A Igreja - Cap 1 - Rev. Erasmo e Werner

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Capítulo Um

A glória da Igreja
Visão Panorâmica
Nossa investigação nos levará a louvar a Deus pela beleza e pela glória da sua Igreja, conforme
vamos verdadeiramente entendê-la. Exploraremos como a natureza da Igreja se relaciona ao
nosso Deus triuno e descobriremos o significado dela no seu plano redentor.

Estudaremos a majestade e glória da Igreja de Cristo. Nossa


pergunta básica: “O que é a Igreja?”, é o foco desta lição. A Igreja é
uma organização social? Uma realidade espiritual? Até que ponto? A que Jesus estava se
referindo, quando disse que ele iria construir a sua Igreja? Como você definiria a essência da
Igreja? De que maneira a Igreja se relaciona com cada membro da Trindade? Por que a Igreja é
tão importante para os planos de Deus no mundo?

Frases para Refletir

 “O verdadeiro tesouro da Igreja é o santo evangelho da glória e da graça de


Deus” (Martinho Lutero, 95 Teses de 1517).
 “Com certeza, se a Igreja se tornar o centro de nossa devoção em vez de Cristo, terá
início a decadência espiritual. Uma doutrina da Igreja que não está centralizada em
Cristo, é enganadora e falsa”. (Edmund Clowney, The Church [A Igreja], 15).
 “A Igreja, interpretada biblicamente, é a contínua encarnação do Corpo do Cristo
ressuscitado, estando no mundo sem ser do mundo, mas enviada ao mundo para
compartilhar a missão de Deus”. (Erland Waltner, Learning to understand the
mission of the Church [Aprendendo a entender a missão da Igreja], 12)

Estudo de Casos

1. Um dos líderes de sua igreja compartilha o seguinte ponto vista em uma reunião aberta:

“As igrejas funcionariam muito melhor se conhecessem mais sobre princípios


empresariais simples. Fundamentalmente, igrejas são pequenas empresas ou, se vocês
preferirem, corporações sem fins lucrativos. Suas funções podem ser descritas pelas
teorias comuns da administração organizacional. Se quisermos uma igreja efetiva,
então precisamos aplicar princípios básicos de administração que funcionam em
praticamente todas as organizações humanas, onde um grupo de pessoas se reúne para
realizar algo.
Outro líder na igreja discorda violentamente do que o outro disse, chamando-o de
carnal, secular e de ateu pragmático. Ele diz que, se a liderança acreditar no que foi dito,
então provavelmente seus membros não são cristãos. Você deve mediar esta questão. O
que você diria para cada pessoa envolvida?

Ver vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=t7Yu2qNShRQ

2. Eis um vídeo sobre o que é igreja produzido pelos Adventistas do Brasil.


https://www.youtube.com/watch?v=kR5nKL_HNj4
Claro que tem ênfases deles, mas também verdades importantes sobre o que somos como
igreja. Assista e reflita: Fiéis aos princípios divinos ou aos mandamentos? Há diferença?
É comunidade ou movimento religioso, ou ambos? Só nos últimos dias? Por que essa
ênfase? Qual é a questão principal em todos esses exemplos?

Leia as passagens com esta questão bem clara diante de nós.


Pergunte a você mesmo como Deus entende a Igreja. Como cada
membro da Trindade se relaciona com a Igreja? Olhe também para
o papel e o significado da Igreja no plano redentor de Deus. Ao
estudar a Palavra de Deus, louve ao Senhor pela beleza e pela glória de sua Igreja. Agradeça a
ele pelo privilégio de ser membro da Igreja.

Mateus 16.13-20 Jesus promete edificar a sua Igreja

João 14.9-27; 15.26-27; 16.5-16 A oração de Jesus

Atos 1.4-8 Promessa do Espírito

1 Coríntios 3.16-17 A Igreja é o templo de Deus

1 Coríntios 12.27 Você é o Corpo de Cristo

Efésios 3.8-11 A Igreja no plano de Deus

Colossenses 1.15-20 Jesus é a Cabeça do Corpo, a Igreja

Use a tabela abaixo para registrar suas próprias observações sobre o relacionamento da Igreja
com cada membro da Trindade.

Pai Filho Espírito


1) A glória da Igreja (Bruce Miller, “The Glory of the
Church”). Um novo artigo feito pelo autor primário do curso.

2) Criado para a comunidade Stanley Grenz, “The ‘Pioneer Community” [A


comunidade pioneira], em Created for Community, 205-216. Texto complementar.

(Adaptado por Pr. Erasmo C.


dos Santos)

A glória da Igreja (Bruce


Miller) O que realmente importa?

