A Missão Da Igreja

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“Missão” vem de uma palavra latina que significa “enviar”.

Jesus ordenou aos seus primeiros discípulos, como


representantes daqueles que os seguiram – “…Assim como o
Pai me enviou, eu também vos envio.” (João 20.21b; cf. 17.18).
Essa missão é ainda válida: a Igreja universal, incluindo cada
igreja local e cada cristão, é enviada ao mundo para cumprir
uma tarefa específica.

A tarefa dada à Igreja tem duas partes.


Primeiro e fundamentalmente, é obra de testemunho perante todo o mundo,
fazendo discípulos e plantando igrejas (Mt 24.14; 28.19-20; Mc 13.10; Lc 24.47-
48). A Igreja proclama Jesus Cristo por toda parte, como Deus encarnada, Senhor
e Salvador, e anuncia o convite de Deus aos pecadores para que entrem na vida,
voltando-se para Cristo por meio do arrependimento e da fé (Mt 22.1-10; At
17.30). O ministério de Paulo como plantador de igrejas e evangelista por todo o
mundo, tanto quanto possível, é um modelo para se levar adiante essa tarefa
primária (Rm 1.14; 15.17-29; 1Co 9.19-23; Cl 1.28-29).
Em segundo lugar, todo os cristãos são chamados para realizar obras de
misericórdia e compaixão. Confiando no mandamento de Deus para amar ao
próximo, os cristãos devem responder com generosidade e compaixão a todas as
formas de necessidades humanas (Mt 25.34-40; Lc 10.25-37; Rm 12.20-21).
Jesus curou doentes, alimetou famintos e ensinou a ignorantes (Mt 15.32; 20.34;
Mc 1.41; 10.1), e os que são novas criaturas em Cristo devem por em prática a
mesma compaixão. Ao agirem assim, darão credibilidade ao evangelho que
pregam a respeito de um Salvador cujo amor transforma pecadores naqueles que
amam a Deus e ao próximo (Mt 5.16).
Embora Jesus tenha previsto a missão aos gentios (Mt 24.14; Jo 10.16;
12.32), seu ministério terreno foi dirigido às ”ovelhas perdidas de Israel” (Mt
15.24). Paulo, o apóstolo aos gentios, sempre ia primeiro aos judeus, quando
pregava (At 13.42-48; 14.1; 17.1-4, 10; 18.4-7, 19). Porque o direito dos judeus
em ouvir primeiro o evangelho era determinação divina (At 3.26; 23.46; Rm 1.16),
é importante para os cristãos continuarem testemunhado aos judeus. Como Paulo
disse, foi de Israel, segundo a carne, que Cristo veio para ser o Salvador do
mundo (Rm 9.5).
Bíblia de Estudo de Genebra – Sociedade Bíblica do Brasil

