QUESTAO Prova Literatura

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TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:


Apóstrofe à carne

Quando eu pego nas carnes do meu rosto,


Pressinto o fim da orgânica batalha:
– Olhos que o húmus necrófago estraçalha,
Diafragmas, decompondo-se, ao sol-posto.

E o Homem – negro e heteróclito composto,


Onde a alva flama psíquica trabalha,
Desagrega-se e deixa na mortalha
O tacto, a vista, o ouvido, o olfato e o gosto!

Carne, feixe de mônadas bastardas,


Conquanto em flâmeo fogo efêmero ardas,
A dardejar relampejantes brilhos,

Dói-me ver, muito embora a alma te acenda,


Em tua podridão a herança horrenda,
Que eu tenho de deixar para os meus filhos!

(Augusto dos Anjos. Obra completa, 1994.)

1. (Unifesp 2013) No plano formal, o poema é marcado por


a) versos brancos, linguagem obscena, rupturas sintáticas.
b) vocabulário seleto, rimas raras, aliterações.
c) vocabulário antilírico, redondilhas, assonâncias.
d) assonâncias, versos decassílabos, versos sem rimas.
e) versos livres, rimas intercaladas, inversões sintáticas.

2. (Unifesp 2013) No soneto de Augusto dos Anjos, é evidente


a) a visão pessimista de um “eu” cindido, que desiste de conhecer-se, pelo medo de constatar
o já sabido de sua condição humana transitória.
b) o transcendentalismo, uma vez que o “eu” desintegrado objetiva alçar voos e romper com
um projeto de vida marcado pelo pessimismo e pela tortura existencial.
c) a recorrência a ideias deterministas que impulsionam o “eu” a superar seus conflitos,
rompendo um ciclo que naturalmente lhe é imposto.
d) a vontade de se conhecer e mudar o mundo em que se vive, o que só pode ser alcançado
quando se abandona a desintegração psíquica e se parte para o equilíbrio do “eu”.
e) o uso de conceitos advindos do cientificismo do século XIX, por meio dos quais o poeta
mergulha no “eu”, buscando assim explorar seu ser biológico e metafísico.

3. (Espcex (Aman) 2013) Leia a estrofe que segue e assinale a alternativa correta, quanto às
suas características.

“Visões, salmos e cânticos serenos


Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes...
Dormências de volúpicos venenos
Sutis e suaves, mórbidos, radiantes...”
a) valorização da forma como expressão do belo e a busca pela palavra mais rara –
Parnasianismo.
b) linguagem rebuscada, jogos de palavras e jogos de imagens, característica do cultismo –
corrente do Barroco.
c) incidência de sons consonantais (aliterações) explorando o caráter melódico da linguagem –
Simbolismo.
d) pessimismo da segunda geração romântica, marcada por vocábulos que aludem a uma
existência mais depressiva – Romantismo.

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e) lírica amorosa marcada pela sensualidade explícita que substitui as virgens inacessíveis por
mulheres reais, lascivas e sedutoras – Naturalismo.

4. (Ufrn 2012) Considere o seguinte trecho do conto “O fisco (conto de Natal)”, publicado em
1921 e integrante do livro Negrinha, de Monteiro Lobato:

Súbito, viu um homem de boné caminhando para o seu lado. Olhou-lhe para as botinas. Sujas.
Viria engraxar, com certeza – e o coração bateu-lhe apressado, no tumulto delicioso da estreia.
Encarou o homem já a cinco passos e sorriu com infinita ternura nos olhos, num agradecimento
antecipado em que havia tesouros de gratidão.
Mas em vez de espichar o pé, o homem rosnou aquela terrível interpelação inicial:
– Então, cachorrinho, que é da licença?

(LOBATO, Monteiro. Negrinha. São Paulo: Globo, 2008, p. 71)

O trecho em destaque apresenta um episódio ocorrido em um parque. No contexto da


narrativa, a cena ilustra:
a) um confronto entre a autoridade constituída e o menino que insiste na desobediência à lei.
b) um encontro amigável entre o menino engraxate e um cliente.
c) uma conversa amistosa entre as personagens, de posições sociais distintas.
d) uma relação de desigualdade entre as personagens, determinada pela força repressiva.

5. (Enem 2012) Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice
de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem... Em
que lhe contribuía para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O
importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das coisas do tupi, do folk-lore,
das suas tentativas agrícolas... Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma!
Nenhuma!

O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma
decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam
os livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que achara?
Decepções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois ele a viu combater como feras? Pois
não a via matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma
série, melhor, um encadeamento de decepções.

