nós que erramos;
Um em Cristo 73
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
(d) NDA.
QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.
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Data: _________/_________/__________
Um em Cristo 74
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Nesta semana, após entender o propósito do perdão, você poderia procurar alguém de
uma outra confissão cristã diferente da sua, explicar o curso que está fazendo, e se um dia você
fez qualquer comentário ou juízo da forma que eles praticam o cristianismo, pedir perdão
(mesmo que ela não entenda o que você está fazendo).
Se você não tem para quem pedir perdão, certamente deve conhecer algum amigo, ou
irmão da fé, ou parente que faz críticas aos outros que não têm uma prática cristã igual a dele.
Da mesma forma, fale sobre o curso que está fazendo e o quanto é importante não agir assim.
Se possível, sugerir a reconciliação.
Compartilhe com o seu grupo, no início da próxima reunião, qual atividade você teve
em relação ao perdão para glorificar o nome de Deus.
Um em Cristo 75
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
LEITURAS ADICIONAIS
Um em Cristo 76
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ANOTAÇÕES
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Um em Cristo 77
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Um em Cristo 78
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
LIÇÃO 05
O BATISMO NO AMOR DE DEUS
Eu vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem depois de mim
é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará
com o Espírito Santo... (João Batista, em Mateus 2:11).
O AMOR ÁGAPE
João Batista não é apenas mais um profeta, mas é o mensageiro anunciado pelo profeta
Isaías (Mateus 2:3). Ele é o maior de todos os nascidos de mulher, conforme o próprio Jesus diz
(Mateus 11:7-11). João é o Elias que estava para vir (Mateus 11:14). Mesmo assim ele se
considerou o mais humilde dos servos diante da grandeza de Jesus, dizendo não ser digno de
carregar suas sandálias.
A missão de João é preparar o povo de Israel para a vinda do Messias prometido. O povo
precisava se arrepender dos seus pecados e ser batizado. João batiza com água, mas profetizou
que viria um outro que batizaria com o Espírito Santo, Jesus. O profeta Joel tinha dito que nos
últimos dias Deus daria o Seu Espírito para o Seu povo (Joel 2:28-29). Pentecostes (Atos 2)
mostrou a vinda do Espírito Santo como chamas que se espalharam como línguas de fogo, que
simbolizavam a presença poderosa de Deus. Com este poder recebido, os apóstolos de Jesus
(que estavam amedrontados), receberam uma ousadia do alto e passaram a anunciar
corajosamente a morte e a ressurreição de Jesus.
Da mesma forma, Deus derramou o Seu amor em nossos corações por meio do Espírito
Santo que Ele nos deu (Romanos 5:5), por causa da obra perfeita de Jesus. Pelo Espírito Santo
somos inundados (batizados) no amor de Deus, num amor poderoso que em grego chamamos
de Ágape. Deus é amor Ágape (I João 4:8). Ágape, segundo Malcolm Smith no seu livro
“Esgotamento Espiritual”, não é uma emoção que Deus exerce, mas Sua própria natureza, Sua
maneira de ser. Ágape é a escolha eterna de Deus, a decisão de existir para as pessoas, existir
para o bem de Sua criação.
O amor ágape não traça círculos, não exclui ninguém. Ele ama por quem Ele é, não por
causa de algum desempenho do ser amado. E Jesus expressou este amor Ágape: ele morreu
para que seus inimigos, os que o odiavam, não precisassem morrer. Quem está em Jesus, está
cheio do Espírito Santo e batizado neste amor. Neste amor somos ousados e lançamos fora o
medo (1 João 4:18).
Um em Cristo 79
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
UM NOVO MANDAMENTO
Jesus é o centro do Velho e do Novo Testamento. Ele é a maior autoridade, o Príncipe
da vida, o Salvador da humanidade. Por tudo isso, queremos estar atentos à ênfase dos seus
ensinamentos.
Num certo momento, quando Jesus passava as últimas instruções para seus discípulos,
algumas horas antes da sua crucificação, ele declarou: “Novo mandamento vos dou: que vos
ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros...” (João
13:34).
Em outras palavras, ele estava dizendo que, de tudo aquilo que havia ensinado, algo
maior deveria ficar. Se é novo, significa que supera os outros ensinamentos. Se é novo, torna-
se revolucionário. Se é novo, diferencia-se de tudo que foi dito antes. Se é novo, é primordial,
prioritário. Certamente todos ficaram atentos para ouvir a lei magna do Cristianismo: o novo
mandamento, a nova imposição, a principal exigência da vida cristã é o AMOR. Não é um amor
qualquer, mas um amor sacrificial, de dar a vida (em grego, o amor Ágape).
A MARCA DO CRISTÃO
Todavia, o impacto da declaração de Jesus não parou por aí; ele ainda revelou algo mais
impressionante para seus seguidores: anunciou que aqueles que forem seus terão uma marca,
um sinal, uma identificação inconfundível diante do mundo, diante dos incrédulos e diante de
outros cristãos: "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos
outros". (João 13:35). Jesus disse que seus seguidores seriam conhecidos por todos através de
uma única e exclusiva marca: O AMOR DE UNS PARA COM OS OUTROS.
Entre os discípulos de Jesus havia um conhecido como "o discípulo amado", aquele que
se recostava sobre o peito de Jesus. João reclinava-se sobre o peito de Jesus, podendo ouvir seu
coração pulsar, sentindo a virtude extravasando do seu corpo. Seu relacionamento era íntimo
com Jesus; ele não só o ouvia, como também o sentia. Foi esse mesmo João que escreveu três
cartas maravilhosas, que podem ser chamadas de "cartas de amor". Ninguém podia entender
tanto de amor como ele. Na sua primeira carta, inspirado pelo Espírito Santo, João fez
declarações tão fortes, tão incisivas que muitos cristãos preferem não lê-las, ou, quando as
leem, "desligam" seu potencial de compreensão. Entender os escritos de João sobre o amor,
certamente nos ajudará a entender o que é ser batizado no amor de Deus.
Um em Cristo 80
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
cremos no nome dele, quando reconhecemos que ele foi o nosso substituto na cruz (João 1:12).
Assim, mudamos de paternidade, pois fomos comprados pelo precioso sangue de Jesus; somos
redimidos, resgatados do nosso ex-pai. A isto chamamos de “novo nascimento” (João 3:3).
Podemos dizer, então, que todos os que estão na igreja e que se dizem cristãos são filhos
de Deus? Esse texto diz claramente que a identificação que pode nos garantir que somos filhos
de Deus é ter o amor verdadeiro por nossos irmãos. Quando desprezamos um irmão falando
mal dele, virando o rosto ou tendo outras atitudes parecidas, podemos perguntar se a nossa
paternidade ainda é do Diabo, pois quem não ama seu irmão não é de Deus. Isso pode parecer
muito extremista, mas é a verdade das Escrituras.
Você pode argumentar que a paternidade demoníaca é só para os incrédulos, para as
pessoas "do mundo". Entretanto, analise o que João escreveu para os que se dizem cristãos,
para os crentes. Em várias partes de sua primeira carta ele os chama de "meus filhinhos" (versos
7, 18). Portanto, João quer levar-nos a uma reflexão profunda: "Quem somos nós?"
O nosso relacionamento familiar com a esposa e com os filhos é um termômetro
importante: sou filho de Deus ou do Diabo? O nosso relacionamento com irmãos da nossa
congregação e com irmãos de outras igrejas deve levar-nos a avaliar profundamente quem é o
nosso pai. Eu diria que esse é o nosso vestibular: passamos ou não passamos, somos aprovados
ou reprovados. Não há meio-termo, não há ausência de pai; ou é um, ou é outro. Se levássemos
isso a sério, a nossa igreja e a nossa casa seriam um paraíso; não haveria mais divisões;
estaríamos vivendo o verdadeiro Reino de Deus aqui na terra; a marca de Cristo, o amor, seria
revelada a todos.
Um em Cristo 81
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
busca a perfeição no cumprimento da lei e, quem ama, cumpre a lei. Portanto, o amor é o centro
dos ensinamentos de Jesus.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
comunhão um com o outro. Mas o que aconteceu um dia? Caim matou Abel! Por isso João diz:
"Não sendo como Caim, que era do maligno, e matou a seu irmão" (1 João 3:12). Em outras
palavras, João está dizendo: “Como Caim, você também está convivendo com irmãos (dentro
da igreja), se relacionando, tendo comunhão; assim, cuidado para não matar o seu próximo”.
Como pode alguém matar seu irmão? Através da língua, pois nela há veneno mortal (Tiago 3:8;
Gálatas 5:15).
Não faça da igreja um lar como o de Caim e Abel. Cuide para que não aconteça a mesma
tragédia. Ame ao seu irmão com intensidade, com amor ardente.
Um em Cristo 83
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
É ORDEM OU SUGESTÃO?
Veja que tipo de amor a Bíblia nos ensina: "Nisto conhecemos o amor, em que Cristo
deu a sua vida por nós, e devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1 João 3:16). O amor de dar
a vida, o amor sacrificial, o amor que traz prejuízos, perdas e sofrimentos.
Normalmente, gostamos do amor que nos traz lucro. Convidamos pessoas agradáveis
para estar conosco, para partilhar da nossa mesa; pessoas com os mesmos ideais, da mesma
classe social, pessoas que não nos incomodam. Esse tipo de amor, embora bom, não é sacrificial
e não tem valor algum no sentido cristão. Paulo nos ensina que o amor dos filhos de Deus
sempre sofre, sempre espera, sempre crê e sempre suporta (1 Coríntios 13:7). Esse é o amor no
padrão de Jesus.
Nunca vi um homem ser cuspido no rosto e, se um dia eu presenciar algo semelhante,
certamente verei o ofendido reagir, pois isso é humilhante demais. Porém, Jesus, o Criador de
todas as coisas, recebeu cuspidas no rosto, não reagiu e ainda disse: "Pai, perdoa-lhes; porque
não sabem o que fazem” (Marcos 15:19; Lucas 23:34). Tudo por amor. Amor por mim, amor
por você. “Agora, faça a mesma coisa”, diz a Palavra de Deus.
Veja que a Palavra não está sugerindo que você faça isso, mas está ordenando: “E
devemos dar nossa vida pelos irmãos”. O amor é um mandamento, o novo e o último, o único
suficiente para revelar a marca do cristão, do filho de Deus.
Um em Cristo 84
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
O versículo seguinte (1 João 3:17) diz que onde há amor nenhum irmão passa
necessidade, pois os bens são compartilhados. Compartilhar os bens com os irmãos é um
exemplo de prejuízo, de perdas. A nossa carne não gosta de enfrentar situações de sacrifício e
prejuízo, mas, com a força de Deus, podemos cumprir esse mandamento.
O RESUMO DA BÍBLIA
Este versículo é um resumo de toda a Bíblia: “Ora, o seu mandamento é este, que
creiamos em o nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o
mandamento que nos ordenou” (1 João 3:23).
Sem crer no nome de Jesus não adianta amar, ainda que seja uma boa coisa, para fins
de salvação. Não há salvação em nenhum outro a não ser em Jesus Cristo. Todavia, um indicador
de que você realmente creu é fazer a vontade do seu Senhor. E a vontade Dele se resume numa
coisa só: ame o seu irmão com a mesma intensidade com que Jesus lhe amou.
O capítulo seguinte, 1 João 4, mostra exatamente o porquê eu devo amar, qual é a força
motriz, qual é o combustível que alimenta o amor: “Nisto consiste o amor, não em que nós
tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou, e enviou o seu Filho como propiciação
pelos nossos pecados” (1 João 4:10). Portanto, amamos aos irmãos porque Deus nos amou
primeiro.
Um em Cristo 85
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
humano: ele vem de Deus. "Porque o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo
Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Romanos 5:5).
A primeira coisa que precisamos aprender é que esse amor não é um mero sentimento,
mas um ato de vontade gerado por Deus em nós. Para ter esse amor, é necessário tomar a
decisão de amar, inspirado em Jesus Cristo. No Getsêmani, Jesus tomou a decisão de amar. Ele
não queria enfrentar aquela morte pavorosa, mas pediu que fosse feita a vontade do Pai e não
a sua. Quando Jesus disse “sim” ao Pai e tomou a decisão, Deus o encheu de força e amor para
encarar a morte e nos amar até o fim.
Talvez você esteja diante de uma situação muito difícil, que lhe custará muito. Não olhe
para os seus sentimentos; olhe para Jesus e tome a decisão. Diga ao Pai: "Senhor, eu não quero
fazer isso, mas seja feita a tua vontade (que eu ame meu irmão), e não a minha.” Neste
momento, o amor de Deus, que já está em você, suprirá todas as suas necessidades e você
estará abastecido para amar seu irmão com o amor divino, o amor de dar a vida, o amor
sacrificial. Então, você não precisará arrancar esta maravilhosa página de amor da sua Bíblia.
UM FATO CONCRETO
Na igreja primitiva, o relacionamento entre os crentes e Deus, e dos irmãos uns com os
outros, era de suma importância. A paz, a luz, a cordialidade, o amor, o perdão, a generosidade
e a aceitação que emanavam daquela comunidade singular penetravam numa cultura exausta,
entediada, sem amor e desgastada, e despertavam a fome espiritual tanto de judeus como de
pagãos. “Eis como eles amam uns aos outros!”, foi dito a respeito deles. Homens enfastiados,
fartos de pecados procuravam entender a estranha e convidativa qualidade de vida que
marcava os discípulos. Neste tão atrativo ambiente, os homens perdidos estavam dispostos a
ouvir aqueles que não podiam deixar de falar das coisas que viram e ouviram.
Uma das maiores pedras de tropeço ao mundo lá fora da igreja é a maneira pela qual os
cristãos se tratam mutuamente. O mundo atual poderia ser inclinado a dizer com bastante
razão, ao contemplar a Igreja: “Eis como eles tem aversão uns pelos outros!” O trabalho fiel dos
cristãos zelosos no evangelismo é, muitas vezes, anulado pelas atitudes e ações dentro da
família cristã. A imagem coletiva da Igreja, muitas vezes, torna sem efeito o testemunho fiel dos
membros individuais.
ORAÇÃO COLETIVA
Ó Senhor nosso, quão magnífico em toda a Terra é o Teu nome. De todas as Tuas
maravilhas, certamente a maior delas é Cristo, que morreu por todos nós, estabeleceu a
paz pelo seu sangue derramado na cruz e nos reconciliou Contigo e com todas as coisas,
tanto da Terra como dos céus.
Esse amor de Cristo, que nos fez novas criaturas, nos impele para que não vivamos para
nós mesmos, mas para aquele que morreu e ressuscitou por nós.
E Cristo, pelo seu amor, nos confiou a palavra da reconciliação e nos constrangeu a
sermos embaixadores, pacificadores da Unidade do Teu Corpo, a Igreja.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Dá-nos, Senhor, fé suficiente para vencer e convencer aqueles que são inimigos da
Unidade; aqueles que não admitem a “Unidade no Amor” com irmãos em Cristo que têm
particulares diferentes deles; aqueles que se julgam a única igreja certa, os donos
absolutos da verdade.
Fomos reconciliados Contigo, ó Pai, através do Teu Filho, e agora buscamos a
reconciliação entre os irmãos para reatar as amizades perdidas. Em nome de Jesus Cristo.
Amém.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
QUADRO ILUSTRATIVO
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE INDIVIDUAL
Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) Em 1 Coríntios 12:31, Paulo diz que o amor é mais relevante que os dons: “Portanto,
procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente”. Ou
seja, ele reforça que é bom e importante buscarmos os dons, mas que existe algo mais
precioso, mais excelente que os mesmos;
2) ( ) Ainda que tenhamos todas as revelações e mistérios de Deus, de tudo que envolve a
beleza da salvação, da grandeza e majestade do Senhor, se não tivermos amor nada disso
terá muito significado para nós. Mas se tivermos fé para fazer milagres, isto é mais
importante que o amor;
3) ( ) O propósito de Jesus sempre foi fazer o bem, amar as pessoas. Não há como
compreender a vida, o ministério e o sacrifício de Jesus sem esse ingrediente principal do
amor;
4) ( ) Jesus nos resgatou das mãos do Diabo, pagando com sua própria vida o preço exigido e
necessário. A Palavra nos ensina que a vida está no sangue e, quando Jesus derrama seu
sangue, ele faz uma troca: dá a vida dele para que nós tenhamos vida. “Porque Deus amou
o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito...” (João 3:16).
5) ( ) “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós,
que também vós uns aos outros vos ameis” (João 13:34). Jesus não está se referindo à
quantidade do seu amor, porque isso seria impossível, inimitável; ninguém pode fazer igual.
Mas ele está se referindo à qualidade ou intensidade deste amor, que é o amor de dar a vida
pelo irmão – um amor sacrificial, que dói, que custa algo.
6) ( ) O amor é a única marca que verdadeiramente identifica o cristão. Cristão não é
caracterizado por levar uma Bíblia embaixo do braço, ou por pregar em uma praça pública,
ou por cantar em uma igreja. Todas essas coisas são boas e devem ser feitas, mas Jesus disse
que a única marca legítima do cristão é quando ama como ele amou.
7) ( ) Às vezes agimos como juízes dos irmãos. Devemos ser intolerantes com os pecados e
também com os pecadores. Jesus convivia com pecadores, com pessoas más, com adúlteros,
prostitutas, corruptos e mesmo assim os amava. Porém, só Jesus conseguiu fazer isto.
Um em Cristo 90
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
9) “Qualquer que não pratica a justiça e não ama seu irmão, não é de Deus.” Quem disse isto
foi:
(a) O apóstolo Paulo
(b) O apóstolo Pedro
(c) O apóstolo João
(d) NDA
10) O amor é uma doutrina ensinada:
(a) Desde o princípio
(b) A partir dos Evangelhos
(c) Somente no Novo Testamento
(d) NDA
QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.
Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________
Um em Cristo 91
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Nosso desejo e oração é que incentivemos mais os nossos corações a tomar decisões em
relação ao amor. Será que não há alguma pessoa doente que precisa da nossa visita e oração?
Será que não tem alguém que está preso, necessitando de alguém que lhe visite? Será que não
conhecemos pessoas que estão famintas, carentes de uma ajuda material? Jesus não disse que
quando fizermos estas coisas é a ele que estamos fazendo? “Em verdade vos digo que quando
o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mateus 25:40)?
O ato de irmos atrás do carente, do feio, do sujo (no sentido de pessoas que sofrem,
angustiadas) é a prática do amor. “Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-
me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e
visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver” (Mateus 25:35,36).
Será que você não conhece algum amigo ou parente que se afastou da igreja, do Senhor?
Talvez você possa ir até ele, levar um livro, fazer uma oração e “dar água viva” a ele. Talvez
possa hospedar visitantes que chegam ao nosso meio, doar algum móvel usado para alguém
que precise.
Ou ainda, nesta semana: doe uma cesta básica; limpe o seu guarda-roupas e doe roupas,
sapatos que você não usa mais; vá num Hospital e pergunte sobre alguém que não recebe visitas
e faça este ato de amor.
No início da próxima reunião, cada um (em no máximo 2 minutos) poderá compartilhar
o que aconteceu nesta atividade.
Um em Cristo 92
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
LEITURAS ADICIONAIS
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ANOTAÇÕES
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LIÇÃO 06
A UNIDADE DA TRINDADE E
A CULTURA DE HONRA
Então veio Jesus da Galileia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele.
Mas João o impedia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?
Jesus, porém, lhe respondeu: Consente agora; porque assim nos convém cumprir toda
a justiça. Então ele consentiu. Batizado que foi Jesus, saiu logo da água; e eis que se
lhe abriram os céus, e viu o Espírito Santo de Deus descendo como uma pomba e vindo
sobre ele; e eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me
comprazo. (Mateus 3.13-17)
aprendido a considerar as características individuais de cada irmão não como uma ameaça ou
afronta, mas como tesouros e dádivas que nos enriquecem e nos acrescentam naquilo que nos
falta.
A honra é a cultura do Reino de Deus que celebra e promove a nossa unicidade,
reconhece quem somos e o status que gozamos como nova criatura em Cristo. Tudo aquilo que
nos desqualificava em nossa natureza caída, agora pelo Espírito de Deus, são revertidas em
virtudes e nos permitem ver Cristo uns nos outros – “Assim que, se alguém está em Cristo, nova
criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”. (2 Coríntios 5:17)
A cultura da crítica e da depreciação, tão presentes em nosso sistema social, promovem
exatamente o oposto da cultura da honra: as falhas, os defeitos e negativiza as diferenças.
Portanto, assim como a cultura da honra sustenta a vida em aliança, a cultura da crítica causa a
divisão.
Quando olhamos a fundo a história das divisões da Igreja, notamos que em essência, não
são as diferenças teológicas ou estilos distintos aos ministérios que promovem a desonra, mas
sim a intolerância ao diferente, sustentado por um espírito crítico. Lembramos sempre que ser
diferente não é pecado. Pecado é a intolerância.
Então perguntamos: Como pode haver unidade na diversidade? Qual o papel da honra
em preservar relacionamentos diante de características menos louváveis dos irmãos?
Um em Cristo 96
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
de amor traz liberdade, enquanto o medo produz necessidade de controle. Por isso em um
ambiente onde não existe honra, dificilmente haverá liberdade e cada um buscará proteger o
que é importante e valioso para si. Quando existe um ambiente de honra, nossos
relacionamentos são curados, renovados e o medo, a dúvida e a insegurança de outrora se
tornam apenas sombras.
Essa ideia pode ser melhor resumida no quadro a seguir:
Ambiente de Honra Ambiente de Desonra
Cultura de relacionamentos nos CÉUS Cultura de relacionamentos na TERRA (caída)
Promove o AMOR Promove o MEDO
Resulta em LIBERDADE Resulta em CONTROLE
Eu protejo o que é importante PARA VOCÊ Eu protejo o que é importante PARA MIM
É a essência de uma ALIANÇA É a essência de uma DIVISÃO
Um em Cristo 97
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Honra é a moeda dos céus e está na essência do relacionamento da Trindade. Por meio
da obra da cruz Jesus elevou o nosso status, como vemos em sua oração sacerdotal em João
17:21 - “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles
sejam um em nós…”. Fomos promovidos a um status real!
Esta é a honra que vemos na parábola do Filho Pródigo (Lc 15:11-32). Aquele filho que
desonrou seu pai, pedindo sua herança ao pai ainda em vida, quebrou sua aliança familiar e
abandonou seu lar para desperdiçar sua vida em um mundo de trevas. O status do filho se
tornou indigno: ele atingiu o fundo do poço, cercado de vergonha e desprezo. Em sua miséria,
arriscou uma última chance de voltar para tentar ser considerado um servo na casa de seu pai.
A última coisa que ele esperava encontrar era honra, depois de tudo o que havia feito:
Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-
lhe um anel na mão, e alparcas nos pés; E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e
comamos, e alegremo-nos. (Lucas 15:22,23)
O filho indigno, símbolo da vergonha da família, foi promovido, glorificado, recebeu
prestígio, respeito e admiração. As vestes representavam o status real. As alparcas nos pés
representavam a liberdade (diziam que o filho não era escravo, mas senhor). Por fim, o anel no
dedo representava a autoridade do nome da família. Isso significa não só o perdão, mas a
restituição de bens e direitos. A festa foi a solenidade para honrar o filho e se alegrar pelo seu
retorno. Esta celebração era um marco público da restituição que estava sendo feita.
A QUEM SE DÁ HONRA?
A Bíblia nos oferece uma lista de pessoas a quem devemos honrar: Jesus (Apocalipse
5:13); Reis (autoridades constituídas, 1 Pedro 2:17); Pais (Êxodo 20:12); Esposas (1 Pedro 3:7);
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Viúvas (1Timóteo 5:3). Essa lista a princípio não nos causaria surpresa, afinal, falamos ou de
figuras de autoridade e status ou de figuras que representam um cuidado especial ou zelo. É
seguro dizer que é relativamente fácil atribuir honra a pessoas honrosas. Mas o que realmente
nos desafia é o último grupo de honra tratado por Pedro em sua primeira epístola: “Honrai a
todos…” (1 Pedro 2:17).