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A Missão da Igreja à Luz do Reino de Deus
Falar sobre a responsabilidade social da igreja nos leva a falar primeiramente sobre a
missão da igreja. Você já parou para pensar por quê e para quê existe a igreja? Esta é uma das
perguntas mais importantes que você pode fazer a si mesmo(a). A sua resposta levará a
responder outras perguntas também importantes: Por que ser membro de uma igreja? Por que
trabalhar na igreja? Em que devo investir meu tempo, bens e recursos?
Geralmente, a missão da igreja é entendida como sendo a de “ganhar almas” e promover
o seu próprio crescimento, buscar a multiplicação de crentes e igrejas. E nesta perspectiva, o
envolvimento social é visto como um “desvio” da tarefa principal da igreja, que é a
evangelização. O que você pensa sobre isto? (Discuta um pouco com seu grupo).
Existe uma necessidade urgente de refletirmos juntos acerca do que significa ser igreja,
no mundo. Qual o significado e propósito da nossa própria existência, como povo de Deus?
a) O sentido do Reino de Deus
De forma bem sucinta, vamos pensar no sentido do Reino de Deus. Segundo H. Snyder, o Reino
de Deus é acima de tudo as Boas Novas que Jesus proclamou. Ele se refere à maneira como os
cristãos devem viver suas vidas diárias. Vamos sintetizar o ensino bíblico do Reino nos seguintes
pontos:
•O Reino é o governo soberano de Deus sobre todas as coisas - O Reino de Deus não se
refere tanto a uma região ou local onde Deus reina, mas à sua autoridade soberana sobre
“todas as coisas”, tanto no céu como na terra, visíveis e invisíveis; as coisas do presente e as
coisas que hão de vir. No A.T., Israel concebia Deus não só como o Criador de todas as coisas
(Gn.1:1; Sl.29:10; 97:1; 103:19), mas também como o Rei soberano sobre todas as nações
(Sl.47; 93; 96-99; 145:13). Ele é o Senhor da História, cujo domínio está acima do domínio de
todos os homens (Dn 4:17, 25, 32; 5:21).
•Jesus Cristo é a entrada decisiva do Reino na história humana - O Reino de Deus é o
Reino “de nosso Senhor e do seu Cristo” (Ap.11:15). As Boas Novas são de que, em Jesus
Cristo, o Reino de Deus se tornou visível e presente, em amor e poder, embora ainda não em
sua plenitude (Mt.11:5). O Reino é o poder de Deus atuando para libertar as pessoas do poder
de Satanás (Mt.12:28; Lc.11:20), para curar (Mc.10:46-52), para perdoar pecados (Mc.2:1-12).
Seu poder é mostrado decisivamente na morte e ressurreição de Jesus (Cl.1:19,20).
•O Reino de Deus promete e é uma nova ordem social - uma humanidade reconciliada e
um meio ambiente baseados no amor, na justiça, na santidade, na paz (Is.32:17). Ele promete
nada menos que a renovação radical da sociedade, “novos céus e nova terra, nos quais habita a
justiça”(II Pe.3:13). Como Paulo diz repetidas vezes (Ef. 1:9,10; Cl.1:20; II Co.5:19), o plano de
Deus é “unir”, “reconciliar”. ou “encabeçar” todas as coisas em Cristo Jesus. Basicamente, o
Reino refere-se à reconciliação em todas as esferas da existência humana.
O Plano de Deus, então, inclui a redenção da vida em todas as suas dimensões. Neste sentido,
o Reino de Deus é ecológico. Traz tudo à vista, e se preocupa com uma harmonia ecológica
certa em toda a vida - tanto em assuntos do espírito, como da mente, artes, família, relações
sociais, políticas e econômicas.
Para refletir:
1) Quais as implicações de se viver debaixo do senhorio de Cristo em todas as áreas da vida
(familiar, profissional, financeira, etc)? Como podemos encarnar os valores do Reino (justiça,
amor, bondade, harmonia) em meio aos valores deste mundo?
2) Hoje se fala muito na questão ética em nosso país. Como cristãos, qual seria a nossa
contribuição na construção de uma nova ética (para o trabalho, as relações familiares, sociais,
econômicas) que seja orientada pelos valores do Reino, visando uma sociedade mais humana e
justa?

