Cuidados de Enfermagem No Pós-Operatório

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INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO MESSALO- PEMBA

CURSO DE ENFERMAGEM SAÚDE MATERNO INFANTIL

Cuidados de enfermagem no pós-operatório

Pemba, Março de 2024


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INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO MESSALO- PEMBA
CURSO DE ENFERMAGEM SAÚDE MATERNO INFANTIL

Cuidados de enfermagem no pós-operatório

Integrantes do grupo
Trabalho de carácter avaliativo do Módulo de
Fundamentos de Enfermagem, Ministrado no Instituto
Médio Politécnico Messalo, a ser avaliado pelos
formadores: Júnior Viera Adelino e João Marcelino
Mendes.

Pemba, Março de 2024

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Índice

Introdução...................................................................................................................................................1

1. Cuidados de enfermagem no pós-operatório.............................................................................2

1.1. Tipos de pós-operatório...............................................................................................................4

2. Cuidados de enfermagem no pós-operatório imediato (POI)..................................................4

3. Escalas utilizadas pela enfermagem no pós-operatório............................................................5

4.1. Alteração dos sinais vitais (TPR-PA).........................................................................................6

4.2. Alterações neurológicas...............................................................................................................6

4.2.1. A dor...............................................................................................................................................6

4.2.2. Sonolência.....................................................................................................................................8

4.3. Complicações pulmonares...........................................................................................................8

4.4. Complicações urinárias................................................................................................................9

5. Os familiares, o paciente e a alta hospitalar.............................................................................10

Conclusão.................................................................................................................................................11

Referências Bibliográficas......................................................................................................................12

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Introdução

A qualidade nos serviços de saúde é um objectivo comum das instituições saúde que pretendem
garantir segurança aos usuários desse serviço. Assim, o trabalho em abordagem tem como tema
Cuidados de enfermagem no pós-operatório. Primeiramente, parte-se do pressuposto de que o
período pós-operatório abrange as primeiras 24 horas após a cirurgia e caracteriza-se por
alterações fisiológicas que são, basicamente, inconsciência e depressão cardiorrespiratória no
paciente que recebeu anestesia geral, e ausência de sensações e tono simpático naquele que
recebeu anestesia regional, necessitando de observação contínua e de cuidados específicos.

Para a realização do trabalho, o grupo traçou como objectivo geral, analisar os cuidados
realizados pela equipe de enfermagem no pós-operatório. A par deste objectivo geral, traçaram-se
os seguintes objectivos específicos: identificar os cuidados oferecidos pelo enfermeiro ao
paciente no pós-operatório; descrever o pós-operatório; e por ultimo, explicar os procedimentos
necessários para uma efetiva recuperação do paciente.

Entretanto, vale referir que à assistência de enfermagem no pós-operatório imediato requer


atenção e um atendimento sistematizado a fim de prevenir complicações. Nesse período, o
paciente sai da sala de operações até o retorno às suas atividades normais. Sua duração é variável,
pois depende do tipo de intervenção cirúrgica e das condições fisiológicas do paciente. Deste
modo, a equipe de enfermagem que presta assistência ao paciente em pós-operatório deve estar
atenta ao paciente, à anestesia recebida, o nível de consciência, às infusões venosas, ao aspecto
do curativo, à perfusão periférica, sondas e drenos.

Vale referir que neste trabalho usou-se uma pesquisa bibliográfica, que consistiu no uso de
diferentes manuais bibliográficos, como o caso de teses, livros que abordam sobre a temática em
alusão, acima de tudo, analisando a veracidade do material consultado. Relativamente a sua
estrutura, o trabalho obedece a seguinte: a presente introdução, onde se faz uma breve
contextualização sobre o tema, o desenvolvimento, onde duma forma objectiva e clara, traz-se a
essência do trabalho; a conclusão e a sua respectiva referência bibliográfica, onde se apresenta a
lista geral dos autores citados no corpo do trabalho.

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1. Cuidados de enfermagem no pós-operatório

Segundo BOGOSSIAN (1995), o período pós-operatório compreende o momento em que o


paciente sai da sala de operações até o retorno às suas atividades normais. Sua duração é variável,
pois depende do tipo de intervenção cirúrgica e das condições fisiológicas do paciente.