Pedro não está nos dando espaço para exceções. A honra não é somente uma resposta
a pessoas dignas, mas uma cultura do povo de Deus na terra que redefine completamente a
forma de nos relacionarmos. A capacidade de honrar já nos foi dada, pois, como vimos na
parábola do filho pródigo, fomos primeiramente honrados por Deus, para que então
pudéssemos honrar uns aos outros. É o mesmo princípio que encontramos para o amor e para
o perdão. Amamos porque Cristo nos amou primeiro. Perdoamos as pequenas ofensas, pois
fomos perdoados de uma grande ofensa.
Quando honramos o nosso próximo, honramos a Deus. Foi o próprio Jesus, conforme
descrito em Mateus 25, que nos faz perceber a ligação entre a forma de tratamento a outros
irmãos como sendo ao próprio Deus: “…Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes
meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (v. 40).
Em Efésios 5:21, Paulo fala do mesmo princípio quando diz: “Sujeitando-vos uns aos
outros no temor de Deus”. Novamente notamos uma relação direta de como o nosso
relacionamento com Deus afeta o nosso relacionamento com irmãos.
Ademais, a honra me habilita a promover alguém, mesmo quando este não se enxerga
desta forma e age aquém daquilo que é. A honra é um recurso contra o engano e a mentira que
distorce o senso de identidade celestial dos santos; é uma arma que Deus nos dá para quando
a verdade Dele é corrompida pelo pecado, pela dor e pelas circunstâncias temporais.
Os lisonjeios políticos, por sua vez, provêm da cultura humanística centrada no culto ao
homem, na idolatria, e movida por interesses egoístas. Isso é uma perversão da cultura de honra
que provém do Reino de Deus, e não deve ser confundida. Na cultura de honra a motivação
central é a honrar, glorificar, exaltar, louvar e promover o nome do Senhor, reconhecendo a sua
multipresença e unção no Corpo de Cristo em toda sua diversidade.
Um em Cristo 100
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Um em Cristo 101
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
um lugar especial nesta Igreja: como cabeça da mesma! Este é um lugar de comando, controle,
direção, orientação. Jesus é aquele que manda, que governa, que diz o que fazer, como fazer,
para onde ir.
Se queremos um ambiente de honra entre nós precisamos reconhecer o lugar que o Pai
colocou Jesus na Igreja. Eu gostaria muito que Jesus chegasse diante de nós e não tivesse de
lamentar por não ter podido realizar em nosso meio tudo o que ele gostaria de ter realizado
(Lucas 13.34). Que ele possa hoje olhar para nós e dizer: “Querido povo, queridos filhos, que
bom que vocês estão reconhecendo o que estou fazendo entre vocês. Que bom que estão
reconhecendo a visitação que estou trazendo sobre suas vidas.” Se nós reconhecermos o que
ele está fazendo ele fará mais; ele ficará à vontade para agir e para multiplicar a sua operação
entre nós. Quando a cabeça dá ordens aos membros e esses reconhecem e obedecem, então o
corpo todo trabalha e a cabeça consegue realizar tudo o que planejou.
Essa é a Igreja do Senhor! Reconheçamos que o Senhor é o nosso Deus, o nosso cabeça,
o nosso Rei. Que entre nós não haja resistência à autoridade do nosso Senhor Jesus, ao lugar
soberano que Deus colocou Jesus sobre Seu povo. É verdade que haverá um dia em que todo
joelho se dobrará e toda língua confessará essa verdade (Filipenses 2.10,11), mas podemos
proclamar que JÁ EXISTE um povo cujos joelhos se dobram e cujas línguas confessam que Jesus
Cristo é o Senhor. Este povo é a Igreja espalhada sobre a Terra que reconhece Jesus como sua
cabeça, como sua autoridade.
Para nós, Jesus não é somente um homem histórico, não é apenas o filho de Maria e de
José. Para nós ele é Jesus Cristo, o filho do Deus vivo, o Deus que “se fez carne e habitou entre
nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.”
(João 1:14). Reconhecemos que ele esteve entre nós, que ele morreu, ressuscitou, está à destra
do Pai, vive entre nós e voltará em glória e poder! Nós reconhecemos e provamos isso quando
obedecemos a tudo quanto ele nos manda fazer. A nossa obediência ao cabeça é a honra mais
clara e poderosa que prestamos a ele. Portanto, não vamos lhe oferecer resistência.
você; vou reconhecer em você o que Deus lhe deu; vou te ver grande, assim como Jesus te vê!”
Eu tenho certeza de que se você analisar a si mesmo descobrirá que não é nada. Mas, se lembrar
que Jesus morreu por você, então terá mais amor e paciência consigo mesmo e com os outros.
Deus nos honrou quando nos deu o propósito de sermos Seus filhos: “Vede que grande
amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos
filhos de Deus.” (1 João 3.1). Depois de Jesus, Deus não tem mais uma queixa sequer contra
nós, mas, sim, um imenso apreço por nós. Agora Ele nos olha de outra forma; nos vê de maneira
profética; enxerga além daquilo que os nossos pecados provocaram em nós; vê aquilo que a
cruz de Cristo produziu em nós. E é assim que precisamos ver uns aos outros: pelo que a cruz
de Cristo produziu e é capaz de produzir.
Deus nos atribuiu valor quando Jesus disse:
Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por
intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim
e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu
lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o
somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que
o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. Pai,
a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para
que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do
mundo. (João 17.20-24)
Ou seja, Jesus está trabalhando para nos inserir nele mesmo. Deus está fazendo um
trabalho eterno para que nós, Seus filhos (antes somente Sua criação), possamos fazer parte da
própria Trindade. Não para sermos “deuses”, mas para estarmos Nele e com Ele. É maravilhoso
que o Senhor deseje estar conosco mesmo com as nossas histórias complicadas e rebeliões. Isso
é atribuir valor!
Quando você olhar para um irmão e não achar nele coisa alguma para honrá-lo, encontre,
dê um jeito, levante-o, promova-o para que ele encontre seu lugar em Deus, porque esta é a
característica do nosso Pai. Ele está trabalhando para isso e nós queremos ser como Ele é.
Vamos criar na Terra um ambiente semelhante ao Céu, um povo parecido com a Trindade.
Deus nos equipa usando as partes do Seu corpo para nos edificar, ajudar, consolar. Cada
um fazendo aquilo para o que Deus lhe manda fazer – essa é uma igreja onde todos funcionam
de maneira orgânica, não formal, institucional, hierarquicamente – mas organicamente, uns
servindo aos outros, honrando a Deus enquanto honra o irmão. Todos funcionam, operam os
seus dons, trabalham de alguma forma. Honra não é algo que você espera, mas algo que você
oferece. Esperar por honra adoece. Se você recebe honra de alguém, sabe que não é por sua
própria causa ou merecimento. Quem honra o irmão honra a Cristo e, quem honra a Cristo,
deve honrar o irmão. O céu é o lugar onde se diz quem Deus é; a igreja é o lugar onde dizemos
ao outro o que ele é – e isso honra a Deus.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Um em Cristo 104
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
UM FATO CONCRETO
Para Deus ser Ágape, Ele não pode ser um só. O amor não se consuma com apenas um
indivíduo. Para o amor se manifestar é necessário ter uma pessoa que ama, uma pessoa amada
e o amor, o ágape. Se não houver várias pessoas não pode haver uma verdadeira união. Então,
para dizer que Deus é amor, torna-se necessário que se tenha as três Pessoas da Trindade:
a) O Pai ama o Filho:
“O Pai ama ao Filho, e todas as coisas têm confiado às suas mãos” (João 3:35). A
natureza do amor ágape é doação. Deus entregou Seu Filho por amor a nós. A verdadeira
doação sempre implica em uma perda. O que faz com que as três pessoas da Trindade sejam
uma só é o fato deles se doarem inteiramente um ao outro. O amor do Pai ao Filho não é parcial,
com reservas; Ele mostra tudo, dá tudo o que tem ao Filho: Seus planos, sonhos, segredos. Toda
a vida do Pai foi entregue nas mãos do Filho e o Filho pode fazer o que quiser com o que Ele
recebeu do Pai.
b) O Filho ama o Pai:
“...contudo, assim procedo para que o mundo saiba que eu amo o Pai e que faço como
o Pai me ordenou” (João 14:31). Deus é um só. As três Pessoas formam um só Deus, amam igual
- mas cada um deles é diferente, têm papéis distintos. O amor do Filho ao Pai se expressa em
Sua obediência à Ele, em fazer totalmente a vontade de Deus. Jesus sempre disse que seu
propósito era obedecer, fazer a vontade do Pai. Isso é ágape, é doação.
“Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer
de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho
também semelhantemente o faz. Porque o Pai ama ao Filho, e lhe mostra tudo o que faz, e
maiores obras do que estas lhes mostrará, para que vos maravilheis.” (João 5:19,20)
c) O Espírito Santo ama o Filho e o Pai:
“...quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque
não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão
de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar” (João
16:13,14).
Assim, a Trindade trabalha para se doar um ao outro. É uma relação de doação contínua
e total, pois há plena confiança entre si.
ORAÇÃO COLETIVA
Sabemos, ó Deus, que o Senhor nos deu Jesus como provisão para destruir o domínio do
inimigo e precisamos eliminar as divisões. Quando não há divisões cuidamos uns dos
outros e todos são protegidos.
A Tua Palavra nos ensina que um membro precisa do outro. Todos são necessários para
o Corpo e devem ser honrados. Aos mais fracos damos maior honra e todos são
importantes.
Um em Cristo 105
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Senhor, Tu nos ensina que, para que não haja divisão no Corpo, os membros devem
cooperar com igual cuidado em favor uns dos outros. Nós somos o Corpo de Cristo e
individualmente membros desse Corpo. Assim, mesmo sendo muitos, somos um só Corpo
em Cristo e estamos ligados independentemente de denominações, doutrinas, culturas e
histórias.
Portanto, ajuda-nos, ó Senhor, a honrarmos e abençoarmos uns aos outros com os dons
que recebemos, como bons despenseiros da multiforme Graça que o Senhor nos deu.
Livra-nos de ter preconceitos, de murmurar, de julgar, de criticar, de condenar. Que
tenhamos um ardente amor e honra para com todos os nossos irmãos em Cristo, pois o
amor cobre multidões de pecados.
Em nome de Jesus. Amém.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
QUADRO ILUSTRATIVO
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE INDIVIDUAL
Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) Para convencer João Batista a batizar Jesus, Deus se manifestou por meio de uma voz
vinda do céu e pela ação do Espírito Santo, que desceu em forma de pomba sobre Jesus.
2) ( ) Quando os relacionamentos são estabelecidos com base em uma cultura de honra, as
diferenças e os conflitos entre os irmãos se manifestam.
3) ( ) Olhando para a história da Igreja, notamos que não são as diferenças teológicas que
promovem a desonra e a desunião, mas sim a intolerância ao diferente de nós.
4) ( ) Quando existe um ambiente de honra entre nós, os relacionamentos são curados,
renovados, sadios e o medo e a insegurança desaparecem.
5) ( ) São tipos de valores de honra: Honrar a Deus acima de tudo e todos; Honrar e reconhecer
o lugar que Deus deu a Jesus entre nós; Honrar ou atribuir valor, reconhecimento a alguém
a quem Deus atribuiu honra.
6) ( ) Conhecer o irmão segundo a carne é ouvir o que a própria carne, e não o Espírito, diz
acerca dele.
7) ( ) Nazaré foi uma das poucas cidades que reconheceu e honrou o ministério de Jesus.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Um em Cristo 109
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.
Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés:
Não preciso de vós. (1 Coríntios 12.21)
Todos precisam uns dos outros e todos se servem uns aos outros. Quando alguém diz:
“eu não tenho necessidade de você”, é porque entrou altivez, soberba, orgulho. Ninguém é tão
grande que não precise da parte menor da Igreja, e ninguém é tão pequeno que não possa
contribuir para a vida da Igreja. Você é do tamanho que Deus planejou para você ser! Eu preciso
de você e você precisa de mim! Cada um de nós tem uma graça específica que Deus nos deu.
Somos totalmente diferentes, porque é a diferença que nos ajuda a servir o outro.
A cultura da honra não diz respeito a atitudes ocas ou vazias, mas, sim, a olharmos para
os irmãos com os olhos do Senhor. Então, à medida em que convivemos com os irmãos, Deus
nos mostra as graças que Ele concedeu a cada um.
Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,
de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo
a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de
si mesmo em amor. (Efésios 4.16,17.
Perceba que o “todo” depende do “cada”, ou seja, se você não cumprir a sua parte o
“todo” será prejudicado. Então, assuma essa responsabilidade de cumprir a sua parte. Esqueça
a história de que você “não tem ministério”, pois você tem! Esqueça também a história de que
“o outro” é menos importante do que você, pois isto não é verdade. Todos nós fomos chamados
para servir a Deus, servir a Igreja, servir os irmãos e ocupar o seu lugar de trabalho no Corpo de
Cristo.
Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas
obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus. (Mateus 5.16)
Que nós sejamos um povo zeloso e de boas obras. Que as pessoas olhem para as nossas
boas obras e para o ambiente de honra que existe entre nós, que Jesus chama de “luz”, e
glorifiquem o nosso Pai que está no Céu.
A atividade proposta para esta semana é procurar pelo menos duas pessoas para honrar,
“desmanchar” nosso coração diante delas. Pode ser pai, mãe, líder eclesiástico etc. Mas o ideal
seria honrar pessoas de outras confissões (denominações), ou de uma outra congregação que
você frequentou. Também pode ser pessoas não cristãs, como chefe, patrão, funcionário,
vizinho, parente distante etc.
Compartilhe no início da próxima reunião sua iniciativa de honrar alguém durante a
semana. Conte como foi, tudo para a glória de Deus.
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LEITURAS ADICIONAIS
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ANOTAÇÕES
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LIÇÃO 07
OS QUATRO PILARES DA IGREJA:
DOUTRINA DOS APÓSTOLOS,
COMUNHÃO, PARTIR DO PÃO, ORAÇÕES
AS COISAS ACONTECIAM
Este verso é uma consequência, um efeito, e precisamos entender quais são as causas.
Vemos que três coisas aconteciam naquela igreja:
O louvor era a manifestação de duas coisas básicas: a vida manifesta de Deus nas
pessoas e uma profunda gratidão ao Senhor. Chegará um tempo em que os nossos dirigentes
de louvor não precisarão “tocar manivela” para fazer o povo cantar, em que não precisaremos
fazer o povo parar de adorar porque precisaremos trazer uma palavra. Não vamos cantar
porque alguém nos manda, mas como uma expressão da manifestação da vida de Cristo em
nós, de uma profunda gratidão por aquilo que Deus fez em nossas vidas.
A igreja caiu na graça (ou simpatia) do povo. Aquela não era uma igreja que se esmerava,
que se esforçava para que o povo gostasse dela. Inclusive, lemos que as pessoas não se ousavam
juntar-se à igreja, porque tinha medo dela devido aos muitos sinais de Deus. Um dos sinais,
inclusive, era a morte. É que não pensamos na morte como um dos sinais de Deus. Quando um
casal (Ananias e Safira) resolveu fazer uma coisa com aparência de outra houve um milagre –
eles morreram! Isso porque mentiram ao Espírito Santo, que era o pastor daquela igreja (Atos
5.3). Havia sinais na igreja, sinais no meio daquele povo. Ora, um povo que olha para a igreja e
vê que não há mentiras (porque quem mente morre), não vai querer se juntar a ela. Afinal, esse
é um dos sinais, pois mostra a presença de Deus no lugar e que Ele não aceita o pecado no meio
do Seu povo.
A igreja não pode conviver com o pecado. Então, quando o texto diz que ela caiu na
simpatia do povo, não significa que tinha posições políticas para se tornar agradável, mas que
infundia temor, respeito às pessoas ao seu redor. O povo respeitava, mas não se juntava. Será
que hoje a Igreja é simpática ao mundo? Ou o mundo a teme? Há corrupção nas nossas vidas?
Entramos em falcatruas e em atos ilícitos? Cortamos filas em bancos e no comércio? Usamos
pessoas que trabalham em repartições públicas para pedirmos favores pessoais? Passamos por
semáforos vermelhos? Jogamos papeis no chão? Não respeitamos a natureza etc.? A Igreja
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
precisa passar por um avivamento, mas no sentido da manifestação da vida de Cristo em nós
em todos os lugares e não somente nas reuniões. É por isso que aquela igreja de Atos tinha o
respeito pelas pessoas.
Nesta lição enfatizaremos a Doutrina dos Apóstolos. Na lição 8 cuidaremos da
Comunhão, do Partir do Pão e das Orações.
Um em Cristo 116
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Alguém pode dizer: “Mas Deus, o Senhor não cumpriu isso comigo!” E Ele responderá:
“Eu quero cumprir, mas você precisa criar o ambiente, cumprir a condição”. Observe a condição
e a promessa colocadas por Deus no texto de 2 Crônicas 7.14:
...e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha
face, e se desviar dos seus maus caminhos, (condições) então eu ouvirei do céu, e
perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra (promessa).
Desta forma, podemos afirmar que Atos 2.47 é consequência e não causa. Promessa
sem condição é astrologia, é horóscopo de cristão. Não podemos cobrar algo de Deus sem antes
cumprirmos as condições, prepararmos o ambiente para que as promessas se cumpram.
PERSEVERANÇA
O que acontecia na igreja de Atos para que acontecessem aqueles resultados? Qual era
o ambiente que lá existia? “...e perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no
partir do pão e nas orações.” (Atos 2.47)
A primeira palavra que fala de uma condição para a promessa se cumprir é
perseverança. Talvez nunca tenha existido em toda a história da humanidade um povo igual ao
de nossa época atual, tão sem perseverança. Como disse alguém, somos um povo de “muita
iniciativa e pouca acabativa”. Gostamos de começar muitas coisas, muitos projetos, mas não os
levamos até o fim. Esta é uma debilidade da igreja, pois frequentemente iniciamos alguma coisa
e não permanecemos nela até que se finalize. Desta forma, podemos lhe afirmar: Não faça
muitos projetos; faça só um por vez e termine cada um deles.
Em João 17.4, Jesus diz ao Pai: “Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me
confiaste para fazer.” Então, se queremos glorificar a Deus temos de terminar aquilo que Ele
nos manda fazer. Não apenas fazer, mas fazer bem feito, com diligência, até o fim. Isso implica
em não parar no meio ou não fazer promessas “mirabolantes”, mas acostumarmo-nos a cumprir
poucas coisas e de forma bem-feita.
Em Lucas 10, quando Jesus está na casa de seus três amigos (Lázaro, Marta e Maria),
lemos que Marta cobrou de Jesus uma atitude em relação a Maria. Isso revela que Jesus era “da
casa”. “Marta, porém, andava preocupada com muito serviço; e aproximando-se, disse:
Senhor, não se te dá que minha irmã me tenha deixado a servir sozinha? Dize-lhe, pois, que
me ajude.” (10.40). Outra versão diz que Marta “andava ansiosa por causa de muitos
trabalhos”. Jesus lhe respondeu: “Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas
coisas; entretanto poucas são necessárias, ou mesmo uma só; e Maria escolheu a boa parte,
a qual não lhe será tirada.” (10.41,42). Uma outra versão diz: “poucas coisas interessam, e
uma só basta”. Entendemos, então, que existem poucas coisas que realmente importam na
vida e que uma só nos basta: estarmos com Jesus – e precisamos praticar isso.
Existe hoje um fenômeno conhecido como “Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA)”.
Muitas pessoas se queixam de esquecimentos e tomam remédios para a memória. Porém, o
problema não é a memória que está fraca, mas o pensamento que vive muito acelerado.
Pensam em muitas coisas ao mesmo tempo e não fixam em nada. Não é um problema de
Um em Cristo 117
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
remédio, mas de foco. Não estamos falando contra médicos ou remédios, mas sim que, nesse
caso, precisamos voltar a ter foco.
Infelizmente, transportamos este tipo de coisas para o nosso relacionamento com Deus.
Nos ajoelhamos, fazemos uma oração, digitamos a senha: “Em nome de Jesus, amém!” – e
queremos que ele responda rápido. Ora, relacionamentos superficiais não são característicos
do Senhor. Ele não Se satisfaz com o “ficar”, mas Ele quer “casar”, quer ter conosco um
relacionamento duradouro, permanente, sem pressa. Quando transformamos nossa vida
espiritual em coisas aceleradas, sem fim, sem permanência ou insistência, deixamos de receber
o que Deus tem para nós.
No evangelho de Lucas, Jesus conta uma parábola sobre a necessidade e importância da
perseverança na oração:
Contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer.
(...) E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite,
ainda que tardio para com eles? (Lucas 18.1)
Deus, embora pareça tardio, responde depressa, porque Ele tem o tempo certo de
amadurecimento – de nós e de nossas orações. Às vezes, não estamos amadurecidos e pedimos
o que não devemos (veja mais sobre perseverança na Leitura Adicional nº 2 desta lição).
Um em Cristo 118
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
a) “O que era desde o princípio...” – Perceba que ele está se referindo à uma pessoa: Jesus
Cristo.
b) “... o que temos ouvido...” – Isso nos remete a João sentado ao lado de Jesus, ouvindo-o
falar. Ele gostava tanto de ouvi-lo que reclinou sua cabeça em seu peito. Quando foi ao sepulcro
com Pedro, ele se referiu a si mesmo como “aquele discípulo a quem Jesus amava”.
c) “... o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos...” – Ele fala sobre
duas coisas: “o que os nossos olhos viram” e “o que contemplamos”. Contemplar é mais que
ver; é analisar ou observar com atenção aquilo que se vê. Um dia não teremos relógios,
demônios nem pecado e, então, poderemos nos sentar diante dele e ficar contemplando-o.
d) “... o que nossas mãos apalparam...” – Veja que ele não está falando de uma doutrina ou de
um estudo bíblico, mas de uma pessoa, de alguém.
e) “... a respeito do Verbo da vida” – A vida se manifestou e a Palavra se fez visível. Foi tirado o
véu e Aquele que esteve oculto dos profetas, dos nossos pais, se revelou nesses dias. “O Verbo
se fez carne e habitou entre nós”. Não sabemos se há nas Escrituras versículo mais profundo
que este. Como pode um Deus tão grande descer em nosso meio? Talvez Ele tinha saudade de
nós e, por isso, veio para cá. Deus fez o homem não porque estava carente, mas porque tinha
muito amor para dar e prazer em conversar com ele todos os dias.
UM DEUS DE RELACIONAMENTO
Na sua procura de alguém para conversar, Deus encontrou Enoque: “Todos os dias, Deus
vinha encontrar Enoque e eles iam pelo caminho conversando e trocando pensamentos. Um dia
se distraíram e foram muito longe da casa de Enoque. Então Deus disse: Vamos hoje para a
minha casa, Enoque? E os dois subiram.”
Esse é o caráter de Deus, um Deus de relacionamentos. E Ele veio para morar conosco.
Mas João diz ainda que “Aquele que habita convosco estará em vós.” Deus achou que morar
perto ou ficar ao lado do homem era algo muito distante e, então, passou a morar dentro dele.
Mas como pode um Deus tão grande morar dentro de nós? Pois isso o que aconteceu!
...mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os
gentios. (1 Coríntios 1:23).
O que nós precisamos falar hoje é o mesmo que os apóstolos falavam. Eles falavam de
uma pessoa (Jesus) e o primeiro capítulo de 1 Coríntios é muito forte sobre isso. Nele, Paulo
reduz toda a doutrina à pessoa de Jesus Cristo e mostra que a revelação de Deus é o próprio
Cristo. Ele é o fundamento e a revelação de Deus. Cristo era o centro da pregação de Paulo:
Porque eu decidi não saber nada entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. (1
Coríntios 2:2)
Parafraseando: “Eu me determinei não cultivar nenhum outro conhecimento, senão
Cristo, e este crucificado”. Essa foi a decisão de Paulo, um homem que cresceu aos pés do sábio
Gamaliel, que conhecia as Escrituras e que foi treinado nelas desde a sua meninice. O judeu,
normalmente, aos quinze anos de idade já havia decorado todo o Antigo Testamento. Mas esse
homem de nome Paulo disse: “Eu decidi não saber nada, senão a Jesus Cristo”.