b) A missão integral da igreja


Como a igreja se relaciona com o propósito do Reino? Qual o seu papel, a sua missão?
Não podemos entender a sua missão independentemente da missão de Jesus, o Cabeça da
Igreja. Portanto, se Jesus veio inaugurar o Reino, a missão da igreja não pode ser outra senão
a manifestação, ainda que não plena, do Reino de Deus, em palavras e obras, no poder do
Espírito Santo.
•Uma chamada dupla à evangelização e à responsabilidade social - Dentro desta visão,
a igreja tem um chamado duplo: 1) Como agente do Reino, a igreja é chamada a proclamar o
Senhor Jesus como único Senhor e Salvador. O cerne da sua proclamação é o anúncio de que,
por meio da cruz, há possibilidade de reconciliação com Deus, consigo mesmo e com o próximo.
2) A igreja é chamada também para realizar as “boas obras que Deus preparou de antemão
para que as realize” (Ef. 2:10), pois para isso foi criada. Fomos salvos para as boas obras. Por
meio delas, o Reino se torna historicamente visível como uma realidade presente. A esta
dimensão tem se chamado de responsabilidade social.
Nesta perspectiva do Reino, a justiça e o testemunho evangelístico estão
necessariamente ligados, não podendo desvincular-se um do outro sem sérios prejuízos para o
cumprimento da missão. E elas só podem entender-se à luz do fato de que Deus entrou na
história, na Pessoa de Cristo, e de que o poder de Deus está atuando para restaurar a
totalidade da vida humana.
•O que vem primeiro: evangelização ou responsabilidade social? Esta é uma discussão
polêmica. Não vamos entrar em toda a discussão aqui, mas afirmar algumas questões. Primeiro,
reconhecemos que a necessidade mais ampla e mais profunda de todo ser humano é um
encontro pessoal com Jesus Cristo. O serviço da evangelização abnegado figura como a tarefa
mais urgente da igreja. No entanto, o evangelho é boa nova do Reino, e o Reino é domínio de
Deus sobre a totalidade da vida humana. Cada necessidade humana, portanto, pode ser usada
pelo Espírito Santo como ponto de partida para a manifestação do poder do Reino.
Onde há necessidade de perdão, de palavras de consolo; onde há problema de
alcoolismo, de drogas, de violência contra a criança, de desumanização da mulher, de falta de
trabalho, de abuso dos direitos humanos, de exploração dos mais fracos, enfim, onde há
necessidade humana, aí a igreja tem que atuar.
Na prática, é irrelevante perguntar o que vem primeiro. Em cada situação concreta, as
próprias necessidades provém a definição das prioridades. Se evangelização e responsabilidade
social são consideradas essenciais na missão, não necessitaremos de um manual que nos diga o
que vem primeiro e o que vem depois.
Vale a pena ressaltar aqui que nem as boas obras e nem a proclamação são, por si só,
persuasivas aos não-crentes acerca da verdade do evangelho. Mesmo as obras realizadas por
Jesus foram rejeitadas, muitas vezes. Na verdade, nem o ver nem o ouvir necessariamente
produzem fé. Tanto a palavra como a ação apontam para o Reino, mas ninguém pode dizer:
“Senhor Jesus!” senão pelo Espírito de Deus (I Co.12:13)
c) Os sinais do Reino
A igreja não é o Reino, mas aponta para o Reino, dá sinais da sua presença, hoje. É
interessante agora pensar como a igreja dá esses sinais do Reino de Deus. Howard Snyder
(1985) nos dá alguns exemplos, no seu livro “The Kingdom Manifesto”:
• Por ser o único corpo multi-étnico e multinacional, buscando amar a Deus e a todos os
Homens, e confessar a Jesus Cristo como Senhor;
• Por servir como instrumento para trazer muitos milhares de pessoas, diariamente, à fé em
Jesus Cristo, e para dentro da comunidade cristã;
• Por fortalecer e reconstruir a sociedade através da criação de famílias estáveis, comunidades
cristãs e outras micro-estruturas da sociedade;
• Por ser a mais efetiva e universal agência no mundo trabalhando para satisfazer as
necessidades humanas, aliviar o sofrimento, defender a causa do pobre e do oprimido, dando
uma voz às aspirações das “não-pessoas” da sociedade;
• Por permear a sociedade não-cristã, progressivamente, com os valores morais da revelação
cristã;
• Por sustentar a esperança e a visão de uma ordem justa, baseada na paz, no amor e no
respeito mútuo, pela terra e por todos os seres humanos;
• Por providenciar um confronto significativo contra a violência, as tendências desumanizantes
da sociedade humana e ajudando a manter a estabilidade social e política;
• Por preservar a cultura humana através da educação, literatura e outros meios (p. 89).
Quando a igreja, efetiva e autenticamente, combina seu testemunho evangelístico e profético,
com uma visão ampla do Reino, sua vida e ministério passam a apontar para a realidade do
Reino de Deus. E não só isso. A igreja passa a despertar a esperança pela vinda plena do Reino,
numa sociedade cada vez mais desesperançada e que geme por libertação.
Para refletir:
1) Quais são os elementos importantes para a formação de um modelo de missão que integre
tanto a evangelização como a responsabilidade social?
2) A área de ação tem sido apontada como uma das áreas mais fracas entre as igrejas do
Concílio Nikkei. A que você atribui esta fraca atuação? Como reverter este quadro?
3) A partir do que vimos nesta seção, de que formas sua igreja tem dado sinais do Reino? E de
que formas ela tem falhado em sinalizar a presença do Reino? Como estas falhas podem ser
trabalhadas?
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A Missão Espiritual da Igreja