BOGOSSIAN (1995) ainda afirma que nesta fase, os objetivos do atendimento ao cliente são
identificar, prevenir e tratar os problemas comuns aos procedimentos anestésicos e cirúrgicos,
tais como dor, laringite pós- entubação traqueal, náuseas, vômitos, retenção urinária, e outros,
com a finalidade de restabelecer o seu equilíbrio.

O período de recuperação pós-anestésica, segundo NUNES (2014, p. 332), caracteriza-se por


alterações fisiológicas que são, basicamente, inconsciência e depressão cardiorrespiratória no
paciente que recebeu anestesia geral, e ausência de sensações e tono simpático naquele que
recebeu anestesia regional. Assim, observa-se que o período pós-operatório de uma cirurgia, por
exemplo, para correção de uma fratura de fêmur é considerado crítico, tornando fundamental o
registro e documentação de todas as etapas do procedimento pela enfermagem. Além disso, o
enfermeiro precisa avaliar o estado físico e emocional do paciente, o que garantirá a segurança
das ações e cuidados específicos, minimizando a ocorrência de complicações.

Quanto ao acima exposto, o grupo percebe que nos cuidados pós-operatório, o enfermeiros deve
saber lidar com os pacientes que apresentam dor acalmando-os, avaliando a dor e medicando,
caso não seja observada melhora, o médico responsável deverá ser chamado. Deste modo, a
equipe de enfermagem que presta assistência ao paciente em pós-operatório deve estar atenta ao
nome da cirurgia, à anestesia recebida, o nível de consciência, às infusões venosas, ao aspecto do
curativo, à perfusão periférica, à expansibilidade torácica, à presença de cateteres, sondas e
drenos. O conhecimento do tipo de fratura de fêmur e sua causa são importantes para a escolha
do tratamento e manuseio do corpo, visando uma recuperação rápida e eficiente do paciente.

Sobre a questão de aliviar a dor do paciente, RODRÍGUEZ-ACELAS et al (2019) afirma que o


cuidado de enfermagem no controle da dor inclui desde a identificação precoce até o seu alívio,
considerando as necessidades físicas e emocionais de cada indivíduo, avaliar a dor é fundamental
e a literatura apresenta escalas para isso. Assim, evidencia-se a necessidade de avaliação da dor

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de forma total, com o uso de instrumentos que proporcionem uma avaliação precisa e confiável
do estado do paciente, fornecendo uma base para os diagnósticos de enfermagem e intervenções.

Na perspectiva de MORAES e PENICHE (2003, p. 16), o cuidado em pacientes idosos é


diferente para o cuidado de outras faixas etárias, pois há a presença do fator do envelhecimento e
de doenças associadas que podem comprometer o equilíbrio funcional e aumentar a
vulnerabilidade a complicações pós-operatórias. Consequentemente, podem surgir alterações que
são percebidas pelos parâmetros vitais e observação clínica, que refletirão as condições do
paciente. A presença dessas alterações, os idosos representam uma faixa etária considerada de
alto risco, pois apresentam maior co morbidade e são mais vulneráveis a complicações quando
comparados com a população jovem ou adulta.

Por outro lado, levando em consideração as palavras de CHRISTÓFORO e CARVALHO (2009),


na atenção ao paciente pré-cirúrgico a equipe de enfermagem é responsável pelo seu preparo,
estabelecendo e desenvolvendo diversas ações de cuidados de enfermagem, de acordo com a
especialidade da cirurgia. Esses cuidados, por sua vez, são executados de acordo com
conhecimento especializados, para atender às necessidades advindas do tratamento cirúrgico.
Estes cuidados incluem ainda, orientação, preparo físico e emocional, avaliação e
encaminhamento ao centro cirúrgico com a finalidade de diminuir o risco cirúrgico, promover a
recuperação e evitar complicações no pós-operatório, uma vez que esta geralmente estão
associados a um preparo pré-operatório inadequado.