Um em Cristo 119
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Nós cremos que, assim como Jesus Cristo é a exata expressão de Deus aqui na Terra, a
Igreja também será a exata expressão de Cristo no mundo, ou seja, ela vai mostrar tudo o que
Deus é. As Escrituras dizem que a Igreja é a plenitude de Deus ou de Jesus Cristo. E Jesus não é
completo sem nós. Isso não é um defeito dele, mas é algo que ele mesmo estabeleceu para que
assim fosse. Jesus não disse que era carente da Igreja, mas resolveu não ser tudo sem ela. Nós
somos “a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas” (Efésios 1.23). No versículo
anterior a este, Paulo diz: “...e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, Deus o deu à Igreja”
(Efésios 1.22).
OS PÉS DE CRISTO
Jesus Cristo é o cabeça da Igreja para que, assim, ele possa ser o cabeça de todas as
coisas. Nós, como Igreja, estamos aqui para trazer o reino de Jesus Cristo a todas as nações da
Terra, porque está escrito que onde pisar a planta dos nossos pés, esse lugar será nosso. Essa
promessa foi feita a Josué (Josué 1.3) e sabemos que toda promessa do Antigo Testamento tem
uma aplicação imediata e uma aplicação mais distante, escatológica. A aplicação imediata foi
para Josué, mas a aplicação escatológica é para Jesus Cristo. Ele seria o Senhor em todas as
nações onde pisasse a planta dos seus pés. É por isso que a Bíblia diz:
Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir
a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus
reina! (Isaías 52.7).
Não existe nenhum podólogo ou pedicure que fará com que os nossos pés sejam tão
formosos como Jesus os faz quando saímos para pregar o evangelho e dizer às nações que o
nosso Deus reina. É isso que embeleza os pés de uma pessoa.
Quando Jesus celebrou a ceia ele lavou os pés de seus discípulos. Não lavou o corpo, mas
somente os pés, porque são os pés de Jesus em nós que se sujam ao tocar nesse mundo. Por
isso, precisamos sempre lavar os nossos pés, ou seja, eu lavo os pés dos irmãos e eles lavam os
meus. Esse foi o mandamento de Jesus a seus discípulos: “Ora, se eu, sendo o Senhor e o
Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros” (João 13.14). Nós
precisamos lavar os pés uns dos outros, pois estamos indo a todas as nações e aonde chegarmos
aquele lugar passará a ser do Senhor. A promessa não é para Jesus, mas para nós que
devolvemos a ele o controle das nações trazendo o seu reino a elas. Quão formosos serão os
nossos pés à medida que anunciamos o evangelho e a pessoa de Jesus Cristo!
Conta-se que uma missão inglesa foi evangelizar no interior da Tanzânia (África) e seus
missionários começaram a descrever para os nativos o Senhor Jesus, falando sobre sua bondade
e generosidade. Eles, então, disseram: “Ah, esse Jesus morou aqui perto; a gente o conheceu.
Um dos missionários explicou que eles estavam enganados, pois a pessoa de quem estava
falando havia morrido há dois mil anos. Eles insistiram: “Não, você está enganado, ele morreu
há pouco tempo e conhecemos a casa dele”. O missionário ficou curioso e quis saber de quem
eles estavam falando. Na verdade, eles se referiam a David Livingstone. Esse homem havia
vivido de tal maneira que foi confundido com Jesus Cristo! Deus quer fazer isso também
conosco, que a descrição do caráter de Jesus caiba exatamente em nós.
Um em Cristo 120
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Um em Cristo 121
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
agradá-Lo, pois já somos agradáveis a Ele. E, porque Lhe somos agradáveis, vamos procurar
sempre fazer coisas agradáveis. Ele não nos libertou para fazermos a nossa própria vontade,
mas para recebê-Lo como nosso Senhor. Ele agora é o dono das nossas vidas.
No Antigo Testamento, lemos que o escravo, quando era liberto mas amava seu Senhor
e não o queria deixar, era levado diante do juiz e sua orelha era furada. Todos os que o vissem
com a orelha furada sabiam que ele era um escravo de amor. Nós somos esse povo, pois Deus
nos libertou e, livres, decidimos servi-Lo. Eu o sirvo não por medo do inferno, mas porque amo
o meu libertador e resgatador. O ano do Jubileu só é possível porque temos um resgatador!
Pedro, em sua primeira pregação, fala da divindade e encarnação do Senhor:
Varões irmãos, seja-me lícito dizer-lhes livremente acerca do patriarca Davi, que ele
morreu e foi sepultado, e está até hoje entre nós a sua sepultura. Sendo ele, pois,
profeta e sabendo que Deus lhe havia prometido com juramento que do fruto dos seus
lombos, segundo a carne, ele levantaria o Cristo para sentar no trono. Nesta previsão
disse da ressurreição de Cristo, que a sua alma não foi deixada no hades, nem a sua
carne viu corrupção. Deus ressuscitou a esse Jesus, do que todos nós somos
testemunhas. De sorte que, exaltado pela destra de Deus, tendo recebido do Pai a
promessa do Espírito Santo, derramou isto que agora vedes e ouvis. Porque Davi não
subiu aos céus, mas ele próprio diz: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha
direita, até que ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés. Saiba, pois, com
certeza toda a casa de Israel que esse Jesus, a quem vós crucificastes Deus o fez Senhor
e Cristo. (Atos 2:29-36).
Os anúncios ou “ingredientes” do evangelho contidos neste texto são:
• Jesus é Deus (verso 34 – João 1:1);
• Jesus é Deus encarnado (verso 30 – João 1:14);
• Jesus Cristo morto (verso 31 – aponta para a ressurreição que implicou em morte);
• Jesus Cristo ressuscitado (verso 32);
• Jesus Cristo é Senhor (versos 30,36 – Deus o fez Senhor e Cristo).
Essa é a doutrina dos apóstolos! Foi sobre isso que eles pregaram.
Paulo disse algo que alguns escritores e historiadores dizem ser o “cântico da Igreja”:
Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus;
quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos.
Quem pode conhecer a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro ou quem
primeiro deu a ele para que lhe venha ser restituído? Porque dele e por meio
dele e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém.
(Romanos 11:33-36).
A palavra “inescrutável” pode ser explicada, por exemplo, quando numa caçada você
não encontra nenhum rastro do animal que está caçando e, por isso, não pode de fato segui-lo.
Paulo diz neste texto que é impossível seguir ao Senhor se não estivermos “dentro dele”, pois
este é um caminho inescrutável, sem pista alguma Dele. Mas, então, Paulo foi crescendo em
sua revelação de Deus e disse:
Um em Cristo 122
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Bendito Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que nos tem abençoado com toda sorte
de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo. (Efésios 1:3).
Resumindo e concluindo, podemos afirmar que JESUS É DEUS e que JESUS É A DOUTRINA
DOS APÓSTOLOS.
UM FATO CONCRETO
Algumas referências complementares:
• Mateus 16:21; Marcos 8:31; Lucas 9:22 – morto e ressuscitado;
• Atos 2:21,23,24,29,32,33,36; 4:33 – ressurreição;
• Atos 10:33,36,39-46 – morto, ressuscitado e juiz;
• Apocalipse 1:18 – “estive morto, mas estou vivo e tenho as chaves da morte e do
inferno”;
• Apocalipse 2:8 – esteve morto e tornou a viver;
• Apocalipse 5:3-14 – o Cordeiro como tendo sido morto, assentado no trono;
• Apocalipse 13:8 – o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo
• Leia também o maravilhoso texto que está em Apocalipse 5:4-8,12,13.
Esse é o nosso Jesus! tudo converge para ele! Os versículos de Apocalipse dão ênfase
extremamente forte na figura do Cordeiro, mas fala também da Raiz de Jessé e do Leão de Judá.
João não viu o Leão no trono, mas o Cordeiro. É verdade que o Cordeiro tem força de Leão, mas
João foca o Cordeiro, porque este fala do nosso resgate eterno que está diante de Deus pelos
séculos dos séculos. Ele é o nosso resgate de uma vez por todas e por toda a eternidade.
A história de Adão nunca mais se repetirá, pois o reino, o domínio, a glória, a santidade
de Deus e a nossa são definitivas. Acabou a história! Agora somos livres do pecado, do poder
do pecado, da presença do pecado e daquele que nos tenta a pecar, porque esse será amarrado
e jogado no lago de fogo. O Cordeiro estará eternamente no Trono, e é por isso que Apocalipse
enfatiza tanto isso.
Um em Cristo 123
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus
ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade,
Príncipe da Paz para que se aumente o seu governo e venha paz sem fim sobre o trono
de Davi e sobre o seu reino para estabelecer e o firmar diante do juízo e a justiça desde
agora e para sempre; o zelo do Senhor dos exércitos fará isto. (Isaías 9:6,7).
Você quer garantia maior do que essa?
ORAÇÃO COLETIVA
Senhor, eu aceito o desafio que Tu me tens feito hoje, no decorrer dos dias e dos anos.
Quero ser uma pessoa que alegra o Teu coração, afinado, sincronizado contigo. Que eu
seja tocado pelo Teu Santo Espírito e que a minha vida mude radicalmente. Que a minha
motivação, os meus conceitos, as minhas expectativas, aquilo que tenho por ideal mude
completamente, e que o meu querer seja aquilo que o Senhor quer; que a minha vontade
seja realmente a Tua vontade. Senhor, ajude-me a discernir aquilo que o meu desejo
daquilo que é o Teu desejo. Ajude-me, Pai, a renunciar aquilo que me tem afastado de Ti
e me aproximado das coisas desta vida. Eu não quero nenhum compromisso com as
coisas desta vida, mas eu quero me comprometer somente contigo. Ajuda-me nisso, para
a glória do Teu Santo e Bendito nome. Amém!
Um em Cristo 124
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
QUADRO ILUSTRATIVO
Um em Cristo 125
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE INDIVIDUAL
Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) Na igreja primitiva, o crescimento numérico dos cristãos era uma consequência de vários
fatores, entre eles a perseverança na doutrina apostólica.
2) ( ) Muitos sinais operados naquela igreja eram devido ao louvor, adoração e esforços
praticados em favor da pregação do evangelho a todas as pessoas.
3) ( ) Todas as promessas de Deus se cumprirão. No entanto, elas precisam que condições
sejam cumpridas e de ambientes propícios para isso.
4) ( ) A perseverança é uma atitude necessária e indispensável para que as nossas orações
sejam ouvidas. Infelizmente, é uma atitude muito pouco praticada entre os cristãos hoje.
5) ( ) A “Síndrome do Pensamento Acelerado” é uma disposição mental em focar em uma só
coisa e não desistir até alcançar o que pedimos em oração.
6) ( ) A Doutrina dos Apóstolos não é um conjunto de regras de fé, mas refere-se à própria
pessoa do nosso Senhor Jesus Cristo.
7) ( ) Sendo um Deus relacional, Ele decidiu “se mudar” para a Terra e habitar dentro do
homem através do Espírito Santo, porque Ele anseia por uma comunhão íntima com ele.
4) “Somos um povo de muita iniciativa, mas pouca acabativa.” O que isso significa?
(a) Somos perseverantes nos projetos que iniciamos
(b) Na maioria das vezes não terminamos o que começamos
(c) Nosso foco se concentra em uma única coisa
(d) NDA
5) O estilo de relacionamento que o Senhor deseja ter conosco é:
(a) Duradouro, permanente, profundo
(b) Rápido, com pressa, mas constante
(c) Duradouro, simples, duas vezes ao dia
(d) NDA
6) O que é a “Doutrina dos Apóstolos”?
(a) O conjunto de regras de fé e prática da Igreja de Jesus
(b) O estilo de vida baseado no louvor, partir do pão e orações
(c) O próprio Senhor Jesus Cristo
(d) NDA
7) Por que Paulo afirmou que havia decidido não saber nada, senão a Jesus Cristo?
(a) Porque ele não precisava mais crescer no conhecimento das leis farisaicas
(b) Porque ele não compreendia os mistérios de Deus revelados a ele por Gamaliel
(c) Porque todo o conhecimento humano era desnecessário e inútil
(d) NDA
8) “Onde pisar a planta dos seus pés, esse lugar será vosso”. Isso quer dizer que:
(a) Moisés e Josué tomariam posse da terra prometida ao povo de Israel
(b) Jesus será o Senhor de todas as nações
(c) A igreja vai tomar posse de todos os lugares por onde passar
(d) NDA
9) O ensino dos apóstolos compreendia:
(a) A vida, morte e ensinamentos de Jesus
(b) A vida, morte, ressurreição e senhorio de Jesus
(c) A vida, morte, divindade e curas de Jesus
(d) NDA
10) “Cristo não está dividido. Ele é o Senhor de um só povo e o Noivo de uma só Igreja.” Isso
implica que as diferentes confissões cristãs devem:
(a) Desenvolver um único credo que satisfaça a todos
(b) Congregaram-se em um único local, abandonando as suas congregações
(c) Viverem na unidade do Espírito
(d) NDA
Um em Cristo 127
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.
Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________
Um em Cristo 128
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Em Lucas 10, quando Jesus está na casa de seus três amigos (Lázaro, Marta e Maria),
lemos que Marta cobrou de Jesus uma atitude em relação a Maria. Isso revela que Jesus era “da
casa”. “Marta, porém, andava preocupada com muito serviço; e aproximando-se, disse:
Senhor, não se te dá que minha irmã me tenha deixado a servir sozinha? Dize-lhe, pois, que
me ajude.” (10.40). Outra versão diz que Marta “andava ansiosa por causa de muitos
trabalhos”. Jesus lhe respondeu: “Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas
coisas; entretanto poucas são necessárias, ou mesmo uma só; e Maria escolheu a boa parte,
a qual não lhe será tirada.” (10.41,42). Uma outra versão diz: “poucas coisas interessam, e
uma só basta”. Entendemos, então, que existem poucas coisas que realmente importam na
vida e que uma só nos basta: estarmos com Jesus – e precisamos praticar isso.
Há muitas coisas em nossas vidas que nos deixam ansiosos, perturbados, distraídos...
que ajudam a tirar o foco de Jesus, embora tenhamos uma vida religiosa ativa. Relacione abaixo
cinco procedimentos ou coisas que nos tiram o foco do maior tesouro, que é Jesus (por exemplo:
lazer, TV, internet, muito trabalho, preguiça, celular, tensão, estresse, cansaço, problemas
financeiros, namoro, família, atividades na igreja, frustrações mal resolvidas, decepções que
sempre vêm na lembrança e tantas outras coisas):
1) _________________________________________________________________
2) _________________________________________________________________
3) _________________________________________________________________
4) _________________________________________________________________
5) _________________________________________________________________
Agora, ore e cite cada um desses pontos para Deus, mostrando que você reconhece
essas preocupações, mas não tem forças para vencer.
Durante a semana, cada vez que alguma dessas situações ocorrer em sua vida, lembre-
se da oração da viúva de Lucas 18.1-8 e pronuncie as mesmas palavras: “Senhor, faze-me justiça
contra meu adversário” (versículo 3). Lembre-se sempre que:
1) Você não é uma viúva (que perdeu o marido), mas a Noiva, que ganhou um marido (Jesus).
2) Seu adversário é Satanás, que quer esfriar sua fé.
3) O verso 8 do texto citado por Jesus diz: “Quando, porém, vier o filho do Homem, porventura
achará fé na terra?” Isto quer dizer que o nosso inimigo, que não pode roubar nossa salvação,
quer nos dar cada vez mais atividades para reduzir nossa comunhão com Jesus.
Depois de uma semana, avalie o quanto Deus lhe ajudou a melhorar em cada uma dessas
cinco áreas.
Um em Cristo 129
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
LEITURAS ADICIONAIS
Um em Cristo 130
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ANOTAÇÕES
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Um em Cristo 131
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Um em Cristo 132
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
LIÇÃO 08
OS QUATRO PILARES DA IGREJA:
DOUTRINA DOS APÓSTOLOS,
COMUNHÃO, PARTIR DO PÃO, ORAÇÕES
Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. Produzi, pois frutos de
arrependimento. Eu vos batizo com água para o arrependimento (João Batista, em
Mateus 3: 2, 8 e 11).
FRUTOS DE ARREPENDIMENTO
Na Nova Aliança, primeiro veio João Batista no deserto com a Palavra – ele pregou sobre
arrependimento, chamou o povo a voltar para o Senhor. Depois veio o Espírito descendo sobre
Jesus, que iniciou seu ministério no poder do Espírito. Jesus encharcou seus discípulos com a
Palavra, preparando-os para receber o Espírito que, por fim, gerou a Igreja.
Para endireitar as veredas do Senhor, para sua volta, tudo começa com o
arrependimento e batismo com água. Nós nos arrependemos por ter negligenciado a obra de
Deus até aquele momento. Éramos cegos, mas agora vemos. Depois vem os frutos do
arrependimento que já é o Espírito santo agindo naqueles que estão “inundados de Jesus”.
No capítulo 7 vimos que a Doutrina dos Apóstolos não é um receituário (um quadro) de
normas e leis, mas sim, a própria pessoa de Jesus Cristo. Este é o primeiro pilar da Igreja.
Os primeiros cristãos conheceram Jesus que morreu e ressuscitou para nos salvar. Os
primeiros ensinos foram sobre Jesus. Depois eles perseveraram nos outros três pilares, na ação
do Espírito Santo: Comunhão, Partir do Pão e Oração.
Jesus disse: “sem mim nada podeis fazer”. Pessoas arrependidas, batizadas, nascidas de
novo, cheias da Palavra de Jesus, certamente produzirá, na ajuda do Espírito Santo estes frutos
do arrependimento e, estes frutos, conduzirão a Igreja na Unidade e na volta de Cristo.
A COMUNHÃO
Nós somos chamados à comunhão, apesar das dificuldades que possam surgir. É claro
que há pessoas que têm coisas que não gostamos, mas, na medida em que as amamos,
passamos a gostar. O gostar é variável, tem horas que eu gosto em um e não gosto no outro.
Mas não nos preocupemos com o gostar, e sim com o amar.
Um em Cristo 133
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Uma das coisas que o pecado estraga é a comunhão. A Palavra diz que os nossos pecados
fazem separação entre nós e Deus. Ou seja, quando pecamos nos afastamos do Senhor e,
automaticamente, uns dos outros. Quando criticamos igrejas ou irmãos, algo errado está
acontecendo em nossas vidas. Somos parte do Corpo de Cristo, então, ao criticarmos o Corpo
estamos criticando a nós mesmos. Falar mal da igreja é falar mal de si mesmo.
“Porque nós, conquanto muitos, nós somos um só pão...” (1 Coríntios 10:17). Nós somos
UM só pão. Quais as implicações disso? A primeira coisa para fazer um pão é triturar o grão de
trigo, que desaparece em seguida. É passar pelo moinho e eliminar o individualismo. Não é
acabar com a individualidade, pois esta é a nossa personalidade; são características pessoais
imutáveis. Individualismo é tirar proveito da individualidade para si mesmo e a Bíblia nos ensina
a fugir disso, ou seja, do egoísmo ou egocentrismo.
Depois que o trigo é moído e triturado, ele é misturado e não se pode mais restaurar os
seus grãos. Isso acontece conosco. Quando chegamos à igreja de Deus nós desaparecemos com
relação ao nosso individualismo, porque nos misturamos no Corpo de Cristo. Após esses dois
processos (trituração e mistura), a massa é sovada e alguns pães ainda podem passar pelo
cilindro. A última coisa é ir para o forno para assar (queimar). É preciso aceitar e conformar-se
com o moinho de Deus, porque é nele que todo individualismo e egoísmo caem por terra.
Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os
outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. (1 João 1:7).
Ser um só pão fala também de andar na luz, na confissão de pecados (falamos sobre esse
assunto na Lição 4). Não é andar em qualquer luz, mas na luz da Palavra, na luz daquilo que
Deus fala a nós. É quando percebemos um pecado em nossas vidas e o trazemos à tona para
tratar com ele. A Palavra de Deus é luz e lâmpada para os nossos caminhos.
Quando andamos na luz há uma consequência imediata: o sangue de Jesus Cristo nos
purifica de todo pecado (ou “de cada pecado”). Outra consequência imediata é que temos
comunhão uns com os outros. Não existem pecados particulares. Fazer coisas erradas no
particular afeta a vida da igreja em geral. Sendo assim, eu deixo de ser um ajudante e passo a
ser um peso para a igreja. A purificação do sangue de Jesus Cristo vem para quem está em
comunhão, mas só temos comunhão se estivermos na luz. Se estivermos na luz, vamos buscar
comunhão e, se alguma relação estiver quebrada vamos buscar consertar imediatamente. Eu
preciso ser santo – primeiro por causa de Deus, e segundo por causa do povo de Deus.
É impossível ter comunhão com Deus e não ter comunhão com os irmãos, e não há
nenhuma desculpa maior do que a morte de Cristo para isso. Ele morreu para juntar em um só
corpo os seus filhos que andavam dispersos. Infelizmente, pensamos em situações,
acontecimentos, doutrinas que nos dão uma “permissão” para não andarmos juntos, mas essa
permissão não vem de Deus. No projeto Dele não existe a divisão, mas unicamente a Sua Noiva
completa, sem ruga, sem mancha.
O que temos visto, ouvido e anunciamos também a vós outros, é para que também vós
mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho
Jesus Cristo. (1 João 1:3).
Nesse texto percebemos que há uma comunhão horizontal e uma comunhão vertical.
Elas estão intimamente ligadas entre si. Às vezes dizemos que é difícil ter comunhão com
Um em Cristo 134
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
determinado irmão, mas é por isso que a Palavra fala de perseverar. Se fosse fácil não
precisaríamos perseverar nisso.
Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor
fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro (1
Pedro 1.22)
Nós passamos por vários processos de purificação na nossa vida cristã. Primeiro, a
purificação do nosso espírito pelo sangue de Jesus Cristo. Estávamos mortos em nossos delitos
e pecados e o sangue de Jesus nos purificou e nos perdoou do pecado e dos pecados. Deus é
tão radical que Ele matou o pecado e também o pecador. Segundo, a purificação da nossa alma,
que é a sede dos desejos, ideais, sentimentos, pensamentos. A purificação no espírito acontece
no momento em que reconhecemos a Cristo como Cordeiro suficiente diante de Deus; a
purificação na alma acontece no nosso dia a dia pela obediência à Palavra de Deus. Um dia todos
os meus frutos serão bons, porque estou nessa fase de purificação da alma por meio da
obediência à verdade.
“...para o amor fraternal, não fingido.” Se não estivermos neste processo de
transformação diária será muito difícil amarmos os irmãos. Haverá apenas um amor fingido,
superficial. Daí a importância deste processo, para que o amor flua através de nós em plenitude.
“...amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro.” Este é o alvo de Deus
para nós, o Seu padrão para toda a Igreja. Eu não estou me referindo níveis ou profundidade de
relacionamentos, porque isto depende do nível de afinidade que temos com cada irmão, mas o
amor ardente deve ser para com todos. Se há algo que machuca o coração do Senhor é a nossa
atitude de indiferença para com as pessoas, porque Jesus nos amou ardentemente. Seu
trabalho em nós é movido por íntima compaixão; suas motivações interiores é que o movem
em direção a mim. Nós já temos o Espírito Santo em nosso interior; o que precisamos agora é
aprender a dar lugar a Ele, deixar Deus agir e amar ardentemente os irmãos através de nós.