Trocamos coisas importantes por outras sem valor nenhum. Perto do fim da vida,
muitos idosos se arrependem das escolhas que fizeram no passado: o que parecia valioso no
momento, da perspectiva de muitos anos atrás, praticamente não tinha valor nenhum. Queremos
uma vida significativa, mas perdemos as oportunidades alterando as etiquetas dos preços em
nossas vidas. Você está gastando seu tempo precioso, energia ou dinheiro em itens baratos?
Vamos olhar para o que realmente importa nesta vida.
Várias tendências nos levaram a desvalorizar a Igreja de Cristo. O foco do Modernismo
sobre o individualismo solapou o valor das comunidades, inclusive a comunidade eclesiástica.
Nessa confusão de ideias, as pessoas em grande parte perderam de vista o significado e
a glória da Igreja. Casualmente e, talvez sem perceber, elas começaram a pensar nas igrejas
locais como apenas mais uma entidade sem fins lucrativos. A Igreja é um organismo divino,
instituído pelo próprio Deus. A igreja local está na lista bem seleta de instituições ordenadas por
Deus: casamento, família e Igreja. Não devemos ousar perder isso de vista!
A gloriosa Igreja de Jesus Cristo é muito mais do que simplesmente um local agradável
para irmos aos domingos. A Igreja é a família de Deus, o Corpo de Jesus Cristo, o templo do
Espírito Santo. Se você deseja ter uma vida significativa, envolva-se com o que Deus está
fazendo. Atualmente Deus está em operação nas igrejas locais!

O que Deus está planejando?


Deus está revelando seu Reino por meio da Igreja – o Corpo de Cristo – mediante o
poder do seu Espírito Santo. A Igreja invisível existe na figura das igrejas locais visíveis. Deus
está estendendo seu governo sobre toda a Terra declarando sua mensagem de salvação por meio
dos seus embaixadores, advertindo o mundo de que ele virá em breve para estabelecer seu
Reino eterno de paz e justiça. Jesus Cristo está edificando sua Igreja contra a qual os portões do
inferno não prevalecerão. Por meio do amor, unidade e pureza demonstradas nas igrejas locais,
Deus está se revelando ao universo.
O sonho de muitas pessoas é pelo menos uma vez na vida estarem no lugar certo, na hora
certa e serem parte de algo grande. Deus convida você para jogar no seu time, para trabalhar
com ele em uma organização maravilhosa e para ser parte de sua família. Trata-se de uma
aventura que conta por toda a eternidade. Eterna e espiritualmente, as igrejas locais causam
impacto no mundo invisível de uma maneira que vai muito além de nossa visão. Deus diz que
por meio da Igreja, ele está tornando conhecida a sua sabedoria “dos poderes e autoridades nas
regiões celestiais” (Ef 3.10).
A Igreja é mais relevante do que muitas pessoas percebem. Ela é a esperança do mundo.
Deus está operando hoje em dia, por meio das igrejas locais. Apesar disso, nossa compreensão
do que é Igreja é muito nebuloso. O que a Igreja deve ser? O que ela deve fazer? Para responder
a essas perguntas fundamentais e cruciais, precisamos olhar para o relacionamento de Deus com
a Igreja e a missão divina dela hoje. Quando você enxerga a verdadeira natureza da Igreja, é
compelido a abraçar a sua glória de uma maneira nova e poderosa. Você deseja dedicar sua vida
a ela.

Abrace a glória da Igreja - O que a Igreja deve ser?


Para compreender o que a Igreja deve ser, temos de ver como ela está intimamente
relacionada ao Deus Triuno. Cada membro da Trindade tem um relacionamento direto com a
Igreja, na Grande Comissão, no final de seu tempo na Terra, Jesus deu um indício dessa
conexão triuna, quando disse aos seus seguidores para fazerem discípulos de todas as nações:
“Batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. (Mt 28.19). Com esta comissão
Jesus implica a verdade que será revelada no resto do Novo Testamento. A Igreja é a família do
Deus Pai, o Corpo de Jesus Cristo e o templo do Espírito Santo. Vamos olhar rapidamente cada
um desses relacionamentos.

Você é a família do Pai


Se você entregou sua vida a Jesus Cristo, recebendo o perdão dos pecados e a vida eterna,
então você pertence à família de Deus. Deus adotou você como filho. A Bíblia diz: “ Vocês já
não são mais estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família
de Deus...” (Ef 2.19).
Deus está formando uma família de pessoas que Ele adota, quando se entregam ao seu
Filho, Jesus Cristo. Deus nos oferece a melhor família que já existiu – a dele.
Deus sempre teve seu povo, especialmente escolhido e separado do mundo. Atualmente
nós, a Igreja, somos o povo escolhido de Deus. Agora a Igreja está no foco da atividade de Deus
(1Pe 2.9). A Igreja exalta o ser de Deus ao se unir a Cristo e segui-lo, o Cabeça. A Igreja não é
apenas a família de Deus, mas também o Corpo de Cristo.