Quando Jesus ficou diante de Pilatos para ser julgado, ele descreveu a natureza
espiritual de seu reino: "O meu reino não é deste mundo. Se meu reino fosse deste mundo, os
meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas
agora o meu reino não é daqui" (João 18:36).
Aqueles que saem do "império das trevas" são transferidos para o "reino do Filho"
(Colossenses 1:13). Jesus "é a cabeça do corpo, da Igreja" (Colossenses 1:18), e seus súditos
gozam de "toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo" (Efésios 1:3).
Os soldados que vão batalhar para avançar a causa deste reino espiritual usam a
armadura e as armas espirituais (Efésios 6:10-17; 2 Coríntios 10:3-6) quando buscam cumprir
sua missão espiritual. Usando a espada do Espírito, que é a palavra de Deus, servos de Cristo
ensinam outros sobre o Senhor e sua graça salvadora (Romanos 1:16; 2 Timóteo 2:2), "levando
cativo todo pensamento à obediência de Cristo" (2 Coríntios 10:5). Estes discípulos de Cristo
compartilham o plano eterno de Deus "para que pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se
torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais, segundo o eterno
propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Efésios 3:10-11).
Muitas das tendências erradas das denominações modernas poderiam ser evitadas por
um entendimento mais claro da missão espiritual da igreja. É aparente que a igreja do primeiro
século dava atenção principalmente aos assuntos espirituais. Jesus não estabeleceu um clube
social ou esportivo, e não deu aos homens o direito de modificar ou corromper essa missão
espiritual de que ele incumbiu sua igreja. Nosso papel hoje em dia deveria ser estudar e
obedecer a vontade de Deus, fazendo tudo de acordo com a autoridade de Cristo (Colossenses
3:17). Enquanto você continua este estudo, leia cada passagem citada com um desejo sincero
de entender e aplicar a vontade de Deus.

A Obra Espiritual da Igreja


Cristãos trabalhando juntos: As assembléias da igreja são ocasiões para adorar o Senhor
e edificar aqueles que participam. Podemos ver claramente a natureza espiritual das atividades
das igrejas primitivas. Os santos oravam juntos (Atos 4:31; 1 Timóteo 2:1-2). Eles pregavam o
evangelho (Atos 4:33). Eles se reuniam para participar da Ceia do Senhor (Atos 20:7; 1
Coríntios 11:17-34). Os cristãos primitivos louvavam a Deus e edificavam-se uns aos outros
cantando salmos, hinos e cânticos espirituais (Efésios 5:19; Colossenses 3:16). De acordo com
a instrução apostólica, os cristãos aproveitam as assembléias no primeiro dia da semana para
recolher dinheiro que será usado para fazer a obra de que Deus incumbiu a igreja (1 Coríntios
16:1-2). A Bíblia mostra que cada membro do corpo tem uma parte importante na edificação
dos outros irmãos (Efésios 4:11-16).

A Missão do Ensinamento do Evangelho: A igreja, como "coluna e baluarte da


verdade" (1 Timóteo 3:15), tem o privilégio e responsabilidade de espalhar o evangelho de
Cristo. É abundantemente claro no Novo Testamento que esta era a alta prioridade na vida de
Jesus e de seus seguidores. Se somos verdadeiramente seus discípulos, essa será também
nossa prioridade. A missão da igreja é espiritual.
Os cristãos têm o privilégio de propagar a mensagem de salvação do evangelho.
Devemos partilhar da atitude expressada por Paulo: "Pois não me envergonho do evangelho,
porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Romanos 1:16). É por isto
que os cristãos primitivos de Jerusalém foram tão diligentes em seu trabalho (Atos 5:42).
Precisamos primeiro dar-nos ao trabalho. Nossa missão hoje é a mesma que a missão
dos tessalonicenses, que levavam diligentemente o evangelho às regiões próximas da
Macedônia e Acaia (1 Tessalonicenses 1:8). As instruções que Paulo deu aos coríntios mostram
que um propósito significativo de suas reuniões era convencer os incrédulos e edificar os
santos (1 Coríntios 14:24-26).
Cumprir esta missão também requer empenho financeiro. As igrejas de hoje podem
mandar evangelistas para pregar em outros lugares, como fez a igreja de Antioquia (Atos 13:1-
3; 14:26-28). Os evangelistas eram às vezes sustentados pelas igrejas para que pudessem
dedicar-se à obra de pregar (Filipenses 4:5-8; 1 Coríntios 9:14-15). Paulo ensinava que o
mesmo tipo de apoio financeiro poderia também ser dado aos presbíteros (1 Timóteo 5:17-18).
É natural que pessoas que se dedicam à missão de divulgar o evangelho possam sacrificar
voluntariamente seus bens materiais com este mesmo fim.

Ensinar toda a verdade: A igreja precisa aceitar sua responsabilidade de ensinar a


verdade da palavra de Deus em todas as circunstâncias. Todos os seguidores fiéis de Jesus
precisam da mesma convicção que Paulo encorajou em Timóteo, quando escreveu: "Prega a
palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a
longanimidade e doutrina" (2 Timóteo 4:2). A igreja que evita alguns aspectos da palavra de
Deus porque poderiam ser impopulares ou difíceis das pessoas aceitarem não está cumprindo
sua missão.