Mas, sobretudo, tende ardente (intenso) amor uns para com os outros; porque o amor
cobrirá a multidão de pecados. (1 Pedro 4.8)
O amor não acoberta, mas cobre multidão de pecados. “Acobertar” é dizer que a pessoa
NÃO pecou; “cobrir” é entender que ela pecou, mas a receber mesmo assim. O que governa
essa atitude é o amor ardente. Se não houver o mesmo, será impossível insistirmos na
comunhão. Essas são coisas que precisamos insistir, porque são contra nossa natureza, nossa
cultura, nossa cabeça. Eu sei que quando ouvimos essas coisas pensamos: “Mas isso fere meu
individualismo”. Sim, é verdade, mas vamos nos lembrar do trigo que foi moído para se tornar
pão. Sem moagem não há trigo, sem trigo não há pão.
E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades.
(Efésios 2.16)
Inimizade não é somente não perdoar o irmão, mas é ter falta de amizade. Deus matou
a inimizade, portanto, não precisamos carregar conosco algo que Ele já matou. Em Cristo Jesus
nós nos aproximamos daqueles que estão em Cristo. A nossa comunhão não está nas coisas que
cremos, pois essas são relativas; a comunhão está numa Pessoa. Nós precisamos ter uma
atitude de insistir na comunhão, apesar de, às vezes, ser difícil andarmos juntos com alguns.
Mas, em Cristo Jesus, você e eu devemos insistir na comunhão, pois ela certamente florescerá.
Um em Cristo 135
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
O PARTIR DO PÃO
Eu não posso estar em Cristo sem compreender que o irmão é parte da minha vida. Se
eu me separo dele isso produzirá carência, porque o sangue (a vida) não chegará a mim, isto é,
a vida de Cristo deixará de fluir dele para mim. Portanto, não use garrote (borracha que prende
o sangue) na sua vida, deixe que o sangue flua de você para os irmãos.
1 Pedro 4.10 diz que nós precisamos ser “bons despenseiros da graça de Deus, servindo
aos irmãos com os dons que temos”. Esse é o princípio do partir do pão. Interessante notar que
eles insistiam no “partir” o pão e não no “comer” o pão. A ênfase é repartir o que eu tenho para
as pessoas. Tudo o que chega às nossas mãos, sejam coisas naturais ou espirituais, são dons que
Deus nos dá e não são para ficar estancadas em nós, mas para abençoarmos a outros. Tudo o
que você tem é para ser usado na vida de pessoas. Que Jesus, quando voltar, nos encontre
alimentando os nossos conservos. Nós queremos esperar Jesus com os braços para cima, mas
ele quer que o esperemos fazendo coisas em favor dos outros.
“Partir” é diferente de comer. Quando parte o pão, você automaticamente está
pensando em alguém. Nós gostamos muito de sentar e comer, mas precisamos gostar mais de
partir o pão, de repartirmos daquilo que temos, de suprir aos outros. Nenhum bem que está em
nossas mãos, sob os nossos cuidados, foi dado por Deus para o nosso próprio prazer.
...habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em
amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o
comprimento, e a altura, e a profundidade (Efésios 3.17,18)
É absolutamente impossível estar em Cristo e ao mesmo tempo estar separado dos
irmãos. Não dá para ser cristão sozinho, precisamos dos irmãos. O texto acima fala de quatro
Um em Cristo 136
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
dimensões: largura, comprimento, altura e profundidade. A mente humana foi feita para ver as
coisas em três dimensões, não mais que isso. Mas o texto diz que o fato de andarmos juntos,
em unidade, nos faz ver uma quarta dimensão. Deus nos limitou como indivíduos, mas expande
a nossa compreensão e capacidade na unidade. Com a Igreja nós podemos entrar numa
dimensão que nunca pensávamos em entrar. Por isso a unidade é fortíssima!
Na construção da Torre de Babel, Deus se preocupou com uma unidade errada entre
aqueles que a construíam. Ele disse: “Eis que o povo é um, e todos têm a mesma linguagem.
Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer” (Gênesis
11.6). Não existe nada mais poderoso na face da Terra do que a unidade, seja ela para o bem
ou para o mal. Se desejamos mudar a história do nosso país precisamos ser UMA Igreja. Não
necessariamente nos reunirmos num só lugar, mas nos comportarmos e vivermos como UMA
SÓ Igreja para que as nações se convertam ao Senhor.
Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice; pois
quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que
há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem. (1 Coríntios 11.28-30)
Invertendo o texto, lemos: A falta de discernimento produz fraqueza espiritual, doença
espiritual e muitos que dormem; mas, se tivermos discernimento haverá cura, avivamento e
despertamento na Igreja.
Não existe unidade entre instituições religiosas, mas entre pessoas e, em se tratando de
pessoas, precisamos fazer o papel de pacificadores. O fato de termos essa revelação da unidade
nos responsabiliza e aumenta o nosso trabalho. Jesus vai requerer isso de nós e, por essa razão,
devemos andar segundo a luz que temos.
A ceia ou eucaristia
A ceia ou eucaristia é o momento mais significativo e importante da vida da Igreja. Ela é
a nossa identidade como nação de Deus. Quando os israelitas eram escravos no Egito, Deus
ordenou que pusessem o sangue do cordeiro nos umbrais de suas portas. Desta forma, cada
casa se identificava com a outra que também era sinalizada com o sangue. Naquela noite, eles
não eram mais escravos dos egípcios porque passaram a ser o povo de Deus; tinham, agora,
uma identidade nacional.
Ela também aponta para uma vida de compromisso com a Igreja, ou seja, nos impulsiona
e constrange a relacionar-nos com os irmãos e a congregar. Congregar não é estar numa reunião
esporádica, mas significa pertencer a um rebanho.
Os dons espirituais
Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros
da multiforme graça de Deus. (1 Pedro 4.10)
O dom é uma dádiva que veio a nós de graça; é tudo aquilo que recebemos de Deus,
tanto espiritual como naturalmente. O texto diz que devemos servir aos outros conforme o dom
que nós recebemos. Tudo o que você tem (carro, casa, roupas, dons de curas, aconselhamento
etc.) são dons de Deus. O único dom espiritual que é para o nosso “consumo pessoal” é o dom
Um em Cristo 137
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
de línguas; todos os outros são para benefício e serviço aos outros. O dom de variedade de
línguas é para a minha edificação, mas eu só posso edificar a outros se eu mesmo não estiver
edificado. Portanto, o falar em línguas não é exatamente para o meu benefício, mas para eu
estar com a “bateria carregada” para ajudar aos irmãos.
Pedro, no texto acima, nos exorta a sermos “bons despenseiros”. Despenseiro era a
pessoa que cuidava do armazém de alimentos; “bom despenseiro” é aquele que é achado pelo
Senhor alimentando os seus conservos, cuidando deles com os dons que Ele lhe deu. Se temos
o Espírito Santo habitando em nós, então temos todos os dons que Ele tem. Ao mesmo tempo,
como os dons são Dele, não temos nada de nós mesmos; em tudo dependemos Dele. Portanto,
a questão está no fato de nos colocarmos ou não à disposição de Deus para Ele nos usar.
Em 1 Coríntios 14.26, diz: “Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz
revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação.” Quando vamos à uma reunião
da nossa congregação devemos ofertar ali os nossos dons, prestando atenção em quem precisa
deles (uma palavra de profecia, de consolo, de exortação, de ânimo). Pedimos a Deus que nos
oriente e, então, Ele nos aponta os irmãos que estão mais necessitados. Isso é ser “um bom
despenseiro da multiforme graça de Deus”. Assim, partir o pão é mais do que participar da ceia
ou eucaristia – é a manifestação de um estilo de vida.
Em Mateus 25, na palavra de Jesus sobre o grande julgamento final, aqueles que
praticaram boas obras serão separados e a eles será dito: “Vinde, benditos de meu Pai! Entrai
na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e
me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava
nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me.” (vs. 34-36). Acudir aos
necessitados é a motivação deste julgamento. Fica claro aqui que a falta de boas obras nos leva
para o inferno.
Precisamos, como Jesus, cuidar dos necessitados e insistir no partir do pão, insistir em
sermos bons despenseiros da multiforme graça de Deus. A graça é multiforme e vem para nós
em forma de muitas coisas: bens e dons naturais, familiares, espirituais etc. Nós não somos de
nós mesmos, somos dos irmãos. A maior prova de que somos de Cristo é justamente isso:
sermos uns dos outros – dos necessitados, dos fracos, daqueles que dependem de ajuda.
AS ORAÇÕES
Oração Coletiva
Em Atos 2.42, temos uma abordagem mais relacionada à oração coletiva da igreja.
Pensemos na oração como o Espírito Santo. Os discípulos perseveravam no Espírito. A igreja de
Jerusalém era movida pelo Espírito. Lemos no livro de Atos as ações sobrenaturais do Espírito.
Os apóstolos falavam e faziam o que ouviam do Espírito (Atos 15.28). Assim, podemos entender
que o Espírito está presente em toda a Palavra de Deus.
Em Gênesis 1, na criação, o Espírito se movia e aquecia o abismo. No espanhol, “se
movia” significa “revoloteaba” (estremecia, esvoaçava). O Espírito foi na frente e preparou o
cenário para Deus começar a falar. Deus não pode perder suas palavras. Quando Ele fala, algo
Um em Cristo 138
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
acontece e o Espírito cuidou para que fosse assim. Nesse quadro, primeiro veio o Espírito e
depois a Palavra expressa por Deus. Vemos ali uma ação de unidade, de trabalho conjunto!
Na Nova Aliança, primeiro veio João Batista no deserto com a Palavra – ele pregou sobre
arrependimento, chamou o povo a voltar para o Senhor. Depois veio o Espírito descendo sobre
Jesus, que iniciou seu ministério no poder do Espírito. Jesus encharcou seus discípulos com a
Palavra, preparando-os para receber o Espírito que, por fim, gerou a Igreja.
Na Criação temos a ação do Espírito e depois a Palavra expressa de Deus. Na recriação,
quando nascemos de novo, também temos a Palavra e o Espírito (João 3.4-7). Jesus disse para
Nicodemos sobre “nascer da água e do Espírito”. Nicodemos precisava receber a palavra e se
arrepender de andar conforme sua própria razão. Era seu momento de negar tudo aquilo e
receber a Palavra de Deus, Jesus como seu Senhor e salvador e também receber o Espírito.
Portanto, o Espírito opera o realizar da Palavra de Deus em nós.
Quando falamos sobre oração, precisamos atentar para o Espírito da oração. Para onde
Ele está apontando? O que Ele quer que oremos com mais intensidade? Se o Espírito está sobre
a Terra dando continuidade ao trabalho do Senhor, precisamos atentar para não esquecermos
de consultá-Lo. O Apóstolo Paulo nos exorta a isso:
E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, com o qual fostes selados para o dia da
redenção. (Efésios 4.30)
Não apagueis o Espírito; (1 Tessalonicenses 5.19)
É muito fácil agirmos conforme nosso próprio entendimento e sair fazendo coisas para
Deus sem perguntar para Ele o que Ele quer. “Certa vez, um homem perguntou para Deus se
Ele gostava de maçã e Deus respondeu que sim. Então, esse homem Lhe serviu maçã no café da
manhã, no almoço, no jantar e por anos seguidos”. A primeira vez que ele perguntou foi
excelente, mas o fato de ele ter feito isso o resto da vida sem se importar em continuar
perguntando, é uma forma de entristecer o Espírito, de apagá-Lo em nossas ações.
Creio que nesses dias o Senhor está nos levando a orar com mais intensidade por
algumas coisas específicas que fazem parte do “pacote” Dele para os últimos dias. Sem a
pretensão de colocar em ordem de importância, apresentamos a seguir uma lista de motivos
de oração, que podemos chamar de “exigências de Deus”:
• Por arrependimento nacional (de toda corrupção e maldade)
• Unidade – da Igreja entre si e com Israel (de toda divisão)
• Pelos pobres – justiça social
• Por Israel – Deus pediu que fizéssemos isso
• Pelo movimento missionário nas nações - estamos diante do maior movimento
missionário da história da Igreja
• Para estarmos 100% focados na volta de Jesus, sem distrações
Creio que devemos nos dedicar à unidade, pois este é o foco desse curso, sabendo que
a oração é uma chave que vai ligar no mundo espiritual aquilo que precisa acontecer na Terra.
Em Mateus 16.19, lemos que estaremos conectados com o Espírito do Senhor quando
estivermos perseverando em oração: “o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o
que desligares na terra será desligado nos céus.”
Um em Cristo 139
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
A vontade de orar é algo que vem do Espírito: “porque Deus é o que opera em vós tanto
o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Filipenses 2.13). É o próprio Deus quem
nos move a isso. Portanto, precisamos corresponder a esse mover em nossos dias. Quanto mais
estivermos conectados ao Espírito, mais seremos levados a orar. Essa conexão nos impulsiona
na obra de Deus. Aqui não cabe o jargão: “Eu não tenho um chamado para orar” ou “Eu não sou
uma pessoa de oração; eu sou mais prático”. Só que a oração é algo tremendamente prática,
pois move os céus e a Terra com o intuito de fazer prevalecer os planos do Senhor.
Todos fomos feitos sacerdotes para Deus: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio
real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos
chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2.9). O mover de oração é um
movimento sacerdotal, é para todos os cristãos. Todo sacerdote precisa ministrar ao coração
de Deus para que Ele opere na Terra.
Oração é algo tremendamente prático, pois, quando ouvimos a Deus, fazemos coisas,
desenvolvemos projetos e pessoas são levantadas para a obra missionária. Construímos pontes
incríveis na obra de Deus por causa da oração. Infelizmente, muitos irmãos não estão
percebendo o que o Senhor está fazendo hoje e, por isso, não permitem que o Espírito de oração
se mova em seus corações.
A conexão com o Espírito vai nos levar a uma consciência dos acontecimentos ao nosso
redor, a enxergar e agir na direção daquilo que Deus está fazendo. Nós até podemos agir porque
ouvimos alguém que está conectado a Deus falar, mas também devemos estar conectados ao
Senhor, pois, do contrário, teremos dificuldades para perseverar.
Simeão e Ana eram servos de Deus dedicados à oração. Eles estavam no lugar certo e na
hora certa justamente por causa da sua conexão com o Espírito:
Assim, movido pelo Espírito foi ao templo; e quando os pais levaram o menino Jesus,
para fazer por ele conforme ordena a lei. Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus,
dizendo... (Lucas 2.27,28)
Note que Simeão foi movido pelo Espírito para ir ao templo; ele não estava lá, mas o
Espírito o moveu a ir. Como é bom saber que quando correspondemos com o Espírito Ele vai
nos levar ao ponto certo, ao lugar certo, na hora certa!
Tendo chegado naquele momento, deu graças a Deus e falou a respeito do menino a
todos os que esperavam a redenção de Jerusalém. (Lucas 2.38)
A mesma coisa aconteceu com Ana: ela chegou na hora certa. Está registrado para nós
desta forma nas Escrituras para que possamos perceber o quanto é importante investirmos as
nossas vidas em oração. O Senhor não vai nos deixar ficar de fora de Seus planos, pois estamos
buscando essa conexão com aquilo que Ele está fazendo hoje.
Em Atos 4.23 a 31, lemos que os discípulos fizeram a oração que o Espírito Santo queria
que fizessem. Isso moveu o coração de Deus e fez com que o Espírito orasse através deles. O
espírito deles se alinhou ao mover do Espírito Santo. Eles estavam dispostos a morrer, se preciso
fosse. Assim, duas coisas aconteceram: o lugar tremeu e todos foram cheios do Espírito.
Um em Cristo 140
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Quanto aos profetas, no meu íntimo, meu coração está quebrantado; todos os meus
ossos estremecem; sou como um homem embriagado, como um homem dominado
pelo vinho, por causa do SENHOR e das suas santas palavras. (Jeremias 23.9)
O profeta estava tremendo, sentindo um tremor, sentindo-se embriagado, como um
homem dominado, por causa do Senhor. A conexão com o Espírito vai nos tornar sensíveis às
causas do Senhor.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
UM FATO CONCRETO
Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de
Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. (Filipenses
4.6)
A ansiedade é o desejo de controlar o que nós não podemos controlar: as pessoas, o
tempo, os acontecimentos. Ansiedade é a causa da depressão, da ansiedade e de inúmeras
outras doenças físicas e emocionais. A única coisa que podemos controlar é o agora; não
podemos controlar o passado nem o futuro. Ao levarmos nossos problemas diante de Deus, Ele
traz luz sobre os mesmos e os enxergamos na sua dimensão correta. Assim, precisamos fazer
conhecidos diante de Deus as coisas que estão nos perturbando, e o fazemos pela oração, pela
súplica e com ações de graça.
Quando a Palavra diz que devemos orar sem cessar, isso não significa que devemos falar
em voz alta e em todo lugar em que nos encontramos. Oração é mais do que fala. Ela é uma
atitude de expectativa constante que Deus está conosco em todos os lugares. A súplica é
quando colocamos em palavras, clamor e lágrimas o que está nos incomodando. Ações de
graças são atitudes de gratidão diante de Deus, sabendo que Ele ouviu o que colocamos diante
Dele. Então, a chave para resolver a questão da ansiedade é a oração, é falar com Deus sobre o
que está nos incomodando; é lançar sobre Ele todas as cargas que estão sobre nossas vidas.
Jesus já fez isso: ele levou sobre si todas as nossas dores. Assim, que possamos aprender a
transferir os nossos pesos para Aquele que pode todas as coisas.
“A paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa
mente em Cristo Jesus.” (Filipenses 4.7). Essa é a consequência ou o efeito da nossa prática de
oração. O versículo não diz que Deus vai mudar os nossos sentimentos, mas, sim, que irá guardá-
los. Os sentimentos são como um cão bravo que precisa ficar na jaula para não nos machucar.
Depois de algum tempo, ele deixa de ser um cão bravo e se torna um indefeso coelhinho. Então,
não se preocupe com os sentimentos, pois Deus os guardará para que eles não determinem as
suas atitudes. Deus não quer que percamos nossos sentimentos, mas que eles não ditem os
rumos da nossa vida. Ele os guardará dentro de Cristo – e não há melhor lugar para que fiquem
guardados.
ORAÇÃO COLETIVA
Poderoso Deus e Pai, queremos ser obedientes à palavra apostólica em que Paulo roga
aos efésios pela Unidade no Espírito do Corpo de Cristo.
Sabemos que precisamos ser aperfeiçoados juntos com todos os santos para que
cheguemos à Unidade da Fé e do pleno conhecimento de Jesus, da plenitude de Cristo.
Enquanto isso, queremos diligentemente nos esforçar com toda humildade, mansidão,
paciência, suportando-nos uns aos outros em amor para preservar a Unidade do Espírito
conquistada na cruz para nós.
Queremos confessar constantemente que todos nós fomos batizados em um mesmo
Espírito, formando um só Corpo, e todos temos bebido desse mesmo Espírito.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
QUADRO ILUSTRATIVO
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Cite em outros livros da Bíblia outros verbos atribuídos ao Espírito Santo. Por exemplo: Ele
intercede com gemido inexprimíveis...
Texto Verbo
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE INDIVIDUAL
Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) Individualismo é tirar proveito da individualidade para si mesmo e a Bíblia nos ensina a
fugir disso.
2) ( ) É possível ter comunhão com Deus e não ter comunhão com os irmãos
3) ( ) A palavra “comunhão” significa “fazer comum de outros aquilo que é meu”
4) ( ) Deus nos limitou como indivíduos, mas expande a nossa compreensão e capacidade na
unidade
5) ( ) A ceia ou eucaristia é o momento mais significativo e importante da vida da Igreja. Ela
é o que nos diferencia entre católicos e evangélicos.
6) ( ) A oração é uma chave que vai ligar no mundo espiritual aquilo que precisa acontecer na
Terra.
7) ( ) Deus prova a nossa oração deixando-nos amadurecer até que alcancemos a Sua perfeita
vontade para nós
Um em Cristo 146
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Um em Cristo 147
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.
Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Nesta semana, procure praticar de modo mais intenso estes três frutos do nascido de novo:
a) Comunhão: deixe uma atividade não relevante (por exemplo: lazer, ver televisão,
praticar esporte ou atividade física) e busque ter comunhão com um irmão, ou uma
pessoa da família, ou amigo... Fale para esta pessoa da importância da comunhão. Por
que você tomou esta iniciativa. Fale do texto estudado.
b) Partir do pão: com uma outra pessoa, procure servir do modo que é ensinado nesta
lição.
c) Proponha nesta semana estar orando no seu lugar secreto (um lugar a sós com Deus,
pelo menos uma hora por dia). Também, busque uma pessoa que você não está
habituado a orar juntos. Proponha uma reunião de oração convidando mais uma ou duas
pessoas para orar pelos temas propostos nesta lição.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
LEITURAS ADICIONAIS
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ANOTAÇÕES
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LIÇÃO 09
UNIDADE NA IGREJA EVANGÉLICA NO
CONTEXTO DAS RELIGIÕES
Aquele que Deus enviou diz as palavras de Deus porque Deus dá o seu Espírito sem
medida. O Pai ama o Filho e pôs tudo nas mãos dele. Por isso quem crê no Filho tem a
vida eterna; porém, quem desobedece o Filho nunca terá a vida eterna, mas sofrerá
para sempre a ira (o castigo) de Deus. (João Batista, João 3:34-36).
Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. (Deuteronômio 6:4).
HINDUISMO ou BRAMANISMO - Nasceu na Índia, por volta de 1200 anos antes de Cristo. Prega
as castas (divisão de classes), acredita na reencarnação até atingir a purificação da alma
(Nirvana). É praticado na Índia, Indonésia, Paquistão, Malásia, etc. Em torno de um bilhão de
seguidores.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
CONFUCIONISMO - Fundada por Confúcio, que nasceu no ano 551 antes de Cristo. É praticado
na China, Coréia e Vietnã. Prega que os homens são todos iguais no seu nascimento, mas depois
se diferenciam em quatro categorias: santos, superiores, estúpidos e loucos. Nega a existência
de qualquer divindade e não esclarece a vida depois da morte. Pode chegar a 350 milhões de
seguidores.
BUDISMO - Fundada por Siddharta (Buda) por volta de 550 anos antes de Cristo. É praticado no
Japão, Coréia, China, Tailândia, etc. Prega a salvação universal – todo homem pode tornar-se
um Buda (Iluminado). Aceita a reencarnação das almas até a purificação completa (Nirvana =
Paraíso). Nega a existência de um Deus criador, porque o mundo surge e se desenvolve por sua
própria vontade (panteísmo). Ultrapassa a 500 milhões de pessoas seguidoras.
XINTOÍSMO - É a religião nacional do Japão. Xinto significa ‘caminhos dos deuses’. Cultua as
divindades do céu – sol, lua – e também os deuses das lendas, os espíritos do ar, da terra, das
águas. Adora a ídolos. Mais de 100 milhões de seguidores.
JUDAÍSMO - Fundado por Abraão, que habitava em Ur, na Caldéia. Moisés foi o escolhido por
Deus para guiar o povo hebreu e receber as tábuas da Lei junto ao Monte Sinai, sendo
constituída, assim, a Antiga Aliança (ou Antigo Testamento, ou Pacto). Admitem a existência de
um único Deus e Rei Absoluto. Grande parte do povo hebreu ainda espera o Messias prometido,
anunciado pelos profetas. O povo hebreu, em sua maioria, crê apenas no Velho Testamento, já
que uma boa parte entende que Cristo não é o seu Messias.
TAOÍSMO (na China); ANIMISMO (na África). - Pratica culto especial de “contato” com as almas
dos mortos e as forças da natureza, incluindo os animais.
SEICHO-NO-IÊ - De origem japonesa. Considera-se uma filosofia, e não uma religião (com o que
não concordamos), e inúmeras outras, principalmente de origem oriental.
NOVA ERA - Doutrina ou filosofia que surgiu nos últimos anos. Anula totalmente os princípios
cristãos em sua essência. É considerada um dos grandes enganos que a Bíblia fala que haveria
nos nossos dias.
Um em Cristo 154
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
CRISTIANISMO - Fundado por Jesus Cristo. Prega um só Deus em três pessoas iguais e distintas:
Pai, Filho e Espírito Santo. Resume todas as leis numa só – o novo mandamento: o amor, tanto
a Deus, como ao próximo. Coloca o homem, a mulher, a criança, o escravo, os oprimidos num
plano de igualdade e respeito. Calcula-se 2,4 bilhões de seguidores.