Você é o Corpo de Cristo


Como membro da família de Deus, você está unido com Jesus Cristo, o único Filho de
Deus. Deus nos diz que a Igreja é o Corpo de Cristo (1Co 12.27). Como a Igreja, unida a Cristo
e vivendo como seu Corpo, somos a presença de Cristo na Terra. Damos continuidade ao
ministério dele. Pouco antes de sua morte, durante a última ceia com os discípulos, Jesus disse
que aqueles que cressem nele fariam coisas maiores do que ele tinha feito (Jo 14.12). Como
Igreja de Jesus Cristo, temos o incrível privilégio de continuar sua missão terrena.
Nós somos o Corpo de Cristo mostrando, e compartilhando o amor e a verdade dele para
o mundo. O mundo olha para a Igreja para ver Jesus (Ef 1.22-23). Nós somos a “plenitude” de
Jesus, como seu Corpo e sua Noiva. Ele está enchendo o mundo com sua glória por intermédio
das igrejas que funcionam como seu Corpo, sua presença na Terra. Nós ocupamos um lugar de
mistério, responsabilidade e honra além do que somos capazes de compreender nesta vida.
Desde o início da criação Deus sempre expressou sua presença na Terra. Ele andou no
Jardim do Éden com Adão e Eva; visitou Abraão; habitou no fogo e na nuvem no deserto; sua
glória residia no Tabernáculo e depois no Santo dos Santos, no interior do Templo. Mais
dramaticamente, Deus nos visitou na pessoa de Jesus Cristo, o Deus encarnado. Agora, depois
da volta de Jesus para o trono de Deus, a Igreja é a presença do Senhor como o Corpo de Cristo.
Nós somos as mãos de Jesus. No entanto, nós não somente somos o Corpo de Cristo, mas
também expressamos a presença de Deus como templos do Espírito Santo.

Você é o templo do Espírito


A Igreja é o lugar sagrado no qual Deus manifesta sua presença nos dias de hoje. No
Antigo Testamento, o templo era tão sagrado que Deus deu instruções extremamente detalhadas
sobre sua construção e somente algumas pessoas podiam entrar para ministrar. Ninguém
brincava com o templo de Deus. Hoje nós somos esse templo. O apóstolo Paulo escreveu a
respeito (1Co 3.16-17). Espantosamente, nós somos o local onde Deus habita; seu Espírito
habita nas igrejas locais – elas são divinamente sagradas. Você é este templo sagrado.
A Igreja é o povo de Deus cheio do poder do Espírito. Deus está edificando igrejas
locais para serem habitações nas quais ele vive pelo seu Espírito (At 1.8). Poucos dias depois de
Jesus ter feito essa promessa, como ele havia dito, o Espírito Santo desceu no Dia de
Pentecostes e encheu aqueles primeiros cristãos com ousadia e poder. O novo templo do
Espírito foi formado pelo poder de Deus.
Em uma passagem clássica de sua carta à igreja local de Éfeso, o apóstolo Paulo resume a
íntima relação da Igreja com cada membro da Trindade. Ele escreveu: “Vocês não são mais
estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus,
edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra
angular, no qual todo o edifício é ajustado e cresce para tornar-se um santuário santo no
Senhor. Nele vocês também estão sendo edificados juntos, para se tornarem morada de Deus
por seu Espírito” (Ef 2.19-22). O glorioso quadro trinitário de Paulo da Igreja contrasta
agudamente com a visão contemporânea de “preço baixo” da Igreja como apenas mais uma
entidade sem fins lucrativos. Deus instituiu a Igreja como sua própria instituição divina e
sobrenatural. O que é a Igreja? A Igreja é a família do Deus Pai, o Corpo do Senhor Jesus Cristo
e o templo do Espírito Santo.

Dedique-se à Missão da Igreja - O que a Igreja deve fazer?


A missão da Igreja é revelar a glória de Deus na Terra e nos céus (Ef 3.10). Fazemos isso
proclamando o evangelho de Jesus Cristo. A Igreja existe para ser a presença de Deus na Terra e
para anunciar Jesus Cristo, o Rei-Redentor e oferecer salvação para todos os povos. Temos de
proclamar (e dar exemplo) as Boas-Novas que Jesus, o Rei, veio à Terra, venceu a morte e
agora está estabelecendo o seu Reino. A Igreja comunica a mensagem, proclamando a ao
mundo e incorpora a mensagem, demonstrando a verdade do evangelho. Temos de mostrar e
proclamar Jesus Cristo ao mundo. As igrejas locais são os tesouros especiais de Deus, que ele
usa para mostrar e falar do seu Filho ao mundo.