Desta feita, face ao acima exposto, percebe-se que o enfermeiro que actua na assistência ao
cliente no pós-operatório deve possuir conhecimentos e habilidades altamente qualificadas para
atender pacientes advindos de diferentes cirurgias de complexidades variadas, que necessitam de
cuidados específicos e individualizados. Para isso, o profissional deve planear o cuidado com o
objetivo de recuperar o equilíbrio fisiológico do paciente, com o mínimo de complicações, a fim
de facilitar o andamento da assistência e oferecer qualidade no serviço prestado. Assim, no pós-
operatório, o paciente é considerado crítico, razão pela qual deve existir a assistência de
enfermagem sistematizada e documentada, o que garantirá segurança e cuidados específicos, que
se implementados são destinados às intervenções de prevenção e/ou tratamento de complicações
pós-operatórias.

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1.1. Tipos de pós-operatório

O período do pós-operatório inicia-se a partir da saída do cliente da sala de operação e perdura


até sua total recuperação. Subdivide-se em pós-operatório imediato (POI), até às 24 horas
posteriores à cirurgia; pós-operatório-mediato, após as 24 horas e até 7 dias depois; e pós-
operatório tardio, após 7 dias do recebimento da alta, até a completa cicatrização das lesões ou a
fase de ganho ponderal.

2. Cuidados de enfermagem no pós-operatório imediato (POI)


Este período é considerado crítico, considerando-se que o cliente estará, inicialmente, sob efeito
da anestesia geral, raquianestesia, peridural ou local. Nessa circunstância, apresenta-se bastante
vulnerável às complicações. Assim, é fundamental que a equipe de enfermagem atue de forma a
restabelecer-lhe as funções vitais, aliviar-lhe a dor e os desconfortos pós-operatório (náuseas,
vômitos e distensão abdominal), manter-lhe a integridade da pele e prevenir a ocorrência de
infecções.
2.1. Assistência Cirúrgica
 Deve-se ler atentamente o prontuário do paciente, o qual deverá conter informações sobre
o tipo de anestesia, anestésico recebido, cirurgia realizada, intercorrências e
recomendações especiais.
 Os frascos de solução, sangue e derivados devem ser postos no suporte e realizados o
controle de gotejamento e dos líquidos infundidos e eliminados pelas sondas, drenos e
cateteres - os quais deverão estar conectados às extensões e fixados no leito ou outro local
adequado.
 Para os clientes submetidos à anestesia geral, recomenda-se o decúbito dorsal horizontal
sem travesseiro, com a cabeça lateralizada para evitar aspiração de vômito (caso ocorra).
Para os clientes com sonda nasogástrica (SNG), indica-se a posição semifowler, para
prevenir a ocorrência de esofagite de refluxo. Visando evitar a queda dos clientes
sonolentos, confusos e/ou agitados devido à ação dos anestésicos, as grades da cama
devem ser mantidas elevadas.

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3. Escalas utilizadas pela enfermagem no pós-operatório

Diversas escalas podem ser utilizadas pela enfermagem no pós-operatório, principalmente, na


fratura de fêmur na avaliação de dor conforme Cheever, BRUNNER e SUDDARTH (2016):
a) Escala de classificação numérica (NRS): a NRS é mais frequentemente apresentada como
uma escala horizontal de 0 a 10 pontos, com as palavras-âncora “nenhuma dor” em uma
extremidade da escala, “dor moderada” no meio da escala, e “pior dor possível” na outra
extremidade da escala.
b) Escala de classificação da dor FACES de Wong-Baker: a escala FACES é composta
por seis faces desenhadas com descritores em palavras, que variam de uma face sorridente
à esquerda para “nenhuma dor (ou ferida)” até uma face carrancuda e chorosa à direita
para “pior dor (ou ferida)”. Solicita-se aos clientes que escolham a face que reflete melhor
sua dor. As faces são mais comumente numeradas com o uso de um sistema métrico 0, 2,
4, 6, 8, 10, embora 0 a 5 também possam ser utilizados. Solicita-se aos clientes que
escolham a face que descreve melhor sua dor.
c) Escala da dor FACES – revisada (FPS-R): a FPS-R apresenta seis faces para torná-la
compatível com outras escalas com o uso do sistema métrico de 0 a 10. As faces variam
de uma expressão facial neutra até uma de dor intensa e são numeradas 0, 2, 4, 6, 8 e 10.
Assim como com a escala FACES de Wong-Baker, solicita-se aos clientes que escolham
a face que reflete melhor sua dor.
Vale referir que actualmente, as instituições hospitalares estão cada vez mais preocupadas em
garantir um atendimento de qualidade a seus pacientes. O enfermeiro permanece a maior parte do
tempo na unidade de internação e em contato com o paciente, portanto, ele é um dos principais
profissionais engajados no gerenciamento de riscos.