SEGUIDORES DE CRISTO
Pelo exposto até aqui, não temos dúvida de que a única “religião” verdadeira é a Cristã.
Nenhum outro, a não ser Jesus, teve a coragem de reivindicar para si o caminho da salvação,
com poder de dar vida após a morte física e afirmando ser o portador da verdade. Nem Buda,
nem Sidarta, nem Maomé... ressuscitou dos mortos. Em nenhum outro nome conseguimos
expulsar demônios e curar enfermos. Nenhum outro se encarnou de uma virgem, sem pai
humano. Nenhum outro viveu a sua vida sem pecado e optou morrer a nossa morte na cruz
(pelos nossos pecados) para que pudéssemos viver a sua vida.
Todavia, o Cristianismo é criticado pelos não-cristãos em virtude das inúmeras divisões
provocadas pelos homens. Estas divisões, embora contra os ensinamentos de Cristo, no
entanto, em nada invalidam a divindade, poder e glória de Jesus Cristo.
A primeira divisão aconteceu por volta de 250 d.C., onde a Igreja indivisa, até então,
influenciada pela cultura greco-romana (principalmente pelos romanos que odiavam os judeus)
tira de seu culto todos os elementos judaicos, celebrando sua adoração a Deus de uma forma
diferente. Assim, as congregações messiânicas foram se reduzindo até chegar a quase nada. Os
poucos grupos que restavam viviam secretamente e não tinham força suficiente para protestar
contra qualquer coisa.
A segunda grande divisão deu-se em 1043, entre a Igreja Romana e a Ortodoxa Grega.
Entretanto, a divisão mais marcante ocorreu no século XVI, através de Martinho Lutero (1483 –
1546), com a Reforma Luterana (Protestante), rebelando-se contra a Igreja Católica Romana
que estava, naquela oportunidade, em divergência a alguns ensinamentos bíblicos.
Lutero afirma, como única norma de fé, a Bíblia; que o homem não será salvo em
consequência de suas “boas obras”, mas, sim, unicamente pela fé no Senhor Jesus Cristo
(embora, como salvo, deva-se fazer as boas obras); que o homem é mau por natureza, mas a
graça de Cristo o cobre de forma a fazê-lo justificado diante de Deus. Dessa forma, Lutero dá
início a uma nova fase do Cristianismo. A princípio, este movimento foi conhecido como
Protestantismo (pois protestava contra o Catolicismo Romano); mais à frente, os protestantes
tornaram-se conhecidos como Evangélicos (termo hoje muito usado para se referir aos fiéis da
igreja Protestante).
É importante lembrar que Jesus não veio criar uma religião, uma denominação, mas sim,
uma só Igreja, onde ele é o alicerce, a rocha, a base. Observa-se que seus apóstolos também
não criaram uma religião propriamente dita, mas levaram adiante os ensinamentos do seu
Mestre. O próprio Jesus, ao afirmar “onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou
no meio deles” (Mateus 18:20), estimula reuniões entre cristãos, sem a preocupação com
denominações.
Um em Cristo 155
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Todas estas divisões são contra os ensinamentos de Cristo cuja base está no Perdão, no
Amor e na Comunhão. Por isto Jesus clama ao Pai em João 17:21-23 para que sejamos Um,
assim como ele e o Pai são Um. Só assim o mundo vai conhecer Jesus como o enviado do Pai
para salvar a humanidade.
Portanto, perseguirmos a Unidade do Corpo é dizer sim à oração de Jesus. Precisamos
começar, na busca da Unidade, na ordem inversa: primeiro, a Unidade entre Evangélicos (lição
09); segundo, a Unidade entre Evangélicos, Católicos Romanos e Ortodoxos (lição 10) e,
terceiro, a Unidade de todos os cristãos com Judeus Messiânicos (lição 11), para, aí sim,
proclamarmos a volta de Jesus. Neste momento teremos o maior evangelismo da história: a
Igreja una, sem a mácula da divisão, sem a vergonha da falta de perdão, sem a iniquidade do
desamor (a falta de amor, a inimizade).
ESPIRITISMO - Admitimos que existam no Espiritismo “sinais e maravilhas”, mas estes podem
ser “sinais e maravilhas enganadoras” (2 Tessalonicenses 2:9). Saudades dos entes queridos que
se foram desta terra, simples curiosidade, desejo de ver coisas sensacionais e sobrenaturais, ou
ainda, vontade de ficar livre de alguma moléstia, têm levado milhares e milhares às fileiras
espíritas. Não aceitam as Sagradas Escrituras integralmente como Palavra de Deus, mas
rebuscam alguns textos para apoiar suas doutrinas. O mais terrível dos ensinamentos é a
reencarnação, conforme os ensinos de Allan Kardec (codificador do espiritismo também
denominado de doutrina espírita): crença de que depois da morte, a alma de um ser humano
retorna á vida com outro corpo para redimir pecados ou um mal cometido. Isto é contra á Bíblia
que diz que o homem morrerá uma só vez. E contra a fé cristã que olha como única maneira de
salvação a morte vicária de Cristo na cruz que pagou todos os nossos pecados. A Bíblia nos
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ensina sobre ressurreição; que todos nós passaremos por ela como aconteceu com o próprio
Cristo. Há muitos versículos bíblicos que anulam a doutrina espírita: Levítico 19.26,31. Levítico
20.6,27. Deuteronômio 11.30; 18.10-12. 1 Samuel 28.3-7. 1 Crônicas 10.13; 33.6. Isaías 8.19.
Atos 16:16-18. Gálatas 5:19-21. Deus proíbe terminantemente todo tipo de espiritismo e
ocultismo, quer se trate de sessões em centros espíritas, em tendas, em terreiros, ou ainda de
qualquer espécie de pseudociências, como astrologia, quiromancia, cartomancia, hipnotismo,
magnetismo, etc.
MORMONISMO - Começou quando Joseph Smith afirmou ter recebido o anjo Moroni, o qual
indicou a localização de placas de ouro em uma caixa escondida numa encosta perto da fazenda
dos Smith, nas proximidades de Palmyra, em Nova York. Essas placas deram origem ao Livro dos
Mórmons, que foi publicado pela primeira vez em 1830. Também é conhecida como “Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias” e crê que o Livro dos Mórmons é a Palavra de Deus.
O seu fundador, Smith, desenvolveu a sua versão “inspirada da Bíblia” e outros livros para dar
uma base doutrinária conforme seus interesses. Evidentemente que estas denominações não
entram no contexto de Unidade do Corpo de Cristo, uma vez que não abraçam integralmente
os Evangelhos e ou a Bíblia como um livro inerrante.
A IGREJA DE CRISTO
Podemos dizer que a Igreja de Cristo foi fundada no ano 33 da era cristã, em Jerusalém,
por meio dos apóstolos de Jesus, pela ação do Espírito Santo, no dia de Pentecostes.
Antes da descida do Espírito Santo havia quase cento e vinte discípulos (Atos 1:14,15)
que perseveravam unanimemente em oração e súplicas esperando concordemente, num
mesmo lugar, o poder do Espírito Santo, a promessa de Deus Pai para o estabelecimento da
Igreja de Cristo para, a partir daí, expandirem para o mundo.
Imediatamente após à manifestação do Espírito, o apóstolo Pedro levantou a sua voz,
explicando que Deus fez de Jesus o Senhor e Cristo da Igreja pela sua morte na Cruz, ressurreição
e ascensão. Após seu discurso, quase três mil pessoas se arrependeram, foram batizadas em
nome de Jesus Cristo para o perdão dos pecados e receberam o dom do Espírito Santo.
Lucas descreve como esses primeiros cristãos começaram a praticar uma vida de igreja
(Atos 2:42-47):
E eles perseveravam no ensino dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas
orações. Em cada um havia temor, e muitos sinais e feitos extraordinários eram
realizados pelos apóstolos. Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em
comum. Vendiam suas propriedades e bens, e os repartiam com todos, segundo a
necessidade de cada um. E perseverando de comum acordo todos os dias no templo, e
partindo o pão em casa, comiam com alegria e simplicidade de coração, louvando a
Deus e contando com o favor de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava a cada dia
os que iam sendo salvos.
Em nome de Cristo, sinais e maravilhas aconteciam na Igreja. Também as perseguições
se intensificavam. Porém, eles estavam unidos, cheios do Espírito Santo e anunciavam com
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ousadia a Palavra de Deus. A unidade entre eles era tão marcante que era “um” o coração e a
alma da multidão.
Anunciando que Jesus ressuscitara dos mortos e pregando a Palavra intensamente,
muitos creram, chegando ao número de mais de cinco mil pessoas (Atos 4:4). O amor, a justiça,
a alegria do Espírito Santo era tanto que Lucas descreve atitudes de total despojamento dentro
da Igreja (Atos 4:32-35):
A multidão dos que criam estava unida de coração e de propósito; ninguém afirmava
ser sua alguma coisa que possuísse, mas tudo era compartilhado por todos. E com
grande poder os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em
todos havia imensa graça. Pois não existia nenhum necessitado entre eles; porque
todos os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam o valor do que vendiam
e o depositavam aos pés dos apóstolos. E se repartia a qualquer um que tivesse
necessidade.
E assim a Igreja crescia: a) Jesus Cristo, o centro; b) familiarizada com os dons
sobrenaturais do Espírito Santo; c) sem denominações ou divisões, mas em cada cidade era uma
só igreja, unida (sabemos disto pelas cartas enviadas a Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes,
Filadélfia e Laodicéia – Apocalipse 2 e 3); d) em contato (ligada) com as raízes judaicas (os
apóstolos eram judeus e os valores bíblicos judaicos foram conservados – Romanos 3:1).
A SUPREMACIA DA BÍBLIA
Apesar de todas as dificuldades existentes, a Igreja de Cristo, nas questões essenciais da
fé, tem a Bíblia como guia supremo. Com base na cultura judaico-cristã, a Bíblia, conhecida
como o livro sagrado ou Palavra de Deus, está disponível em 648 línguas que, segundo as
Sociedades Bíblicas unidas, alcançam mais de cinco bilhões de leitores. Calcula-se, ainda, que
250 milhões de habitantes, por falarem dialetos minoritários, não têm acesso à Bíblia.
A versão conhecida como Septuaginta é a tradução em grego da Bíblia, usada por judeus
helenizados a partir do século III A.C. É fruto de 72 estudiosos judeus em Alexandria, razão pela
qual deu origem ao nome “dos setenta” ou Septuaginta. Esta versão foi a adotada por Martinho
Lutero (século XVI) na Reforma Protestante, traduzida para o alemão e depois para outras
línguas.
São 39 livros no Antigo Testamento, que vão de Gênesis à Malaquias. Além destes livros,
conhecidos como “canônicos” (autênticos), a Igreja Católica reconhece mais sete livros escritos
em grego: Tobias, Judite, Macabeus 1 e 2, Eclesiástico, Baruc e Sabedoria de Salomão, chamados
de “deuterocanônicos” (constam da Septuaginta, mas os protestantes não os consideram como
canônicos). O Novo Testamento, no total de 27 livros (quatro evangelhos e outros, até
Apocalipse), foi também escrito originalmente em grego.
No final do século IV, São Jerônimo foi encarregado de transcrever os textos bíblicos para
o latim (língua que era adotada oficialmente pela Igreja Católica). Esta tradução foi chamada de
Vulgata, que passou a ser a única autorizada pela Igreja Católica.
Um em Cristo 158
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Em 1943, o Papa Pio XII autorizou a tradução da Bíblia a partir das línguas originais sem
o filtro da Vulgata. Assim, ainda que haja alguns pequenos problemas, principalmente de
tradução, a Bíblia é, sem dúvida, o alicerce da Igreja de Cristo, apesar das muitas denominações.
Um em Cristo 159
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
PENTECOSTAIS E CARISMÁTICOS
Pentecostes não é somente o marco da fundação da Igreja de Cristo, mas também da
unidade do Corpo de Cristo. Um dos efeitos imediatos do Pentecostes foi que os judeus devotos
de todas as nações presentes em Jerusalém, por ocasião da festa, começaram a ouvir, cada um,
em sua própria língua materna, as grandezas de Deus (Atos 2.5-11), ao contrário da confusão
de línguas e da divisão entre os povos iniciadas na torre de Babel (Gênesis 11). Todo povo sentia
simpatia pela unidade da igreja que se iniciava, e o Senhor acrescentava, dia a dia, os que iam
sendo salvos (Atos 2.47). Dentre os que criam, era um o coração e a alma; estavam juntos, e
crescia mais ainda a multidão de crentes agregados ao Senhor (Atos 5.13,14).
Infelizmente, a igreja sofreu grandes divisões, principalmente no segundo milênio após
sua criação. Porém, no início do século 20, em Topeka, Kansas, houve um novo derramamento
Um em Cristo 160
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
do Espírito Santo chamado de Novo Pentecostes. Em 1906, o pastor negro William J. Seymour,
batizado no Espírito Santo, iniciou, num velho galpão da Rua Azusa, 312, em Los Angeles/EUA,
reuniões de avivamento que também uniam negros e brancos que antes congregavam
separadamente. Mais uma vez, o Espírito Santo foi liberado para a unidade do Corpo de Cristo.
Nessas reuniões, que agregavam pessoas de todo o mundo, “não se permitia uma palavra
indelicada contra inimigos ou outras igrejas; não se permitia que se pensasse, falasse ou se
ouvisse mal contra qualquer criatura; nunca se buscava a defesa deste trabalho ou das pessoas
que lá estavam. O Espírito Santo não permitia críticas ou comparações com outras
denominações”.
Durante os anos de 1960, o derramamento do Espírito Santo foi intensificado sobre as
denominações tradicionais como episcopais, luteranas, presbiterianas, batistas, metodistas,
menonitas, etc. Porém, no começo de 1967, Deus surpreendeu os protestantes ao derramar o
Espírito Santo e seus dons sobre um grupo de católicos romanos nos Estados Unidos.
Primeiramente, isso aconteceu em um retiro de fim de semana perto de Pittsburgh (Pensilvânia
– Universidade de Duquesne) e, depois, nas reuniões de South Bend, Indiana e East Lansing,
Michigan. Esta “segunda onda” do Espírito Santo no século 20 deu origem ao que chamamos
hoje de carismáticos. É interessante observar, no derramamento do Espírito Santo sobre os
católicos, a participação de protestantes (episcopais e presbiterianos) e a leitura do livro A Cruz
e o Punhal, de David Wilkerson. Isto mostra o propósito de Deus em nos conceder seu Espírito
para a unidade do Corpo.
O movimento do Espírito continuou em 1970, expandindo-se por toda parte do mundo
como América Latina, Escandinávia, França e Itália. Da metade dos anos 70 para frente, alcançou
Espanha, Portugal, África e Ásia (e a China em especial, mais recentemente). Em outras palavras,
essa maravilhosa bênção atingiu todo o planeta no século 20, chegando, de acordo com alguns
cálculos atuais, o número mundial de pentecostais e carismáticos a aproximadamente 700
milhões. Peter Hocken diz:
Somente um movimento enviado diretamente do céu, sem fundadores humanos em
destaque, poderia pertencer tanto a todas as igrejas como a todas as tradições cristãs.
Uma importante consequência da unidade espiritual do movimento é que ele não
pertence mais intensamente a uma tradição eclesiástica do que a outra. Isto significa
que não há um movimento separado da renovação católica, um da renovação episcopal
e outro da luterana... Há somente um mover. Devemos tomar muito cuidado para
lembrar que não estamos falando sobre um mover separado da nossa própria igreja,
mas, sim, do segmento de um mover de Unidade do Espírito Santo encontrado na nossa
própria tradição.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
acontecendo simultaneamente, por uma questão didática, trataremos primeiro a Unidade entre
evangélicos.
Se olharmos para esses grupos evangélicos como instituições, como organizações,
certamente essa unidade é pouco provável. Cada um deles tem doutrinas e estruturações
praticamente inegociáveis. A base histórica e as tradições de cada denominação representam
um alicerce muito sólido, impossível de ser ameaçado.
Em outras palavras, é impraticável pensar em unidade entre denominações, instituições,
organizações cristãs que trazem uma carga histórica doutrinal, cultural e sociológica
estabelecidas, em alguns casos, por séculos de vivência. São ritos, liturgias, particularidades que
fundamentam toda doutrina que marca a denominação. Nossa proposta não é essa.
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Resultado da Pesquisa
As perguntas da pesquisa foram elaboradas no contexto dos debates dos reformadores.
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Quadros de respostas
Tabela 1 – Resultados referentes à primeira pergunta: “Para você, o que é a santa ceia?”
IGREJA Memorial Espiritual Literal
Igreja Presbiteriana do Brasil 37% 63% 0%
Igreja Evangélica Luterana do Brasil 0% 13% 87%
Igreja Batista Brasileira 65% 29% 6%
Igreja Assembleia de Deus – Belém 70% 17% 13%
Igreja Renascer em Cristo 56% 31% 10%
Tabela 2 – Resultados referentes à segunda pergunta: “O que acontece com o pão e o vinho na
hora da santa ceia?”
IGREJA Memorial Espiritual Literal
Igreja Presbiteriana do Brasil 37% 63% 0%
Igreja Evangélica Luterana do Brasil 6% 27% 67%
Igreja Batista Brasileira 54% 42% 4%
Igreja Assembleia de Deus – Belém 63% 30% 7%
Igreja Renascer em Cristo 42% 53% 5%
Tabela 3 – Resultados referentes à terceira pergunta: “Cristo está presente na ceia de que
forma?”
IGREJA Memorial Espiritual Literal
Igreja Presbiteriana do Brasil 21% 79% 0%
Igreja Evangélica Luterana do Brasil 13% 13% 74%
Igreja Batista Brasileira 12% 82% 6%
Igreja Assembleia de Deus – Belém 22% 72% 6%
Igreja Renascer em Cristo 11% 81% 8%
Como se observa, a partir desta coleta de dados, as divergências são relevantes num
assunto que é o centro do culto dos cristãos; ou, pelo menos, era na Igreja Primitiva. Estas
divergências contribuem sobremaneira para a migração de membros e estimula (considerando
outros aspectos também) novas denominações “pipocando” todos os dias.
Dessa forma, os pesquisadores concluem:
Diante do que nos é apresentado, tornam-se evidentes “ecos” do cisma iniciado pela
controvérsia entre os reformadores nas igrejas evangélicas da atualidade, e percebemos
que a santa ceia deixou de ser um tema central nestas. Além da indecisão e incoerência
apresentadas nas respostas dadas à pesquisa feita, podemos também ter como base
para essa afirmação a acentuada migração dos evangélicos para as mais variadas
denominações.
A respeito da mobilidade religiosa no Brasil, com base na pesquisa realizada pelo Centro
de Estatísticas Religiosas e Investigações Sociais (Ceris) em 2004, segundo o qual, entre
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Primeiro, ser firmemente unidos com a Cabeça (Cristo); segundo, ser firmemente unidos
por juntas e ligamentos com os nossos irmãos. Nosso relacionamento pessoal com Cristo
é primordial, mas não é suficiente. Temos que estabelecer um relacionamento certo com
os outros crentes aos quais Deus tem nos ligado no Corpo.
Ele trata juntas como o relacionamento pessoal entre os cristãos que Deus uniu. Já os
ligamentos (que são as fibras de tecido que mantêm os ossos ligados nos lugares em que se
formam as juntas) seriam essenciais para conservar cada junta forte e segura – exatamente o
papel do compromisso de aliança.
ALIANÇAS QUEBRADAS
Na visão de Ezequiel, Deus operou sobrenaturalmente nos ossos individuais para uni-los
em corpos, agindo, a partir daí, em corpos completos. Segundo Prince, “nos nossos dias Deus
ainda está ajuntando cristãos individuais em corpos, isto é, em igrejas locais, no levantamento
do seu exército grande em extremo”. Portanto, nossos relacionamentos (juntas) e alianças
(ligamentos) deverão estar firmes para o Corpo receber a vida abundante que vem da Cabeça.
Para essa restauração completa do Corpo, cabe a nós buscar a restauração das alianças
quebradas, refazendo “a unidade do Espírito no vínculo da paz”.
Ao tomarmos a ceia do Senhor, reconhecemos um compromisso de aliança uns com os
outros, como os ossos do corpo humano que são ligados pelos ligamentos em um só corpo.
Reconhecemos que éramos “ossos secos” e que, pela cruz de Cristo, fomos unidos, tornando-
nos um só Corpo e recebendo a vida que nos liga, o Espírito Santo. Derek Prince lembra-nos
que:
Entre os povos semíticos descritos na Bíblia, a maneira normal de duas pessoas entrarem
em uma Aliança era participar solenemente de uma refeição juntas e, especialmente,
comer de um só pão e beber de um só cálice. Por esta razão foi apropriado que Jesus
iniciasse a Nova Aliança com uma refeição solene na qual cada pessoa participou do
mesmo pão e bebeu do mesmo cálice (Mateus 26.20-28). Por meio deste ato único, todos
que participavam dele eram, daquele momento em diante, ligados numa Aliança
sagrada. Desde então, a participação na ceia do Senhor tem sido, do ponto de vista de
Deus, uma renovação desta Aliança por meio da qual todos os que participam são
ligados ao Senhor e uns aos outros (grifos nossos).
Ao participar da ceia do Senhor, reconhecemos que somos irmãos, membros da mesma
família divina. Renovamos o compromisso de amor mútuo, de perdão, de cuidar uns dos outros
e, do ponto de vista cristão, até dar a vida pelo irmão; de usar nossas provisões para suprir a
necessidade do irmão e vice-versa; de alegrar-nos com as vitórias dos irmãos e sofrer com eles
as dores de suas aflições; de não romper relações com os irmãos, ainda que em certos pontos
não haja um pensamento único (diversidade). Renovamos, então, o compromisso de ser
sincero, transparente e continuar amando ainda que tenhamos de ser exortados. Enfim,
confirmamos o propósito do amor incondicional, assim como somos amados por Cristo, que é
o centro dessa aliança.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Essas quebras de alianças (paradigmas) abriram as “porteiras” para uma igreja frágil e
fragmentada. A permissividade também levou cristãos a fortalecer-se na quebra de alianças nos
casamentos, chegando-se a um número astronômico de divórcios dentro das igrejas. Para não
se alongar nos exemplos, concluímos que nunca a instituição da família esteve tão debilitada
como nos nossos dias.
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UM FATO CONCRETO
A unidade com Cristo se inicia no momento em que a pessoa é incluída no corpo de
Cristo pelo novo nascimento, de acordo com:
João 1.12: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos
de Deus, a saber, aos que creem no seu nome”.
Romanos 6.3-5: “Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo
Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo
batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai,
assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se fomos unidos com ele na
semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua
ressurreição,
Efésios 2.1-6: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos
quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da
potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais
também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo
a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como
também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor
com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente
com Cristo, -- pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez
assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus;
Dessa forma, podemos compreender que a Palavra afirma que o ponto basilar da
unidade é o fato de que somos filhos de Deus pelo novo nascimento e, como consequência,
somos irmãos de todos aqueles que passaram pela mesma experiência.
1. O trabalho do Espirito Santo, dentro desse aspecto da Unidade, vem testificar que
somos filhos e temos um só Pai.
Romanos 8.14-17: “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de
Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez,
atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba,
Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se
somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo; se
com ele sofremos, também com ele seremos glorificados.”
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ORAÇÃO COLETIVA
Pai, santificado seja o Teu nome. Nós estávamos todos longe de Ti. Fomos trazidos para perto
do Teu amor e da Tua santidade pela morte de Jesus Cristo na cruz. Também, com a sua morte
na cruz, Cristo destruiu a inimizade entre todos os Teus filhos dispersos, unindo-nos em um só
Corpo.
Estamos divididos, ó Pai. Tem misericórdia de nós, inclina Teus ouvidos para essa nossa angústia
e livra-nos de todo o mal. A Tua Palavra nos estimula a discernirmos o Corpo de Cristo. Quando
não fazemos isso há em nosso meio fraquezas, doenças e sonolência espiritual.