Mostrar – Uma prévia do Reino de Jesus

A Igreja de Jesus Cristo mostra ao mundo o amor de Deus, quando funciona como uma
comunidade redentora investida do poder do Espírito Santo. Nós temos de ser o evangelho.
Quando damos exemplo de amor, unidade e pureza, o mundo vê que Deus é real e que Jesus é o
Salvador. As igrejas locais são emissárias do governo de Jesus na Terra, manifestando a paz e a
justiça que serão plenamente desenvolvidas no futuro reinado mundial de Jesus.
Em sua oração mais longa, registrada no final de sua vida, Jesus orou por nós, para que,
como Igreja, nós demonstrássemos a unidade, a glória e o amor de Deus, a fim de que o mundo
o conhecesse. (Jo 17.20-23). Quando a sua igreja local demonstra unidade, glória e amor, você
mostra ao mundo a verdade do evangelho e honra a Deus.
Nós devemos ser uma prévia do Reino vindouro. Antes da estreia de um filme, o produtor
libera uma prévia (trailer), para instigar a curiosidade das pessoas e levá-las aos cinemas. O
trailer mostra algumas das partes mais interessantes do filme, mas rapidamente. A Igreja deve
ser um trailer da próxima atração de Deus. Devemos mostrar ao mundo amostras da glória.
Convidamos pessoas para virem e verem a verdade e a beleza do evangelho de Deus praticado
em uma comunidade real.
É claro que, às vezes, estragamos tudo. Nem sempre fazemos tudo direito, mas mesmo
em nossas tentativas defeituosas de demonstrar amor e justiça, mostramos às pessoas um pouco
de como será o Reino de Jesus.
Em sua igreja local, você tem a tremenda oportunidade de ajudar as pessoas a ouvirem a
música do céu. Não há outra forma desses sons serem ouvidos na Terra, exceto por meio da
Igreja de Cristo. Nós somos vitrines do Reino de Cristo na Terra. Somos a luz do mundo
apontando Jesus Cristo para as pessoas. A Igreja mostra às pessoas o amor e a verdade de Deus.
Como embaixadora do Rei, a Igreja também proclama as Boas-Novas maravilhosas.

Dizer – Embaixadores do Rei


Deus chamou a Igreja para ser mensageira do Rei, Jesus Cristo. Nós somos os arautos
para todos os que ouvirão, declarando que o Rei veio e nos convida para estarmos ao seu lado
na grande batalha contra o mal. Somos embaixadores, proclamando a mensagem do Reino: a
salvação pode ser encontrada mediante a fé em Jesus Cristo. Dizemos ao mundo que Deus está
reconciliando as pessoas consigo por meio de Cristo. Pertence a nós a tremenda tarefa de levar a
mensagem de reconciliação ao mundo (2Co 5.18-20).
Deus chamou você para ser sua Igreja, para mostrar e dizer as glórias do seu evangelho a
um mundo tenebroso (1Pe 2.9). Não existe missão mais elevada e mais significativa. Nenhuma
organização ou causa pode se comparar com a glória da Igreja. A Igreja é onde Deus está
trabalhando diretamente hoje. As igrejas locais são os centros da atividade divina no planeta
Terra nesse momento da história mundial. Devemos ser apaixonados pela Igreja de Cristo.