Portanto, como defende ASCARI et al (2013), a enfermagem desenvolve suas atividades usando
o processo de enfermagem, e nesse sentido, a visita pré-operatória de enfermagem é caracterizada
como o início do processo e consiste em acompanhar o paciente desde a sua internação até a alta
pós-cirúrgica, devendo a enfermagem ficar atenta a todas as alterações que poderão surgir. Para
isso, o enfermeiro coleta informações a respeito do paciente e identifica suas necessidades, para
tornar a assistência de enfermagem individualizada e eficaz, a fim de proporcionar uma
recuperação segura e eficaz.

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4. Anormalidades e complicações do pós-operatório

A ocorrência de complicações no pós-operatório implica piora do quadro clínico do cliente,


aumento do período de recuperação cirúrgica e, em alguns casos, até mesmo o óbito. Por isso, é
vital que a prevenção, identificação e imediata intervenção sejam realizadas o mais precocemente
possível. Geralmente, as complicações mais comuns são:

4.1. Alteração dos sinais vitais (TPR-PA)

É importante que a temperatura corporal seja controlada com maior frequência, bem como atentar
para a instalação de quadro convulsivo, principalmente em crianças. Como as alterações térmicas
levam a alterações nos sistemas cardiovascular e respiratório, recomenda-se que os sinais vitais
também recebam idêntica frequência de controlo – o qual possibilita a identificação precoce do
choque, que é a intercorrência mais grave, muitas vezes fatal. Assim, estes controles devem ser
realizados até que o cliente estabilize suas condições físicas.

No tocante à respiração, esta pode estar alterada por efeito do anestésico que deprime o sistema
nervoso ou por obstrução das vias aéreas devido à aspiração de vômitos ou secreções.

A cirurgia provoca no paciente um período de instabilidade orgânica que pode se manifestar pela
alteração de temperatura (hipertermia ou hipotermia). Na hipertermia, a equipe de enfermagem
pode retirar os cobertores, resfriar o ambiente, aplicar compressas frias nas regiões da fronte,
axilar e inguinal e medicar antitérmico, de acordo com a prescrição; na hipotermia, o cliente deve
ser agasalhado e sua temperatura monitorada.

4.2. Alterações neurológicas


4.2.1. A dor

DRAIN (1994) afirma que a dor é um diagnóstico muito comum no pós-operatório e pode
resultar da incisão e da manipulação de tecidos e órgãos. No pós-operatório a dor é mais
frequente nas cirurgias de grande porte das disciplinas torácicas, abdominais e ortopédicas.
Quando o paciente refere dor no pós-operatório imediato é importante não atribuir a dor
unicamente à incisão, mas tentar identificar as possíveis causas de dor.

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O autor acrescenta que a dor constitui um estado neurológico do cliente pode ser afetado pela
ação do anestésico, do ato cirúrgico ou de um posicionamento inadequado na mesa cirúrgica. Por
isso, a equipe de enfermagem deve observar o nível de consciência e as funções motoras e
sensitiva.

Quando o paciente apresentar quadro de confusão mental ou agitação, pesquisar se isto não está
sendo provocado pela dor que surge na medida em que a ação do anestésico vai sendo eliminada
pelo organismo. Confirmando-se a dor, medicá-lo conforme prescrição médica.
Para PHIPPS et al. (1994), além da incisão cirúrgica, a presença da dor pode estar relacionada a
estimulação das terminações nervosas por substâncias químicas utilizadas durante a cirurgia, a
isquemias causadas por interferência no suprimento de sangue para os tecidos, por pressão,
espasmo muscular ou edema.

Nesse sentido, vale destacar que a dor no paciente em pós-operatório imediato varia de acordo
com o seu nível de consciência. De igual modo, vale destacar que os pacientes em pós-operatório
apresentam como diagnósticos mais frequentes: risco para injúria, risco para infecção, senso-
percepção alterada, risco para aspiração, mobilidade física prejudicada, integridade tissular
prejudicada e hipotermia.