Sabemos, ó Deus, que quando não reconhecemos que os outros irmãos são do Senhor, que
pertencem a Cristo, que fazem parte do mesmo Corpo que nós, estamos enfraquecendo a Igreja.
Assim, ajuda-nos, ó Pai Santo, a abrir os nossos corações e discernirmos Cristo na vida dos outros
irmãos. Leva-nos, Senhor, a converter-nos para a Unidade do Corpo.
Como aquele cego que, parcialmente curado, via homens como árvores que andavam, queremos
também, Senhor, receber o Teu segundo toque, enxergar distintamente todos os nossos irmãos
em Cristo e amá-los como tu os ama.
Agora todos, unidos pelo poder de um só Espírito, podemos ir até a Tua presença. Podemos
entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus. Por tudo isso Te agradecemos, em nome do
nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
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QUADRO ILUSTRATIVO
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ATIVIDADE INDIVIDUAL
Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) O Cristianismo é criticado pelos não-cristãos em virtude das inúmeras divisões provocadas
pelos homens.
2) ( ) A Igreja de Cristo foi fundada no ano 33 da era cristã, em Jerusalém, pelo próprio Senhor
Jesus.
3) ( ) Ao nos convertermos, foi-nos outorgado o Espírito Santo, que passou a habitar em nosso
coração
4) ( ) Ecumenismo Espiritual é o “esforço” ou a tendência de fazer da Igreja de Cristo uma única
família.
5) ( ) Podemos ter comunhão com membros de diferentes denominações cristãs, sempre
abrindo mão das tradições implementadas por seus fundadores.
6) ( ) Quando falamos sobre unidade entre evangélicos, temos de considerar os pontos que
nos unem: a Bíblia, Jesus como Salvador e Senhor, a obra do Espírito Santo e Deus como um só
Pai de todos.
7) ( ) A ceia ou eucaristia foi o primeiro fator de divisão da Igreja entre os reformadores, e
repercute até hoje, causando muitas controvérsias entre as igrejas cristãs.
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QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.
Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Nesta semana, contate pelo menos três irmãos de outras igrejas evangélicas e conte esta
nossa iniciativa de Unidade no Espírito.
Explique que não estamos buscando Unidade na Fé (corpo de doutrinas), pois isto só o
Espírito Santo vai fazer.
Mostre a diferença entre Efésios 4.3 e 4.13.
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LEITURAS ADICIONAIS
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
preservar…” (CE); “Ansioso para manter…” (ES); “Empenhe-se com diligência para viver juntos
como UM…” (NL); “Lute intensamente para guardar a unidade…” (AMP).
Quando Deus nos fala e nos vê como um só Corpo na unidade do Espírito Santo, assim
como na aliança do casamento (uma só carne), Ele não está pedindo uniformidade. Cada um
deve manter sua identidade. A unidade é maravilhosa na diversidade, repito, assim como no
casamento.
Também, para sermos um só Corpo e Deus nos ver na unidade do Espírito, nós
precisamos ter a unidade da fé, como está escrito em Efésios 4:13. Esta unidade da fé ainda será
alcançada. Mas a unidade do Espírito já temos.
Existem, por exemplo, diferenças doutrinárias entre as confissões cristãs. Estas
diferenças devem ser tratadas como questões secundárias, embora importantes. Às vezes estas
diferenças podem ser úteis, pois há riquezas em cada uma delas e, por si só, não significam
divisão. O que cada um de nós, diferentes, precisamos estar conscientes é que o que nos une é
Cristo, seu sangue, sua aliança, seu Espírito. Esta cláusula é inegociável. Apesar das diferenças,
temos a unidade no Espírito e, por isto, as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja
de Cristo (Mateus 16:18).
Qual é o nosso maior problema? Não lutar diligentemente para a unidade do Espírito,
perder a compreensão de que somos um só Corpo, o Corpo de Cristo (pois é assim que Deus
nos vê: um com Ele em Cristo e um entre nós). A perda desse entendimento trouxe inúmeros
conflitos entre os cristãos, muito derramamento de sangue nesses últimos quinhentos anos.
Assim como na aliança do casamento parte-se da “morte do eu”, para ser um só Corpo há
necessidade de “perder a vida” por amor de Cristo e do evangelho (Marcos 8:35).
Precisamos entender a gravidade de rompimentos na Igreja. Quando um casal se separa
e parte para outros relacionamentos há quebra de aliança. Nós, na Igreja, que rompemos com
outros irmãos, que julgamos, criticamos, desprezamos... estamos quebrando alianças.
Na nossa salvação recebemos o Espírito Santo, fomos batizados por Ele, bebemos e
somos selados no mesmo Espírito. Ele é patrimônio de todos os cristãos. Ele é indivisível, não
dá para fragmentá-Lo. Não dá para cada um de nós ficar com um “pedacinho” Dele e, na volta
de Jesus, reunir as partes como um mosaico, um quebra-cabeça. O mesmo Espírito que está em
mim é o que está em você e, Nele, somos um! Nele e com Ele somos um com o Pai e o Filho!
Se a aliança matrimonial perdura até que a morte nos separe, a aliança no sangue de
Jesus, que constitui o Corpo, nunca cessará. Na eternidade ela continuará para sempre. Jesus
orou ao Pai (João 17:21), como já vimos, pela unidade da Igreja. Isto vai acontecer – e já está
acontecendo – como veremos no próximo capítulo.
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ANOTAÇÕES
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LIÇÃO 10
A BUSCA DA UNIDADE ENTRE
EVANGÉLICOS E CATÓLICOS
Esforçando-vos diligentemente por preservar a Unidade Do Espírito no vínculo da paz
(Efésios 4:3)
INTRODUÇÃO
Se considerarmos as diversas denominações de igrejas como instituições ou
organizações, certamente a Unidade é pouco provável, pois por diversas razões não há
disposição em abrir mão da história, tradição, doutrinas, estruturas próprias e da liderança que
as pessoas ocupam. Não há como unificá-las e não temos tal objetivo.
Também achamos difícil a unidade por meio de um processo de diálogo, por mais sério
que seja, que nos leve a uma uniformidade na interpretação bíblica, na doutrina, no culto, na
cultura cristã. Assim, buscamos uma unidade no Espírito que não seja uma igreja uniforme, mas
uma unidade dentro de uma legítima diversidade; uma unidade que não signifique ignorar que
há questões que precisam ser resolvidas.
Nossa proposta de unidade é entre pessoas cristãs, entre filhos de Deus. A expressão
“uns aos outros” aparece mais de 50 vezes no Novo Testamento (e muitas vezes no Velho). O
mais conhecido é o novo mandamento de Jesus:
Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós,
que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus
discípulos, se vos amardes uns aos outros. (João 13.34,35).
A maioria das expressões “uns aos outros” é acompanhada do verbo amar. Porém,
encontramos a expressão relacionada aos verbos “receber, não julgar, perdoar, lavar os pés,
ensinar, admoestar, sujeitar, saudar, servir, consolar, considerar, confessar culpas, não irritar,
não invejar, suportar, edificar, ser benigno, bondoso, misericordioso”, etc. É interessante que
todos estes verbos, que indicam ação, estão normalmente no imperativo, no sentido de
mandamento, ordenança. É lógico que essas ações não devem se restringir apenas ao nosso
círculo denominacional.
Quando determinado assunto é repetido na Bíblia é porque Deus considerou importante
enfatizá-lo. Segundo o pastor Tommy Tenney, a palavra “dízimos” aparece 24 vezes; “ofertas”,
265; “jejum” e “oração”, mais de 100 vezes cada uma. Esses são, obviamente, conceitos
importantes. No entanto, a palavra “juntos” é mencionada 484 vezes e “se reuniram”, 97 vezes.
O autor mencionado acima usa duas páginas de seu livro citando as frases bíblicas que abordam
as palavras “juntos” e “reunidos” para enfatizar a importância delas, ressaltando como Deus
quer que façamos tudo JUNTOS.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
A Igreja Ortodoxa
Segundo a Wikipédia (Enciclopédia Livre), a Igreja Ortodoxa (do grego órtos: “reto,
correto” e dóxa: “doutrina, opinião” ou, literalmente, igreja da opinião correta) ou Igreja
Católica Ortodoxa é uma comunhão de igrejas cristãs autocéfalas, herdeiras da cristandade do
Império Bizantino, que reconhecem o primado de honra do patriarcado ecumênico de
Constantinopla desde que a sede de Roma deixou de comungar com a ortodoxia. Reivindica ser
a continuidade da igreja fundada por Jesus, considerando seus líderes como sucessores dos
apóstolos. A Igreja Ortodoxa tem aproximadamente dois mil anos, contando-se a partir da igreja
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
que incluem a Cláusula Filioque (a parte que fala sobre o Espírito Santo, acrescentando “e do
Filho”: “... e procede do Pai e do Filho”):
Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas
visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido
do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus
verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai. Por ele todas as coisas foram
feitas. E, por nós, homens, e para a nossa salvação, desceu dos céus e encarnou, pelo
Espírito Santo, no seio da Virgem Maria e se fez homem. Também por nós foi crucificado
sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as
Escrituras; e subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em
sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Creio no Espírito
Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai; e com o Pai e o Filho é adorado e
glorificado: ele que falou pelos profetas. Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica.
Professo um só batismo para remissão dos pecados. Espero a ressurreição dos mortos; E
a vida do mundo que há de vir. Amém.
O credo professado constantemente nas missas pelos católicos romanos é o seguinte:
Creio em Deus Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra. E em Jesus Cristo, seu único
Filho Nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem
Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu à mansão
dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus, está sentado à direita de Deus
Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e mortos. Creio no Espírito Santo, na
santa Igreja Católica (universal), na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na
ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.
Esse resumo da profissão de fé mostra que não há divergência com as denominações
cristãs. Ele pode ser recitado por qualquer cristão sem contradição com a Palavra de Deus.
DIVISÃO NO BRASIL
O Brasil surgiu nos mapas em meio à Reforma Protestante na Europa. Portugal, como
país católico que detinha os créditos da descoberta, implantou, em sua colônia sul americana,
o catolicismo de forma homogênea, sem a presença do protestantismo. Como a religião oficial
do império português era o catolicismo, os brasileiros herdaram esta identidade religiosa. Assim
como ser português também era sinônimo de ser católico, o mesmo se deu com os brasileiros,
condição esta mantida durante o período do império brasileiro. Se havia ingerência religiosa na
política, de igual forma também havia ingerência política na igreja, que muitas vezes se curvava
às decisões de homens devassos.
As três etnias mais importantes na formação inicial do povo brasileiro foram a europeia,
a africana e a indígena. Embora os jesuítas se esforçassem para catequizar os indígenas, o faziam
sob constante tensão com a coroa portuguesa que, de acordo com a conveniência, ora os
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
apoiava, ora os reprimia. Já a escravatura em larga escala proporcionou uma taxa elevada da
presença africana no Brasil.
Do ponto de vista religioso, estas três etnias se acomodaram sob o jugo do catolicismo
português, que detinha o poder militar. Esta opressão resultou num sincretismo de aparência
católica, sob o qual os indígenas e principalmente os africanos disfarçavam suas crenças
originais. Com o passar do tempo, a miscigenação entre europeus, indígenas e africanos
resultou no fortalecimento ainda maior do sincretismo, proporcionando essa identidade
popular ao catolicismo brasileiro.
Posteriormente, com a Proclamação da República, se iniciou uma distinção entre Igreja
e Estado. Embora prevista em lei na prática, essa distinção se dava de maneira muito lenta e
com resistência de ambas as partes. Coincide com este momento – últimas décadas do sec. XIX
– o envio dos primeiros missionários protestantes ao Brasil. A partir do início da segunda década
do século XX, com a chegada de missionários oriundos do Movimento da Rua Azuza, o
protestantismo se fortaleceu e se espalhou pelo país. Estes protestantes, que preferiam ser
identificados como “evangélicos”, foram popularmente conhecidos como “crentes” pelos
nativos católicos, sem distinção da denominação a que pertenciam.
Estes missionários evangélicos encontraram o seguinte cenário religioso no Brasil: A
população considerada como católica incluía quem de fato praticava o catolicismo verdadeiro,
os sincretistas e aqueles que eram apenas nominalmente católicos, por tradição decorrente da
condição da cidadania. Por isso, era constatável que a maioria necessitava, de fato, de
conversão.
Um em Cristo 187
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Enfim, sem muito esforço, podemos identificar que as instituições mais afetadas em
todo este contexto de divisão são as famílias. São muitos os pais e filhos, irmãos de sangue, que
por conta dessa falsa ideia de conversão perdem o convívio familiar. Por essa razão, torna-se
autêntica nossa missão de promover a unidade na diversidade entre nós cristãos – e logo!
Um em Cristo 188
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
IMERSÃO OU ASPERSÃO
A outra questão que se tem por relevante é se o batismo é praticado por imersão ou
aspersão. A defesa que se faz do modo por imersão é pela definição da palavra “batismo”, que
significa “submergir por completo”, para equivaler a um símbolo de morte. É importante
lembrar do simbolismo, pois a comparação que é feita no texto bíblico que os hebreus foram
batizados no mar vermelho, se refere à experiência deles ao atravessarem o mar a pé enxuto.
Os submersos literalmente foram os egípcios que os perseguiam.
Outros também questionam se haveria água suficiente em Jerusalém para imergir 3.000
pessoas no dia de Pentecostes. Acham pouco provável que o carcereiro de Filipos tenha
abandonado o local para se dirigir com a família a um local possível de se imergir. Estes também
acham ser plausível que as condições para o batismo de Paulo apontem para a aspersão, etc.
No Século IV, o então Arcebispo Ambrósio (também conhecido no contexto católico
como Santo Ambrósio) enfatizou em sua catequese, falando sobre o batismo, que “uma coisa é
o elemento e outra a santificação; que uma coisa é o ato e outra, a eficácia.” O ato é o da água;
a eficácia, do Espírito Santo que santifica todas as coisas. Neste sentido, a quantidade de água,
ou até mesmo o lugar geográfico, não são os mais importantes e, sim, o próprio batismo que, a
princípio, podemos entender como o rito de passagem que marca a iniciação à fé cristã (como,
por exemplo, a antiga tradição judaica da circuncisão).
Um em Cristo 189
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
A CIRCUNCISÃO E O BATISMO
A circuncisão era o sinal que o circunciso fazia parte do povo aliançado com o Senhor. O
menino era levado no seu oitavo dia de vida à circuncisão, sem participação de sua vontade. A
partir de então, ele tinha definida a sua condição e passava a ser um circunciso. Era
responsabilidade dos pais levarem o filho, e a não circuncisão era tida como quebra da aliança
e motivo de exclusão de Israel (Gênesis 12.14).
Todas estas características são importantes em relação ao batismo, mas podemos
destacar que circuncisão mudava permanentemente a condição da pessoa. É como alguém que
se casa e jamais tornará a ser solteiro novamente, pois mudou o seu estado civil. Assim também
deve ser considerado o batismo. O homem casado não diz “eu fui casado”, mas “eu sou casado”.
Da mesma forma, não se deve dizer “eu fui batizado”, mas “eu sou batizado”, pois essa é a
condição desde então. Este conceito apoia o único batismo, irrepetível, assim como não se
circuncisa mais de uma vez, e os cônjuges não repetem o próprio casamento, pois tiveram seu
estado religioso e civil redefinidos desde então.
Na geração pioneira de batizados, os adultos tinham de ser evidenciados, pois foi através
deles que o sacramento se introduziu. As crianças que houvessem nas famílias seriam batizadas
em decorrência dos adultos, e não por protagonismo. Essa mesma situação se repetia à medida
que o cristianismo avançava em novas fronteiras geográficas. Entretanto, as crianças nascidas
de pais já batizados não necessariamente precisariam esperar a fase adulta para tal.
Foi assim também quando a circuncisão foi introduzida. Abraão foi circuncidado com
noventa e nove anos e Ismael com treze. Naqueles dias, todos os homens foram circuncidados,
inclusive as crianças, mas o protagonismo foi dos adultos. A partir da geração seguinte à
pioneira, a circuncisão passou a ser aplicada aos meninos com oito dias de vida. A circuncisão a
adultos somente se aplicava àqueles que passavam a pertencer à casa que ainda tinham
incircuncisos, é obvio.
UM SÓ BATISMO
O que melhor colabora com a Unidade é o conceito de um único batismo, ainda que em
várias formas, como assim fizeram os cristãos pioneiros, pois a forma batismal nunca serviu de
pretexto à divisão entre eles.
É certo que os primeiros cristãos davam importância ao batismo, mas não a ponto de
permitir que o entendimento sobre ele ensejasse práticas causadoras de divisão. O próprio
Jesus não batizava, mas delegava aos discípulos. A mesma atitude parece ter sido adotada por
Paulo, que afirmava ter sido enviado para evangelizar e não para batizar. Citou, sem censurar,
o costume entre os coríntios de se batizar pelos mortos, sem esclarecer se isto era correto ou
não. Além disso, usou esse costume deles para argumentar a favor da ressurreição dos mortos.
Entre os cristãos há diversas posições de doutrina batismal que, a grosso modo, podem
ser classificadas:
A) O batismo é uma palavra de Deus, um sinal de Sua graça que opera aquilo que
significa – a purificação do pecado herdado, independentemente da condição do
batizando. Os que assim entendem, mas também não dispensam a necessidade da
Um em Cristo 190
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
PERSPECTIVAS DE UNIDADE
Os anos se passaram e hoje temos uma realidade bem diferente: a) Os ânimos se
arrefeceram da beligerância; b) O Concílio Vaticano II, ocorrido na década de sessenta do séc.
XX, veio ao encontro de muitas formulações reformadoras; c) O surgimento da Renovação
Carismática tanto na Igreja Católica como nas Protestantes testemunha o desejo de Deus pela
Unidade entre nós, pois Ele derramou Seu Espírito Santo em irmãos de ambos os seguimentos.
Um em Cristo 191
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Um em Cristo 192
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
UM FATO CONCRETO
Ações práticas favoráveis à Unidade entre Católicos e Evangélicos
De forma bem objetiva e prática, a “pendenga” tem os seguintes argumentos como pano
de fundo: Evangélicos – dizem que os católicos são idólatras; Católicos – afirmam que os
evangélicos são hereges, que se desviaram da igreja verdadeira e precisam voltar à ela.
Para ambos os argumentos segue uma respectiva lista de justificativas detalhadas sobre
as quais não vamos entrar no mérito, porque, como já foi dito, não é o foco deste curso.
Entretanto, depois que o relacionamento com o irmão de outra caminhada já estiver
consolidado, nada impede uma conversa franca e desprovida de pretensão proselitista.
Na caminhada em Unidade algumas atitudes práticas são de extrema importância:
1. Centralidade de Cristo. Em público, o assunto deve ser sempre em torno da pessoa
de Cristo. Ele é unanimidade entre os cristãos.
2. Oração. É fundamental para ver a oração de Jesus (João 17.21-23) ser realidade na
Igreja hoje, como o próprio Jesus fez. Não apenas esporadicamente, mas ter um
tempo diário para isso, uma oração insistente, constante, perseverante.
3. O espírito ou a doutrina. O espírito correto é mais importante que a doutrina correta.
Aquele que se sujeita de coração simples e sincero a Deus se mostra flexível às
correções, mas aquele que se aferra na doutrina (interpretação) pode correr o risco
de se arrogar a corrigir a Deus.
4. Ação do Espírito Santo. A Unidade não pode ser produzida por esforço humano, ela
é do Espírito (Efésios 4.2). Então, o homem não pode produzi-la, mas mantê-la, ou
do contrário, destruí-la.
5. Presunção da Revelação. Reconhecer que a presença do Espírito Santo não é
monopólio da própria denominação, mas uma vacina à presunção de “domesticar”
o Espírito achando que Ele não fala a outras. Certamente, o Espírito Santo está
também com outros irmãos pelos dons diversificados, ministérios e diversidades de
operações (1 Coríntios 12.5-7). Há revelações que não temos e, com humildade, sem
preconceitos e dialogando, seremos enriquecidos por essas diversidades do Espírito
através de irmãos de outras denominações.
6. Cristo no irmão. Ver Cristo no outro depende mais da sensibilidade de quem vê do
que da demonstração de testemunho do outro. O contrário nos torna juiz dele.
7. Ouvir Deus através do irmão. Deus nos fala até através de pessoas improváveis,
quanto mais pelos irmãos. A voz de Deus através do outro pode ser confirmada pela
Palavra e pela comunhão que tenho com o Senhor, e a disposição para encontrá-lo
e ouvi-lo.
8. Bom ouvinte. Ter disposição em ouvir, em aprender mais do que em falar ou ensinar.
Valorizar a caminhada que o outro está fazendo pelas mãos do Senhor e entender as
razões da sua maneira de pensar e crer. Mesmo sem concordar com ela, se perceberá
que faz sentido.
Um em Cristo 193
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Um em Cristo 194
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
20. Não ser crítico. Não criticar a instituição do irmão, em hipótese alguma, mesmo que
seja provocado a tal; muito menos tomar a iniciativa. Se não puder falar bem,
também não fale mal. Evite criticar a própria instituição ou a de terceiros. Isso
passará a impressão que faz o mesmo com a instituição de seu interlocutor quando
na ausência dele. Evite o elogio excessivo às instituições, pois pode passar uma
imagem “política”
21. Carnalidade. A divisão é uma das obras da carne. Não deixe que a carne se
interponha no relacionamento. Há casos de irmãos que desfrutaram de intensa
comunhão, mas que se desfez ao descobrir que o irmão pertencia a uma instituição
sob a qual pairava a discordância com os hábitos e doutrinas.
22. Transparência. Em todas essas etapas, submeter-se aos líderes, pastores, padres e
bispos (não podemos tomar iniciativa de abrir nossa casa para esse tipo de reunião
sem a autorização dos nossos líderes). Também não podemos esconder da nossa
congregação esse propósito de Deus para a nossa vida.
23. Futuro. Nunca se preocupar com o futuro, com a maneira como a igreja será curada.
Esta é uma tarefa do Espírito Santo. “Não por força nem por violência, mas pelo meu
Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zacarias 4.6b). É inimaginável como será a
Unidade que o Espírito Santo produzirá para nos tornar a Sua Noiva gloriosa, mas Ele
o fará. Fazer como Maria que, sem conhecer homem algum, gerou pelo Espírito
Santo o Filho de Deus dizendo “sim” à proposta de Deus.
24. Ainda resta uma milha!
ORAÇÃO COLETIVA
Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, rogamos que não haja divisões entre
os Teus filhos, mas que estejamos unidos naquele que foi crucificado por nós.
Sabemos que Cristo não está dividido. Ajuda-nos a discernir o Corpo de Cristo e
identificarmos como nossos irmãos aqueles que não são contra Cristo, mas o têm como
Senhor. Livra-nos desse tão grande mal que é julgar como se fôssemos Deus.
Livra-nos de rejeitar a quem Jesus recebeu e redimiu, ainda que sejamos diferentes na
nossa formação espiritual e nas nossas práticas. Enfim, oramos a Ti, dizendo:
Pai nosso que estás no céu, que todos reconheçam que o Teu nome é Santo.
Venha o Teu Reino.
Que a Tua vontade seja feita aqui na Terra como é feita no céu.
Dá-nos hoje o alimento que precisamos.
Perdoa as nossas ofensas, como também perdoamos as pessoas que nos ofenderam.
Não deixes que sejamos tentados, mas livra-nos do mal.
Pois Teu é o Reino, o poder e a glória para todo o sempre.
Amém.