Corrigir os que erram: A responsabilidade de corrigir e repreender mostra que pregar o


evangelho envolve a correção daqueles que estão no erro. O positivismo "Eu estou bem, você
está bem" não tem lugar na pregação de Cristo. Quando uma pessoa está em pecado, ninguém
tem o direito de dizer "Você está bem assim como está." A mensagem do evangelho é diferente:
os pecadores não estão bem, mas podem ser transformados pelo amor e a graça de Deus para
se tornarem íntegros novamente.
Esta necessidade de corrigir os pecadores inclui a responsabilidade de corrigir os irmãos
que recaem no pecado (Gálatas 6:1; Tiago 5:19-20). Uma igreja que verdadeiramente entende
sua missão espiritual corrigirá os irmãos em erro para tentar salvar suas almas e manter a
pureza do corpo (Mateus 18:15-17; 1 Coríntios 5:1-13). Ler estes textos mostra que às vezes é
desagradável obedecer a Cristo. Uma igreja que segue Jesus removerá os pecadores
impenitentes do seu meio. Podemos não gostar da linguagem forte que Paulo usa em 1
Coríntios 5:13, mas precisamos lembrar que era o próprio Deus que dava estas instruções para
"expulsar" da congregação aqueles que retornavam a uma vida de pecado. Se vamos pregar a
verdade, precisamos pregar toda a verdade!

A Obra Material da Igreja


Enquanto a importância da obra da igreja é claramente espiritual, há também um aspecto
material. Em Atos 4:32-37, os discípulos contribuíram para aliviar as necessidades dos santos.
A igreja de Jerusalém ajudou as viúvas pobres de seu meio (Atos 6:1-2). Quando as
necessidades dos santos excederam a capacidade da igreja local, outras congregações
enviaram dinheiro para ajudá-los (Atos 11:29-30; Romanos 15:25-26; 1 Coríntios 16:1; 2
Coríntios 8:4; 9:1-2; etc.) Deste modo, as igrejas mais ricas ajudavam as mais pobres,
demonstrando a verdadeira fraternidade do amor que deverá caracterizar as igrejas de Cristo.

Melhoramentos Humanos?
Os complicados sistemas de obras sociais em muitas igrejas modernas não se parecem
nem um pouco com a simplicidade do plano do Novo Testamento. Em vez de terem fé para
converter o mundo a Cristo, muitas igrejas estão atarefadas convertendo a igreja para se
ajustar às expectativas do mundo. Algumas usam apelos a desejos carnais para atrair pessoas
ou adquirir fundos. Em nome da religião, algumas usam bandas de "rock" ou outros programas
musicais especiais. Outras oferecem festas completas com bebidas alcoólicas e danças. Muitas
outras prometem bênçãos materiais e boa saúde para aqueles que se juntarem a suas igrejas.
O interesse neste mundo tornou-se tão forte que algumas igrejas parecem mais como
organizações sociais do que corpos espirituais. Precisamos não perder nossa concentração no
céu, pensando que podemos corrigir todos os males sociais de um mundo dominado pelo
pecado.
Muitas igrejas se enredaram nos negócios da sociedade moderna, procurando colocar
seus membros em lugares de poder político ou investindo os fundos da igreja em negó-cios. Se
elas buscam comprar e operar enormes corporações ou operar pequenas empresas tais como
bazares de igreja e balcões de cachorro-quente, estas igrejas estão mostrando claro
desrespeito pelo plano que Deus deu. Precisamos ter fé suficiente para estarmos contentes
para que a igreja receba dinheiro da maneira que Deus autorizou (contribuições voluntária - 1
Coríntios 16:1-2) e o use somente nos modos aprovados por Deus.

Contentes em Fazer o Que Deus Ordenou


Quando seguimos o modelo fornecido pelo Novo Testamento, a igreja será suficiente
para fazer a obra e terá fartura de obra para fazer. Não temos necessidade nem permissão
para envolver a igreja em outros projetos, organizações e obras inventados pelos homens.
Assim como Deus rejeitou o fogo oferecido por Nadabe e Abiú (Levítico 10:1-7), ele rejeitará
obras estranhas que os homens introduzem nas igrejas. Tão certo como o Senhor desagradou-
se quando Uzá estendeu uma mão de ajuda para fazer o que lhe parecia direito (2 Samuel 6:1-
11), ele não quer nossa "ajuda" para encontrar um modo mais eficaz de fazer sua obra. Em
ambos casos de pecados fatais, o problema fundamental foi uma falta em seguir exatamente o
que Deus tinha instruído. Se desconsideramos suas instruções, não podemos esperar melhor
sorte. "Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte"
(Provérbios 14:12).
por Dennis Allan

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