Ame a Noiva de Cristo


Sou uma pessoa bem calma e ponderada. Raramente me aborreço ou perco a calma com
alguma coisa; no entanto, se alguém aborrece minha esposa, o quadro muda de figura! Eu amo
minha esposa, Tamara, mais do que amo qualquer outra pessoa no mundo. Ninguém toca em
minha esposa. Estou investindo tudo o que tenho, amando Tamara, cuidando dela, suprindo suas
necessidades e protegendo-a. Tenho muito orgulho de minha esposa. Quando eu a ouço
cantando no grupo de louvor de nossa igreja, muitas vezes meus olhos se enchem de lágrimas.
A Igreja é a Noiva de Jesus Cristo. Não se engane quanto a isso. Jesus Cristo é dedicado à sua
Noiva. Na sua carta à igreja local dos efésios, Paulo usa o amor intenso e devotado de Cristo por
Sua Noiva, a Igreja, como um modelo para os maridos imitarem no amor pelas esposas (Ef
5.25-27,32). Sua igreja local é a Noiva do Senhor Jesus Cristo. Nossa missão aqui na Terra é
fortalecer nossas igrejas a fim de que possamos apresentá-las a Cristo como uma linda noiva.
Jesus ama sua Noiva e nós também devemos amá-la.
Nós vivemos olhando para o futuro, esperando com grande expectativa pela nossa união
com nosso Noivo, Jesus Cristo. As igrejas locais são comunidades de esperança cheias de
expectativa pela festa de casamento que virá. Hoje fazemos tudo o que podemos para nos
preparar para o retorno de Jesus Cristo, nosso Senhor. Ele pode retornar a qualquer momento.
Como encontrará sua Noiva? A sua igreja está pronta para se encontrar com Cristo?
Não misture as etiquetas de preço em sua vida. Constantemente nós fazemos escolhas
sobre como gastamos nosso tempo e dinheiro. Quando você olha para todos os lugares nos quais
poderia investir seu tempo e recursos, se você realmente entender a glória e o significado da
Igreja, não terá dificuldade para escolher. Sua Igreja tem valor inestimável.
Dedique sua vida àquilo que realmente vale a pena. Envolva-se no que Deus está fazendo.
Dedique sua vida à sua causa – a Igreja.
Você poderá ler também esse texto, como complemento:
A “Comunidade Pioneira”
Capítulo 9 de Created for Community (Criados para a comunidade) - Stanley J. Grenz

Formação espiritual (coração)


Adore a Deus celebrando a maravilha e a glória de sua Igreja.
Louve e agradeça a cada membro da Trindade pelo seu papel no
estabelecimento, continuação e futuro da Igreja. Medite sobre o
significado e a beleza da Igreja. Pense sobre como esta verdade influencia seus sentimentos
sobre a Igreja e seu compromisso com ela. Você pode anotar seus pensamentos na forma de
uma oração a Deus.

Entendimento mais profundo (cabeça)


Descreva a maravilhosa unicidade e o glorioso significado da Igreja. Escreva esta descrição em
qualquer forma que desejar, inclusive um poema ou uma canção.

Ministério mais habilidoso (mãos)


Durante todo este curso, esse tipo de projeto será realizado mais adequadamente no
contexto do ministério real. Combine e integre seu curso ao ministério em que está envolvido
atualmente, e se não estiver envolvido procure se envolver.
Planeje falar sobre este tema com alguém ou em um grupo pequeno de estudos. Inclua
isso no passo “Seguir um plano de ação” no final desta lição.

1. Quais são algumas definições ou


interpretações comuns da Igreja?
Como as pessoas comuns de sua
comunidade descrevem a Igreja?
Como um membro de sua igreja local descreveria a Igreja
“global”?
2. Biblicamente, como você descreveria a identidade, a glória e o significado da Igreja em
relação a cada membro da Santa Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo)?

3. Como a Igreja é ao mesmo tempo uma entidade espiritual/divina e uma organização


social/humana? A Igreja é mais organismo ou organização? Que problemas podem
surgir de vermos a Igreja como uma ou outra coisa?

4. Como você definiria “Igreja”?

5. Que diferença o entendimento da verdadeira natureza e identidade da Igreja pode fazer


em sua vida pessoal e em sua igreja?

1. Como esse estudo mudou seu entendimento a respeito da igreja


e seu papel no mundo. Considere suas prioridades, tempo e
finanças.
Com quem de seu ministério atual você irá compartilhar sobre esse
maravilhoso tema? Quando?
Texto complementar de “Buscar outras fontes”

A “Comunidade Pioneira”
Capítulo 9 de Created for Community (Criados para a comunidade) - Stanley J. Grenz
“Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para
anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9)
O Pastor Will B. Dunn, personagem principal da charge “Kudzu”, estava lendo a Bíblia
no púlpito durante um culto de domingo. “Agora, meus irmãos e minhas irmãs, de acordo com
as Escrituras”, ele começou a falar, “vocês são a luz do mundo”. Então, em um rompante de
honestidade descontrolada, ele acrescenta à queima-roupa: “Mas no caso dessa congregação,
definitivamente estamos falando sobre lamparinas”.
Infelizmente a afirmação aparentemente engraçada do pastor muitas vezes é totalmente
verdadeira. Mas por quê? Por que as igrejas parecem compostas de nada mais do que simples
“lamparinas”? Por que não somos luzes radiantes que brilham no mundo escuro? E o mais
importante, o que podemos fazer para reformar a Igreja de modo que nos tornemos uma
comunidade vibrante de crentes, segundo o propósito do Senhor?
Se desejarmos nos tornar a comunidade que nosso Senhor deseja que sejamos, temos de
adquirir uma compreensão clara do que é Igreja. Somente quando nos lembrarmos do que
podemos ser na graça de Deus, começaremos a absorver o grande Poder dentro de nossas
comunidades – o Espírito Santo, que Cristo concedeu ao seu povo.
Com este objetivo em vista, agora nós olharemos para a visão bíblica da Igreja.
Especificamente, exploraremos o que Deus planeja para nós dentro do programa divino. Com
este propósito, levantamos duas questões cruciais:

• O que é a Igreja?
• Qual é a missão da Igreja?