Um em Cristo 195
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
QUADRO ILUSTRATIVO
Um em Cristo 196
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE INDIVIDUAL
Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) Não é possível buscarmos a Unidade por processos de diálogos, por mais sérios que sejam
2) ( ) A Reforma foi positiva e originada em Deus, mas não podemos dizer o mesmo quanto à
divisão, que pegou carona no movimento reformista
3) ( ) A estratégia do Diabo consiste em criar diversas liturgias diferentes entre as Igrejas
existentes
4) ( ) A Profissão de Fé é uma das semelhanças existentes entre as Igrejas Católica e Ortodoxa
5) ( ) As três etnias mais importantes na formação inicial do povo brasileiro foram a europeia,
a africana e a indígena
6) ( ) Nossa proposta de Unidade é entre pessoas cristãs, entre filhos de Deus nascidos de novo
7) ( ) A Unidade é uma opção para determinado ministério ou para alguém que queira uma
maior consagração
Um em Cristo 197
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Um em Cristo 198
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.
Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Um em Cristo 200
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
LEITURAS ADICIONAIS
Um em Cristo 201
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ANOTAÇÕES
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
LIÇÃO 11
A BUSCA DA UNIDADE COM ISRAEL
(JUDEUS MESSIÂNICOS)
Então eu pergunto: será que Deus rejeitou seu próprio povo? É claro que não. Eu
mesmo sou israelita, descendente de Abraão e membro da tribo de Benjamim.
(Romanos 11.1)
Um em Cristo 203
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
que, mesmo fazendo parte da mesma Igreja ou da mesma Oliveira (capítulo 11), eles ainda têm
identidades diferenciadas. Em Cristo não há mais homem nem mulher, no sentido de terem o
mesmo valor e de participarem do mesmo Corpo, mas, apesar disso, a diferença entre os dois
continua. Assim também com relação a judeus e gentios.
Por que Paulo tinha tanta angústia, ansiando ver os seus compatriotas, os judeus,
chegarem ao conhecimento do Messias? Era uma dor tão intensa que ele quis abrir mão da
própria salvação a fim de que pudessem ser salvos. Será que não era apenas o mesmo desejo
natural que um chinês sentiria hoje pelo povo da sua nação, ou um turco, ou um francês ou um
colombiano? Uma leitura cuidadosa mostrará que não; Paulo sentia essa dor por se tratar de
algo singular, por ser uma dor do coração do próprio Deus.
Deus tem um plano especial para Israel; teve no passado, no tempo da Antiga Aliança
(com isso quase todos concordam), mas tem também no futuro. Esse plano que Deus tem para
o futuro teve sua origem no passado. E Paulo fundamenta toda a exposição desses três capítulos
sobre Israel listando oito contribuições essenciais que vieram dos judeus: 1) a adoção de filhos;
2) a glória; 3) as alianças; 4) a promulgação da lei; 5) o culto (as normas de como se deve cultuar
a Deus); 6) as promessas; 7) os patriarcas; 8) o próprio Cristo.
Uma das coisas mais importantes que nós, como gentios, precisamos aprender a
reconhecer é que tudo o que Jesus trouxe na Nova Aliança, tudo o que temos hoje como nossa
herança – nossas Escrituras, nossa história, nossos pais na fé – vieram por meio do povo de
Israel.
Uma das raízes que levou a Igreja a rejeitar seu vínculo real com Israel foi o erro de
pensar que a velha aliança foi abolida e que tudo que faz parte dela precisa ser eliminada e
esquecida para que a Nova Aliança tenha validade. Mas, pelo contrário, a Nova Aliança veio
para cumprir e edificar em cima das alianças feitas com os patriarcas. Não podemos continuar
edificando se não mantivermos os alicerces que Deus levou milênios para lançar.
Um em Cristo 204
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
A partir de Romanos 9.30 até o final do capítulo 10, Paulo explica porque os judeus,
apesar de terem recebido todas as oito incríveis dimensões da herança divina, não alcançaram
a justiça, ou seja, a aceitação plena diante de Deus (9.31). “Desconhecendo a justiça de Deus e
procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus” (10.3).
Os gentios, que não conheciam a lei de Deus e, por isso, nem estavam procurando
agradar a ele (9.30), puderam ser justificados mediante a fé. Numa reviravolta histórica que
deixou os judeus humilhados e os gentios estupefatos, pela simples aceitação do Evangelho e
confiança no Messias, tanto o judeu quanto o gentio passaram a ter o mesmo direito de
encontrar salvação (10.12).
Durante muitos séculos, os judeus estavam acostumados a ocupar uma posição de
privilégio e exclusividade diante de Deus, e os gentios a se sentirem inferiores e rejeitados. De
repente, tudo isso mudou com as boas novas (que não eram tão boas para quem já se achava
privilegiado!).
Esse ponto da exposição de Paulo sobre a relação entre Israel e a Igreja é o único que a
Igreja em geral abraçou durante a maior parte de sua história. Podemos dizer que se tornou o
alicerce da Teologia da Substituição, que ensina que o judeu não tem mais qualquer identidade
ou chamamento especial no plano de Deus, e que a única esperança para ele, assim como para
qualquer pessoa das demais etnias, é aceitar a justiça que vem pela fé e não por obras.
O problema dessa teologia não é a última parte da afirmação acima, a qual está
perfeitamente em acordo com o que Paulo afirma em Romanos 10. O erro vem de não entender
o primeiro ponto (que toda a herança da Nova Aliança veio por meio de Israel e continua válida
até hoje) e a parte final (o que Deus ainda fará para restaurar o povo de Israel).
Os judeus no tempo de Paulo, em geral, não conseguiram aceitar a justiça pela fé porque
se orgulhavam de suas obras. Tropeçaram na pedra de tropeço (9.32), que é a confiança em sua
própria posição de cumpridores da lei e de fazer parte do povo escolhido. Nós cometemos
exatamente o mesmo erro hoje quando não temos unidade com pessoas de outras igrejas, ou
até mesmo com os judeus, porque nos julgamos superiores em virtude da Nova Aliança. Os
judeus tinham a lei e a usavam para se considerar melhores do que os outros. Nós temos Jesus
e a Nova Aliança, além de diversas doutrinas e interpretações particulares, e os usamos para
nos separar de outros que julgamos inferiores.
No final do capítulo 11, Paulo chega a uma conclusão simples e contundente. Na
verdade, é o clímax da dissertação inteira que começou no capítulo 1: “Porque Deus colocou
todos debaixo da desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos.” (11.32). A
Unidade vem de entender que somos todos igualmente injustos e incapazes de merecer o favor
de Deus. Ninguém pode se colocar numa posição superior, mesmo quando é um instrumento
para levar a misericórdia de Deus aos outros.
4) O que acontece com o povo da aliança, Israel natural, a partir da Nova Aliança
Romanos 11 é um dos capítulos mais impressionantes da Bíblia. Paulo usa a ilustração
da oliveira para representar toda a extensão do plano de Deus para judeus e gentios, desde o
início até à consumação.
Um em Cristo 205
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
A teologia da substituição
Um em Cristo 206
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
à “verdadeira igreja”, a Católica. Os evangélicos, por sua vez, têm em seu “DNA” o conceito que
os católicos são ímpios, estão perdidos. Isso tudo veio de muito tempo atrás, pois o judeu
também olhava para o gentio e dizia: “Não tem jeito para você!”. Os próprios cristãos primitivos
discutiram com Pedro e quase o expulsaram do grupo apostólico porque ele entrou na casa de
Cornélio, mesmo sendo ele uma pessoa temente a Deus.
“...pois ele é a nossa paz.” (Efésios 2.14a). Paulo não está se referindo à nossa paz com
Deus e, sim, à paz entre os dois povos, judeus e gentios – os que se consideravam povo de Deus
e os que eram considerados sem chance de conhecê-lo. Essa situação continua até hoje! Ela se
manifestou ao longo da história de muitas maneiras diferentes. É a inimizade que existe entre
os que estão “dentro” e os que estão “fora”, e essa é a maior barreira para os quase cinco
bilhões de pessoas no planeta que ainda não puderam se aproximar do povo da Nova Aliança.
Nós, cristãos, somos vistos pela sociedade como arrogantes, exclusivistas, pessoas iguais
ou até piores do que os outros (o que é um fato, porque não temos demonstrado diferença em
nosso testemunho ou comportamento). No entanto, nos julgamos melhores do que os outros
e, por isso, temos levantado essas paredes de separação com aqueles que consideramos
“ímpios”.
“De ambos os povos fez um só e, derrubando a parede de separação, em seu corpo
desfez a inimizade...” (Efésios 2.14b). De onde veio essa parede de separação entre judeus e
gentios? Da própria “lei dos mandamentos contidos em ordenanças” dada por Deus. Percebe a
semelhança com a situação atual? Por que nos separamos dos outros? Porque achamos que
estamos certos, que seguimos a Bíblia, e eles, não. Ou seja, a Bíblia é a maior causa de divisão
entre os cristãos, porque a usamos para nos colocar em posição superior aos demais. Dizemos:
“Eu estou guardando a lei, mas você não”.
Jesus morreu na cruz para quebrar essa parede de separação, destruí-la em seu corpo,
em sua carne. Ele não veio para acabar com a lei, mas, sim, com a raiz da separação, pois colocou
ambos os povos na mesma situação.
“...para em si mesmo criar dos dois um novo homem, fazendo assim a paz...” (Efésios
2.15). Ou seja, a partir da cruz nós temos uma nova identidade. Assim como em Cristo Jesus não
existe “judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher” (Gálatas 3.28), também não
existe mais gentio e judeu. Eles não deixaram de existir ou de ter identidades distintas, mas em
Cristo existe agora uma nova identidade que é superior a todas as outras e que não tem mais
barreiras com nenhuma delas.
“...e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um só corpo, tendo por ela destruído a
inimizade.” (Efésios 2.16). Jesus derrubou a parede de separação para tornar-nos um novo
homem, para que, juntos, fôssemos reconciliados com o Pai. Dessa forma, eu não posso ter
plena paz com Deus se não estou vivendo no novo homem, e não posso viver no novo homem
desprezando aqueles que pensam ou agem diferente de mim. A obra da cruz veio num só
“pacote”. Jesus formou uma nova identidade com pessoas que são extremamente diferentes
entre si e, no contexto em que a Bíblia foi escrita, não havia ninguém mais diferente do que
gentios e judeus.
“E vindo ele, proclamou a paz para vós que estáveis longe e também para os que
estavam perto” (ambos precisavam de paz com Deus) “...pois, por meio dele, ambos temos
Um em Cristo 208
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
acesso ao Pai no mesmo Espírito.” (Efésios 2.17). É justamente por isso que podemos amar,
servir e adorar juntos ao Senhor, sem barreiras ou divisões.
Em nossas reuniões de Unidade, é muito bonito ver os irmãos adorando a Jesus com
verdadeiro amor a ele, sem saber de onde cada pessoa veio. Só depois é que podemos nos dar
conta de que alguns têm uma procedência cristã totalmente distinta da nossa. Mas aí é tarde
demais – já vimos e provamos que pertencemos ao mesmo Corpo. Isso muda nossos
paradigmas.
“Assim, não sois mais estrangeiros, nem imigrantes; pelo contrário, sois concidadãos
dos santos e membros da família de Deus...”. (Efésios 2.19). Paulo está falando aos gentios. Ele
começou dizendo que antes eles eram preteridos, pois não podiam usufruir das alianças de
Deus. Mas agora isso acabou. Eles não são mais estrangeiros, excluídos, estranhos. Isso é
maravilhoso, pois é essa mensagem que conquistará o mundo. Existem católicos, evangélicos,
pentecostais, carismáticos, tradicionais, judeus, ortodoxos, conservadores, liberais e até
aqueles que não são “nada”, mas que, como Cornélio, estão buscando a Deus sem pertencer a
igreja alguma. Precisamos abrir o coração e os braços para todos eles e discernir quando já
encontraram Jesus. Devemos ser inclusivos e acabar com as dissensões, pois essas pessoas não
são mais estrangeiras e excluídas, mas, sim, “concidadãos dos santos e membros da família de
Deus”. Essa foi a obra completa que Jesus fez na cruz por nós!
Um em Cristo 209
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Um em Cristo 210
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
de ser judeus para entrar na Igreja. Por isso, é a Igreja dos gentios que precisa se reunir e dizer
aos judeus: “Não queremos colocar nenhum jugo sobre vocês. Não há nenhuma necessidade
de renunciar sua cultura e identidade para fazer parte da Igreja. Aliás, nós é que precisamos de
vocês e de todo o legado que vocês carregam como descendentes de Abraão e como
despenseiros das alianças feitas com os patriarcas.”
Este movimento já existe em várias partes do mundo. Devemos orar para que se
fortaleça e prepare o caminho a fim de que o Concílio se torne uma realidade. Cremos que a
união com os judeus messiânicos, desfazendo a primeira divisão na Igreja, abrirá o caminho para
desfazer todas as subsequentes divisões.
Que possamos ter o mesmo encargo que Paulo tinha, o mesmo coração de entrega
sacrificial por esse objetivo. Nós, como igreja gentílica, devemos orar para que os judeus voltem
trazendo toda a sua contribuição, com muita riqueza para todo o Corpo de Cristo. Já estamos
vendo o princípio dessa união com frutos maravilhosos em diversas partes do mundo.
Nossa oração deve ser para que Deus levante uma representação forte na terra de Israel
e em todas as partes do mundo. Homens e mulheres que declarem diariamente: “Hosana!
Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o rei de Israel!” (João 12.13).
UM FATO CONCRETO
A perseguição contra Israel
O templo e a cidade de Jerusalém foram destruídos pelos Romanos (imperador Tito) no
ano 69 d.C. Mais tarde, por volta do ano 132 d.C., apareceu um homem chamado Bar Kochba
que liderou uma segunda revolta judaica contra Roma. No ano 15 d.C., o imperador Adriano
derrotou e expulsou todos os judeus de Jerusalém. Com isto, acumulou-se um ódio muito
grande contra Israel por parte dos romanos, que foi irradiado para outros povos.
No ano 306 d.C., o imperador Constantino tornou-se o primeiro imperador cristão
(influenciado pela sua mãe, que se tornara cristã), declarando o Cristianismo como a religião
oficial do império romano. Com isto cessou a perseguição contra os cristãos, mas acentuou-se
contra os judeus.
O Édito de Milão, em 313 d.C., colocou as Sinagogas fora das leis. Logo após, outro édito
permitiu que os judeus fossem queimados caso não cumprissem as lei romanas. Cada vez mais
os judeus perdiam qualquer privilégio. Logo depois, foi publicado o Concilio de Niceia, que
endossava a substituição de Israel pela Igreja (Teologia da Substituição) e o estabelecimento de
Roma como centro da Igreja, desvinculando-se uma vez por todas de Jerusalém. Daí para frente,
muitos cristãos foram se declarando antissemitas, impedindo qualquer celebração que
lembrasse Israel. O principal argumento era que os judeus foram responsáveis (assassinos) pela
morte de Cristo.
No ano 1096, começaram as Cruzadas, que perseguiam e saqueavam judeus sob a égide
de “assassinos do Messias”. O objetivo das Cruzadas, que terminaram em 1291, era tirar os
muçulmanos de Jerusalém. Porém, como ainda havia judeus, eles incendiavam sinagogas cheias
de judeus aprisionados.
Um em Cristo 211
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Porém, um dos maiores atrozes dos judeus foi a Inquisição que inicialmente deveria
tratar apenas com cristãos heréticos. A Inquisição espanhola queimava judeus vivos caso não
se arrependessem e mudassem de vida. Em 1492, os reis Ferdinando e Isabel promulgaram um
decreto expulsando os judeus da Espanha. Milhares deles tiveram seus bens confiscados e
foram obrigados a deixar o país. Muitos foram para Portugal e lá também foram perseguidos,
sendo que milhares vieram para o Brasil (conhecidos como Marranos = porcos), sendo aqui
também perseguidos e mortos. A Inquisição durou de 1481 até 1820, sendo que
aproximadamente 350 mil judeus sofreram as mais pesadas penas e punições, inclusive a morte.
A Reforma também trouxe grandes prejuízos aos judeus. Os Luteranos, que a princípio
eram simpáticos à causa judaica, tornaram-se também antissemitas. Quatrocentos anos depois
a história registrou, na Alemanha, Hitler com suas ideias e atitudes desumanas e horripilantes,
totalmente antissemitas e inspiradas nos escritos de Lutero, culminando no terrível Holocausto,
no qual aproximadamente 6 milhões de judeus foram executados.
Antes do Holocausto, em 1648, quando os Ortodoxos orientais da Ucrânia invadiram a
Polônia, houve uma década sangrenta contra os judeus deste país, sendo que quase 500 mil
foram assassinados. Também na Rússia, o czar Alexandre III (1881) perseguiu os judeus
tentando fazer com que um terço deles emigrasse, um terço morresse e outro terço fosse
convertido ou desaparecesse. Este fato ficou conhecido como o primeiro “pogrom” (massacre
de judeus).
ORAÇÃO COLETIVA
No final do capítulo 11 de Romanos, onde o Apóstolo Paulo trata do tema Israel, ele
termina fazendo a oração, que também faremos agora.
Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão
insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Quem
compreendeu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu
primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são
todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.
Um em Cristo 212
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
QUADRO ILUSTRATIVO
Qual dessas festas está mais ligada e é mais praticada (nos moldes do Novo Testamento) pelos
cristãos?
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Um em Cristo 213
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE INDIVIDUAL
Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) Tudo o que Jesus nos trouxe na Nova Aliança, tudo o que temos hoje como nossa
herança vieram por meio do povo de Israel.
2) ( ) “Remanescentes” se refere à parcela do povo escolhido que realmente corresponde
a Deus de coração.
3) ( ) A Velha Aliança foi abolida e tudo que faz parte dela precisa ser eliminada e
esquecida para que a Nova Aliança tenha validade.
4) ( ) Um erro que cometemos hoje, quando não temos unidade com pessoas de outras
igrejas, ou até mesmo com os judeus, é quando nos julgamos superiores em virtude da
Nova Aliança.
5) ( ) Em poucos anos de existência, a Igreja se tornou predominantemente gentílica e, a
partir do final do primeiro século, já começou a rejeitar suas raízes judaicas.
6) ( ) Jesus morreu na cruz para perdoar os nossos pecados e refazer a ligação entre o
homem e Deus (horizontal) e para derrubar a barreira de inimizade entre judeus e
gentios e entre nós e nossos irmãos em Cristo (vertical).
7) ( ) Os judeus foram cortados para que os gentios pudessem entrar. Os gentios foram
aceitos para provocar ciúmes nos judeus, para trazê-los de volta.
Um em Cristo 214
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Um em Cristo 215
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.
Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________
Um em Cristo 216
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Um em Cristo 217
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
LEITURAS ADICIONAIS
Um em Cristo 218
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ANOTAÇÕES
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Um em Cristo 219
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Um em Cristo 220
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
LIÇÃO 12
AS BODAS DO CORDEIRO
E à meia-noite se ouviu um grito: “O noivo está chegando! Venham se encontrar com
ele.” (Mateus 25:6).
Um em Cristo 221
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Costuma-se, após uma cerimônia (que caracteriza com o pedido de casamento), usar um
anel de noivado (normalmente uma aliança de prata ou até mesmo de ouro) na mão direita. O
objetivo é que os noivos possam exibir em qualquer lugar que estiverem o anel na mão direita,
para que todos saibam que já houve uma decisão tomada e que “seu coração já tem um dono”,
mesmo antes de ser consumado o casamento.
Vimos que na época de Jesus, além do contrato de compromisso, a noiva usava um véu.
Podemos dizer que fomos comprados por um alto preço pago por Jesus Cristo e que o nosso
“véu” significa uma tomada de posição, uma atitude exemplar, principalmente para aqueles que
não compreendem o preço pago da nossa aliança com Cristo e que querem nos seduzir, oferecer
novas propostas de contratos, querendo nos induzir à traição, a servir um outro senhor.
Do ponto de vista espiritual, a noiva (a Igreja) precisa se aprontar. Jesus disse que
quando ele fosse levantado da terra (crucificado), atrairia todas as pessoas para ele (João 12:32).
Esta foi a forma de Deus amar o mundo, dando seu Filho. Quando cremos nele, nos ajuntamos
a ele, passamos a ser seus seguidores, discípulos, entregamos nossas vidas para ele. Isso é ser a
Noiva de Cristo, a Igreja. Tornamo-nos UM com ele. Passamos a fazer parte da família de Deus
(Efésios 2:19).
Essa família, que é a Igreja de Deus, passa a ser o templo onde habita Deus. Assim, essa
família como um todo tem o compromisso de continuar sendo o que é, o templo de Deus. Paulo,
em 1 Coríntios 3:16-17, diz: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus
habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de
Deus, que sois vós, é santo.” Infelizmente, muitas atitudes nossas levam à “destruição do
templo”. Por isso há necessidade de restauração, de reconciliação, de ajuntar azeite, da noiva
se preparar.
Paulo estava muito preocupado com os coríntios, que estavam cheios de divisões (1
Coríntios 1.12). Ele então os repreendeu por isso (1 Coríntios 3.3-4). Nós pensamos que ser
carnal (mundano) significa ouvir música secular, etc. Mas mundano, no sentido do Novo
Testamento, significa viver a vida na carne – raiva, conflito, divisão, orgulho, inveja, etc. O
cristão capacitado pelo Espírito é chamado a viver em um nível mais elevado.
Nos versículos 16 e 17 do mesmo capítulo, vemos que Paulo estava mais preocupado
com a unidade deles do que com a sua dieta. “Assim, se alguém destruir o templo de Deus,
Deus destruirá essa pessoa. Pois o templo de Deus é santo, e vocês juntos são o seu templo.”
Segundo o pastor Ron Cantor, o Novo Testamento fala sobre o pecado de cisão ou
divisão usando termos muito fortes, como já vimos: “... se alguém destruir o templo de Deus,
Deus destruirá essa pessoa”. No meio da divisão, as pessoas se afastam da fé – ou seja, a divisão
faz com que elas sejam desencaminhadas. Divisões e cisões partem o coração de Deus, porque
rasgam o corpo de Jesus. Às vezes, há razões legítimas para se separar de alguém: pecado
grosseiro, ensino herético ou um líder que esteja abusando do rebanho. Mas a maioria das
divisões está enraizada em sentimentos de orgulho e mágoa. Com tudo isto, vemos que a Noiva
está longe de estar preparada.
Um em Cristo 223
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
denominação é a melhor, você já entrou em um lugar perigoso. Deus odeia a divisão – puro e
simples!
Paulo suplica aos efésios: “Esforcem-se para manter a unidade do Espírito através do
vínculo de paz”. Devemos ter cuidado antes de falar contra um irmão ou irmã. Precisamos ter
certeza de que estamos sendo guiados pelo Espírito e não pela carne. Em nosso zelo pela justiça,
podemos acabar destruindo um irmão ou uma irmã, ou, mais importante, um cristão novo.
Vamos nos esforçar por paz e união e, ao mesmo tempo, nunca nos afastar da verdade.
Um em Cristo 225
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
seria bom estarmos cheio de esperança (Romanos 15.13), podermos olhar para a volta de Jesus
e, em unidade com todos, confessar em alto e bom som: “Maranata! Ora, vem Senhor Jesus!”
Porém, a Igreja deveria estar fazendo outras orações conjuntas. Por exemplo, com os
judeus messiânicos: “Bendito o que vem em nome do Senhor” (Mateus 23:39). Jesus disse que
só voltaria quando Israel clamasse por sua volta. Ora, a Bíblia diz que quando Jesus voltar o
primeiro lugar que pisará será Jerusalém (Atos 1:11, Zacarias 14:1-5). Assim, a Igreja deveria
estar unida com esses judeus que creem em Jesus como Messias (hoje há milhares deles que
clamam todos os dias pela volta de Jesus).
A oração que Jesus nos ensinou (o Pai Nosso) nos orienta a clamarmos em uma só voz:
“Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mateus 6:9-13).
Infelizmente, a maioria dos cristãos não praticam essa oração e, muito menos, oram juntos.
Um outro sinal da volta de Jesus é que o “evangelho do reino será pregado em todo
mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim” (Mateus 24:14). Sabemos que
atualmente (até onde temos estatística), apenas um terço da população conhece a Cristo. Aliás,
há ocasiões que este percentual diminuiu. Porém, Jesus disse que o mundo vai crer (ou
conhecer) que ele foi enviado por Deus (João 17:21,23) quando formos UM, assim como ele e
o Pai são UM. Mas isso só poderá acontece com a Unidade da Igreja. Atualmente, levamos ao
mundo um Cristo partido, fragmentado pelas divisões.