A pátria que quisera ter era um mito; um fantasma criado por ele no silêncio de seu gabinete.

BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br.


Acesso em: 8 nov. 2011.

O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, foi publicado em 1911. No
fragmento destacado, a reação do personagem aos desdobramentos de suas iniciativas
patrióticas evidencia que
a) A dedicação de Policarpo Quaresma ao conhecimento da natureza brasileira levou-o a
estudar inutilidades, mas possibilitou-lhe uma visão mais ampla do país.
b) A curiosidade em relação aos heróis da pátria levou-o ao ideal de prosperidade e
democracia que o personagem encontra no contexto republicano.
c) A construção de uma pátria a partir de elementos míticos, como a cordialidade do povo, a
riqueza do solo e a pureza linguística, conduz à frustração ideológica.
d) A propensão do brasileiro ao riso, ao escárnio, justifica a reação de decepção e desistência
de Policarpo Quaresma, que prefere resguardar-se em seu gabinete.
e) A certeza da fertilidade da terra e da produção agrícola incondicional faz parte de um projeto
ideológico salvacionista, tal como foi difundido na época do autor.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


As questões tomam por base uma passagem do romance Canaã, de Graça Aranha (1868-
1931), e uma tira de Henfil (1944-1988).

Canaã

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— Hoje — disse Milkau quando chegaram a um trecho desembaraçado da praia —, devemos


escolher o local para a nossa casa.
— Oh! não haverá dificuldade, neste deserto, de talhar o nosso pequeno lote... — desdenhou
Lentz.
— Quanto a mim, replicou Milkau, uma ligeira inquietação de vago terror se mistura ao prazer
extraordinário de recomeçar a vida pela fundação do domicílio, e pelas minhas próprias mãos...
O que é lamentável nesta solenidade primitiva é a intervenção inútil do Estado...
— O Estado, que no nosso caso é o agrimensor Felicíssimo...
— Não seria muito mais perfeito que a terra e as suas coisas fossem propriedade de todos,
sem venda, sem posse?
— O que eu vejo é o contrário disto. É antes a venalidade de tudo, a ambição, que chama a
ambição e espraia o instinto da posse. O que está hoje fora do domínio amanhã será a presa
do homem. Não acreditas que o próprio ar que escapa à nossa posse será vendido, mais tarde,
nas cidades suspensas, como é hoje a terra? Não será uma nova forma da expansão da
conquista e da propriedade?
— Ou melhor, não vês a propriedade tornar-se cada dia mais coletiva, numa grande ânsia de
aquisição popular, que se vai alastrando e que um dia, depois de se apossar dos jardins, dos
palácios, dos museus, das estradas, se estenderá a tudo?... O sentimento da posse morrerá
com a desnecessidade, com a supressão da ideia da defesa pessoal, que nele tinha o seu
repouso...
— Pois eu — ponderou Lentz —, se me fixar na ideia de converter-me em colono, desejarei ir
alargando o meu terreno, chamar a mim outros trabalhadores e fundar um novo núcleo, que
signifique fortuna e domínio... Porque só pela riqueza ou pela força nos emanciparemos da
servidão.
— O meu quinhão de terra — explicou Milkau — será o mesmo que hoje receber; não o
ampliarei, não me abandonarei à ambição, ficarei sempre alegremente reduzido à situação de
um homem humilde entre gente simples. Desde que chegamos, sinto um perfeito
encantamento: não é só a natureza que me seduz aqui, que me festeja, é também a suave
contemplação do homem. Todos mostram a sua doçura íntima estampada na calma das linhas
do rosto; há como um longínquo afastamento da cólera e do ódio. Há em todos uma
resignação amorosa... Os naturais da terra são expansivos e alvissareiros da felicidade de que
nos parecem os portadores... Os que vieram de longe esqueceram as suas amarguras, estão
tranquilos e amáveis; não há grandes separações, o próprio chefe troca no lar o seu prestígio
pela espontaneidade niveladora, que é o feliz gênio da sua raça. Vendo-os, eu adivinho o que é
todo este País — um recanto de bondade, de olvido e de paz. Há de haver uma grande união
entre todos, não haverá conflitos de orgulho e ambição, a justiça será perfeita; não se imolarão
vítimas aos rancores abandonados na estrada do exílio. Todos se purificarão e nós também
nos devemos esquecer de nós mesmos e dos nossos preconceitos, para só pensarmos nos
outros e não perturbarmos a serenidade desta vida...

(Graça Aranha. Canaã, 1996.)

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6. (Unesp 2013) — O que eu vejo é o contrário disto. É antes a venalidade de tudo, a ambição,
que chama a ambição e espraia o instinto da posse.