A IDENTIDADE DA IGREJA
É isso que é Igreja? Igreja é uma grande estrutura de tijolos, madeira e cimento? “Igreja”
é um edifício no qual os cultos de adoração são realizados aos domingos? Ou Igreja é o próprio
culto? “Igreja” é um evento do qual participamos? Novamente, a Igreja é uma organização
gigantesca? É uma sociedade ou um clube no qual cada pessoa pode escolher ser membro,
quando se adapta?
Não! Nenhum desses usos populares do termo expressa o que a Igreja é na verdade. Para
entender a Igreja, temos de fazer a pergunta: “O que é Igreja?”, do ponto de vista bíblico.
Resumindo, a Igreja é a “comunidade pioneira”. É aquele povo que está se esforçando para
apontar o futuro que Deus tem reservado para a Criação. Sob a direção do Espírito, este povo
deseja viver no presente a gloriosa comunidade para a qual Deus nos criou.
Dizer que a Igreja é a comunidade pioneira sucintamente significa que ela é:
• Um povo relacional
• Um povo com visão do futuro
• Um povo em comunhão.

A Igreja é um povo relacional


Somos um povo em relacionamento com Deus, que nos salvou por intermédio de Cristo e
um povo em relacionamento uns com os outros e que juntos compartilham a salvação de Deus.
Esse foco sobre pessoas-em-relacionamento fica evidente nas formas como os primeiros cristãos
falavam de suas comunidades.
A Ekklesia (εκκλησια - palavra grega traduzida como “igreja”) destaca esta orientação
para pessoas. Atualmente tendemos a considerar a palavra como parte da “linguagem de Sião”,
um daqueles termos especiais que empregamos, quando desejamos falar sobre questões da fé.
Apesar disso, os primeiros cristãos não criaram o termo. Pelo contrário, “igreja” (ekklesia) era
uma palavra comum no mundo romano do primeiro século. Derivada do verbo “chamar” (kaleo
– καλεω) mais a preposição “a partir de” (ek - εκ), ekklesia significa simplesmente
“assembleia”. Mais especificamente, uma ekklesia era uma reunião de cidadãos de uma
determinada comunidade, chamados para tratar dos assuntos da cidade (assembleia, At
19.32,41).
Os primeiros cristãos encontraram nesse termo uma forma útil de expressar seu próprio
senso de identidade. Eles também eram pessoas chamadas para estar juntas. Eram os
“chamados”. Tinham sido chamados e separados do mundo pela proclamação do evangelho,
com o propósito de pertencer a Deus por meio de Cristo.
A escolha de ekklesia para designar quem eram, indica que os crentes do Novo
Testamento não viam a Igreja como um edifício ou uma organização. Eram um povo – um povo
reunido pelo Espírito Santo – pessoas ligadas umas às outras por meio de Cristo – daí, pessoas-
em-relacionamento.
• O Novo Testamento fala da Igreja como nação de Deus e um sacerdócio santo pertencente
a Deus (1Pe 2.9).
“Nação” destaca o novo status que compartilhamos. Assim como Deus escolhera o antigo
Israel, agora o Espírito chamou e separou a Igreja para pertencer a Deus. No entanto, esse status
não se baseia mais no direito de nascimento dentro de um grupo étnico específico. Agora o
Espírito chama e reúne pessoas de todo o mundo. Consequentemente, a Igreja é uma
comunidade multinacional composta por pessoas “de toda tribo, língua, povo e nação”. (Ap
5.9).
“Sacerdócio”, por sua vez, nos informa sobre nossa função. Assim como os sacerdotes
desempenhavam um papel especial na vida do antigo Israel, nós também temos uma tarefa
significativa para cumprir no programa de Deus. No entanto, não podemos perder de vista uma
diferença crucial. Enquanto em Israel somente alguns indivíduos eram selecionados dentre o
povo para agir como sacerdotes, na Igreja todas as pessoas pertencem à ordem sacerdotal. O
ministério do sacerdócio é compartilhado por todos.
Embora focando sobre a natureza “local” da Igreja, não devemos esquecer que cada
congregação é uma expressão visível de um povo maior. Esse povo transcende qualquer local
em qualquer época. De fato, participamos de um corpo composto de todos os crentes, de todas
as épocas (Hb 12.22-23). Somos parte de uma comunidade mundial de crentes.