Temos, também, alguns outros motivos que impedem a volta de Cristo. Por exemplo,
para o Senhor voltar precisamos restaurar as alianças quebradas.
“colocando Deus na parede”. A primeira coisa que o Senhor fez foi levá-lo para fora da tenda,
desafiá-lo a contar as estrelas do céu e prometer a ele: “Assim será a tua descendência” (v. 5).
Ainda que Abraão cresse (v. 6), novamente surgiram as dúvidas (v. 8). Então, Deus tomou
a iniciativa de estabelecer uma aliança com ele nos moldes comuns aos homens daquela época.
O padrão da aliança consistia em cortar um animal ao meio, e as pessoas que estavam se
aliançando passavam entre as duas partes do animal, sobre o sangue derramado (aliança de
sangue). O não cumprimento da aliança implicaria, para quem a quebrasse, que a mesma seria
cortada ao meio à semelhança daquele animal.
Foi nesta base que Deus fez sua aliança com Abraão. Ele ordenou que se cortassem ao
meio uma bezerra, uma cabra, um carneiro (todos de 3 anos de idade, vs. 9,10). “E sucedeu que,
posto o sol, houve escuridão, e eis um forno de fumaça, e uma tocha de fogo, que passou por
aquelas metades. Naquele mesmo dia fez o Senhor uma aliança com Abrão, dizendo: À tua
descendência tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates...” (vs.
17,18). A tocha de fogo que passou pelo corredor de animais mortos foi o próprio Deus. Assim,
ele fez uma aliança de sangue com o homem como garantia de que sua promessa se cumpriria:
“o Criador do Universo se prendeu a um relacionamento com um ser humano ao fazer com
Abraão uma aliança de sangue”.
O termo “aliança” aparece por mais de 200 vezes na Bíblia. Depois de Gênesis (23 vezes),
o segundo livro em que esse termo mais aparece é Jeremias (21 vezes).
Um em Cristo 227
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Parece que a ira de Deus se acende quando a aliança, ainda que seja entre homens, é
quebrada. Nesse caso, Deus se irou principalmente porque se tratava de uma aliança de sangue
– eles passaram no meio de bezerros cortados. Ele ficou indignado e puniu os infratores.
Um em Cristo 228
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
próximos a ele, mas estes, por sua vez, são ligados aos outros. Desta maneira, todos os
ossos estarão interligados para formarem um só corpo.
Nossa vida não nos pertence. Fomos comprados por um preço altíssimo que custou uma
aliança de sangue. Não somos livres para fazer o que quisermos, pois Jesus pagou um alto preço
de sangue por nós. Celebramos a ceia entendendo quão miseráveis somos. Deus não nos olhou
como inimigos. O Cordeiro de Deus derramou o seu sangue em nosso favor e, assim,
pertencemos a ele. Somos eternamente gratos a Jesus, que perdoou os nossos pecados e
continua perdoando. Por isso, precisamos ter consciência e temor das consequências de não
levar essa aliança a sério.
Que o Espírito Santo vivifique sua Palavra e produza o temor de Deus em nós na Nova
Aliança no sangue de Jesus. O que você acha de um marido que trai a esposa e chega em casa
tranquilo, como se nada sério tivesse acontecido? É pecado trair, mas muito pior do que trair a
aliança do casamento é agir com leviandade. A quebra de uma aliança tem consequências. A
Nova Aliança não é brincadeira; é verdade que é de graça e sem merecimento, mas é uma
aliança de sangue, e precisamos entender a seriedade disso. Dessa forma, neste período de
noivado, próximo ao casamento (Bodas), podemos ver como temos alianças quebradas na Igreja
em virtude da divisão.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
para que pudéssemos “comer” dele. Na cruz, ele derramou seu sangue para que pudéssemos
“beber” dele. Por isso, tenhamos liberdade e ousadia para entrar no santíssimo lugar pelo
sangue de Jesus que foi derramado em sua morte. O véu, a sua carne, foi rasgada e inaugurou
um caminho novo e vivo para nós. Parafraseando, ele “abriu um corredor por sua carne rasgada
a fim de que passássemos no meio do Cristo partido”. Se ele ficasse vivo, não poderíamos
passar, mas ele morreu.
Aquele que foi partido ressuscitou e, agora, temos “um grande sacerdote sobre a casa
de Deus” (Hebreus 10.21). Ao mesmo tempo em que Jesus é o Cordeiro partido, ele também é
o sacerdote que nos recebe no “fim do corredor”.
Como devemos chegar a ele? Sem mentira ou fingimento, mas com verdade e luz.
Devemos ser exatamente aquilo que os outros veem em nós, sem hipocrisia. Chegamos a Deus
e à ceia ou eucaristia reconhecendo que somos pobres e necessitados que não merecem favor
algum. Porém, somos aceitos por Deus. Ele ama a sinceridade e a verdade. Ele não tem
problema com o pecado, porque ele tem a solução. Mas ele tem problema com a religiosidade,
pois esta encobre o pecado e nos faz fingir que somos santos. Então, “aproximemo-nos, com
sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e
lavado o corpo com água pura” (Hebreus 10.22).
Ter um “coração purificado da má consciência” é ter os pecados confessados, é andar
na luz. Assim que fazemos algo errado, devemos procurar alguém e confessar o pecado (Tiago
5.16) para ficarmos com a consciência limpa diante de Deus. “Corpo lavado com água limpa”
se refere ao batismo.
Um em Cristo 230
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
do Senhor (incluindo as denominações cristãs), que pertencem a Cristo, que fazem parte do
mesmo Corpo de Cristo que nós, deixamos de receber a graça de Deus que está sobre eles, e
isso provoca em nós fraqueza, pois todos necessitamos uns dos outros. Quando eu não discirno
Cristo na vida do irmão, eu fecho meu coração a ele. Assim, não seria necessário pesquisar
porque eu vivo tão fraco, tão sonolento, tão doente, perdendo a percepção espiritual das coisas
– basta ver como está minha relação com a igreja, com os irmãos.
3) Nunca profanar o sangue da Aliança. A passagem em Hebreus 10:26-31 fala que se
“voluntariamente continuarmos no pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento
da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados.” Ora, se entendermos que a divisão é
pecado CONTÍNUO, PERMANENTE (não resta dúvida que é) e não nos arrependermos, o texto
acima diz que punição “será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por
profano o sangue da aliança com que foi santificado e ultrajar ao Espírito da graça?”
Essa passagem deve ser lida com muita atenção. Fomos comprados por um preço de
valor incalculável – o sangue de Jesus. É de graça e podemos entrar com intrepidez, pois Deus
nos ama. Ele já nos provou que somos filhos amados. Ele torce por nós e quer nos dar todas as
bênçãos espirituais em Cristo Jesus. Mas, se banalizarmos isso, se não zelarmos, se profanarmos
essa aliança e não a valorizarmos, “se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos
recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados; pelo
contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os
adversários” (Hebreus 10.26,27). Ou seja, só restará a ira de Deus.
Um em Cristo 231
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Assim, não brinquemos com Deus. Ele é muito amoroso, mas também é muito ciumento.
Ele nos deu seu próprio Filho e, se não zelarmos desse presente e não o valorizarmos, teremos
de enfrentar a ira vindoura.
FATOS CONCRETOS
Poderíamos dizer que a divisão é um pecado contínuo depois de conhecer a verdade?
Vamos elencar pelo menos dez atitudes que podem nos ajudar a refletir sobre isso. A divisão:
1) Banaliza a morte de Jesus na cruz quando a Bíblia diz que Jesus não morreu só pela
nação, mas também para reunir em um só corpo os filhos de Deus que andam
dispersos (João 11:52);
2) Recusa atender ao clamor de Jesus que ora insistentemente ao Pai para que todos
sejam um como ele e o Pai são um (João 17:22). A divisão não leva em conta que
“somos um só corpo em Cristo e individualmente somos membros uns dos outros”
(Romanos 12:5);
3) Ignora que Jesus é a nossa paz, tendo derrubado a parede da separação que estava
no meio de nós, a inimizade (Efésios 2:4);
4) Despreza a reconciliação por Jesus, em um só corpo com Deus, por intermédio da
cruz, destruindo por ela a inimizade (Efésios 2:16);
5) Não se esforça diligentemente para preservar a unidade do Espírito no vínculo da
paz (Efésios 4:3), ignorando que todos (o Corpo) temos acesso ao Pai em um mesmo
Espírito como concidadãos dos santos, como família de Deus (Efésios 2:18-19);
6) Não discerne o Corpo de Cristo quando não reconhece que os outros irmãos, ainda
que diferentes, são do Senhor, pertencem a Cristo (1 Coríntios 11:29), pois em um
só Espírito todos nós fomos batizados em um Corpo, e a todos nós foi dado de beber
de um só Espírito (1 Coríntios 12:13);
7) Os promotores da divisão, além de abandonar suas congregações de origem
(Hebreus 10:25), levam outros consigo, quebram alianças (levando outros a quebrar
também, assim como Lúcifer) e constituem (ou participam) um novo rebanho,
louvando a Deus como se nada tivesse acontecido. Assim, não exercitam o amor
ágape, o perdão, a reconciliação. Esquecem que, ainda que somos muitos, somos
unicamente um pão, um só Corpo, porque todos participamos do único pão (1
Coríntios 10:17);
8) Não leva em conta o que Jesus disse que, se não houver perdão, também não
seremos perdoados (Mateus 6:15 e 18:35). Age ao contrário da nossa missão de
embaixadores da reconciliação (2 Coríntios 2:19);
9) Desconsidera que a única evidência de que passamos da morte para a vida é quando
amamos os irmãos. Aquele que não ama seu irmão, ainda que diferente de nós,
permanece na morte. Aquele que odeia seu irmão é assassino (1 João 3:14-15);
Um em Cristo 233
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
10) Trata com leviandade que o Corpo forma o Templo de Deus e quando ele (o Templo)
é ameaçado pela divisão (como em 1 Coríntios 1:10-13 e 3:1-6), ameaçando o
santuário, o sagrado, Deus destruirá os promotores da divisão (1 Coríntios 3:16-17).
Felizmente, Deus permite ainda o arrependimento por praticar esses pecados. Porém,
há necessidade de tomar uma atitude: “E disse-lhe Jesus: nem eu também te condeno: vai-te e
não peques mais” (João 8:11).
ORAÇÃO COLETIVA
“Grandes e admiráveis são as Tuas obras, Senhor Deus Todo-Poderoso. Justos e verdadeiros são
os Teus caminhos, ó Rei das nações. Quem não temerá e não glorificará o Teu nome, ó Senhor?
Pois só Tu és Santo. Por isso, todas as nações virão e adorarão a Ti, porque os Teus atos de justiça
se fizeram manifestos.”
Senhor, que nós possamos viver, impelidos pelo amor de Cristo, reconciliados e motivados a
derrubar todas as paredes da divisão. Pedimos, ó Deus, inspiração, unção, graça e força para
estarmos juntos com outros irmãos no Teu serviço, defendendo a dignidade e os direitos
especialmente dos pobres e oprimidos, trabalhando para a justiça e rejeitando todas as formas
de violência.
Suplicamos, ó Pai, que haja concordância uns com os outros no que falamos para que não haja
divisões entre nós. Que estejamos unidos num só pensamento, num só parecer, num só coração,
transbordando o amor e o perdão de Cristo.
Essa oração de louvor e adoração queremos, Senhor, que seja entoada pela comunhão dos
salvos, todos nós que fomos perdoados por Ti, não olhando para as nossas diferenças, mas
olhando para o Autor e Consumador da nossa fé, o nosso Senhor Jesus Cristo.
Em nome dele pedimos. Amém.
Um em Cristo 234
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
QUADRO ILUSTRATIVO
Um em Cristo 235
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE INDIVIDUAL
Coloque (V) Verdadeira ou (F) Falsa. São cinco verdadeiras e duas falsas.
Depois de assinalar com V ou F, discuta com o grupo porque é falsa ou verdadeira.
1) ( ) A esposa de Cristo serão todos os que vão morar na Nova Jerusalém, a cidade santa.
2) ( ) Sabemos que atualmente (até onde temos estatística), apenas metade da população da
Terra conhece a Cristo.
3) ( ) A rigor, o único pecado que parece impedir a volta de Jesus é a divisão.
4) ( ) As denominações, na sua maior parte, são inimigas ou concorrentes.
5) ( ) Deus só considera séria a Aliança feita entre Ele e os homens.
6) ( ) “Mundano”, no sentido do Novo Testamento, significa viver a vida na carne – raiva,
conflito, divisão, orgulho, inveja, etc.
7) ( ) Quem não discerne o Corpo nem leva a vida cristã a sério, não entende o que é uma
aliança de sangue.
(b) O fim da aliança com Israel e o início da aliança de Deus com a Igreja
(c) A Nova Aliança no sangue de Jesus
(d) NDA
5) Podemos ter liberdade e ousadia para entrar no santíssimo lugar porque:
(a) Reconhecemos que somos pobres e necessitados diante de Deus
(b) Fazemos parte de uma única Igreja na face da Terra
(c) Amamos todos os irmãos indistintamente de sua religião
(d) NDA
6) Assinale a alternativa correta:
(a) Deus nos ama tanto que nos deu seu Filho, o que Ele tinha de mais precioso
(b) Profanar o sangue da aliança é voltar às práticas pecaminosas do passado
(c) Discernir o Corpo é participar da Mesa do Senhor
(d) NDA
7) Qual é o verdadeiro significado do Arrependimento?
(a) Perdão definitivo dos pecados
(b) Batismo nas águas
(c) Mudança de mente e de rumo
(d) NDA
8) Divisões e cisões partem o coração de Deus porque:
(a) Incentivam brigas e discórdias
(b) Rasgam (partem) o corpo de Jesus
(c) Desviam os cristãos da verdadeira doutrina apostólica
(d) NDA
9) Assinale a alternativa errada:
(a) A divisão banaliza a morte de Jesus na cruz
(b) A divisão ignora que Jesus é a nossa paz
(c) A divisão reconhece que os outros irmãos são parte do mesmo Corpo
(d) NDA
10) Uma atitude que devemos nos esforçar para abandonar é:
(a) Amar e aceitar os outros irmãos como membros do mesmo Corpo de Cristo
(b) Perdoar os irmãos, assim como fomos perdoados por Jesus
(c) Lutar para preservarmos a unidade do Espírito no vínculo da Fé
(d) NDA
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
QUADRO DE RESPOSTAS
As respostas deverão ser entregues:
a) Ao líder do grupo, se você estiver fazendo presencial;
b) Para o e-mail [email protected], se você estiver fazendo à distância.
Nome: ___________________________________________________
Data: _________/_________/__________
Um em Cristo 238
CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Na hipótese de você ter frequentado mais de uma igreja (congregação), avalie se quando
deixou uma ou mais, foi abençoado por ocasião da sua saída. Caso contrário, além do
arrependimento, seria conveniente você voltar lá e acertar a situação. Explique aos líderes que
você está querendo pedir perdão por ter quebrado a aliança.
Se você conhece outros líderes ou pessoas que quebraram alianças, como muito amor e
graça explique a eles o quanto é importante acertar esta situação para a segunda vinda de
Cristo. Lembre-se que somos Embaixadores da Reconciliação e nosso papel é lutar por uma
geração reconciliada. Trate com os irmãos que se dividiram (os 10 pontos do Fato Concreto).
Mesmo que eles não concordem, estaremos fazendo a nossa parte.
Procure ter relacionamento com irmãos de outras denominações cristãs para, em cima
da doutrina dos apóstolos (a pessoa do próprio Jesus Cristo), ter comunhão, orar e comer juntos
em algumas ocasiões. Isso é uma iniciativa de paz para preparar o terreno para a volta de Jesus.
Estimule outros irmãos, principalmente líderes, a fazer este curso sobre a Unidade do
Corpo de Cristo.
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LEITURAS ADICIONAIS
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ANOTAÇÕES
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ANEXOS
ANEXO 1
Oração feita em 01/10/2017, na Câmara de Vereadores de Jundiaí-SP, por ocasião do Ato
Público de Purificação de Memória dos 500 Anos da Reforma Protestante.
Senhor Nosso Deus e Pai,
Jesus nos ensinou a orar: “Pai Nosso que estás nos céus, santificado seja o Teu nome”,
como também nos ensinou que “há um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e
por todos e em todos nós”;
Porém, Senhor, não temos procedido assim; não temos “nos esforçado diligentemente
para preservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz”;
Muito pelo contrário, nós, nossos pais na fé e nossos antepassados nos separamos de
outros irmãos em Cristo por causa das nossas desconfianças, amarguras, preferências
pessoais, intolerâncias, egoísmo, orgulho, falta de humildade, de amor e de perdão e,
com isso, dividimos o Corpo de Cristo;
O Corpo do Seu Filho, a Sua Noiva, a Igreja está fragmentado, quebrado, partido por
nossa causa e de nossos antepassados, pois não soubemos discernir que somos irmãos,
filhos de um só Pai, que é Santo e que derramou o Seu amor sobre nós pelo Seu Espírito
Santo;
Assim, nos colocamos diante de Ti agora com os nossos corações quebrantados e
arrependidos pelo mal que fizemos;
Pedimos perdão por estarmos dispersos, amortecidos, frios e indiferentes à súplica que
Jesus fez a Ti pedindo que fossemos UM, assim como o Senhor e Ele são UM, para que o
mundo creia que Ele foi enviado;
Perdoa-nos, Senhor Deus, pelos nossos julgamentos e críticas a irmãos que têm práticas
diferentes das nossas, mas que também são redimidos pelo sangue de Jesus;
Perdoa-nos todas as vezes que deixamos de ser ministros da reconciliação, consentindo
que imperasse o ódio, a maldade e a indiferença;
Tira, Senhor, as vendas dos nossos olhos que impedem que enxerguemos a beleza da
Noiva unida e a glória de Cristo, que é a Sua imagem;
Livra-nos, Senhor, de todo o mal que nos leva à divisão – não só na Igreja, mas também
na família e entre pessoas – e não nos deixes cair nas armadilhas do diabo;
Perdoa os nossos pecados e ajuda-nos a perdoar uns aos outros para que, assim, sejamos
perdoados por Ti;
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
Pedimos tudo isso em nome do Senhor Jesus Cristo que ressuscitou dos mortos e está
assentado à Tua direita. Ele é o nosso grande e maravilhoso Rei Eterno e Vitorioso.
Amém!
ANEXO 2
Descrito no livro de John Walker e outros, A Igreja do Século 20: a história que não foi contada.
Impacto Publicações, Americana/SP, 2013 (4ª edição).
Apresentem-se diante de mim com corações quebrantados e espíritos contritos, pois o
Corpo do meu Filho está quebrado (ou partido).
Apresentem-se diante de mim com lágrimas e lamentações, pois o Corpo do meu Filho
está quebrado.
A luz está amortecida, meu povo está disperso, o Corpo do meu Filho está quebrado.
Eu dei tudo que tinha no corpo e sangue do meu Filho. Ele derramou-se na terra. O Corpo
do meu Filho está quebrado.
Abandonem os pecados dos seus pais e andem nos caminhos de meu Filho.
Retornem para o plano do seu Pai, retornem para o propósito do seu Deus.
O Corpo do meu Filho está quebrado.
O Senhor diz para vocês: permaneçam em unidade um com o outro e não deixem nada
separá-los.
E, de modo nenhum se separem um do outro por causa das suas desconfianças,
amarguras e de suas preferências pessoais, mas segurem-se um ao outro.
Porque estou para deixar vocês passarem por um tempo de prova e teste severos, e vocês
terão de estar em unidade um com o outro.
Mas eu digo também isto: eu sou Jesus, o rei vitorioso. E tenho prometido a vocês a
vitória.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARNOTT, John. O Que os Cristãos Devem Saber sobre a Importância do Perdão. Editora
Danprewan. Rio de Janeiro/RJ, 2005.
ARRUDA, Pedro. A Comunhão Nossa de Cada Dia. CCC Edições. Monte Mor/SP, 2010.
ARRUDA, Pedro. Na conclusão do livro Mãe de Muitos Filhos. Editora Incenso/SP, 2004.
BERGER, Benjamin. Igreja - Lugar de Judeus e Gentios. Impacto Publicações, Americana/SP,
2016.
BILLHEIMER, Paul E. O Amor Cobre Tudo: O padrão bíblico para a unidade no corpo de Cristo.
Editora Vida, São Paulo/SP, 1989.
CASCALDI, Luiz Roberto; MARION, José Carlos. A Marca dos Filhos – O único sinal que nos
identifica como cristãos. Publique. Brasília/DF, 2013, 2ª edição.
FICHTENBAUER, Johannes. O Mistério da Oliveira – Judeus e Gentios juntos para a volta de
Cristo. Impacto Publicações. Americana/SP, 2016.
INTRATER, Asher. Alinhamento. Impacto Publicações. Americana/SP, 2018.
JUSTER, Daniel. Páscoa, A chave para abrir o livro de Apocalipse. Impacto Publicações.
Americana/SP, 2017.
KENDALL, R.T. Perdão Total – Superando o maior desafio de Deus. Editora Matrix, São Paulo,
2011.
MAGALHÃES, Marcelo. Restaurando Doutrinas da Igreja do Primeiro Século. Editora AMES, Belo
Horizonte/MG, 2008.
MARION, Arnaldo e Marília. Um Deus Extremamente Romântico. Centro Comunitário Cristão,
Jundiaí/SP, 2009.
MARION, José Carlos; ALEIXO, Iete Nanci (organizadores). Dá-me um Pouco da Tua Água.
Impacto Publicações. Americana/SP, 2017.
MARION, José Carlos e Márcia. Ontem, Hoje e Amanhã com Jesus. Editora Desena. Campinas/SP,
2009.
MARION, José Carlos e Márcia. Reconciliação: O Segundo Toque – A Unidade do Corpo de Cristo
e a Nova Evangelização. Impacto Publicações. Americana/SP, 2014, 2ª edição.
MARION, José Carlos. Um só Corpo, Um só Espírito, Um só Senhor. Impacto Publicações.
Americana/SP, 2016.
MARION, José Carlos. Em Busca da Verdade - A Peregrinação Espiritual de um Professor
Universitário. Amazon, 2017. 2ª Edição.
MARION, José Carlos. Para Onde Iremos Depois da Morte - Mitos e Verdades da Vida Pós-Morte
e Eternidade. Amazon, 2017. 2ª Edição.
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CURSO: UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
MINISTRAÇÕES
CABRAL, Abnério. Perseverando nas Orações. UMC, Jundiaí/SP. 19/02/2017.
FELÍCIO, Tony. Honra na Terra, como no Céu. UMC, Jundiaí/SP. 19 e 26/11/2017.
MARION, José Carlos. Relacionando com Jesus pela Graça. UMC, Jundiaí/SP. 02/04/2017.
MARION, José Carlos. Os Benefícios da Cruz de Cristo. UMC, Jundiaí/SP. 09/04/2016;
NOBRE, José Jamê. A Honra do Reconhecimento. UMC, Jundiaí/SP. 03/12/2017.
NOBRE, José Jamê. Pilares da Vida da Igreja. UMC, Jundiaí/SP. 08/10/2017.
WALKER, Christopher. A Santíssima Trindade como Paradigma da Unidade da Igreja. ENCRISTUS
SOROCABA/SP. 23/08/2014.
WALKER, Harold. Perdão Total. UMC, Jundiaí/SP. 15/09/2013.
ORGANIZADOR
José Carlos Marion
COLABORADORES
Abnério Cabral
Asher Intrater
Arnaldo Marion
Christopher Walker
Harold Walker
Jamê Nobre
Júlio César de Macedo Souza
Luiz Roberto Cascaldi
Márcia Maria Costa Marion
Pedro Arruda
Tony Felício
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