Tomando por base o contexto do diálogo e as outras manifestações de Milkau, aponte o


argumento que é defendido por Lentz nesta fala.

7. (Ucs 2012) O Simbolismo foi um movimento literário de grande repercussão na produção


dos escritores brasileiros. Nesse período, eles buscaram evocar e sugerir imagens, explorando
as experiências sensoriais.
Leia o fragmento do poema Cárcere das Almas, de Cruz e Souza, um dos representantes do
Simbolismo.

Tudo se veste de uma igual grandeza


Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo Espaço da Pureza.

(TUFANO, Douglas. Estudos de literatura brasileira. 4 ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna,
1988. p. 173.)

Analise a veracidade (V) ou a falsidade (F) das proposições abaixo, sobre o fragmento do
poema.

( ) Nesse fragmento, é possível perceber o estado onírico, uma das características típicas do
período literário em questão.
( ) O sujeito-lírico deseja a liberdade, buscando encontrá-la no mundo das aparências.
( ) Ao grafar as palavras Espaço e Pureza em maiúsculo, o poeta sugere uma
personificação das ideias contidas nesses vocábulos.

Assinale a alternativa que preenche corretamente os parênteses de cima para baixo.


a) V – F – F
b) V – V – V
c) F – V – F
d) V – F – V
e) F – V – V

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:


6Viajam de bonde silenciosamente. Devia ser quase uma hora, 1pois o veículo já se
enchia do público especial dos domingos.
2Eram meninas do povo envolvidas nos seus vestidos empoados com suas fitinhas cor-

de-rosa ao cabelo e o leque indispensável; eram as baratas casemiras claras dos ternos, [...]
eram as velhas mães, prematuramente envelhecidas com a maternidade frequente, 7a
acompanhar a escadinha dos filhos, ao lado dos maiores, ainda moços, que fumavam os mais
compactos charutos do mercado — era dessa gente que se enchia o bonde e se via pelas
calçadas em direção aos jardins, aos teatros em matiné, aos arrabaldes e às praias.
3Era enfim o povo, o povo variegado da minha terra. 4As napolitanas baixas com seus

vestidos de roda e suas africanas, as portuguesas coradas e fortes, caboclas, mulatas e pretas
— era tudo sim preto, às vezes todos exemplares em bando, às vezes separados, 8que a
viagem de bonde me deu a ver.
E muito me fez meditar o seu semblante alegre, a sua força prolífica, atestada pela
cauda de filhos que arrastavam, a sua despreocupação nas anemias que havia, em nada
significando a preocupação de seu verdadeiro estado — 5e tudo isso muito me obrigou a
pensar sobre o destino daquela gente.

BARRETO, Lima. O domingo. Contos completos de Lima Barreto.


Organização e introdução de Lília Moritz Schwarcz. São Paulo: Companhia
das Letras, 2010. p. 589.

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8. (Uesc 2011) O texto traduz preferência do autor por


a) retratar aspectos marcantes da beleza exótica do cotidiano do interior.
b) apresentar características negativas de uma metrópole pós-moderna.
c) narrar ações de tipos pouco comuns, idealizados, do mundo contemporâneo.
d) descrever cenários naturais da paisagem física local, adversos aos da paisagem humana.
e) observar a realidade da vida num centro urbano e, sobretudo, revelar sua preocupação com
o homem.

9. (Uesc 2011) No texto, faz-se presente a adjetivação, que é um traço avaliativo do narrador,
mas que está ausente no fragmento transcrito em
a) “pois o veículo já se enchia do público especial dos domingos.” (ref.1).
b) “Eram meninas do povo envolvidas nos seus vestidos empoados com suas fitinhas cor-de-
rosa ao cabelo” (ref.2).
c) “Era enfim o povo, o povo variegado da minha terra.” (ref.3).
d) “As napolitanas baixas com seus vestidos de roda e suas africanas” (ref.4).
e) “e tudo isso muito me obrigou a pensar sobre o destino daquela gente.” (ref.5).

10. (Uepa 2012) Respirando os ares da modernidade literária, a estética simbolista revela-se
uma reação artística à referencialidade que violentamente restringe a palavra poética ao
mundo das coisas e conceitos. No intuito de libertar a linguagem poética, o Simbolismo explora
diversos recursos sensoriais a fim de sugerir mistérios. Simbolista, Alphonsus de Guimaraens
escreve muitos textos que apelam para o símbolo visual, a imagem, carregado de insinuações
de misticismo e morte.
Marque a alternativa cujos versos se relacionam ao comentário acima.
a) Queimando a carne como brasas,
Venham as tentações daninhas,
Que eu lhes porei, bem sob as asas,
A alma cheia de ladainhas.
b) Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
c) Encontrei-te. Era o mês... Que importa o mês? agosto,
Setembro, outubro, maio, abril, janeiro ou março,
Brilhasse o luar, que importa? ou fosse o sol já posto,
No teu olhar todo o meu sonho andava esparso.
d) Lua eterna que não tiveste fases,
Cintilas branca, imaculada brilhas,
E poeiras de astros nas sandálias trazes...
e) Venham as aves agoireiras,
De risada que esfria os ossos...
Minh’alma, cheia de caveiras,
Está branca de padre-nossos.