Idealmente, todos os pacientes em situação de pós-operatório imediato devem ser encaminhados


da SO para a RPA e sua transferência para a enfermaria ou para a UTI só deve ocorrer quando o
anestesista considerar sua condição clínica satisfatória.
A RPA é a área destinada à permanência preferencial do cliente imediatamente após o término do
ato cirúrgico e anestésico, onde ficará por um período de uma a seis horas para prevenção ou
tratamento de possíveis complicações. Neste local aliviará a dor pós-operatória e será assistido
até a volta dos seus reflexos, normalização dos sinais vitais e recuperação da consciência.
Considerando tais circunstâncias, este setor deve possuir equipamentos, medicamentos e
materiais que atendam a qualquer situação de emergência, tais como:
a) Equipamentos básicos: cama/maca com grades laterais de segurança e encaixes para
suporte de solução, suporte de solução fixo ou móvel, duas saídas de oxigênio, uma de ar
comprimido, aspirador a vácuo, foco de luz, tomadas elétricas, monitor cardíaco,
oxímetro de pulso, esfigmomanómetro, ventiladores mecânicos, carrinho com material e
medicamentos de emergência;
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b) Materiais diversos: máscaras e cateteres de oxigênio, sondas de aspiração, luvas
esterilizadas, luvas de procedimentos, medicamentos, frascos de solução, equipo de
solução e de transfusão sanguínea, equipo de PVC (pressão venosa central), material para
sondagem vesical, pacote de curativo, bolsas coletoras, termômetro, material de coleta
para exames e outros porventura necessários.

Portanto, vale destacar que a dor mais comum é a que ocorre na região alvo da cirurgia, a qual
diminui gradativamente com o passar do tempo. Por ser a dor uma experiência subjetiva e
pessoal, ou seja, só o cliente sabe identificá-la e avaliar sua intensidade, não devemos
menosprezá-la mas, sim, providenciar o medicamento prescrito para a analgesia de forma a não
permitir que se torne mais intensa. Muitas vezes, na prescrição médica há analgésicos que devem
ser administrados a intervalos regulares e sempre que necessário. Mesmo que o paciente não
relate dor intensa, a administração da medicação é importante para prevenir a sensação dolorosa
mais intensa e contínua.

A equipe de enfermagem deve acompanhar a evolução da dor, pois só assim saberá se o


medicamento está fazendo efeito, comunicando à enfermeira ou médico a sua persistência, para
reavaliação da causa e/ou seu tratamento. É importante lembrar que a analgesia precoce ajuda o
cliente a se movimentar sem grandes restrições, o que auxilia e agiliza sua efetiva recuperação.

4.2.2. Sonolência
A sonolência é uma característica muito frequente no paciente no pós-operatório. Assim, a
certificação do seu nível de consciência deve ser sempre verificada mediante alguns estímulos
(perguntas, estímulo tátil) e as alterações comunicadas o mais rapidamente possível, pois podem
indicar complicações graves – como, por exemplo, hemorragia interna.

4.3. Complicações pulmonares

São as complicações mais sérias e frequentes no pós-operatório, principalmente nos clientes


obesos, fumantes, idosos e naqueles com outros agravos clínicos.

As ações da equipe de enfermagem priorizam a prevenção das complicações pulmonares pelo


reconhecimento precoce dos sinais e sintomas (cianose, dispneia, tiragem intercostal, batimentos
de asa de nariz, agitação), movimentação e deambulação precoces, lateralização da cabeça do
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cliente com vômito e não infusão de soluções endovenosas pelos membros inferiores - para evitar
a formação de trombos e embolia pulmonar.

Normalmente, a causa dessas complicações é o acúmulo de secreções brônquicas, cuja remoção


pode ser favorecida pela fluidificação. A expectoração é o meio natural de expeli-las, o que
ocorre pela tosse. Assim, o paciente deve ser estimulado a hidratar-se, realizar os exercícios
respiratórios e não inibir a tosse. Ao tossir, o cliente pode referir medo e dor. Para minimizar esta
sensação, deve ser orientado a colocar as mãos, com os dedos entrelaçados, sobre a incisão
cirúrgica; ou utilizar-se de um travesseiro, abraçando-o e expectorando no lenço de papel.
Portanto, o paciente pode apresentar, ainda, hipertermia, alterações na frequência e profundidade
da respiração, dispneia e dor torácica.