A Igreja é um povo com visão do futuro

A Igreja não é um fim em si mesma. Deus não nos separa do mundo para nos tornarmos um
grupinho confortável ou uma “panelinha santa”. Pelo contrário, a Igreja existe para servir a uma
intenção maior. O Espírito nos transforma em um povo por meio do qual ele pode completar a
obra de Deus no mundo. Isso sugere que devemos ser um povo com visão do futuro. Nossa
tarefa é nos encaminhar para o grande alvo que só chegará à sua plenitude no final dos tempos.
O drama bíblico, porém, não termina no passado. Sua onda enorme se move para o
futuro. No advento de Jesus, o que é prerrogativa divina por direito (de jure), se tornará também
universalmente verdadeiro de fato (de facto). Nesse grande dia todas as pessoas reconhecerão o
senhorio de Jesus. (Fp 2.10-11). Os princípios do Reino de Deus se espalharão por toda a nova
sociedade humana. E Deus governará todo o universo.
Em última análise, portanto, o Reino de Deus é um dom gracioso que Deus nos concederá
em um glorioso dia futuro. Mesmo assim, o poder do Reino já está em operação em nosso
mundo, pois irrompe do presente para o futuro. Como resultado, podemos experimentar o Reino
divino em um sentido parcial embora real, antes do grande “dia do Senhor”.
Qual é o elo entre o Reino e a Igreja?
A Bíblia indica claramente que o Reino de Deus é “maior” do que a Igreja. “Reino”
refere-se ao domínio de Deus em todos os seus aspectos. Quando encarado de uma perspectiva
futura, o domínio divino inclui não somente a Igreja de Jesus Cristo, mas todo o universo
criado, bem como as hostes celestiais.
A Igreja, em contraste, surge a partir da ação salvadora de Deus na História. Ela foi
inaugurada por Cristo, a quem o Pai enviou à Terra para realizar sua vontade (seus alvos e
propósitos). Desde o Pentecostes, o Espírito Santo leva as pessoas a responderem à proclamação
do evangelho. Quando respondemos com arrependimento e fé, ele nos leva a participar da
Igreja, que é a comunidade daqueles que reconhecem o senhorio de Cristo.
A Igreja, portanto, é o resultado do Reino. Ela existe a partir da resposta obediente ao
anúncio do Reino divino, a Igreja é uma “assembleia escatológica”, um povo do futuro. Somos
o grupo daqueles que dão testemunho por palavras e obras do Reino divino, que um dia chegará
à sua plenitude.
A Igreja e o futuro.
Esta conexão entre a Igreja e o Reino tem amplas implicações para o nosso
entendimento eclesiástico. Significa que temos de ser um povo com visão do futuro.
Repetidamente já notamos que o alvo da obra de Deus na História continua no futuro.
Deus está estabelecendo uma comunidade eterna. Isso tem grandes implicações para nós.
Significa que esta realidade futura, e não o passado, nem mesmo o presente, define quem
somos.
Da mesma forma, nossa identidade corporativa reside no futuro. O que a Igreja é, é
determinado por aquilo que ela está destinada a se tornar. E a Igreja está destinada a ser nada
menos do que uma nova humanidade, a gloriosa assembleia do povo redimido de Deus, que
habita na criação renovada e goza da presença do Deus Triuno.
Nesse meio tempo, o Espírito nos chama e separa do mundo a fim de que possamos ser
um “povo escatológico”, uma assembleia “pioneira” no presente e de como seremos no futuro.
Nossa tarefa é viver de acordo com os princípios que caracterizam o futuro objetivo de Deus
para a Criação.
A Igreja é um povo em comunhão
A Igreja é um povo-em-relacionamento e o sinal do Reino de Deus. De fato, é como um
povo em relacionamento que nos tornamos um sinal do futuro. Isso nos leva a uma terceira
perspectiva, a qual está implicitamente presente nas outras duas: a Igreja é um povo em
comunhão, uma comunidade.
Como um povo-em-relacionamento, somos um povo em comunhão. Notamos que os
primeiros crentes viam a si próprios como um povo especial, um grupo unido porque tinham
sido separados do mundo pelo evangelho para pertencerem a Deus. Os escritores do Novo
Testamento referiam-se à Igreja como uma nação, um corpo e um templo. E embora este povo
transcenda as barreiras espaciais e temporais, ele se manifesta principalmente em uma
congregação visível de crentes que se unem para serem a expressão local da Igreja. Significa
que a Igreja é uma “comunidade de comunhão”.