11. (Uepg 2010)

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A ilustração de Alfredo Aquino retrata um episódio da obra Os Sertões, de Euclides da Cunha.


Sobre esse episódio, assinale o que for correto.
01) O episódio refere-se ao ato heroico de um grupo de quatorze canudenses liderados por
Macambira, o único sobrevivente da façanha.
02) O episódio refere-se ao ato de coragem do jovem Macambira e seus seguidores atacando
o canhão situado no meio dos batalhões do Exército.
04) O grupo de canudenses, que tenta destruir o canhão, era formado por onze homens e
somente um sobreviveu.
08) O grupo de canudenses lograram sucesso na campanha de destruição do canhão.
16) O episódio refere-se à tomada da "matadeira", nome dado pelos conselheristas ao canhão
Withworth 32, que a quarta expedição instalara no morro da Favela.

12. (Pucrs 2010) Leia o fragmento que segue.

“A travessia foi penosamente feita. O terreno inconsistente e móvel fugia sob os passos aos
caminhantes; remorava a tração das carretas absorvendo as rodas até ao meio dos raios;
opunha, salteadamente, flexíveis barreiras de espinheirais, que era forçoso destramar a facão;
e reduplicava, no reverberar intenso das areias, a adustão da canícula. De sorte que ao chegar
à tarde, à “Serra Branca”, a tropa estava exausta.
Exausta e sequiosa. Caminhara oito horas sem parar, em pleno arder do sol bravio do verão.”

O fragmento pertence ao livro Os sertões, de Euclides da Cunha, que relata a Guerra de


Canudos, travada no Nordeste brasileiro entre os homens liderados por Antônio Conselheiro e
as tropas militares republicanas.

Neste trecho da obra,

I. alternam-se a linguagem coloquial e a inconformidade com a exploração do homem pelo


homem.
II. a complexidade vocabular e o predomínio da descrição constituem características
marcantes.
III. a reiteração de expressões regionais e a preocupação com a condição humana permeiam o
ponto de vista do narrador.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são

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a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.

13. (Uff 2010) A DESCOBERTA DA AMÉRICA E A BARBÁRIE DOS CIVILIZADOS

– A conquista da América pelos europeus foi uma tragédia sangrenta. A ferro e fogo! Era a
divisa dos cristianizadores. Mataram à vontade, destruíram tudo e levaram todo ouro que havia.
Outro espanhol, de nome Pizarro, fez no Peru coisa idêntica com os incas, um povo de
civilização muito adiantada que lá existia. Pizarro chegou e disse ao imperador inca que o papa
havia dado aquele país aos espanhóis e ele viera tomar conta. O imperador inca, que não
sabia quem era o papa, ficou de boca aberta, e muito naturalmente não se submeteu. Então
Pizarro, bem armado de canhões conquistou e saqueou o Peru.
– Mas que diferença há, vovó, entre estes homens e aquele Átila ou aquele Gengis-Cã que
marchou para o ocidente com os terríveis tártaros, matando, arrasando e saqueando tudo?
– A diferença única é que a história é escrita pelos ocidentais e por isso torcida a nosso favor.
Vem daí considerarmos como feras aos tártaros de Gengis-Cã e como heróis com
monumentos em toda parte, aos célebres “conquistadores” brancos. A verdade, porém, manda
dizer que tanto uns como outros nunca passaram de monstros feitos da mesmíssima massa,
na mesmíssima forma. Gengis-Cã construiu pirâmides enormes com cabeças cortadas aos
prisioneiros. Vasco da Gama encontrou na Índia vários navios árabes carregados de arroz,
aprisionou-os, cortou as orelhas e as mãos de oitocentos homens da equipagem e depois
queimou os pobres mutilados dentro dos seus navios.