4.4. Complicações urinárias

Segundo GOMES (1994, p. 42) as mais frequentes são a infecção urinária e a retenção urinária
(bexigoma). A infecção urinária é geralmente causada por falhas na técnica de sondagem vesical
e refluxo da urina. Como sintomatologia o cliente apresenta hipertermia, disúria e alterações nas
características da urina.

Visando minimizar a ocorrência de infecção urinária, deve-se manter a higiene íntima adequada
do cliente, bem como obedecer à técnica asséptica quando da passagem da sonda e sempre
utilizar extensões, conectores e coletores esterilizados com sistema fechado de drenagem.

No caso de retenção urinária, a equipe de enfermagem deve eliminar suas prováveis causas:
medicando o cliente contra a dor, promovendo sua privacidade, mudando-lhe de posição (se não
houver contraindicação) e avaliando a presença de dobraduras e grumos nas extensões das sondas
e drenos nas proximidades da bexiga.

Se essas medidas não surtirem efeito, realizar higiene íntima com água morna, aquecer e relaxar o
abdome pela aplicação de calor local e realizar estimulação pelo ruído de uma torneira aberta
próxima ao leito. Caso o cliente não consiga urinar após tentados estes métodos, deve-se
comunicar tal fato à enfermeira e/ou médico, e discutir a possibilidade da passagem de uma
sonda de alívio.

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5. Os familiares, o paciente e a alta hospitalar

A alta é um momento importante para o paciente e seus familiares, pois significa sua volta ao
contexto social. É uma fase de transição que causa muita ansiedade e preocupação para todos os
envolvidos.

FLÓRIO (2001, p. 44) afirma que para minimizar esses sentimentos, faz-se importante a correta
orientação quanto aos cuidados a serem prestados e as formas de adaptá-los no domicílio; bem
como alertar o cliente sobre seu retorno ao serviço de saúde, para avaliação da evolução.

Para que os familiares efetivamente compreendam a complexidade dos cuidados (técnicas


assépticas, manuseio dos curativos, grau de dependência, uso de medicações, etc.), as
informações devem ser passadas paulatinamente. Esta estratégia evita que o momento da saída
não seja conturbado por conta de um acúmulo de informações para a continuidade do bem-estar
do cliente.

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Conclusão

O trabalho desenvolvido pretendeu analisar à assistência prestada ao paciente no pós-operatório.


Primeiramente, o grupo entende que a dor é um diagnóstico muito comum no pós-operatório e
pode resultar da incisão e da manipulação de tecidos e órgãos, e é desta forma que a prática de
enfermagem, principalmente, na assistência ao paciente no pós-operatório devem ser repensadas
e valorizadas para a aceleração do processo de sistematização do cuidado na sala de recuperação
pós-operatório.
A pesquisa bibliográfica desenvolvida em torno do tema constatou que o pós-operatório inicia-se
a partir da saída do cliente da sala de operação e perdura até sua total recuperação. Subdivide-se
em pós-operatório imediato (POI), até às 24 horas posteriores à cirurgia; mediato, após as 24
horas e até 7 dias depois; e tardio, após 7 dias do recebimento da alta. De igual modo, constatou-
se que os cuidados prestados ao paciente são complexos, por isso os profissionais precisam dispor
de conhecimento técnico-científico, possuir competências e habilidades específicas e conhecer as
normas da instituição, bem como os equipamentos utilizados e os procedimentos realizados.
Efectivamente, vale reiterar que a assistência de enfermagem a pacientes no período pós-
operatório deve ter como objetivo garantir uma recuperação segura, prevenindo, detetando e
atendendo às complicações que possam advir do pós-operatório.

Portanto, os cuidados de enfermagem são fundamentais para a recuperação do paciente


submetido à cirurgia e, diante desse contexto, a enfermagem tem aprimorado seu conhecimentos
e implementadas novas alternativas de assistência, por meio de uma metodologia própria de
trabalho, fundamentada no método científico, definida como Sistematização da Assistência de
Enfermagem

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Referências Bibliográficas

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paciente cirúrgico no período pré- operatório acerca da assistência de enfermagem.
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