A Igreja é mais do que um grupo de pessoas precariamente unidas. Nós compartilhamos
um comprometimento vertical fundamental – a lealdade a Cristo – que modela nossa vida. No
entanto, nossa lealdade comum a Jesus, por sua vez, forma um elo entre nós que é maior do que
todos os outros vínculos humanos. O próprio Jesus falou disso em seu chamado radical para o
discipulado (Mt 10.37).
Ele acrescenta um comprometimento horizontal ao vertical. Nossa lealdade comum com
Jesus nos une. Por causa de nossa lealdade a ele, somos comprometidos uns com os outros.
Desejamos “caminhar” juntos como um grupo de discípulos, para sermos pessoas que se
relacionam umas com as outras. Nós, que chamamos Jesus de Senhor, portanto, nos tornamos
um corpo – uma assembleia de pessoas, uma comunidade.
Como isso acontece? A resposta é: por intermédio do Espírito Santo. Embora Cristo tenha
instituído a Igreja, é o Espírito quem a constitui. O Espírito Santo é quem nos transforma de um
apanhado de indivíduos em uma comunidade. Na conversão, Ele nos tira de nosso isolamento e
alienação. Ao fazer isso, nos une como um único povo. Como um povo com visão do futuro,
somos um povo em comunhão.
Para efetuar a transformação de alienação em comunidade, o Pai enviou o Filho e
derramou o Espírito Santo. Nesta nova comunidade as antigas distinções de origem étnica,
status social e sexo não têm mais significado (Gl 3.28,29). A Igreja, portanto, é muito mais do
que um apanhado de indivíduos salvos que se reúnem para realizar a tarefa de ganhar os
perdidos. Em vez disto, somos um povo em comunhão, a comunidade da salvação.
O propósito de Deus é estabelecer uma criação reconciliada na qual os humanos refletem
o próprio caráter do Criador. O que é mais fantástico, o Deus Triuno deseja que sejamos
reunidos em uma comunidade de reconciliação. Esta comunidade não somente reflete a própria
essência eterna de Deus; na verdade participa da natureza divina, que é o amor. (2Pe 1.4).
Onde isso ocorre? De acordo com o Novo Testamento, a partir do Dia de Pentecostes, o
ponto focal da sociedade reconciliada na História é a Igreja de Jesus Cristo. Como um povo
separado para o uso especial de Deus, devemos mostrar como Ele é. Devemos refletir o próprio
caráter de Deus, enquanto nos tornamos um genuíno povo em comunhão, uma comunidade que
ama.
Como isso ocorre? A pista está no papel do Espírito Santo como o Complementador do
programa do Deus Triuno. Somos um povo em comunhão, enquanto compartilhamos a
comunhão do Espírito.
Para entender isso, temos de rever o grande mover do propósito eterno de Deus em
relação à sua natureza triuna. O Pai enviou o Filho a fim de realizar o desígnio divino eterno de
levar a humanidade e a criação a participar da vida divina. Por meio da conversão o Espírito
nos transforma em filhos de Deus. No entanto, esse status filial é exatamente o relacionamento
que o Filho goza com o Pai.
Na conversão, portanto, o Espírito – que é o Espírito do relacionamento entre Pai e Filho
– nos torna irmãos e irmãs de Cristo. Daí ele nos leva a compartilhar o amor que o Filho goza
com o Pai. Por meio do Espírito, participamos no amor que emana da própria essência do Deus
Triuno.
No entanto, a participação na dinâmica do amor trinitário não é nossa meramente como
indivíduos isolados. Pelo contrário, é um privilégio que compartilhamos com todos os outros
cristãos. A atividade do Espírito dentro de nós nos torna coparticipantes do relacionamento que
há entre o Pai e o Filho. Portanto, quando compartilhamos no Espírito Santo, participamos do
relacionamento com o Deus vivo e nos tornamos a comunidade de Cristo, nosso Senhor.
Consequentemente, a comunidade de amor que a Igreja é chamada para ser, não é uma
realidade ordinária. A comunhão que compartilhamos uns com os outros não é meramente de
uma experiência comum ou narrativa, por mais importantes que sejam. Nossa comunhão é nada
menos do que nossa participação comum na comunhão divina entre o Pai e o Filho,
intermediada pelo Espírito Santo.
É isso que somos. Essa é nossa identidade: somos a comunidade pioneira de Deus, o
povo que pela habitação do Espírito participa da comunhão do Deus Triuno. Nossa identidade,
por sua vez, forma o fundamento para o nosso ministério no mundo.

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