Monteiro Lobato, História do mundo para crianças. Capítulo LX

Monteiro Lobato narra a história das civilizações sob um ponto de vista crítico contrário à
tradição ocidental, evidenciando as diferenças de comportamento entre as civilizações.
Assinale a opção que exemplifica a disparidade das visões no encontro histórico de civilizações
diferentes.
a) Para os que chegavam, o mundo em que entravam era a arena de seus ganhos, em ouro e
glórias. Para os índios que ali estavam, nus na praia, o mundo era um luxo de se viver. Este
foi o efeito do encontro fatal que ali se dera. Ao longo das praias brasileiras de 1500, se
defrontaram, pasmos de se verem uns aos outros tais quais eram, a selvageria e a
civilização. Suas concepções, não só diferentes mas opostas, do mundo, da vida, da morte,
do amor, se chocaram cruamente.
(Darcy Ribeiro, O povo brasileiro)
b) – Cá no asfalto, lixam-se para os índios. Tem tudo a ver. Aquele sujeito de bigode, sentado
ali, tem tudo a ver. Pois se não conseguimos respeitar a integridade deles, estamos
ameaçados. Ninguém exerce, impunemente, a violência. É como cuspir para cima. Se
estamos destruindo os índios, é porque nossa brutalidade chegou a um nível perigoso para
nós próprios.
(Noel Nutels, apud Hélio Pellegrino, Lucidez embriagada)
c) Deitado na esteira, de boca para cima, o sacerdote Jaguar de Yucatán escutou a mensagem
dos deuses. Eles falaram através do telhado, montados sobre sua casa, em um idioma que
ninguém entendia.
Chilan Balam, que era boca dos deuses, recordou o que ainda não tinha acontecido:
- Dispersados serão pelo mundo as mulheres que cantam e os homens que cantam e todos
os que cantam...
(Eduardo Galeano, Nascimentos)
d) Pioneiros da conquista do trópico para a civilização, tiveram os portugueses, nessa proeza,
sua maior missão histórica. E sem embargo de tudo quanto se possa alegar contra sua obra,
forçoso é reconhecer que foram não somente os portadores efetivos como os portadores
naturais dessa missão.
(Sérgio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil)
e) Neste final de século fala-se muito em crise de identidade do sujeito. O homem da
sociedade moderna tinha uma identidade bem definida e localizada no mundo social e

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cultural. Mas uma mudança estrutural está fragmentando e deslocando as identidades


culturais de classe, sexualidade, etnia, raça e nacionalidade.
(Stuart Hall, A identidade cultural na pós-modernidade)

14. (Pucpr 2009) Assinale o que for INCORRETO a respeito da estética simbolista e da poesia
de Cruz e Sousa.
a) Os poetas simbolistas se opunham ao objetivismo cientificista dos realistas/naturalistas.
b) Cruz e Sousa é o maior representante da estética simbolista no país. Porém, nas primeiras
décadas do século XX, observa-se uma grande expansão do Simbolismo no Sul do Brasil,
sendo o Paraná um dos estados com maior número de manifestações poéticas dessa
escola, seja pelas revistas que foram criadas, seja pelos poetas que foram revelados.
c) Verifica-se na estética simbolista o culto à musicalidade do poema, em sintonia com a busca
pela espiritualidade, um dos temas predominantes na poesia de Cruz e Sousa.
d) O Simbolismo brasileiro recupera de modo inequívoco os procedimentos e os temas do
Romantismo, valorizando o sentimento nacionalista e as ideias abolicionistas.
e) Para os simbolistas, a poesia, experiência transcendente, é uma forma pela qual se alcança
o sentido oculto das coisas e das vivências.

15. (Enem 2009) Cárcere das almas

Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,


Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.

Tudo se veste de uma igual grandeza


Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.

Ó almas presas, mudas e fechadas


Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!

Nesses silêncios solitários, graves,


que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!

CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura /


Fundação Banco do Brasil, 1993.

Os elementos formais e temáticos relacionados ao contexto cultural do Simbolismo


encontrados no poema Cárcere das almas, de Cruz e Sousa, são
a) a opção pela abordagem, em linguagem simples e direta, de temas filosóficos.
b) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação à temática nacionalista.
c) o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas universais.
d) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade social expressa em imagens poéticas
inovadoras.
e) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor
de temas do cotidiano

16. (Ufg 2007) Leia os poemas de Cora Coralina e de Cruz e Sousa.

TODAS AS VIDAS

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[...]
Vive dentro de mim
a lavadeira do Rio Vermelho.
Seu cheiro gostoso
d'água e sabão.
[...]
Vive dentro de mim
a mulher do povo.
Bem proletária.
[...]
Vive dentro de mim
a mulher da vida.
Minha irmãzinha...
[...]
Todas as vidas dentro de mim.
Na minha vida -
a vida mera das obscuras.
CORALINA, Cora. "Melhores poemas"., Seleção de Darcy França Denófrio. São Paulo:
Global, 2004. p. 253-255. (Coleção melhores poemas).

AFRA

Ressurges dos mistérios da luxúria,


Afra, tentada pelos verdes pomos,
Entre os silfos magnéticos e os gnomos
Maravilhosos da paixão purpúrea.

Carne explosiva em pólvoras e fúria


De desejos pagãos, por entre assomos
Da virgindade - casquinantes momos
Rindo da carne já votada à incúria.

Votada cedo ao lânguido abandono,


Aos mórbidos delíquios como ao sono,
Do gozo haurindo os venenosos sucos.

Sonho-te a deusa das lascivas pompas,


A proclamar, impávida, por trompas
Amores mais estéreis que os eunucos!
SOUSA, Cruz e. Broquéis, Faróis e Últimos sonetos. 2a. ed. reform., São Paulo:
Ediouro, 2002. p. 24-25. (Coleção super prestígio).

Vocabulário:
silfos: espíritos elementares do ar
assomos: ímpeto, impulso
casquinantes: relativo à gargalhada, risada de escárnio
momos: ator que representa comédia
incúria: falta de cuidado
delíquios: desfalecimento, desmaio

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haurindo: extraindo, colhendo, consumindo

Nos poemas apresentados, os autores tematizam a mulher com perspectivas diferenciadas no


que diz respeito, respectivamente, a
a) preocupação com a cor local e a fuga da realidade em situações espirituais.
b) perspectiva referencial dada ao tema e ao enquadramento conceptista das imagens.
c) ênfase no misticismo africano e a descrição fantástica do corpo da mulher.
d) musicalidade recorrente para a composição dos perfis e ao entrelaçamento de poesia e
prosa.
e) valorização de condições sociais marginalizadas e a construção erotizada da figura feminina.

17. (Enem cancelado 2009) Texto 1

O Morcego

Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.


Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
“Vou mandar levantar outra parede...”
Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!
Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh’alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!
A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!

ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994.

Texto 2

O lugar-comum em que se converteu a imagem de um poeta doentio, com o gosto do macabro


e do horroroso, dificulta que se veja, na obra de Augusto dos Anjos, o olhar clínico, o
comportamento analítico, até mesmo certa frieza, certa impessoalidade científica.

CUNHA, F. Romantismo e modernidade na poesia. Rio de Janeiro: Cátedra, 1988 (adaptado).

Em consonância com os comentários do texto 2 acerca da poética de Augusto dos Anjos, o


poema O morcego apresenta-se, enquanto percepção do mundo, como forma estética capaz
de
a) reencantar a vida pelo mistério com que os fatos banais são revestidos na poesia.
b) expressar o caráter doentio da sociedade moderna por meio do gosto pelo macabro.
c) representar realisticamente as dificuldades do cotidiano sem associá-lo a reflexões de cunho
existencial.
d) abordar dilemas humanos universais a partir de um ponto de vista distanciado e analítico
acerca do cotidiano.
e) conseguir a atenção do leitor pela inclusão de elementos das histórias de horror e suspense
na estrutura lírica da poesia.

18. (Pucrs 2008) Mesmo os nomes índios, como já foi observado, se apagam, vão se
apagando, para dar lugar a nomes banais de figurões ainda mais banais, de forma que essa
pequena antiguidade de quatro séculos desaparecerá em breve, e as novas denominações
talvez não durem tanto.
Nenhum testemunho, dentro em pouco, haverá das almas que eles representam,
dessas consciências tamoias que tentaram, com tais apelidos, macular a virgindade da

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incalculável duração da terra. Sapopemba é já um general qualquer, e tantos outros lugares do


Rio de Janeiro vão perdendo insensivelmente os seus nomes tupis.
Inhaúma é ainda dos poucos lugares da cidade que conserva o seu primitivo nome
caboclo, zombando dos esforços dos nossos edis para apagá-lo.
É um subúrbio de gente pobre, e o bonde que lá leva atravessa umas ruas de largura
desigual, que não se sabe por que ora são muito estreitas, ora muito largas, bordadas de casas
e casitas sem que nelas se
depare um jardinzinho mais tratado ou se lobrigue, aos fundos, uma horta mais viçosa.

Sobre o fragmento acima e seu autor, afirma-se:

I. Lima Barreto é um dos autores brasileiros que, em sua produção de contos, crônicas e
romances, preocupou-se em revelar as condições de vida na periferia urbana do Rio de
Janeiro.
II. Em “O moleque”, o narrador chama a atenção para o descuido das autoridades em relação à
memória da cidade, revelado no apagamento dos nomes primitivos dos lugares que são
testemunhos dos antigos habitantes da região.
III. A simplicidade da linguagem utilizada no fragmento acima – inclusive com o uso de
expressões coloquiais – contraria as propostas estéticas defendidas pelo Modernismo
brasileiro.
IV. Afora a constatação da pobreza do subúrbio, o narrador, em “O moleque”, condena a
população por seu descuido com a manutenção das casas e das hortas.

As afirmativas corretas são:


a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e IV, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:


Não era feio o lugar, mas não era belo. Tinha, entretanto, o aspecto tranquilo e satisfeito de
quem se julga bem com a sua sorte.
A casa erguia-se sobre um socalco, uma espécie de degrau, formando a subida para a maior
altura de uma pequena colina que lhe corria nos fundos. Em frente, por entre os bambus da
cerca, olhava uma planície a morrer nas montanhas que se viam ao longe; um regato de águas
paradas e sujas cortava-as paralelamente à testada da casa; mais adiante, o trem passava
vincando a planície com a fita clara de sua linha campinada [...].

BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Penguin & Companhia das
Letras. p.175.

19. (Ueg 2013) Com relação ao tempo narrativo, nota-se que a utilização do pretérito
imperfeito
a) aproxima o material narrado do universo contemporâneo do leitor.
b) confere ao texto um caráter dual, que oscila entre o lírico e o metafórico.
c) faz com que o tempo da narrativa se distancie, até certo ponto, do tempo do leitor.
d) torna o texto mais denso de significação, na medida em que institui lacunas temporais.

20. (Ueg 2013) No excerto, narração e descrição


a) são elaboradas com a finalidade de conferir mais agilidade e maior dinamismo à trama do
romance.
b) são elaboradas de modo que uma se sobrepõe à outra, o que faz decair a qualidade estética
do texto.
c) se configuram para melhor caracterizar a atmosfera pessimista e sombria do espaço da
narrativa.
d) se entrelaçam para melhor situar o leitor diante dos eventos que compõem o enredo.

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Gabarito:

Resposta da questão 1:
[B]

As opções [A], [C], [D] e [E] são incorretas, pois em

[A] os versos apresentam rima, vocabulário pouco usual no cotidiano e perfeito encadeamento
lógico;
[C] os versos são decassilábicos e têm conteúdo lírico, pois o enunciador fala de seus
sentimentos e emoções;
[D] e [E] enquanto que os versos livres são autônomos em relação a esquemas métricos, as do
poema de Augusto dos Anjos são rimados, com esquema ABBA ABBA CCD EED.

Assim, é correta a opção [B], pois, além de métrica rígida, o poeta usa aliterações
(“Diafragmas, decompondo-se”, “ flâmeo fogo efêmero”) e rimas raras (“rosto”, “sol-posto”).

Resposta da questão 2:
[E]

A predominância de verbos e pronomes em primeira pessoa (“pego”, “pressinto”, “tenho”, “eu”,


“meu”, “me”, “meus”) demonstra que Augusto dos Anjos parte de uma análise introspectiva
para expressar angústia pelas fatalidades de leis físicas e biológicas que regem o ser humano,
segundo os conceitos advindos do cientificismo do século XIX (“E o Homem… / Desagrega-se
e deixa na mortalha / O tacto, a vista, o ouvido, o olfato e o gosto!”). Assim, é correta a opção
[E].

Resposta da questão 3:
[C]

É correta a opção [C], pois uma das características mais marcantes da estética simbolista é a
musicalidade, transmitida ao verso através do uso de figuras sonoras como a aliteração,
repetição sistemática de um mesmo fonema consonantal. Na estrofe transcrita, são recorrentes
as aliterações: em “s” (salmos e cânticos serenos / Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes) e
em “v” (volúpicos venenos / Sutis e suaves).

Resposta da questão 4:
[D]

É evidente, no contexto, a relação de desigualdade entre o menino engraxate e a autoridade


que o interpela desdenhosamente (“Então, cachorrinho”) e lhe exige autorização legal para
continuar trabalhando.

Resposta da questão 5:
[C]

É correta a opção [C], pois o fragmento destacado é revelador de reflexões amargas e da


desilusão de Policarpo sobre os três projetos (linguístico, agrícola e político) que havia
idealizado para ao Brasil e não tinham dado certo. Ridicularizado por todos e acusado de
traição à pátria, tem consciência de que o país que sonhara nada tinha a ver com a realidade
que o cercava e todos os seus esforços haviam sido inúteis e ingênuos.

Resposta da questão 6:
Milkau e Lentz representam duas ideologias opostas: o universalismo e o divisionismo,
respectivamente. Lentz profetiza a vitória dos arianos sobre o povo brasileiro, fraco e indolente,
seguindo os princípios filosóficos de Nietzsche e o evolucionismo de Darwin. No diálogo
transcrito, a personagem defende a ideia de que a ambição pela posse da terra favorece a
emancipação do colono, pois a aquisição da propriedade lhe trará prestígio, riqueza e poder:
“Porque só pela riqueza ou pela força nos emanciparemos da servidão”.

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Resposta da questão 7:
[D]

É incorreta a segunda afirmação, pois o eu lírico busca a liberdade no mundo das essências e
não das aparências. Segundo a ontologia platônica, existe uma divisão do mundo: o sensível,
da aparência e o inteligível, da essência verdadeira.

Resposta da questão 8:
[E]

O texto reproduz, além da realidade da cidade, a preocupação do autor com o homem, o que
pode ser observado no último parágrafo (“E muito me fez meditar… tudo isso muito me obrigou
a pensar sobre o destino daquela gente”).

Resposta da questão 9:
[E]

Nas opções a), b), c) e d) existe adjetivação, o que imprime subjetividade à descrição ( público
especial”, meninas do povo” , “povo variegado”, “napolitanas baixas”). Apenas em e) a
caracterização está ausente.

Resposta da questão 10:


[E]

Os versos são altamente visuais, com imagens que aludem ao misticismo e a morte (as “aves
agoirentas”, a alma “cheia de caveiras”). O uso das cores é outro recurso típico da estética
simbolista que está explícito nos versos em questão, em que se sobressai a cor branca
(“ossos”, “caveira”, “branca”).

Resposta da questão 11:


02 + 04 + 16 = 22

(01) o grupo liderado por Macambira era composto por 11 homens.


(08) o grupo não logrou sucesso. 10 dos 11 canudenses morreram.

Resposta da questão 12:


[B]

Em relação à afirmativa I, não está correta, pois a linguagem utilizada não é coloquial. Em
relação à afirmativa III, não está correta por não haver, na obra, reiteração de expressões
regionais.

Resposta da questão 13:


[A]

O excerto de “O povo brasileiro” expõe as dissimilitudes entre as culturas indígena e europeia,


que Darcy Ribeiro classifica respectivamente como “selvageria e civilização”, reveladoras de
estágios de evoluções sociais diferentes que se chocavam entre si:” Suas concepções, não só
diferentes, mas opostas, do mundo, da vida, da morte, do amor, se chocaram cruamente”.

Resposta da questão 14:


[D]

Resposta da questão 15:


[C]

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Vê-se um refinamento estético pela construção formal, ora caracterizada pelo soneto, uma
forma fixa que remonta aos padrões clássicos. A temática reflete a ideologia simbolista,
representando a crise de consciência do ser humano, levada às últimas consequências em
função do contexto histórico pertencente à era em voga.

Resposta da questão 16:


[E]

Resposta da questão 17:


[D]

No fragmento (texto 2) de teoria literária, o autor faz uma análise sobre a obra de Augusto dos
Anjos, apontando um engano do leitor, ao reduzir sua poética a textos conhecidos como
macabros e doentios, mostra que a frieza, a impessoalidade e o comportamento analítico,
típico dos cientistas, está presente em seus poemas. O texto 1 expressa o encontro do sujeito
poético com a consciência, simbolizada na forma do morcego. Embora essa figura nos remeta
às estórias de terror, não está presente no poema, para conseguir a atenção do leitor. Assim,
como o morcego pode entrar em nosso quarto sorrateiramente, a consciência pode adentrar
nosso ser. A alternativa correta é a letra D.

Resposta da questão 18:


[A]

Resposta da questão 19:


[C]

Ao usar o pretérito imperfeito do indicativo, o narrador acrescenta forte carga subjetiva à


descrição da paisagem como se a cena, embora esbatida, ainda estivesse presente na sua
memória. Este procedimento transmite o momento da percepção e o fluxo de sensações
vivenciadas pelo narrador, o que distancia o tempo da narrativa do tempo do leitor, como se
afirma em [C].

Resposta da questão 20:


[D]

O romance “Triste fim de Policarpo Quaresma” é narrado em terceira pessoa, conta as agruras
da vida de Policarpo no período que se segue à Proclamação da República no Brasil, com
detalhes descritivos que permitem analisar sociologicamente esse momento. O tempo da
narrativa é cronológico, pois os fatos são apresentados em sua sequência temporal e as
descrições são permeadas de subjetividade de maneira a refletir a hipocrisia social que Lima
Barreto pretendia criticar, como se refere na opção [D].

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